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caDERNOS DE TEATRO
Publicação de "O TABLADO" soh o
patrocínio do I nstituto Brasileiro de
Educação, Ciência e Cultura
( IBECC )
Av. Lineu de Paula Machado, 795
Jardim Bot ânico Distrito Federal
Diretor responsável:
Maria Cla ra Machado
Redutores:
\' era Pedrosa
Rubens Corrêa
Maria T ereza Vergas
Sonia Cavalcanti
Vânia Leão Teixeira
J ulia Pena da Rocha
Secretária:
Wanda T orres
Tesoureira:
Eddy Rezende
Composição:
Anna Letvcia
•
Colaboram neste número
Kalrna Murtinho
Cu rlos Augusto Mem
.
..
,
•
•
PHOBLE:\IAS
.-ri rnc quem trutur de prejudicai' lal criterio . :\ obcd iêuciu rúpida e sem
discussão é normn de solidariedade puru com a ohru colctivu , Clm'o que
ludo isto se refc rc ao comportamento de seus mcmhros . 1\a criação
art íst ica, o sentido de obcd iência mudu . O atol' deve conmrccnucr li qur-
o dill-tor quer, mas é d isvul íve que rcul ize tul eomo êle o quer ou eom
suas mesmas Formas de ex pressão. .
Forte principio de autoridade, pois, é uma das hase» da disciplina.
Outros pontos m portuntes se referem ii d isf r i hu i çào das rl1n~'ües com
í
plena rexponsuhif idudc. Esta ciixtrihui çâo do trabalho al'\i ';Ii,'o 01. do que
tev.: :1 Gle permite uma orgauiza~~ão uu-lhor. Enquanto não se chegar a
{'Stl' ponto, a vida colctivu Iicarú prejudicada pela ucumulu ção de tarefas
sóhrc certos clcmentos.
I:: nccess úr io garantir, além disso, o desempenho totalmente responsável
de cada Iun çâo . :'\0 momento de sua utivi dudt-, cada elemento artístico {,
totalmente IÍ\Te e plenamente responsável pela tarefa que lhe foi atri-
nu ída . Súlida uutorirlndc. distrihuição de fun ções e lihcrdad e responsável
110 cxervic io das mesmas são alguns dos pontos essenciais d e uma orgn-
nlzaç:io disciplinada.
:'\a vi du teatral ex istcru dois momcn tos importantes na cr iu ção de UUI
c.spi'láeulo. São o cusaio e a rcp rcscntu ção prõ pi -iamcntu dita . A discipli -
na iniciada cm um desemboca no outro. Deve-se, POI' conseguinte, COl1 -
trolur a assistência c pontualidade aos cu sulos I' seu total cumprimento.
A imp ontuulidadc traz uma certa dcsot-ieutu ção I' parece resultar de uma
rlc s ' a lo r iza ç ã o ou esquecimento do ternpo dos outros, pois faz com qu e
êstcs o gastclll inútilmente.
Em rcsumo : as faltas eometidas Ircqücutementc são as que se devem
evi tur. c além disso, a disciplina se baseia em u çõcs positivas. Por
exc-mulo :
Assistênciu rigorosa a todo ensaio marcado,
Pon luali dadc ahsoluta.
Heal izu çâo plena do ensaio. Evi tur repetir sem csf'ôr ço criador qual -
quer pula vru ou movimento indicados. Um truhalho de má vontade pre-
judica os alorcs que cnsuiurn de coração c prejudica a forma ção do grupo,
Alcnção ao cnsaio, sem romentúr iox nem distru çõcs .
:'\ão trazei' preocupações alheias ao própr-io ensaio.
:,\:io contralr com prom issos que possam prejudicar a trnnqü il idade do
tempo de ensaio.
;\;10 r-nsn inr cru condi ções pouco adcquudus, ou que atrapalhem a lihcr-
dadc de expressão (cuusu ço físico, roupas i ncômodas ou luxuosas),
. :,io utilizar os' ensaios como ex i hi çâo , convidando amigos que v iolcn -
tum, sem querer, o pudor íntimo da procura que êst c s ensaios sign ificum .
f:sle comoortumcnto nos ensaios. cujo cumprimento, além de outrus
c x igênc ius. asscguru uma disciplina interuu, prepara o comportumcn to dos
a to rr.s para o momento da r cnrcscntu ção . Aqui se produz a cristalização
de lodos os trabalhos com a presen ça do púhlir-o, ansioso pelo milagre.
A sr-ver -idade da disciplina deve alcan çar seu grau múx imo EO momento
da rcprcscntu ção . Xadu deve perturbar a cr iu çâo do atol' no palco, nem
a marcha do dcscnvolv imcn to teatral . Entre vúrius coisas a obscrvur,
lemos:
x ) () dirctur d e c en a t.~ a maior a u to ri da de e xuux o r de ns diri g em o
(·s p.' lac ul0 d u r a n te a r cpres cn tu rú o .
x ) A o bc d iõ nc in r úp i du a o s r uspon s áv c is pela s diferent e s fun ç õe s a s -
, I'gl;I'a um m áx i nro d e efici(~ncia ,
x ) O xi l ên c i o durant e a r epn' senta ~'Í1o é hus c d e dis ciplina ,
x ) Ca da a to l' d e\' e ch e gai' co rn t empo s u fic ie n te p ara nsp ccl ouur lud o
í
'lóc las vx lus Ohsl' I'\'al:')eS dixrl p limu -es são na tura lme nte, i ncomp le tas, e
' JIl SlllO i m pcrfr-i tus . mas se 1'\'1'1 II corno oricutu çâo geral. que a cx pr-riê nc iu
;;a l'l ic ll l:II' d,' eada gn l po co nvr- rtcrú em h áhito .
