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Faculdade de Desporto
Aos meus colegas de estágio, Carlos Pinto, César Barros e Filipe Felícia
um muito obrigado pelo clima de amizade que esteve presente ao longo de
todo este ano, por toda a colaboração e por todas as ajudas que me prestaram.
A todos fico imensamente AGRADECIDO por tudo o que fizeram por mim.
III
Índice Geral
Resumo .................................................................................................. XI
Abstract................................................................................................. XIII
1. Introdução ................................................................................... 3
2. Enquadramento Biográfico .......................................................... 7
2.1. O Meu Percurso de Vida ............................................................ 7
3. Enquadramento da Prática Profissional .................................... 21
3.1. Escola no Contexto Conceptual ............................................... 21
3.2. A Educação Física ................................................................... 21
3.3. O Professor de Educação Física .............................................. 22
3.4. O Professor Reflexivo, Importância da Reflexão ...................... 23
3.5. Estágio Profissional .................................................................. 24
3.6. Comunicação nas Aulas de Educação Física .......................... 25
3.7. Referências ao Contexto Legal ................................................ 26
3.7.1. Decretos-lei ....................................................................... 26
V
4. Realização da Prática Profissional ............................................ 39
4.1. Área 1 - Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem 39
4.1.1. Conceção .......................................................................... 40
VI
Índice de Figuras
VII
Índice de Gráficos
IX
Resumo
XI
Abstract
This work was done with the intent to make self-examination of the whole
route along the traineeship held on 2 and 3 School of Shady, in the city of
Paredes. Present the route traveled during this school year, going through the
initial expectations, the difficulties that have emerged and that the strategies
used to address such gaps. The placement report is structured by chapters, the
first is the introduction, where you do a brief contextualization of the practice
which ran along the stage. The second, Personal Background, I want to
describe my academic career and my initial expectations for the traineeship. In
the third chapter is the Professional Framework, where I present the important
aspects for the EF and the importance of reflective teacher in the teaching and
learning process. The last chapter is referring to a framework for professional
practice, in which present all the work developed along the EP, from planning,
implementation and evaluation of teaching. In this chapter I discuss the four
areas of performance requirements specified in a regulation of the traineeship
organization and management of teaching and learning, Participation in school,
community relations and Professional Development.
Present also the entire organization of the teaching process learning for
the class on the 7th year that I was responsible. The action research was the
instrument used for the research work, aiming to solve a problem resulting from
the context of the classroom. The problem that I came within the class of year 7
was the exclusion of two pupils with special educational needs, in that he
wanted to meet strategies that lead students to have a more inclusive attitude
towards his colleagues. This school year, it was a year which helped me to put
into practice all the learning’s that until then had not yet been applied, being
able to overcome the difficulties that have emerged along the EP.
XIII
Lista de Abreviaturas
AI - Avaliação Inicial
AS - Avaliação Sumativa
DE - Desporto Escolar
DREN - Direção Regional de Educação do Norte
EEFEBS - Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário
EE - Estudante Estagiário
EF - Educação Física
EP - Estágio Profissional
FADEUP - Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
IA - Investigação Ação
ISAVE - Instituto Superior de Saúde do Alto Ave
NEE - Necessidades Educativas Especiais
PES – Prática de Ensino Supervisionada
PFI - Projeto de Formação Individual
RE - Relatório de Estágio
UTAD - Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
XV
1. INTRODUÇÃO
1. Introdução
3
principais dificuldades e as minhas prestativas para o ano de estágio,
apresento também algumas estratégias e soluções para resolver tais
problemas. No segundo capítulo, Enquadramento da Prática Profissional faço
uma descrição dos conceitos legais relacionados com Escola como instituição
pública, bem como os procedimentos legais relacionados com o ensino e com
o EP. No terceiro capítulo está a Realização da Prática Profissional está
apresentada toda a prática desempenhada ao longo do EP desempenhada
pelo estagiário na função de docente. Como apresentado no regulamento do
EP o professor tem de abranger as quatro áreas de desempenho, sendo as
seguintes: Área 1,Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem; Área 2
e 3, Participação na Escola e Relações com a Comunidade; Área 4
Desenvolvimento Profissional.
