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Faculdade Anísio Teixeira

Portaria nº 552 de 22 de março de 2001 – D.O.U. de 26/03/2001.


Curso de Nutrição
Autorização: Portaria nº 250 de 24 de janeiro de 2011 - D.O.U. de 26/01/2011

Disciplina Avaliação Nutricional I


Profa. Yzana Rios Cunha
Docentes:
Alcione Frankline
Aline Ribeiro
Dayana Rebouças
Diellen Costa
Thainá Vieira

Diagnóstico Nutricional

Feira de Santana-BA
2019.
Faculdade Anísio Teixeira
Portaria nº 552 de 22 de março de 2001 – D.O.U. de 26/03/2001.
Curso de Nutrição
Autorização: Portaria nº 250 de 24 de janeiro de 2011 - D.O.U. de 26/01/2011

Trabalho apresentado à Faculdade Anísio Teixeira


como registro parcial obrigatório para obtenção de
nota na disciplina Avaliação Nutricional
ministrada pela Prof. Yzana Rios.

Feia de Santana-BA
2019.
Identificação do paciente
L.R.P, Sexo feminino, 36 anos, solteira, brasileira, natural de
Feira de Santana.
História clínica e social
21ª S.G (semana Gestacional)
Ensino Médio Completo
Sedentária
Afirma não fazer uso de álcool e/ou tabaco ou qualquer tipo de
droga ilícita.
Parto anterior: um (Cesariana) sem histórico de aborto, sendo a
sua 1ª gestação há 14 anos.
Avaliação nutricional: Antropométrica
PPG: 68 Kg
Estatura:
DUM: 15/06
IMC PG: 24,72 kg/m²
S.G: 21ª Semana
PA: 71,400 Kg Ganho total de peso: 3,400
CB: 26,2
Cálculo do ganho de peso
1.6 + 8 x 0,4 = 4,800 Kg
PPG = 68 Kg + 4,8 = 63,2 Kg
71,4kg – 63,2kg = 8,2

1. Justificativa dos Indicadores utilizados


A) Antropometria
IMC - usamos este indicador pois é importante para avaliar a massa corporal total
de acordo com o peso e altura do paciente. O diagnóstico do estado nutricional, foi feito
com os pontos de coorte da tabela da OMS, demonstrando um resultado de eutrofia (18,5 a
24,99 kg/m2). Sua limitação é que quando usado isoladamente não pode fornecer um
diagnóstico nutricional e não avalia separadamente o compartimentos corporais ou a
distribuição de gordura corporal.
Usamos também a CB (circunferência do braço) não muito utilizado quando se
consegue fazer o IMC. É mais utilizado quando não é possível aferir peso e altura da
paciente e assim com a CB podemos direcionar para um diagnóstico. O ponto de coorte
para gestantes ≤ 23 apresenta desnutrição. O IMC é mais uma informação para se chegar
ao diagnóstico.
Em relação ao ganho de peso foi avaliado o PPG e o peso atual, calculando-se o
IMC pré gestacional e o IMC atual, para controle e monitoramento do peso da gestante.
Não é necessário fazer outros indicadores que ainda não têm estudos com o ponto
de coorte para esta gestantes.

B) Sinais Clínicos
A gestante refere não ter sentido enjoos até o momento, que geralmente é mais
comum no primeiro trimestre de gestação. Apresenta-se com edemas nos membros
inferiores (pernas) e elevação do tamanho do bócio, porém, afirma está tomando
medicamento contra o hipertireoidismo o que explica tal elevação. Confirmou a pouca
ingestão de água o que pode ser um dos fatores para a retenção de líquido causada pelos
hormônios da gravidez, apesar de ser um sintoma natural, pode ser controlado. No
inquérito alimentar foi identificado o consumo de alimentos ricos em açúcar (refrigerante)
e outros poucos nutritivos (pão francês, margarina, macarrão), além disso, foi possível
perceber que a gestante não faz todas as refeições diárias apesar de relatar apetite
aumentado.
A paciente relata fazer uma pouca ingestão hídrica e no recordatório de 24 horas
feito com ela foi possível observar a sua alimentação pouco variada em nutrientes, com
oferta limitada pra e ela e para o bebê, num período onde é necessário um maior aporte de
nutrientes para suprir as necessidades nutricionais dos dois..

C) Indicadores bioquímicos
DADOS LABORATORIAIS
DATA EXAME VALOR REFERÊNCIA
08/10/2019 Anti HBS - 6,5 mUl/ ml Até 10mUl/ml
Anti HCV - Não Reagente Não Reagente
HIV 1 e 2 , Não reagente Não Reagente
Anti HTLV I e II Não Reagente Não Reagente
Sumário de Urina Ausente/Vest/Negat Ausente/Vest/Negat
P. de Fezes Negativo Negativo
Urocultura Ausência de Ausência de
Citomegalovirus 92,01 U/mL Superior a 1,0 U/ml
IgM Não Reagente Não Reagente
VDRL Não Reagente Não Reagente
Falcemia Negativo Negativo
AgHBS Não Reagente Não Reagente
Glicose 84 mg/dL 60 a 100 mg/dL
Toxoplasmose IgG Não Reagente Não Reagente
Toxoplasmose IgM Não Reagente Não Reagente
Hemograma Normal Normal

