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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ

CURSO DE GESTÃO HOSPITALAR

ATIVIDADE ESTRUTURADA
Instituição de saúde
Multidisciplinaridade, interdisciplinaridade, transdisciplinaridade: Um desafio das
instituições de Saúde.

Ketiane Moura Bezerra


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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 3

2. METODO 4

3. DESENVOLVIMENTO 5

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 7

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 8
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1. INTRODUÇÃO

O campo da saúde abrange diferentes áreas de formação tanto nas áreas humanas, como
psicologia, serviço social, quantos os cursos de saúde, como enfermagem, fisioterapia, terapia
ocupacional, nutrição, entre outras. As demandas e problemáticas exigem uma leitura dos
fenômenos ligados às práticas dentro do campo da saúde e apontam para as diferenças entre
as equipes de profissionais, isso acontece não só no hospital, mas em todas as instituições de
Saúde, entre outros locais de saúde. As instituições de saúde encontram varias dificuldades,
um dos principais fatores que dificultam a prática da transdisciplinaridade no trabalho das
equipes é a formação dos profissionais de saúde, que prioriza conhecimentos técnicos
adquiridos e desconsidera práticas populares da comunidade na qual a equipe é inserida. Além
disso, privilegia o trabalho individual em relação ao coletivo, o que prejudica a integração da
equipe e a aplicação da prática necessária, A atividade estruturada aponta para uma
diferenciação entre multidisciplinar, interdisciplinar, transdisciplinar no sentido do
envolvimento de equipe. Percebe-se que há um desconhecimento sobre a diferenciação dos
conceitos entre equipe multidisciplinar e interdisciplinar, como também se observa a falta de
equipes que trabalham com a trasndisciplinaridade.
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2. METODO

Como metodologia para o desenvolvimento da atividade estruturada foi utilizado uma revisão
de literatura, isto é, pesquisa bibliográfica. O material aponta para uma diferenciação entre
multidisciplinar, interdisciplinar, transdisciplinar no sentido do envolvimento de equipe nas
instituições de saúde.
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3. DESENVOLVIMENTO

Vivemos em uma época de intensas modificações nas concepções e nas práticas, onde as
instituições de saúde devem esta sempre evoluindo e os gestores, por sua vez, também não
serão confrontados com essa necessidade e precisam perpetuar o modelo hegemônico vigente.
Além disso, o trabalhar a transdiciplinaridade necessita de uma aproximação das demandas
dos usuários, proporcionando assim uma flexibilidade que atenda a essas necessidades e que
possa ser completada com a inclusão de outros profissionais para uma assistência integral ao
paciente.

3.1 Multidisciplinaridade

O trabalho da equipe multidisciplinar visa avaliar o paciente de maneira independente e


executando seus planos de tratamento como uma “camada adicional” de serviços. Logo, não
há um trabalho coordenado por parte dessa equipe e uma identidade grupal, ou seja, o médico,
em geral, é responsável pela decisão do tratamento, e os outros profissionais vão se adequar a
demanda do paciente e as decisões do médico referente a este (BRUSCATO et al, 2004).
Segundo Fossi e Guareschi (2004) a equipe multidisciplinar deve construir uma relação entre
profissionais, onde o paciente é visto como um todo, considerando um atendimento
humanizado.

3.2 Interdisciplinaridade

O termo interdisciplinaridade de com Gomes e Deslandes (1994) surgiu no século XIX, ou


seja, não é um conceito contemporâneo diante do surgimento do conhecimento da ciência, no
entanto, somente no século XX caráter interdisciplinar passou a ser efetivado dentro da
ciência. Fortalecendo a premissa de que saúde é um assunto para muitos profissionais,
Campos (1995), afirma que a abordagem em equipe deve ser comum a toda a assistência à
saúde. Isso porque o principal aspecto positivo da atuação em equipe interdisciplinar é a
possibilidade de colaboração de várias especialidades que denotam conhecimentos e
qualificações distintas. Assim, a integração da equipe de saúde é imprescindível para que o
atendimento e o cuidado alcance a amplitude do ser humano, transcendendo a noção de
conceito de saúde.

Isso porque segundo Maldonado e Canella (2009), a saúde não seria de competência de um
único profissional, mas uma prática interdisciplinar em que profissionais de diversas áreas,
representantes de várias ciências, devem agregar-se em equipes de saúde, tendo como
objetivos comuns estudar as interações somáticas e psicossociais para encontrar métodos
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adequados que propiciem uma prática integradora, tendo como enfoque a totalidade dos
aspectos inter-relacionados à saúde e à doença.

3.3 Transdisciplinariade

A transdisciplinaridade acena uma mudança. Ela tenta suprir uma anomalia do sistema
anterior, não destrói o antigo, apenas é mais aberta, mais ampla. A transdisciplinaridade se
preocupa com uma interação entre as disciplinas, promove um diálogo entre diferentes áreas
do conhecimento e seus dispositivos, visa cooperação entre as diferentes áreas, contato entre
essas disciplinas (IRIBARYY, 2003).

