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Universidade do Porto

Faculdade de Desporto

O Percurso para a Docência, uma Educação


Inclusiva

Relatório de Estágio Profissional

Relatório de Estágio Profissional


apresentado com vista à obtenção do
2º ciclo de Estudos conducente ao
grau de Mestre em Ensino de
Educação Física nos Ensinos Básico
e Secundário (Orientações legais
constantes do Decreto-lei nº 74/2006
de 24 de Março e o Decreto-lei nº
43/2007 de 22 de Fevereiro.

Orientador FADEUP: Dr. Tiago Manuel Tavares de Sousa

Vítor Hugo Teixeira Queirós

Porto, setembro de 2012


Ficha de Catalogação

Queirós, V. (2012). O Percurso para a Docência, uma Educação


Inclusiva. Relatório de Estágio Profissional para a obtenção do grau de Mestre
em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, à Faculdade
de Desporto da Universidade do Porto

PALAVRAS-CHAVE: ESTÁGIO PROFISSIONAL, EDUCAÇÃO FÍSICA,


NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS, INCLUSÃO, REFLEXÃO.
Agradecimentos

Agradeço aos meus familiares mais próximos por me terem dado a


possibilidade concretizar o sonho de concluir um curso superior, apoiando-me
nos momentos mais difíceis deste longa etapa da minha vida.

Tenho muito que agradecer ao professor cooperante, Fernando Vaz, por


todo que me ensinou e por tudo o que fez por mim, ajudando-me a concluir o
Estágio Profissional.

Agradeço ao professor orientador da faculdade, Tiago Sousa, pela sua


dedicação, pelo seu trabalho, pela sua prontidão em ajudar e pela sua
competência que manteve no seguimento de todo este relatório.

Aos meus colegas de estágio, Carlos Pinto, César Barros e Filipe Felícia
um muito obrigado pelo clima de amizade que esteve presente ao longo de
todo este ano, por toda a colaboração e por todas as ajudas que me prestaram.

À Escola Básica 2 e 3 da Sobreira, aos seus professores, principalmente


aos do grupo de EF e aos funcionários por toda a prestabilidade e por todo o
apoio que me deram.

Para terminar não posso deixar de agradecer à Alexandra Machado


apoio e compreensão que sempre revelou ao longo desta minha etapa,
estando presente nos momentos de maiores dificuldades.

A todos fico imensamente AGRADECIDO por tudo o que fizeram por mim.

III
Índice Geral

Agradecimentos ...................................................................................... III

Índice Geral ............................................................................................. V

Índice de Figuras ................................................................................... VII

Índice de Gráficos ................................................................................... IX

Resumo .................................................................................................. XI

Abstract................................................................................................. XIII

Lista de Abreviaturas ............................................................................ XV

1. Introdução ................................................................................... 3
2. Enquadramento Biográfico .......................................................... 7
2.1. O Meu Percurso de Vida ............................................................ 7
3. Enquadramento da Prática Profissional .................................... 21
3.1. Escola no Contexto Conceptual ............................................... 21
3.2. A Educação Física ................................................................... 21
3.3. O Professor de Educação Física .............................................. 22
3.4. O Professor Reflexivo, Importância da Reflexão ...................... 23
3.5. Estágio Profissional .................................................................. 24
3.6. Comunicação nas Aulas de Educação Física .......................... 25
3.7. Referências ao Contexto Legal ................................................ 26
3.7.1. Decretos-lei ....................................................................... 26

3.7.2. Regulamento do 2º ciclo ................................................... 27

3.7.3. Regulamento Estágio Profissional .................................... 28

3.8. Referências ao Contexto Institucional ...................................... 29


3.8.1. A Escola Básica 2,3 da Sobreira ....................................... 29

3.8.2. A Faculdade de Desporto da Universidade do Porto ........ 31

3.9. Referências ao Contexto Funcional ......................................... 32


3.9.1. Caracterização da Turma .................................................. 32

3.9.2. Desporto Escolar ............................................................ 35

V
4. Realização da Prática Profissional ............................................ 39
4.1. Área 1 - Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem 39
4.1.1. Conceção .......................................................................... 40

4.1.2 Planeamento ...................................................................... 41

4.1.3. Realização da Prática Pedagógica ................................... 44

4.1.3.1. Controlo nas Aulas de Educação Física ................................... 47

4.1.3.2. Estudo Investigação-Ação “Exclusão de alunos com


Necessidades Educativas Especiais nas aulas de Educação Física: Motivos e
Estratégias para Contrariar um Problema ........................................................ 51

4.1.6. Avaliação do Processo de Ensino Aprendizagem ............. 77

4.2. Área 2 e 3 - Participação na Escola e Relações com a


Comunidade .............................................................................................. 80
4.2.1. “Vídeo Games” .................................................................. 81

4.2.2. “Corta Mato Escolar” ......................................................... 82

4.2.3. “Corta Mato Inter-escolas” – Parque da Cidade de Paredes


.............................................................................................................. 84

4.2.4. “Corta-Mato Escolar” 2012- CLDE de Tâmega (Lousada) 86

4.2.5. Prova de Orientação Instituto Superior de Saúde do Alto


Ave (ISAVE) - Póvoa do Lanhoso ......................................................... 87

4.2.6.Prova de Orientação, Cabroelo – Penafiel ......................... 90

4.2.7. Viagem ao Parque Aquático de Amarante: “Mérito


Desportivo” ............................................................................................ 92

4.2.8. Ação de formação: “Futebol na Formação” ....................... 92

4.2.9. “Taça Coca-Cola” .............................................................. 94

4.3. Área 4 - Desenvolvimento Profissional..................................... 96


5. Conclusão e Perspetivas Futuras ............................................ 101
6. Referências Bibliográficas ....................................................... 106

VI
Índice de Figuras

Figura 1 Corta-Mato Inter-escolas ......................................................... 84

VII
Índice de Gráficos

Gráfico 1 Alunos 7º ano ......................................................................... 33


Gráfico 2 Habilitações literárias dos pais ............................................... 33
Gráfico 3 EF como disciplina preferida .................................................. 34
Gráfico 4 Modalidade desportiva preferida ............................................ 34

IX
Resumo

Este trabalho foi realizado com o intuito de fazer uma introspeção de


todo o percurso ao longo do Estágio Profissional (EP) realizado na Escola
Básica 2 e 3 da Sobreira, na cidade de Paredes. Apresento o percurso que
percorri durante este ano letivo, passando por referir as espectativas iniciais, as
dificuldades que foram surgindo e quais as estratégias utilizadas para
solucionar tais lacunas. O relatório de estágio está estruturado por capítulos, o
primeiro é a Introdução, onde faço um breve contextualização da prática que
decorreu ao longo do estágio. O segundo, Enquadramento Pessoal, pretendo
descrever o meu percurso académico e as minhas expectativas iniciais para o
EP. No terceiro capítulo está o Enquadramento Profissional, onde apresento os
aspetos importantes para as aulas de EF e a importância do professor reflexivo
no processo de ensino e aprendizagem. O último capítulo é referente ao
Enquadramento da Prática Profissional, em que apresento todo o trabalho
desenvolvido ao longo da EP, desde o planeamento, realização e a avaliação
do ensino. Neste capitulo abordo as quatro áreas de desempenho previstas no
regulamento do EP: Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem,
Participação na Escola, Relações com a Comunidade e Desenvolvimento
Profissional. Apresento também toda a organização do processo de ensino
aprendizagem para a turma no 7º ano que fiquei responsável. A investigação-
ação foi o instrumento utilizado para o trabalho de investigação, tendo como
objetivo solucionar um problema resultante do contexto da aula. O problema
que me deparei dentro da turma do 7º ano foi a exclusão de dois alunos com
NEE, em que pretendia encontrar estratégias que levassem os alunos a terem
uma atitude mais inclusiva perante os seus colegas.
Este ano letivo, foi um ano que me ajudou a por em prática todas as
aprendizagens que até então ainda não tinham sido aplicadas, podendo
superar as dificuldades que foram surgindo ao longo do EP

PALAVRAS-CHAVE: ESTÁGIO PROFISSIONAL, EDUCAÇÃO FÍSICA,


NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS, INCLUSÃO, REFLEXÃO.

XI
Abstract

This work was done with the intent to make self-examination of the whole
route along the traineeship held on 2 and 3 School of Shady, in the city of
Paredes. Present the route traveled during this school year, going through the
initial expectations, the difficulties that have emerged and that the strategies
used to address such gaps. The placement report is structured by chapters, the
first is the introduction, where you do a brief contextualization of the practice
which ran along the stage. The second, Personal Background, I want to
describe my academic career and my initial expectations for the traineeship. In
the third chapter is the Professional Framework, where I present the important
aspects for the EF and the importance of reflective teacher in the teaching and
learning process. The last chapter is referring to a framework for professional
practice, in which present all the work developed along the EP, from planning,
implementation and evaluation of teaching. In this chapter I discuss the four
areas of performance requirements specified in a regulation of the traineeship
organization and management of teaching and learning, Participation in school,
community relations and Professional Development.
Present also the entire organization of the teaching process learning for
the class on the 7th year that I was responsible. The action research was the
instrument used for the research work, aiming to solve a problem resulting from
the context of the classroom. The problem that I came within the class of year 7
was the exclusion of two pupils with special educational needs, in that he
wanted to meet strategies that lead students to have a more inclusive attitude
towards his colleagues. This school year, it was a year which helped me to put
into practice all the learning’s that until then had not yet been applied, being
able to overcome the difficulties that have emerged along the EP.

KEYWORDS: PHYSICAL EDUCATION, PROFESSIONAL TRAINING,


SPECIAL NEEDS EDUCATION, INCLUSION, REFLECTION.

XIII
Lista de Abreviaturas

AI - Avaliação Inicial
AS - Avaliação Sumativa
DE - Desporto Escolar
DREN - Direção Regional de Educação do Norte
EEFEBS - Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário
EE - Estudante Estagiário
EF - Educação Física
EP - Estágio Profissional
FADEUP - Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
IA - Investigação Ação
ISAVE - Instituto Superior de Saúde do Alto Ave
NEE - Necessidades Educativas Especiais
PES – Prática de Ensino Supervisionada
PFI - Projeto de Formação Individual
RE - Relatório de Estágio
UTAD - Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

XV
1. INTRODUÇÃO
1. Introdução

Este relatório está inserido na unidade curricular do EP enquadrado no 2º


Ciclo de Estudos de conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação
Física nos Ensinos Básico e Secundário da Faculdade de Desporto da
Universidade de Desporto da Universidade do Porto. A realização deste
trabalho tem como objetivo a descrição e reflexão de todo o percurso que
realizei durante o EP que decorreu na Escola Básica 2 e 3 da Sobreira. Dando
importância ao perfil do Estudante Estagiário, como prático reflexivo de forma a
usar a reflexão como forma de evoluir e de melhorar o seu desempenho como
professor.
A EP é o momento alto na formação do Estudante Estagiário, onde este
pode aplicar os seus conhecimentos adquiridos ao longo de seu percurso
académico. Foi a formação anterior que me forneceu conhecimentos
necessários para poder desempenhar o EP com mais sucesso. Foi no primeiro
ano do 2º ciclo de estudos que tive as unidades curriculares especifica para
cada modalidade, sendo aqui que pode ter uma formação teórico-prática
especifica.
No decorrer do EP, foi-me atribuída uma turma do 7º ano de escolaridade,
com a qual tive o primeiro contacto logo no primeiro dia de aulas. Foi com esta
turma que iniciei o meu processo de ensino e aprendizagem, foi com ela que
comecei a sentir as minhas primeiras dificuldades na realização da prática
pedagógica. Todo o trabalho desde a conceção, o planeamento, a realização e
a avaliação do ensino foi desempenhado por, apesar de ter sempre o apoio do
professor cooperante que me acompanhou em todas as aulas e me ajudou no
momentos que tive mais dificuldades. Este trabalho foi também seguido pelo
professor orientador da faculdade, estando este mais distante, foi também uma
ajuda importante para todo a e minha evolução.
Este relatório está organizado por quatro capítulos: sendo que o primeiro
tem a designação de Enquadramento Pessoal, onde apresentada a minha
evolução desde a licenciatura em educação Física e Desporto Escolar até ao
mestrado de ensino na presente FADEUP, onde enuncio também as minhas

3
principais dificuldades e as minhas prestativas para o ano de estágio,
apresento também algumas estratégias e soluções para resolver tais
problemas. No segundo capítulo, Enquadramento da Prática Profissional faço
uma descrição dos conceitos legais relacionados com Escola como instituição
pública, bem como os procedimentos legais relacionados com o ensino e com
o EP. No terceiro capítulo está a Realização da Prática Profissional está
apresentada toda a prática desempenhada ao longo do EP desempenhada
pelo estagiário na função de docente. Como apresentado no regulamento do
EP o professor tem de abranger as quatro áreas de desempenho, sendo as
seguintes: Área 1,Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem; Área 2
e 3, Participação na Escola e Relações com a Comunidade; Área 4
Desenvolvimento Profissional.
Não utilizei nenhum modelo de ensino específico, visto que tive uma turma
que desde início revelou bastantes dificuldades motoras e também alguns
problemas de indisciplina. Sendo assim achei por bem recorrer à instrução
direta, para que todos pudessem aprender as modalidades desde os níveis
mais baixos, levando-os até um nível superior. Adotei várias estratégias na
formação de grupos, tendo sempre em conta o sucesso dos alunos. por vezes
recorri a grupos homogéneos, com níveis de aptidão próximos e outros
heterógenos, havendo alunos melhores e outros menos bons, de forma a
proporcionar uma maior entreajuda e partilha de conhecimentos.
Para terminar este documento, apresento conclusões sobre o decorrer do
EP, refletindo sobre o meu desempenho e sobre os aspetos que poderiam ter
sido melhor desempenhados e sobre os que foram desempenhados com mais
sucesso.

4
2. Enquadramento Biográfico
2. Enquadramento Biográfico

2.1. O Meu Percurso de Vida

O meu nome é Vítor Queirós, tenho 24 anos sou natural do Marco de


Canaveses, distrito do Porto, resido numa pequena aldeia próxima do centro da
cidade chamada Freixo.
Posso dizer que quando era mais novo, tudo o que dizia respeito a bons
hábitos alimentares e à prática de exercício físico não eram corretos. Talvez
pelos fatores que referi anteriormente, não apresentava uma constituição física
saudável o que me fazia desleixar nas aulas de educação física e me deixava
um pouco de parte no que diz respeito à prática de jogos desportivos coletivos.
Na maioria dos intervalos das aulas, os meus colegas convidavam-me para
jogar futebol, mas poucas eram as vezes em que eu aceitava. Neste tempo
para mim era preferível ficar sentado no bar a ver televisão do que “andar a
correr atrás de uma bola”. As poucas vezes que aceitei jogar, o meu lugar era
preferencialmente na baliza. Sei também que os meus colegas habituaram-se a
que eu não fizesse parte do grupo das grandes correrias da escola, chamando-
me apenas quando era necessário mais alguém para completar a equipa. Com
o passar dos anos, os meus hábitos mudaram, sentindo assim necessidade,
mesmo sozinho, de melhorar o meu desempenho desportivo tornando-me mais
ativo, dando alguns passeios de bicicleta. Comecei a jogar com os meus
amigos na rua, entre outras atividades desportivas. Na escola mudei de atitude:
nas aulas de educação física passei a ser mais ativo e empenhado nos
exercícios propostos pelos professores, passei a ver o desporto de outra forma,
não como uma obrigação custosa mas sim como um momento de prazer e uma
forma de estar na vida.
Quando iniciei o ensino secundário inscrevi-me em aulas de natação nas
piscinas municipais do Marco de Canaveses, começando por ter aulas de
aperfeiçoamento das técnicas de nado. Pratiquei esta modalidade durante 2
anos em situação recreativa. Passei a treinar kickboxing, onde fui federado
durante 3 anos. No último ano que treinei era para entrar em competição, mas

7
uma lesão no joelho impossibilitou-me de o fazer. Esta lesão obrigou-me a ser
submetido a uma intervenção cirúrgica, ficando assim afastado da prática
desportiva durante 6 meses. Após a demorada recuperação voltei a treinar
kickboxing. No início estava com algum receio em relação à lesão, visto que foi
uma recuperação difícil e fiquei com medo de ter uma recaída, mas lentamente
o receio passou e continuei a treinar normalmente.
De uma forma menos assídua fiz algumas provas de BTT, de carácter
lúdico, principalmente pelo gosto que ganhei pela modalidade, aleando assim o
desporto ao ar livre.
Em relação à formação académica iniciei os meus estudos a nível superior
na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro em Vila Real no ano de 2007,
no curso de Educação Física e Desporto Escolar. Na candidatura de acesso ao
ensino superior, foi a minha segunda opção, sendo a primeira a Faculdade de
Desporto da Universidade do Porto. No segundo ano deste curso participei no
programa ERASMUS1. Este programa consiste na mobilidade para estudantes
do ensino superior terem a possibilidade de estudarem em outras
universidades da zona euro (DGES, 2008).
Estudei durante um ano letivo na Universitatea din Oradea Roménia, na
cidade de Oradea, próxima da Hungria. O curso equivalente na Roménia era
Educaţie Fizică şi Sport (Educação Física e Desporto), onde tive várias
disciplinas parecidas com as do meu curso na UTAD entre outras disciplinas
que não fazem parte do plano curricular do meu curso, como por exemplo:
massagem Sueca, tiro ao alvo de ar comprimido, ténis de mesa, karaté, entre
outras.
Esta experiência foi muito positiva e enriquecedora, visto que conheci
diferentes culturas, aprendendo muito com estas diferenças. Acima de tudo
ajudou-me a abrir novos horizontes. Tive a oportunidade com este programa de
conhecer diferentes países, novos locais e cidades que dificilmente iria
conhecer se não participasse no programa ERASMUS. Durante este ano letivo,
foram evidentes as diferenças a nível do ensino, tanto a nível das matérias
abordadas, como o nível de exigência que é muito inferior ao nosso. Visto ser
1
Programa de mobilidade de estudantes e docentes do Ensino Superior entre estados
membros da União Europeia

8
um país que ainda está em desenvolvimento e entrou recentemente para a
União Europeia, as instalações dos estabelecimentos de ensino são bastante
debilitadas e com fracas condições para um ensino de qualidade. Algumas
modalidades foram lecionadas muito superficialmente, como por exemplo
basquetebol e natação. Muitos dos conteúdos, referentes a estas modalidades,
no nosso país, são lecionados no ensino secundário. Uma vez que este é um
curso superior, senti que o nível de ensino ainda tinha algumas fragilidades.
Contrariamente, também existem disciplinas interessantes e que se tornam
importantes no desporto, como a massagem Sueca que pode ser utilizada em
situações de lesões e de recuperações musculares. Apesar de não ter
participado nas aulas de primeiros socorros, vi que a cultura Romena dá
grande importância a esta disciplina, imprescindível para o nosso dia-a-dia, e
em Portugal são poucos os cursos de desporto que incluem esta disciplina. Á
parte do ensino, refiro também que este país tem uma grande debilidade nos
cuidados de saúde e nos hospitais. A propósito disto, passei por uma
experiencia menos boa e foi obrigado a ser submetido a uma intervenção
cirúrgica num dos hospitais romenos, onde fiquei internado 5 dias. A primeira
perceção/impressão até foi boa, pois fui rapidamente socorrido, mas quando fui
para o internamento observei as fracas condições, tanto a nível das instalações
como a nível da qualificação dos serviços prestados pelos médicos e
enfermeiros. Voltando a Portugal, fui observado por médicos especialistas e
rapidamente diagnosticaram uma grave falha ocorrida na cirurgia. Apesar do
sucedido, continuei os tratamentos e as melhoras foram evidentes. Comecei
novamente a praticar desporto e retomei os estudos.
O último ano da licenciatura foi sem dúvida o que mais me motivou, aprendi
matérias do meu agrado e que superaram as minhas expectativas. A minha
atitude em relação ao querer adquirir novos conhecimentos neste último ano foi
superior, comparando com o ano de caloiro que é um ano de grandes
mudanças de adaptação, de alguns receios e de muitas descobertas. Tive
algumas disciplinas relacionadas com os desportos de aventura e de lazer,
onde fui despertando um grande interesse. Acabei por escolher uma

9
especialização neste tipo de desportos e também tive a oportunidade em tirar
uma formação de Monitor de Desportos de Ar Livre fora da faculdade.
Uma vez concluída a licenciatura, concorri ao Mestrado em Ensino da
Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário na FADEUP na primeira
opção, onde me matriculei no ano de 2010. Os fatores que me levaram a
mudar de faculdade foi, naturalmente, a qualidade de ensino que fui vindo a
verificar ao decorrer do tempo. No primeiro ano, senti a grande diferença que
existia entre estas duas faculdades, sendo claro que nesta faculdade o ensino
é mais exigente e rigoroso. A diferença entre a licenciatura e o mestrado
também é notória, sentindo algumas dificuldades de adaptação a este novo
nível de ensino. Concretamente, tive várias oportunidades em contactar
diretamente com a prática, dando aulas de algumas modalidades a alunos das
escolas da redondeza, sendo assim uma grande vantagem e uma boa
preparação para o Estágio Profissional no ano seguinte. A nível da qualidade
de ensino senti que era verdadeiramente mais específico e abrangente, tendo
tido aulas teóricas e práticas das várias modalidades que são lecionadas nas
aulas de Educação Física nos vários ciclos de ensino. O segundo semestre na
minha opinião foi mais interessante do que o primeiro, porque foi
maioritariamente prático e onde tive a possibilidade de fazer a ligação do
conhecimento teórico ao prático.
Paralelamente às aulas na faculdade comecei a trabalhar a part-time num
ginásio como monitor de musculação. Trabalho a nível de orientação e
prescrição de exercício físico, sendo assim mais um ponto a favor no meu
currículo.
Todas estas adversidades ao longo do meu percurso de vida me fizeram
perceber que o desporto não foi só um ponto de partida para a minha
formação, mas sim quase que uma necessidade diária que me faz sentir bem e
se tornou parte da minha vida. Estes fatores levam-me a pensar de forma
diferente como professor que serei no meu futuro, estando mais atento aqueles
alunos mais sedentários e menos motivados para a prática desportiva. Estou
mais sensibilizado para os problemas deste tipo que surgem com mais
frequência nas escolas de hoje, havendo cada vez mais casos de obesidade e