Nossa capa: Isabel T ereza e Napoleão Mon is F r eire, na peça "O Tempo
c os Conwa vs", de J , B. Priestley, a presentada p elo Ta bla do em lli57,
. _ - - - -- - - - - - - - - - _._ - - -- -- -- - - - - --'
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C03, éclogas p a stor ais , e tc. Ma s a temática da COMM EDIA DJ::LL'A RTF. n os
seus d ois gêneros exclusivos , o d ra ma lhã o e a farsa , r e c eb eu con tri b u ições
de t ôd rr parte : os so lda d os as p c n hó is e franceses , que i r- voclir o m a Itá lia, trou-
xeram para o patrimônio da ima g ina çã o popular a s hi st6ri a s e le n " c:.: d,)
s e us p aíse s , <::r~ Ioç o nhc s d o Cid e a maldição d o Convid a do de Pe d ra .
Mas n ã o S ('l t emó ticc, nã o s ôo os e nredos qu e im p ortam num tc cr .ro s ó os
aproveita como pretextos para a fe rtilidade c riadora d o ator. A COMMEDIA DELL'
ARTE é isso: comédia. da arte de representar : Nada m a is. E d ien te do ~ e(Jtro
das Côrt e c . crid o o ú nico progresso fo i o da ce n o g ra fi a, e rg ueu-s e o tea tro
p opu la r , e m tôd a sua vi talidade , c r ia nd o e cperfeioo c -rdo a s máscara s, d-e-
sen volve ndo uma té c ni ca p aradoxal e p erfe ita , tem e ndo-s e pro fissiona l, for-
mando com pon h ios es tá veis, qu e repres e nt a .vam no d icl eto da cidade, e com- -
pcri hios vici o n tes qu e u savam a lí ngua n a ci o n a l. f a m í lia s de c tores a p er-
feiçoaram, filho ap6s pai, os tipos e s e us fre néticos recursos te atrais . N.:>
fim do s é c u lo XVI, a s itu a çã o a p res e n ta -s e clara: fracasso d o te atro literário e
ahmação defmi tiva do te a tro de improvis ação. No século XVII a cens u ra d a
Ig re ja c a i sôb ro o tea tro das Côrtes como o go lp e de graça : a co mé d ia desa-
p orece e a tragédia co n tin u a na sua esterilidacl e. A aris tocra ci a começa a
convidar os co m e d ia n te s improvisadores para rep res entarem den tro d os pol ó-
cios e das Côrtes. A COMM EDI A DELL'A RTE vi aja o m und o a con vi te dos
reis. O:. corn r-dicmtes ita lianos triunfam em franç a , Alemanha e Rússia. E' o
mo mento do triunfo e ao mesmo tempo, o comêço da decadência.
O REI NO DA S MASCARAS - O s cenários - os canovacci - de: COMlv!EDIA
DELL'ARTE, nã o s ã o textos . • A p e ça no cenário. não é re presen tada sen ã o por um
ca tá logo mais ou m.enos árido, de ações, que não contém nenhum a e x p ressdo ·::'.e
sen timento, mas sim, a penas, uma seqüência de situações , que deverão, '~ ' Dis .
no p alco, inspirar a o ator as relativas expressões da al ma . 8" canovacci (,<i o
c he g a m a s e r ne m a fac hada d o edifício, 90iS êles const ituem o pe ncs os a li-
cercesv . .. (Rragcglia: - Commedio dell'Arte. ca no vacci inediti, raccolt i e pre-
sent o ti da A. G . Bragag lia - Tu rim . 1942). Por is s o, a le itu ro d os ce n á rios'
re quer, mois do q u e qu alq u e r o u tra , a colaboração mental do leito r, e s tou
teztlado a dizer, do e spectador. Para es ta co laboração é preciso uma bose .
um guia, que o homem moderno pode encontrar na observação de cer tos atores
d a atualidadc atores de circo ou de revista, ou m e smo gran d e s co me d ian tes,
fi éis a técni ca da improvisação, co mo Alda Gorrido ou Edoord i Dr: Fili ppo.
O utra bas e - des ta vez uma base h is t6r ic a - pod e ser encon trad a nos re -
p ertóri o s ou zibaldoni. e labora dos per famosos co me d ia n te s da a rte , e que
s e rv ira m para divers as co m pa n h ias em várias épo c a s. Muito intere s so n te o q u e
reúne os lazzi do mais famo so Briguela, o ator Atanásio Zcmnoni, r e ce ntr-m ei.te
descobe rto e publicado por A. G . Bragaglia (e m . II Drcrnm o -. ,eterr) x Q de 19'<3 ) .
