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EXÉRCITO BRASILEIRO
ESCOLA DE SARGENTOS DAS ARMAS
(ESCOLA SARGENTO MAX WOLF FILHO)
COLETÂNEA DE MANUAIS
DE
TOPOGRAFIA DE CAMPANHA
VOLUME 1
2016
Observações:
ÍNDICE DE ASSUNTOS
CAPÍTULO I
CARTAS TOPOGRÁFICAS
Pag
1.1 Definição......................................................................................................................................03
2. ESCALA DA CARTA..................................................................................................................14
3.1 Finalidade..................................................................................................................................18
4. DIREÇÕES BÁSICAS...............................................................................................................21
4.1 Definição.................................................................................................................…...............21
4.7 Azimute...................................................................................................................................30
5.1 Definição..................................................................................................................................33
6. COORDENAS RETANGULARES...........................................................................................37
6.1 Generalidades.........................................................................................................................37
7. COORDENADAS POLARES..................................................................................................44
7.1 Generalidades.........................................................................................................................44
1.1 DEFINIÇÃO
Carta — é a representação, em escala, sobre um plano, dos acidentes naturais e
artificiais que se encontram na superfície do solo, bem como da configuração dessa
superfície. Embora desenhada em escala, não é absolutamente precisa porque, sendo
a superfície da terra esférica, não permite sua representação exata num plano,
originando deformações inevitáveis. Procurando diminuir essas deformações, foram
criados diversos tipos de projeção para a referida representação.
Figura 1
Duas maneiras de se dobrar uma carta
a. Generalidades
b. Cores e Símbolos
Tabela 1
Tabela 2
TABELA 3
TABELA 4
TABELA 5
Tabela 6
PONTOS DE CONTROLE
Tabela 7
TABELA 8
Tabela 9
ELEMENTOS HIDROGRÁFICOS
TABELA 10
TABELA11
TABELA 12
ELEMENTOS HIPSOGRÁFICOS
TABELA 13
TABELA 14
Tabela 15
Obs:
1-Nas Cartas de Orientação existem algumas simbologias próprias, diferentes das
usadas nas Cartas Topográficas.
2-Só foram apresentadas as principais e mais usadas convenções. Existem muitas ou-
tras.
Figura 3
Com esta distância real, e com a distância gráfica obtida na carta “b”, encontraremos
o valor da escala desta carta:
d. Aproximação de Escala
1) O menor valor gráfico que se pode perceber a olho nu
(sem instrumento ótico) e ter precisão na medida, é de dois déci-
mos de milímetro (0,2 mm). Este valor se denomina aproximação
de escala ou erro gráfico cometido.
2) Para saber a dimensão real correspondente ao erro gráfi-
co, deve-se considerar a fórmula:
Exemplos:
a) Qual a menor dimensão real possível de ser representada na escala 1/25.000?
Figura 4
Respostas:
(1) 4.475 m (3) 37.400m
(2) 6.250 m (4) 55.500 m
Respostas:
(1) 1/100.000 (3) 1/250.000
(2) 1/25.000 (4) 1/50.000
3.1 FINALIDADE
As distâncias e as direções são empregadas para locar pontos ou objetos sobre o
terreno ou sobre uma carta em relação a pontos conhecidos. A distância é medida a
passo ou estimada, conforme o grau de precisão desejado. Para finalidades militares, a
direção é expressa sempre, por um ângulo formado com uma direção base fixa, ou
facilmente determinável.
Figura 5
1000x F (m) Que é a mesma fórmula anterior, só que a medida será fornecida
D(m) =_______ em metros.
n'''
Exemplo: um observador querendo medir a distância que o
separa de um poste de 7 m de altura, visou-o com um ângulo de 10’’’. Qual a distância?
