29/03/2020 Folha de S.

Paulo - Fotografia: Rochelle Costi busca o universal no doméstico - 19/11/2005

São Paulo, sábado, 19 de novembro de 2005

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FOTOGRAFIA

No livro "Sem Título", artista reúne conjunto de seu

trabalho, influenciado por publicidade e fotojornalismo

Rochelle Costi busca o universal no

doméstico
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Artista multimídia , mas que faz da fotografia seu principal

artifício, Rochelle Costi, 44, lança "Sem Título", primeiro
livro a reunir o conjunto de seu trabalho, desde o início dos
anos 80, em imagens, texto de Rafael Vogt Maia Rosa e uma
longa entrevista com o curador Ivo Mesquita. O lançamento,
hoje, ocorre com uma retrospectiva da artista na galeria Brito
Cimino.
Publicitária por formação e fotógrafa por profissão, Costi
reúne em seu trabalho artístico essas duas facetas,
conseguindo, entretanto, subverter os meios tradicionais. É o
caso, por exemplo, da série "Pratos Típicos" (1994-1997), na
qual a artista fotografa pratos de comida, com forte apelo
publicitário, mas que torna a sedução da culinária uma forma
de abordar a alimentação de distintas classes sociais.
Assim, Costi desvela ainda uma das facetas perversas da
publicidade: "Comer é uma necessidade diária, mas sabemos
que, quanto mais apetitoso aparenta ser um prato em uma
foto, mais retocado ou falso ele foi para ser fotografado",
conta a artista na entrevista a Mesquita. Em geral, os
trabalhos de Costi são realizados em série, muitos deles
surgidos a partir de seu trabalho em fotojornalismo, entre
eles na Revista da Folha.
"Entendo o ato de fotografar como um gesto de colecionar.
Você escolhe uma imagem a ser retida, processada pela
fotografia como forma de possuir aquilo representado pela
imagem. O fotógrafo é um colecionador", afirma.
Ao realizar seu trabalho como fotojornalista é que Costi
passou a entrar na casa de várias pessoas, realizando uma
pesquisa sobre a intimidade do lar, que gerou a série
"Quartos" (1998), que também aponta para a organização de
espaços por distintas classes sociais.
Nesse colecionismo, Mesquita aponta para algumas
constantes da obra de Costi: "O interesse pelo vernacular, o
gosto pelo decorativo, o aumento dos formatos e os temas
desenvolvidos em série".
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1911200514.htm 1/2
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A fotografia, na obra da artista, revela-se um mapeamento do

doméstico como forma de atingir o universal.

Sem Título

Autora: Rochelle Costi

Editora: Metalivros
Quanto: R$ 70 (R$ 50 no lançamento)
Lançamento: hoje, às 11h, na galeria Brito Cimino (r. Gomes de Carvalho,
842, Vila Olímpia, tel. 0/xx/11/3842-0634)

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