A e xis tê nci a dêsses repertórios d e Ickrs . d e fin ições, piadas, a n e d o tas e o i é m-i srnc
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pequenos tre chos de d ialogo (d ia logo d e c iúm e . d e d es!,zel id o, de descfic. etc )
tem d e ix a do 2 e s con fia cia s e al armadas m u ita s ' a lmas inq ên u cs. Estas pessoas
desconhecem a verdade teotrcl, o: própria es tr u tu ra concreta da COM MEDIA DEU :
ARTE. A repetição 'd e ' u rna piada já e s c rita não p rejudicava a espontc:nei -
dade d a i m j -ro v íacçô o , mais d o que a prejudicava a e xis tê nc ia do cenário
ou enrêdo A qualidade e sse n ci al da rep resen ta çã o daqueles côm icos resid ia,
p ensamos, n -: va lor fre s co no vo, d a fa la pronunciada no momento exoto em
que e le surg? n o cérebro e na sensibilidade: p errso m e nto expressado no mo-
mento mesmo e m que está sendo pensado. Qualque r o tc r ou diretor de h o je
sabe que trê s quartos das -d e fi c iê n c ia s que aparecem ' na c r te de representar, e
muito especialmen te , nc d e infl exion ar, d erivam jus tamen te do late d " que o
ator, e nq u a n to diz, n ã o p ensa n o que es tá dizendo: p e n sa na linho: gera l d o
papel; n o efe ito que VGi s urg ir a determi nada crlturcr. na que la cena; no perigo de
ser monótono, etc. Proocupo çô e s eslas tódas legitima:: e c e rte s . m c s q u e podem
prejudi c ar, <J8 out ro lado, a n a tu ralid ade lógica e fi sic a da ínflexôo; ' a quela
espéc ie d e análise perpétua do texto, qu e im p õ e à repre:>entação"cMtos' pcssoe
in e vitá ve is , como s eja Irisar uma p alavrc e não outra . rno rccr s in c is ôc pontua
ção e di str ib u ír o tempe das fra s e s não na bas e da res p iraçã o e sim da s in ta xe .
O ator mod e rno e s tá sempre obrigado a um processo gradativo e c o m p lexo d e
conquista d a p ersoncqern e d o: p eça; u ma vez compre endídcr a p eça, tem q u e
enca ixe r ne le a personagem; uma v ez d e corada a fal a , te m qu e h c nno nia é-lo
com as outra s. dêle e dos outros atores; tem que s e con ve nc e r de qUE: aqueles
polovrcs s ã o melhores do qu e a s qu e êl e u saria n a s me smas circunstâncias; tem
que trcmsforrnrr -Icrs em a,;;ão, acumula ndo aos . pou cos .in íle x ôo . gesto, marcações,
efe itos de voz, n ecessidade de. re spiração, até esq uecer que tudo aquilo parte
de um tex to esc rito por outro e a cr e ditar qu e surgiu d e . dentro dê le mesmo .
Essa díficuldc.de inicial p ermanec e à s ' vê ze s v isível até a o fim. mesmo num re-
s u lta d o p erfeitcrm erite co ns e g u id o, po is Ioi. co nseg u id o ' à ' c us ta de inteligência,
técnica e fôrça d e vontade, agi ndo s ô b re a sens ib ilid ade em momentos su -
c e s s ivos , e, 'à s vêze s. friame n te distintos. Éste e xce sso de cmólise. a fim d e
c h e g a r a u ma síntese , qu e pode fic ar imperfeita . não e xis te n a representcçdo do
improvisa dor. c ue é, e la mes ma, uma síntes e a priori: a qual. se í ô r im p e rfe ita,
s e m p re o será glob al ment e' , e nã o por falta de u m ou outro e lem ent o . pois e la s e
a p re s en to co mo u m todo . Isto é o qu e nos ajuda a e ntend er o qu e ",r('t ia c::
lazzi dos c óm ico s da arte , entre os quais um o u outro lazzo e s crito, ou já apro -
veitado, e ra um pi ngo d e água d entro d e um o cean o e , m esmo assim sempre lroris-
fo rma do e irr e conh ecível. A pc la vra lazzo. vem do latim eeríe, isto é, ação
O abade Perruc ci n os d e s crev e co m muita exatidão a té c nica do Iazzo. exp iic a n -
do-rios qU'1 Âlc n ão é a p e na s um a laI a e s im u ma a çã o , ou melhor ainda, um
jógo d e iclc s e m c çã o . O esp ec ta dor moderno te m a lg u ma oportunidade d e
ouvi r lazzi; m a s 4 1es es tando dentro de u m a peça esc rita, sã o , co mo dizem
os com e di o nt e s b ro aile.i ros «ccrcos » . isto é, enxe rtos, d e p a la vras ou ação, no
texto, a fi m de v ivi fi ca r o e spetácu lo: n ã o s ã o mais com o n a C OMMEDlA DE LL'
ARTE, o próprio texto. surgindo já em forma cênica , isto é, u m texto que . logo d e
saída , ni ngué m p od o d ize r se é texto ou e s pe tá cu lo, p ois é o rnbos a s coiscrs, in ex
trincàv e! men te j u ntcr.i . A m a neira de se ensaia'! uma peça im provisada nos parece,
nas descriç ôe -i dos h istoria dores. co isa tão c o m p lexa, qu e à s vêzes nos perqun -
tomo s se não e ra mais s imples pr eparar a repre se ntação duma peça escrit a '.
Mo " , crss im ío ze ndc. p erd emos de vista a pró pria razão d e s er da improvisação,
qu e a o domiruo da es p on tcn e idcde absoluta , e n os esq ue cemos da milagrosa
cap acidade dcqu els s co med iantes. cada um dêle s in tuindo m à g ica me n te os
recursos do ou tro , íixond o n um ins tan te a «de ixo » cer ta p a r a a co n s ti uçdo do
diálogo med indo o ri tmo das cenas, a duração d os atos e a proporção ('i'tw a s
p o r tes da peço, e a final, co isa ma ra vilh osa, especialmente n os atore s cômicos ,
o intu ito ín fc livel. q ue o s guiava , vencendo a tentaçã o d e re pe tir os eleitos ou
in s is tir n as piad a s . Es te loi o mi la g re das n ossas m áscarc:s, dos n ossos Arl e -
quin s , Briguel a s e Pantal eõe s , p ovo e stra nho e es tu pendo, único n a históricr do
teatro, onde cada in d ivíd uo e ra uma s íntese de olor, autor , dire tc r, ncd lcri no
molcbcmsto e coreóg rdto .
