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Notas de aula --- Parte II

FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS

Escritas pelo Professor Wilson Canesin

Utilizada na disciplina Matemática C para o curso de Ciências Aeronáuticas da Universidade


Braz Cubas
Matemática C –– prof. Wilson C. Canesin da Silva

1- FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS

Em muitas situações práticas, o valor de uma certa quantidade,


depende dos valores de duas outras ou de três outras. Então, é usual
representar estas relações como funções de várias variáveis.
Por exemplo, numa fábrica, uma quantidade chamada de
produção (P), depende do número de homens-hora (L) e do número
de máquinas (K) , usadas para produzir algum produto. A
representação funcional dessa relação é

P = f( L, K)

O mesmo conceito se estende para qualquer número de


variáveis.

1.2 – Funções de duas variáveis


Seja D um subconjunto (região) do espaço R2 (plano) . Chama-
se função f de D toda relação que associa, a cada par (x,y) H D, um
único número real, representado por f(x,y). O conjunto D é o domínio
da função. z
Assim, f(x,y)
D é o domínio da função em R2 ,
f é a função
f(x,y) é o valor da função calculado em (x,y). y
x z
(x,y) D

Exemplos de valores de função de 2 variáveis:


Ex.1- se f(x,y) = x2 + 2y , então f(2,3) = 22 +2.3 = 10
Ex.2- f(x,y) = (3x+y3)1/2 f(1,2) = (3.1+23)1/2 = 3,32

Domínio das funções de duas variáveis


O domínio dessas funções segue as mesmas regras do domínio
de funções de uma variável, ou seja, o domínio é a região D H R2 , tal
que os valores calculados da função,para todo (x,y) H D resultem em
valores finitos e reais para f(x,y).

Ex.1- Achar o domínio da função f(x,y) = y  x


A condição de existência dessa função é y-x t0 (real) , portanto o seu
domínio é D ={ (x,y) H R2 / y - x t 0 }.

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x2
Ex.2 – Ache o domínio da função f(x,y) = , a função é finita
2x  y
quando 2x-yz 0. Assim, domínio D H (xy) é o conjunto de pontos, tais
que, z

D ={ (x,y) H R2 / y z 2x }. y
x z
D

x2
Ex.3 - Ache o domínio da função f(x,y) = , a função é finita
3x  y
quando 3x - y > 0. O domínio é o conjunto de pontos, tais que,

D ={ (x,y) H R2 / 3x - y > 0 }.

1.3 - Gráfico de uma função de 2 variáveis

Já vimos que para as funções de uma variável, o gráfico é no


plano x,y e y=f(x).
Para funções de 2 variáveis o gráfico é em R3 e z = f(x,y). Uma
função de 2 variáveis sempre gera uma superfície no espaço R3.
X Y
Z
A superfície é obtida 0 0
para cada par x,y , 0 1
fixando um valor de 0 2
x e variando y, em 0 3
1 0
seguida fixa um 2o
1 1
valor de x e varia y , 1 2
depois fixa um 3o x e 1 3
Y varia y ,etc., até 2 0
variar x e y em todo 2 1
o domínio. 2 2
X 2 3
3 0
3 1
... ...

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Exemplos de funções de 2 variáveis:


Z
Ex.1 – A função é z = f(x,y) = 5
5

A superfície é um
plano infinito, paralelo Y
a x,y e passando por
z=5 X

Ex.2 - A função é z = f(x,y) = 6 – 2 x + 3 y . Esta função pode ser


escrita na forma 2x – 3y + z = 6 que é a equação de um plano. Para
achar os pontos onde este plano intercepta os eixos, é so fazer :
Z
a) x =0 e y =0 o z = 6
b) x =0 e z = 0 o y = 2 (0,0,6)
c) y =0 e z = 0 o x = 3

Portanto, o gráfico de f no
X (0,2,0)
plano é Ÿ
(3,0,0)
Y

Ex. 4 - A função é
Ex.3 – A função é z = f(x,y) = x2 + y2
z = f(x,y) = 1  x  y
2 2

Z
A superfície é Z
um parabolóide A superfície gerada
de revolução. é uma semi-esfera
de centro na origem.

Y
Y
X
X

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1.4 – Limite e Continuidade de Funções de 2 Variáveis

O limite da função f(x,y), quando (x,y) tende para um valor


(x0,y0), é o número L (se existir) e é representado por
lim f ( x, y ) L
( x, y ) o ( x 0 , y 0 )
Se o limite existir (resultar em um valor finito e real) no ponto (x0 , y0),
dizemos que a função é contínua neste ponto. Caso contrário a
função será descontínua no ponto. O mesmo é válido para um
intervalo, isto é, a função é contínua num intervalo quando o limite
existe em todos seus pontos desse intervalo. Em geral é fácil verificar
a continuidade das funções, por simples inspeção da mesma.
Nas funções abaixo o limite existirá sempre,com exceção nas
restrições.

Ex. 1 f(x,y) = x2 + y2 – xy , é contínua para todo par x,y

Ex.2 f(x,y) = x3y2 –xy + y3 + 6, contínua  x , y

x2  y2
Ex.3 f(x,y) = é contínua  x.y z 1 ou y z 1/x
x y 1
y

x y
Ex. 4 f(x,y) = é contínua se xz y
x y

y
y=x

D
X

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Ex.5 f(x,y) = ln(x-y) é contínua x,y tal que x - y > 0


ou y > x
y
y>x

Ex.6 f(x,y) = 1  x 2  y 2 é contínua se 1-x2-y2 t 0 ,ou x2+y2 d 1

y
O domínio é uma
circunferência de
D centro na origem
x e de raio r d 1

Ex.7 f(x,y) = y  1 / x a função é contínua se y – 1/x t 0 , y t 1/x


Que resulta no gráfico:

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1.5 – Derivadas de Funções de 2 Variáveis

A definição de derivada parcial de uma função de 2 variáveis é a


mesma que a de funções de uma variável. A única diferença aqui é
que , como se tem duas variáveis , uma delas deve ser mantida fixa
enquanto se dá acréscimos para a outra. Assim, seja a função f(x,y) ,
sua derivada em relação a x é

'f f ( x  'x , y )  f ( x , y ) incremento da função

'f f ( x  'x, y )  f ( x , y )
taxa de variação da função
'x 'x

lim 'f w f
'xo0 f x ( x, y ) Derivada parcial em x
'x w x

Analogamente , se mantivermos agora o valor de x constante a


derivada parcial em relação a y é

l i m 'f w f
f y ( x, y ) Derivada parcial em y
'y o 0 'x wy

1.6 – Interpretação geométrica da derivada parcial

Nas funções de uma variável, a derivada mede a inclinação da


reta tangente à curva no ponto dado. Nas funções do tipo f(x,y) de
duas variáveis, a derivada em relação a x, mede a inclinação da reta
tangente à superfície, no ponto dado (x0 ,y0,z0) e numa seção paralela
ao eixo x, com y constante, e numa seção paralela a y e com x
constante.
z
Assim,

tanD = fx(x0,y0) = w f / wx
y0
y tanE = fy(x0,y0) = w f / wy
x0 E
x
D

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TABELA DE DERIVADAS (adaptada p/derivadas parciais)

Número Função f = f(x,y) Derivada fs = wf/ws , s = x,y

1 f=k ( k = constante) fs = 0 (derivada de 1 const.)

2 f= x ou f=y fs = 1 s = x ou y

3 f = un ; u = f(x,y) Ds un = n un-1 us , us=wu/w(x,y)

4 f = n um m us
Ds n u m n
um
nu

5 f = ln u Ds ln u = us
u

6 f = lga u Ds lga u = us
u ln a

7 f = au Ds au = au lna us

8 f = eu D s e u = eu u s

9 f =uv fs = v us + u vs
2
10 f=u/v , us=wu/w(x,y) fs =(v us – u vs ) / v

11 f = senu fs = cosu .us

12 f = cosu fs = -senu .us

13 f = tanu fs = sec2u .us

14 f = secu fs = secu.tanu.us

15 f = cscu fs = -cscu.cotu.us

16 f = cotu fs = -cotu.cscu.us

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1.6.1- A técnica de Derivadas Parciais

A derivada parcial em relação a "x" , considera y como


constante, enquanto que a derivada parcial em relação na "y"
considera x como constante.

fx = w f / w x o y=constante

fy = w f / w y o x=constante

Ex.1- Derivar a função f(x,y) =3 x3y2

fx = w (3x3y2) / w x = 9x2y2 fy = w (3x3y2) / w y = 6x3y

Ex.2 - Derivar a função f(x,y) = x2 + y2

fx = w ( x2 + y2) / w x = 2x fy = w (x2 + y2) / w y = 2y

Ex.3 - Derivar a função f(x,y) =x /( x2 + y2 )

f=u/v , u =x e v = x 2 + y2 fs = [ v us – u vs ]/v2

fx =[(x2 + y2).1 – x. 2x]/( x2 + y2)2 = (y2-x2)/(x2 + y2)2

fy =[(x2 + y2).0 – x. 2y]/( x2 + y2)2 = -2xy/(x2 + y2)2

Ex.4 – Calcular a inclinação da reta tangente à interseção da


superfície z = 4 x2 y -xy3 , com o plano y=2 no ponto (3,2 ,48).
Solução: Para derivar em relação a x, mantém y constante.

wz w w
(4 x 2 y )  (x y3 ) 8 x y  y3
wx wx wx

mas no ponto x=3 e y=2 , tem-se

w f -1
tanD = (3,2) = 40 Ÿ D = tan (40) = 88,57q
wx
Ex. 6 – Calcular a inclinação da tangente à interseção da superfície
z = x3 + y2 +2xy, com plano y = 1 no ponto (1,1,4).

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w f
= 3x2 + 2y
wx
w f -1
tanD = (1,1) = 5 Ÿ D = tan (5) = 78,69q
wx

Ex. 7 – Achar as derivadas parciais da função f(x,y) =( x2 + y3).senx

w f w (u.v) wu wv
= = .v  u. = 2x.senx + ( x2 + y3).cosx
w x wx wx wx
w f w (u.v) wu wv
= = .v  u. = 3y2.senx + ( x2 + y3).0 = 3y2.senx
w y wy wy wy

1.7 – Diferencial total de uma função de 2 ou mais variáveis

A condição para que uma função seja diferenciável é que suas


derivadas parciais existam. Assim, dada a função z = f(x,y) , sua
diferencial total é :
w f w f
dz dx  dy
wx wy
Ex.1 diferenciar a função z = 3x3y2 – 2xy3 +xy –1

w f w f
= 9x2y2 – 2y3 +y e = 6x3y – 6xy2 + x
wx wy
assim, a diferencial da função é

df = (9x2y2 – 2y3 +y ) dx + (6x3y – 6xy2 + x) dy

A função de várias variáveis é diferenciável se suas derivadas parciais


forem contínuas. A diferencial de uma função F(x1,x2,...xn) de n
variáveis é:

wF wF wF
n
wF
dF =
wx1
dx1 +
wx 2
dx2 +......+
wx n
dx n = ¦ wx
i 1
dxi
i

Ex.2-Calcule a diferencial da função F(x,y,z) =2x+3xy-2zy

Fx = 2+3y ; Fy = 3x-2z ; Fz = -2y

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dF = (2+3y) dx +(3x-2z)dy –2ydz

