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comum. Na linhagem Bacteria encontram-se as bactérias consideradas verdadeiras. Na linhagem Archaea encontrasse as
arqueobactérias, que são aquelas que mantiveram características de suas ancestrais e não causam doenças, por isso tem menor
importância. Na linhagem Eukarya encontram-se todos os outros seres vivos.
Bacteriologia
|1| CARACTERÍSTICAS GERAIS
São microscópicas (0,15 a 4 micrômetros), unicelulares, procariontes, capazes de multiplicar-se fora de uma célula viva,
responsáveis por inúmeras doenças e quando cultivadas em laboratório, em meio sólido formam colônias.
A classificação é feita através dos seguintes critérios: morfologia, metabolismo, sorotipagem e genética.
Citoplasma
O citoplasma é composto por água, compostos de baixo peso molecular, macromoléculas, íons inorgânicos. É o local
onde ocorrem reações químicas vitais para a célula, entre elas a fabricação de moléculas que irão constituir as estruturas
celulares. Também é responsável pelo armazenamento de substâncias de reserva.
Inclusões/Grânulos de Reserva
São grânulos de reserva de energia e nutrientes, que encontra-se envolvido por uma membrana.
Nucleoide e Cromossomos
O nucleoide é a estrutura responsável por armazenar os cromossomos bacterianos;
O cromossomo bacteriano é composto de DNA circular (dupla hélice), que contém informações necessárias à
sobrevivência da célula, como a capacidade de replicação.
Ribossomos
São estruturas com função de síntese de proteínas. Em células bacterianas são do tipo 70s (em eucariontes são do tipo
80s) por possuírem uma subunidade de 50s e outra de 20s. Eles são alvos de drogas antibacterianas com função de parar a síntese
proteica.
Coeficiente de Sedimentação
Plasmídeos
São moléculas pequenas e circulares, que possuem seu próprio material genético. Encontram-se mais em bactérias
gram-negativas e conferem vantagem seletiva às bactérias (resistência a antibióticos).
Resistência a antibióticos: por possuir o seu próprio DNA, eles podem conter genes relacionados com a resistência aos
antibióticos, garantindo a sobrevivência da bactéria. Essa condição torna algumas infecções por bactérias difíceis de
serem controladas.
Endospóros
São estruturas desidratadas formadas por alguns organismos gram-positivos em resposta a condições adversas. O
endospóro contém o DNA bacteriano circundado por um revestimento espesso, semelhante à queratina, que confere resistência
ao calor, desidratação, radiação e produtos químicos. Não é metabolicamente ativo e pode permanecer inativo por anos. Após a
exposição à água e nutrientes, o endósporo pode voltar a ser metabolicamente ativo, germinando no estado vegetativo.
Flagelos
São apêndices filiformes formados pela proteína estrutural flagelina, encontrados fixos na parede celular, onde podem se
apresentar em diferentes partes e em diferentes números. Sua função principal é levar a bactéria a local com nutrientes,
movimentando-se por meio da quimiotaxia.
Quimiotaxia: é a movimentação exercida pelo flagelo quando provocado por um estímulo químico. Esse estímulo químico
podem ser substâncias atraentes ou repelentes.
Fímbrias e pilis
Fímbrias: essas estruturas podem ocorrer nos polos ou em toda superfície bacteriana, de forma numerosa (de 1000 ou
mais em cada célula). São pequenas, delgadas e constituídas da proteína pilina. Normalmente, possui em sua
extremidade uma proteína chamada de adesina, que media a adesão específica da célula bacterina em diferentes
substratos. Dessa forma, elas têm como função a adesão de bactérias patogênicas às células superficiais do trato
respiratório, intestinal ou genital, prevenindo que as células bacterianas sejam retiradas do local pelo fluxo de muco ou
outros fluídos corporais e permite o início da infecção.
Pilis: essas estruturas são mais longas e em número menor que as fímbrias (1 a 2 por célula).
- Pili sexual: é um dos tipos de pili, que é chamada dessa forma, por estar envolvida na transferência de DNA de uma
célula para outra no processo de conjugação.
- Virulência: pilis são responsáveis pela virulência de muitas bactérias, pois aumentam a capacidade de ligação aos tecidos
corporais, que aumenta as taxas de replicação e a capacidade interação com o organismo do hospedeiro.