A DEC ADtNC IA : Na p rime ira me tade do séc ulo XVlIL a COMMEDIA DELL'ARTE
con tin u a goz ~ nd o d e tod os 0 3 lavo res d o público , poré m o s e nten didos co nstatam
que ela e:;;lé~ agon :zando. A essa a lt ura, já se enriqueceu , teve contatos com a
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.n ob re zc . e com os reis, deixou-se infl uenciar por tra n s itória s correntes de
., "culturc s : . perde u.j.em. sumo. o seu .fe itio populor. As conseq üências dêsse íenô -
, me n o . 1;QGgravís'ti.ü n a s ,· Prím ei ra: .,a' C OMMEDIA DELL'ARTE nôo ouso m ais eri-
, , Jre nt<:l(ass ul)~ps'. 'd e a tu a lid a d e , .p ois a parte mais elegante do pú b lico poderia
· '. ri,Sio gosta r ,à.E'l, 'cilusões ~ s á tiras políticas vin d a s . do espírito anônimo dos ruo s .
, '"e os .c6m p a n h iá s , perderiam a . op ortunidade de penetrar ' nas Côrtes. S e g u n d a: os
':,' gi-a nd e s , ta lEi" jos d é otor dedicam-se aos papéis cômicos, deixcmdo as partes
", "s é ria s, p ara ' o s . o toros n ovatos' ou , medíocres.vEste deseq u ilíb rio está presente
':' n a p rópria construçõo dos enredos, onde Of; "çenas de amor são repetidas com
· fórmulcs fixos. sem fan tas ias, q u a s e q u e para encher o tempo , Pcrticulcrmente
grave é a de-xrdêncio do elemento Iemin ino, que pcssc'.o se r escolh ido na b a s e da
b elez a fí s ica e não do talento, na esperança de atr,áir para a çaixa do teatro os
crdmircrdores cr ístocrctcs, Terc eiro. a pornografia 'torn a -s e cada v e z m ais ousada
e ché g a a i nva d ir esferas de espe táculõ" cin d e não tem .a menor .. ra zão de ' ser ,
Quarta: o luxo . da «encenação», os truques de carpintaria, a abund ância' de
trech os carilqç)os e dançados tiram à COM MEDIA DELL' ART.E . aquê le feitio iri-
gê;t'j)lo .d e el!l\etáculo pobre e in telig e n ie , confiado e xcl usivamente ao talento dos
• "
a;tores;)alerito q u e agora, . pe lo,' con trário , deíxa-se · s ufocar pelo par te vis ua l ~
0' • ,. . • • _ H
externo' do espetcrculo, Mas o ' fenômeno "m a is grave de todos foi o seguinte : o
" eíil:ce s so de tradições (h ábitos, cacoe tes :té cn icos , repertór ios e scritos, , E: fe itos. re -
·',p e tid o s) ocobcro-tprc üccmente com a ' improvisação, O "à u to r tin ha bases dernoi s
" -pcrc a s ua representação e n ão precisava se es forçar A COMMEDIA DELL'ARTE
· ' a ca b a ra sendo uma comédia escr ita, 's e nôo no papel. na memória dos atores ,
e UI':1a comédia r uim, de enrêdo convencional, de' 'lin g u a g e m gongórica; como são
tôdas as ob ras d os «nouveou x riches» da cultura, Pe rdid o qualquer contesto
com a eapontorieidcrde do povo; ' ela procurava em vão uma saída e s té tic a e
inte lectual que sõmente o gênio de u m escritor pod ia as,~Ggurc.r- l he, Deixara d e
ser um b om espetáculo e não chegava a ser nem u mo medíocre lite ra tu ra,
Pior ainda, es te ve íoro : da ' p ró p ria atualidade dos gestos e dos anse ios de -
público, É a e sso altura que aparece, em vest e d e reformador , C a rlos .c:;oldoni.
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RUGGERO JACOBBI
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um elevador que t ruz co nsci ênciu de Nora, cubiu, pclu
a cena as p crsunagcus-ucrsonu - suu humanidade, t run smi t i r o poé-
gens , IJ:ll'a o cncontro COIII os ato- tico rluquclus cento e tantas {Tia-
rcs-vi vos. ~'õ~s .
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POI' mu is de v i n l c :1I10S rlom i- Cou v i dudu pelos "Com éd ir-ns de
num Paris : 'l'ruzr-m :10 ' katl'o a .S a i' n l I .u u rvu l", " consegue COIl1
huruun idade, colocum -no en t r« as lotes montar o "Anúncio feito a
coisas sagl'ada\, IIIÜS se an iqu i lum. 'I :Iria,
.\ '" "I' I - c I}tlngc,
..... , " l' InCSI110
Se hou "e sucesso, hou v« mui to
, . • . • , , I
"Casa de Bonecas", :\Ias a medio-
mais fracasso, •
no sentido l'OlilUIII cridade canadense 11,-10 lhe "ai
da pnluvru . hem . Viujuut«, sem bagagelll, cru-
"Romeu e ,J ul ietu", dois anos an- hurca para l lollvwood, a Ii m de
tes da murtc de (;eorges, foi um Io tuur parte nUIII filme. :\l:is, de-
dl~les, "A nu-d i d a que as cenas se pois de tr-rm inur!o, d lz cm-Hu: que
ucscu rolum , algo (Ie penoso, :111- n;1O serú uuss í v cl uurovci tú-In .