Não utilizei nenhum modelo de ensino específico, visto que tive uma turma
que desde início revelou bastantes dificuldades motoras e também alguns
problemas de indisciplina. Sendo assim achei por bem recorrer à instrução
direta, para que todos pudessem aprender as modalidades desde os níveis
mais baixos, levando-os até um nível superior. Adotei várias estratégias na
formação de grupos, tendo sempre em conta o sucesso dos alunos. por vezes
recorri a grupos homogéneos, com níveis de aptidão próximos e outros
heterógenos, havendo alunos melhores e outros menos bons, de forma a
proporcionar uma maior entreajuda e partilha de conhecimentos.
Para terminar este documento, apresento conclusões sobre o decorrer do
EP, refletindo sobre o meu desempenho e sobre os aspetos que poderiam ter
sido melhor desempenhados e sobre os que foram desempenhados com mais
sucesso.
4
2. Enquadramento Biográfico
2. Enquadramento Biográfico
7
uma lesão no joelho impossibilitou-me de o fazer. Esta lesão obrigou-me a ser
submetido a uma intervenção cirúrgica, ficando assim afastado da prática
desportiva durante 6 meses. Após a demorada recuperação voltei a treinar
kickboxing. No início estava com algum receio em relação à lesão, visto que foi
uma recuperação difícil e fiquei com medo de ter uma recaída, mas lentamente
o receio passou e continuei a treinar normalmente.
De uma forma menos assídua fiz algumas provas de BTT, de carácter
lúdico, principalmente pelo gosto que ganhei pela modalidade, aleando assim o
desporto ao ar livre.
Em relação à formação académica iniciei os meus estudos a nível superior
na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro em Vila Real no ano de 2007,
no curso de Educação Física e Desporto Escolar. Na candidatura de acesso ao
ensino superior, foi a minha segunda opção, sendo a primeira a Faculdade de
Desporto da Universidade do Porto. No segundo ano deste curso participei no
programa ERASMUS1. Este programa consiste na mobilidade para estudantes
do ensino superior terem a possibilidade de estudarem em outras
universidades da zona euro (DGES, 2008).
Estudei durante um ano letivo na Universitatea din Oradea Roménia, na
cidade de Oradea, próxima da Hungria. O curso equivalente na Roménia era
Educaţie Fizică şi Sport (Educação Física e Desporto), onde tive várias
disciplinas parecidas com as do meu curso na UTAD entre outras disciplinas
que não fazem parte do plano curricular do meu curso, como por exemplo:
massagem Sueca, tiro ao alvo de ar comprimido, ténis de mesa, karaté, entre
outras.
Esta experiência foi muito positiva e enriquecedora, visto que conheci
diferentes culturas, aprendendo muito com estas diferenças. Acima de tudo
ajudou-me a abrir novos horizontes. Tive a oportunidade com este programa de
conhecer diferentes países, novos locais e cidades que dificilmente iria
conhecer se não participasse no programa ERASMUS. Durante este ano letivo,
foram evidentes as diferenças a nível do ensino, tanto a nível das matérias
abordadas, como o nível de exigência que é muito inferior ao nosso. Visto ser
1
Programa de mobilidade de estudantes e docentes do Ensino Superior entre estados
membros da União Europeia
8
um país que ainda está em desenvolvimento e entrou recentemente para a
União Europeia, as instalações dos estabelecimentos de ensino são bastante
debilitadas e com fracas condições para um ensino de qualidade. Algumas
modalidades foram lecionadas muito superficialmente, como por exemplo
basquetebol e natação. Muitos dos conteúdos, referentes a estas modalidades,
no nosso país, são lecionados no ensino secundário. Uma vez que este é um
curso superior, senti que o nível de ensino ainda tinha algumas fragilidades.
