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Universidade Federal de Campina Grande - UFCG

Centro de Ciências Jurídicas e Sociais - CCJS

Unidade Acadêmica de Direito - UAD

Disciplina: Ciência Política – 3° Estágio

Monitores: Alexandre Sabino de Araújo

Waleska Ellen Pinheiro Sarmento

 FORMAS DE GOVERNO:

ARISTÓTELES - Havia critérios em relação ao governo:


número de governantes; Que governo é esse? Grécia - berço da
democracia (diferente da democracia de hoje - cidadão era o que
vivia na Grécia).

FORMAS:

I - Formas Puras de Governo:

a. Monarquia: Governo de um só. O Sistema Monárquico


atende à exigência unitária na organização de poder político,
exprimindo uma forma de governo na qual se faz mister o
respeito das leis.
b. Aristocracia: Governo de alguns, o governo dos capazes,
dos melhores. Acepção de força em sentido de qualidade,
isto é, força da cultura, da inteligência, dos melhores, dos
que lideram o governo. É a seleção dos capazes.
c. Democracia: governo que deve atender, na sociedade, aos
reclamos de conservação e observância dos princípios de
liberdade e de igualdade.

II - Formas Impuras de Governo:


a. Tirania: Monarquia degenerada – governo de um só que
vota o desprezo da ordem pública.
b. Oligarquia, Plutocracia ou Despotismo: Aristocracia
degenerada – governo do dinheiro, da riqueza desonesta, dos
interesses econômicos anti-sociais.
c. Demagogia: Democracia degenerada – governo das
multidões rudes, ignaras, despóticas.

 Formas Mistas de Governo: O Governo misto consiste na


redução dos poderes da monarquia, da aristocracia e da
democracia, mediante determinadas instituições políticas, como
um Senado Aristotélico ou uma Câmara Democrática.

 Classificação de Maquiavel: “Todos os Estados todos os


domínios que exerceram ou exercem poder sobre os homens,
foram e são ou Repúblicas ou Monarquias”.(em O Príncipe)
Classifica as formas de Governos em termos dualistas. São:
a. Repúblicas: (poder plural, compreende Aristocracia e
Democracia) governo republicano é todo governo eletivo e
temporário.
b. Monarquia: (poder singular) governo em que o gestor
público instaura-se por hereditariedade e mantêm-se no
governo vitaliciamente.

 SISTEMAS DE GOVERNO:
 Relação estabelecida entre os poderes:

- Funções jurídicas do Estado, mais notadamente entre Executivo


e Legislativo.

 Sistema Presidencialista: Três aspectos principais se


destacam na fisionomia do presidencialismo:
a) Historicamente, é o sistema que perfilhou de forma
clássica o principio da separação dos poderes, que tanta
fama e glória granjeou para o nome de Montesquieu na
idade áurea do Estado Liberal. O principio valia como
esteio Máximo das garantias constitucionais da liberdade.
A Constituição americana o recolheu, tomando-o, por base
de todo o edifício político. Da separação rígida passou-se
com o tempo para a separação menos rigorosa, branda,
atenuada, à medida que o velho dogma evolveu,
conservando-se sempre e invariavelmente entre os traços
dominantes de todo o sistema presidencial.
b) A seguir, vamos deparar no presidencialismo a forma de
governo onde todo o poder executivo se concentra ao
redor da pessoa do Presidente, que o exerce inteiramente
fora de qualquer responsabilidade política perante o poder
legislativo. Via de regra, essa irresponsabilidade política
do Presidente se estende ao seu ministério, instrumento da
imediata confiança presidencial, e demissível ad nutum do
Presidente, sem nenhuma dependência política do
Congresso.
c) Enfim, o Presidente da República deve derivar seus
poderes da própria Nação; raramente do Congresso, por
via indireta.

- Sistema de Independência;

- Chefia de governo unipessoal,

- Irresponsabilidade política,

- Estabelecimento de competências constitucionais// Principio da


Separação dos poderes,

- Aplicação indistinta às formas de Governo: República e


Monarquia.
 Sistema Parlamentar:

- Relação de interdependência: estabilidade nua (nenhuma),


depende da confiança partidária.

