Este documento fornece um resumo da escultura grega desde suas origens até o período helenístico, abordando seus principais períodos, características, materiais e contextos. As principais informações são: a figura humana era o tema central; a escultura evoluiu de formas rígidas e frontais para representações mais realistas e dinâmicas; os principais materiais eram pedra, madeira, terracota e bronze.
Este documento fornece um resumo da escultura grega desde suas origens até o período helenístico, abordando seus principais períodos, características, materiais e contextos. As principais informações são: a figura humana era o tema central; a escultura evoluiu de formas rígidas e frontais para representações mais realistas e dinâmicas; os principais materiais eram pedra, madeira, terracota e bronze.
Este documento fornece um resumo da escultura grega desde suas origens até o período helenístico, abordando seus principais períodos, características, materiais e contextos. As principais informações são: a figura humana era o tema central; a escultura evoluiu de formas rígidas e frontais para representações mais realistas e dinâmicas; os principais materiais eram pedra, madeira, terracota e bronze.
Considerações gerais. As origens e o Período Arcaico
Principais caraterísticas (transversais às diferentes épocas) • Tema principal: a figura humana (real ou mitológica) • Racionalismo • Clareza • Harmonia • Proporção Premissas gerais • Só uma ínfima minoria das estátuas gregas conservadas são gregas. e.g. o Hermes de Praxíteles, as esculturas dos pedimentos do Pártenon (de Fídias), o Auriga de Delfos. • A grande maioria são cópias romanas ou posteriores. • [Rhys Carpenter] A escultura grega não apresenta uma fase primitiva – já nasce uma arte. A teoria da influência egípcia, suportada por J. Boardman mas recusada por autores como R. M. Cook. • R. Carpenter (1960), Greek Sculpture, cap. 1. • J. Boardman (1978), Greek Sculpture. The Archaic period. Pp. 18-20. • R. M. Cook (1967), “Origins of Greek Sculpture”, Journal of Hellenic Studies 87, pp. 24-32. (1) Hermes de Praxíteles, c. 330 a.C. Museu de Olímpia. (2) Dionísio, do pedimento ocidental do Pártenon. Fídias (e colaboradores). C. 440-430 a.C. British Museum. O Auriga de Delfos. Bronze. Estátua conservada e reconstituição (provável) do grupo escultórico em que se integraria. Museu Arqueológico de Delfos. Comemorativa da vitória da equipa do tirano Polizelo (da Sicília) nos Jogos Píticos de 470 a.C. • Materiais
• Pedra (mármore), sobretudo branco. Era famoso, ao longo de toda a
Antiguidade, o mármore da ilha de Paros. • Madeira: estatuetas de culto (as xoana), perdidas dada a fragilidade do material. A madeira era também utilizada como base das estátuas criselefantinas (madeira revestida de ouro e marfim) – o Zeus e a Atena criselefantinos de Fídias (para Olímpia e Atenas). • Terracota: a partir da época arcaica, sobretudo para estátuas de menor dimensão. • Bronze: difundido o seu uso a partir do séc. IV a.C., com a invenção da técnica da cera perdida, que tornou mais eficiente o processo de fundição. Muito usado a partir do período clássico pelos grandes artistas. A maior parte das estátuas foram fundidas mais tarde pelo Cristianismo. • Marfim, ouro, pedras preciosas... Estatueta em marfim. Heráion de Samos, final séc. VII a.C.
Os Bronzes de Riace. C. 460-
450 a.C.
Dama em azul, terracota
pintada e dourada de Tânagra, c. 300 a.C., Louvre Zeus Criselefantino de Olímpia, de Fídias. C. 435 a.C. Proposta de reconstituição (e escala) de Quatremère de Quincy (1815). • Principais contextos de produção (e exibição) escultórica:
• Religioso – templos (métopas, frisos, pedimentos, estátuas de culto).