Contrariamente, também existem disciplinas interessantes e que se tornam
importantes no desporto, como a massagem Sueca que pode ser utilizada em
situações de lesões e de recuperações musculares. Apesar de não ter
participado nas aulas de primeiros socorros, vi que a cultura Romena dá
grande importância a esta disciplina, imprescindível para o nosso dia-a-dia, e
em Portugal são poucos os cursos de desporto que incluem esta disciplina. Á
parte do ensino, refiro também que este país tem uma grande debilidade nos
cuidados de saúde e nos hospitais. A propósito disto, passei por uma
experiencia menos boa e foi obrigado a ser submetido a uma intervenção
cirúrgica num dos hospitais romenos, onde fiquei internado 5 dias. A primeira
perceção/impressão até foi boa, pois fui rapidamente socorrido, mas quando fui
para o internamento observei as fracas condições, tanto a nível das instalações
como a nível da qualificação dos serviços prestados pelos médicos e
enfermeiros. Voltando a Portugal, fui observado por médicos especialistas e
rapidamente diagnosticaram uma grave falha ocorrida na cirurgia. Apesar do
sucedido, continuei os tratamentos e as melhoras foram evidentes. Comecei
novamente a praticar desporto e retomei os estudos.
O último ano da licenciatura foi sem dúvida o que mais me motivou, aprendi
matérias do meu agrado e que superaram as minhas expectativas. A minha
atitude em relação ao querer adquirir novos conhecimentos neste último ano foi
superior, comparando com o ano de caloiro que é um ano de grandes
mudanças de adaptação, de alguns receios e de muitas descobertas. Tive
algumas disciplinas relacionadas com os desportos de aventura e de lazer,
onde fui despertando um grande interesse. Acabei por escolher uma
9
especialização neste tipo de desportos e também tive a oportunidade em tirar
uma formação de Monitor de Desportos de Ar Livre fora da faculdade.
Uma vez concluída a licenciatura, concorri ao Mestrado em Ensino da
Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário na FADEUP na primeira
opção, onde me matriculei no ano de 2010. Os fatores que me levaram a
mudar de faculdade foi, naturalmente, a qualidade de ensino que fui vindo a
verificar ao decorrer do tempo. No primeiro ano, senti a grande diferença que
existia entre estas duas faculdades, sendo claro que nesta faculdade o ensino
é mais exigente e rigoroso. A diferença entre a licenciatura e o mestrado
também é notória, sentindo algumas dificuldades de adaptação a este novo
nível de ensino. Concretamente, tive várias oportunidades em contactar
diretamente com a prática, dando aulas de algumas modalidades a alunos das
escolas da redondeza, sendo assim uma grande vantagem e uma boa
preparação para o Estágio Profissional no ano seguinte. A nível da qualidade
de ensino senti que era verdadeiramente mais específico e abrangente, tendo
tido aulas teóricas e práticas das várias modalidades que são lecionadas nas
aulas de Educação Física nos vários ciclos de ensino. O segundo semestre na
minha opinião foi mais interessante do que o primeiro, porque foi
maioritariamente prático e onde tive a possibilidade de fazer a ligação do
conhecimento teórico ao prático.
Paralelamente às aulas na faculdade comecei a trabalhar a part-time num
ginásio como monitor de musculação. Trabalho a nível de orientação e
prescrição de exercício físico, sendo assim mais um ponto a favor no meu
currículo.