gust iun tc paira no teatro. :\os :\iio Icm tipo para ci ncmu , lôdas
IJ:lstidol'es, uma esp éeic de cstu- as suas ccn us süo cortudus . Pura
por i n vnd e a cum pu n h i a . O cu n- r-ou sôl o , ., d :i o -Ih e LIIII l'mprêgo cl ~
sa ço do dia em pnstu " \'OZ ' de Pi- prof'cssóru de .urt« .cl l:,', Íú ú t il'a ,
todf. ..Aquelu voz vq u c a consciên- C:lhe.. lhe, agorú, · e ll si lÚU" às, "pi,let :
cia da hoxt i l i d ad e polida do ' p ú- tv fuc ics" . d c UIII gninile ' cstúdi«,
hl ico tornnvu a i n d n m a i s pesada, Com o di n hcu-o das . a u Lís , -.'\li'·l
Sofríamos por êle, ao ouvir a ron a d uus partil'lil:J1'I'S a " .Ioa n . Cruw-
rio t úmulo ut ru vcs de um hnrulh o fOI'lI)
- .
volta
. puru ,I Fr:l n ca . , en'-
surdo, As pulavrus su íum cu n xa- lao recelll-lihel'lada. , .
das, após longos c a m i n h ox, que- üm sucesso f'úci l de quem volta
hru dus pela aspereza de um a depois as ' longas l ~ cansati\;a.~
garganla con traída peja unuú s- "t ou rnécx", as p,lI'ad<ls de hotel
. ... "
tia c-m hote-l. "O Verdadeiro Proces-
Mas outro crí t ico rt-t ru ca': ";\;10 so de .l ouun D'Arc", ,Ill o n la d o ('íll
têrn culpa que suus vozes, olh,lrl~s Paris, quase xcm públ ir-o . (:I ' fa ll :l
c sistema (que sempre defende- (,1(' e,lrtazes e a u l lcrnán c i n <.'0111 o
ram e scrviru.n ) c voqneru pr.ru IIÚS cspl'l:'lculo própr-io do le:ttro:l
O exótico e o cxl ru n ho ". () c crto é fidta dI' pl'opaganda, fizeram l:olll
qu«, jú eondenado pel;l dlJdl\:a, que q.uase ninguélll xou hcxs« ,q llt:
apresenta mnis [arde UII. :1 ' \T r s i'í o Lu rlm i lln reprr-sen tuvn ai n du ) . "
de "A Guivotu", dn seu 1:'10 querido ; B~lslanle do(;nl.c" ,n/ lo ' 1I10lTeria,
Tchr-k hov, qu .: faz P'I!'is SI' cslur- po~'em, no csqucc nucntn , Vr-iu de-
rccer e no DI': Stock mun de "Olni- POIS "Su,n'Í"re", ' UIIIII " p('~;a h:lse:t-
migo '.ln 1'0\'0", d e J hsc n , frente iI (.~a na vidu das .. irmâs Hron l ê •:\0
tll,pltidao, vcur ido mas ilTeihltil'el 1111 a 1 da Pl'~'ú,líoile '· a p ó s uoito
cm Sl'U Irucussu. prustcs a n ovo Ch:l ~'Io~ t 1'- Lu d rn i Ihl cn su i uvu, par:;
(;o!nhak, é simiJiJlicamentc 'O PI'Ú-, o pú hllco e .p u r u si-mesma :, mor-
, prro (ieorges Pilodf IlUIlW última te, que em IJI'e"e eonheeeria. '
t cn luli vn tr-ntrul . EIlI "A Dama das. "Corno serú . a vel'dadeira·?" ··. :._.
Camélias", interrompida tn m h éru Pl'.I'gunta\ ' ~I .úPós o ,es p l'l úc u lo ,
pela gll~;rl';a, jú neto muis apút('ce~ Fi nuhn cn lr-, após . :dguns IIJeS'es
ria, "Dc ix em o cen.uio IlIonta<1o"
- diz pela primeira \'(~z ,lO maqui-
de en h-rru idudr-, em ' m e io :tocstru-
nllOs delírios" onde muito ddx:l\'a
., ..
'
nista. ' '' VOIt ,d'1' 1lI 0 S e]], oillu- f;'i1ar as ' persónúgens, e mllil8
I\ro". , : ' , , '
pouco ela própl:ia, ' l'xtinguia-se ,'
Trl's
"
meses deJ)ois l:sla"ú morto,
,
nos :lITl'dol'l;s de Pal'is ,- :l(tuela :1
quem cl\ülllain a UlaíOl' alriz dêsle '
....... ' .' .. . . .'. . . . . . . . . . .. .. . . meio séeulo,
. ":\:io eSp('I'al'('Í que digam:
Os dpze anos de Ltnlmilla após v;i Vovó Pitudf, t'm :":II:t,1 Joana
o , desaparecimenlo de (;eorges, fo- - ' para deix:Il' o (laico," :\'-10 foi
ram mais histórias de· solidiio do assim, pOl'ém, Como Ceorges, Lud-
que de alegrias. Vemo-Ia pel'ller o milla só deixal'ia I) pali'o pai'"
tea!J'o, tentar duas ou tl'ês apa· morrer,
I'i~·<ies, · e, numa fuga repentina,
emhareal' para ;\O\'a York, :\lonla :\1. T,
espet:'tculos eom estu<1,llltes fl'an-
cesas, apareee mesmo numa peç'a
na '1" IInes.S:Ili:ll'[' I, "] ,1.< I 11I1'II a e'
tuna grande ~ ~ t r i z . 1l1HS a pe~·a ...' · )
•
•
• •
,
Entra I~1I1 cena :\ossa Senhora , vestida c o m o r uin ha , ('I JI1 ! as -I o n,zetus
. ,
Pobreza, F(~, IInmildade e Prudêucin , e , udiun te quatro a n jos com mu sr c u ;
I , d epois de assenladas, c omceum. cad:1 umu, a c stu dnr em se u livro . E
d iz ti Yirg en) :
")l'g Clll : .
