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1. Resistência mecânica
2. Rigidez
3. Resistência ao desgaste
4. Resistência ao calor ou termo-resistência
5. Resistência às vibrações
1 - Resistência mecânica
Diagramas de carregamento
a) Carga alternada ou carga cíclica com reversão total [e.g., em eixos giratórios,
algumas molas de relógios, diversos dispositivos electromagnéticos oscilatórios]
Neste tipo de carregamento, a tensão muda de valor e de sinal, possuindo as
mesmas intensidades extremas tanto para tracção como para compressão:
σ max = σ min ;
σ max + σ min
σ med = = 0 ou ( σ m = 0)
2
b) Carga repetida ou carga variável sem reversão, com valor mínimo nulo, ou
carga pulsante
[ e.g., dentes de engrenagens com carga num sentido, rolos lisos, pistas de
rolamentos, punções de estampas para prensagem, compactadores de terra
manuais, martelos]
σ max ≠ 0; σ min = 0
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c) Carga variável com ou sem reversão, que não se enquadra nos casos a) e b).
Neste tipo de carregamento não se tem, portanto, σ max = σ min nem σ min = 0
(ou σ max = 0 ).
Há diferentes possibilidades:
σ max ≠ 0; σ min ≠ 0
σ min > 0
Na prática, são muito raros os casos em que as peças de máquinas são sujeitas
a cargas estritamente constantes. Mesmo assim, calcula-se um valor médio da carga
que é considerado constante. Deste modo, a carga variável é considerada como
sobreposição entre uma carga constante com o valor médio e uma carga alternada
com amplitude igual à da variação observada.
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Tensões e resistência
A resistência mecânica das peças tanto pode ser superficial como volumétrica.
A resistência mecânica superficial não considera as propriedades do interior da
peça. Ela pode ser caracterizada por vários índices:
σ max τ max
Kσ = ; Kτ =
σ nom τ nom
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K σ e K τ - são os coeficientes efectivos de concentração das tensões normais
(de tracção/compressão e flexão) e tangenciais (devidas à torção
e ao corte), respectivamente.
σ max e τ max - são os valores máximos de tensão local, nos pontos em que se
verifica a concentração de tensões (por exemplo, no fundo da
ranhura)
σ nom e τ nom - são os valores nominais da tensão na secção da peça em
Força
consideração; por exemplo, para o caso de tracção, σ nom = ;
Área
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σ lim Qlim
n= = ≥ [n ]
σ Q
onde:
σ lim , Q lim − são as tensões e carga limites, respectivamente (máximas);
representam os valores aos quais o material experimenta deformações
permanentes ou rotura;
Para efeitos de cálculo, as cargas variáveis ao longo do tempo de vida útil das
peças são reduzidas a um valor de carga constante. Esta carga constante que tem o
mesmo efeito que a carga variável real chama-se "carga equivalente":
onde:
Qeq − é a carga equivalente
Qnom - é a carga nominal
klong - é o coeficiente de longevidade, que depende do carácter de variação da
carga (diagrama de carregamento) e também do valor que é escolhido
para a carga nominal. klong = k L
Se bem que a carga equivalente é uma carga constante que pode substituir a
carga variável real de serviço (no caso considerado, é um valor que garante a mesma
longevidade) também se define uma carga de cálculo, que se calcula com base na
carga de serviço. A carga de cálculo é também uma carga constante teórica que tem
em conta o carácter de variação da carga de serviço e a interacção entre as peças a
conjugar. A carga de cálculo depende do critério de capacidade de trabalho utilizado,
incluindo a longevidade. Pode ser calculada como produto da carga nominal por uma
série de coeficientes:
Tc = Tnom ⋅ k1 ⋅ k 2 ⋅ k 3L =
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Na prática, a carga de cálculo para máquinas sujeitas a uma carga dada (por
exemplo, um momento torsor) pode ser calculada pelo produto da carga nominal pelo
coeficiente de carga dinâmica k d. A magnitude do coeficiente de carga dinâmica é
geralmente muito maior que a de outros coeficientes e, por isso, este coeficiente pode
ser usado sòzinho. O coeficiente de carga dinâmica depende do regime de
funcionamento de cada tipo de máquina. Expressa a possibilidade de surgimento de
cargas diferentes das cargas nominais, que vêm expressas nas especificações
técnicas do equipamento. Por exemplo, um trem de laminagem pode ter cargas 2,5 …
6 vezes maiores que as cargas nominais durante a captação do bilete. A energia para
sustentar choques desta natureza é suprida por massas inerciais ou por aumento
efectivo da potência accionadora, tal como acontece quando se usam motores
assíncronos, mas os choques devem ser suportados pelas peças.