1.8 – Derivada de funções compostas

Seja a função f(x,y) onde por sua vez x = x(t) e y = y(t) . A


derivada desta função em relação a “t” é

d f w f d x w f d y

dt wx dt wy dt

Ex.1 Calcular a derivada da função F(x,y) = x2 + 3y –5 ,


onde x(t) = et e y(t) = t3 .

a) A função pode ser posta em função de t , F(t) = e2t +3t3 – 5

E a derivada dF/dt = 2 e2t + 9t2

b) Calcula-se pelas derivadas parciais

w f w f d x d y
= 2x ; =3; et ; 3t2
wx wy dt dt

Assim
dF
= 2x.et + 3.3t2 = 2 et + 9t2
dt
Se a função tiver mais de 2 variáveis, f(x1,x2,...xn), onde x1(t),
x2(t),...xn(t) , são funções de t, então a sua derivada em relação a “t” é
dada pela regra da cadeia

df n
w f d xi w f d x1 w f d x 2 w f d xn
dt
¦ wx
i 1 dt
= 
w x1 d t w x 2 d t
 ... 
w xn d t

Ex.2– Dada a função f(x,y,z) = 2x+3y-2z , onde x=sent, y=et e z =t2

fx = 2 , fy = 3 , fx = -2 , dx/dt =cost ; dy/dt =et ; dz/dt = 2t

d f
2. cos t  3.e t  4t
dt
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Exercícios propostos: achar as derivadas df/dt

1) f(x,y,z) =x+x2y+3xyz , com x=sent ; y= cost e z= t3


2) f(x,y,z) =ex+y+z , com x=t2 ; y= t3 e z = t-1
3) f(x,y,z) =x2y+3yz2 , com x=1/ t ; y= 1/ t2 e z =1/ t3

1.9 – Derivada de uma função implícita de 2 ou mais variáveis

Uma função está na forma implícita, quando não está resolvida


para uma variável específica. As funções resolvidas para uma variável
são chamadas de explícitas. Exemplo, y = f(x), z = f(x,y) . Na forma
implícita seria f(x,y)=0, f(x,y,z) =0, etc.
A derivada de uma função implícita do tipo f(x,y)=0, em relação a
x é
wf dx wf dy wf wf dy
 0 o  0
wx dx wy dx wx wy dx

w f
ou, dy w x f
  x

dx w f f y
w y

Ex.1 – Derivar a função f(x,y) = 2x2 + 5y3 + 2 =0 usado, diretamente a


fórmula acima,

wf
dy 4x
 wx 
dx wf 15 y 2
wy

Ex.2 – Derivar a função f(x,y) = 4y2 – 6xy = 0

wf
dy 6y
 wx
dx wf 8 y  6x
wy

Para mais de 2 variáveis, F(x,y,z) = 0 . Fazendo u = f (x,y,z) e


diferenciando, e após algumas considerações teremos

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wz w f wx fx wz w f wy fy
  e  
wx w f wz fz wy w f wz fz

Ex.3 - Achar as derivadas w z w x e w z w y , da função x2+y3- z=0.


Solução;

wz w f w x  2x
 = 2x
wx w f wz 1
wz w f w y  3x 2
 = 3y2
wy w f wz 1

Exercícios propostos: Derivar as funções implícitas e achar w z w x e


w z w y , nas expressões abaixo

1) 2 x3- 4 y2 – 6 z = 0

2) x2 + xy2 + xyz3 –3 =0

1.10 – Derivadas parciais de segunda ordem

Se f é uma função de duas variáveis x e y, suas derivadas


parciais são fx =wf /wx e fy = wf /wy . Se derivarmos essas derivadas
mais uma vez, obteremos as derivadas parciais de segunda ordem,
que são representadas por

w2 f w2 f w2 f w2 f
f xx , f xy , f yx , f yy
w x2 w x wy w y wx w y wx

Quando a função e suas derivadas são contínuas, as derivadas


cruzadas são iguais , ou seja fxy = fyx .

Ex.1 – Calcular as derivadas de f(x,y) = 4x2 +3y2 – 6xy

fx =wf /wx = 8x – 6y e fy = wf /wy = 6y – 6x

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w2 f w2 f
f xx =8 ; ; f yx = -6
w x2 w y wx
w2 f w2 f
f xy = -6 ; f yy = -6
w x wy w y wx

EX.2 - Calcular as derivadas de f(x,y) = e2x+5y

fx =wf /wx = 2e2x+5y fy = wf /wy = 5e2x+5y

w2 f w2 f
f xx = 4e2x+5y ; f yx = 10e2x+5y
wx 2
w y wx

w2 f w2 f
f xy = 10e2x+5y ; f yy = 25e2x+5y
w x wy w y wx

Note que fxy = fyx

EX.3 - Calcular as derivadas de f(x,y) = ln(x2+y2)

2x 2y U
fx =wf /wx = ; fy = wf /wy =
x  y2
2
x  y2
2
V

w2 f V . U x  U . Vx 2( y 2  x 2 ) w2 f  4 xy
f xx = = ; f yx = 2 2 2
wx 2
V2 (x2  y 2 )2 w y wx (x  y )

w2 f V . U y  U . Vy  4 xy w2 f 2( x 2  y 2 )
f xy = = 2 2 2 ; f yy =
w x wy V 2
(x  y ) w y wx (x2  y 2 )2

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1.11 – Derivadas Parciais de Funções de Várias Variáveis

As derivadas parciais têm a mesma definição já vista para 2 variáveis


e são representadas da mesma forma.
Exemplos:

1) f(x,y,z) = x2 + y3 +z2x

fx = 2x+z2 ; fy = 3y2 ; fz = 2zx

2) f(x,y,z,t) = ln( 2x + 3y - z2 + t2 )
2 3
fx = ; fy =
2x  3y  z 2  t 2 2x  3 y  z 2  t 2
 2z 2t
fz = ; ft =
2x  3y  z 2  t 2 2x  3y  z 2  t 2

Exercícios propostos - Derivar as funções:


1) f(x,y,z) = 3x+5y-6z
2) f(x,y,z) = 2xy+2xz+3yz
x y
3) f(x,y,z) =
xz
4) f(x,y,z) = xyz
5) f(x,y,z) = (x2+2y-3z)3
6) f(x,y,z,t) = 2x-3zt
7) f(x,y,z,t) =ln(3x2+5y2-zt3)

1.12 – Derivadas de Ordem Superior

Seja a função f de n variáveis x,y,z,...r,s,t . As suas derivadas de


ordem superior são calculadas a partir de suas primeiras derivadas.
fx ,fy,...fr,fs,ft , ou seja fxx ,fxy,...fxt ; fyx,fyy,...,fys,fyt , etc.