Pru d ên ciu , qu e diz ei s vos ":
Qu e eu muito turbad a Sal! ;
Porque tal saudu ç ão ,
Xão s e cos t u m a e n t re nos,
• •
Vi I'gelll : ..Que
Oue dizeis vós.. Hurn lrtaue ;
í
Yi rur
" -m :' E ece n u c i llu Dom i n i ,
F:ll'a-sl'
., sua vontad e
:\'0 que sua Divindad e
'\Iandar qUI' seja d e mi,
E de minha l iherd rul c .
, ,
Em l'slc' P:ISSO SI' v a i o Anjo (;aiJriel , e os :IIJ Jo s, :l s u a p.n-í ida , t ocam
e
.e u ., i n xt ru nu -ntus. ""ITa- s e a «ort inu .
•
•
lIuminâ~ão II
,
•
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,
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3
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,I; .~
•
,
,
;) :'\esla part e, a prus uu lnmu-, s i s ll~ l 1(" i a .
Sucede, porém, que o
II/H esquema s em os símbolos CO Il - no sso obj ot ivo não l' esq u e n ta r a
vern .io nui « d r- elc L'ielllad e, pa ra n úgu a e sim consum ir Iôrçu clétri -
f'úci I cnm prr-cu suo (\12 lJlI:llq u cr ,H'S - ('a do ci r cu ito para que os apare -
soa que c-om l'les niio es teja fami - lho s de luz r ecebam m en os encr-
liarizado. Cm simplcs rr-lunc r- gia , e, portanto , tenham luz mais
purm i h : \'('1' que o c ir- c u ito l: feito I'I'a('a . Axxi m, quun to mais mcrgu -
utruv é« da úgUtl da resistênci a lluu-mos os tubos de chumho
(fig , ;{). úgU:l , teremos um círculto mais
Daremos agonl uma c x p l i e a ~' ií o pcrfcitum cn te fechado , ou seja, a
su purficia l do Iuuclunmm-nto c l ó- agua lerú ,
nH'UOS
. op ortunidade d(,'
·Lr ic o (' nu- c ân ico da l'I'sislênei :1 COnSUf))II- e n e r g i a.
para que a pessoa que a construir' Dcduz -se qur-, quanto mais mcr-
e vir-r a ul i l iz ú-lu t c u h u uma c or- gulhados os tubos dentro da úgua,
rela idéia duuui lo qur- e s Lú II X~ mais f{)J'~'a re('eber;io os aparelhos
cutun do, Como sabemos, a úgua l' de luz I' maior clurldude dur áo .
cou dutoru de c lc t ri c iduch-. ('ons(' - Tcmos UIII ponto importantc a
qücutcm cutc, ao lIIergulhannos os observar <'0111 rcln ção ú águ u ,
dois tubos de churnho dentro do Esta d('\'(1 co u er sal de cozinhn
í
ln
/K.. . . . .
4-
F
I
/
'.
se ol1t('1' l'SStI g r a d LJ a«:,";h} ~ b a:,la ir-se vcrú (', Icrvcn d o , )Jrejudkarú o
a crescentaud o o s .il, P<H: CO a ro n tut o, c orno tnmh ém se e v u p o -
pouco, :: fim -II' qu e se o h te n h u, se- outro lado ,
rur ú r àpl dum eut c , 1'01'
gundo a necessid ade, o ru úx iur o c se f' ôr usado o n úmero de watts
o m n imo de inl('n ~;idad'~ d e lUZ
í super-ior a :!. 500, por pou co tem -
que se deseja o hlc-r ::lraY(:~s d a 1'1'- po, U:'IO huvcr.i i n eonv cni cn le.
sistl'ncia, para 1, :! .)U mai s apare- Xotu , - -- Se alguns dos Ic il orus
lhos d(' luz. dcsejarcm mu iorus e x pl i curõcs :l
()1Jsel'\':t~'úo; Cada r csixt ên ci u rr-xpc ito, qUCil':lIl1 ' co m u u i c ú-I o,
dêsse t ipo 1('111 umu capacidad e qu e, co m s n t is fu çâo , d aremo s
m úx imn qu e n ão vui além de q nu isq ue r o u tros r-s rl. u -cc im cn to x .
• :~ , 000 w att s eo m r elu çii o às l âm-
padas. Se, PO) ' acaso, o n úm ero c , :\.. :,\,
d e watts I ôr muior, a úg uu f' cr- ,
--- ,
"Ven h o r ecebendo, com a maior das alegrias, n este fim d e mundo que
é Belém do Pará, os "Ca der n os d e Teatro", tão providencialmente lançados
pelo Tablado, elenco que já se tornou querido de todos nós, gr a n des e pe-
quenos lutadores de teatro . . , muito est a mos aprendendo à custa de vocês
e esperamos aprender muito mais para o futuro 55.