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graves problemas de saúde ligados soa meus hábitos de vida. Talvez, devido á
minha experiencia de vida, menos boa em relação à prática de desporto e à
presença de bons hábitos de saúde no meu dia-a-dia quando era mais novo
me ajudaram a encarar este problema de uma forma mais cuidada. Todas as
minhas vivências, desde que comecei a ser mais ativo e a ter uma visão mais
saudável em relação ao desporto, interferem na forma como abordo os alunos
mais problemáticos. Uma vez que eu senti na pele o que era ser rejeitado por
alguns dos meus colejas, hoje, estou mais preocupado com este tipo de
situações que vejo no meu ano de estágio. Procurando intervir junto destes
alunos que por vezes são rejeitados pelos colegas por serem menos hábeis e
menos sociáveis, por não gostarem uma ou outra modalidade e por acabarem
por se afastar. É nestes casos onde vou ter um cuidado redobrado quando
estiver a lecionar, procurando ajudar estes alunos a superarem as suas
limitações, tentando que mudem as suas mentalidades, e que o desporto esteja
incluído nas suas vidas de forma satisfatória e saudável. É na idade escolar
que os rapazes e as raparigas desenvolvem importantes capacidades
psicomotoras que lhes vão ser muito uteis para a vida adulta, nas várias áreas
de trabalho que possam vir a desenvolver. Como a coordenação, o equilíbrio, a
força e muitas outras capacidades que um adulto necessita de possuir para
poder obter sucesso na sua vida profissional.
Sendo assim, é muito importante que os alunos sejam acompanhados e
formados de forma eficaz para que a nossa futura sociedade seja ativa,
saudável e com uma boa qualificação. No meu caso, vou procurar
desempenhar a minha profissão tendo em conta estes objetivos, lutando para
reduzir alguns dos problemas dos mais novos e também pretendo sensibilizar
quem estiver a trabalhar comigo e que ainda não esteja voltado para estas
questões.
“Formar profissionais capazes de criar situações de aprendizagem deveria
ser o eixo central da maior parte dos programas de formação inicial e
continuada dos professores da pré-escola à universidade. Tal visão porém
ainda está muito longe do verdadeiro sentido que se deve dar ao termo tornar-
se professor”. Ferreira (s.d.)O contacto com crianças e jovens fez-me despertar
o gosto pela arte de ensinar. A preferência pelo relacionamento com estas
faixas etárias já vem de trás, e sempre senti que tinha uma certa aptidão para

11
transmitir conhecimentos e valores. Estes fatores ajudaram-me a decidir que
um dia iria pretender seguir a carreira de professor. Nesta decisão recaiu o
meu gosto anteriormente referido com o gosto pela prática desportiva,
juntando-as, a minha decisão está hoje em curso. Antes de começar a
licenciatura, questionei-me se seria uma boa aposta para o futuro. Aqui, tentei
predominantemente verificar os prós e contras em relação ao ensino, e
deparei-me (como todos os professores) com a falta de empregabilidade que
se verifica neste setor. Mesmo assim, penso que os melhores têm sempre
lugar e como diz o velho ditado popular “Quem corre por gosto não cansa”,
decidi acreditar mais em mim e no futuro e segui pelo ensino.
Este gosto foi vincado durante a licenciatura ao passar pelo papel de
professor em dar aulas aos meus colegas de curso, e mais ainda quando tive a
oportunidade de lecionar algumas aulas a turmas de escolas do 2º ciclo.
Em ralação ao Estágio Profissional, para mim foi o ponto mais alto do
percurso académico, foi aqui que pode aplicar muito do que aprendi nos vários
anos de estudo, pode vivenciar a verdadeira realidade de um futuro que me
espera. O contexto de EP é culminar de um percurso académico que termina
neste ano, foi neste ano que fui colocado à prova várias vezes, desde o
primeiro dia em que comecei a dar aulas. Algumas das dificuldades que tinha
pensado início do ano vir a ter, acabaram por surgir. Algumas delas foram
solucionadas com maior ou menor facilidade, outras persistiram e ainda tenho
que trabalhar mais para as solucionar, evitando cometer os mesmos erros no
meu futuro. Uma delas, foi o controlo da turma, que me trouxe sérios
problemas no início do ano, e que foi melhorando, mas mesmo assim ainda
tenho que ser melhor. Uma vez que tinha dois alunos com NEE, que me
dificultaram um pouco a minha intervenção, e outra em que tinha um aluno com
pouca vontade de aprender, estes casos ajudaram-me a ter alguns problemas
com a restante turma. Algumas das aulas, surgiram alguns conflitos em que
tive algumas dificuldades em resolver, ao longo do ano fui encontrando
algumas das estratégias que me ajudaram a controlar certas situações. A
criação de algumas rotinas, como o fato de fazer uma contagem decrescente
para todos os alunos se reunirem à minha beira para falar, quando falava todos
tinham que colocar a bola de baixo do braço se fosse o caso de estarem a
utilizar, foram-me ajudando a melhorar o controlo da turma. Mas, mesmo
assim, no final do ano ainda tive alguns problemas com o controlo, em que

12
precisava de chamar com alguma regularidade alguns alunos à atenção para
fazerem o que lhe tinha pedido ou para pararem com comportamentos
desajustados à aula. Para evitar voltar a ter estes problemas no futuro, desde o
início do ano, tenho que manter uma postura mais rígida, impondo mais sem
deixar negociar. É no inico do ano que os alunos vêm como é o professor e
como ele funciona, e foi aqui que eu deveria ter sido mais seguro, e que me
levou a dificultar as aulas ao longo do ano. Só depois de conhecer melhor os
alunos é que posso ser mais flexível, negociar algumas das minhas decisões e
poder criar alguma amizade e dar algum afeto, mas segundo a minha
experiência, eu não o devo fazer.
Nesta etapa da minha formação, aprendi muito, algumas situações menos
boas ajudaram-me a encontrar soluções e a resolver problemas. Foram muitas
experiencias inesperadas que me ensinaram a encontrar estratégias, a ver o
que devo fazer e o que não devo fazer. A teoria refere muitas metodologias,
muitas estratégias e muitas possíveis soluções, mas, é neste contexto que
surgem os maiores problemas e que os livros não dizem as respostas. Foi aqui
que cometi os primeiros erros ao lecionar, optei por estratégias que acabaram
por não funcionar e organizei aulas de formas que não foram as melhores,
muitas das minhas opções não foram as melhores, mas ajudaram-me a
reconhecer o erro a aprender com elas. As diferentes situações ajudaram-me a
procurar novas soluções e estratégias melhores para os meus problemas, foi
este um dos processos que me ajudou a aumentar o meu conhecimento e me
ensinou muito sobre o que um professor tem que saber par poder vir a ser um
professor de excelência. Sendo assim, sei que há ainda um longo trabalho para
a frente para poder chegar a um nível de qualificação tão desejado por todos.
Muitas destas experiências enriqueceram a minha bagagem, que levo para
os meus próximos anos de trabalho, sem elas teria um formação mais pobre,
sendo estas experiencias fundamentais para a minha profissão.
Antes do ano letivo começar pretendia poder experimentar várias situações
de ensino e aprendizagem, tentando assim perceber quais as melhores opções
para que este processo tenha sucesso e quais o as que não devo continuar a
aplicar. Esperava também encontrar um leque de alunos com gostos muito

13
diferentes e que me proporcionassem variadíssimas vivências, de forma a
obrigarem-me a superar dificuldades e a aprender com as mais variadas
situações. A maioria das minhas expetativas foi surgindo ao longo do ano,
vivenciando uma vasta quantidade de experiencias. Tive um professor
cooperante que me deixou optar pelas minhas decisões, dando-me muita
liberdade para aplicar aquilo que eu aprendi e aquilo que nos meus ideais
estava correto, mesmo quando ele sabia que na prática não ia funcionar.
Mesmo assim ele não me limitou o trabalho e não me impos formas de ensinar,
deixou que fosse eu a passar palas experiências para ver que as minhas
escolhas nem sempre eram as melhores. No final das aulas, ajudou-me muitas
vezes a refletir sobre o que tinha feito, e como o tinha feito, questionando-me
sobre o porquê das minhas opções, ajudando-me tomar opções mais certas. A
minha turma levou-me várias vezes a ter de intervir em situações que eu nunca
tinha pensado que poderiam surgir, passando assim por uma vasta quantidade
de experiencias, o que me levou a refletir e a procurar resolver alguns dos
problemas que foram surgindo. A ajuda dos meus colegas de estágio e da
turma por vezes foi importante, tive também alguns casos que recorri a alguns
manuais escolares para me ajudarem. De uma forma ou de outra foi
resolvendo os problemas, apesar de alguns delas poderiam ter sido mais bem
solucionadas.
Em relação ao grupo de estágio esperava encontrar colegas de trabalho
empenhados e que gostassem de trabalhar em equipa. Foram eles que me
acompanharam no processo de ensino e aprendizagem. Ajudaram-me a
superar algumas dificuldades, teria sido mais vantajoso para todos se
tivéssemos trabalhado mais em conjunto. Foram eles que por vezes me
ajudaram a perceber os meus erros e como poderia deixar de os cometer,
foram eles que me ajudaram a resolver alguns trabalhos e me explicaram
algumas matérias. Em relação ao trabalho de grupo, poderia ter sido melhor,
foram poucas as vezes que trabalhamos juntos e que debatemos ideias e
estratégias de ensino. Foram mais os casos em que nos juntamos para
organizar trabalhos e dividir tarefas para depois fazermos individualmente,
mesmo assim, foi bom o facto de nos entendermos bem e de conseguirmos

14
cooperar nas tarefas que tivemos que desempenhar em conjunto. Mas, seria
ainda mais rico termos trabalho mais em grupo, uma vez que este tipo de
trabalho é mais vantajoso e nos poderia ter ajudado a aprender mais uns com
os outros.
Esperava encontrar um professor cooperante e um professor orientador que
me ajudasse o máximo possível, que me levassem a encontrar o melhor
caminho para superar com sucesso esta etapa e que me ensinem muito
daquilo que sabem. Com o professor cooperante esperava que a nível socio
efetivo, fosse uma pessoa sociável, humilde e que pode-se vir a ter um bom
relacionamento. Que a nível prático estivesse atento ao meu desempenho, que
me corrigisse quando cometia erros e que me auxilia-se nos aspetos de menos
desempenho. Que fosse rigoroso comigo, que impusesse rigor no meu trabalho
e em todas as tarefas que me forem propostas. Durante o ano, este professor
foi aparecendo como eu tinha esperado, tive um professor que me ajudou
muito e que fez um ótimo trabalho para poder melhorar. Mesmo em situações
que cheguei a pensar que estava a ser diferenciado, o meu professor
cooperante tomou decisões que me fizeram evoluir. No que diz respeito às
suas tarefas, esteve bem e desempenhou corretamente as suas tarefas,
sempre presente nas minhas aulas e sempre que precisei esteve lá para me
corrigir e para me ajudar. Foi uma pessoa que sempre me deixou à vontade
para falar de vários assuntos e com a qual posso ainda procurar para falar
abertamente porque sei que me vai ouvir.
Por outro lado, o professor orientador, ocupando um papel mais distante,
mas não menos importante, teve a função de me orientar mais a nível teórico e
burocrático. Pretendia que me auxilia-se na construção dos documentos que
tive que realizar para o estágio, e também que me orienta-se no meu estudo de
investigação ação, levando-me a encontrar os procedimentos necessário para
cumprir com todas as formalidades deste trabalho. Passando este ano letivo,
saliento que aquilo que esperava do meu orientador ele foi. Tendo um
professor muito competente e muito atento ao meu trabalho, que me ajudou a
desenvolver o meu estágio com todo o profissionalismo a que lhe compete.

15
Mesmo estando fisicamente mais distante, esteve atento ao desenrolar deste
processo, estando sempre disponível para me ajudar quando precisei.
O estágio, no meu processo de ensino aprendizagem teve um forte impacto
na minha formação de professor. Foi aqui que pode vivenciar e desempenhar o
papel de um verdadeiro professor em ação, pode sentir que todo o tempo que
passei a estudar foi útil para o meu futuro. Encararei o Estágio Profissional
como um laboratório, onde tive de ser preciso e eficazes, e os alunos foram os
meus componentes de estudo. Foram eles com quem experimentei diversas
formas de ensinar, várias experiências para perceber quais os melhores
métodos de ensino.
Tenho alguma facilidade em comunicar, sinto-me à vontade em expressar
aquilo que penso mas por vezes tenho certas limitações em transmitir aquilo
que pretendo que façam. Estou mais à vontade em lecionar modalidades
individuais do que as coletivas. Talvez por nunca ter tido muita ligação pelos
jogos coletivos e também por uma questão de gosto pessoal, em relação às
modalidade individuais que sempre me atraíram mais. Gosto de transmitir
conhecimentos e penso que isto me ajudará a ser um bom professor, sentindo-
me satisfeito quando vejo que alguém tirou partido da minha prestação.
Sinto algumas dificuldades em construir um plano de aula que vá ao
encontro do nível dos alunos, sentindo assim uma certa limitação em escolher
os exercícios adequados para toda a turma. Por vezes, um exercício torna-se
fácil para um grupo de alunos e muito exigente para outros, esta articulação por
vezes tem dificultado o meu trabalho, pois muitas vezes não chego aos alunos
da maneira mais correta.
Quando tenho o exercício já conscientemente esquematizado não tenho
dificuldades em passa-lo para o papel, tenho sim certas dificuldades em explica
de uma forma mais vulgar para que os alunos me compreendam e realizem
assim rapidamente o que pretendo. Suponho que terei de utilizar frases mais
simples e mais formas representativas para que os alunos entendam as tarefas
a desempenhar na aula. Em algumas situações torna-se difícil criar uma
organização e um certo dinamismo na aula para que funcione ordenadamente

16
e sem muitas pausas, sendo difícil ter um tempo de empenhamento motor
sempre muito elevado.
Este ano letivo ajudou-me muito a desenvolver as competências onde tinha
mais dificuldade, ajudou-me a melhorar o meu processo de comunicação e a
desenvolver a capacidade de transmitir conhecimento, expressando-me mais
facilmente e de forma clara para os alunos. Relativamente ao ensino das
modalidades desportivas coletivas consegui aumentar os meus conhecimentos,
explorei muitos exercícios que ajudam os alunos a entenderam com mais
facilidade a essência dos jogos coletivos e quais os meus educados para
diferentes níveis de habilidade motora. Sinto-me agora mais capaz de ensinar
modalidades coletivas, e com mais qualidade. Nas modalidades individuais,
também pude evoluir a aprender muitas estratégias novas que me ajudaram a
gerir melhor a aula e a proporcionar aos alunos melhores situações de
aprendizagem.
Tenho pouca experiência no que diz respeito à construção de quadros
competitivos e na organização de eventos desportivos principalmente em
atividades coletivas. Neste ano de estágio, pude aprender um pouco mais no
que diz respeito à organização e à logística de torneios de futebol com as
atividades que foram desenvolvidas na escola e também pela participação em
eventos fora desta.
Por vezes paro para pensar se algum dia vou exercer a minha profissão e
se vou dar utilidade à minha formação. Sei que é preciso ir à luta e esperar por
dias melhores, neste momento não há tempo para parar nem para me
preocupar antecipadamente. O que mais quero é concluir o meu curso, e
conseguir lecionar, esperando um dia enriquecer mais o meu currículo podendo
assim abranger uma vasta variedade de faixas etárias.

17
3. ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL
3. Enquadramento da Prática Profissional

3.1. Escola no Contexto Conceptual

A Escola tem de recuperar a sua missão, que nenhuma outra instituição


está à altura de cumprir, que é oferecer aprendizagens fundamentais nos
domínios científicos, tecnológicos e culturais que estão na base das suas
disciplinas. Ela acima de tudo é um local de ensino e aprendizagem de
conteúdos curriculares, de aquisição de conhecimentos, saberes, técnicas,
gestos, capacidades, habilidades e competências. Nóvoa (cit. por Bento, 2006)
Como organização, a escola, na linha de pensamento de Peres (cit. por
Elias, 2008,pp. 35-36) considera ser: “necessário entender a complexidade e a
especificidade de cada escola, pois embora possua com outras organizações
alguns elementos comuns – finalidades, estruturas, poder, processos de
controlo, etc. -, não pode ser equiparado a imagens mais ou menos
estereotipadas de uma qualquer empresa ou fábrica onde, geralmente,
imperam as leis de mercado e natureza do produto/serviço é de ordem
material”.

3.2. A Educação Física

A Educação Física, segundo Bento (cit. por Bento, 2006) é uma pequena
parcela do desporto, não é mais que uma disciplina escolar que está incumbida
de educar, introduzir e educar nessa área. É do domínio científico, tecnológico
ou cultural de onde provêm os conteúdos curriculares, as representações e
construções pedagógicas destes domínios, chamadas á escola e à educação
com o objetivo de ajudarem a reproduzir nos indivíduos uma condição expressa
em conhecimentos, habilidades, capacidades, atitudes, aptidões, inclinações,
princípios, valores, normas, regras, interesses entre outros. Reflete em
características e traços humanos valorizados em contexto socio cultural. Não
há nenhuma disciplina que justifique a razão de figurar no modelo das

21
disciplinas escolares que não tenho matéria de ensino e sem aprendizagens
coerentes.
Sendo uma disciplina escolar, a Educação Física consiste na forma
fundamental e mais importante da formação desportiva e corporal das crianças
e jovens. Apesar de só conseguir ver realizados os seus objetivos se o ensino,
nela ministrado, materializar uma unidade de forma e processo. O respetivo
professor tem de guiar um processo pedagógico, racional e científico, de
educação ao e aprendizagem desportivo motora. Bento, (1987)

3.3. O Professor de Educação Física

O professor de Educação Física, compreende um conjunto de


habilidades que não se limitam ao saber o que fazer, mas acima de tudo, ao
saber-fazer verdadeiramente. Estas habilidades do profissional de EF, estão
relacionadas com o tipo de problemas a que este tem de dar respostas.
“As habilidades constituem a competência mais específica do
profissional Patel & Groen, (cit. por Nascimento 2006 p.198), na medida em
que é afetada pela precisão e direccionalidade do raciocínio na solução de
problemas.”
Professores competentes estabelecem rotinas impostas na sala de aula,
criando um modelo próprio dos seus comportamentos de ensino. Os planos de
aula, as estruturas de aula, as exposições dadas aos estudantes, são bem
organizadas e bem ministradas. Revelam ser competentes, revelam ser bons
no planeamento, usando melhores estratégias pedagógicas para modificar as
aulas e improvisar mais eficazmente Dodds, (cit. por Nascimento 2006 p.198)
“Ser professor é mais que um emprego, por isso mantivemos o conceito
de missão, mas não deixa de ser também um emprego”. Sendo assim,
defendemos como garantia para uma atuação moral do professor de EF o
reforço do conceito de profissional. O professor como chave de funcionamento
da escola, deve ter várias funções. Deve ser um professor polivalente e
integrador, que baseie o seu trabalho em bases técnicas, mas se fundamenta
numa prestativa cultural. Deve estar sempre em formação, mantendo o seu

22
processo como inacabado, tendo a capacidade de auto formação, revelando
uma formação científica e moral adequada.
O professor não é só um mestre de procedimentos, é também um
mestre de conteúdos. Tem que ter a capacidade de refletir, sendo esta
habilidade um caminho para o auto conhecimento. Só desta forma terá
liberdade para atuar, flexibilidade para examinar, para ponderar alternativas,
para avaliar tanto os fins como os meios, para refletir sobre as suas próprias
ações.

3.4. O Professor Reflexivo, Importância da Reflexão

A auto reflexão expressa a necessidade de um profissional controlar ou


a avaliar constantemente o seu próprio desempenho. A crítica ou reflexão
frequente sobre os meios e os fins da atuação auxilia o profissional a caminhar
com mais segurança em direção aos seus objetivos. O profissional de
Educação Física quando investiga o seu próprio trabalho, não revela apenas a
sua preocupação com a qualidade do serviço prestado, mas o seu empenho
para o alcance das metas ambicionadas. Uma outra questão é que a auto
reflexão manifesta um estado de vigilância e observação, estar
cuidadosamente atento a todos os pormenores das situações que auxilia no
controlo das ações. Um profissional deve ter competências de auto reflexão,
revelando capacidade de manifestar um espírito autocrítico levando-o a uma
constante avaliação da respetiva atuação pedagógica. Deve também ser capaz
de reajustar a sua atuação profissional em função dos indivíduos resultantes de
uma permanente atitude investigativa e de atualização. Rios (cit. por
Nascimento 2006 p.200)
Segundo Dewey (cit. por Alarcão 1996 p. 175), a reflexão é uma forma
especializada de pensar. “Inclui uma investigação ativa, voluntária, persistente
e rigorosa daquilo e que se acredita ou daquilo que habitualmente se pratica,
comprova os motivos que justificam as nossas ações ou convicções e reflete as
consequências a que elas conduzem. Ser-se reflexivo é ter a capacidade de
utilizar o pensamento como responsável do sentido” (Alarcão 1996 p. 181),

23
Ser-se reflexivo é uma capacidade, de maneira que, não aparece
espontaneamente, apesar de ser possível desenvolvê-la. Sendo assim, tem de
ser cultivada requer condições favoráveis para o seu aparecimento.
A reflexão fundamenta-se na vontade, no pensamento, em atitudes de
questionamento e curiosidade, na busca da verdade e da justiça. O processo
de formação, que neste caso nos referimos ao professor, como um processo
no qual a pessoa que pensa, tendo o direito de construir o seu saber.
É importante refletir, uma vez que o professor tem um papel fundamental
na produção estruturação do conhecimento pedagógico porque refletem, de
uma forma situada, na e sobre a interação que se gera entre o conhecimento
cientifico e a sua aquisição pelo alunos

3.5. Estágio Profissional

O Estágio Profissional tem como objetivo principal integração no


exercício da vida profissional de forma progressiva e orientada, em contexto
real, desenvolvendo as competências profissionais que promovam nos futuros
docentes um desempenho crítico e reflexivo, capaz de responder aos desafios
e exigências da profissão. O EP é uma unidade curricular do 2º ciclo de
Estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos
Ensinos Básico e Secundário, da Faculdade de Desporto da Universidade do
Porto. Este documento contempla as quatro áreas de desempenho previstas no
Regulamento de Estágio Profissional, sendo que as áreas 2 e 3 se encontram
agregadas numa só. Área 1, “Organização e Gestão do Ensino e da
Aprendizagem”; Áreas 2 e 3 – “Participação na Escola e Relações com a
Comunidade”; Área 4 – “Desenvolvimento Profissional”.
Este documento tem uma dupla preocupação: adequar-se ao novo
estatuto do estudante-estagiário e manter o fundamental do modelo do EP da
Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.
A complexidade do processo de ensino e aprendizagem, bem como as
características gerais da atividade do professor que decorre num contexto
balizado pelas condições gerais do sistema educativo, pelas condições locais

24
das situações de educação e pelas condições mais próximas da relação
educativa, obrigam a uma tentativa de integração e de interligação das várias
áreas e domínios a percorrer no processo de formação. Em particular, no EP,
de forma a retirar o formalismo das realizações e a promover as vivências que
conduzem ao desenvolvimento da competência profissional.
O EP entende-se como um projeto de formação do estudante com a
integração do conhecimento proposicional e prático necessário ao professor,
numa interpretação atual da relação teoria prática e contextualizando o
conhecimento no espaço escolar. O projeto de formação tem como objetivo a
formação do professor como profissional, promotor de um ensino de qualidade.
Um professor reflexivo que analisa, reflete e sabe justificar o que faz em
concordância com os critérios do profissionalismo docente e o conjunto das
funções docentes entre as quais sobressaem funções letivas, de organização e
gestão, investigativas e de cooperação.
A diversidade e a natureza das funções docentes remetem para a noção
de polivalência que permita um vaivém entre a teoria e a prática. Esta
compreensão servirá de linha orientadora para a elaboração do Relatório de
Estágio em que a investigação/reflexão/ação se assume como um caminho
adequado.