Ex.1 – f(x,y,z) = x2 + 4xy2 – 3y2z3

fx = 2x + 4y2 ; fxx =2 ; fxy = 8y ; fxz = 0

fy = 8xy – 6yz3 ; fyx = 8y ; fyy= 8x – 6 z3 ; fyz =-18yz2

fz = -9y2z2 ; fzx = 0 ; fzy = -18yz2 ; fzz = -18y2 z

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Ex.2 – Calcule as derivadas de ordem superior da função :


f(x,y,z) = ln(xy2z3) .Lembrando que Ds lnu = us /u e Dsun =unn-1us
w 1
fx = y2z3 / xy2z3 =1/x ; fxx = -2
( x ) = -1.x = -1/x
2
wx
fxy = 0 ; fxz = 0

w
fy = 2xyz3/xy2z3 = 2 / y ; fyx = 0 ; fyy = -2
(2 y 1 ) = -2y = -2 / y
2
wy
w
fyz = (2 y 1 ) = 0
wz

fz = 3xy2z2 / xy2z3 = 3 / z ; fzx = 0 ; fzy = 0 ; fzz = -3 /z2

EXERCÍCIOS -Derivar as funções a seguir (c/respostas)

1) f(x,y,z)=2xy+3xz+4yz Resp. fx =2y+3z , fy = 2x+4z , fz=3x+4y


fxx=0 ; fxy=2 ; fxz=3
fyx=2 ; fyy=0 ; fyz=4
fzx=3 ; fzy=4 ; fzz = 0

x y
2) f(x,y,z) = ; fx= 1/(y-z) ; fy=-(z+x)/(y-z)2 ; fz=(x+y)/(y-z)2
yz
fxx=0 ; fxy=-1/(y-z)2 ; fxz=1/(y-z)2 ;fyx=-1/(y-z)2 ; fyy=2(z+x)/(y-z)3 ;
fyz=(2x+y-z)/(y-z)3; fzx=1/((y-z)2 ; fzy = fyz ; fzz =2(x+y)/(y-z)3

3) f(x,y,z)=(x+2y+3z)3 ;fx=3(x+2y+3z)2 ; fy=6(x+2y+3z)2 ;fz=3(x+2y+3z)2

;fxx= 6(x+2y+3z) ; fxy= 12(x+2y+3z) ; fxz= 18(x+2y+3z) fyx= 12(x+2y+3z)

;fyy=24(x+2y+3z) ; fyz= 36(x+2y+3z) ; fzx= 6(x+2y+3z) ; fzy= 12(x+2y+3z)

; fzz= 18(x+2y+3z) .
4) f(x,y,z)= xyz =(xyz)1/2 ; fx=(1/2).yz(xyz)-1/2 ; fy=(1/2).xz(xyz)-1/2

fz =(1/2).yx(xyz)-1/2 ; fxx=(-1/4)(yz)2(xyz)-1/2 ;

fxy= (1/2)z(xyz)-1/2-(1/4)(yz)2(xyz)-1/2; fxz=(1/2)y(xyz)-1/2-(1/4)(yz)2(xyz)-1/2 ;

fyx=(1/2)z(xyz)-1/2-(1/4)(xz)2(xyz)-1/2 ;fyz= (1/2)x(xyz)-1/2-(1/4)(xz)2(xyz)-1/2 ;

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fzx=(1/2)y(xyz)-1/2-(1/4)(yx)2(xyz)-1/2;fzy= (1/2)x(xyz)-1/2-(1/4)(yx)2(xyz)-1/2 ;

fzz=(1/2)(yx)2(xyz)-1/2 .

5) f(x,y,z,t) = ln(2x2+y2-zt2) ; fx=4x/(2x2+y2-zt2) ; fy=2y/(2x2+y2-zt2)

fz= -t2 /(2x2+y2-zt2) ; ft=-2zt/(2x2+y2-zt2) ;fxx=4(y2-zt2)/( (2x2+y2-zt2)2;

fxy=-8xy/( (2x2+y2-zt2)2 ; fxz=4xt2/( (2x2+y2-zt2)2 ; fyx=-8xy/(2x2+y2-zt2)2;

fyy=(4x2-2y2-2zt2)/(2x2+y2-zt2)2 ; fyz=2yt2/(2x2+y2-zt2)2;

fzx=4xt2/( (2x2+y2-zt2)2 ; fzy= 2yt2/(2x2+y2-zt2)2 ; fzz=-t4/(2x2+y2-zt2)2

6) f(x,y,z) = sen(x2+xy+yz2) ; fx = -(2x+y)cos(x2+xy+yz2) ;

fy=-(x+z2)cos(x2+xy+yz2) ; fz=-2yzcos(x2+xy+yz2);