Cápsula/ Glicocálice
Essa estrutura é formada por uma camada viscosa de polissacarídeos que confere proteção contra a desidratação de
bactérias, pois, quando presente, se encontra na parte mais externa da bactéria. Sua principal função é a aderência em
superfícies, onde em bactérias patogênicas está relacionada ao fator de virulência, pois atrapalha o processo de fagocitose das
células de defesa.
Fator de Virulência: são estruturas, produtos ou estratégias que as bactérias utilizam para “driblar” o sistema de defesa
do hospedeiro e causar uma infecção. Dessa forma, uma bactéria encapsulada é mais virulenta que um não capsulada.
Parede Celular
A parede celular bacteriana é uma estrutura rígida formada de peptídeoglicanos, que fornece a forma geral da célula e a
proteção contra o choque osmótico. Esses peptídeoglicanos encontram-se ligados a cadeias laterais de aminoácidos. Essa
composição geral (componentes da parede + estruturas associadas) varia entre as bactérias.
Peptídeoglicanos ou Mureína
Existe uma enzima chamada de lisozima, que possui origem natural, pois é encontrada em diversos fluidos corporais e
secreções externas do corpo, como lágrimas, saliva, suor, secreção nasal, etc. Ela possui uma relação próxima à camada de
peptídeoglicano das bactérias, pois ela digere-a. Ela age mais em bactérias gram + pois sua camada de peptídeoglicano está mais
exposta ao meio externo, em relação as gram – que possuem uma camada exterior a de peptídeoglicano, conferindo maior
proteção.
Gram-positivas: A parede celular dessas bactérias é composta por uma camada espessa de peptídeoglicanos (cerca de
90%) e possui também polissacarídeos de ácido teicóico (ácido lipoteicóido e ácido teicóico). Esses ácidos são carregados
negativamente, oque ajuda no transporte de íons positivos e no armazenamento de fósforo.
A composição da estrutura externa dessas bactérias segue a seguinte ordem (externo para interno): camada de peptídeoglicanos
e membrana plasmática.
Gram-negativas: As paredes celulares dessas bactérias são mais complexas quimicamente apesar de serem mais finas.
Elas não possuem ácido teicóico, mas possuem uma membrana externa à parede celular.
- Membrana Externa:
Essa membrana atua como barreira de permeabilidade de moléculas e é composta por dois folhetos:
- Folheto Interno: é semelhante à membrana citoplasmática, pois é composta por fosfolipídeos e lipoproteínas.
- Folheto Externo: é composto de lipopolissacarídeos (LPS), que são constituídos de três partes - lipídeo A (é liberado na
morte da bactéria, causando inflamação, febre, choque e etc, pois funciona como uma endotoxina), polissacarídeo cerne
(tem função estrutural) e antígeno O (funciona como antígeno e é útil na tipagem da bactéria).
A composição da estrutura externa dessas bactérias segue a seguinte ordem (externo para interno): membrana externa,
camada de peptídeoglicanos e membrana plasmática. Existe ainda um espaço entre essas camadas, que é chamado de espaço
periplasmático.
Membrana Plasmática
A membrana citoplásmica das bactérias é uma bicamada fosfolipídica semelhante às membranas eucarióticas, exceto que
as membranas eucarióticas contêm esteróis e as bactérias, com a exceção dos micoplasmas, não contêm, fazendo com que sejam
menos rígidas.
A membrana é responsável por processos essenciais para as células, pois é uma barreira para a maior parte das
moléculas solúveis em água, e é muito mais seletiva do que a parede celular. Ela também contém várias enzimas, onde algumas
delas participam na produção de energia e síntese da parede celular.
Preparação do Esfregaço: Todo o procedimento deve ser realizado atrás da chama. Começa-se acendendo o bico de
Bunsen e colocando a chama azul; Com a pinça de madeira flâmbar a lâmina em ambos os lados; Com a pipeta de
Pasteur pingar duas gotas de solução salina ou soro fisiológico no centro da lâmina; Flambar a alça de platina até ficar
rubra; Com a alça de platina pegar o microrganismo que está na placa de petri e espalhar sobre toda a lâmina; Flambar
novamente a alça de platina até ficar rubra e flambar o fundo da lâmina até secar.
Coloração Simples: Com a pipeta de Pasteur pegar o azul de metileno e espalhar sobre todo o esfregaço, enxaguar e
secar delicadamente com papel higiênico.
Coloração de Gram: Com a pipeta de Pasteur colocar o cristal violeta, esperar um minuto e enxaguar; Colocar o Lugol,
esperar um minuto e enxaguar; Colocar álcool-acetona e enxaguar; Colocar a fucsina, esperar 30 segundos, enxaguar e
secar delicadamente com papel higiênico.