3.6. Comunicação nas Aulas de Educação Física

A comunicação tem um papel indiscutível na orientação do processo de


ensino-aprendizagem. A influência que a comunicação exerce no desenrolar
deste processo, no âmbito do treino desportivo, julgasse que treinar bem seria
o resultado de comunicações eficientes. Leith (cit. por Mesquita 2006 p.210),
Mediante as intenções da comunicação, na relação estabelecida entre
os protagonistas do processo de ensino-aprendizagem, destaca-se a
intervenção de instrução, sendo entendida como os comportamentos que
fazem parte do reportório do professor para transmitir informação aos
praticantes. Desta informação fazem parte todos os comportamentos verbais
ou não verbais, como por exemplo a explicação, a demonstração, o feedback

25
entre outras formas de comunicação que estão ligadas aos objetivos da
aprendizagem.

3.7. Referências ao Contexto Legal

3.7.1. Decretos-lei

A estrutura e funcionamento do Estágio Profissional consideram os


princípios decorrentes das orientações legais constantes do Decreto-lei nº
74/2006 de 24 de Março e o Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de Fevereiro.
O Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de Fevereiro “(…).define as condições
necessárias à obtenção de habilitação profissional para a docência num
determinado domínio e determina, ao mesmo tempo, que a posse deste título
constitui condição indispensável para o desempenho docente, nos ensinos
público, particular e cooperativo e nas áreas curriculares ou disciplinas
abrangidas por esse domínio.
Com este decreto-lei, a habilitação para a docência passa a ser
exclusivamente habilitação profissional, deixando de existir a habilitação
própria e a habilitação suficiente que, nas últimas décadas, constituíram o
leque de possibilidades de habilitação para a docência. Se, num cenário de
massificação do acesso ao ensino, foi necessário recorrer a diplomados do
ensino superior sem qualificação profissional para a docência ou, ainda, a
diplomados de áreas afins à área de lecionação não dotados de qualificação
disciplinar ou profissional adequadas, a situação apresenta-se alterada num
contexto em que a prioridade política é a melhoria da qualidade do ensino,
sendo agora possível reforçar a exigência nas condições de atribuição de
habilitação profissional para a docência.2
Este decreto-lei integra na componente de iniciação à prática profissional
em que o aluno se inclua em situação de observação e colaboração em
situações de educação e ensino e a prática de ensino supervisionada na sala
de aula e na escola, correspondendo esta última ao estágio de natureza
profissional com objeto de relatório final3.
A estrutura do ciclo de estudos conducente ao grau de mestre integra
um curso de especialização, constituído por um conjunto organizado de

2
DL, 43/2007
3
DL, nº 74/2007

26
unidades curriculares, denominado curso de mestrado. Integra também uma
dissertação de natureza científica ou um trabalho de projeto, originais e
especialmente realizados para este fim, ou um estágio de natureza profissional
objeto de relatório final.
A orientação de um dos trabalhos compete a um doutor ou a um
especialista de mérito conhecido como tal pelo órgão científico competente do
estabelecimento de ensino superior, nacional ou estrangeiro.4

3.7.2. Regulamento do 2º ciclo

Este regulamento é referente ao 2º Ciclo de Estudos, com a equivalência


ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e
Secundário da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. A FADEUP
concede o grau de mestre em EEFEBS a quem obtiver aprovação em todas as
unidades curriculares que integram o plano de estudos do respetivo ciclo de
estudos e aprovação no ato público de defesa do relatório de Estágio
Profissional. Este curso concede habilitação para a docência de Educação
Física e Desporto nos referidos níveis de ensino.
Ao grau de mestre pela Universidade do Porto devem corresponder as
seguintes competências: Conhecimentos nos domínios das ciências do
desporto que suportam o ensino de educação física. Competência para o
desempenho da atividade profissional especializada de professor de EF nos
Ensinos Básico e Secundário. Conhecimento e capacidade para adotar uma
atitude investigativa no desempenho profissional baseada na compreensão e
análise crítica da investigação educacional relevante, bem como uma
sensibilidade para refletir e intervir com sentido de responsabilidade sobre os
problemas éticos e cívicos colocados à atividade docente, para compreender
os grandes problemas do mundo presente. Habilidade para integrar
conhecimentos, lidar com questões complexas, desenvolver soluções ou emitir
juízos em situações de informação limitada, incluindo reflexões sobre as
implicações e responsabilidades éticas e sociais que resultem ou condicionem

27
essas soluções e esses juízos. Ser capaz de avaliar, refletir e justificar a sua
intervenção. Aptidões que permitam uma aprendizagem ao longo da vida, de
um modo fundamentalmente autónomo5.

3.7.3. Regulamento Estágio Profissional

O início da Prática Profissional do Ciclo de Estudos que concede o grau de


Mestre em Ensino de EF na FADEUP integra o EP, a Prática de Ensino
Supervisionada e o correspondente Relatório de Estágio. Esta unidade
curricular é regida pelas normas da Universidade do Porto e pela legislação
específica acerca da Habilitação Profissional para a Docência.
O Objetivo da EP visa a integração no exercício da vida profissional de
forma progressiva e orientada, através da PES em contexto real,
desenvolvendo as competências profissionais que promovam nos futuros
docentes um desempenho crítico e reflexivo, capaz de responder aos desafios
e exigências da profissão. Estas competências profissionais, associadas a um
ensino da Educação Física e Desporto de qualidade, reportam-se ao Perfil
Geral de Desempenho do Educador e do Professor, e dividindo-se -se nas
seguintes áreas de desempenho:
I. Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem
II e III Participação na Escola e Relação com a comunidade
IV. Desenvolvimento profissional
O estudante estagiário apresenta um conjunto e competências a
que lhe pertencem e a que tem que revelar competência tais como:
1. “Cumprir todas as tarefas previstas nos documentos orientadores
da EP;
2. Elaborar e realizar o seu projeto de formação (PFI);
3. Prestar o serviço docente nas turmas que lhe forem designadas
realizando as tarefas de planificação, realização e avaliação
inerentes;

5
“Normas orientadoras do Estágio Profissional 2011/2012” Documento interno não
publicado. Autoria da professora doutora Zélia Matos.

28
4. Participar nas reuniões dos diferentes órgãos da Escola,
destinadas à programação, realização e à avaliação das
atividades educativas;
5. Participar nas sessões de natureza científica cultural e
pedagógica, realizadas na Escola ou na Faculdade;
6. Elaborar e manter atualizado o portefólio do Estágio Profissional;
7. Observar aulas regidas pelo professor cooperante e pelos colegas
estagiários.
8. Assessorar os trabalhos de direção de turma, de coordenação de
grupo, de departamento de modo a percorrer os diferentes cargos
e funções do professor de Educação Física;
9. Elaborar e defender publicamente o Relatório de Estágio, de
acordo com o definido nos artigos 7º e 9º do Regulamento do
segundo ciclo de estudos conducente ao grau de mestre em
ensino da Educação Física nos ensinos básico e secundário”.6

3.8. Referências ao Contexto Institucional

3.8.1. A Escola Básica 2,3 da Sobreira

O EP decorreu na Escola Básica 2,3 da Sobreira localizada no lugar da


Estação, na freguesia de Sobreira, concelho de Paredes, distrito do Porto.
Organicamente está integrada na Direção Regional de Educação do Norte e na
Coordenação Educativa do Tâmega.
A inauguração desta escola decorreu no letivo de 1987/1988 e com o
nome de “Escola C+S Bartolomeu Dias”, mais tarde passou a designar-se
“Escola Básica 2,3 de Sobreira”. Funciona em regime diurno e noturno e inclui
Cursos de Educação e Formação de Adultos.
O acesso à escola é particularmente difícil para os alunos de algumas
freguesias, uma vez que não existem transportes escolares, obrigando-os a
6
“Normas orientadoras do Estágio Profissional 2011/2012” Documento interno não
publicado. Autoria da professora doutora Zélia Matos.

29
tempos de espera, quer no início das aulas quer no seu termo. Apesar deste
problema, a localização geográfica da escola é de fácil e rápido acesso
considerando a proximidade da autoestrada A4 e da estação de caminho-de-
ferro de Recarei – Sobreira a 100 metros.
A Escola apresenta alguns problemas, nomeadamente do ponto de vista
socioeconómico, o Agrupamento integra alunos de estratos sociais
diferenciados, sendo a maior parte proveniente de famílias com baixos
recursos económicos, havendo uma grande percentagem dos alunos apoiada
pelos serviços de ação social escolar.
Para a realização das aulas de Educação Física, a escola dispõe de um
pavilhão gimnodesportivo dividido em dois espaços: P1 e P2. O P1 é o pavilhão
principal, onde estão identificadas todas as marcações dos jogos coletivos e o
P2 é utilizado principalmente para a modalidade de ginástica, no entanto as
paredes possuem balizas pintadas com utilidade para o andebol e futsal. Existe
também um espaço desportivo exterior dividido em dois campos, com uma
pista de atletismo e uma caixa de areia para o salto em comprimento, os dois
espaços têm marcações de campo de futebol, andebol e basquetebol.
No interior podemos abordar as mais variáveis modalidades como, o
futsal, andebol, voleibol, badminton, basquetebol, tag rugby, ginástica,
atletismo, patinagem e tiro ao arco.
No exterior a escola possui condições para abordar, atletismo, andebol,
basquetebol, futebol, orientação, existe material necessário para abordar as
diferentes, algum não está nas melhores condições mas no geral há material
suficiente para as aulas.
Para lecionar a modalidade da natação a escola utiliza a piscina
Municipal Rota dos Móveis do Município de Paredes, localiza-se a 5 minutos da
Escola EB 2,3 de Sobreira, percurso este realizado a pé pelos alunos.
A escola deveria ter mais espaços verdes para a realização de
desportos de aventura, deveria ter uma parede de escalada para poder ser
abordada esta modalidade em segurança. O campo de futebol exterior tem um
piso muito agressivo para os alunos, uma vez que é feito em alcatrão, o ideal
era ter um campo com um piso melhor, relvado ou sintético. Seria ótimo ter um

30
campo de ténis ou as marcações, para a prática desta modalidade, bem como
todo o material necessário.

3.8.2. A Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

A Faculdade de Desporto da Universidade do Porto concede ao


desporto uma grande importância na formação e na investigação. Tem como
objeto de estudo o domínio do desporto, tomado este no seu sentido
abrangente e plural, enquanto atividade preponderantemente orientada para o
desenvolvimento e aperfeiçoamento corporal do Homem. Enquanto prática com
diferenciação de acentuações e intencionalidades nos domínios da educação e
formação institucionais, do rendimento desportivo, da recreação e tempos
livres, da reeducação e reabilitação.
A faculdade oferece um curso de licenciatura, sete cursos de mestrado e
o doutoramento em Ciências do Desporto, correspondendo assim às
necessidades de formação e investigação.
A licenciatura habilita para a profissão de professor na área do Desporto
e da Educação Física, com inclusão de uma formação opcional numa das
seguintes áreas: desporto de rendimento, desporto de recreação e lazer e
desporto de reeducação/reabilitação.
Atualmente a Faculdade tem 1097 alunos, dos quais, 772 de
licenciatura, 255 de mestrado e 70 de doutoramento. É importante destacar
que 75 estudantes são provenientes de países de língua portuguesa.
Registe-se ainda a participação da Faculdade em programas de
mobilidade estudantil, tais como o Programa Sócrates/Erasmus, envolvendo
diversos países da Europa (Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Holanda,
Hungria, Itália, República Checa). Além disso a Faculdade, numa iniciativa
própria, promove com várias universidades brasileiras programas de
mobilidade a nível da licenciatura.
A FADEUP é uma escola jovem, dinâmica e inovadora e quer continuar
a ostentar esse carácter. Goza hoje de grande prestígio no país, contando-se

31
entre as maiores escolas europeias de Educação Física e Desporto. Esta
realidade encontra tradução nas modernas instalações para a prática
desportiva, seguramente entre as melhores do género no mundo, inauguradas
em 1997. Contudo, o seu maior potencial são as pessoas que nela laboram.7

3.9. Referências ao Contexto Funcional

3.9.1. Caracterização da Turma

Os alunos do 7º ano são algo indisciplinados e desmotivados, o


problema não é por terem dificuldades motoras, tirando 1 ou 2 casos em
específico. A sua atitude e o seu comportamento são o maior problema, estão
várias vezes desconcentrados e depois não entendem o que é pretendido nas
aulas, são muito faladores e distraídos.
Precisam de mudar a sua atitude e de encararem as aulas de EF como
uma aula tão importante como as restantes e também têm que aprender a
valorizar as restantes aulas como sendo um conjunto de ferramentas que os
podem ajudar a crescer os seus conhecimentos. Têm que ter uma postura de
maior maturidade e maior responsabilidade, com vontade de aprender e de
aproveitarem o tempo das aulas para poderem evoluir a nível físico e cognitivo.
É uma turma mais ou menos homogénea, em relação ao género, com 11
rapazes e 9 raparigas. Os rapazes são um pouco mais distraídos, mas de um
modo geral o seu empenho é superior às raparigas. As raparigas de um modo
geral comportam-se melhor e estão mais atentas, mas no geral têm mais
dificuldades motoras e precisam de se empenhar mais.

7
Apresentação da FADEUP presente no site oficial da faculdade:
http://sigarra.up.pt/fadeup/web_base.gera_pagina?P_pagina=1182

32
Alunos 7º ano

45% Sexo Masculino


55% Sexo Feminino

Gráfico 1 Alunos 7º ano

A média de idades é de 12 anos, os restantes fazem diferença de 1 ano


para cima ou para baixo, menos um aluno que é repetente e tem 14 anos.
Em maioria os pais dos alunos apenas possuem o 6º ano de
escolaridade sendo 32% e a segunda grande fatia resta à antiga 4ª classe com
15%. Em minoria estão dois pais, um deles que é licenciado e o outro
frequentou a Escola Prática de Policia representando 3% cada um deles em
relação às habilitações literárias dos pais dos alunos.

Habilitações literárias dos pais


2% 3º Classe
4º Classe
5º Ano
3% 18% 15% 6º Ano
3% 7º Ano
7%
9º Ano
8%
10º Ano
12º Ano
3% 7% 32% Lic.
EP Polícia
2% Sem ref.

Gráfico 2 Habilitações literárias dos pais

Relativamente à situação profissional, cerca de 75 % encontram.se


empregados e apenas 6% está em situação de desempregado. A segunda
maior fatia com 17% está em situação domestica. Quanto ao número de
irmãos, constatei que a grande maioria das famílias tem dois filhos,
representando 80%, ou seja a maioria dos alunos só tem um irmão.

33
Nas preferências dos alunos em relação às suas aulas de educação
física, eles estão bastante divididos, apenas com uma diferença de 10% entre
os alunos que têm como preferência as sulas de E:F. E os alunos que não
referem esta preferência. Ou seja, de um modo geral, terei um pouco mais de
metade da turma (55%) que gosta mais das aulas de E:F em detrimento das
restantes, e os restantes alunos (45%) que preferem as outras disciplinas.

EF como disciplina preferida

45% Refere
55% Não refere

Gráfico 3 EF como disciplina preferida

No que diz respeito às modalidades desportivas preferidas temos o


Futebol em primeiro lugar, escolhido maioritariamente pelos rapazes (55%). Em
segundo lugar está a Natação, que é preferida pelas raparigas, mesmo muitas
delas terem dito que nunca praticaram.

Modalidade desportiva preferida


5%
5%
Futebol
Natação
35% 55% Ciclismo
Patinagem

Gráfico 4 Modalidade desportiva preferida

A nível de limitações físicas e de problemas de saúde tenho um aluno


que teve um sopro no coração, mas o aluno não apresentou atestado médico
nem referiu limitações impostas pelo médico. Diz que o seu problema está
controlado e não tem tido perturbações de maior. Neste caso tenho estado
atento ao seu desempenho durante a aula e se apresenta um nível de cansaço
muito elevado, se manifestar algum desconforto fora do normal o aluno
abranda o ritmo e descansa. Durante as aulas não houve numa situação

34
preocupante e que obriga-se o aluno a parar. Tenho dois alunos com
necessidades educativas especiais, um deles tem uma limitação a nível
cognitivo severa e tem uma idade mental inferior á sua idade real, é muito
tímido e frágil. Para este aluno, tento integra-lo em grupos mais
compreensíveis e que não sejam conflituosos e o respeitem. A nível de
habilidades motoras, o que o aluno consegue fazer com o grupo faz, as
situações mais exigentes e que o aluno não consegue fazer, eu coloco-o fora
do grupo a realizar exercícios mais simples. O outro tem também uma limitação
cognitiva, mas inferior ou outro, e a nível motor não apresenta graves
limitações. O seu problema maior é a nível de relacionamento interpessoal, é
muito conflituoso com os seus colegas de turma e é violento. Para evitar este
tipo de conflitos, procuro colocar este aluno inserido em grupos femininos, que
ele não é tão agressivo com as raparigas do que com os rapazes, e procuro
estar mais perto para evitar algumas situações de alguma tensão.

3.9.2. Desporto Escolar

Na Escola Básica 2,3 da Sobreira existem 8 clubes de Desporto Escolar,


dos quais estão divididos em atividade interna: Clube de Caminhada, Dança,
Patinagem, Rugby, Natação – Aprendizagem, e as de atividade externa:
Andebol Feminino, Badminton e Orientação. O professor Hélio Azevedo foi o
professor responsável pelo clube de DE da Escola da Sobreira, sendo também
o treinador do Andebol feminino.
Durante o ano letivo realizaram-se vários eventos competitivos do DE
em que o clube da nossa escola esteve presente. Dos quais alguns foram
realizados de caracter interno, ou se competições dentro da escola como
torneios inter turmas e de caracter caráter externo, sendo realizadas fora da
escola em municípios próximos, com as provas inter escolas. Os treinos
ocorriam fora dos horários escolares, apenas para os alunos que se quisessem
inscrever, as provas geralmente realizavam-se ao sábado de manha.
A modalidade de Orientação foi a que acompanhei mais de perto, na
qual estive presente em 2 provas de um total de 4. Nestas duas provas pode

35
perceber o seu funcionamento compreender melhor qual a logística necessária
para que um evento deste tipo possa ser realizado. Tive a possibilidade de
participar ativamente nas duas provas, uma vez que ouve alunos que faltaram
e eu pode correr com os identificadores deles. A participação nestas provas foi
bastante positiva e deu perfeitamente para perceber a envolvência de várias
escolas de todo o país neste tipo de provas, e também para conhecer melhor
as potencialidades do DE. Esta modalidade está a perder horários nas escolas
e a perder alunos. Seria ótimo contrariar estas tendências, visto que é uma
mais-valia para os alunos que pretendem continuar a participar ativamente nas
provas como competição formal e que por vezes nas escolas não há
possibilidade de competiram ao nível dos melhores. Relativamente aos
horários, para os professores seria vantajoso que não deixassem de existir
visto que perdem horas de serviço que fazem falta e que ajudam a dar mais
emprego aos professores. As restantes modalidade, pode observar vários
treinos que decorriam no pavilhão polidesportivo da escola, onde vi com mais
frequência os alunos a treinarem Andebol e Badmínton. O Badmínton é ainda
uma modalidade que precisa de ser mais desenvolvida na escola, visto que são
evidentes várias lacunas nos alunos que praticam esta modalidade na nossa
escola. Foram vários os alunos que revelaram interesse em entrarem em
competição na modalidade de Natação, visto que só existiam treinos de
aprendizagem. Alguns alunos já possuem um nível técnico razoável, sendo
assim um ponto a favor para os alnos e para a escola formaram um grupo para
entrarem em competições externas e para evoluírem mais em termos
competitivos.
Os alunos que mais se destacaram ao longo de todos o ano nos treinos
e nas competições do DE foram selecionados para irem ao parque aquático de
Amarante. Onde viram reconhecido o seu trabalho que desenvolveram ao
longo do ano e poderem conviver com os colegas da escola, professores e
outros alunos de outras escolas que também estiveram presentes nesta
atividade.

36
4. Realização da Prática Profissional
4. Realização da Prática Profissional

Este ponto merece ser destaco dentro do RE, é neste ponto que é relatado
todo o que apliquei durante este ano letivo, tudo que fui aprendendo neste
longo processo de ensino aprendizagem. Foi neste momento que pode por em
prática o conhecimento adquirido durante a licenciatura e o primeiro ano do
mestrado, pode experimentar e vivenciar um sem número de situações
relacionadas com a prática docente. Sendo assim, destaco a importância deste
ponto, como sendo um ponto onde vou poder apresentar tudo aquilo que
realizei durante este ano, levando-me a refletir novamente sobre o que deveria
ter sido melhor, o que não deveria ter feito e o que deveria ter sido mais
desenvolvido
As vivências e as experiencias que foram surgindo ao longo do meu EP vão
ser aqui apresentadas. Foram as várias experiencias esperadas e as menos
esperadas que me ajudaram a construir um perfil profissional, que ainda tem
muito para ser acrescentado e muito para melhorar.
Vou apresentar neste capítulo o que foi realizado em cada área durante o
pelo EE durante o EP, mantendo sempre uma atitude de investigação-ação.
Mantendo uma visão crítica e reflexiva tendo em conta os objetivos, as
dificuldades e as estratégias para o ano letivo que passou.

4.1. Área 1 - Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem

Nesta área estão inseridas 4 etapas referentes à organização e gestão do


ensino e da aprendizagem. Onde se insere a conceção, o planeamento, a
realização e a avaliação.
Estas etapas foram uma ótima orientação para esta minha etapa de
estudos, que me ajudaram a encontrar uma linha orientadora na qual tive que
seguir várias regras e vários procedimentos a comprar, mantendo uma séries
de formalidades impostas pela faculdade e pela escola.
Teve a necessidade de recorrer a alguma informação de suporta para
me ajudar a orientar e para me levar a cumprir com os objetivos do EP. Tive

39
que recorrer a documentos orientadores fornecidos pela faculdade e também a
informação mais antiga da licenciatura para conseguir realizar cestas tarefas o
mais corretas possível.

4.1.1. Conceção

A conceção foi uma das primeiras tarefas a que me foi incumbida no


início do ano letivo onde tive que projetar a minha atividade de ensino no que
diz respeito às condições gerais e locais da EF. A envolvência da escola foi
também um fator que me despertou curiosidade e foi alvo de procura de
informação sobre o género de alunos que poderia encontrar, recorrendo ao
professor Cooperante e a alguns professores de outras disciplinas.
A análise do currículo nacional e do programa de EF particularmente
para o 7º ano de escolaridade foi também uma preocupação minha no início do
ano. Analisando os objetivos propostos pelo Ministério da Educação, os
conteúdos a serem lecionados e algumas indicações metodológicas de ensino.
No início do ano letivo, estava algo inseguro no que diz respeito ao
primeiro contacto com os alunos no decorrer das primeiras aulas. A prática
pedagógica é reduzida, uma vez que durante os anos anteriores ao estágio
foram poucas as vezes que tive a possibilidade de lecionar e de ganhar
experiencia. As vezes que pude fazê-lo, maioritariamente foram em grupo, não
havendo assim uma grande preparação prática para contexto de estágio.
Havendo assim algum receio no que poderia acontecer nas primeiras aulas e
em não saber como reagir.
Todo este trabalho que foi sendo desenvolvido desde o início do ano
letivo, ajudou-me a conhecer melhor o meio onde iria trabalhar e algumas das
formas como deveria atuar. Começando desde cedo a perceber, que a teoria
por vezes não vai ao encontro da prática, visto que há problemas que nunca
imaginamos encontrar e que por vezes as “receitas” que aprendemos não
resultam no meio em que trabalha-mos. O conjunto de informação recolhida
ajudou-me a organizar ferramentas para realizar uma correte planificação.