fxx = -2.cos(x2+xy+yz2)+(2x+y)2sen(x2+xy+yz2)
fxy = -cos(x2+xy+yz2)+(2x+y)(x+z2)sen(x2+xy+yz2)
fxz = 2yz(2x+y)sen(x2+xy+yz2) ; fyy= (x+z2)2sen(x2+xy+yz2)
fyx = fxy ; fyz = -2zcos(x2+xy+yz2)+2yz(x+z2)sen(x2+xy+yz2) ;
fzx=fxz ; fzy =fyz ; fzz =-2ycos(x2+xy+yz2)+(2yz)2sen(x2+xy+yz2)
2
x  y2  z3 x2  y2  z3 x2  y2  z3 x2  y2  z3
7) f(x,y,z) = e ; fx=2x e ; fy=2y e ; fz=3z2 e

x2  y2  z3 x2  y2  z3 x2  y2  z3 x2  y2  z3
fxx=2 e +4x2 e ; fxy=4xy e ; fxz=6xz2 e
x2  y2  z3 x2  y2  z3 x2  y2  z3
fyx=fxy ; fyy=2 e + 4y2 e ; fyz= 6yz2 e
x2  y2  z3 x2  y2  z3
fzx=fxz ; fzy=fyz ; fzz = 6z e +9z4 e

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1.13 – Máximos e mínimos para funções de duas variáveis

Uma importante aplicação do estudo de derivadas parciais, é a


da otimização de funções. Otimizar uma função, significa encontrar
seu desempenho máximo ou mínimo. Como para as funções de uma
variável, quando as derivadas primeiras forem nulas, teremos pontos
extremos que podem ser máximos ou mínimos. Para saber de que tipo
são esses pontos, teremos de utilizar o determinante Hessiano
calculado no ponto (x0,y0 ), que é definido a seguir.

f xx f xy
H(x0,y0 ) = f f yy
yx ( x0 , y 0 )

Assim ,

Se as derivadas fx e fy forem nulas, o ponto(x0,y0) é um extremo, e

a) H(x0,y0 )>0 e fxx(x0,y0)+ fyy(x0,y0) <0 então (x0,y0) é um máximo.

b) H(x0,y0 )>0 e fxx(x0,y0)+ fyy(x0,y0) >0 então (x0,y0) é um mínimo.

c) H(x0,y0 )<0 então (x0,y0) é um ponto de sela.

d) H(x0,y0 )= 0 o teste é inconclusivo.

Q
Os pontos P e Q são pontos
P de máximo, porque qualquer
S deslocamento em sua vizinhança,
F(x,y) irá descer.
T O ponto S é uma sela porque nos
sentidos SP e SQ sobe, mas no
sentido SL ou ST desce.

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Ex.1 Para o projeto de uma calha, tem-se uma folha metálica de 12cm
de largura, a qual deseja-se dobrar de forma a se ter uma capacidade
máxima.
x senT y cosT

x x
T

12-2x

A área da seção da calha é a área do retângulo, mais a área dos dois


triângulos.

A = f = (1/2).xcosT.xsenT. 2 + x senT.(12-2x) (a)

f(x, T) = x2 cosTsenT + 12xsenT -2x2senT

Estudar os extremos (máximos e mínimos) da função.


fx = (w f / wx) = 2xsenTcosT + 12senT - 4xsenT=0
sen2T = 2senTcosT
=2 cos2T - 1
2xcosT = 4x – 12 ou cosT = 2-6/x
cos2T =cos2T - sen2T
= 2cos2T -1
fT = (w f / wT ) = x2 cos2T + 12xcosT - 2x2 cosT=0

= x ( 2cos2T - 2cosT-1)+12cosT

substituindo o valor cosT = 2 – 6/x na 2a equação e


resolvendo, encontra-se x = 4 que resulta cosT =2-6/4=1/2

cosT = ½ o T = 60o

O resultado é tão razoável, que omitimos o teste das 2as derivadas,


também pó causa do trabalho que estas dariam. Mas para ter certeza
podemos calcular a área (a) para valores de x e T abaixo e acima
destes e confirmaremos se a capacidade é ou não máxima.

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0 1 2
193 4 6 3.336
194 4 12 6.58
195 4 18 9.647
196 4 24 12.453
197 4 30 14.928
20 198 4 36 17.013
15 199 4 42 18.662
XYZ
10
0
200 4 48 19.846
máximo
5 5 201 4 54 20.553
10
0
0 15 202 4 60 20.785
5
25 10
50 15 20
75 20
100 203 4 66 20.562
204 4 72 19.919
X  Y Z 205 4 78 18.904
Ponto de máximo: (x,y) = ( 4, 60 )
206 4 84 17.576
207 4 90 16

Ex.2 – Achar os extremos da função

f(x,y) = sen[0,0225(x2+y2) –0,45(x+y) + 4,5].


Calculando as primeiras derivadas , tem-se:
fx = cos[0,0225(x2+y2) –0,45(x+y)+4,5].(0,045 x – 0,45) = 0

fy = cos[0,0225(x2+y2) –0,45(x+y)+4,5].(0,045 y – 0,45) = 0


Como o cos(...) é diferente de zero(para não dar uma solução nula)
então quem deve ser zero são : 0,045 x – 0,45 = 0 , e 0,045 y – 0,45 =
0 , que resulta x = 10 e y =10 .
Para verificar se o ponto é de máximo ou de mínimo calcula-se as
segundas derivadas.

fxx = - sen(...).(0,045. x - 0,45)2 + cos( ). 0,045


fyy = - sen(...).(0,045. x - 0,45)2 + cos( ). 0,045

Então, calculando-se essas derivadas no ponto x = y =10, tem-se:


fxx + fyy > 0 que corresponde a um ponto de mínimo da função.

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Substituindo os valores x = y = 10 na função f(x,y) vemos que vai dar


zero, e portanto a função tem um mínimo nesse ponto. Isso é
confirmado pelo gráfico tridimensional da função.