- Chefia de Governo distinta da chefia de Estado: “Cargo de


confiança”

- Executivo colegiado (oriundo do Legislativo): a população elege


o partido que indica o 1º ministro.

- Questionada aplicação do princípio da separação dos poderes.

 Sistema Diretorial: Executivo Colegiado (“braços”)

- Inexistência de Independência para o órgão executivo


/autorizado para as missões que o legislativo atribuir.

- Instalado em regimes em transição.

 RELAÇÃO ENTRE OS PODERES EXECUTIVO E


LEGISLATIVO;

O presidente recebe da nação soberana os seus poderes, quase sempre por


Sufrágio universal direito. No presidencialismo, a sua responsabilidade é
penal e não política; responde por crime de responsabilidade no exercício da
competência constitucional, de ordem administrativa, que lhe é atribuída,
não podendo ser destituído, ao contrário do que se passa no
parlamentarismo com o chefe do poder executivo, que fundamentalmente
cai por razoes de ordem política.
No presidencialismo, o afastamento do Presidente, fixado o crime de
responsabilidade, ocorreria mediante o processo que recebe o nome de
impeachment, e que as Constituições presidencialistas prevêem. Esse
sistema disciplina a posição do Presidente face ao Congresso, nos seguinte
termos:
· O chefe do executivo não pode determinar as datas e os períodos de
convocação e reunião do poder legislativo, essa é uma prerrogativa do
Congresso, nos termos da CF.
· O presidente não tem faculdade para dissolver o Congresso
· Os poderes Executivo e Legislativo devem trabalhar em estreita conexão e
harmonia no tocante à matéria orçamentária e na ordem administrativa.
Cabe ao legislativo a iniciativa de leis, com nenhuma ou mínima
interferência do executivo.
· Consagração do direito do veto ao chefe do executivo
· O legislativo pode tolher o veto do presidente através de votação
legislativa, por maioria de dois terços.
· Sujeita a aprovação do senado, o Presidente nomeia os ministros da mais
alta corte de justiça.
· Cabe ao Presidente a direção da política exterior, podendo o senado
controlar por maioria de dois terços, a ratificação dos tratados.

I. Presidencialista – absoluta independência: presidente (chefe do


executivo) – unipessoal, auxiliado por ministros (escolhidos): via
eleição // IRRESPONSABILIDADE POLÍTICA: que reside no
mandato representativo exercido. // PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO
DOS PODERES: autonomia regulamentar e decisorial enquanto
poderes isolados: o Presidente (tal qual o Rei) pode fazer tudo o que
a lei não proíba.
II. Parlamentar – relação de igualdade/ dependência ou
interdependência – responsabilidade política – eleição do 1° ministro pelo
partido eleito.

 MANDATO:

A teoria política conhece duas formas principais de mandato: o mandato


representativo e o mandato imperativo. Ao mandato, prense-se o
acolhimento político ou constitucional das duas doutrinas básicas da
soberania: a doutrina da soberania nacional e a doutrina da soberania
popular.
Com a democracia liberal (doutrina da soberania nacional) o mandato foi
rigorosamente representativo e com a democracia social (doutrina da
soberania popular), permanece formal e nominalmente representativo, mas
com considerável alteração.
- Tipos;
1 – Representativo: (presidente) Teoria da Duplicidade, em que o
representante é independente em suas decisões que objetivam o bem
comum.// O corpo eleitoral, de si mesmo já restrito pelo sufrágio limitado,
não delega nenhum poder, não funciona como mandante, não possuem
nenhuma vontade soberana, atua como mero instrumento de designação,
visto que mandante é a nação, soberana a vontade nacional, da qual o
representante é intérprete, sem nenhum laço de sujeição ao eleitor. Suas
características são:
generalidade, liberdade, irrevogabilidade (recall – EUA; Abberufungsrecht
– Suíça), e independência.
2 – Imperativo Unicidade: Teoria da Identidade, em que o mandatário está
sujeito a vontade do mandante, o eleitor.// indicação de alguém que defina,
eleja. // não se aplica em presidencialismo.