• Atlético – estátuas dos atletas nos recintos desportivos. • Político – comemoração de grandes feitos ou figuras. E.g. o friso do templo de Atena Nike, com as Guerras Medo-Persas. • Funerário – sobretudo sobre a forma de estelas. Relembre que também os vasos eram usados neste contexto. Maquete do Templo de Afaia, em Egina. Final séc. VI – início séc. V a.C. Reconstituição dos pedimentos ocidental e oriental (2ª versão) do templo de Afaia em Egina. Respetivamente, representam a segunda campanha troiana (Atena, Aquiles, Mémnon, Teucro, um companheiro de Teucro, Troianos, Ájax, Heitor, Páris, um troiano e dois Gregos) e a primeira campanha troiana (Atena, Télamon, Iolau, Héracles, um soldado grego, Peleu, três figuras não identificadas e Laomedonte). O Discóbulo de Townley (cópia romana) e uma reprodução em bronze (miniatura), da Gliptoteca de Munique, do modelo do Discóbolo de Míron. Plínio, o Velho e Luciano de Samósata informam que o original, em bronze, foi produzido c. 455 a.C. para um palácio de Atenas, celebrando um atleta vitorioso no pentatlo. Policromia • A grande maioria da escultura grega, senão toda, era pintada com cores vivas, fosse apenas em detalhes ou partes (roupa, cabelos, etc.), ou integralmente (incluindo a pele nua). • Praxíteles considerava a pintura de superfície um elemento fundamental do estilo e indispensável para o pleno efeito de suas criações. • Inúmeras estátuas dos diferentes estilos e período ainda preservam resíduos de pigmento. • No Renascimento, acreditava-se que toda a escultura grega era em mármore branco. • Bunte Götter (Deuses Coloridos): exposição patrocinada pela Gliptoteca de Munique, que mostrou diversas cópias de peças originais com tentativas de reconstituição policromática. Original e duas propostas de reconstrução policromática da Kore do Peplos. C. 530 a.C. Origens e cronologia • Até meados do séc. VII a.C. – pequenas estátuas de culto, quase sempre de madeira, bronze, terracota e marfim. • A escultura de grandes dimensões (tamanho real ou superior) tem início formal no Período Arcaico.
• Período arcaico (sécs. VII e VI a.C.)
• Arcaico Primitivo (ou Dedálico) (séc. VII a.C.) • Arcaico na Maturidade (570-530 a.C.) • Arcaico Tardio (530-480 a.C.) • Período Clássico • Estilo Severo (480-450 a.C.) • ”Momento Clássico” (450-400 a.C.) • Século IV a.C. • Primeira fase • Segunda fase • Período Helenístico (330-100 a.C.) Estatueta votiva em marfim do cemitério de Dípylon (Kerameikos). C. Estatueta de bronze de guerreiro. Séc. 730-720 a.C.. Museu VIII a.C. Staatliche Antikensammlungen Arqueológico de Atenas, 10.382 inv. 776. Arcaico Primitivo (ou Dedálico) [séc. VII a.C.] • “Dedálico”, i.e., a partir do nome de Dédalo, o mítico artesão. • Principais caraterísticas: • Figuras frontais • Desenho simplificado da anatomia • Rosto esquemático, testa baixa, olhos e nariz grandes, boca pouco expressiva • Pernas longas • Cintura alta e estreita • Cabeça de forma triangular, rodeada pelo cabelo em bloco retangular • Cabelo que cai em tranças ou ondas horizontais • Korai (figuras femininas): veste comprida apertada com cinto • Kouroi (figuras masculinas): nudez Estatueta votiva de Nicandra a Ártemis (inscr.). Atenas, Museu Nacional, c. 660- 650 a.C. (1) A “Dama de Auxerre”. Paris, Louvre. c. 630-600 a.C. (2) Proposta de reconstituição cromática, Universidade de Cambridge. (1) Kouros do Cabo Súnion, c. 615-590 a.C. Museu Arqueológico Nacional de