Note que nos pontos x =10 e y


=10, a função tem um de seus
mínimos.
0.5

0
0
0.5 5
10
15
0 5 10 15

M
Gráfico 3D da função seno

Ex.3 – Achar os extremos da função, com os mesmos valores do


exemplo 2, para uma exponencial.
2 2
f(x,y) = e 0,0225( x  y )0 , 45( x  y ) 4 , 5
= ef(x,y)
2 2
fx = [-0,045 x + 0,45] . e0,0225( x  y )0 , 45( x y ) 4 , 5

2 2
fy = [-0,045 y + 0,45] . e0,0225( x  y )0 , 45 ( x y ) 4 , 5

fxx = [-0,045 x+ 0,45]2. ef(x,y) + 0,045 . ef(x,y)


fxx = [-0,045 y + 0,45]2. ef(x,y) + 0,045 . ef(x,y)
No ponto x=y=10, tem-se:

fxx + fyy < 0


que corresponde a um ponto de máximo, conforme pode ser
verificado no gráfico da função.

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1
0.8
0.6
0.4
0
0.2
10
0 20
10
20

M
Gráfico 3D da função exponencial

Ex.4 – A temperatura T (qC) em cada ponto de um painel plano é


dada pela equação T=16x2 +24x +40y2 . Encontre a temperatura nos
pontos mais quentes e mais frios da região.

fx = (w f / wx) =32x +24 ; fy = (w f / wy) = 80y

Os pontos extremos são calculados para fx =0 e fy =0 , resultando

x= -3 / 4 = - 0,75 e y =0 .

f xx f xy 32 0
H(x0,y0 ) = f =
yx f yy
( x0 , y 0 )
0 80 ( 3 / 4, 0) > 0

H(x0,y0 ) > 0 , fxx + fyy > 0 é um ponto de mínimo.

O ponto de mínimo é (x,y) = (-3/4 , 0 ), e em qualquer outro


ponto na vizinhança dele, a temperatura já será maior, conforme
mostra o gráfico da superfície.

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0 1 2
8 -1 1.2 49.6
9 -1 1.6 94.4
10 -1 2 152
11 -0.8 -2 151.04
12 -0.8 -1.6 93.44
13 -0.8 -1.2 48.64
100
14 -0.8 -0.8 16.64 mínimo
XYZ
15 -0.8 -0.4 -2.56
0
20 0 16 -0.8 0 -8.96
15 5
10 10 17 -0.8 0.4 -2.56
5 15
0 20 18 -0.8 0.8 16.64
Escala em y =y-10 Escala em x = x-10 19 -0.8 1.2 48.64
X  Y Z 20 -0.8 1.6 93.44
Ponto de mínimo: (x,y) =(-0,75 , 0)
21 -0.8 2 151.04
22 -0.6 -2 151.36

Ex.5 – Achar os pontos críticos da função f(x,y) =x2 + y2 –2x .

Os pontos críticos de f(x,y) , são a solução do sistema:

fx = 2x –2 = 0 , ou x=1

fy = 2y =0 , ou y=0 , o ponto é (x,y) =(1,0)

Por outro lado,

fxx(1,0) = 2 , fxy(1,0) = 0 , fyx(1,0)= 0 e fyy(1,0) = 2

f xx f xy 2 0
H(1,0) = = = 4 >0
f yx f yy 0 2

fxx(1,0) + fyy(1,0) >0 , o ponto é um mínimo de f(x,y).

1.14 – Máximos e mínimos (locais) de funções de várias variáveis

Seja f uma função de n variáveis x1,x2,...xn , diz-se que um ponto


P0(x10,x20,...xn0) é um ponto de máximo local de f(x1,x2,...xn), quando
f(x10,x20,...xn0) > f(x1,x2,...xn) , para qualquer ponto P(x1,x2,...xn) vizinho
de P0(x10,x20,...xn0).

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Da mesma forma, P0(x10,x20,...xn0) é um ponto de mínimo local


de f, se f(x10,x20,...xn0) < f(x1,x2,...xn) para qualquer ponto P(x1,x2,...xn)
vizinho de P0(x10,x20,...xn0).

O ponto P0 é encontrado, pela solução das equações:

fx1 =0 , fx2=0 , ......., fxn = 0 (tangentes à superfície no ponto)

O determinante Hessiano calculado no ponto P0 , de máximo ou


de mínimo, para o caso de n variáveis é dado por:

f x1x1 ( P0 ) f x1 x2 ( P0 ) .... f x1xn ( P0 )


f x2 x1 ( P0 ) f x2 x2 ( P0 ) .... f x1xn ( P0 )
H(P0) =
.... .... .... ....
f xn x1 ( P0 ) f xn x1 ( P0 ) .... f xn xn ( P0 )

Além disso é necessário calcular os n determinantes

'0 =1

'1 = f x x ( P0 )
1 1

f x1x1 ( P0 ) f x1x2 ( P0 )
'2 =
f x2 x1 ( P0 ) f x2 x2 ( P0 )

f x1x1 ( P0 ) f x1x2 ( P0 ) f x1x3 ( P0 )


'3 = f x2 x1 ( P0 ) f x2 x2 ( P0 ) f x2 xx3 ( P0 )
f x3 x1 ( P0 ) f x3 x2 ( P0 ) f x3 x3 ( P0 )

..................................................................

f x1x1 ( P0 ) f x1x2 ( P0 ) .... f x1xn ( P0 )


f x2 x1 ( P0 ) f x2 x2 ( P0 ) .... f x1xn ( P0 )
'n = .... .... .... ....
f xn x1 ( P0 ) f xn x1 ( P0 ) .... f xn xn ( P0 )

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Então, se:

a) '0, '1, '2,...,'n forem todos positivos, P0 é um ponto de


mínimo de f .

b) '0, '1, '2,...,'n são alternadamente positivos e negativos, P0 é


um ponto de máximo de f.