De acordo com Paul (2005) a transdisciplinaridade, não se refere a uma simples permuta de
métodos, como encontramos na pluri ou na interdisciplinaridade. Ela supõe não permanecer,
mas passar além. Esse mesmo autor salienta que a transdisciplinaridade não é para ser
considerada como uma super-disciplina. Ela tenta apenas responder a uma nova visão de
homem e da natureza pela transposição e integração do paradigma atual. Ela visa uma relação
diferente entre objeto e sujeito, com matizes e mais ampla.

3.4 Um desafio das instituições de Saúde.


Fortalecendo a premissa de que saúde é um assunto para muitos profissionais, Campos
(1995), afirma que a abordagem em equipe deve ser comum a toda a assistência à saúde. Isso
porque o principal aspecto positivo da atuação em equipe interdisciplinar é a possibilidade de
colaboração de várias especialidades que denotam conhecimentos e qualificações distintas.
Assim, a integração da equipe de saúde é imprescindível para que o atendimento e o cuidado
alcance a amplitude do ser humano, transcendendo a noção de conceito de saúde. Dessa
forma, o trabalho em equipe mostra-se fundamental para o atendimento hospitalar, na medida
em que médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais, técnicos de
enfermagem, fisioterapeutas e os demais profissionais envolvidos nesse atendimento
estabeleçam uma integração, para que a pessoa seja tomada como um todo, e que ela possa ter
um atendimento humanizado, contemplando assim, outras necessidades do paciente. Tonetto e
Gomes (2007) argumentam que características do papel do psicólogo é capaz de desenvolver
e promover a prática da multidisciplinaridade, pois para se inserir no contexto hospitalar este
persiste na defesa de suas idéias e buscar interação com os demais profissionais, como por
exemplo, a visão integrada da relação mente/corpo. Entretanto, há dificuldades encontradas
pelo psiólogo, primeiro, o número reduzido de psicólogos, ou seja, um tempo limitado, onde
este acompanha as visitas médicas, discussão de casos e atendimentos psicológicos. E outra
dificuldade é o pouco espaço ao trabalho de equipe, muitas vezes, causada pela falta de
disposição dos chefes de serviços. E necessário obter conscientização da equipe de saúde para
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o trabalho multidisciplinar, onde ele vai auxiliar para que estes tenham claras as suas funções,
definindo objetivos, facilitando a comunicação entre os membros; sendo o psicólogo, na
maioria das vezes, o interlocutor entre a equipe-pacientes-familiares. E preciso comunicar
seus conhecimentos e percepções do paciente a equipe de profissionais da saúde; portanto,
essa inter-relação entre a equipe, que precisa ver o paciente como um todo, propicia uma
atitude humanizada.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
É inevitável, então, refletir sobre o papel dos gestores e dos supervisores de equipes na
incorporação de outros profissionais, que possam atender a estas necessidades. Ainda, no
âmbito da gestão, embora as políticas públicas tenham um enfoque na integralidade e na
interdisciplinaridade como formas de qualificar a assistência em saúde, paradoxalmente,
iniciativas para esta ampliação da equipe mínima não são prioritárias. Os muros
departamentais ainda se fazem presentes no cotidiano das instituições de saúde. Percebe-se,
assim, a necessidade de construir novos paradigmas para que esses muros sejam rompidos.
bem como da comunicação entre as várias disciplinas, das determinações do domínio das
investigações, da constituição das linguagens partilhadas, das pluralidades dos saberes, das
possibilidades de trocas de experiências e dos modos de realização da parceria. As equipes
interdisciplinares e mesmo as equipes multidisciplinares não estão presentes em todos os
hospitais, mas mostra-se uma tendência que isso ocorra ao longo dos tempos, pois cada vez é
mais comprovado a eficácia e eficiência, principalmente do trabalho interdisciplinar trazendo
resultados imediatos, consistentes e benéficos aos pacientes, às famílias, à equipe como um
todo e para a própria instituição hospitalar.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• IRIBARRY, I. N. Aproximações sobre a Transdisciplinaridade: Algumas Linhas


Históricas, Fundamentos e Princípios Aplicados ao Trabalho de Equipe. Psicologia:
Reflexão e Crítica, 2003, 16(3), pp. 483-490. Disponível em: http://www.scielo.br/
pdf/prc/v16n3/v16n3a07.pdf.

• MALDONADO, M. T.; CANELLA, P. Recursos de Relacionamento para

Profissionais de saúde: a boa comunicação com clientes e seus familiares em


consultórios, ambulatórios e hospitais. Ribeirão preto, SP: Editora Novo Conceito,
2009.

• PAUL, P. Transdisciplinaridade e antropoformação: sua importância nas pesquisas em

saúde. Saúde e Sociedade, 14(3), 72-92, 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/


scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902005000300005&lng=en&tlng=pt.

• Campos, G. W. S. (1999). Equipes de referência e apoio especializado matricial: um

ensaio sobre a reorganização do trabalho em saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 4 (2),
393-403.
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