40
4.1.2 Planeamento

O planeamento é uma tarefa que o professor deve realizar de forma


cuidada e com bastante rigor, de forma a sistematizar e organizar o processo
de ensino, de forma a proporcionar aos alunos um ensino coerente e com uma
sequência logica de conteúdos e matérias.
Inicialmente comecei por analisar o Programa Nacional de Educação
Física em vigor para o 7º ano de escolaridade em particular. Em simultâneo fiz
também uma comparação com a planificação para o 3º ciclo feita pelo grupo da
EF da escola, verificando assim as modalidades que a escola preferia e as que
não dava grande importância mesmo estando no currículo nacional.
Percebi que na escola da Sobreira, para o 7º ano de escolaridade, as
modalidades mais aprofundadas são a ginástica e o voleibol, sendo estas as
que a maioria dos alunos apresenta mais dificuldades e estão num nível
inferior. Ao contrário do andebol, nesta escola, há uma tradição em relação a
esta modalidade, havendo assim preferências pela maioria dos alunos e estes
apresentam um bom desenvolvimento para a prática. De carater alternativo, a
natação foi uma modalidade em que a escola deu preferência, reservando
assim um conjunto de horas letivas para os alunos poderem aprender a nadar
e os que já sabem, poderem aperfeiçoar as técnicas de nado.
O nível de planeamento mais abrangente para o meu ano de estágio, foi o
Planeamento Anual. A realização deste documento, tem como objetivo auxiliar
o professor, no que diz respeito à planificação das aulas e das unidades
temáticas. Estando dividido por módulos, baseado no modelo de estrutura
conhecimento proposto por Vickers (1990). Este documento será útil para todo
o ano, e para todas as unidades temáticas a utilizar para lecionar à turma 7º D.
No modulo 1, foi feito um pequeno resumo do programam Nacional de
Educação Física, e de uma forma mais detalhada para o 7º ano, para a minha
turma em específico. Referi também as unidades temáticas que foram
lecionadas durante o ano letivo 2011/2011. As unidades temáticas foram
selecionadas de acordo com o programa Nacional de EF, com a aprovação por

41
parte dos restantes professores de EF da escola nas modalidades mais
importantes para os alunos e de acordo com as preferências da escola.
No 2º módulo fiz a caracterização da Escola EB 2,3 de Sobreira com
referência ao número de pavilhões, a rotação espaços cada professor lecionar
as suas aulas de EF. Apresentei o que era possível ser lecionado mediante as
condições da escola, deixando ainda um conselho sobre o que se poderia ser
lecionado e não foi.
O módulo 3 é referente à análise dos alunos, onde fiz uma breve
caracterização da turma. Com uma discrição da distribuição por sexos, das
idades, das disciplinas preferidas e alguns detalhes sobre as famílias. Recorri
às respostas dos alunos aos questionários de caraterização individual para
obter estas informações. Este instrumento ajudou-me a conhecer um pouco
dos alunos, sobre algumas das suas preferências, sobre a existência ou não de
problemas de saúde e de possíveis limitações motoras.
A extensão dos conteúdos está no módulo 4, onde enumerei todas as
unidades temáticas a lecionar em cada período e a sua cronologia. Bem como
os objetivos para as capacidades condicionais, para a cultura desportiva e para
os conceitos psicossociais referentes a cada modalidade.
O módulo 5 foi onde apresentei os objetivos comuns a todas as áreas, e
para as diferentes categorias, cultura desportiva, conceitos psicossociais,
habilidades motoras e capacidades condicionais.
O módulo seguinte especifica os parâmetros da avaliação, as percentagens
para o domínio psicomotor, domínio cognitivo e domínio socio efetivo. Bem
como os instrumentos de avaliação e os vários momentos, como avaliação
inicial, final e testes escritos.
No módulo 7 e último, apresentei a articulação da disciplina de EF com
outras disciplinas, atividades extracurricular e visitas de estudo estão descritas.
A articulação entre disciplinas, que podemos chamar de interdisciplinaridade,
propicia uma interação entre as várias disciplinas procurando tirar dessa
relação um conhecimento mais alargado sobre uma determinada matéria.
Terminando este planeamento com sendo o mais abrangente e que engloba

42
todas as modalidades, vou apresentar os planeamentos seguintes, que são
cada vez mais específicos e menos abrangentes.
Modelo de Estrutura de Conhecimento de Vickers (1990), reflete um
pensamento transdisciplinar, identifica as habilidades técnicas e táticas de uma
modalidade específica, mostra como conceitos das ciências do desporto
influenciam o processo de ensino. Mostra como uma matéria é estruturada, e
identificando essa estrutura como um guião para o ensino. Estes documentos
foram construídos para todas as modalidades que lecionei durante o ano letivo.
A sua utilidade foi bastante marcada, visto serem importantes fontes de
informação para o meu auxílio durante a realização da prática. Revelou-se útil
para aumentar o meu conhecimento, uma vez que tive que fazer pesquisas
sobre matérias que não estava tão à vontade e que tive que passar a dominar.
Sendo um trabalho algo demorado, revelou ser uma ferramenta indispensável
para o professor poder desempenhar o seu trabalho de forma eficaz. Recorri
várias vezes a estes documentos para poder construir os planos de aula.
O plano de aula é o ultimo nível de planeamento, sendo o mais
específico e direcionado apenas para uma ou duas aulas no máximo. É um
documento orientador para o professor, que o ajuda a seguir uma sequencia
logica dos conteúdos e dos vários exercícios a lecionar. Este documento não é
feito para o professor cumprir criteriosamente à risca, mas sim para o orientar.
Sempre que for necessário, o professor pode e deve adaptar os exercícios
mediante o desempenho dos alunos, indo sempre ao encontro das
necessidades dos alunos e da sua evolução.
Os meus primeiros planos de aula, eram muito longos e pouco concisos,
tendo demasiada informação e por fezes tonavam-se pouco práticos. Ao longo
do ano, com a ajuda do professor cooperante e dos meus colegas de estágio,
fui melhorando este documento. Tornando-o assim mais prática e de melhor
compreensão e maior utilidade, reduzindo ao máximo a quantidade de texto,
escrevendo frases curtas e concisas e passei a recorrer mais a esquemas, que
se tornam muito uteis e de rápida perceção.
Neste nível de planeamento, foi o momento onde parei várias vezes para
refletir nas aulas anteriores. Analisando o que não correu tão bem como

43
esperava, o que poderia ter corrido melhor e o que não pode voltar a
acontecer. Sendo este o momento em que refleti sobre os vários aspetos a
considerar par a aula seguinte, de forma a melhorar o processo de ensino e
aprendizagem, procurando delinear novas estratégias e adaptar exercícios
para que os alunos estivessem empenados e dedicados com grandes níveis de
motivação, proporcionando-lhes um ótimo clima de aprendizagem.
Para mim, o planeamento revelou-me algumas dificuldades,
principalmente na construção dos Modelos de Estrutura de Conhecimento onde
não dominava algumas modalidades e fui obrigado a procurar informação. Nos
planos de aula, tive algumas dificuldades em estruturar exercícios adaptadas a
cada nível de desempenho dos alunos, sem que alguns grupos estivessem
motivados e outros desmotivados por ser demasiado fácil e vise versa. Esta
gestão por vezes levou-me a pensar em várias estratégias e soluções par
manter toda a turma a trabalhar empenada e a que todos pudessem aprender.
Estas dificuldades foram para mim um caminho para a descoberta e para a
investigação/procura do conhecimento para o poder aplicar na prática.

4.1.3. Realização da Prática Pedagógica

Passando para a realização da prática em contexto pedagógico, cabe-


me agora relatar as minhas experiências plano de ação. Fazer a ligação da
teoria à prática foi a tarefe que tive que desempenhar neste parâmetro.
Utilizando tudo aquilo que aprendi ao longo do meu processo de formação para
passar aos alunos e para poder desempenhar a função docente com
qualidade.
A primeira aula foi algo de muito empolgante e de muitas tensões.
Estando um pouco inseguro e com algum receio de errar e de não saber
resolver alguma situação inesperada. Nesta primeira aula, tentei ser rígido e
algo sério de forma a controlar a turma, mas apesar desta minha preocupação
acabei por não o ser como tinha idealizado. Por ser uma turma de “miúdos”
mais novos e muito brincalhões e em algumas situações deixei soltar um

44
sorriso e acabei por revelar alguma fragilidade minha. Penso que na primeira
aula, os alunos conseguem logo ter a perceção do tipo de professor que está a
frente deles, e no meu caso e revelei algumas fragilidades na liderança,
acabando por vir a sofrer algumas consequências ao longo do ano letivo. Tive
mais dificuldades no primeiro período em conseguir o controlo da turma, mas
com a criação de algumas rotinas e com a delineação de estratégias fui
melhorando este parâmetro. Chegando ao fim e reconheço que poderia ter sido
melhor e que ainda tenho mais para aprender neste aspeto e posso.
Ao longo do estágio, as aulas foram melhorando, umas melhores e
outras piores, com o acumular de alguma experiencia passei a estar mais à
vontade em frente aos alunos e consegui encontrar melhores soluções para
resolver certos problemas. As reflexões realizadas no final de cada aula
ajudaram-me a melhorar o meu desempenho e a proporcionar aos alunos aulas
com mais qualidade. Nas reflexões, fazia uma análise das situações problema
que possam ter surgido na aula e para estas procurava encontrar soluções
para evitar que o mesmo pudesse voltar a acontecer. A criação de grupos de
trabalho como estratégia de planeamento, uns homogéneos estando todos
num patamar próximo dos colegas para poderem evoluir todos em simultâneo.
Outros heterogéneos para que os melhores alunos pudessem incentivar os
mais limitados, podendo ajuda-los em alguns exercícios. Estas foram algumas
das estratégias que fui encontrando e aplicando ao longo das aulas,
procurando melhorar sempre o processo de ensino e aprendizagem.
Durante as minhas aulas, optei por não utilizar nenhum dos Modelos
específicos de ensino que geralmente são utilizados nos jogos desportivos
coletivos, como por exemplo o Modelos de Educação Desportiva. Na minha
opinião estes modelos são bastante vantajosos e muito ricos em termos
pedagógicos. Mas eu optei por não utilizar nenhum modelo, porque tive receio
de que os meus alunos pudessem não assimilar a essência do modelo e
pudessem ser aulas perdidas. Talvez por ser uma turma bastante infantil e com
alguns comportamentos indisciplinares que me levou a tomar esta decisão.
Optei por usar ensino da base para o topo para a maioria das aulas, visto que
esta turma não estava num patamar muito elevado de competências motoras.

45
Assim, achei mais por bem que este tipo de ensino para os meus alunos seria
mais consistente e que poderiam ter melhores resultados. Em que começava
por ensinar as habilidade motoras mais simples e de forma analítica, para
todos poderem aprender os pormenores técnicos e depois em situação de jogo
ser mais fácil para eles aplicar o que aprenderam, podendo ter alguma
qualidade no jogo.
Durante este ano de estágio tive a possibilidade de lecionar várias
modalidades, sendo estas selecionadas pelo grupo de EF da escola da
Sobreira, apesar de eu ter tido algumas opções de escola de umas
modalidades em detrimento a outras e da sua ordem. Comecei o início do ano
com a aplicação da bateria de testes de condição física FitnessGram, o que me
ajudou a ter uma noção das potencialidades dos alunos e de algumas
limitações. Em seguida iniciei as aulas de ginástica e ainda no 1º período o
Futsal. No 2º período comecei por lecionar o basquetebol e a natação em
simultâneo, que as dei mais importância à natação utilizando os blocos de 90
minutos para esta modalidade. Esta preferência foi devido ao facto de que
estes alunos tiverem poucas aulas nos anos anteriores para poderem aprender
a nadar, sendo assim uma limitação deles, e nas minhas aulas poderem
aprender a nadar os que ainda anão sabiam e os mais evoluídos poderem
aprender e melhorar as técnicas de nado alternadas, crol e costas. No 3º
período terminamos o ano com badminton e voleibol, também foram lecionadas
em simultâneo, dando mais preferência ao voleibol por ser a modalidade que
os alunos têm mais dificuldade e precisam de mais trabalho.
Durante as minhas aulas fui procurando diferentes exercícios,
proporcionando aos alunos diferentes situações de aprendizagem adequadas
às diferenças dos alunos. Procurando sempre adaptar o nível de dificuldade
dos exercícios para os alunos que possuem menos destrezas motoras e
aumentar a dificuldade ou a complexidade para os melhores alunos e para os
mais competitivos.
Ao longo deste ano, acho que consegui aprender com à prática e com
alguma da teoria que a nossa Faculdade nos proporcionou. Como por exemplo
nas aulas que tivemos em simultâneo com o estágio entre outras ações de

46
formação proporcionadas por outros professores de EF do nosso pais e de
outros também. Sei que consegui evoluir desde que comecei as minhas até ao
final, aprendi muito com as situações da prática, com diversas situações
inesperadas e com a minha procura de informação em manuais escolares e
outros documentos, procurando dar respostas aos problemas da prática. De
uma forma mais ou menos direcionada para a investigação ação, esta atitude
acabou para ser adotada por mim, começando de uma forma mais inconsciente
e acabei por perceber mais sobre a importância deste processo e de perceber
que tem muitas vantagens no ensino. Terminado este ano, que considero
fundamental para a meu processo de formação, e que me ajudou a perceber
concretamente o que um professor de EF faz e como o faz no seu dia-a-dia
como profissional sei que ainda há um longo caminha à minha frente e que
tenho muito para aprender, para um dia poder chegar à excelência.
A ajuda do professor cooperante foi muito importante para mim, estando
atento às minhas falhas e sem deixar esquecer foi colocando questões sobre
as minhas escolhas e ajudou-me a perceber o porque de ter corrido algo mal e
de como pode melhorar. O professor orientador, mesmo estando pouco tempo
presente, consegui alertar-me para os aspetos que tive que melhorar e ajudou-
me a encontrar algumas estratégias para poder haver esta evolução.

4.1.3.1. Controlo nas Aulas de Educação Física

O controlo numa turma é uma tarefa que deve ser cumprida desde a
primeira aula, como sendo uma regra fundamental que um professor tem de
cumprir. Começando por cativar a atenção dos alunos, mantendo-os focados
nas suas intervenções quando esta a falar. Uma vez que o professor vê que
todos os alunos estão efetivamente a prestar atenção ao seu discurso, é um
bom caminho para conseguir o controlo.
Durante o EP por vezes tive algumas dificuldade em cumprir com esta
tarefa, revelando algumas fragilidades. Os alunos facilmente percebem tais
receios e facilmente passam a testar os limites do professor. Em alguns casos,

47
não foi tão líder como deveria ter sido, levando-me a ter mais dificuldades em
controlar a turma em alguns exercícios.
Sendo assim, perante estas adversidades, fiz um esforço para as
contornar e para melhorar a minha atitude durante a atuação. O professor
cooperante esteve sempre atento às minhas aulas, conseguindo levar-me a
perceber o que não tinha funcionado bem e porque tinha perdido controlo em
certos exercícios. Tivemos várias reuniões informais para falar destes
assuntos, procurando em conjunto soluções para o meu problema. Os meus
colegas de estágio foram também uma ótima ajuda. As observações das aulas
deles ajudaram-me a perceber como deveria ser a minha atitude em
determinadas situações.
Para poder ver melhores resultadas nas minhas aulas, passei a ter uma
postura mais séria com os alunos, deixando-os à-vontade, mas sem se
desconcentrarem nos objetivos das aulas e das ordens do professor.
Estabeleci um conjunto de rotinas presentes em todas as aulas, de forma a
evitar desordem em transições de exercícios e de jogos. Como por exemplo,
apitar duas vezes e todos os alunos param e ficam no seu local, neste
momento depois de todos e em silêncio podia fornecer informações. Para todos
se juntarem no centro do campo apitava três vezes, neste local, depois de
todos reunidos e sentados era para mim mais fácil instruir os alunos,
fornecendo assim informação com um tom de voz mais baixo e permitindo uma
melhor perceção dos alunos, possibilitando também que facilmente tirassem as
suas duvidas. Outra rotina era também aplicada em exercícios com bolas em
mesmo durante os jogos, dois apitos todos paravam e com tinha bola colocava-
a de baixo do braço. Os alunos que em alguns casos não cumpriam com tais
rotinas tinham direito a castigo físico.
Com estas alterações da aula e com a mudança de alguns dos meus
comportamentos com os alunos, consegui melhorar o controlo da turma.
Apesar de ter visto melhorias, é importante que futuramente como docente a
minha atuação seja desde início marcada com maior liderança, evitando assim
muitos dos problemas de controlo que tive que defrontar.

48
Tendo em conta que o maior problema do EE relacionado com a prática
foi o controlo da turma, decidi realizar o meu estudo Investigação Ação
enquadrado nesta temática. O estudo IA insere-se neste tema, uma vez que o
controlo dos alunos com NEE teve obrigatoriamente de ser efetivo, sendo
também interligado com as estratégias utilizadas para o controlo destes alunos.
Depois de ter conseguido melhorias no controlo dos alunos com NEE e dos
restantes, a inclusão dos alunos segregados foi o segundo processo de ação.

49
4.1.3.2. Estudo Investigação-Ação “Exclusão de alunos
com Necessidades Educativas Especiais nas aulas de
Educação Física: Motivos e Estratégias para Contrariar
um Problema

Resumo

Este estudo resulta de vários problemas existentes dentro das aulas de


Educação Física, durante o meu Estágio Profissional, numa turma de 7º ano. O
problema principal nesta turma era a exclusão de dois alunos com
Necessidades Educativas Especiais. Estes alunos demonstraram
personalidades distintas: um deles era muito ativo e por vezes apresentava
uma agressividade fora do normal. O outro era o oposto, bastante medroso,
frágil, com uma maturação cognitiva muito inferior a sua real idade biológica.
Sendo assim, estes dois alunos eram muitas das vezes segregados pelos
colegas da turma, nas aulas de EF. Tendo em conta estas divergências
propus-me conhecer melhor estes dois alunos e encontrar estratégias que
pudessem reduzir a sua exclusão. Foram realizadas entrevistas individuais aos
dois alunos acima referidos, de forma a perceber os problemas/receios que
eles sentem no relacionamento com os colegas. Foram entrevistados mais
quatro alunos, inumerados pelos dois colegas como os mais conflituosos com
eles. A Margarida não era conflituosa, foi escolhida para fornecer informação
importante no que diz respeito à realização de estratégias. O Jorge conseguiu
uma pequena evolução no seu relacionamento dentro dos grupos de raparigas,
onde se manteve mais próximo, o relacionamento com o Marcos foi positivo por
passar a haver menos conflitos.
O Patrício teve uma evolução mais significativa, começou a participar
nas aulas com mais empenho e dedicação, melhorando assim a interação com
a turma. Houve uma boa colaboração dos colegas, tendo estes um papel fulcral
na inclusão do Patrício, ajudando-o em alguns exercícios.

PALAVRAS-CHAVE: NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS,


INCLUSÃO, EDUCAÇÃO FÍSICA

51
Introdução

No decorrer das primeiras aulas de EF enquadradas no Estágio


Profissional numa turma de 7º ano fazem parte dois alunos portadores de
deficiência que revelam comportamentos e atitudes diferentes dos colegas.
Não foi necessário ter grandes dados sobre a turma para me aperceber
que havia um clima de exclusão destes dois alunos por parte dos colegas nas
aulas de EF e nos intervalos. Uma vez que estes dois alunos são diferentes
dos colegas, estavam a ser constantemente rejeitados pelos grupos de
trabalho e mesmo pelos grupos de amizade, não deixando existir um
relacionamento saudável.
Quando fui deparado com estes problemas, tentei procurar conhecer
melhor a personalidade destes dois alunos, encontrar estratégias que
pudessem ajudar a reduzir a sua exclusão por parte de alguns colegas da
turma e melhorar as relações interpessoais. Propus-me também proporcionar
um clima de integração dentro da turma, colocando todos os elementos em
contacto e a vivenciar experiencias diferentes, procurando integrar os alunos
numa escola de todos e para todos. Com esse sentido, consideramos o
conceito de inclusão proposto por Marques (1998, p. 162) que considera que
cada cidadão deve integrar a sociedade, identificando-se com ela e tendo
acesso os diferentes meios e recursos sociais.
Segundo Nielsen (1999, p. 23), “ao abrigo da legislação atual, os alunos
com NEE deveriam receber serviços no meio menos restritivo possível, em
classes regulares, sempre que tal seja praticável”, é vantajoso para os alunos
portadores de deficiência estarem em contacto com os colegas ditos normais
de forma a se integrarem na turma.
Como refere Nielsen (1999 p. 23), “os educadores têm vindo a descobrir
que, na maior parte dos casos, o facto de os alunos com NEE estarem
colocados em meios educativos inclusivos lhes proporciona a oportunidade de
interagir com outros indivíduos, o que resulta numa melhor preparação para a
vida em sociedade.”