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Tipos de Solicitação nas Peças
a) Tracção e compressão
F ⋅l δ F
δ = de: ⋅E =ε ⋅E =σ =
A⋅ E l A
Esta equação não é válida para barras longas submetidas à compressão, pois
estas sofrem flambagem. Nesta relação:
A⋅ E
Ao valor K = (também designado por "C") dá-se o nome de "constante
l
elástica" ou "rigidez". Este conceito é válido para tracção e compressão.
σ = E ⋅ε
onde
A constante de proporcionalidade acima chamada "módulo de elasticidade" ou"
módulo de Young" E é uma característica do material.
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δ
ε= - é o alongamento específico ou deformação específca.
l
F
σ=
A
[σ e ] =σ e ;
[n]
[σ r ] = σ r ;
[n]
onde:
Estas fórmulas são aplicáveis para prevenir a inutilização de peças sob efeito de
cargas estáticas. Quando as cargas são cíclicas o procedimento é diferente e as
tensões admissíveis também são diferentes.
F F ⋅4
• Para secção circulares: σ= = ≤ [σ ]
A π ⋅d 2
F F
• Para secções rectangulares: σ = = ≤ [σ ]
A b⋅h
onde:
σ - é a tensão devida à força F
A - é a área da secção transversal da barra
d - é o diâmetro da barra
F - é a força axial de tracção ou compressão
b, h - são as dimensões dos lados da secção rectangular.
[σ ] - é a tensão admissível
b) Flexão
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Mf
σ= ≤ [σ ]
Wx
onde:
Mf - é o momento flector máximo na barra
[σ] - é a tensão normal admissível (tracção/compressão)
Wx - é o momento de resistência axial. Para secções circulares:
I π ⋅d4 π ⋅d3
Wx = W y = = = ≈ 0,1 ⋅ d 3
r 64 ⋅ d / 2 32
Ix b ⋅ h3 b ⋅ h2
Wx = = =
h / 2 12 ⋅ h / 2 6
onde:
d, r - são o diâmetro e o raio da secção, respectivamente
b - é a largura da secção transversal
h - é a altura da secção transversal
F
τ= ≤ [τ ]
A
τ = G ⋅γ
F ∆s F G⋅A
Note-se que τ = = G ⋅ γ = G ⋅ ; então = é um tipo de rigidez.
A l ∆s l
deformação lateral
µ=−
deformação axial
E
E=2⋅G⋅(1+ µ) ou G=
2 ⋅ (1 + µ )
Para a maioria dos aços E ≈ 2,1⋅105 MPa e µ ≈ 0,3; assim G ≈ 0,81⋅ 105 MPa.
Ver Joseph E. Shigley, Tabela A5, página 729
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d) Torção
T
τ= ≤ [τ ]
Wp
onde:
Wp - é o momento polar de resistência; para secção transversal circular tem-se:
π ⋅d3
Wp = ≈ 0,2 ⋅ d 3
16
[τ ] - é a tensão tangencial admissível
O ângulo de rotação θ (às vezes denotado por ϕ) da extremidade de uma barra
uniforme, causado por um momento torsor, pode ser expresso por:
T ⋅l
θ=
G⋅Ip
T G⋅Ip
Assim, rigidez à torção pode ser expressa por: = .