De Walter Ferreira, de Marília, São Paulo:
" .. . en t r a m os em contato com esta jóia de "Cadernos de Teatro" .. ,
aqui no interior, longe dos centros que dispõem de recursos lógicos, en-
frentamos uma série d e dificuldades, no que diz respeito a material da
espécie, motivo pelo qual nos agarramos "de unhas e dentes" a oportu- -,
nrdades como est a . .. ".
E muitas oinda , vindas de Oswaldo Cruz, Cruzeiro, Jundiaí, Sorocaba,
Araraquara , Bauru, Santos, Atabaia , em São Paulo, Natal, Põrto Alegre ,
Maceió, Campos, Curítiba e d e grupos t eatrais como Teatro de Amadores
de Sergipe, Núcleo Artístico Cultural da Juventude de Uberaba, Grêmio
Artístico e Cultural Edmundo Id e Macedo Soares e Silva, de Volta Redonda,
Escola Apostólica de Pirassununga, São Paulo, Teatro Experimental dos
Trabalhadores, Descalvado, São Paulo .
Esperemos não decepcionar os nossos leitores n êste ano de 1958 . Con-
tinuaremos com o propósito de ajudar os grupos amadores do interior,
reconhecendo,no en t a nto, que nossa r evista não corresponde aírtda inte-
gra lmen t e ao que dela desejamos fazer.
,
o HOMEM INVISIVEL
•
•
,\ ruu l id ào .í
-
')
, uma hofetada (:! " jH'rSOl1agl'lII),
:L 11111 s óco 110 estôlllago (:{ '! ]H:l'sonagel1l)
,
7) Couf'us üo geral. Gri tos .
"Puxsuu por ali" , "Pegllelll-no",
Fortnu-s« :1 mult i dào ('111 gl'IIpOS, ,
Sú hi lo os qu« cs'li'lo :'1 frcllll' l'e('e!)I'III, por SIl:1 vt-z I>ofdiies, Deha n -
d:j(la, Outros II('sit:1I11 por 11111 in st a n tr-, depois fogelll, ,
lO) Os que ('a í I'a 111 , levuu t am-sr- e Fouem .
II) Fi('a IIIll i n d i víduo upen as que , 1'01'1'1' tu m hém , vui :I1 i' suu casa,
fel'ha a pUI'I:1 ('0111 dilas VOIt:IS de ('\1:1 VI', a ju n o l u, d(',
1) Est:'l i n qu ielo . Pro ru ru. COI1l a njurl u dI' 11111 puu pela casa lôd;I ,
:!) Sú hi o i mob i l izu -sc . Ouviu ulgumu r-o ixa . Esellta, :,\:io, não é
í
•
ii ) () ho uu -ru co n s eg ue uh ri r a hô c a e nUIII ru gi do : "X âo ! ;\'t lO ! y (,
r-m bo ru ! SOCOITO! I~k l'S tú a q u i. EIIl m in ha c a
s a! " Ba t e COIll "
pa u a lo rto e a di re ito . Q uc hr u tu do ( b u r u l h o ) . D
ep oi s at in ge no -
ho m e- m in vi s iv c l, qu e nâ o po de se l iv ru r (ie ta is g o l p!
~ s, OU \ e- se
u m gr ito d e d or .
O ho m em i n v ixi vr -l : "B ru t o" . Eu nà o d i ss « .. . ": \h
".
10 ) ;\' 0\'0 g ol p c . •
iI ) - ,0 ho m em i n v is ív cl ut uc u -o . l.u tu m . () h om em é
d e s al 'll la d o. () h o -
nu-m in v is iv el é e s t r a ng u la do . (;r i to s .
•
1~ ) O s ho m en s d :l ru a ou v em c e n t r a m n a cu su no m om
en t o d o es t ra ll- -
g u la lll e n to .
1:) ) . O ho m em i n vi siv el cm nu rr u- o s e fo ge . '
1-1 ) Co rr em .
TE nC El H O O
" U: \D HO -
---+---
,
CABEÇA DE -
PAPELAO
l n s ni ru do II UI IIf1 tu nr cl u b ra s i le ir a de Pa ul a na rr e/ o, cO/11f1osIQ /10 /
r: 11(1 rlc s .-1 nt on ct í i,
o : ' () B H E H: \I ':\ Z
1 - O po b re r ap a z es lú só , n U11I cu nt o da ce na . se nt ad
o nu m tu m h o r c to ..
ru ui !o ab at id o e d es an im ad o.
-
')
;\' ou t 1'0 ca nt o da cc n a , a fu m i l ia ( pa i, 111-
m o s . e\< '. .. )
(1l' ,
•
rr m no s, •
-
J rm us . pr r -
:\ fa m íli a lu m cn la -s e:
,
J~Stl' ra pa z nUI1( 'a se ra na da .
So nh a so• co m a .l us t i çu .
•
S e n ha s o co m a lg uu ld ad c .
•
So nh a s o COIll a Li be rd ad e.
So nh a so• co m a Fr ut ct -n i d ar! c !
"T od os o s ho m en s na sc em e p er IlW n c cc m
di re i to s. • •
., liv re s f'
• •
Igu ai S e III
I .\ fa m íli a dc su pu rr- cc .
..- r'
O po hr c ru pa z es lú só .
Um a m ul he r pa ss a. Be la e no br e .
:{ O po br e ra pa z cs tc n dc -Ih e os hr u ço s .
~ Pa ss a di an te dé le '. 1~le se lc vu n tu .
a- El a SI' vo lta , co m de sp ri' zo e di z: "Q uu nd o Iô re s fo rte
ii .- , eu le un uu -o i."
Sa i .