52
O facto de os alunos com deficiência estarem em turmas comuns, ajuda-
os a sensibilizar os outros, perante as suas limitações. Visto que começam a
compreender melhor os seus problemas e começam a ter uma atitude mais
inclusiva. Para Diamond (cit. por Magalhães 2007, p.56), “realizar atividades
didáticas e brincar em conjunto como parceiros idênticos, permite às crianças
sem problemas um melhor conhecimento sobre o que significa ter uma
deficiência ou dificuldade e promove atitudes positivas relativamente a estas
pessoas.” É necessário que os alunos sem necessidades educativas especiais
interajam com os alunos com deficiência para que eles se possam libertar das
suas incapacidades, dos seus receios, e ao mesmo tempo os alunos comuns,
tornam-se pessoas mais cívicas, com mais cultura e até mesmo conseguirem
ver o lado do aluno diferente. Esse aluno diferente ao conseguir criar relações
com outros alunos vai conseguir afirmar-se perante a sociedade, vai querer
estudar, vai querer socializar desenvolvendo assim o domínio cognitivo.
Embora os objetivos educativos básicos de todos os estudantes sejam
os mesmos, em alguns casos, podem adaptar-se os objetivos curriculares
específicos de aprendizagem às necessidades, destrezas, interesses, e
capacidades únicas de cada aluno Villa (cit. por Susan, 2001)
A exclusão social existe em vários meios e afeta muitas pessoas de
diferentes idades e classes sociais. Nos dias que correm são muitos os alunos
que sofrem deste problema, tanto no meio escolar como na sociedade que
vivem. Crianças e jovens com NEE devem ter acesso às escolas regulares.
Estas escolas devem estar preparadas de acordo com as necessidades
especiais dos alunos e, por sua vez, atuar de forma eficaz para prevenir a
exclusão destes jovens. As escolas regulares devem ter um papel inclusivo,
com a capacidade de combater as atitudes discriminatórias, formando
comunidades abertas e solidarias de forma a criar uma educação para todos.
UNESCO (1994)
A exclusão escolar, mais propriamente dos alunos com NEE, situa-se no
campo mais vasto da exclusão. Sabe-se que este problema resulta do facto de
muitos alunos não conseguirem acompanhar o desempenho dos colegas, de
acordo com o nível que seria suposto todos atingirem. No caso deste estudo:

53
“este sistema, resultante da convicção de que os deficientes são indivíduos
"especiais", incapazes de conviver com os outros e de aprender na escola
comum, era dominado por duas ideias. Por um lado, o deficiente era visto como
um ser estranho, eventualmente prejudicial, que convinha afastar da vida
colectiva” (Ambrósio, 1999, p. 4-5).
É importante sensibilizar os alunos para este problema, para que
passem a ter outra atitude com os seus colegas. A escola tem a obrigação de
atuar neste sentido, promovendo palestras de sensibilização aos alunos, na
organização de visitas de estudo a hospitais e centros para alunos portadores
de deficiência para que os alunos tenham noção que eles também poderiam
ser assim, e que não têm o direito de os rejeitar e de os mal tratar. Os
professores têm uma influência maior na atitude dos alunos, estes conseguem
ouvir mais os professores que por vezes os funcionários ou mesmo os
diretores. Mas toda a comunidade escolar deve ter uma atitude de
sensibilização e de preocupação para reduzir esta problemática, que em alguns
casos tem repercussões graves. Sempre que observem situações anormais
devem agir no momento, procurando chamar à razão os alunos com atitudes
negativas em relação aos colegas, evitando que se repitam essas situações. O
estatuto de professor deve ser bem aproveitado, visto que é exemplo de
empenho e estudo para os alunos, e este exemplo tem que ser bom, tem que
ser exemplar e assertivo, de forma a transmitir esta mensagem a todos os
alunos.
Sendo assim, o professor tem a obrigação de encontrar estratégias que
ajudam os alunos a integrarem-se na turma ou na escola que fazem parte, o
professor tem que fazer a ligação entre os alunos que não estão ambientados
no meio com os alunos que têm boas relações com os colegas. O professor
não pode deixar que certos alunos não sejam ingratos ao ponto de não
permitirem que certos alunos portadores de NEE não façam parte façam parte
dos grupos de trabalho nas aulas EF. É de extrema importância que o
professor encontre exercícios e estratégias para a aula, proporcionando a
todos os alunos uma participação ativa sem limitações para ninguém.

54
Objetivos

O principal objetivo deste estudo foi fazer com que os alunos do 7º ano
passassem a incluir o Jorge e o Patrício nos grupos de trabalho nas aulas de
EF. Na maioria das tarefas propostas nas aulas de EF foram feitas em grupo,
ajudando o Jorge e o Patrício a superar algumas das suas dificuldades.
Transportando este objetivo para fora da aula, pretendi também que estes dois
alunos se integrassem de uma forma mais ativa e mais participativa nos grupos
de amizade proporcionando um clima de amizade entre toda a turma nos vários
ambientes.
Propus-me conhecer melhor a personalidade do Jorge e do Patrício 8 e
as suas limitações, quais as suas modalidades que lhes suscitavam maior
interesse, de forma a melhorar a minha de atuação no que diz respeito ao
principal objetivo. É importante perceber os motivos que levam alguns alunos
da turma a excluírem estes dois alunos, para poder obter esta informação,
escrevi um conjunto de questões para realizar entrevistas aos dois grupos de
intervenientes, os alunos segregados e os alunos que os não segregados.
O último objetivo foi encontrar estratégias que pudessem ajudar a
melhorar a relação dos dois alunos com NEE com a restante turma, visando
um melhor desempenho escolar. A maior parte destes objetivos foram
aplicados nas aulas de EF.

Metodologia

Participantes

Para estudo foram selecionados seis alunos da minha turma de 7º ano,


dos quais dois deles são alunos portadores de NEE, o Jorge e o Patrício. São
eles o principal alvo de estudo, estando automaticamente selecionados. Os
restantes foram escolhidos mediante as respostas fornecidas pelos
participantes nas entrevistas. Os critérios de seleção foram, os alunos que se

8
Ambos os nomes dos alunos são fictícios

55
destacam pela positiva ou pela negativa relativamente ao relacionamento com
o Jorge e o Patrício. Ou seja, os alunos que não gostam e os que mais gostam
dentro da turma. Foram nomeados pelos alunos segregados dois rapazes com
os quais eles têm um relacionamento pior e uma rapariga que foi selecionada
por mim. O terceiro rapaz é o Marcos, que foi a referido pelo Jorge como sendo
o colega que pior o trata, com o Patrício ele não tem problemas significativos.
Em relação à rapariga, esta foi selecionada visto que eles não referem ter mau
relacionamento com nenhuma rapariga. Neste caso a Margarida foi
selecionada por mim, uma vez que no meu entendimento é a mais líder e a que
me pode ajudar a compreender melhor algumas situações com informação
relevante para os problemas deste estudo.
O Jorge é um dos alunos frequentemente excluídos pela turma. O Jorge
não aceita a intervenção, os seus comportamentos têm vindo a ser cada vez
mais desadequados e violentos. O ensino inclusivo não parece ser uma opção
ajustada à problemática do aluno. A inclusão não está a ter qualquer efeito
positivo, nem ao nível da socialização nem ao nível das aprendizagens
escolares. O seu problema é psiquiátrico e não apenas educativo, continua a
manifestar uma grave perturbação emocional que não é controlável com as
medidas educativas aplicadas9.
O Patrício é um aluno que habitualmente não cria conflitos com os
colegas e vice-versa, mas por vezes é deixado de lado, passando por ser um
pouco indiferente dentro da turma. O Jorge é o aluno com quem ele mais
convive, mesmo ele referindo que não brincam juntos. A Margarida refere que o
Moreira, como colega de turma é o aluno com o qual o Patrício tem um bom
clima de amizade, sendo assim, poderá ser um aluno que o possa ajudar nas
aulas de EF.

Eu:” Com quem é que achas que ele se relaciona melhor?


Margarida: Moreira”. (Entrevista à Margarida, 27/04/2012)

O Patrício, de acordo com avaliações de médicos especialistas,


apresenta um Quociente de Inteligência (QI) situado numa classificação de
9
Relatório do Serviço de Psicologia e Orientação do Agrupamento (2011) da Escola
Básica da Sobreia.

56
Muito Inferior, sendo esta classificação um indicador de atraso mental.
Apresenta um atraso significativo, pelo fato de não apresentar competências
que deveriam ter sido adquiridas aos quatro anos de idade. Tem muitas
limitações em termos de conhecimentos gerais que uma criança facilmente
domina e no caso do Patrício não sucede. Tendo em conta todas as suas
dificuldades, o acompanhamento psicológico torna-se de extrema importância,
para que possa trabalhar todas as dificuldades cognitivas 10.

Investigação Ação

O objetivo da investigação-ação é promover a mudança social orientada


para o ensino, onde o profissional é o responsável pela investigação de um
próprio problema emergente da sua atividade, tendo em vista a melhoria da
sua função como professor (Sanches, 2005).
Segundo Esteves (1986), a investigação-ação é definida como uma:
“acção de nível realista sempre seguida por uma reflexão autocrítica objectiva e
uma avaliação dos resultados” que se baseia no triângulo de “ação, pesquisa e
avaliação”. É uma perspetiva que procura fundamentação científica do que se
refere ao verdadeiro sentido da ação, havendo uma preocupação em
simultâneo na formação de profissionais sociais que são parâmetros essenciais
na formação de professores. Este tipo de investigação facilita a formação de
professores, visto que a formação reflexiva leva o professor à procura da sua
própria formação. Moreira (cit. por Sanches 2005, p. 128) considera que “a
dinâmica cíclica de acção-reflexão, própria da investigação-acção, faz com os
resultados da reflexão sejam transformados na praxis e esta, por sua vez, dê
origem a novos objectos de reflexão que integram, não apenas a informação
recolhida, mas também o sistema apreciativo do professor em formação. É
neste vaivém contínuo entre acção e reflexão que reside o potencial da
investigação-acção enquanto estratégia de formação reflexiva, pois o professor
regula continuamente a sua acção, recolhendo e analisando informação que
vai usar no processo de tomada de decisões e de intervenção pedagógica. A

10
Relatório médico do Patrício elaborado a 2012 por José Pacheco, Psicólogo Clínico

57
“investigação-ação tem revelado constituir uma intensificação da prática
reflexiva, pois combina o processo investigativo e a reflexão crítica com a
prática de ensino, tornando esta mais informada, mais sistemática e mais
rigorosa” Zeichner (cit. por Sanches, 2005, p. 129).
A investigação-ação assenta no princípio em que o professor tem de
aprender com a sua prática usando a reflexão como ajuda para a identificação
do erro e para a sua resolução. Tendo assim que planear o seu trabalho antes
de entrar em ação, ou seja desempenhar a função do professor que é ensinar.
Durante a sua prática tem que ser observador, de forma que ver se o que fez
antes da ação foi bem feito e se está a reverter os resultados que esperava.

Instrumento de recolha e de análise dos dados

Este estudo foi realizado de acordo com as características de um


desenho de pesquisa qualitativa, utilizando entrevistas para a recolha de
dados. As entrevistas foram redigidas antes de serem aplicadas, de forma a
guiarem o investigador e para que os dados fossem registados de forma mais
rigorosa possível. As entrevistas foram realizadas presencialmente recorrendo
a um gravador áudio para recolher as respostas dadas pelos participantes. As
respostas foram utilizadas, analisadas e interpretadas de modo a contribuir
para a criação de estratégias de intervenção pedagógicas, tendo em conta a
resolução do problema. Percebendo assim quem perturba o Jorge e Patrício no
decorrer das aulas de EF, quais são os maiores intervenientes no sua exclusão
e tentar perceber como posso contrariar estas ações.
A entrevista utilizada neste estudo foi orientada para a resposta, em que
o entrevistador mantem o controle no decurso do processo. No caso deste
estudo foi utilizada uma entrevista semiestrutura e é referenciada a um quadro
preestabelecido. Esta visa a recolha de informações, como descreve Powney
(cit por Michelle 1990) Foi utilizado este tipo de entrevistas, de forma a manter
uma linho orientadora, ajudando a função do entrevistador, e de forma que que
as respostas fossem mais ou menos uniformes para todos os intervenientes e
para que dessem respostas para o objetivo principal.

58
Feitas as entrevistas, as respostas foram transcritas e foi feita uma
análise das mesmas, sendo utilizadas para a formação de grupos de trabalho
mediante as suas preferências e como seria mais vantajoso para o bom
relacionamento interpessoal. Foram ainda delineadas mais estratégias com o
objetivo de integrar o Jorge e Patrício na sua turma.

Procedimentos de recolha

As entrevistas foram realizadas numa das salas da escola, gravadas por


um gravador áudio em suporte digital para serem transcritas à posterior para
suporte informático. Segundo Morgan (cit. Por Bogdan e Biklen, 1994, p. 134)
“uma entrevista consiste numa conversa intencional” que neste caso ocorre
com duas pessoas, “dirigida por uma das pessoas, com o objetivo de obter
informações sobre a outra” Burgess, (cit. por Bogdan e Biklen, 1994, p. 134).
A primeira sessão de entrevistas foi direcionada ao Jorge e ao Patrício,
sendo estas realizadas no mesmo dia, visto serem os dois alunos o principal
alvo de estudo. Foram utilizadas questões específicas para estes dois alunos
com o intuito de perceber quais são os principais problemas que eles destacam
e com quem existem esses problemas. Seguidamente foram analisadas as
suas respostas para poder selecionar os restantes entrevistados. O Jorge foi o
aluno que teve mais facilidade na formulação de respostas, forneceu a
informação necessária sobre os alunos que mantinham um pior relacionamento
com ele e os que melhor se relacionavam consigo.
A segunda sessão de entrevistas foi realizada aos 4 restantes alunos
que foram selecionados depois da primeira entrevista. Em que foram aplicadas
questões diferentes do outro grupo de alunos. Estas questões foram
direcionadas para entender os motivos que os levavam a excluir o Jorge e o
Patrício, procurando também respostas sobre como eles próprios e o professor
poderiam intervir de forma a contrariar estas atitudes.
A transcrição das respostas dadas foi uma tarefa importante para facilitar
a análise dos dados. Esta transcrição foi realizada de forma direta como um

59
diálogo corrido, sem nenhuma interpretação, escrevendo da seguinte forma,
entrevistador a e questão, entrevistado e a resposta.
A análise dos dados recolhidos nas entrevistas foi a fase seguinte,
sendo esta muito importante para perceber as razões que levaram os alunos a
excluírem o Jorge e o Patrício. Também compreender como estes dois alunos
se relacionam com os colegas. Com esta análise pretendi delinear um plano de
intervenção, formulando um conjunto de estratégias que proporcionem um
clima de integração e amizade dentro da turma.

Plano de Intervenção

Tendo em conta o parecer clínico dos especialistas em relação a este


aluno, é de extrema importância que o professor conheça bem o seu
temperamento e a sua personalidade, Visto ser um aluno com características
muito específicas, que dificultam a ação do professor e podem vir a perturbar
todos os alunos. Com este aluno, há necessidade do professor possuir uma
certa sensibilidade e alguma tranquilidade, evitando obriga-lo a cumprir regras
e a impor tarefas. É mais vantajoso trabalhar num clima de negociação e de
partilha de tarefas, caso contrário o conflito poderá ser desencadeado e o
processo de ensino e aprendizagem será posto em causa11.
No primeiro período comecei por escrever as entrevistas, colocando as
questões pertinentes para que os alunos pudessem fornecer informação
importante ao problema em estudo.
Após esta fase comecei por realizar as entrevistas, que foram divididas
em duas sessões. A primeira foi direcionada ao Jorge e ao Patrício, decidi
realizar em primeiro lugar as entrevistas aos dois alunos alvo de estudo. Sendo
estes os intervenientes que melhor tive que conhecer e também para me
conseguirem fornecer informações pertinentes para as entrevistas seguintes.
Também me levaram a compreender alguns dos seus problemas e dentro da
turma. A sessão seguinte foi a realização de mais quatro entrevistas aos
restantes participantes, sendo esta sessão realizada no mesmo dia. As
11
Relatório médico do Jorge elaborado a 2003 por Psiquiatria da Infância e da
adolescência.

60
entrevistas foram realizadas individualmente, numa sala da escola em que as
suas respostas foram gravadas para um gravador áudio para serem transcritas
para o computador numa fase seguinte.
Depois disso seguiu-se a aplicação de um conjunto de estratégias tendo
em vista a diminuição de comportamentos de exclusão dos alunos. A maioria
das estratégias foram aplicadas durante as aulas de EF, tendo em conta a
análise das entrevistas de forma a proporcionar um clima de inclusão na sala
de aula. Estas estratégias foram alvo de avaliação sucessiva através das
reflexões das aulas e das reuniões do núcleo de estágio.

Apresentação e Discussão dos Resultados

Dando resposta ao principal objetivo deste estudo, em que se espera


que os alunos do 7º ano passem a não excluir o Jorge e o Patrício nos grupos
de trabalho nas aulas de EF.
Podemos constatar nas respostas dadas pelo Jorge na sua entrevista,
ele não é convidado pelos colegas para participar em atividades lúdicas ou
desportivas nos tempos livres. Nas aulas de EF, quando são os alunos a
fazerem os grupos ao seu gosto, ele é deixado de parte, sendo só escolhido
quando não há mais elementos. Ou então, eram as raparigas que chamam o
Jorge para o seu grupo.

Jorge: (…) “só fico á beira das minhas colegas. Eu quero ficar à beira das
raparigas. (…) quando eu quis ir brincar com os meus colegas, eu disse assim,
posso jogar á bola? E eles disseram não, mesmo durante o intervalo. O Marcos
diz sempre que não posso brincar com eles.” (…) (Entrevista ao Jorge,
23/03/2012)

Os colegas do Jorge não se preocupavam com ele, deixando-o a brincar


ou a jogar sozinho. Não havendo um sentimento de afeto de ambas as partes.
As raparigas também não eram as primeiras a convidá-lo, mas deixam que ele
se junte a elas e que esteja por perto. Apesar do grupo das raparigas permitir
que o Jorge se aproximasse, isto não significava que elas o integrassem no
seu grupo e que partilhassem brincadeiras e atividades, ele estava ali porque
elas sentiam-se no dever de o ajudar, enquanto ele ia interagindo com elas.

61
Por vezes era ele que se inseria nas atividades que elas estavam a
desempenhar, sem ser convidado, elas acabam por deixar apesar de não
revelaram muito interesse nem sentimento de partilha e entreajuda. Foi notório
que se elas fossem a escolher ele não estaria ali

Jorge: (…) “Eu fico sempre à beira das raparigas. Não brinco com elas.” (…)
(Entrevista ao Jorge, 23/03/2012)

A primeira estratégia que decidi utilizar para tentar resolver o problema


do Jorge, foi inseri-lo em grupos de raparigas nas aulas de EF. Uma vez que
ele estando mais distante dos rapazes mantinha-se mais calmo, o facto de não
interagir diretamente com eles reduz os conflitos. Com as raparigas manteve
uma postura mais tranquila, assim fez as aulas com algum sucesso. Na
realização das entrevistas à Margarida e ao Jorge percebi que o Jorge se
estivesse em grupos de raparigas estaria mais calmo.

Eu: “Como gostavas que fossem as aulas de EF para estarem todos juntos a
aprender e a divertir-te com os teus colegas?
Margarida: Era colocar o Jorge com uma rapariga que se desse bem, de forma a
poder geral alguma amizade.” (Entrevista à Margarida 12/04/2012)

Apenas houve uma desvantagem, as raparigas nem sempre interagiram


com ele, sendo para o Jorge algo constrangedor esta num grupo onde pouco
falava e onde havia pouca diversão para ele. Vi que resolvi um problema mas
para ele era importante interagir com os colegas. Sendo assim, por vezes ele
ficou com alguns rapazes, mas teve de ser em exercícios mais simples e com
menos competição, para que os ânimos estivessem calmos para ninguém se
empolgar demasiado com ele.
Como o Jorge revelou na segunda resposta, gostava que os colegas o
convidassem para entrar nos seus grupos e para brincar com eles, menos com
o Marcos, que é o aluno com o qual cria mais conflitos. O Marcos não o tolera,
caso o Jorge fizesse algo que ele não gostasse, o resultado é maioritariamente
revelado em agressividade, insultos, chegando mesmo a agredi-lo. O Jorge
tinha mais respeito pelo Marcos, por isso não respondia de forma violenta,
como podemos verificar no relato do Marcos na entrevista.

62
Eu: “Qual é a tua relação com o Jorge?
Marcos: Com o Jorge? É má.
Eu: Qual é a razão?
Marcos: Ele começa a meter-se comigo, e depois não quer que lhe batam.
Eu: O que é que ele faz?
Marcos: Chama-me nomes e isso … e eu não gosto dele.
Eu: Mas ele fez-te mal alguma vez?
Marcos: Sim… logo no primeiro dia começou a abusar…e bati-lhe logo. Meteu-se
com a pessoa errada. (…) ele pensava que eu era fraco e abusou. Eu não sou e
bati-lhe logo.” (Entrevista ao Marcos, 12/04/2012)

O contacto reduzido com o Marcos foi uma outra estratégia que recorri,
visto ser o aluno com o qual se relacionava pior e que na maioria dos contactos
gerava insultos e violência. Sei que ao separar estes dois alunos fiz com que o
seu relacionamento fosse cortado, mas preferi reduzir este relacionamento e
ajudar o Jorge a melhorar o relacionamento com os colegas. Não havendo
conflitos na aula, a acalmia proporciona momentos mais propícios para o
diálogo.
No que diz respeito ao relacionamento com o Marcos, como sendo a pior
situação em termos de relação socio-efetiva, este não melhorou. Em termos de
diálogo e companheirismos, este não se sucedeu, uma vez que os dois alunos
não gostavam mesmo um do outro e não conseguiram entender-se. Mas como
estavam mais separados, os conflitos diminuíram e passaram a perturbar
menos a aula.
O Jorge era um aluno pouco carinhoso e com dificuldade no que diz
respeito a afeto com os colegas, talvez seja este o grande motivo da sua
exclusão. Ele reagia de forma agressiva e em alguns casos com violência, mas
só o fazia aos colegas mais frágeis e aos que conseguia dominar.

Eu: “Porque será que eles não querem brincar nem jogar contigo?
Jorge: Não sei.
Eu: Mas não tens mesmo nenhuma ideia?
Jorge: Às vezes eu dou, sem querer, pontapés nas canelas.
Eu: Tu dás mesmo sem querer?
Jorge: Sim, depois o “Marcos” reage.
Eu: E é só com o Marcos? E o resto da turma?
Jorge: Eu às vezes sem querer também dou ao JP, mas eu peço sempre
desculpa.
Eu: Mas tu dás-lhe como?

63
Jorge: Pontapés assim no pé. Dou sem querer assim um bocadinho de força,
depois eu peço desculpa. Ele disse assi: «não voltas a fazer isso se não eu dou-te
uma tareia”. (Entrevista ao Jorge, 23/03/2012)

O Jorge reconheceu algumas das suas atitudes violentas, reconheceu


mesmo que o que fez não está correto. Apesar disto ela tinha a dificuldades de
contrariar estas atitudes. Ele sabia que era violento com os colegas e que não
o devia fazer, mas reconhecer o erro não é o suficiente, ele tinha que o corrigir,
tinha que mudar a sua atitude para que os colegas pudessem gostar mais dele.
Assim, podemos compreender as razões que levam os colegas a não se
sentirem bem com ele, não procurando assim a sua amizade.