Todas estas adversidades ao longo do meu percurso de vida me fizeram
perceber que o desporto não foi só um ponto de partida para a minha
formação, mas sim quase que uma necessidade diária que me faz sentir bem e
se tornou parte da minha vida. Estes fatores levam-me a pensar de forma
diferente como professor que serei no meu futuro, estando mais atento aqueles
alunos mais sedentários e menos motivados para a prática desportiva. Estou
mais sensibilizado para os problemas deste tipo que surgem com mais
frequência nas escolas de hoje, havendo cada vez mais casos de obesidade e
10
graves problemas de saúde ligados soa meus hábitos de vida. Talvez, devido á
minha experiencia de vida, menos boa em relação à prática de desporto e à
presença de bons hábitos de saúde no meu dia-a-dia quando era mais novo
me ajudaram a encarar este problema de uma forma mais cuidada. Todas as
minhas vivências, desde que comecei a ser mais ativo e a ter uma visão mais
saudável em relação ao desporto, interferem na forma como abordo os alunos
mais problemáticos. Uma vez que eu senti na pele o que era ser rejeitado por
alguns dos meus colejas, hoje, estou mais preocupado com este tipo de
situações que vejo no meu ano de estágio. Procurando intervir junto destes
alunos que por vezes são rejeitados pelos colegas por serem menos hábeis e
menos sociáveis, por não gostarem uma ou outra modalidade e por acabarem
por se afastar. É nestes casos onde vou ter um cuidado redobrado quando
estiver a lecionar, procurando ajudar estes alunos a superarem as suas
limitações, tentando que mudem as suas mentalidades, e que o desporto esteja
incluído nas suas vidas de forma satisfatória e saudável. É na idade escolar
que os rapazes e as raparigas desenvolvem importantes capacidades
psicomotoras que lhes vão ser muito uteis para a vida adulta, nas várias áreas
de trabalho que possam vir a desenvolver. Como a coordenação, o equilíbrio, a
força e muitas outras capacidades que um adulto necessita de possuir para
poder obter sucesso na sua vida profissional.
Sendo assim, é muito importante que os alunos sejam acompanhados e
formados de forma eficaz para que a nossa futura sociedade seja ativa,
saudável e com uma boa qualificação. No meu caso, vou procurar
desempenhar a minha profissão tendo em conta estes objetivos, lutando para
reduzir alguns dos problemas dos mais novos e também pretendo sensibilizar
quem estiver a trabalhar comigo e que ainda não esteja voltado para estas
questões.
“Formar profissionais capazes de criar situações de aprendizagem deveria
ser o eixo central da maior parte dos programas de formação inicial e
continuada dos professores da pré-escola à universidade. Tal visão porém
ainda está muito longe do verdadeiro sentido que se deve dar ao termo tornar-
se professor”. Ferreira (s.d.)O contacto com crianças e jovens fez-me despertar
o gosto pela arte de ensinar. A preferência pelo relacionamento com estas
faixas etárias já vem de trás, e sempre senti que tinha uma certa aptidão para
11
transmitir conhecimentos e valores. Estes fatores ajudaram-me a decidir que
um dia iria pretender seguir a carreira de professor. Nesta decisão recaiu o
meu gosto anteriormente referido com o gosto pela prática desportiva,
juntando-as, a minha decisão está hoje em curso. Antes de começar a
licenciatura, questionei-me se seria uma boa aposta para o futuro. Aqui, tentei
predominantemente verificar os prós e contras em relação ao ensino, e
deparei-me (como todos os professores) com a falta de empregabilidade que
se verifica neste setor. Mesmo assim, penso que os melhores têm sempre
lugar e como diz o velho ditado popular “Quem corre por gosto não cansa”,
decidi acreditar mais em mim e no futuro e segui pelo ensino.
Este gosto foi vincado durante a licenciatura ao passar pelo papel de
professor em dar aulas aos meus colegas de curso, e mais ainda quando tive a
oportunidade de lecionar algumas aulas a turmas de escolas do 2º ciclo.