- As bactérias que forem gram+ ficaram com cor roxa e as gram- ficaram com cor rosa.
Coloração de BAAR (Ziehl-Neelsen): Com a pipeta de Pasteur colocar a fucsina sobre todo o esfregaço; Flambar o fundo
da lâmina e enxaguar; Colocar o álcool-ácido e enxaguar; Colocar o azul de metileno, enxaguar e secar com papel
higiênico.
Metabolismo Microbiano
O metabolismo é um conjunto de reações químicas, catalisadas por enzimas, que ocorrem nas células de organismos
vivos. Essas reações podem necessitar de energia ou liberar energia, fazendo com que o metabolismo seja um tipo de
balanceamento energético que permite que essas células sobrevivam, dividam-se e cresçam.
As reações químicas que ocorrem no metabolismo podem ser divididas em dois tipos: anabólicas e catabólicas.
Anabolismo: refere-se às reações anabólicas e que precisam de energia para ocorrer (endergônicas). Nesse tipo de reação, há
construção de moléculas complexas a partir de moléculas simples e envolve reações de síntese por desidratação (reações que
liberam água).
Catabolismo: refere-se às reações catabólicas e que liberam energia em meio ao processo (exergônicas). Nesse tipo de reação, há
quebra de moléculas complexas em moléculas mais simples e envolve reações hidrolíticas (reações que utilizam água e nas quais
ligações químicas são quebradas).
O ATP consiste em uma adenina, uma ribose e três grupos fosfato. Quando o grupo fosfato terminal é retirado do ATP através do
catabolismo, difosfato de adenosina (ADP) é formado, e a energia é liberada para dirigir as reações anabólicas.
A teoria de colisão dita que todos os átomos, íons e moléculas estão em movimento constante e que, portanto, colidem
constantemente uns com os outros. A energia transferida pelas partículas na colisão pode romper suas estruturas eletrônicas o
suficiente para quebrar as ligações químicas ou formar novas ligações. Dito isso, existem dois conceitos importantes para o
entendimento de como as reações ocorrem: energia de ativação e taxa de reação.
Energia de ativação: é a quantidade de energia necessária para romper a estabilidade da configuração eletrônica de
qualquer molécula específica para que os elétrons possam ser reorganizados.
Taxa de Reação: é a frequência de colisões que contém energia suficiente para que uma reação aconteça, dependendo
do número de moléculas reagentes que estejam no nível da energia de ativação ou acima dela.
Conceitos Gerais
As Enzimas compõem um grupo pertencente às proteínas, com função catalizadora, ou seja, de acelerar reações químicas
biológicas. Como catalisadoras, as enzimas são específicas, pois sua molécula possui um sítio ativo, região que interage com uma
substância química específica, chamada de substrato, onde cada substrato catalisa apenas uma reação.
Composição
Embora algumas enzimas consistam inteiramente de proteínas, a maioria apresenta uma porção proteica chamada de
apoenzima e um componente não proteico que pode ser uma molécula inorgânica (íons de ferro, zinco, magnésio ou cálcio) ou
uma molécula orgânica, chamada de coenzima. As apoenzimas são inativas sozinhas; elas devem ser ativadas pelo componente
não proteico. A junção de uma apoenzima com uma coenzima forma uma holoenzima. Se a coenzima for removida, a apoenzima
não funcionará.
Mecanismo de Ação
A superfície do substrato entra em contato com o sítio ativo; Um composto intermediário temporário é formado,
chamado de complexo enzima-substrato; A molécula de substrato é transformada pelo rearranjo dos átomos existentes, pela
quebra da molécula de substrato, ou pela combinação com outra molécula de substrato; As moléculas de substrato
transformadas – os produtos da reação – são liberadas da molécula da enzima porque elas não se encaixam mais no sítio ativo da
enzima; A enzima inalterada está agora livre para reagir com outras moléculas de substrato. Isso ocorre, sem que haja mudança
de temperatura no sistema vivo. Essa não mudança de temperatura é crucial, pois um aumento significativo da temperatura
poderia destruir as proteínas celulares.
dito isso, as vias metabólicas das células (sequências de reações químicas) são determinadas por suas enzimas, que por sua vez são
determinadas pela constituição genética da célula.