Eu: “O que podes fazer partindo de iniciativa própria para que os teus colegas te
chamarem para brincar e para serem todos mais amigos?
Jorge: Portar-me bem, não bater às outras pessoas. (…) Às vezes chateiam-me e
eu bato.
Eu: E o que tu podes fazer/mudar para eles gostarem mais de ti?
Jorge: Jogar bola com eles, dar-me bem com eles, não bater.” (…) (Entrevista ao
Jorge 23/03/2012)

Durante as aulas de EF procurei várias estratégias para os alunos


ajudarem o Jorge a integrar-se na turma, de modo a sentir-se mais confortável
e a conviver com os colegas. Este relacionamento foi algo difícil para ele, uma
vez que o grupo que ele socializava era o de raparigas, o contacto com elas
era reduzido e muito limitado a nível de diálogo. Com os rapazes a situação era
má, revelou agressividade e em alguns casos chegou à violência. Continuou
com um relacionamento com os colegas muito mau, até chegar ao ponto dos
colegas o rejeitarem dos seus grupos de trabalho e mesmo de amizade.
A estratégia que melhor funcionou foi a primeira, o Jorge no grupo de
raparigas mais sossegadas melhorou significativamente o seu comportamento
e o seu desempenho, estando mais calmo, mais cumpridor e sem criar tantos
conflitos nem perturbar a aula., como foi referido na reflexão da aula de
voleibol.
“ (...) O Jorge ficou num grupo de raparigas, como tinha revelado preferência
durante a primeira entrevista. Vi que esteve tranquilo e não criou problemas, mas
sempre que alguns rapazes passam por ele ou o confrontam com alguma situação
não há bom entendimento. (…)” (Reflexão da Aula 73 e 74: voleibol, 2012)

64
Em relação ao relacionamento com os colegas, com as raparigas
melhorou de certa forma, estando assim mais sereno começou a falar mais
com algumas delas e estas por vezes ajudaram-no mesmo não sendo muito
frequente. Com os rapazes, os conflitos reduziram, apesar do relacionamento
ter melhorado pouco, foi mais positivo, nos momentos de menor competição e
nos exercícios lúdicos.
A estratégia que não proporcionou tantas melhorias foi quando pedi aos
colegas que melhor se relacionam com o Jorge para o ajudarem a integrar-se.
Uma vez que nos exercícios que envolvem competição, todos querem ganhar,
e neste caso o Jorge tem algumas limitações a nível motor, sendo assim, da
parte dos colegas continuou a haver sempre algum receio em convida-lo para
os seus grupos.
Foi então por isso que passei a juntar o Jorge com os rapazes apenas nos
exercícios lúdicos e de menor competição, proporcionando um contacto mais
calmo entre eles.
O Marcos, era o aluno mais conflituoso dentro da turma, sendo este o
que mais punha de parte o Jorge, não queria mesmo que ele ficasse no seu
grupo nas aulas de EF e tentava sempre sair ao então procurava gerar
confusão. Com o Patrício estava mais tranquilo e não o incomodava tantas
vezes. O António mantinha uma atitude mais discreta, mas sempre que o
professor não estava tão atento ele gostava de perturbar estes dois alunos,
tirando-lhe a bola ou então dando alguns empurrões ou encostos. Com o
Rogério os conflitos eram mais reduzidos, apesar de este aluno ser mias
nervoso e o maior problema era a sua competitividade, porque não queria os
colegas nas suas equipas ou grupos por serem menos capazes e por estar a
sentir-se prejudicado. Este acabava por se revoltar contra eles por falharem
constantemente e por ele querer sempre ganhar, criando assim um mau
ambiente, provocando um sentimento de frustração nos colegas. A Margarida
não era uma aluna preocupante no que diz respeito à exclusão dos colegas,
até pelo contrário, era uma aluna amiga deles e tranquila. Ela foi escolhida por
mim, visto que seria ela a que mais poderia ter influência na atitude das suas
colegas. Quando a coloquei junto das colegas, a Margarida revelou capacidade

65
para as influenciar, fazendo-as perceber que deveriam incluir o Jorge. Durante
a realização dos exercícios a Margarida alertou várias vezes as suas colegas
para jogarem com o Jorge e para o verem como um elemento do grupo. Nem
sempre a Margarida consegui influenciar as suas colegas de forma a terem
uma atitude mais positiva com o Jorge. Deveria ter sido mais direto na
orientação da Margarida em relação à sua atuação nas aulas de EF de forma a
ir ao encontro dos meus objetivos.
O Patrício era um aluno bastante diferente do Jorge, mantinha uma
serenidade fora do normal para a idade e a sua coordenação motora era muito
reduzida. Relativamente ao relacionamento com os colegas não era mau, eles
até diziam gostar dele mais que do Jorge. Mas pelo que observei durante as
aulas, ele era muito tímido e preferia ficar fora da aula de EF a ver os colegas,
contrariamente ao Jorge que participava na maioria.

Eu: “Os teus colegas de turma chama-te para brincar?


Patrício: Não, olha, o “Marcos” bate-me, o Brito não quer brincar, o Marcelo
também não, o JP, nem o Jorge.
Eu: Mas o Jorge anda sempre contigo!
Patrício: Oh, mas ele não brinca comigo. Ninguém brinca comigo.”(…) (Entrevista
ao Patrício 23/03/2012)

O Patrício revelou interesse em ser convidado pelos colegas para as


brincadeiras em grupo, mas o que foi constatado, é que muitas das vezes ele
foi o próprio a afastar-se. Talvez pelos colegas estarem constantemente a
pedirem-lhe guloseimas e brincadeiras ele se afastou para não ser
incomodado, sentindo que só se aproximavam dele por interesse.

Eu: “Se eles te chamassem tu ias brincar com eles?


Patrício: Ia.
Eu: Gostas de brincar com eles?
Patrício: Sim, gosto!
Eu: Mas tu andas sempre fugido deles!...
Porque será que eles não querem brincar nem jogar contigo?
Patrício: Não sei oh stor, eles chamam-me, ó Patrício dá-me uma “chicla”!
Eu: Só te chamam para pedir “chiclas”?
Patrício: Pois.”(…) (Entrevista ao Patrício 23/03/2012)

A sua fragilidade física e mental criava-lhe muitos receios, não se sentia


bem com os colegas nem com o que eles faziam. O facto de o Marcos bater no

66
Jorge também lhe gerava algum medo, até porque ele dizia que também lhe
bate, mas pelo que constei não era verdade. O Marcos revelava algum carinho
pelo Patrício, em algumas situações protege-o para os colegas não lhe
baterem.
Eu: “ Como é a tua relação com o Patrício?
Marcos: Com o Patrício tenho uma relação boa…
Eu: Boa relação como?
Marcos: É uma relação “fixe”! Ele é meu vizinho sempre o conheci, nunca me fez
mal nenhum…
Eu: Então tu com o Patrício não tens problema nenhum…Gostas dele?
Marcos: Sim, gosto…Mas não gosto quando o Jorge começa a meter-se com o
Patrício, às vezes começa a bater-lhe.” (Entrevista ao Marcos 23/03/2012)

Uma vez que o Patrício é um aluno com muitas fragilidades e que


facilmente se assusta, achei por bem inseri-lo em grupos de alunos mais
calmos, que compreendessem melhor as suas limitações e que o pudessem
ajudar nas atividades das aulas de EF. Para o Patrício era importante sentir-se
confortável e confiante para que a aula fluísse da melhor maneira, caso
contrário não executava o exercício e saía da aula, ficando sozinho.
Uma vez integrado em grupos mais responsáveis e trabalhadores vai ter um
estímulo maior para trabalhar, e os colegas de forma voluntária vão dar mais
motivação. A estratégia aqui utilizada foi incluir o Patrício no grupo do António,
visto que ele era um aluno dedicado nas aulas de EF. Este veio a
desempenhar um elo de ligação entre o grupo com o Patrício e posteriormente
uma ligação do Patrício com o professor.

Eu: “Quais são os teus motivos para não quereres brincar ar com eles?
António: Não me importo de ser da equipa deles, por exemplo nos intervalos se o
Jorge trouxer bola para jogar nós jogamos com ele. Mas se o Marcos trouxer uma
bola no mesmo dia em que ele (Jorge) trouxer a bola jogamos com a do Marcos.
Eu: Porque não gostas que eles façam parte dos teus grupos de trabalho e de
amizade?
António: Se por acaso estivermos num grupo a fazer um trabalho mais sério, eles
têm a tendência para brincar, e não dá.” Entrevista ao António (23/03/2012)

Mesmo dentro dos grupos havia necessidade de adaptação de certos


exercícios para que o Patrício conseguisse efetuá-los com sucesso. Se ele se
sentir motivado e conseguir superar as tarefas propostas vai atuar com mais

67
espontaneidade e vai aumentar o diálogo com os colegas e poder melhorar o
seu relacionamento.
Eu: “Como gostavas que fossem as aulas de EF para estarem todos juntos a
aprender e a divertir-se com os teus colegas?
Rogério: Talvez mais jogos em grupo, ou que o professor faça grupos…quando
somos nós a escolher deixamos sempre (o Jorge e o Patrício) para ultimo…grupos
maiores dependendo dos exercícios. Não separar tanto os rapazes das raparigas.”
Entrevista ao Rogério (23/03/2012)

A entrevista com o Patrício foi algo curta, visto que ele era um aluno com
muitas dificuldades a nível cognitivo. Mesmo assim conseguiu fornecer alguns
dados que ajudam a conhecê-lo um pouco melhor. O problema dele era o
medo da agressividade dos colegas, e do mal que pode-se surgir nas aulas de
EF. Mesmo assim, entende que pode dar-se bem com os colegas e que pode
fazer várias atividades com eles, sendo assim necessário por parte do
professor de EF fazer com que ele vá às aulas e que participe e que se distraia.
É importante que se abstraia dos seus medos e que comece a relaxar durante
as aulas, sendo importante colocar alguns alunos que sejam pacientes a ajuda-
lo.
Eu: “O que podes fazer partindo de iniciativa própria para que os teus colegas te
chamarem para brincar e para serem todos mais amigos?
Patrício: Andar à porrada não, posso falar com eles, brincar, estudar, jogar
basquetebol, andebol, patins.
Eu: E nas aulas de EF, na maioria tu não vais!
Patrício: Pois não.
Eu: E porque não vais?
Patrício: Porque quero faltar.
Eu: E não gostas de estar lá nas aulas com eles?
Patrício: Eu gosto é de saltar na caixa de areia.
Eu: Como gostavas que fossem as aulas de EF para estarem todos juntos a
aprender e a divertir-te com os teus colegas?
Patrício: Jogar andebol e saltar na caixa de areia, e jogar futebol.” (Entrevista ao
Patrício 23/03/2012)

O caso do Patrício foi um pouco mais difícil, uma vez que este aluno
raramente participava nas aulas de EF e era ele próprio a não querer integrar-
se na turma. Ao longo das aulas procurei incentivar este aluno a vir às aulas
seguintes, tentando cativá-lo com jogos de que ele gostasse, com exercícios
divertidos e por vezes deixando-os escolher jogos do seu agrado. Por vezes,
estas estratégias foram solucionando o problema em parte, tendo em conta

68
que ele passou a estar presente em algumas aulas e a participar, mas por
vezes perdia a motivação e queria sair. Nestas situações tentei convencê-lo a
ficar, permanecendo com ele na realização das tarefas e por vezes jogava ou
realizava exercícios em conjunto. Apesar deste esforço da minha parte,
existiram situações que não o consegui mesmo cativar e motivar para a aula,
chegando ao ponto de ele ficar sozinho a realizar um exercício e em alguns
casos cansava-se a chegava mesmo a parar.
Numa das aulas de EF, em frente a todos os colegas disse ao Patrício
que se ele participa-se ativamente em todas as aulas até ao final do 3º período
e se estive-se empenhado em realizar o que era pretendido pelo professor iria
receber uma bola de futebol. Ele gostou da ideia a concordou com o “contrato”.
Todos os colegas ouviram e reforçaram a ideia, em que ele não podia faltar a
nenhuma aula. Criando assim algum sentimento de responsabilidade pela sua
obrigação e em que os colegas iam chama-lo à atenção se ele pretende-se
faltar.
“ (...) No início da aula, vi que o Patrício vinha sem equipamento e desmotivado
para fazer a prática. Já tinha pensado nesta estratégia e hoje foi o dia de a por em
prática, disse ao Patrício que se ele fizesse todas as aulas até ao final deste
período com esforço lhe oferecia uma bola de futebol no final do ano letivo. Todos
os colegas ouviram para servir como prova e para o tentarem motivar para vir às
aulas, relembrando-o do prémio que pode ganhar. Depois disto, pedi à funcionária
um equipamento para ele poder fazer a aula. No segundo exercício fiquei a
trabalhar com o Patrício, e ele surpreendeu-me pela positiva ao empenhar-se,
tentando fazer o que lhe pedia. As suas limitações são muitas, mas se o for
estimulado e se o motivarem ele até faz algumas tarefas e trabalha. Vou continuar
a motivar o Patrício e tentar que ele fique sempre em grupos onde puxem por ele
e ele se sinta bem, já consegui entender com as entrevistas que ele se dá muito
bem com o Moreira, sendo assim, este aluno poderá ser uma boa ajuda para o
Patrício. Na última parte da aula, o Patrício ficou a jogar com a Margarida e não
houve nenhuma situação de conflito nem de rejeição, até pelo contrário. A
Margarida até o reagiu bem e jogou com ele sem preconceitos. (...)” (Reflexão da
Aula 83 e 84: voleibol, 09/052012)

A estratégia anteriormente apresentado foi que teve mais resultados teve.


Ele passou a ir às aulas, equipado como os colegas e melhorou a sua atitude.
Com o aumento da sua participação melhorou o relacionamento com os
colegas, estando mais participativo nas atividades propostas nas aulas. Os
colegas foram solidários com o Patrício, convidando-o para a beira deles
dando-lhe incentivos para ele realizar dos exercícios.

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“ (...) Tenho visto que a estratégia funcionou de certa forma, ele tem vindo sempre
equipado para as aulas, com alguma persistência minha ele vai realizando os
exercícios. Depois do aquecimento, eu fiquei com ele no exercício dos
deslocamentos e ele até estive dedicado e esforçou-se para conseguir executar o
que lhe era pedido, mas vejo que se for com algum colega que não seja
compreensivo e que o ajude ele facilmente abandona o exercício e vai para fora
do campo. No jogo, optei por colocá-lo no grupo do Moreira, uma vez que se dão
bem e ele gosta do Patrício. Mas mesmo assim, é complicado para jogarem com o
Patrício porque ele tem muitas limitações motoras, apesar de todo ele jogou algum
tempo e fez também a função de árbitro. (...) “ (Reflexão da Aula 86 e 87: voleibol,
16/05/2012)

Na última aula, o Patrício recebeu a bola que lhe tinha sido prometido,
este prémio foi merecido porque ele esforçou-se. Esforço este que deveria ter
sido ao longo de todo o ano, porque mostrou que mesmo com todas as suas
limitações é capaz de trabalhar. Mas acabou por ser maior a sua dedicação no
final do ano. Revelou grande necessidade de ser o professor de EF a ter de
motivar o aluno, havendo dedicação de ambos os lados os resultados são
visíveis.
“Desde o pacto que fiz com o Patrício, ele veio a todas aulas, sendo então
merecida a sua aula. Já no início me tinha perguntado se eu tinha a bola, mas
como ainda não lhe tinha dito se ele a ia receber deixei-o na expectativa para o
obrigar a trabalhar. Chegando ao fim, com toda a turma reunida entreguei-lhe a
merecida bola. O Patrício ficou muito contente e mostrou satisfação pelo seu
trabalho, quis que todos os colegas assinassem a bola para ficar com uma
recordação deles e também minha.
Este momento foi importante para eles, vi que ouve mais algum afeto naquele
momento entre todos e espero que para o ano continuem todos na mesma turma
e que cada vez o seu relacionamento entre todos seja melhor. (...) (Reflexão da
Aula 95 e 96: fitnessgram, 06/06/ 2012)

Outra estratégia utilizada foi recorrer aos colegas do Patrício que melhor
se relacionam com ele para o ajudarem em exercícios e o ajudarem a incluir-se
nos grupos de trabalho. Os seus colegas foram uma ótima ajuda, sendo uma
fonte de motivação para sua participação nas tarefas propostas pelo professor
nas aulas de EF. Chamavam-no para a aula nos momentos de maior
desmotivação, passaram também a convidá-lo para os seus grupos. O primeiro
desafio foi fazê-lo ir às aulas, que foi conseguido com a segunda estratégia.
Estando nas aulas o outro desafio era ajuda-lo a melhorar o seu
relacionamento com os colegas, que acabou por acontecer de forma muito
lenta.

70
Quando os colegas que melhor se relacionam com o Patrício
começaram o seu “trabalho de inclusão”, uma vez que os relacionamentos já
eram de amizade, ele conseguiu evoluir algumas habilidades motoras.
O Moreira era o melhor amigo do Patrício, foi por isso que os coloquei
várias vezes a trabalharem juntos, para que o Patrício pode-se ser ajudado
onde tinha mais dificuldades.
Esta estratégia funcionou de uma forma lenta, porque tive que mudar
várias vezes os colegas que estivaram a trabalhar com o Patrício para evitar
demasiada monotonia para eles. O Moreira foi um aluno bastante
compreensível e que o conseguiu ajudar. Tive que encontrar outros alunos que
também pudessem fazer este trabalho, com por exemplo o JP, que foi outro
aluno que compreendeu a situação e também o ajudou. Ouve então alguma
rotatividade entre os alunos que trabalharam mais de perto com o Patrício, mas
mesmo assim ainda tive que cativar mais a sua atenção.
No último período, depois de terem participado em mais atividades
juntos e depois de terem interagido mais tempo, passei a inserir os dois alunos
com NEE em grupos mais heterogéneos, tentei que eles aumentassem a sua
interação e ganhassem mais laços afetivos.
O Patrício teve uma evolução bastante melhor, comparado com o Jorge.
Será mais fácil para o Patrício conseguir inserir-se numa vida social ativa,
apesar de ter muitas limitações consegue ser mais sociável do que o Jorge,
criando um clima de afeto com os que se aproximam dele.
O balanço é positivo no que diz respeito à aplicação das estratégias,
apesar de os resultados poderem ter sido melhores. Mas uma vez que ouve
evolução, vejo que o trabalho foi gratificante e que eles aproveitaram.
Deveria ter ainda encontrado e aplicado mais estratégias para atrair o
Marcos às aulas e para o ajudar a melhorar o seu relacionamento
principalmente com o Jorge, mas quando uma aluno não quer aprender nem
quer conviver com um colega a tarefa é ainda mais difícil, havendo assim, um
grande trabalho nos anos seguintes, se estes dois alunos se voltarem a cruzar
na mesma turma.

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Conclusão

O caso mais preocupante neste grupo de alunos é o Jorge, é ele que


tem mais dificuldades no relacionamento interpessoal e de trabalhar em grupo,
havendo muitas limitações de carater emocional e efetivo da sua parte. Tem
atitudes muito infantis para a idade que apresenta, mas em contra partida é
muito agressivo com os colegas e violento, dificultando assim que haja
proximidade por parte de quem se relaciona com ele. Quando ele está sozinho
com um professor, sem outros alunos a intervir, o seu comportamento é
razoável, conseguindo desempenhar as tarefas de forma positiva, não
revelando grande limitações. Nas aulas de EF, ele passou por vários grupos de
trabalho e passou por várias experiências. A que melhor funcionou foi quando
ele foi para o grupo das raparigas, onde se manteve mais tranquilo, reduzindo
muito os conflitos. Ao revelar-se mais descontraído, as raparigas estivaram
mais solidárias com ele, chegando mesmo a ajudá-lo em algumas situações.
A competição nos exercícios não revelou ser uma boa estratégia de
inclusão.
O Jorge precisa de muitos estímulos positivos para poder melhorar a sua
atitude, tem necessidade de realizar atividades fora da escola onde possa ver e
conviver com pessoas diferentes e algumas com problemas como ele, levando-
o a entender algumas das suas limitações e a respeitar os outros.
O Marcos é seu opositor maior, é o aluno na turma que não o tolera, não
gosta das suas atitudes e tem prazer em fazer-lhe frente, é o único que sabe
que é mais forte e chega mesmo a bater-lhe. Este aluno não tem vontade de
estudar e pouco se preocupa com o seu futuro e não quer saber do que os
professores lhe dizem. Para reduzir estes confrontos, passei a separá-los dos
grupos, não deixando que eles fizessem grupos ao seu gosto desde que
percebi o grau de incompatibilidade que existia entre eles. Mesmo assim, tive
que estar sempre atento para não haver grande proximidade, porque de ambas
as partes, caso vejam algum motivo para se provocarem o conflito surge.
Relativamente à relação do Jorge com o Marcos, esta não melhorou mesmo
depois das entrevistas, de lhe ter dados bastantes sugestões para se poderem
dar melhor, até que este aluno deixou mesmo de aparecer às aulas.

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Em relação ao Patrício, o caso foi bastante diferente e a sua evolução foi
bastante notória. Ele é um aluno que a nível cognitivo e coordenativo tem muito
mais limitações que o Jorge, mas em termos de relação entre pares o seu
problema é menor. É um aluno que se refugia dos colegas e que prefere ficar
no seu canto sem ninguém o incomodar.
Depois de perceber que seria bom para ele trabalhar com colegas de
que gosta mais, inseri-o em grupos com colegas mais sensatos e que o
percebiam melhor para o poderem ajudar. Mesmo assim, por vezes voltou a
não querer fazer a aula e a não vir equipado. Assim, propus-lhe uma
recompensa, em que ele só a recebia se fosse a todas as aulas até ao final do
ano letivo e se estivesse empenhado durante todos os exercícios. Ele aceitou e
todos os colegas testemunharam o pacto, sendo assim houve um maior
sentimento de obrigação por parte dele. Os colegas também foram uma boa
ajuda para ele, chegando mesmo a incentivá-lo quando ele pensava em
desistir.
E assim, a sua atitude melhorou. Ele passou a participar em todas as
aulas com uma atitude bem diferente. Demonstrou conseguir superar-se,
esforçando-se, passando a fazer as atividades que lhe eram propostas e a
estar mais divertido na aula, a falar mais com os colegas e sentindo-se mais
acolhido pelos colegas que o apoiaram. No final do ano, recebeu a recompensa
merecida e foi aplaudido pelos colegas que reconheceram o seu esforço e sua
dedicação.
As raparigas foram o primeiro passo para a inclusão do Jorge nas
atividades da aula
Para finalizar, fico contente por ver que consegui parte dos meus
objetivos, ao ver melhorias na atitude do Patrício nas aulas de EF e do ver mais
colegas a apoiá-lo e a ajudá-lo. Em relação ao Jorge, o caso não foi tão
positivo, mas espero que em num futuro próximo a sua atitude melhore e a sua
personalidade amadureça. Destaco também o facto de não ter conseguido
cativar mais a atitude do Marcos para as minhas aulas, e para o melhor
relacionamento com o Jorge, terminando assim o ano letivo com menos um
aluno. A tarefa de ensinar tem dois intervenientes, o professor e o aluno, e

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como diz Silva & Mesquita (2012) “Os professores têm que ser ativos, mas os
alunos têm que querer aprender”. Sendo assim, quando um aluno não quer
aprender, todos os esforços que um professor faça podem não ser suficientes,
mas podem ajudá-los para que mais tarde pensem e atuem de forma diferente.
Sendo assim, este aluno tem necessidade da proximidade do professor
de EF nas aulas, e de uma constante chamada de atenção e de um
acampamento muito atento ao seu desempenho. Podendo também ser
utilizado um aluno mais competente para desempenhar este papel, mesmo
assim o professor tem de se manter atento para evitar que o aluno perca a
motivação.
Desta forma, o ambiente melhorou de certa forma, mas mesmo assim
alguns alunos ainda provocavam os colegas e ainda não os aceitavam com
facilidade nos seus grupos.

74
Bibliografia

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especiais (Parecer nº 1/99 ), Conselho Nacional de Educação

António Marques, A. P. (1998). Educação Física: Conteexto e Inovação.