θ l
onde:
Ip - é o momento polar de inércia; para secção transversal circular tem-se:
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π ⋅d4
Ip =
32
e) Esmagamento
F
σ esm = ≤ [σ ]
A
F 2 ⋅T
σ esm = = ≤ [σ ] (no cubo)
A d ⋅ (l ⋅ k )
2 ⋅T
A relação representa a força tangencial; a área de contacto A entre a
d
chaveta e o cubo é aproximada ao produto l ⋅ k .
A = l x d.
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f) Tensões de contacto
(1 − µ ) + (1 − µ )
1
2 2
2
2⋅F E1 E2
b= ⋅
π l l
+
d1 d 2
As tensões que surgem são tanto maiores quanto menor for a área de contacto e
quanto maior for a rigidez dos corpos em contacto. Estas tensões localizadas são
designadas “tensões de contacto”. Segundo Hertz, a tensão de contacto para dois
cilindros pode ser expressa, , por:
q E1 ⋅ E 2
σH = ⋅
ρ red [
π E1 (1 − µ 22 ) + E2 (1 − µ12 ) ]
Como o coeficiente de Poisson para muitos metais é µ =0,25 ... 0,35 pode-se fazer
µ1=µ2 =0,3 de forma a obter-se:
σH =
q
⋅
E1 ⋅ E2
ou σ H =
q
⋅
1
⋅
[2 ⋅ E1 ⋅ E 2 ]
ρ red π ⋅ (1 − µ 2 ) ⋅ ( E1 + E 2 ) ρ red 2 ⋅ π ⋅ (1 − 0,3 ) [( E1 + E 2 )]
2
q
σ H = 0,418 ⋅ E red
ρ red
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onde:
σ H - é a tensão de contacto (o índice H vem de “Hertz”) [MPa]
q - é a carga linear : F/l [N/mm]
l - é o comprimento da linha de contacto [mm]
F - é a força de aperto [N]
E1, E2 - são os módulos de elasticidade dos materiais dos cilindros em contacto
[MPa]
µ - é o coeficiente de Poisson
ρred - é o raio reduzido de curvatura: [mm]
1 1 1
= ± (sinal positivo para contacto exterior)
ρ red ρ1 ρ2
(sinal negativo para contacto interior)
E1 ⋅ E 2
E red = 2 ⋅
E1 + E 2
Note-se que a tensão normal máxima ocorre mais ou menos no centro da zona
de contacto, sobre a superfície. Porém, a tensão tangencial máxima localiza-se abaixo
da superfície de contacto, a uma profundidade de cerca de 2/5 de largura da zona de
contacto (para cilindros).
Quando as tensões de contacto são cíclicas podem causar fadiga superficial.
Fadiga
Muitas peças giratórias estão sujeitas a tensões cíclicas: veios, eixos, rodas
dentadas polias, etc. Algumas destas peças sofrem tensões volumétricas cíclicas que
causam fadiga.