7m 1000x7
Solução: D (Km) =------------------ = 0,7 Km ou D (m) = --------------- = 700 m
10''' 10'''
4.1. DEFINIÇÃO
A direção entre dois pontos é expressa por um ângulo, do qual um dos lados é uma
direção base. Existem três direções bases, a saber: as do norte verdadeiro ou
geográfico, norte magnético e norte da quadrícula representados respectivamente por
NG, NM e NQ (Fig 7).
a. Direção do Norte Verdadeiro ou Geográfico – a direção do norte verdadeiro ou
geográfico é empregada em levantamentos, quando se deseja grande precisão e
normalmente não é empregada em campanha. Os meridianos de uma carta
representam as direções do norte e do sul verdadeiros.
b. Direção do Norte Magnético – a direção do norte magnético é indicada pela ponta
N da agulha da bússola. É comumente empregada nos trabalhos de campo, porque
pode ser determinada diretamente com a bússola comum.
c. Direção do Norte da Quadrícula – o norte da quadrícula é indicado pelas
verticais das quadrículas, geralmente feitas nas cartas militares.
Figura 7
Diagrama de orientação
a. GENERALIDADES
As cartas militares têm um diagrama de orientação impresso na margem. Tal
diagrama contém três direções indicando o norte verdadeiro, o norte magnético e o
norte da quadrícula. Os ângulos, entre essas direções, são traçados com precisão e
podem ser utilizados para trabalhos gráficos na carta. Pelos motivos dados a seguir, os
diagramas de orientação devem ser verificados, pela medida, antes de utilizados para
esse fim; em certas cartas, em que a declinação ou a convergência são muito
pequenas, o diagrama tem tamanho exagerado. Nas cartas do Serviço Geográfico do
Exército, os ângulos de declinação e convergência são referidos em graus; portanto, é
de toda conveniência, ao trabalho com milésimos, fazer a transformação do valor
destes ângulos e anotar no diagrama.
b. ÂNGULO QM
O ângulo entre as direções do norte da quadrícula e do norte magnético é chamado
ângulo QM. O ângulo é Oeste, quando o norte magnético está a Oeste do norte da
quadrícula; é Leste, quando o norte magnético está a Leste do norte da quadrícula. O
ângulo QM é calculado somando a declinação magnética e à convergência (quando a
c. AZIMUTE
Determinamos a posição de um ponto em relação a outro, na carta ou no terreno,
por meio de azimutes. Os azimutes são ângulos horizontais medidos no sentido do
movimento dos ponteiros do relógio, a partir do norte magnético, do norte verdadeiro ou
do norte da quadrícula.
c.1. Azimute magnético — azimute magnético de uma direção é o ângulo horizontal
medido no sentido do movimento dos ponteiros do relógio, partindo do norte magnético
até a direção dada. Na figura 8, por exemplo, o azimute magnético da direção entre a
bifurcação de estrada e a capela é 60º.
c.2. Azimute verdadeiro — azimute verdadeiro de uma direção é o ângulo
horizontal medido no sentido do movimento dos ponteiros do relógio, partindo do norte
verdadeiro até a direção dada. Na figura 8, por exemplo, este azimute é 54º.
c.3 Azimute da quadrícula ou lançamento — lançamento de uma direção é o
ângulo horizontal, medido no sentido do movimento dos ponteiros do relógio, partindo
do norte da quadrícula até a direção dada. Na figura 8 o lançamento é 51°.
Figura 8
d. RUMO
Os rumos são empregados para exprimir direções por meio das bússolas graduadas
em quadrantes, de 0º a 90°. O rumo é o menor ângulo horizontal que uma direção
forma com a direção Norte-sul; nunca excede de 90º. A Figura 9 mostra como são
medidos e indicados os rumos, e as relações entre eles e os azimutes. Se os rumos
são magnéticos, os azimutes são também magnéticos. A Figura 10 ilustra como
exprimir uma direção típica em qualquer quadrante, tanto em azimute como em rumo.
Figura 9 Figura 10
4.5 LANÇAMENTO E AZIMUTE
a. TRANSFERIDOR
O transferidor é um instrumento para medir ou marcar ângulos na carta. A figura11
apresenta dois tipos de transferidor; o tipo semicircular é o mais comum. Ambos são
graduados em duas escalas, a fim de possibilitarem medidas de ângulos de valor até
uma circunferência. Possuem duas escalas: uma graduada de 0º a 180º e outra de
180° a 360°.