Ex.1 – Achar os pontos críticos da função f(x,y,z) = x2 + y2 + z2 e


verificar se são de máximos ou de mínimos.
fx = 2x = 0 ox =0
fy = 2y = 0 oy =0 o P0(0,0,0) ,que é o único ponto crítico
fz = 2z =0 o z =0

fxx = 2 , fxy = 0 , fxz = 0


fyx = 0 , fyy = 2 , fyz = 0
fzx = 0 , fzy = 0 , fzz = 2

2 0 0
H(0,0,0) = 0 2 0 = 8
0 0 2
2 0 0
2 0
'0=1 ; '1= 2 = 2 ; '2 = =4; '3 = 0 2 0 =8
0 2
0 0 2

todos positivos , logo, o ponto P0 (0,0,0) é um ponto de mínimo de f.

Ex.2 – Estudar a função f(x,y,z) =-x2 - y2 - z2 +4y+2z-5 .

Os pontos críticos da função são:

fx = -2x = 0 ox =0
fy = -2y+4 = 0 oy =2 o P0(0,2,1) ,que é o único ponto crítico
fz = -2z=2 =0 o z =1

fxx = -2 , fxy = 0 , fxz = 0


fyx = 0 , fyy = -2 , fyz = 0
fUniversidade
zx = 0 , Brazfzy Cubas
= 0 ––, Bacharelado
fzz = - em2 Tecnologia em Ciências Aeronáutica 41
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2 0 0
H(0,2,1) = 0 2 0 =-8
0 0 2
2 0 0
2 0
'0=1 ; '1=  2 = -2 ; '2 = =4; '3 = 0 2 0 =-8
0 2
0 0 2

Os sinais dos '(s) são alternados, logo o ponto P0(0,2,1) é um ponto


de máximo da função f.

Ex.3 – Estudar os extremos da função:

f(x,y) = x3 / 3 + 2y3 / 3 – 3x2+ 10y2 + 8x + 42y + 2


fx = x2 – 6x +8 = 0 o x1=4 e x2 =2
2
fy = 2y – 20y + 42 = 0 o y1=7 e y2=3

fxx =2x-6 , fxy =0 ,


fyx = 0 , fyy = 4y - 20 .
o existem pontos que podem ser críticos, ou seja

P1(4,7) ; P2 (4,3) ; P3(2,7) e P4(2,3)

2x  6 0
O Hessiano calculado nestes pontos é H(x,y) =
0 4 y  20

2 0 2 0
H(4,7) = >0 e '0=1 ; '1= 2 = 2 ; '2 = =4;
0 8 0 8

O ponto é de mínimo.

2 0
H(4,3) = <0 (sela)
0 8

2 0
H(2,7) = < 0 (sela)
0 8
2 0 2 0
H(2,3) = >0 e '0=1 ; '1=  2 = -2 ; '2 = = 16
0 8 0 8

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O ponto é de máximo.

Exercícios propostos:

1 - Achar os extremos da função f(x,y)=2x2 +3y2 - x3 /3 – y3/3 +1


Resp. P1(0,0) é mínimo e P4(4,6) é máximo e
P2(0,6) e P3(4,0) são selas.

2 - Achar os extremos da função f(x,y)=senx + sen(y+S/2)


Resp. P1(S/2,0) é máximo.

3- Achar os extremos da função f(x,y)= x3/3 + y4/4 - 25x + 27y + 1


Resp. P1(5,-3) é mínimo.

4- Achar os extremos da função f(x,y)= -x3/3 -y3/3 -2x2-3y2+4x+8y+1


Resp. P1(2,4) e P2(2,2) são de máximo.

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1.15 – Operadores especiais da física


1.15.1 - Gradiente
Define-se o gradiente de uma função escalar f(x,y,z), e
representa-se por grad f ou ’f, a expressão:

wf ˆ wf ˆ wf ˆ
grad f = ’f = i + j + k
wx wy wz

O gradiente é um vetor e i , j , k são os vetores unitários.

1.15.2 - Divergência &


Denomina-se divergência de um vetor V V x iˆ  V y ˆj  V z kˆ , e
representa-se por div V ou ’. V , a expressão

w Vx w V y w Vz
div V = ’. V = + +
wx wy wz

Uma aplicação de divergência é em aerodinâmica, no escoamento de


um fluido, onde V = U v , ou seja, o produto da densidade pela
velocidade então div (U v) representa o escoamento por unidade de
volume num ponto do fluido.

1.15.3 - Rotacional
O rotacional do vetor V, representado por rot V, ou ’uV é
definido por
ª iˆ ˆj kˆ º
« w w w »
rot V = ’uV = « »
«w x wy w z»
«¬ V x Vy V z »¼

§ w Vz w V y · ˆ § w Vx w Vz · ˆ § w V y w Vx ·ˆ
= ¨¨  ¸¸ i + ¨¨  ¸¸ j + ¨¨  ¸¸ k
© wy wz ¹ © wz wx ¹ © wx wy ¹

O rotacional em mecânica dos fluidos, mede a velocidade de rotação


(:) do fluido ou vorticidade do fluido num ponto dado, da forma

: = (1/2). rot (U v)

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1.16 – Integrais múltiplas


As integrais múltiplas podem ser definidas ou indefinidas, ou
podem ser mistas. Porém, seguem as mesmas regras das integrais
simples e por isso relembremos aqui as principais fórmulas de
integração simples:

u n 1 ³ csu du = ln «cscu - cotu« + C


³
n
u dx = +C , onde u =f(x) e
n 1
nz 1 ³ cotu du = ln «senu « + C
du
³u ln u + C
³ sec u du
2
= tanu + C

³ eudu = eu + C ³ csc u du
2
= - cotu + C

³ audu = au / lna + C ³ secu tanu du = secu + C

³ cosu du = senu + C
³ cscu cotu du = -cscu + C

³ senu du = -cosu + C
³ sen
2
u du = [2u - sen2u] / 4 + C

³ tanu du = -ln_cosu « + C
³ cos
2
u du = [2u + sen2u] / 4 + C

³ secu du = ln «secu + tanu « + C

A integral múltipla mais simples é a integral dupla para calcular a


área de uma figura plana.
y A área infinitesimal dA = dx. dy
f(x) é obtida integrando de x1 até x2
dA
x2

³ >y @
x2 f ( x)
³ ³
f ( x)
A dx.dy 0 dx
dy x1 0
x1
dx x2
A ³
x1
f ( x )dx

x1 x2 x

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Ex.1 Achar a área sob a função y= -2x2 + 18 , de x=0 até x=3.