A paciente Leidiane Ribeiro Pinho apresentou os exames: hemograma, urocultura


quantitativa, sumário de urina, ANTI HCV- Hepatite C, HIV1 e 2, VDRL,
citomegalovírus (IgG) e citomegalovírus (IgM), impressão diagnóstica, ultrassonografia
morfológico fetal. Todos os exames não apresentaram nenhuma alteração.
O exame ANTI HBS - hepatite B teve como resultado o valor de 6,5 mUI/Ml, apesar de
estar no padrão de referência merece cuidados preventivos. Sendo necessário fazer a
aplicação da vacina ANTI-HBV, uma vez que pode ocorrer a reincidência da hepatite B
em caso de imunodepressão.

Diagnóstico
Na avaliação clínica a gestante apresentou elevação do tamanho do bócio como
consequência do hipertireoidismo. Desta forma, a disfunção tireoidiana deve ser
investigada. Não foi possível analisar bioquimicamente a paciente em vista da ausência
dos exames específicos. É necessária uma investigação da condição tireoidiana como
antecedentes, gatilhos, mediadores para uma investigação acurada, a fim de perceber as
causas dessa disfunção. Pelo inquérito nutricional podemos destacar que a disfunção
tireoidiana está diretamente relacionada com a falta da pratica de atividade física e uma
alimentação baseada em alimentos ultra processados que provocam a inflamação dos
tecidos. A paciente faz uso de uma alimentação inflamatória que influencia diretamente na
produção de TRH e TSH no Hipotálamo, hormônios importantes para a estimulação da
tireoide para a produção dos hormônios T3 e T4. Necessário solicitar os exames de TSH,
T3,T4 e PTH, lipidograma para este caso.

2. Inquérito alimentar
A) Pelas condições e pelo período da entrevista, foi utilizado o método de
recordatório de 24h para a obtenção de dados do consumo alimentar da paciente. Ela
relatou todo o consumo alimentar realizado no dia anterior. Esse método apresenta
limitação, por ser o relato alimentar de apenas um dia, não apresentando o consumo
habitual da paciente.
B) De acordo com informações obtidas através do recordatório de 24h foi
possível observar um consumo alimentar pouco variado e pobre em nutrientes
podendo ser prejudicial para o desenvolvimento do feto e para a gestante.
C) A paciente deve consumir mais alimentos ricos em ferro, fonte de cálcio,
hortaliças e frutas em todas as refeições e se necessário fazer suplementação de ácido
fólico.

3. Diagnóstico nutricional
A) De acordo com as informações coletadas na anamnese e os dados calculados,
podemos afirmar que a paciente encontra-se eutrófica (IMC=24,72 Kg/m²). Esse
resultado é considerado ADEQUADO, conforme a Curva de Atalah e conforme sua
idade gestacional.
B) Paciente tem hipertireoidismo, controlado por medicamento (Tapazol)
C) Paciente considerada androide, de acordo com as medidas e características
apresentadas.

4. Fatores de explicação para o diagnóstico nutricional encontrado


Os hábitos alimentares da paciente são justificativas para o seu DN. Alimentação
com baixa oferta de nutrientes, permeada por gorduras saturadas, gordura vegetal
hidrogenada, baixa ingestão hídrica que pode ocasionar os edemas apresentados,
aliados ao sedentarismo ocasionando aumento de peso e retenção de líquidos. O
hipertireoidismo é também um fator importante no descontrole hormonal e
consequente alteração no peso.

5.Citar as consequências do diagnóstico nutricional encontrado


De acordo com seu depoimento, seus hábitos alimentares pode colocá-la em
risco de uma evolução para SOBREPESO ou até chegar ao final da gestação com
obesidade.
A ingestão de gorduras saturadas, favorecem o aparecimento de doenças
cardiovasculares ou provável aumento da pressão arterial, ingestão de doces, sucos
adoçados e refrigerantes são importantes requisitos para a evolução para o diabetes
gestacional.
A falta de ingestão de alimentos ricos em ferro e de suplementação de ácido
fólico, podem favorecer o aparecimento de anemia, aumentando as chances para um
parto prematuro e ainda infecções pós-parto.
6.Indicadores de acompanhamento do estado nutricional
• Aferir IMC, CB, para avaliar ganho de peso
• Avaliar exames bioquímicos afim de verificar riscos de doenças como DMG
e HAS, servindo também para avaliar os micronutrientes.
• Análise das mudanças, através das informações obtidas na anamnese e
inquérito alimentar.

REFERÊNCIAS

DUARTE, A.C. Avaliação nutricional: aspectos clínicos e laboratoriais.


São Paulo: Atheneu, 2007.

MUSSOI, Thiago Durant. Avaliação nutricional na prática clinica: da


gestação ao envelhecimento – 1ª ed. – Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2014.

VITOLO, Mácia Regina. Nutrição: da gestação ao envelhecimento – 2ª


Ed. – Rio de Janeiro: Rubio, 2015

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