Em ralação ao Estágio Profissional, para mim foi o ponto mais alto do
percurso académico, foi aqui que pode aplicar muito do que aprendi nos vários
anos de estudo, pode vivenciar a verdadeira realidade de um futuro que me
espera. O contexto de EP é culminar de um percurso académico que termina
neste ano, foi neste ano que fui colocado à prova várias vezes, desde o
primeiro dia em que comecei a dar aulas. Algumas das dificuldades que tinha
pensado início do ano vir a ter, acabaram por surgir. Algumas delas foram
solucionadas com maior ou menor facilidade, outras persistiram e ainda tenho
que trabalhar mais para as solucionar, evitando cometer os mesmos erros no
meu futuro. Uma delas, foi o controlo da turma, que me trouxe sérios
problemas no início do ano, e que foi melhorando, mas mesmo assim ainda
tenho que ser melhor. Uma vez que tinha dois alunos com NEE, que me
dificultaram um pouco a minha intervenção, e outra em que tinha um aluno com
pouca vontade de aprender, estes casos ajudaram-me a ter alguns problemas
com a restante turma. Algumas das aulas, surgiram alguns conflitos em que
tive algumas dificuldades em resolver, ao longo do ano fui encontrando
algumas das estratégias que me ajudaram a controlar certas situações. A
criação de algumas rotinas, como o fato de fazer uma contagem decrescente
para todos os alunos se reunirem à minha beira para falar, quando falava todos
tinham que colocar a bola de baixo do braço se fosse o caso de estarem a
utilizar, foram-me ajudando a melhorar o controlo da turma. Mas, mesmo
assim, no final do ano ainda tive alguns problemas com o controlo, em que
12
precisava de chamar com alguma regularidade alguns alunos à atenção para
fazerem o que lhe tinha pedido ou para pararem com comportamentos
desajustados à aula. Para evitar voltar a ter estes problemas no futuro, desde o
início do ano, tenho que manter uma postura mais rígida, impondo mais sem
deixar negociar. É no inico do ano que os alunos vêm como é o professor e
como ele funciona, e foi aqui que eu deveria ter sido mais seguro, e que me
levou a dificultar as aulas ao longo do ano. Só depois de conhecer melhor os
alunos é que posso ser mais flexível, negociar algumas das minhas decisões e
poder criar alguma amizade e dar algum afeto, mas segundo a minha
experiência, eu não o devo fazer.
Nesta etapa da minha formação, aprendi muito, algumas situações menos
boas ajudaram-me a encontrar soluções e a resolver problemas. Foram muitas
experiencias inesperadas que me ensinaram a encontrar estratégias, a ver o
que devo fazer e o que não devo fazer. A teoria refere muitas metodologias,
muitas estratégias e muitas possíveis soluções, mas, é neste contexto que
surgem os maiores problemas e que os livros não dizem as respostas. Foi aqui
que cometi os primeiros erros ao lecionar, optei por estratégias que acabaram
por não funcionar e organizei aulas de formas que não foram as melhores,
muitas das minhas opções não foram as melhores, mas ajudaram-me a
reconhecer o erro a aprender com elas. As diferentes situações ajudaram-me a
procurar novas soluções e estratégias melhores para os meus problemas, foi
este um dos processos que me ajudou a aumentar o meu conhecimento e me
ensinou muito sobre o que um professor tem que saber par poder vir a ser um
professor de excelência. Sendo assim, sei que há ainda um longo trabalho para
a frente para poder chegar a um nível de qualificação tão desejado por todos.
Muitas destas experiências enriqueceram a minha bagagem, que levo para
os meus próximos anos de trabalho, sem elas teria um formação mais pobre,
sendo estas experiencias fundamentais para a minha profissão.
Antes do ano letivo começar pretendia poder experimentar várias situações
de ensino e aprendizagem, tentando assim perceber quais as melhores opções
para que este processo tenha sucesso e quais o as que não devo continuar a
aplicar. Esperava também encontrar um leque de alunos com gostos muito
13
diferentes e que me proporcionassem variadíssimas vivências, de forma a
obrigarem-me a superar dificuldades e a aprender com as mais variadas
situações. A maioria das minhas expetativas foi surgindo ao longo do ano,
vivenciando uma vasta quantidade de experiencias. Tive um professor
cooperante que me deixou optar pelas minhas decisões, dando-me muita
liberdade para aplicar aquilo que eu aprendi e aquilo que nos meus ideais
estava correto, mesmo quando ele sabia que na prática não ia funcionar.
Mesmo assim ele não me limitou o trabalho e não me impos formas de ensinar,
deixou que fosse eu a passar palas experiências para ver que as minhas
escolhas nem sempre eram as melhores. No final das aulas, ajudou-me muitas
vezes a refletir sobre o que tinha feito, e como o tinha feito, questionando-me
sobre o porquê das minhas opções, ajudando-me tomar opções mais certas. A
minha turma levou-me várias vezes a ter de intervir em situações que eu nunca
tinha pensado que poderiam surgir, passando assim por uma vasta quantidade
de experiencias, o que me levou a refletir e a procurar resolver alguns dos
problemas que foram surgindo. A ajuda dos meus colegas de estágio e da
turma por vezes foi importante, tive também alguns casos que recorri a alguns
manuais escolares para me ajudarem. De uma forma ou de outra foi
resolvendo os problemas, apesar de alguns delas poderiam ter sido mais bem
solucionadas.