OBS: - IMPLICAÇÕES DA APLICAÇÃO DO MANDATO;


Se o sistema é presidencial, o mandato é representativo e não há
responsabilidade política. O governante só é afastado do cargo por crime
penal ou de improbidade administrativa.
No parlamentar, o mandato é imperativo e há responsabilidade política. Se o
dirigente não agradar, os representantes do povo não devem apoiar a
recondução dele ao cargo.

 REGIMES POLÍTICOS:

OBS: Não confundam;

Forma de Governo Sistemas de Governo Regime Político

- República - Presidencialismo - Democracia


- Monarquia - Parlamentarismo - Autocracia

 Quando o povo participa do governo é considerado; DEMOCRACIA


 Quando o povo não interfere no governo é considerado;
AUTOCRACIA (TOTALITARISMO).

 Democracia pode ser; - Direta, - indireta, e semi - indireta


OBS: O regime democrático normalmente é cláusula pétrea da CF/88.

 O SUFRAGIO: Direito de votar e ser votado. No Brasil é universal


(concedido a todos os nacionais, natos e naturalizados). Assim, não existe
no Brasil o sufrágio censitário (exigências mínimas de renda para
adquirirem o direito de votar) ou capacitário (exigências mínimas de
qualificação dos nacionais).

OBS: Embora muitas vezes utilizados como sinônimos, sufrágio, voto e


escrutínio possuem significados diferentes.

 VOTO: é a forma de exercer o direito ao sufrágio. Decorre dele, sendo


o ato pelo qual o eleitor manifesta sua vontade. O sufrágio é o próprio
direito de votar, já o voto é o ato prático do direito de votar.
 CARACTERÍSTICAS DO VOTO:
 DIRETO: os eleitores elegem representantes por si próprios, sem
intermediários
 IGUALDADE: todos os eleitores tem o mesmo valor, para cada cidadão
um voto
 PERIODICIDADE: os mandatos políticos são temporários (cláusula
pétrea), logo o voto será periódico
 SIGILOSIDADE: o voto não deve ser revelado para terceiros
 LIBERDADE: o eleitor não pode ser constrangido a escolher
determinado candidato
 PERSONALIDADE: o voto só pode ser exercido pessoalmente, não se
admitindo, por exemplo, voto por correspondência ou procuração
 OBRIGATÓRIO: o voto é obrigatório, salvo para os analfabetos,
maiores de 70 e os que estão entre 16 e 18.

Uma das formas de se levar a efeito a soberania popular é o exercício do


direito ao voto. A soberania popular será também exercida pelo Plebiscito
(consulta popular Prévia), Referendo (Ratificação, consulta popular
posterior) e iniciativa popular (possibilidade de apresentar projetos de lei).

A soberania popular é exercida pelo sufrágio universal (art. 14, CF)

Embora muitas vezes utilizados como sinônimos, voto, escrutínio e sufrágio


possuem significados diferentes .

 ESCRUTÍNIO: é a forma como se pratica o voto, seu procedimento, por


exemplo, o processo de colocar todos os votos em uma urna e o processo de
apuração e contagem de votos.

 OS SISTEMAS ELEITORAIS:

 Noberto Bobbio define um sistema eleitoral como os “procedimentos


institucionalizados para atribuição de encargos por parte dos membros de
uma organização ou de alguns deles.” De forma mais simples, um sistema
eleitoral é a forma como são estipuladas as regras que determinam como os
votos de uma eleição atuarão na definição do corpo político que exercerá o
poder de um governo legítimo.
 Sistemas majoritários e proporcionais:
 Podemos identificar duas grandes famílias de sistemas eleitorais: os
sistemas majoritários e os proporcionais. A diferença básica dos dois
principais sistemas eleitorais é que enquanto o sistema majoritário busca
garantir a eleição de candidatos que conseguem arrecadar mais votos, o
sistema proporcional busca garantir que os cargos sejam distribuídos de
forma proporcional em relação à quantidade de votos recebidos pelos
concorrentes.
 MAJORITÁRIO: Como citado anteriormente, o candidato deve obter a
maioria dos votos de uma circunscrição eleitoral. Os cargos eleitos pelo
sistema majoritário:

- Presidente e vice da República

- Governador e vice

- Prefeito e vice

- Senadores
Esta maioria de votos pode ser absoluta ou relativa:

 ABSOLUTA: Mais de 50% dos votos válidos (excluindo nulos e brancos).


É utilizado pros cargos de Presidente, Governador, e Prefeitos de
municípios com mais de 200 mil habitantes.

OBS: não é adequado falar 50 + 1

 RELATIVA: É a maioria simples, ou seja, é eleito aquele mais bem votado,


independente se alcançou ou não mais de 50% dos votos. Exemplo:
Candidato A conseguiu 35%, candidato B conseguiu 25% e candidato C
conseguiu 40%. Nesse caso, candidato C seria eleito.

OBS: Para o cargo de Senador adota-se o sistema majoritário, mas é


utilizada a maioria simples. Considera-se eleito aquele candidato mais bem
votado independente de ele tirar ou não mais de 50% dos votos válidos.

 PROPORCIONAL OU DE LISTA ABERTA: São distribuídos aos


partidos políticos os cargos eletivos do Poder Legislativo (Deputados
Federais, Estaduais e Vereadores) salvo os Senadores, com base na votação
obtida. Por esse sistema são definidas as quantidades de vagas de cada
partido político e quais os candidatos eleitos para cada agremiação política.
Votar no candidato significa votar no partido. O número de vagas dependerá
do número de votos obtidos pelo partido. Não são eleitos os mais bem
votados, os cargos são distribuídos entre os partidos proporcionalmente aos
votos válidos obtidos.

Outros sistemas bastante estudados pelos doutrinadores são:

 PROPORCIONAL DE LISTA FECHADA: Muito parecida com o de


lista aberta, porém neste o partido já estabelece no ato do registro da
candidatura a ordem de preferencia dos candidatos (caso ele consiga o
quociente eleitoral). Pode ser que um candidato seja o mais bem votado
porém não consiga uma vaga.
 SISTEMA ELEITORAL DISTRITAL: Determina que o Estado seja
dividido em quantidades iguais a quantidade de vagas cabíveis aquele
Estado. Exemplo: a Paraíba tem 12 vagas para deputado, logo deve ser
dividida em 12 distritos e cada candidato escolhe um dos distritos pelo qual
pretende ser votado, devendo obter a maior votação para ser eleito e será o
legitimo representante do distrito.
 SISTEMA ELEITORAL MISTO: É uma combinação do sistema
proporcional (uma parte das vagas destinadas aos partidos na proporção da
votação obtida) e outra parte das vagas destinam-se ao preenchimento por
meio do sistema distrital.
 SISTEMA ELEITORAL DISTRITÃO: Os candidatos mais votados
dentro da circunscrição são eleitos. Ou seja, se a Paraíba tem 12 vagas na
Câmara Federal, o candidato deve ser um dos 12 mais bem votados dentro
da circunscrição eleitoral.

OBS: A Paraíba só tem 12 vagas pois é proporcional a população. Cada


partido ou coligação poderá registrar candidatos para a Câmara dos
Deputados, Câmara Legislativa, Assembleia Legislativa e Câmaras
municipais no total de ate 150% no numero de lugares a preencher, salvo:

- Nas unidades da federação onde o número de lugares a preencher a


Câmara dos Deputados não excedam a 12, aí cada partido ou coligação
poderá registrar candidatos a Deputados Federais, Estaduais e Distritais no
total de ate 200% das vagas

- Nos municípios de ate 100 mil eleitores, onde cada coligação poderá
registrar candidatos no total de ate 200% do numero de lugares a preencher

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