Temperatura: A temperatura ideal para uma bactéria no corpo humano é entre 35ºC e 40ºC. Se a temperatura passar
dessa faixa ideal, a velocidade da reação diminui drasticamente, pois há desnaturação enzimática (quebra de ligações
não covalentes que mantêm a proteína em estado funcional e na sua configuração tridimensional).
pH: As enzimas possuem um valor de pH em que sua atividade é máxima. Se houver aumento ou diminuição nesse valor,
a atividade enzimática e a velocidade de reação diminuem.
Concentração do Substrato: Para que a enzima esteja trabalhando em velocidade máxima, a concentração do substrato
tem que estar extremamente alta (saturadas). A velocidade da reação é alterada quando essa concentração é alterada
(para menos).
a energia liberada nas reações redox é armazenada na célula na forma de ATP. Isso ocorre através da fosforilação da molécula de
ADP.
|4| FOSFORILAÇÃO E MECANISMOS DE FOSFORILAÇÃO
Fosforilação consiste na adição de um grupo fosfato (p) a compostos químicos. Na formação do ATP, um grupo fosfato é
adicionado à molécula de ADP junto à energia liberada nas reações redox. Quando a ligação é quebrada, a energia utilizável é
liberada.
Fosforilação ao nível de substrato é a formação direta de ATP pela transferência direta de um grupo fosfato para o ADP, vindo de
outra molécula fosforilada.
Fosforilação Oxidativa
A fosforilação oxidativa é a junção da cadeia transportadora de elétrons e a quimiosmose. Ela ocorre na membrana plasmática
dos procariotos e na membrana mitocondrial interna dos eucariotos. Na cadeia transportadora de elétrons, os elétrons são
passados entre proteínas e moléculas orgânicas por meio de reação redox, liberando energia que é capturada para produzir ATP
na quimiosmose. Junto com a energia, a molécula de ADP recebe o grupo fosfato.
Fotofosforilação
A fotofosforilação ocorre em células fotossintéticas, onde a energia luminosa excita e desprende elétrons da clorofila (ou outros
pigmentos) existentes nas plantas. A energia associada aos elétrons produz ATP e NAHPH, num processo que produz o ATP a
partir do ADP e fosfato inorgânico. O ATP produzido é usado na síntese de moléculas orgânicas. Há, também, cadeia
transportadora de elétrons.
Todas as bactérias patogênicas são heterotróficas, elas obtêm energia através da oxidação de moléculas orgânicas e o
metabolismo destas moléculas (carboidratos, lipídeos e proteínas) fornece a energia (adenosina trifosfato - ATP) necessária para
as bactérias desenvolverem suas funções vitais.
O metabolismo pode ser aeróbio, em que o aceptor final de elétrons é o oxigênio, ou anaeróbio, em que o aceptor final
de elétrons é uma molécula inorgânica. As bactérias aeróbias produzem 38 moléculas de ATP a partir de uma molécula de glicose.
Enquanto que as bactérias anaeróbias produzem apenas 2 moléculas de ATP.
O metabolismo anaeróbio, apesar de ser menos eficiente que o metabolismo aeróbio, é realizado em condições onde os
substratos estão mais facilmente disponíveis.
A exigência pela presença do oxigênio durante o metabolismo pode ser
obrigatória ou facultativa, sendo assim alguns organismos conseguem alternar entre a
respiração aeróbia e anaeróbia.
A maioria dos microrganismos oxida carboidratos como sua fonte primária de energia celular. Para isso, eles utilizam a respiração
celular e a fermentação. Tanto a respiração celular quanto a fermentação iniciam-se com a glicólise, mas seguem vias posteriores
diferentes. A respiração celular segue com o ciclo de Krebs e a cadeia transportadora de elétrons e a fermentação transforma o
produto final da glicólise em álcool ou ácido lático, sem passar por alguma outra via. Dessa forma, o rendimento de ATP na
fermentação é menor comparado com o da respiração celular.
Crescimento Microbiano
“O crescimento microbiano é definido não em termos de tamanho celular, mas como o aumento do número de células, que
ocorre por divisão celular”.
Os fatores necessários para o crescimento microbiano podem ser divididos em duas categorias principais:
Físicos: temperatura, pH e pressão osmótica;
Químicos: fontes de carbono, nitrogênio, enxofre, fósforo, oxigênio, micronutrientes e fatores orgânicos de crescimento
(vitaminas, aminoácidos, purinas, pirimidinas).