Atenas. (2) e (3) Kouros. Metropolitan Museum of NY. Cléobis e Bíton (ou os Dioscuros). C. 600-590 a.C. Museu Arqueológico de Delfos. Arcaico na maturidade (570-530 a.C.) • Figuras frontais, mas com maior rigor anatómico na representação. • Bustos melhor modelados: ombros, braços, peito, músculos • Rigor e realismo na representação do vestuário: as pregas • Rosto ainda esquemático, mas com olhos salientes e lábios grossos • O conhecido como sorriso arcaico • Pernas longas, com avanço da perna esquerda (sugestão de movimento) • As formas da cabeça vão-se tornando mais realistas • Cabelo que cai sobretudo “em cortina” • Korai (figuras femininas) – um grande número foi encontrado na Acrópole de Atenas, provavelmente enterradas após a destruição das Guerras Pérsicas (580 a.C.) • Kouroi (figuras masculinas) (1) A Hera de Samos, dedicada por Querâmias. C. 570-560. Paris, Louvre. Note o número e o rigor das pregas, seguradas pela mão direita. (2) O Moscóforo (portador do bezerro). Atribuído a Fédimo. C. 570-560 a.C. Os braços do jovem e as pernas do animal em cruz. Uma cena do quotidiano fortemente afetiva. (1) Kore do Peplos. C. 530 a.C. Atenas, Museu da Acrópole. (2) A Kore de Berlim. Staatliche Museum. (3) O Kouros de Anavysos. C. 530 a.C. Museu Arqueológico Nacional de Atenas. Kore Frasicleia (inscr.), de Arístion de Paros. C. 540 a.C. Museu Arqueológico Nacional de Atenas.
Destacam desta peça as pregas das vestes,
seguradas pela mão direita, bem como a decoração floral – botões de lótus na mão e na cabeça. Arcaico tardio (530-480 a.C.) • As estátuas vão perdendo a rigidez esquemática dos períodos anteriores. • Caminha-se a passos largos do idealismo para o naturalismo. • As formas e os detalhes de Korai e kouroi complexificam-se (cabelo, vestes, posição do corpo). • Diversificação temática. • Progressivo dramatismo – as figuras em ação. • Expressão (olhar) distante ou introspetivo. • Muitos exemplos de escultura religiosa (decoração de templos): • Tesouro dos Snífios, em Delfos (525 a.C.) • Frontão do Templo de Atena, mandado contruir pelos Pisístratos entre 525-520 a.C. • Pedimentos do Templo de Afaia, em Egina (2ª versão, c. 490-480 a.C.) (1) Kore n.º 682. c. 520 a.C. Atenas, Museu da Acrópole. (1.1) Detalhe das pregas e sua pintura.
(2) Kore n.º 674.
c. 500 a.C. Reconstituição do Tesouro dos Snífios, por Theophil Hansen. Restos do pedimento ocidental do Tesouro dos Sífnios, em Delfos: Héracles e Apolo lutam pela posse da trípode profética. "O Efebo Louro e o Efebo de Crítios representam não apenas uma ideia abstrata de juventude, como fazia o kouros tradicional, mas sim uma juventude ideal. Mesmo assim, eles vivem. O kouros [...] olha através de nós, transcendendo as limitações humanas porque não presta atenção a elas. O Efebo Louro e o Efebo de Crítios fazem uma pausa e parecem prestar grande atenção a algo. Eles olham, não para fora, mas para dentro, e sua introversão, assim como sua postura, é o que os torna clássicos. [...] Eles, de fato, prenunciam um novo ideal, uma nova virtude: a sofrosyne, moderação, a doutrina do autoconhecimento e do conhecimento das limitações humanas — a doutrina (à direita) O Kouros de Crítios. C. 485-480 clássica por excelência". a.C. Atenas, Museu da Acrópole. Hurwit, Jeffrey M., The Art and Culture of (em cima) O chamado kouros louro. C. 490- Early Greece, 1100-480 B.C. Cornell 480 a.C. Atenas, Museu da Acrópole. University Press, 1987, p. 351