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FERREIRO, Emilia; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita.

Porto
Alegre: Artes Médicas, 1985. 

A partir dos anos 70, a psicolingüística Emilia Ferreiro, revolucionou a


alfabetização com o processo de alfabetização através de uma investigação
hipotética nos diferentes campos da aquisição da leitura e da escrita.
FERREIRO, procurou estudar o próprio sujeito: o sujeito cognoscente. Ela
procurou ativamente compreender o mundo que o rodeia de resolver as
interrogações que este mundo provoca. Não é um sujeito o qual espera que
alguém que possui um conhecimento o transmita ele por um ato de benevolência.
É um sujeito que aprende basicamente através de suas próprias ações sobre os
objetos do mundo e que constrói suas próprias categorias de pensamentos ao
mesmo tempo em que organiza seu mundo. A psicolingüística argentina Emília
Ferreiro, doutorou-se pela Universidade de Genebra e foi orientada por Jean
Piaget e teve como colaboradora Ana Teberosky.
Psicóloga e pesquisadora do Instituto Municipal de Barcelona, desde 1974
dedicou-se à aplicação da teoria psicogenética diretamente na sala de aula,
enfocando o impacto da colaboração de ambientes bilíngües (catalão e espanhol)
sobre a alfabetização de crianças. Inovou ao utilizar a teoria do mestre para
investigar um campo que não tinha sido objeto de estudo piagetiano. Piaget
pesquisou mais profundamente o conhecimento de fonte interna, a que denominou
lógico-matemático, e que se refere ao estabelecimento de relações entre os
objetos, fatos e fenômenos ultrapassam, portanto, os limites do conhecimento
físico observável e das ações, exigindo maior desenvolvimento das estruturas
mentais.
Emilia Ferreiro partiu do interesse em descobrir qual era o processo de construção
da escrita, ao planejar situações experimentais. Procurou-se que a criança
colocasse em evidência a escrita, tal como ela vê a leitura tal como ela entende e
os problemas tal como ela os propõe para si.
O resultado da investigação de Emilia Ferreiro proporcionou dois indícios: por um
lado, que o processo de aprendizagem da criança pode ir por vias insuspeitadas
para o docente, e por outro, que criança de classe baixa não começa do “zero” na
primeira série. De acordo com a teoria de Emilia Ferreiro o conhecimento se
constrói a partir do sujeito cognoscente e do objeto a conhecer, no qual o objeto
serve de ocasião para que o conhecimento se desenvolva. Não se trata
simplesmente empregar a “prova piagetiana” para estabelecer novas correlações,
mas sim, de utilizar os esquemas assimiladores que a teoria nos permite construir
para descobrir novas observáveis. A partir daqui construiu-se uma teoria
psicogenética da aquisição da língua escrita.
Em 1979, Emilia Ferreiro juntamente com Ana Teberosky escreveu o livro
intitulado “Psicogênese da Língua Escrita”.
Sua obra foi um marco na área, destacando que as crianças não chegam à escola
sem saber nada sobre a língua.
De acordo com a teoria construtivista, toda criança passa por quatro fases até que
esteja alfabetizada.
A psicolingüística nos permite introduzir a escrita enquanto o objeto de
conhecimento, e o sujeito da aprendizagem, enquanto o sujeito cognoscente.
A concepção da aprendizagem inerente à psicologia genética supõe
necessariamente que existam processos de aprendizagem, do sujeito que não
depende dos métodos. A obtenção de conhecimento é um resultado da própria
atividade do sujeito
De acordo com a concepção construtivista, a compreensão de um objeto de
conhecimento aparece estreitamente ligada à possibilidade de o sujeito reconstruir
este objeto por ter compreendido quais são suas leis de composição.
Estudando esse processo evolutivo definiu os estágios de sua evolução que tem
sido comprovado por diversos pesquisadores.
De acordo com a teoria construtivista, toda criança passa por quatro fases até que
seja alfabetizada: pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético.
Portanto, a educadora Emilia Ferreiro, demonstrou que a criança, desde cedo, tem
hipótese sobre a leitura e a escrita, que necessitam ser conhecidas pelo professor
e exploradas em seus vários níveis, para uma maior eficiência no processo ensino-
aprendizagem. A passagem de um nível a outro, no processo de alfabetização,
origina-se da tomada de consciência pelo aluno da insuficiência das hipóteses até
então por ele formuladas para explicar a leitura e a escrita.

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