A maioria dos microrganismos cresce bem nas temperaturas ideais para os seres humanos. Contudo, certas bactérias são capazes
de crescer em extremos de temperatura que certamente impediriam a sobrevivência de quase todos os organismos eucarióticos.
Dessa forma, eles são classificados em três grupos principais com base em sua faixa preferida de temperatura:
Psicrófilos: crescem em baixas temperaturas;
Mesófilos: crescem em temperaturas moderadas;
Termófilos: crescem em altas temperaturas.
Cada espécie bacteriana cresce a uma temperatura mínima, ótima e máxima específica:
Temperatura Mínima: menor temperatura na qual a espécie pode crescer;
Temperatura Ótima: temperatura na qual a espécie cresce melhor. Ela está normalmente deslocada para perto da
variação máxima de temperatura;
Temperatura Máxima: maior temperatura na qual o crescimento é possível. Acima dessa temperatura, o fator de
crescimento decresce rapidamente, provavelmente pela inativação dos sistemas enzimáticos.
Conservação de Alimentos
A refrigeração é o método mais comum de preservação dos alimentos. Esse método tem como base o princípio de que as
velocidades de reprodução microbiana decrescem em baixas temperaturas. Embora os micro-organismos sobrevivam mesmo em
temperaturas próximas do congelamento (podem ficar totalmente dormentes), eles gradualmente diminuem seu número.
Psicrotróficos: não crescem bem em temperaturas baixas, exceto quando comparados com outros micro-organismos,
mas conseguem ser capazes de deteriorar lentamente o alimente, torando forma de micélio fúngico, limo na superfície
do alimento ou alterações de sabor ou cor nos alimentos;
Mesófilos: incluem a maioria dos organismos patogênicos e deteriorantes.
A maioria das bactérias cresce melhor em uma faixa estreita de pH perto da neutralidade, entre pH 6,5 e 7,5. Poucas bactérias
crescem em um pH ácido abaixo de 4. No entanto, algumas bactérias, chamadas de acidófilas, são resistentes à acidez.
Quando bactérias são cultivadas no laboratório, elas com frequência produzem ácidos que algumas vezes interferem com seu
próprio crescimento. Para neutralizar os ácidos e manter o pH apropriado, tampões químicos são incluídos no meio de cultura. As
peptonas e os aminoácidos atuam como tampões em alguns meios, e muitos meios também contêm sais de fosfato. Os sais de
fosfato têm a vantagem de exibir o seu efeito de tampão na faixa de pH de crescimento da maioria das bactérias. Eles também
não são tóxicos; de fato, eles fornecem fósforo, um nutriente essencial.
Fatores de Crescimento Físico – Pressão Osmótica
Os microrganismos são compostos de 80% a 90% de água, pois necessitam dela para crescer (obtêm a maioria de seus nutrientes
dela). A pressão osmótica, causada pelo movimento de água através da membrana torna-se então, um dos fatores envolvidos no
processo de crescimentos desses organismos.
Pressão osmótica elevada retira água da célula: quando células microbianas estão em soluções com grande concentração
de solutos, a água viaja de dentro dela, para fora dela, a fim de diluir a solução concentrada. Isso causa a plasmólise da
célula (encolhimento), que inibe o crescimento da célula.
Pressão osmótica baixa leva água para dentro da célula: alguns microrganismos posem sofrer lise em situações como essa,
por possuírem parede celular relativamente frágil.
Halófilos Extremos/ Obrigatórios: microrganismos adaptados a concentrações elevadas de sais. Requerem sua presença
para crescer.
Halófilos Facultativos: microrganismos que não requerem concentrações elevadas de sal, mas são capazes de crescer em
concentrações de até 2% de sal, o que inibe o crescimento de muitos organismos. Algumas espécies de halófilos
facultativos podem tolerar mesmo 15% de sal.
Essas formas tóxicas do oxigênio são um componente essencial de uma das mais importantes defesas do corpo contra os
patógenos, a fagocitose, onde os patógenos ingeridos são mortos pela exposição ao oxigênio singlet, aos radicais superóxidos,
ânions peróxidos do peróxido de hidrogênio, radicais hidroxila e outros compostos oxidativos relacionados.
|3| BIOFILMES
Na natureza, os micro-organismos raramente vivem em colônias isoladas de uma única espécie, como vemos no laboratório. Mais
tipicamente, eles vivem em comunidades chamadas de biofilmes, que:
Residem em uma matriz, feita essencialmente de polissacarídeos que contém DNA e proteínas, chamada de limo; essa
matriz pode ser considerado um hidrogel - polímero complexo contendo uma quantidade de água que corresponde a
várias vezes seu peso seco;
Possui comunicação química entre as células/ quorum sensing, que permite às bactérias coordenarem sua atividade e se
agrupar em comunidades que fornecem benefícios;
Geralmente são fixados em superfícies como uma pedra em um lago, um dente humano;
Dentro da comunidade as bactérias são capazes de compartilhar nutrientes e são protegidas de fatores danosos do
ambiente, como a dissecação, os antibióticos e o sistema imune corpal. A proximidade estreita entre os microrganismos
dentro do biofilme também pode ter a vantagem de facilitar a transmissão de informação genética.