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A fadiga ocorre depois de um certo número de ciclos de carga. Quanto maior for
a tensão a que a peça está sujeita, menor é o número de ciclos de carga que são
necessários para causar fadiga. A curva de fadiga é dada na figura 13.:
τ max ≈ 0, 3 ⋅ σ max
σ −1 τ −1
sσ = ≥ [sσ ] sτ = ≥ [sτ ]
Kσ Kτ
σa ⋅ +ψ σ ⋅σ m τa ⋅ + ψ τ ⋅τ m
Kd ⋅ KF Kd ⋅ KF
sσ ⋅ sτ
sσ ,τ =
sσ2 + sτ2
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Como o estado de tensão uniaxial é raro, é costume utilizar as hipóteses da
Resistência dos Materiais para avaliar a resistência das peças sujeitas a tensões
combinadas, normais e tangenciais. A tensão equivalente é dada por:
σ eq = σ 2 + 4 ⋅τ 2 ≤ [σ ] (3ª hipótese)
ou
σ eq = σ 2 + 3 ⋅τ 2 ≤ [σ ] (4ª hipótese)
F M F T
σ = ; σ = ; τ= ; τ =
A WX A WP
Na maioria dos casos, as tensões devidas a forças são muito menores quando
comparadas com as tensões devidas a momentos, mas há várias peças para as quais
as forças são consideráveis. As tensões devidas a momentos podem ser
aritmeticamente somadas às tensões devidas a forças, se forem da mesma natureza e
sentido. Por exemplo, as tensões normais devidas a forças de tracção podem ser
somadas a tensões normais devidas momentos flectores, no lado das fibras
traccionadas.
2 - Rigidez
Coeficientes de rigidez
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F
F F
k= (também escrito como C = , mas λ pode ter outros significados)
y λ
onde:
k, C - é a "constante de mola" ou" coeficiente de rigidez", em N/mm ou N/m, para
tracção e compressão.
y, λ - é o alongamento (deformação), também designado por δ, x¸∆l, em mm ou
m
F - é a força deformadora, em N.
A⋅ E F ⋅l
k= , de δ =
l A⋅ E
Para torção:
G ⋅IP T ⋅l
kt = de: θ =
l G ⋅IP
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A força F é comum às duas molas.
k1 ⋅ k 2 As deformações são independentes:
k=
k1 + k 2 F F
y1 = ; y2 = y = y1 + y2 =
k1 k2
F F k +k
+ = F ⋅ 2 1
k 1 k2 k1 ⋅ k 2
As forças F1 e F2 são proporcionais
k= k1+k 2 à rigidez das molas.
As deformações são iguais:
y1 = y 2 = y ; F = F1 + F2 = y ⋅ (k1 + k 2 )
As deformações dos elementos k 1e
k2 são iguais e a força total é
k=
(k1 + k 2 ) ⋅ k 3 comum ao elemento k3
k1 + k 2 + k 3
Para aumentar a rigidez das peças ou para reduzir a deformação pode-se recorrer a
diversas medidas:
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3 - Resistência ao Desgaste
A teoria do desgaste ainda não é perfeita mas o desgaste é controlado por meio
da limitação da pressão p e do produto da pressão pela velocidade p⋅v:
p≤ p , p⋅v ≤ p⋅v
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4 - Resistência às Vibrações
Fa
y= ⋅ sen(ω f ⋅ t )
(
m ⋅ ω n2 − ω 2f)
fig. 18
onde:
y - é a amplitude das vibrações
Fa - é a amplitude da força externa cíclica (muitas vezes é a força centrífuga nas
peças giratórias)
m - é a massa do sistema em vibração
ωn, ωf - são as frequências circulares natural e forçada do sistema
t - é um parâmetro (normalmente é o tempo)
k g
ωn = =
m y est
Qgerado ≤ Qdissipável
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tmax-adm - é a temperatura máxima admissível, normalmente condicionada pelos
valores aceitáveis para o lubrificante (se existir), em °C.