 2x3
> @30
x2 f ( x) x2 3
A = ³x ³ dx.dy = ³ f ( x )dx = ³ ( 2 x 2  18) dx =  18 x
1 0 x1 0 3

A = - 18 + 54 = 46 (unid2)

Outros exemplos de integrais são:

x2
Ex. 2 Calcular a integral múltipla mista (definida e indefinida) ³ ³ xydxdy
x

Solução:

x2 x2 ª x4 x2 º
³³ xydxdy = x.ª« y º» dx = ³ x.«¬ 2  2 »¼dx =
2
x6 x4
x
³ ¬2¼ 
12 8
c
x

x
Ex.3 Calcular a integral múltipla mista ³ ³ sen( x  y)dxdy
o
x

³ ³ sen( x  y)dxdy = ³ > cos( x  y )@0x dx = - ³ [cos( 2 x)  cos x]dx =


o

1
=  sen( 2 x)  sen x  c
2

As integrais múltiplas são muito usadas para calcular integrais de


volume de sólidos, conforme mostra a figura

z O volume do sólido pode ser calculado por uma integral


tripla, do tipo:

a b c
dz V ³ ³ ³ dxdydz
y 0 0 0
dx
dy

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1.16.1- Volume de sólidos de revolução


Um sólido de revolução se forma girando uma figura plana em
torno de uma reta fixa.
Girando o gráfico de uma função f(x) em tono do eixo x, tem-se:

r = f(x)
y
y = f(x) dV = Sr2 dx

dV = S[f(x)]2 dx
b
V S ³ [ f ( x)]2 dx
a

a b x

Figura plana girando em x Cálculo do elemento de volume

Ex1: Usando o método do disco circular, calcule o volume do sólido


gerado pela revolução da região sob a função y = f(x) = x3, no intervalo
[1,2].
(2,8)
y (2,8)

(1,1)
r
y = x3
x
(1,1)
R

1 2 x

2 2 2 x7 2 127 3
V = S ³ [f ( x )]2 dx S ³ [ x 3 ]2 dx S ³ x 6 dx S = S (unid)
1 1 1 7 1 7

Ex2: Achar o volume gerado pela função f(x) = a 2  x 2 em [-a, a]

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y= a2  x2 = r

-a a x

Semi-círculo em rotação Sólido (esfera) gerado pela rotação


do semi-círculo

a a 2 ª x3 º a
V = S ³ [f ( x )]2 dx S ³ [ a 2  x 2 ]2 dx S ³ [a 2  x 2 ]dx S«a 2 x  »
a a 1 «¬ 3 »¼  a

­°ª a 3 º ª 3 a 3 º ½° ­° 3 a 3 a3 ½° ­° 3 2a 3 ½°
= S ® «a 3  »  « a  » ¾ = S ® a   a3  ¾ = S ® 2a  ¾
°̄¬« 3 ¼» ¬« 3 ¼» ° °̄ 3 3 °¿ °̄ 3 °¿
¿

= 2Sa3 ­®1  ½¾ = Sa3


1 4
que é o volume da esfera gerada.
¯ 3¿ 3

Ex3: Calcule o volume gerado pela parábola y = x2 girando em torno


do eixo de y, no intervalo [0,4].
y y
4
y = x2
x=
y

0 x x

Sólido gerado pela parábola


Seção plana parábola de revolução
girando em y

b b 4 4 Sy 2 4
V = S ³ r 2 dy S ³ [g( y)]2 dy S ³ [ y ]2 dy S ³ ydy = 8S = 25,13 unid3.
a a 0 0 2 0

Universidade Braz Cubas –– Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 48


Matemática C –– prof. Wilson C. Canesin da Silva

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1) Calcule o gradiente da função )(x,y,z)= x2+2xy+z3
Resp. grad) = (2x+2y)i + 2xj + 3z2 k

2) Dada a função vetorial V = 2x3 i+3xyz2 j+4(x2+y3) k , calcule a


sua divergência.

Resp. div V = 6x2 + 3xz2

3) Calcule o rotacional do vetor V = x2 i + 2xy j + 5yz2 k

Resp. rot V = 5z2 i + 2y k

x
4) Calcular a integral ³ ³ ( x  y)dxdy Resp. x3 / 2 = C
0

a b
5) ³ ³ xydxdy Resp. a2b2 / 4
0 0

6) Integrar as expressões do centróide de uma figura plana,


transformando integral dupla em integral simples. As expressões em
x2 f ( x ) x2 f ( x )

integral dupla são: xc = (1/A) ³ ³ x dxdy


x1 g ( x )
e yc = (1/A) ³ ³ y dxdy
x1 g ( x )

x2 x2

Resp. xc =(1/A). ³ [ f ( x)  g ( x)]x.dx e yc =(1/2A). ³ [ f 2 ( x)  g 2 ( x)]dx


x1 x1

7) Calcular o volume gerado pela hipérbole y =1/x , girando em x e de


0,5 até 3
3 3
1 2 3
Resp . V = S ³ [ f ( x)] dx S ³ [ 2
] dx 8,34 unid
0,5 0,5
x

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