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CBC2005
Setembro / 2005 ISBN 85-98576-07-7
Volume XII - Projetos de Estruturas de Concreto
Trabalho 47CBC0090 - p. XII492-505
© 2005 IBRACON.
Resumo
Com o aumento significativo da altura das edificações, a atenção dos projetistas não deve estar voltada
apenas às cargas verticais nos pilares, mas também, à estabilidade global da edificação.
A NBR 6118/2003 traz dois parâmetros como forma de se verificar a estabilidade global das estruturas dos
edifícios. O primeiro parâmetro, representado pela letra α (alfa), avalia se o sistema de contraventamento
está adequado ou não, indicando se os efeitos de segunda ordem necessitam ou não ser considerados. O
segundo parâmetro, chamado γz (gama z), além de indicar o mesmo que o parâmetro α (alfa), serve como
um majorador dos esforços de primeira ordem, propiciando a determinação dos esforços finais de cálculo.
No presente trabalho, apresenta-se um estudo sobre a determinação dos parâmetros de instabilidade e
discute-se algumas situações de projeto. São analisados efeitos provocados pelas cargas verticais, a
deformação axial nos pilares, a presença de vigas de transição na estrutura e a avaliação dos
deslocamentos rotacionais do edifício.
Abstract
With the increase of the height of buildings, designers should not only direct their attention to the vertical
loads in columns, but also to the global stability of the buildings.
The NBR 6118/2003 brings two parameters to consider when verifying the global structural stability in
buildings. The first one, represented by letter α (alpha), evaluates whether second order effects need to be
considered. The second parameter, which is called γz (gamma z), can be applied as a multiplier to the first
order forces for the determination of their final values.
In the present work, a study about the determination of the stability parameters is presented and some
design examples, such as vertical loads effects, axial deformation in columns, transition beams and rotations
in building structures are discussed.
2 Revisão Bibliográfica
2.1 Parâmetro de Instabilidade α
O parâmetro de instabilidade α foi estabelecido por Hubert Beck e Gert Köning em 1967,
e foi incorporado pelo Código Modelo CEB-FIP 1978. Este parâmetro passou a ser
utilizado com freqüência por projetistas do mundo inteiro, sendo agora também adotado
pela norma brasileira NBR 6118/2003.
Este parâmetro tem o objetivo único de fornecer ao projetista uma avaliação da
sensibilidade da estrutura aos efeitos de segunda ordem. Se ficar demostrado a
necessidade da consideração dos esforços adicionais, devido aos deslocamentos da
estrutura, o projetista deverá utilizar um majorador ou algum outro processo para
quantificar o acréscimo destes esforços de segunda ordem.
Segundo a NBR 6118/2003, uma estrutura reticulada simétrica pode ser considerada
como sendo de nós fixos se seu parâmetro de instabilidade α for menor que o valor α1
conforme a expressão:
2.2 Coeficiente γz
O coeficiente γz teve origem nos estudos de FRANCO E VASCONCELOS (1991), com o
objetivo de propor um processo simples de se estabelecer a mobilidade da estrutura e
uma forma de se estimar, com uma certa precisão, os esforços de segunda ordem. Este
coeficiente é utilizado como um majorador dos esforços de primeira ordem, para obtenção
dos esforços finais, os quais já incluem os esforços de segunda ordem. Desta forma,
dispensa-se a análise de segunda ordem.
A partir dos valores apresentados, vê-se a influência das cargas verticais na determinação
dos parâmetros de instabilidade. Na Tabela 1 observa-se que os parâmetros são menores
quando as cargas verticais são consideradas como variável secundária, especialmente
quando se utilizam cargas acidentais com redução. Isto já era de se esperar, pois na
formulação dos parâmetros as cargas verticais apresentam posições que afetam
Não se tem para este exemplo alterações nos parâmetros para a direção x. Já para a
direção y, que é a mais desfavorável com relação ao travamento horizontal, vê-se
alterações significativas em seus valores, para qualquer uma das combinações.
Destacam-se os valores dos deslocamentos, onde se têm valores no topo maiores com a
área real dos pilares para o sentido do vento +Y, e valores menores no sentido –Y, em
comparação aos deslocamentos apresentados com a multiplicação da área dos pilares.
Isto se deve a influência da assimetria da estrutura, que apresenta deslocamentos
horizontais devido às cargas verticais.
Nota-se também alterações relevantes no coeficiente γz, para o caso onde se tem o vento
como carga acidental secundária. Para a direção +Y, tem-se γz=1,204 para a área dos
pilares alterada e γz=1,230 sem alteração da área.
4 Referências
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