Portugal e Moçambique: Faculdade de Ciências do Desporto e Educação
Física da Universidade da Universidade do Porto e Faculdade de Ciências de
Educação Física e Desporto, Universidade Pedagógica Maputo.

Bogdan, R., Biklen, S. (1994). Investigação Qualitativa em Educação, Coleção


Ciências da Educação, Porto Editora, Porto

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Rodrigues D., Magalhães M. (2007). Aprender Juntos Para Aprender Melhor.


Lisboa, Faculdade de Motricidade Humana: Fórum de Estudos para Educação
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Silva P., Mesquita I. (2012). Apontamentos de Didática Geral do Desporto,


Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

75
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UNESCO. (1994). Declaração de Salamanca e Enquadramento da


Acção.Conferência Mundial Sobre Necessidades Educativas Especiais: Acesso
e Qualidade (p. viii e ix). Salamanca, Espanha: UNESCO.

76
4.1.6. Avaliação do Processo de Ensino Aprendizagem

A avaliação é a última etapa deste tópico, sendo esta importante na


melhoria do processo de ensino aprendizagem. Promovendo a melhoria no que
diz respeito à escolha apropriada dos melhores exercícios para os alunos no
que diz respeito ao planeamento, e na melhor forma de os aplicar durante a
prática.
As primeiras avaliações foram uma tarefa difícil, visto que a experiencia
era pouca e a minha capacidade de observação ainda era muito pequena.
Queria avaliar muitos conteúdos de uma só vez, e acabava por ter poucas
notas por ser demasiada informação para observar e recolher. Mas ao longo do
ano e principalmente com a ajuda do professor cooperante o processo foi
melhorando e comecei a ter mais facilidade na planificação e realização da
avaliação. Passando a colocar menos conteúdos para avaliar, escolhendo
exercícios onde pudesse avaliar vários conteúdos na mesma situação e passei
a ter melhor perceção dos erros e das qualidades durante a observação dos
alunos.
No início de cada unidade temática fiz sempre uma avaliação inicial ,
onde tive que selecionar os critérios para os diferentes conteúdos. Optei por
delinear critérios para notas de 1 a 5, sendo assim depois mais fácil chegar ao
final do período e converter estas avaliações numa nota final. A avaliação
inicial de uma modalidade geralmente tinha uma organização identifica à final,
tendo sempre uma ou dois exercícios analíticos para avaliar os pormenores
técnicos e depois uma situação ou mais de jogo reduzido ou formal para poder
avaliar mais os aspetos táticos e alguns técnicos em situação de jogo. A
principal diferença era o facto de que na AI recolhia notas dos alunos que
apresentavam mais dificuldades e dos alunos que estavam num patamar mais
elevado, ou seja dos melhores alunos e dos menos bons. Observando assim
os maiores problemas em termos das habilidades motoras, sendo este o alvo
de mais trabalho, os que não seria necessário dedicar tanto tempo.
Recolhendo assim notas de uma forma mais abrangente e sem estar
criteriosamente a tirar notas de todos os alunos em todos os conteúdos.

77
Porque assim, consegui ter uma imagem da turma, de forma a poder formar
grupos mediante o nível de desempenho e adaptar a aula para cada grupo
chegando às necessidades de cada aluno. Não podemos esquecer que as
aulas de avaliação são aulas, apenas com um carater diferente, e que tem que
haver empenhamento motor, não havendo grande vantagens de dar notas a
todos os alunos na AI.
Na avaliação sumativa geralmente os exercícios eram idênticos aos da
AI, com algumas variantes diferentes e com algumas alterações se fosse
necessário. Os critérios eram sempre os mesmos. No que diz respeito à
recolha das notas, aqui sim, era mais rigoroso e todos os alunos tinham uma
nota em cada conteúdo de forma a poder diferenciar os melhores alunos. Para
poder manter um empenhamento motor elevado durante estas aulas, formei
grupos de trabalho para todos estarem a trabalhar e também estações, onde os
alunos estavam mais mecanizados para a prática e eu não tinham necessidade
de dar muita instrução, restando-me assim mais disponibilidade para observar
e avaliar. A reflexão sobre a avaliação servia muitas das vezes para adotar
novas estratégias e para corrigir alguns pormenores técnicos aos alunos.
Todos os dias recolhia notas para a avaliação continua, sobre dados
como assiduidade, empenho, comportamento e participação, numa ficha de
registos individuais diários. Esta avaliação ajudou-me a poder diferenciar
algumas notas de alguns alunos, em aspetos que por vezes os alunos pensam
não serem importantes e têm um valor significativo na nota final. Nesta
avaliação, pude também ter a função de formativa, onde também pode ver a
evolução dos alunos, ver o seu nível no dia-a-dia para poder estabelecer novas
metas e avaliar se o processo estava a ser bem desempenhado.
A avaliação teórica surgia em algumas aulas, onde realizava algumas
questões sobre curiosidades desportivas, regras e aspetos técnicos e colocava
as notas na ficha de registos diários. Os relatórios feitas nas aulas que os
alunos não realizavam a prática era também alvo de nota. Bem com no final de
cada período realizava um teste teórico sobre as modalidades lecionadas.
No final de cada período recolhia a autoavaliação dos alunos,
procurando perceber se as minhas notas estavam a ir ao encontro do esperado

78
pelos alunos, também era útil para perceber até que ponto os alunos têm a
noção das suas potencialidades e do trabalho que desempenharam.

79
4.2. Área 2 e 3 - Participação na Escola e Relações com a
Comunidade

Nestas duas áreas estão presentes todas as atividades não letivas que
foram realizadas por mim ao longo do ano letivo, com o objetivo de integrar o
estudante estagiária na comunidade escolar.
O primeiro contacto com a escola foi da responsabilidade do professor
Fernando Vaz, que nos recebeu antes das atividades letivas terem dado início
e que nos fez uma visita à escola para nos podermos inteirar do espaço que
iria estar à nossa disponibilidade. Desde o início do ano letivo que fomos bem
recebidos pelos professores e pelos funcionários da escola, havendo um bom
clima de hospitalidade com a nossa chegada, sentindo que estavam ali
pessoas que nos queriam ajudar e que nos queriam ensinar. A minha
integração com os vários elementos da comunidade escolar foi lenta mas
tranquila, mantendo alguma distância entre os alunos desde o primeiro dia de
aulas para os poder conhecer aos poucos. Mas com o passar do tempo passei
a ter uma boa relação com os alunos, não só com os da turma que estava
responsável bem como das turmas dos meus colegas e muitos outros dos
quais nem demos aulas. Em relação aos professores, foi mais fácil manter um
bom relacionamento com o grupo de EF uma vez que a proximidade era maior
e o contato com eles foi mais frequente. Mas também houve um bom
relacionamento com alguns professores de outras disciplinas.
O contacto com a comunidade não foi tão vincado, pelo facto de ter havido
algumas dificuldades na realização de atividades extracurriculares e com a
participação dos pais e familiares dos alunos dois alunos. Apesar destas
dificuldades, conseguimos organizar uma atividade na qual conseguimos levar
à escola algumas pessoas da comunidade para uma ação de formação onde
se proporcionou algum tempo para convívio e algum tempo para debate.
Também ouve a presença de alguns pais e familiares numa atividade
extraescolar, na qual foram assistir a um torneio de futebol onde podemos
proporcionar alguns momentos diálogo entre com professores.

80
Durante o decorrer do ano letivo, o grupo de estágio esteve envolvido em
várias atividades escolares com o objetivo de nos integrar dentro da
comunidade escolar bem como reforçar o papel do professor de EF na escola e
na comunidade local. Seguidamente apresento uma breve reflexão das
atividades que o grupo de estágio esteve envolvido.

4.2.1. “Vídeo Games”

Esta foi a primeira atividade que o grupo de estágio esteve envolvido e


ficou responsável por algumas questões relativas à organização do evento. O
último dia de aulas do 1º período foi celebrado com algumas atividades
natalícias e também pela atividade organizada pelo núcleo de estágio e com a
ajuda do professor Fernando Vaz. A atividade Vídeo Games teve ligação com a
nossa disciplina de educação física, uma vez que foi uma atividade que
implicou movimento de forma organizada, ou seja implicando atividade física.
A nossa atualidade é marcada por problemas graves de obesidade e de
sedentarismo, nós tivemos esta realidade em conta e foi por este motivo que
escolhemos a Nintendo Wii para a nossa atividade. Pelo fato de ser das
primeiras consolas de vídeo jogas e implicar movimentos e a exigir um
dispêndio energético superior às típicas consolas de sofá.
Assim, com os jogos que escolhemos, os alunos foram obrigados a
realizar um conjunto de ações motoras com o intuito de vencer ao adversário,
incluindo um espirito competitivo saudável. De um modo geral, os alunos são
sedentários e fazem atividade física pouco mais do que nas aulas de educação
física, e com esta atividade os alunos divertiram-se enquanto estavam ativos e
sem pensarem que estavam a ter benefícios na sua saúde.
Esta atividade teve como objetivo a angariação de fundos para a
construção de uma parede de escalada no polidesportivo da escola. Mas,
devido a vários fatores, o lucro foi pouco e não superou as nossas
expectativas. Um dos problemas que tivemos que enfrentar foi a distribuição
dos alunos entre o polidesportivo e o polivalente, onde se realizarem atividades

81
natalícias preparadas pelos outros professores, entre peças de teatro e outras
atividades. Não havia espaço para juntar todos os alunos num só local, o que
seria mais vantajoso para nós. Outro problema foi a divulgação, nós colocamos
uma tela à entrada da escola e cartazes com toda a informação pela escola,
mas mesmo assim não foi suficiente. Nos dias anteriores à atividade,
poderíamos ter estado durante os intervalos com algumas consolas ligadas no
átrio do polivalente e deixar que os alunos jogassem e ali podíamos angariar
mais inscrições.
O jogo da dança foi o maior sucesso, professores e alunos imitaram a
coreografia do jogo e dos jogadores. No final da atividade foi a única consolo a
funcionar e a maioria dos alunos a dançar. Esta atividade foi interessante para
nós como grupo de estágio nos darmos a conhecer à comunidade escolar, bem
como conhecermos mais alunos e mais professores. São estas atividades que
nos ajudam a melhorar o relacionamento com os nossos colegas, que nos vão
poder ajudar durante o ano, uma vez que somos novos na escola e temos um
ano letivo que tem de ser aproveitado para aprender o máximo possível.

4.2.2. “Corta Mato Escolar”

O corta mato escolar foi a primeira prova desportiva do ano a realizar-se


para todos os alunos da escola, tendo como objetivo colocar todos os alnos em
atividade competitiva com os seus colegas e também para selecionar os
melhores alunos para iram à fase interescolar. Esta atividade está inserida no
contexto das aulas de EF, mais propriamente no atletismo. É uma atividade
que se realiza á muitos anos revelando potencialidades para continuar e para
aumentar as participações e os resultados. Mesmo havendo muitas questões
alem dos motivos de ser o Corta Mato que muitos alunos não gostam, e não
ser outro meeting diferente que pudesse agradar a mais alunos. Mas estas
questões não são para ser debatidas aqui, talvez em algumas reuniões de
grupo de EF ou de núcleos de estágio.
O grupo de estagiários esteve todo envolvido neste atividade, com mais
incidência no dia do que no planeamento anterior que ficou mais à

82
responsabilidade de um colega nosso de trabalho. No dia da atividade
começamos por marcar o percurso que os alunos tinham quem percorrer com
fita sinalizadora, e também cortar os locais que pudessem ser possíveis de
cortar caminho. Em seguida fomos para a meta, onde estivemos a dar
pulseiras aos alunos que passavam por lá, de forma e podermos controlar o
número de voltas que cada aluno tinha dado e sabermos quando terminavam a
prova. Nesta parte houve algumas falhas que podem ser melhoradas nos
próximos anos. Das quais, destaco o facto de não ter havido um perfeito
entendimento no que diz respeito à entrega das pulseiras, porque houve muita
confusão na entrega quando vinham muitos alunos juntos e depois na chegada
à mesa das classificações para a confirmação do numero de voltas. Não se
esclareceu perfeitamente o número de pulseiras que tínhamos que entregar,
nós no início optamos por não dar pulseiras na primeira meia volta, porque os
alunos vinham muito juntos e tornava-se muito difícil entregar pulseiras a todos
os alunos, mesmo com a ajuda de alguns alunos que não participaram. Depois
na chegada ouve alunos que não recolheram todas a pulseiras e gerou-se
alguma confusão nas classificações.
Outro problema que refiro foi a má aproveitação do espaço da escola, o
percurso já estava estipulado pelos professores da escola e já se realizava
assim há alguns anos. Mas foi mal aproveitado porque os alunos tiveram que
dar muitas voltas e torna-se mais monótono, em vez de se criar um percurso
com maior distancia e de forma a derem menos voltas. Também era melhor
para dispersar mais os alunos e assim não passavam tão juntos na meta.
Apesar de algumas complicações, a adesão foi boa e houve muitos
alunos a participar, pelo que dizem os professores da escola, participaram mais
alunos que no ano passado, o que é muito bom. No final da prova, os nossos
colegas afixaram as classificações no placar para os alunos poderem verificar.
Sendo selecionados os melhores alunos para a fase interescolar que se
realizou no parque da cidade de Paredes.

83
4.2.3. “Corta Mato Inter-escolas” – Parque da Cidade de Paredes

Figura 1 Corta-Mato Inter-escolas

Esta prova foi organizada pelo pelouro do Desporto do Município de


Paredes, juntando mais de 400 alunos das escolas básicas e secundárias do
concelho. O evento será disputado ao longo da manhã no magnífico cenário do
Parque da Cidade de Paredes. O programa compreende um total de oito
provas que variam entre os 1.000 m e os 3.500 metros de extensão, consoante
os escalões de Infantis, Iniciados, Juvenis ou Juniores, masculinos e femininos.
Sendo uma prova com maior visibilidade e maior dimensão, tanto a nível de
alunos como em termos de competição, esto é uma mais-valia para os alunos.
Estes têm a possibilidade de conhecer muitos colegas novos, de participarem
numa prova de nível superior e de se aplicaram para tentaram chegar ao pódio.
Sendo uma prova mais formal e com a participação de atletas federados,
proporciona um ambiente mais competitivo, e aos mais apaixonados pela
modalidade podem começar a pensar seriamente se querem evoluir na e se se
querem dedicar com mais seriedade. Alguns alunos podem ver o caso de uma
das colegas que é praticante federada e podem ver que com dedicação
conseguem bons resultados e que também podem chegar lá seguindo este
exemplo de sucesso.
A Escola Básica 2,3 de Sobreira participou nesta prova, representada
com os 8 melhores classificados de cada escalão no corta-mato da escola da
Sobreira. Apenas o um aluno da minha turma esteve presente, que foi o aluno
A, apesar de ter havido mais 2 alunos apurados estes decidiram não participar

84
por terem que fiar a estudar para um teste, o Marques deu preferência ao
corta-mato e deixou o estudo de lado para representar a turma. Ouve bastantes
alunos das outras turmas e dos vários escalões a representar a escola da
sobreira.
A localização da prova foi muito bem escolhida, uma vez que o parque
da cidade tem ótimos acessos e é de fácil localização, tem também vários
locais para estacionamento, para as escolas deixarem os seus autocarros. O
pequeno problema foi para o público, que teve que passar por dentro da pista
para poder ter uma visão panorâmica da prova.
O esforço dos alunos foi bem visível e os resultados foram bem
satisfatórios, deixando a escola num ótimo lugar na geral.
 Infantis masculinos, (2º Lugar);
 Infantis femininos, (2º Lugar);
 Iniciados masculinos, (1º e 2º Lugar);
 Juvenis masculinos, (2º e 3º Lugar);
 Juvenis femininos, (2º Lugar).
No final da prova, ouve uma confusão entre um aluno da escola da
Sobre e outro aluno, em que trocaram as classificações e um dos alunos foi ao
pódio de forma inválida. O professor cooperante reparou nessa falha por parta
da organização e chamou á atenção, resolveram a situação e a medalha será
enviada para a escola. Para finalizar o evento, Cândido Barbosa, vereador
responsável pelo Pelouro do Desporto, fez a distribuição dos prémios pelos
vencedores de cada escalão.

85
4.2.4. “Corta-Mato Escolar” 2012- CLDE de Tâmega (Lousada)

Esta prova realizou-se na pista da Castilha no Autódromo de Lousada,


sendo esta a ultima prova a realizar-se no norte e em que os apurados iriam à
prova nacional que seria realizada em Coimbra. A responsabilidade dos alunos
apurados para esta prova era maior e a competição cada vez é mais exigente.
Sendo esta uma prova mais rigorosa a organização optou por utilizar
dorsais com chip torna-se muito útil e muito vantajoso para a classificação dos
participantes e para a cronometragem. Sendo assim muito mais fácil para os
júris que estão na zona do funil, apesar de terem que passar uma raquete no
dorsal de cada aluno e de terem que ter atenção para que não passem à frente
uns dos outros depois da meta. Uma vez que utilizam os chips seria muito mais
simples utilizar uns sensores nas metas para registar os tempos e a ordem de
chegada.
Em relação aos resultados, não houve nenhum aluno apurado para a
fase nacional que será em Coimbra, visto que seria necessário haver alunos
classificados nos dois primeiros lugares, desta forma os alunos da Sobreira
terminaram em Lousada a fase de apuramentos, terminando aqui as suas
provas de corta-mato para este ano letivo. Os melhores classificados foram
dois quartos lugares.
Nesta fase a competição já é elevada, não sendo fácil chegar aos
primeiros lugares, há muitos alunos que treinam seriamente para estas provas
e que fazem parte de clubes de atletismo, mas apesar das dificuldades vi que o
Pedro se esforçou para chagar ao fim da prova e tentou não ficar no final das
classificações, visto serem 234 atletas no escalão iniciados a sua classificação
é aceitável.
Terminou aqui a competição para os alunos da Sobreira, uma vez que
não houve apurados para a prova seguinte que seria em Coimbra. Fica assim
por aqui a espectativa de um bom resultado na última prova que alguns alunos
ambicionaram e que não foram capazes de lá chegar. Desta forma, os mais

86
dedicados ficam com a vontade de melhorar as suas marcas e de treinaram
para conseguiram alcançar os seus objetivos.

4.2.5. Prova de Orientação Instituto Superior de Saúde do Alto


Ave (ISAVE) - Póvoa do Lanhoso

O clube de orientação foi o clube que acompanhei mais de perto,


estando presente em duas provas, onde pode perceber como funciona
organização de um evento deste gênero e quais as tarefas que competem ao
professor que acompanha o clube. Pode também participar ativamente na
realização das duas provas.
O Clube de Orientação do Desporto Escolar da Escola Básica 2,3 da
Sobreira, representado por 17 participantes, que competiram com outros clubes
de escolas da região norte. O 5º Torneio.. Com Mapa realizou-se no dia 21 de
fevereiro de 2012 organizado pelo Clube de Orientação do Minho, no Instituto
Superior de Saúde do Alto Ave em Povoa do Lanhoso. Estando o desporto
escolar, diretamente relacionado com a atividade letiva de um professor.
O ponto de encontro foi junto à escola de Sobreira, a maioria dos
alunos já estavam à espera da partida pouco antes das 8 horas, havendo um
clima da ansiedade para partida em direção à Póvoa do Lanhoso. O professor
Fernando, como responsável do clube, confirmou as presenças antes da
entrada para o autocarro.
Chegamos ao ISAVE antes das 10 horas, a primeira tarefa a realizar foi
ir ao secretariado levantar os chips que servem para controlar os pontos de
passagem e os tempos, bem como a lista com a ordem e a hora de partida de
cada atleta. Reunidos todos os atletas, o professor distribuiu os chips, onde
cada um tem um número que está identificada ao nome do participante. Ajudei
a distribuir as t-shirts com o logotipo da escola e um pequeno lanche. Todos os
atletas que tinham os seus chips foram equipar-se para estarem prontas à hora
de partida. Cada atleta fez o seu aquecimento e foi reconhecer o terreno se
assim achou pertinente. Existiam vários percursos assinalados nos mapas,
estando divididos por escalões mediante a idade e o sexo de cada participante,
desde os infantis com um grau de exigência fácil com 17 pontos de controlo

87
somando uma distância de 1,6 km até aos juvenis com 23 pontos e uma
distância de 2,7 km. Também havia mais três percursos classificados por fácil,
medio e difícil que eram para os alunos mais experientes e para os alunos que
são federados e que têm um nível muito mais avançado.
Aproximando-se a hora do primeiro aluno da nossa escola iniciar a
prova, dirigimo-nos para o local da partida, onde estava uma pessoa da
organização a fazer a chamada. A chamada é feita ao minuto, chamavam um
determinado número de atletas para marcar a presença e passavam uma
barreira onde tinham que limpar o chip nuns aparelhos como os que estavam
colocadas nas balizas. Depois de terem as chips sem pontos marcados, ou
seja vazios, iniciavam a partida, recebendo o seu mapa e colocando o chip no
aparelha star que aciona um relógio digital e que vai contar o tempo. Em cada
ponto de controlo tem uma baliza branca e laranja para ser bem visível, e tem
um aparelho eletrónico para colocar o chip e registar a passagem, sendo
desqualificado se a ordem não for cumprida.
Como um aluno faltou, o professor Fernando disse-me para eu fazer a
prova, assim podia ver o percurso, conhecer o terreno e poder ajudar alguns
alunos que tivessem mais dificuldade. Também tive que passar pelos mesmos
procedimentos dos restantes atletas, fiz um mapa do escalão juvenil, com um
total de 23 pontos em dois percursos de 2,7 km. Apenas podia utilizar uma
bússola e o mapa.
Dada a minha partida iniciei a prova a um ritmo baixo, visto que a
experiencia em provas de orientação não era muita e também não queria correr
o risco de perder muito tempo nos primeiros pontos.
Demorei um tempo significativo a encontrar os primeiros pontos, porque
não conhecia o terreno e estava a correr com mais calma para não me desviar
do percurso. Pelo meio de percurso andei vários minutos á procura de um
ponto, onde perdi muito tempo por me ter precipitado na escolha da direção,
acabando por o encontrar. Mais para a frente encontrei dois alunos da escola
da Sobreira com um mapa igual ao meu, eles também estavam com algumas
dificuldades. Sendo assim, decidi juntar-me a eles visto que estavam com

88
várias dificuldades. Continuamos a procurar alguns pontos juntos e acabamos
por nos separar.
Depois de 1 hora e 22 minutos terminei a prova em 27º lugar, o tempo
não foi bom, mas o mais importante foi que não errei nenhum ponto e conclui a
prova. O final da provai foi com outro aparelho que parava o relógio eletrónico e
em seguida havia um outro que estava ligado ao computador e saiu logo um
papel com o tempo total de prova, tempo entre pontos e se tinha errado algum
ponto. Aqui a tecnologia ajuda e muito na tarefa que não seria tão fácil se fosse
com os antigos cartões de picotados.
A participação nesta prova foi muito positiva para mim, deu para
conhecer as formalidades que é necessário cumprir antes da prova e qual a
sua orgânica. É uma prova que dá algum trabalha antes da prova, para
distribuir as balizas, para marcar os mapas e tudo isso, mas no dia da prova
torna-se tudo muito fácil com a ajuda da tecnologia que facilita muito. E deu
também para sentir a adrenalina da andar a correr à procura dos pontos, sentir
as dificuldades que os alunos sentiram, poder ajudar alguns e ganhar mais
alguma experiencia que me será útil quando tiver que lecionar orientação.
Depois de eu finalizar a prova ainda havia alguns alunos que tinham
partido depois de mim que ainda não tinham chagado, tivemos que esperar
algum tempo enquanto recuperávamos energia com um lanche oferecido pela
escola. Balança da prova, tivemos um aluno que conseguiu o primeiro lugar no
escalão juvenil masculino, e um quarto lugar categoria difícil. Bem com outros
lugares fora do pódio dentro dos dez primeiros, tanto em escalões masculinos
como femininos.
Quando todos terminaram, arrumámos o material e os equipamentos e
voltamos ao autocarro para realizar o percurso de regresso à escola.

