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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA


INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA CATARINENSE

PLANO DE ENSINO

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:

CURSO: Bacharelado em Ciência da Computação


MODALIDADE: Educação presencial CÓDIGO: SUP-CDC-06-TECSO
COMPONENTE CURRICULAR: Tecnologia e Sociedade
CARGA HORÁRIA (HS): 30 NÚMERO DE AULAS: 40
ANO/SEMESTRE LETIVO: 2017/02 TURMA: 2015/1
PROFESSOR: Sergio Fernando Maciel Corrêa
CONTATO DO PROFESSOR: sergio.correa@ifc-videira.edu.br

2. EMENTA DA DISCIPLINA:

Racionalização, ciência e tecnologia na sociedade moderna. Inovação tecnológica e desenvolvimento


econômico. Tecnologia, trabalho e organização produtiva. Tecnologia como controle social. Compressão do
tempo e do espaço. Os efeitos da tecnologia sobre a sociabilidade, as condições de trabalho e os arranjos
institucionais. Tecnologia, individualização e competência. Mundialização e tecnologia. Relações Étnico-
Raciais . Lixo eletrônico.

3. OBJETIVOS DA DISCIPLINA:

3.1. GERAL:
Estudar e debater os efeitos dos dispositivos de vigilância tecnológica e controle social sobre a cidadania,
sendo os direitos humanos o critério ético que permite julgar a pertinência ou a ilegitimidade dos dispositivos
técnicos.

3.2. ESPECÍFICOS:

 Estudar os dispositivos de vigilância e controle que as atuais sociedades implementam na lógica do


Estado de direito.

 Analisar os paradoxos, para a cidadania, dos dispositivos que, ao vigiar intensamente, oferecem
segurança, mas também operam como controladores e normatizadores dos comportamentos.

 Mostrar, criticamente, os desdobramentos da vigilância e controle social que oferecem segurança,


sobre a liberdade e autonomia dos sujeitos.

4. JUSTIFICATIVA DO COMPONENTE CURRICULAR:

As sociedades contemporâneas têm trazido a público e quem sabe supervalorizado o problema da


segurança e a sensação de insegurança. Com certa facilidade, problemas específicos como violência social,
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pandemias, crises econômicas, avalanches de refugiados, crises ecológicas etc. intensificam-se a ponto de
se tornarem ameaças quase permanente que se disseminam e inquietam e tornam difusa a vida humana.
Nesse contexto, identifica-se uma propensão tecnológica a exagerar o medo com objetivo de
instrumentalizá-lo na forma de tecnologia política para gestão das populações. Pessoas amedrontadas são
mais facilmente conduzidas e governadas, já que, abdicando de sua autonomia, aceitam ser protegidas
através de dispositivos de controle e vigilância social que, supostamente, oferecem mais segurança ante
potenciais ameaças.
Por outro lado, acompanhamos a um apressado desenvolvimento de novas tecnologias que têm
propiciado a criação e distribuição de uma gama de dispositivos e técnicas de vigilância e controle social
cada vez mais sofisticados. São estas novas tecnologias que possibilitam, por exemplo, uma ampliação da
comunicação e da informação, também suscitam o surgimento de novos recursos de vigilância e controle do
comportamento das pessoas. É verificável um incremento exponencial destes dispositivos de controle social
nos diversos âmbitos da vida humana: no trabalho, no trânsito, no telefone, no computador, na rua, no
hospital, no mercado, no aeroporto etc. Todos os espaços públicos e privados estão atravessados, cada vez
mais, por dispositivos de vigilância e controle.
Este arranjo de sociedades que incentivam o medo como tecnologia política de controle social,
combinado comas as novas e sofisticadas possibilidades tecnológicas de vigilância e controle da vida,
rabiscam um horizonte problemático em que direitos humanos fundamentais ficam em alijados em nome da
segurança. Como contraponto, os direitos humanos são um discurso que possibilita criarmos um
pensamento crítico a partir do qual analisamos a pertinência ou não de determinadas tecnologias de
vigilância e controle social.
Pois bem, é neste contexto que uma disciplina que se propõe a refletir sobre tecnologia e sociedade
se insere no curso superior em Ciência da Computação. A exposição didático-pedagógica a este tipo de
problematização oferece condições de possibilidade ao processo formativo dos acadêmicos por envolver
uma gama de aspectos essenciais para o desenvolvimento do pleno exercício da cidadania e das atividades
profissionais. Nesse sentido, o exercício constante do pensamento crítico presente na disciplina Tecnologia
e Sociedade se faz importante para a contribuição da formação de uma consciência problematizadora, pois
é da natureza de tal exercício a reflexão radical (crítica), rigorosa e de conjunto, sobre as questões que
envolvem o ser humano e sua relação com o mundo e com os outros.

5. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: (Temas Transversais)

5.1 UNIDADADE I - TECNOLOGIA NA SOCIEDADE MODERNA.


5.1.1 Contextualização e Histórico da relação Ciência, Tecnologia e Sociedade.
5.1.2 O paradigma da Guerra, questões econômicas e a Inovação Tecnológica.
5.1.3 Relações de trabalho e sociedade tecnológica,

5.2 UNIDADE II – TECNOLOGIA COMO CONTROLE SOCIAL


5.2.1 Tempo, espaço e cidadania vigiada.
5.2.3 Ser cidadão em uma sociedade tecnológica.
5.2.3 A diáde Saber-Poder e os arranjos institucionais

5.3 UNIDADADE III - MUNDIALIZAÇÃO E TECNOLOGIA


5.3.1 Inteligência Artificial e individuação dos sujeitos
5.3.2 Software livre e novas formas de sociabilidade.
5.3.3 Limites éticos e Nanotecnologia.

6. METODOLOGIAS DE ENSINO:
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6.1. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:

- Exposição dialogada pela problematização dos conhecimentos nas leituras propostas, reflexões
individuais e em grupo e nas contribuições dos saberes prévios dos acadêmicos.
- Pesquisas individuais e em grupo;
- Seminários;
- Vídeos para problematização, entre outros.

6.2. INTERDISCIPLINARIDADE:

O componente curricular Tecnologia e Sociedade se articula por sua característica, por exemplo, com as
disciplinas de Metodologia Científica, Filosofia, Direito e Ética na Computação, Empreendedorismo, Gestão
de Tecnologia da Informação, Inteligência Artificial,

7. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO E PESOS:

Avaliações: Na avaliação dos acadêmicos serão usados diversos instrumentos de verificação da


aprendizagem, a fim de atender a grande diversidade de interesses e capacidades dos acadêmicos.
Entre esses instrumentos estão:
• Provas dissertativas;
• Resenhas críticas;
• Trabalhos individuais e/ou em grupo;
• Participação nas atividades desenvolvidas nas aulas;
De maneira geral, a avaliação dos estudantes constará de no mínimo 1 prova com peso 3, trabalho(s) de
pesquisa com peso 4, e seminários com peso 3, totalizando no mínimo 3 avaliações no semestre letivo.

8. REFERÊNCIAS:

8.1. BÁSICAS:

1. IANNI, Octavio. A era do globalismo . 8. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004.

2. IANNI, Octavio. A sociedade global. 15.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.

3. GATTI, Daniel Couto. Sociedade informacional e an/alfabetismo digital: relações entre


comunicação, computação e internet. Bauru, SP: EDUSC, 2005.

8.2. COMPLEMENTARES:

1. DRUCKER, Peter F. Tecnologia, administração e sociedade. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 191p.

2. ENCRUZILHADAS da cultura: Desenvolvimento, tecnologias e sociedade. Taubaté, SP: Cabral,


2013. 272 p.