Figura 12
Figura 13
Diagrama de Orientação
Relembrando:
(1) o ângulo formado entre o NQ e NM é chamado de QM;
(2) o ângulo formado entre o NQ e NG é chamado de CM;
(3) o ângulo formado entre o NM e NG é chamado de DM;
OBSERVAÇÃO:
(1) a CM por ser um ângulo formado por duas direções fixas, não varia
conforme o tempo;
(2) a DM é variável por ter como uma de suas bases o NM que vária
de acordo com o magnetismo da Terra. Nas cartas topográficas esta
variação é dada junto com o diagrama de orientação, e pode ser positi-
va (quando aumenta o valor da DM) ou negativa positiva (quando dimi-
nui o valor da DM).
a.CALCULANDO O QM
QM = DM +/- CM
DM ano atual = DM ano da carta +/- (ano atual – ano da carta) X valor de atualização
3° tipo: QM = DM + CM 4° tipo: QM = DM + CM
Dado Dado
QM decresce anualmente QM decresce anualmente
5° tipo: QM = DM – CM 6° tipo: QM = DM – CM
Dado Dado
QM cresce anualmente QM decresce anualmente
EXEMPLOS:
Qual o valor do ângulo QM em 2012?
a)
1° Passo atualizar a DM:
DM 2012 = DM 1956 + (2012-
1956) X 3’
DM 2012 = 9° 5’ + 168’
DM 2012 = 9° 5’ + 2° 48’
DM 2012 = 11° 53’
4.7. AZIMUTES
São ângulos horizontais medidos no sentido do movimento dos ponteiros do relógio,
a partir do NM, do NV e do NQ.
NQ
Na carta topográfica militar, a leitura da bússola de uma
B direção fornece o Azimute de Quadrícula (ou
AzQ = Lç lançamento).
Consequentemente, há necessidade de converter esse
Azimute de Quadrícula em Azimute Magnético, a fim de
que seja determinada a direção no terreno.
A
B
B
Lç DM
Lç
AzM
DM AzM
Az M = Lç - QM Az M = Lç + QM
Figura 14
4.8. CONTRA-AZIMUTE
É o azimute da direção oposta.
C Az = Az + 180º (caso o Az seja menor que 180º)
C Az = Az - 180º (caso o Az seja maior que 180º)
Relembrando:
DM ano atual = DM ano da carta +/- (ano atual – ano da carta) X valor de atualização
QM = DM +/- CM
1) Pelo transferidor:
1° Atualizar o QM
Se QM for E (tendo como referencial o NQ) → NM = QM.
Se QM for W(tendo como referencial o NQ) → NM = 360 – QM.
Figura 16 Figura 17
2) Pela bússola:
1° Atualizar o QM
Se QM for E (tendo como referencial o NQ) → NM = QM.
Se QM for W(tendo como referencial o NQ) → NM = 360 – QM.
2° Lançar o QM na bússola.
Figura 18
Figura 19
Figura 20
5. COORDENADAS GEOGRÁFICAS
SEGUNDO O MANUAL DE CAMPANHA – C21-26. LEITURA DE CARTAS E FOTOGRAFIAS AÉREAS. 2ª ED. 1980
5.1 GENERALIDADES
a. Para compreender essas coordenadas devemos estar familiarizados com as no-
ções de latitude e de longitude sobre o globo terrestre.
b. Seja O o centro da terra, PP` a linha dos polos e A um ponto qualquer da super-
fície (fig. 21)
c. O Equador é o círculo imaginário EE` determinado na superfície terrestre por um
plano perpendicular à linha dos polos e passando pelo centro da terra. Os planos para -
lelos do equador, passando no ponto A determinara a seção BB` que é chamada de pa -
ralelo de latitude ou simplesmente paralelo.