- fluência (creep)
- relaxação de tensões
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Problemas
Problema 1 (tracção, flexão, cisalhamento):
a) esforços axiais
b) esforços transversos
c) momentos flectores
Resolução:
Variante 1 Razão Variante 2
Dados: Dados:
Fa Fa ⋅ 4 Fa Fa ⋅ 4
σa = = = 5,66 MPa 5:1 σa = = = 1,125MPa
A π ⋅d2 A π ⋅d2
b) Ft = F⋅ sen 45 = 707,1 N b) Ft = F⋅ sen 45 = 353,55 N
Ft F ⋅4 Ft F ⋅4
τF = = t 2 = 5,66 MPa 5:1 τF = = t 2 = 1,125 MPa
A π ⋅d A π ⋅d
Mf Mf
c) σ f = ; σ f = 179,6 MPa 8:1 c) σ f = ; σ f = 22,5 MPa
Wx Wx
onde: onde:
3
M f = Ft ⋅ l = 35,36 ⋅10 N ⋅ mm 2:1 M f = Ft ⋅ l = 17.68 ⋅10 3 N ⋅ mm
π ⋅d3 1:4
π ⋅d3
Wx = = 196,85 mm 3 Wx = = 785,4mm 3
32 32
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Problema 2 (tracção, rigidez):
Uma barra de aço tem secção transversal de 100 mm2, com forma arbitrária. Se
o limite de resistência do aço da barra for de 800 MPa e o de escoamento for de 600
MPa, diga se a peça irá resistir ao ser alongada em 1 mm por um força axial de valor
por determinar, para os casos em que:
Esquema de cálculo:
Resolução:
Variante a) Variante b)
E ⋅ ∆l 2,1 ⋅10 5 ⋅1 E ⋅ ∆l 2,1 ⋅10 5 ⋅1
σ= = = 4400 MPa σ= = = 44 MPa
l 50 l 5000
E ⋅ ∆l 2,1 ⋅10 5 ⋅1 E ⋅ ∆l 2,1 ⋅10 5 ⋅1
σ= = = 4200MPa σ= = = 42MPa
l 50 l 5000
É um valor muito acima do limite de É um valor muito abaixo dos limites de
resistência: a barra não resiste à tracção tensão admissível: a barra resiste bem.
F = σ⋅A = 42400⋅100 = 4240.000 N F = σ⋅A = 424⋅100 = 4.2400 N
(exercício individual: determinar os valores de rigidez de cada barra)
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Problema 3 (tracção):
Um fio de aço com tensão limite de 400 MPa é pendurado por uma extremidade
enquanto se desenrola. Com que comprimento é que o fio vai romper sob efeito do
próprio peso ?
Esquema de cálculo:
Resolução:
Fgm ⋅ g ρ ⋅V ⋅ g ρ ⋅ (A ⋅ l)⋅ g
σ= = = = = ρ ⋅l⋅ g
A A A A
σ 400 ⋅10 6
o que resolvendo para l dá: l= = = 5670 m
ρ ⋅ g 7200 ⋅ 9,8
(note-se a conversão da tensão de MPa para Pa (N/m2) para condizer com kg/m3 e
m/s 2).
Repetir este problema para um alumínio com densidade 2700 kg/m3 tensão limite de
150 MPa.
Problema 4 (flexão):
Esquema de cálculo
Um guincho com 150 kg de massa
deve transitar num vão de 5 m que
separa dois suportes numa fábrica. O
guincho rola sobre uma barra de
secção transversal quadrada de lado
c, cuja tensão de projecto (admissível)
é 90 MPa. Achar a secção transversal
da barra considerando apenas o efeito
da flexão.
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Resolução:
a = 0 : M f = 0;
a ⋅b 2⋅l
M f = R A ⋅ a = (m ⋅ g ) ⋅ a = l / 3 : M f = (m ⋅ g ) ⋅
;
a +b 9
l
a = l / 2 : M f = (m ⋅ g ) ⋅ ;
4
l 2⋅l 2⋅l
(note-se que = > )
4 8 9
b) compõe-se a fórmula de momento de resistência à flexão:
c ⋅ h 2 c3
WX = =
6 6
Mf l 6
σF = = (m ⋅ g ) ⋅ ⋅ ≤ [σ ] ou seja :
WX 4 c3
l 6 5 ⋅10 3 6
c 3 ≥ (m ⋅ g ) ⋅ = (150 ⋅ 9,8) ⋅ ⋅ o que dá c ≥ 49,5 mm
4 [σ ] 4 90
Problema 5 (cisalhamento):
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Resolução:
Esquema de cálculo:
O deslocamento absoluto da extremidade de uma barra sob corte é dado pelo produto
entre o deslocamento relativo (ou distorção) e o comprimento:
∆S = γ ⋅ l
a distorção é proporcional à tensão e é dada por:
τ 4
γ= = = 5 ⋅10 −5
G 0,81 ⋅10 5
F F 2000
onde τ = = = = 4 MPa e G = 0,81⋅105 MPa, para aços.