3. NEVES, Ricardo. O Novo mundo digital: você já está nele: oportunidades, ameaças e as mudanças
que estamos vivendo. Rio de Janeiro (RJ): Relume Dumará, 2007. 222 p.
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4. FERRETTI, Celso João (Org). Novas tecnologias, trabalho e educação: um debate multidisciplinar.
12. ed. Petrópolis: Vozes, 2010. 220 p.

5. KAISER, Jakzam; FERREIRA, Carlito. Santa Catarina Brasil: oportunidades & negócios: pano rama
da sociedade catarinense atual. 7. ed. Florianópolis, SC: Letras Brasileiras, 2007. 90 p.

8.3. OBSERVAÇÃO:

9. CRONOGRAMA DE AULAS (OPCIONAL):

31/07 Apresentação do Plano de Ensino.


Dinâmica de Integração
Introdução ao contexto da “Tecnologia e Sociedade”.
04/08 Debate do texto “Algoritmos devem ser debatidos”
07/08 Filme - “O jogo da imitação” análise do paradigma da guerra e inovação tecnológica.
11/08 Organização de seminários
14/08 Seminários I e II Técnologia e Sociedade.

Seminário I - GALIMBERTI, Umberto. O Ser Humano na Era da Técnica. Disponível em:


http://www.ihu.unisinos.br/images/stories/cadernos/ideias/218cadernosihuideias.pdf

Seminário II – CUPANI, Alberto. A Realidade Complexa da Tecnologia. Disponível em:


http://www.ihu.unisinos.br/images/stories/cadernos/ideias/216cadernosihuideias.pdf

16/08 (aula do prof. Maurício): ver o vídeo de ética.


17/08 Introdução à Unidade II – aula expositiva.
21/08 Filme - “Eu Daniel Blake” e a cidadania vigiada.
25/08 Leitura coletiva e debate de texto relacionado ao tema da unidade II
28/08 Seminários Tecnologia como Controle Social.

Seminário III – REZENDE, Pedro Antonio Dourado. A Liberdade Vigiada: Sobre


Privacidade, Anonimato e Vigilantismo com a Internet. Disponível em:
http://www.ihu.unisinos.br/images/stories/cadernos/ideias/250_cadernosihuideias.pdf

Seminário IV – LIMBERGUER, Têmis. ARCENO, Taynara Silva. O direito à intimidade na


era das novas tecnologias. Disponível em:
http://repositorio.unisinos.br//ihu/V_CI_IHU.html#240

01/09 Introdução à Unidade III – aula expositiva.


04/09 Filme “Blade Runner” - subjetivação, eticidade e tecnologia.
07/09 Feriado Nacional.
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11/09 Seminários -Mundialização e Tecnologia


Seminário V – TEIXEIRA, João Fernandes. “Inteligência Híbrida: parcerias cognitivas
entre mentes e máquinas” Disponível em:
http://www.seer.ufrgs.br/InfEducTeoriaPratica/article/viewFile/3171/1747

Seminário VI CRUZ, Eduardo. R. “Nanotecnologia: Alguns Aspectos Éticos e Teológicos”


Disponível em:
http://www.ihu.unisinos.br/images/stories/cadernos/ideias/121cadernosihuideias.pdf

14/09 Avaliação.
18/09 Leitura coletiva e debate de texto relacionado ao tema da unidade III
21/09 Revisão e fechamento dos conteúdos da Disciplina. (a disciplina vai terminar aqui)

10. ASSINATURAS:

_______________________________ _______________________________
Sergio F. M. Corrêa do IFC - Videira Wagner Carlos Mariani do Curso
IFC – Videira
Portaria Nº 038 DOU de 09/02/2017

11. REVISÕES:

Versão Data Ação Assinaturas


Entrega ao Coordenador
Revisão pelo NDB
Devolução ao professor

Versão Data Ação Assinaturas


Entrega ao Coordenador
Revisão pelo NDB
Devolução ao professor

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