89
4.2.6.Prova de Orientação, Cabroelo – Penafiel

O 4º ORI “Sentir Penafiel” Desporto Escolar 2011/2012 realizou-se em


Cabroelo, Penafiel. Esta prova foi organizada pela Associação Desportiva de
Cabroelo, tendo a colaboração de várias instituições e da autarquia de
Penafiel, a Junta de Freguesia de Capela-Penafiel, entre outras.
No local da prova, o professor Fernando, como responsável do
grupo/equipa de desporto escolar foi levantar os chips e a listagem com a
ordem de partida dos alunos. Em seguida distribuímos um chip a cada aluno, a
sua camisola e o lanche.
Chegando o tempo dos primeiros atletas iniciam a prova, depois de
equipados deslocaram-se para o local das partidas. Neste local, os
responsáveis pela prova fazem a chamada dos alunos a cada minuto para
iniciar a prova. Também participei na prova com o nome de um aluno que
faltou, e realizei o mapa que lhe seria atribuído. Destaco desde já uma situação
que poderia ser melhorada, deveriam chamar os participantes de cada minuto
pelo microfone, de forma que todos pudessem ouvir, não estando toda a gente
junto ao local de chamada a fazer barulho e a gerar confusão. Como na última
prova, as partidas estavam muito atrasadas e já estavam a partir fora dos seus
minutos, nesta prova eu facilitei um pouco e deixei passar a minha vez.
Quando cheguei ao local da chamada, vi que já iam nos minutos à frente, e
como referi, se chamassem os atletas de minutos x ao local de partida seria
muito melhor para evitar este tipo de atrasos. Mas mesmo com esta falha que
foi minha, destaco pela positiva, o facto de poder arrancar fora do meu minuto,
tendo que me colocar numa fila ao lada que era mesmo só para os atletas que
partem fora do seu tempo. É bom haver esta escapatória para quem por vezes
tem algum imprevisto.
Esta prova decorreu num local de floresta, onde havia muitos eucaliptos
e muito mato, tornando-se interessante pela paisagem, mas dura pelo mato e
pela agressividade dos percursos. O terreno da prova era interessante, mesmo
com alguns locai bem difíceis de progredir, pela positiva havia muitos percursos
alternativos e muitos caminhos interessantes. Este tipo de provas torna-se

90
muito cativante para os alunos terem contacto com a natureza, e por vezes
conhecer locais anteriormente desconhecidos. É bom realizar uma prova ao ar
livre, respirar ar pura e para muitos alunos sair da poluição e do stress das
grandes cidades, sendo assim um desporto em evolução e com cada vez mais
adeptos.
Desta vez fiz uma prova mais curta e com menos pontos, tornou-se mais
fácil para mim, por ser uma distância de apenas 2,2 km, sendo muito menor
que na última prova. O terreno da prova era muito acidentado e com muitas
rochas, desta forma tornava-se mais difícil encontrar pontos de controlo. Sendo
assim, optei por usar maioritariamente o azimute para encontrar a direção a
percorrer, e mais próximo dos pontos ai sim, tive que procurar pontos
relevantes no terreno para chegar ao pontos.
Chegando ao final da prova, fiquei contente por ter todos os pontos
corretos, mesmo tendo um mau tempo, uma vez que não sou praticante desta
modalidade já é bom para mim concluir a prova passando por todos os pontos
na ordem que é pretendida.
Não houve alunos da Escola da Sobreira no pódio, mas o importante é
participar, é o gosto que os alunos têm pela prática da modalidade e também o
convívio com alunos de outras escolas e de outros clubes. É uma atividade
interessante para os alunos e que os ajuda e melhorarem as suas capacidades
físicas e a atitude de superação na sua vida também é autovalorizada, visto ser
um prova individual que exige a superação de várias etapas no seu percurso,
tendo que encontrar soluções para os seus desafias que são os percursos a
percorrer e encontrar todos os pontos.
Quanto todos terminaram a sua prova e arrumaram os seus
equipamentos regressamos à nossa escola juntamente com os alunos das
outras escolas.

91
4.2.7. Viagem ao Parque Aquático de Amarante: “Mérito
Desportivo”

Terminam assim os eventos do Desporto escolar com um passeio para


os alunos que mais se evidenciaram em termos de empenho e assiduidade ao
longo do ano. O passeio foi ao parque aquático de Amarante, sendo este
passeio já frequente para os alunos da escola da Sobreira. Estes alunos foram
selecionados pelos professores responsáveis pela modalidade.
Este á um passei bónus para ajudar a motivar os alunos de que gostam
dá prática desportiva e para que continuem a empenhar-se. Para os alunos é
um prémio, vendo reconhecido o seu desempenho e a sua participação, sendo
uma atividade muito divertida para eles e em que podem conviver com muitos
outros alunos de outras escola que também participam nesta atividade. É
também um opimo local para conviverem e conhecerem melhor os seus
colegas e também os professores.
Criando assim um bom relacionamento entre os alunos e professores
ligados ao Desporto Escolar. Desta forma cativa a participação em provas nos
próximos anos, sendo uma mais-valia para todos os professores de EF, que
podem ter muitos alunos nestas atividades e também que podem ajudar os
desporto nacional e crescer e a haver cada vez mais qualidade.

4.2.8. Ação de formação: “Futebol na Formação”

Esta ação de formação decorreu na biblioteca da escola, onde esteve


presente a Diretora Edite Baptista, vários representantes dos clubes de futebol
próximos da escola, o Professor Orientador Tiago Sousa, o Professor Rui
Gomes, o Professor estagiário Joaquim Ferraz, o Professor estagiário Gustavo
Carvalho, a Professora estagiária Anabela Santos, a Professora estagiária
Joana Santos, o Professor Cooperante Fernando Vaz e Núcleo de Estágio de
Educação Física.

92
O núcleo de estágio foi o responsável pela organização do evento,
sendo este organizado com objetivo criar uma ação onde a maior variedade de
representantes dos clubes da zona (treinadores, diretores, coordenadores ou
mesmo jogadores) pudesse ouvir as opiniões de 3 pessoas com experiência na
Futebol na Formação. A prioridade passava por se debater aspetos do treino
da formação, de forma a sensibilizar alguns treinadores de forma a adequarem
os seus treinos aos horários dos alunos, de forma a não prejudicar o seu
desempenho na escola. Mais concretamente em relação ao treino,
pretendíamos também sensibilizar os treinadores para as questões da duração
dos treinos e das cargas que por vezes são excessivas. O excesso de tempo
de treino e de cargas excessivas podem originar problemas na saúde dos
atletas e também a sua prestação nas aulas de EF vai ser bastante inferior ao
pretendido pelos professores.
Foi visível o interesse dos presentes ao longo da intervenção dos vários
oradores e o momento de debate foi sem dúvida muito rico. Surgindo questões
muito interessantes desde aspetos técnicos como situações inesperadas do
dia-a-dia do treino.
Optamos por fazer uma pausa para se tomar um café o poder haver
algum diálogo menos formar com os intervenientes na palestra bem com os
vários responsáveis dos clubes até os jogadores e os professores.
Para finalizar, na opinião do núcleo de estágio o evento teve um
tremendo êxito, porque os presentes encheram a biblioteca (mais de 50
pessoas) e todos eles estavam ligados ao Futebol de Formação. Esperamos
que com esta ação tenhamos sido capazes de aumentar o conhecimento de
alguns deles, tendo nalguns casos iniciado um processo que pode vir a ser de
mudança nos clubes que pode vir a trazer proveitos a nível desportivos,
escolares e sociais. Havendo maior sensibilidade por parte das equipas
técnicas em termos realização do treino, não cometendo excessos e pensando
que os atletas não são maquinas, mas sim seres humanos como todos os
outros, e os quais têm que ter os seus tempos para tudo.

93
4.2.9. “Taça Coca-Cola”

A Taça Coca-Cola do norte realizou-se no Estádio Municipal de


Famalicão, onde estiveram presentes os alunos selecionados nos treinos
realizados na escola, outros alunos que foram assistir, alguns pais e familiares
dos alunos e o Núcleo de Estágio de EF da Escola da Sobreira.
Chegado finalmente o dia tao esperado, o mesmo começou com alguns
percalços, partimos para a prova com menos alunos do que o possível. Isto é,
em vez de 16 rapazes e 13 raparigas, o nosso plantel fez-se de apenas 14
rapazes e as mesmas 13 raparigas.
Para além destes alunos selecionados, outros revelaram-se disponíveis
para ir assistir à prova e assim foi. Havendo assim um bom clima entre os
participantes e os que estavam ali para apoiar. Vê-se que os alunos desta
escola presam a amizade pelos colegas, apoiando-os e estando presentes
quando eles precisam. Alguns pais acabaram por nos acompanhar neste
sábado. Apesar de haver espaço no autocarro, eles preferiram ir nos seus
próprios automóveis, não estando assim condicionados com a hora de chegada
e dando mais liberdade aos seus filhos. Os pais escolheram sentar-se num
local da bancada que foi a nossa referência de reunião dos alunos, isto é,
colocando-nos próximos dos pais e ficando por ali nos momentos em que não
jogávamos, os alunos podiam facilmente encontrar-nos.
A organização do torneio, apenas neste dia foi dada a conhecer. Tanto a
equipa feminino como a masculina integraram uma fase de grupos juntamente
com outras duas equipas. Assim, todas as equipas realizaram pelo menos 2
jogos. O primeiro classificado de cada grupo passava à fase seguinte que já
era a eliminar. Nos rapazes essa fase eram as meias-finais, no caso das
meninas essa fase era logo a final.
Os jogos tinham a duração de 15 minutos, sem intervalo. Era obrigatório
que nos dois jogos da fase de grupos, todos os jogadores fossem, pelo menos
num jogo, titulares.
Ao longo do torneio, alguns olheiros iam tomando notas acerca daqueles
jogadores que se destacavam. No final de todas as fases vai ser revelada uma

94
seleção de 16 jogadores que irá representar a seleção portuguesa da taça
Coca-Cola num jogo contra a seleção espanhola.
Durante os nossos jogos, um grupo de jogadores da nossa equipa
evidenciou-se e por isso os olheiros vieram-me pedir informações acerca deles,
falo do Vasco Vidinha, do Márcio, do Miguel e do Ramiro. Pode ser uma
oportunidade para estes alunos, havendo assim algum interesse por parte dos
clubes maiores, é uma vantagem deste tipo de competições.
Durante todo o dia de houve uma ótimo clima de convívio e muita
animação. Para recordação, todos os participantes puderam trazer o
equipamento oferecido pela Coca-Cola.
Mais propriamente as atividades direcionadas às relações com a
comunidade, o nosso núcleo de estágio organizou a Ação de formação Futebol
na Formação e a Taça Coca-Cola.
A ação de formação foi organizada completamente para a comunidade
envolvente à escola, mais propriamente para treinadores, atletas e alunos da
região. De uma forma geral, este público foi informado esteve presente, sendo
assim ouve um bom cruzamento de ideias, de partilha de conhecimentos e
conseguimos proporcionar algum convívio os vários intervenientes. Sabemos
que esta ação de formação não cativou todo o tipo de população envolvente à
escola, visto ser um tema muito especifico e que não é de agrado a todos. Mas
o nosso objetivo foi bem claro e o que nós pretendíamos era tentar resolver
alguns problemas existentes nos clubes locais, que por vezes estão a perturbar
os alunos, levando alguns deles a perderem interesse e resultados na escola.
Nesta ação, poderíamos ter dedicado mais algum tempo para convívio e
também poderíamos ter deixado uma parte para ser mais prática, criando um
ambiente menos formar de forma a melhorar as relações e a criar mais diálogo
e mais confraternização.
Ainda no seguimento da ação de formação, uma vez que o público desta
foi maioritariamente homens interessados pelo futebol, poderíamos ter
realizado uma outra ação de formação mais direcionada para o público
feminino.

95
4.3. Área 4 - Desenvolvimento Profissional

Esta área engloba o desenvolvimento profissional que o EE teve ao longo


da sua formação, incluindo todos os processos de formação de obteve para
melhorar o seu desempenho.
No processo de formação, mantive uma atitude de investigação-ação
contribuindo para um desenvolvimento profissional proporcionado pelo contexto
de Estágio Profissional. O facto de refletir sobre os problemas que surgiam nas
aulas, procurando encontrar soluções para os resolver, voltando a refletir sobre
o resultado fez com que desenvolvesse destrezas que me garantissem uma
melhor atuação. Desta forma mantive esta atitude durante o ano, e penso que
consegui melhorar alguns dos problemas.
O Projeto de Formação Individual foi o primeiro ponto de partida para a
minha formação, onde comecei por refletir sobre as expetativas que tinha antes
de começar o estágio, como esperava que todo este processo fosse desenrolar
e como seria a minha atitude. Refleti também sobre quais seriam as minhas
maiores dificuldades que teria de ultrapassar quando estivesse perante os
alunos. Desde o início que assumi a minha dificuldade em liderar, tem sido um
ponto negativo na minha atuação. Tive que ser mais rígido, procurando mudar
a minha personalidade e para conseguir o controlo da turma.
As reuniões com o professor cooperante e com os meus colegas
de estágio que foram realizadas durante o ano ajudaram-me a enfrentar este
problema e a melhorar a minha atuação. Fomos ao longo do ano refletindo em
conjunto sobre este problema e outros que surgiram. Principalmente a atuação
do professor cooperante, ele fez-me perceber o porquê de ter falhado em
algumas aulas, levando-me a reformular certos exercícios e algumas
organizações dentro das aulas. O facto de na minha turma fazerem parte dois
alunos com NEE, foi um ponto que me desencadeou outros problemas e que
tive que me esforçar para solucionar. Apesar disso, foi também positivo para
mim, encarar estas dificuldades no estágio, uma vez que estou em formação e
é este o melhor contexto para aprender. Assim, tive que planear as minhas
aulas de uma forma mais cuidada para que durante a realização o meu

96
trabalho estivesse bem estruturado, reduzindo alguns problemas que já seriam
esperados. Foi um desafio ter uma turma com alunos numa idade complicada,
como é a idade da puberdade, idade característica de indisciplina e
irreverência. Desta forma tive que fazer um esforço para contornar estas
tendências no desenrolar das aulas.
As reuniões na faculdade com o professor orientador foram também
outro instrumento para o melhor desenvolvimento profissional. Nestas reuniões,
o professor orientador teve um papel muito importante na organização do EE,
estando mais próximo no que diz respeito a toda a documentação teórica e
também toda a documentação direcionada para a prática. Desta informação, foi
criteriosa a sua informação relativamente a questões da didática, mais
propriamente na construção de planos de aula, numa correta organização de
exercícios e dos seus objetivos específicos. Também em todo o planeamento,
desde o planeamento aula, da realização das unidades temáticas para todas as
modalidades e no final sobre como deveriam ser as nossas reflexões. O
portfólio foi a ferramenta mais utilizada para fazer a ligação entre o estagiário e
o professor orientador. Sendo este o local onde foram colocados os planos de
aulas, as reflexões e todos os documentos de planeamento entre outros
documentos importantes. Esta ferramenta foi muito útil, uma vez que levava o
EE a ter toda a sua documentação atualizada. Tanto o professor orientador
como o cooperante podiam acompanhar o processo, sem barreiras em relação
à distância, intervindo online sempre que era necessário.
As seções da unidade curricular de Tópicos foram também uma mais-
valia para o desenvolvimento do EE. Durante estas sessões foram tratados
vários assuntos pertinentes para o bom decorrer do EP. Durante todo o ano
estas sessões serviram para aprender mais sobre assuntos relacionados como
a prática. Questões estas relacionadas com algumas metodologias de ensino
que foram evoluindo durante a nossa formação, como por exemplo questões
ligados ao ensino da natação.
Houve também algumas sessões teórico-práticas na faculdade, onde
pude aprender algumas modalidades alternativas e a construção de alguns
materiais alternativos. Uma das sessões foi sobre materiais autoconstruídos,

97
materiais estes que podem ser construídos pelos alunos nas aulas ou então
pelo professor para enriquecer as modalidades. Estes materiais geralmente
são reutilizados e existem em casa, como cartão e sacos de plástico. Aprendi a
construir raquetes de badminton com cartão e volantes com sacos de plástico,
podendo experimentar estes em situação de jogo. Uma das modalidades que
também pode ser abordada nas aulas é o basebol, sendo fácil construir bolas e
tacos com jornais. Esta modalidade é interessante para ser utilizada em
exercícios de ativação geral e em outras situações de aula, proporcionando
experiências diferentes aos alunos.
O EP foi o melhor momento para desenvolver competências
profissionais e para aprender uma profissão que terei no meu futuro. Foi neste
contexto que vivenciei uma experiencia muito enriquecedora para a minha
formação, ficando a conhecer todas as tarefas que um professor é responsável.
Estando mais preparado para um futuro que se avizinha.

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5. Conclusão e Perspetivas Futuras
5. Conclusão e Perspetivas Futuras

Chegando ao final desta etapa de formação que completa um total de


cinco anos de estudos no ensino superior, é momento para refletir sobre um
conjunto de inúmeras vivências. Estes anos foram para mim uma ótima lição de
vida, foi durante estes anos que passei por diversas situações que por vezes
foram inesperadas e me trouxeram várias dificuldades e várias provocações.
Mas foi com estas divergências que foi muitas vezes estimulado e levado e agir
para encontrar soluções e para trabalhar, procurando respostas, levando-me a
uma procura de novos conhecimentos para poder ter um futuro melhor.
Com estes anos de estudo, ajudou-me a ficar mais autónomo e a ter
mais facilidades em tomar decisões corretas sem precisar de outras ajudas.
Em certas situações, tive ajuda dos meus colegas de estágio, foram eles que
me levaram a encontrar o caminho para a resolução de alguns problemas. O
professor cooperante esteve sempre presente ao longo de todas as aulas que
lecionei, desde o início do ano letivo. Da parte dele, tive a liberdade de tomar
as minhas decisões e de desenvolver autonomia e espírito crítico. Sendo as
minhas decisões corretas ou erradas, tive a possibilidade de as colocar em
prática, vendo no final o seu resultado. Este nem sempre era o esperado, mas
foi assim que consegui resolver alguns problemas que me deparei, sendo este
um processo mais vantajoso, uma vez que não existem receitas para a vida,
mas sim um conjunto de estratégias que têm que ser adaptadas mediante as
diversas situações. A ajuda do professor cooperante foi muito importante para
mim, visto que no início tive algumas dificuldades relativas ao controlo da
turma, e no seu caso, ele foi para mim um ótimo exemplo a seguir, levando-me
a refletir sobre muitas das minhas decisões.
O professor orientador foi também um elemento muito presente durante
todo este ano letivo, sendo ele mais responsável por questões teóricas. Não
descorando esta componente, teve também um papel importante na supervisão
do estágio e avaliação do meu desempenho. Nas visitas à escola, levou-me a
perceber quais eram as minhas fragilidades e como poderia resolvê-las.

101
A possibilidade que me foi atribuída este ano, de desempenhar o papel
de docente numa escola pública, foi para mim uma responsabilidade muito
grande. Visto que as minhas decisões vão desencadear diversas reações nos
alunos, desta forma tive de ponderar várias vezes antes de reagir, para evitar
más reações dos alunos. Sem esta experiência, não teria sentido iniciar uma
vida profissional num mundo de trabalho cada vez mais difícil e competitivo.
Sem passar pela realidade da escola, seria muito mais difícil conseguir
desempenhar a função de docente. Foi no EP que tive a possibilidade de
perceber quais as funções que um professor tem de desempenhar no seu dia-
a-dia, tive a possibilidade de compreender qual a dinâmica que deve ser
aplicada nas várias aulas, pude perceber como são as reuniões que os
professores têm de participar e muitas outras legalidades relacionadas com o
ensino.
Este percurso forneceu-me uma bagagem de um sem número de
vivências, de estratégias, de conhecimentos práticos que me vão ajudar no
futuro. Futuro este que será difícil, tendo em conta a situação política do nosso
país e o estado do ensino. Uma vez que a quantidade de professores no
desemprego é cada vez maior, e todos os anos são formados novos
profissionais que não têm lugar no ensino nacional. Desta forma, será muito
difícil conseguir lecionar nos próximos anos numa escola básica ou secundária,
uma vez que não possuo tempo de serviço de lecionação. Ficando assim,
restrito a lecionar no primeiro ciclo de ensino. Mas mesmo com todas estas
dificuldades, sei que vou ter de fazer um esforço durante os próximos anos,
para conseguir voltar a desempenhar a função de docente numa escola básica
ou secundária. Na minha opinião, os responsáveis pela gestão dos cursos e
das vagas devem fazer a ligação com o Ministério da Educação, formando
assim mais profissionais mediante as necessidades do país.
Refletindo sobre todo o meu percurso durante este ciclo de estudo, sei
que apendi muito e que levo comigo muita informação útil para o mundo do
trabalho. Mas sei também que a formação de um professor tem de ser contínua
e terei continuar e atualizar conhecimentos.

102
Relativamente ao EP, consegui superar muitas das minhas dificuldades,
mas sei que nos próximos anos terei de ter uma atitude mais líder durante as
minhas aulas. Tendo sido este o maior problema que me defrontei, desde o
início do ano letivo, revelando dificuldades no controlo da turma. Desta forma,
quando voltar a lecionar, terei de marcar a minha postura de uma forma mais
vincada, ganhando o controlo da turma nos primeiros dias

103
6. Referências Bibliográficas
6. Referências Bibliográficas

Alarcão, I. (1996). Formação Reflexiva de Professores: Estratégias de


Supervisão. Porto: Porto Editora.

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grau de mestre em ensino de educação física nos ensinos básico e secundário:
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Ministério das Finanças e da Administração Pública. (2007). Decreto-Lei


43/2007 de 22 de Fevereiro. Diário da República, 1.ª Série, nº 38.

Nascimento, J. V. (2006). Preparação Profissional em Educação Física e


Desportos: Novas Competências Profissionais. In G.. Tani, J.O. Bento, & R.D.
S. Petersen (Eds). Pedagogia do Desporto. Rio de Janeiro: Guanabara koogan

Vickers, J. (1990). Instructional Design for Teaching Physical Activities: E


Aknowledge Structurers Approach. Chamtaign, IL. Human Kinetics Books.

107

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