Figura 22
Figura 23
6.1 GENERALIDADES
a. As coordenadas retangulares, também conhecidas por coordenadas plano retangula-
res ou ainda coordenadas planas, são baseadas na quadriculação UTM, e por sua vez
são usadas no sistema de projeção Mercarto, normalmente conhecida como projeção
UTM (UNIVERSAL TRANSVERSO MERCARTO PROJECTION). Este sistema de coor-
denadas é normalmente usado no Exército devido a sua relativa simplicidade. Portanto,
estudaremos esse sistema com, mas detalhes de modo a nos familiarizarmos não ape-
nas com o “como” das coordenadas, mas também com o “porque” das mesmas.
b. A quadriculação UTM consiste de dois grupos de linhas retas paralelas que se inter-
ceptam em ângulos retos formandos uma rede de quadrados, todos do mesmo tama-
nho comumente chamados de “quadrículas”. Enquanto que no sistema de coordenadas
geográficas, um ponto é designado pela sua relação angular com o Equador e o centro
da Terra, e com o meridiano origem e o centro da Terra, no sistema de coordenadas
planas o ponto é designado pelas distâncias lineares que o separam do Equador e do
meridiano central do fuso de projeção em que o mesmo se encontra.
Meridiano Central
Meridiano 3º Oeste do Central Meridiano 3º Leste do Central
Origem
Equador
Figura 24
84° Norte
0m N Fuso de 6°
10.000.000m N Equador
Equador
Origem do Fuso
Origem do Fuso
80° Sul
Figura 25
Figura 26 Figura 27
7.1 GENERALIDADES
a. Um sistema de coordenadas polares compreende um PONTO ORIGEM a uma DI-
REÇÃO ORIGEM. Um ponto é então designado por um ângulo medido em sentido do
movimento dos ponteiros do relógio, a partir da direção origem e por uma distância em
metros, a partir do ponto de origem. O ponto origem pode ser designado citando-se no-
minalmente o ponto, como por exemplo: “ponto cotado da colina do Capão Redondo”,
ou por suas coordenadas planas, Ex: “ponto de coordenadas planas 6350062250 (hos-
pital)”. Pode-se ainda escrever o ponto e complementar essa descrição com as coorde-
nadas planas do mesmo (quadrícula).
b. A direção origem pode ser dada por meio de um ponto de referências (designado
como no caso do ponto a origem) que, ligado ao ponto origem, determina uma direção
a partir da qual são medidos ângulos. Esta direção origem também pode ser um dos
“nortes”, sendo frequentemente usado o norte do quadriculado.
c. A matrícula consta das letras PL seguidas de dois números separados por um traço,
entre parênteses. Assim: PL (230-1200). O primeiro número indica o ângulo que deve
ser medido a partir da direção origem e ser GRAU, se tiver três algarismos, MILÉSI -
MOS, se contiver quatro algarismos. O segundo número indica a distância a partir do
ponto origem, em METROS. Assim a matrícula PL (035-1500) indica que o ponto se
acha a 35º da direção de origem a 1500 metros do ponto origem. Por sua vez, a matrí-
cula PL (0082-2300) indica que o ponto se encontra a 82’’’ (milésimos) da direção ori-
gem, e a uma distância de 2300 metros do ponto origem.
Figura 31
8.1 LINHA-CÓDIGO
A linha código pode ser com qualquer carta. Um ponto origem e um ponto de
referência são designados na carta. A linha que se passa por esses dois pontos é
denominada linha base é utilizada para a designação do ponto que deve ser locado. No
b. Dá-se como primeiro elemento do grupo código, o nome da cor designada para a li -
nha-base.
g. Exemplo: seja um grupo código VERMELHO (R18-E7) significa que o ponto a ser lo-
cado acha-se (fig 32):
(1) Relacionado com a linha-base de cor vermelha.
(2) À retaguarda do observador a 18 Hm (1.800m).
(3) À esquerda do observador, a 7 Hm (700 m).
Figura 32
Figura 33
Figura 34
2. ESCALA DA CARTA
4. DIREÇÕES BÁSICAS
5. COORDENADAS GEOGRÁFICAS
6. COORDENAS RETANGULARES
7.COORDENADAS POLARES