O meio de cultura é o material nutriente preparado para o crescimento de micro-organismos em um laboratório. Algumas
bactérias podem crescer bem em qualquer meio de cultura, outras requerem meios especiais, e outras ainda não podem crescer
em qualquer dos meios não vivos até agora desenvolvidos.
Inóculo: microrganismos introduzidos em um meio de cultura para iniciar o crescimento;
Cultura: microrganismos que crescem e se multiplicam dentro ou sobre um meio de cultura
Reprodução Bacteriana
As bactérias normalmente se reproduzem por fissão binária:
Fases do Crescimento
Quando algumas bactérias são inoculadas em um meio líquido de crescimento e a população é contada em intervalos regulares, é
possível representar graficamente a curva de crescimento bacteriano, que mostra o crescimento das células em função do tempo.
Fase Lag: A população microbiana passa por um período de intensa atividade metabólica, envolvendo principalmente a
síntese de enzimas e várias moléculas. Sendo assim, não há reprodução, pois elas não se reproduzem imediatamente em
um novo meio.
Fase Log: A fase log é o momento de maior atividade metabólica, sendo o preferido para fins industriais, pois o produto
precisa ser produzido de maneira eficiente.
Fase Estacionária: A velocidade de reprodução se reduz, o número de mortes microbianas é equivalente ao número de
células novas, e a população se estabiliza. A causa da interrupção do crescimento exponencial não é sempre clara,
podendo ser o esgotamento dos nutrientes, o acúmulo de resíduos e mudanças no pH.
Fase de Morte Celular: O número de mortes ultrapassa o número de células novas formadas, e a população entra na fase
de morte ou declínio logarítmico. Essa fase continua até que a população tenha diminuído para uma pequena fração da
população da fase anterior ou morre totalmente. Algumas espécies passam por toda a sequência de fases em somente
poucos dias; outras mantêm algumas células sobreviventes indefinidamente.
Controle de Crescimento Microbiano
Porque controlar o crescimento microbiano?
Prevenção e controle de infecção hospitalar (inclui antissepsia);
Limpeza e desinfecção de materiais hospitalares;
Controle de qualidade em indústrias (alimentos, medicamentos, cosméticos, água, etc);
Laboratórios de pesquisa;
Laboratório de Análises Clínicas;
Preparo de alimentos.
|1| TERMOLOGIA
Limpeza: Remoção mecânica da sujeira; Retira os compostos que poderiam ser usados como nutrientes pelos
microrganismos;
Desinfecção: Processo de eliminação das formas vegetativas de praticamente todos os microrganismos patogênicos de
superfícies inertes (não garante a eliminação de todos os microrganismos, nem endósporos);
Antissepsia: Desinfecção em tecidos vivos;
Degerminação: Remoção de microrganismos de uma área limitada (ex.: antes de aplicar injeção);
Sanitização: Tratamento que reduz a contagem microbiana de utensílios alimentares a níveis seguros de saúde pública;
Esterilização: Destruição de todas as formas de vida microbiana (incluindo os vírus);
Agente anti-séptico: Agente antimicrobiano que visa a destruição de microrganismos patogênicos em tecidos vivos (baixa
toxicidade para células eucarióticas);
Agentes bactericida, fungicida e viricida: Matam bactérias, fungos e vírus, respectivamente;
Agentes bacteriostático, fungistático e viriostático: Inibem o crescimento de bactérias, fungos e vírus, respectivamente;
Sepse: Indica contaminação bacteriana;
Assepsia: Ausência de contaminação significativa;
Esterilização comercial: Tratamento de calor suficiente para matar os endósporos de Clostridium botulinum nos alimentos
enlatados.
Ao selecionar o agente de controle microbiano devem-se levar em consideração os efeitos desses agentes sobre outras coisas
além dos microrganismos.