A b ⋅ h 10 ⋅ 50
b ⋅ h 2 10 ⋅ 50 2
Wx = = = 4167 mm 3
6 6
O momento flector máximo é o produto da força pelo comprimento da barra até ao
encastramento:
M F = F ⋅ l = 2000 ⋅1000 = 2 ⋅ 10 6 N ⋅ mm
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Assim, a tensão de flexão fica:
M F 2 ⋅ 10 6
σF = = = 480MPa
Wx 4167
Este problema justifica que o cisalhamento não seja considerado para cálculos de
barras compridas visto que tanto a tensão como a deformação que o cisalhamento
causa são desprezíveis quando comparados aos efeitos correspondentes devidos à
flexão.
Problema 6 (torção):
Resolução:
Esquema de cálculo:
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O momento torsor T causado pela força F é o produto da força pelo braço:
MT
τT = ≤ [τ ]
WP
onde:
π ⋅d3
WP =
16
A condição de resistência pode ser reescrita como:
16 ⋅ M T 16 ⋅ M T
≤ [τ ] ou ≤ d 3 , portanto:
π ⋅d 3
π ⋅ [τ ]
16 ⋅ M T 3 16 ⋅ 2000000
d ≥3 = = 79,9 mm
π ⋅ [τ ] π ⋅ 20
Problema 7 (rigidez):
Duas barras de aço sujeitas a forças iguais (206,2 kN) têm alongamentos iguais (2 mm)
e comprimentos iguais. A primeira barra tem secção quadrada maciça com 38,37 mm
de lado e a segunda barra é um tubo circular com D/d = 2. Calcule todas as dimensões
da segunda barra. Peça 1
Esquema:
Dados:
F = 206.2kN
∆l2 = ∆l1 = 2 mm
A1 = b2 = (38.37)2 mm2
D
=2
d E aço = 2.1⋅10 5 MPa
Peça 2
Pedido: l, D, d.
Cálculos
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Solicitação: Tracção
F
σ= (2)
A
F ∆l 2
E ⋅ε = ; ε=
A l2
∆l F ∆l 2
E⋅ 2 = ⇒ l2 = E ⋅ A ⋅
l2 A F
2.1⋅10 5 ⋅ 38.37 2 ⋅ 2
l2 = = 2998.8mm ⇒ l 2 = 3000 mm (arredondado)
206.2 ⋅10 3
π 2 D
de A1 = A2 compõe-se: b2 =
4
(
D − d2 ) e se
d
=2 então D = 2⋅d , portanto:
2
4 ⋅ b2
b2 =
π
(2 ⋅ d )2 − d 2 ⇒ b 2 = π ⋅ 3 ⋅ d 2 ⇒ d 2 = 4 ⋅ b
[ ] ⇒ d= ⇒
4 4 3⋅ π 3⋅ π
2⋅ b 2 ⋅ 38,37
d= = =25
3⋅ π 3 ⋅ 3,14
d = 25mm ⇒ D = 50mm
Dimensões:
Comprimento: l=3m
Diâmetro externo: D = 50 mm
Diâmetro interno: d = 25 mm
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Problemas não resolvidos
Num lote de 120 camiões, cada um com o seu atrelado, a cada 800 quilómetros
verificam-se avarias de 4 camiões e 2 atrelados. Qual é a probabilidade de um camião
e seu atrelado concluirem uma viagem de 800 quilómetros sem avariarem?
Problema 9 (tracção):
Problema 10 (flexão):
Problema 11 (torção):
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