- I Dv se s pê r'o do ru pu z .
, L\ H E (: :\ DE P :\I 'E LA O
I -
. -
,
O po br e ra pa z en t ru e hn te .
--< ' O ru cd ic o ap ur vr e: "D e qu e se t ru lu ?"
() po hr c ru pu z : "D ou to r, é a m in ha cn hc ça . :\: io é Ie
i Ia CO I no a do s
., ou tro s . :\ã o pe ns o co m o os ou tro s. Pr ec is o de um a
.) - O m éd ic o cx am i na -o , le va -o ut r ús do hi om ho . Pa ca he ça nn rm ul ."
ss am r úp i du m cn te
de um la do pu ru o ou tr- o e rc u pu rv cc ru . :'lIas o po br
e ra pa z to rn ou -s e
"g l': lI1 de ho m em ", Te m ag or a 1II11a m ús cu ru , m ui to
"c uh c çu de pa -
pe lã o" , cu ja pa rte su pc ri or pu ru lc hp it ic u fa z le m
hr ur um u cu i x.r
de sa pa to ,
-J O m l'd ie o: "COIII es ta cu bc çu po rlc rá s m ui to he ll
l" ." O "g ra nd e
ho n1 ('I II" : Cu le -s «: Se i o qu e de vo fu zr- r ,
.-,
-.
ti
"a i-s e, de ix an do o m éd ic o bo qu in he rto .
An du . Es tú in te ira m en te m ud ad o. Se u eo m po rtu uu
-n to ~ ou tr o 1111-
po m -n !e . G ru nd c .
() PO DE H ,
•
I o
"g ra nd é ho nu -m " u vu n çu em tri un fo I', po uc o a po uc
, '
o. um u m ul t i-
d: io vu i-s u fo rm an do at rú s di 'le . Ad m i ru çâ o .
-
'j
Co lo r-r uu -c m se u' om br o um m an to im nc riu l.
Di io- Hu - UIII .c e t r o . . ,
En tra a m ul he r qu e o de sp re zo u. A tir a- se a se us pé
s. Fa z si na l ao s
la ca io s pa ra qu e se oc up r-m de la .
J -:, ; S Oh l' ao tro no qu e lh e tru zr -m , e do m in a a si tu
u çâ o .
:\ ' m ul he r I's lú ao s se us pé s I' o ad or a ..
•
,
I o cc nú rio é o m es m o, :'lIas, de nt re a IIIUllidi'IO, ' dl 'sl ac a-
Sl ' um pe qu e-
no gr up o de co ns p irn do re s . Ou ve -s e fa la r dê lc :
J~ a cu he çu .
I:; da eahe~'a qu e pr ec is am os .. , ct c , "
.) ,
- Os co ns pi ru do re s t i ru m pi sl ol as e at cr t-o rtz ur u a m
ul tid úo do s ad o-
ru do rv s .
..
:~ En vo lv em o "u ru nd e ho m em " de ta l Io rm u qu e o pú bl ic o nã
' .
nu ns o ve . . o
Pa us a.
a- D ep oi s o po br e ra pa z é ah an do na do pe lo s co ns pi rn do ro
pr os cé ni o. :\0 lu uu r dê le , um no vo gr an dl ' ho m
s . Ve m :10
em CSf{1 in st al ad o,
us an do a m ús cu ru de pa pe lã o,
(i - Co m e ça de no vo a ud or u çü o, cn qu un to o po br e
ra pa z le vu nt u- se
le u tu nu -n te I' vu i-s e cu m hn lc nn h- , do to rc sn m cn tc
1I1111'I11UI a m lo :
·'. lu sli ca
•
"
"C ur id ud c'
"E ru tt- ru id ud e" "O s ho m en s nu xc vm , pc rm un ec em . .
,"
,
NOSSA CIDADE
TIl 011 "TO:-: W I J.DEII
'l'radurào
.. tl« E/o'iie Lessu
Peca
.'
cm ;\ a tos
ANALISE - A "ida cotidiana de UIIHl cidadezinha 110 intct-io r
dos Estados l.nidos : a história de duas famílias, dois namorados,
um organista. um leiteiro. uma mu lhcr que gostuvu de ir a C~IS:t
m cntos, l' do tempo que passa pela v ida de todos êlcs, tOI'll:llldll
UII :; ma is velhos, outros menos IIlOl:OS, alguns UIIl pouco IIHlÍs Iris-
ics, e outros mortos ,
JD~J.:I
- A dignif'icu çiio da "ida de todos os dias: " sol id.u-ic--
elude humana, a simplicidade de viver, a conformação diante dn
morte e a humilde ( ~ corajosa compreensão da vida que continua,
,
,
Senhora no camarote
Ajudantes do coutra-reqrn
•
Fazendeiro Meu: (;rc[Jor - - (' J[oda
FI(iURIXOS - l!IOl-Hl1:l,
M 1\,,'/ C,-\
Abcncoados lucos
.~ ." (Blessed hc lhe hind 11l<! I lics)
Andas lriste -! (ArL Thou wcasy, art lhou la ngu id ") :\1<ll'cI1<l nu p-
"ci a i - F, Mcndclssohn . ".. ~
, ,
OUEJ[
, PODE -- Amadores com certa cxpcrrcuciu , . ., .
POBUCO Todos.
. .
",
,
, "
•~ - IIES V;\\O:
, ...
Jorge, que ruoru CO/ll
' -
,
•
.~'i.
-
Na fotografia - "Os Irmãos das Almas" - pelo Grupo da Estrada do Ver-
gueiro de São Paulo. •