Em relação ao grupo de estágio esperava encontrar colegas de trabalho
empenhados e que gostassem de trabalhar em equipa. Foram eles que me
acompanharam no processo de ensino e aprendizagem. Ajudaram-me a
superar algumas dificuldades, teria sido mais vantajoso para todos se
tivéssemos trabalhado mais em conjunto. Foram eles que por vezes me
ajudaram a perceber os meus erros e como poderia deixar de os cometer,
foram eles que me ajudaram a resolver alguns trabalhos e me explicaram
algumas matérias. Em relação ao trabalho de grupo, poderia ter sido melhor,
foram poucas as vezes que trabalhamos juntos e que debatemos ideias e
estratégias de ensino. Foram mais os casos em que nos juntamos para
organizar trabalhos e dividir tarefas para depois fazermos individualmente,
mesmo assim, foi bom o facto de nos entendermos bem e de conseguirmos
14
cooperar nas tarefas que tivemos que desempenhar em conjunto. Mas, seria
ainda mais rico termos trabalho mais em grupo, uma vez que este tipo de
trabalho é mais vantajoso e nos poderia ter ajudado a aprender mais uns com
os outros.
Esperava encontrar um professor cooperante e um professor orientador que
me ajudasse o máximo possível, que me levassem a encontrar o melhor
caminho para superar com sucesso esta etapa e que me ensinem muito
daquilo que sabem. Com o professor cooperante esperava que a nível socio
efetivo, fosse uma pessoa sociável, humilde e que pode-se vir a ter um bom
relacionamento. Que a nível prático estivesse atento ao meu desempenho, que
me corrigisse quando cometia erros e que me auxilia-se nos aspetos de menos
desempenho. Que fosse rigoroso comigo, que impusesse rigor no meu trabalho
e em todas as tarefas que me forem propostas. Durante o ano, este professor
foi aparecendo como eu tinha esperado, tive um professor que me ajudou
muito e que fez um ótimo trabalho para poder melhorar. Mesmo em situações
que cheguei a pensar que estava a ser diferenciado, o meu professor
cooperante tomou decisões que me fizeram evoluir. No que diz respeito às
suas tarefas, esteve bem e desempenhou corretamente as suas tarefas,
sempre presente nas minhas aulas e sempre que precisei esteve lá para me
corrigir e para me ajudar. Foi uma pessoa que sempre me deixou à vontade
para falar de vários assuntos e com a qual posso ainda procurar para falar
abertamente porque sei que me vai ouvir.
Por outro lado, o professor orientador, ocupando um papel mais distante,
mas não menos importante, teve a função de me orientar mais a nível teórico e
burocrático. Pretendia que me auxilia-se na construção dos documentos que
tive que realizar para o estágio, e também que me orienta-se no meu estudo de
investigação ação, levando-me a encontrar os procedimentos necessário para
cumprir com todas as formalidades deste trabalho. Passando este ano letivo,
saliento que aquilo que esperava do meu orientador ele foi. Tendo um
professor muito competente e muito atento ao meu trabalho, que me ajudou a
desenvolver o meu estágio com todo o profissionalismo a que lhe compete.
15
Mesmo estando fisicamente mais distante, esteve atento ao desenrolar deste
processo, estando sempre disponível para me ajudar quando precisei.
O estágio, no meu processo de ensino aprendizagem teve um forte impacto
na minha formação de professor. Foi aqui que pode vivenciar e desempenhar o
papel de um verdadeiro professor em ação, pode sentir que todo o tempo que
passei a estudar foi útil para o meu futuro. Encararei o Estágio Profissional
como um laboratório, onde tive de ser preciso e eficazes, e os alunos foram os
meus componentes de estudo. Foram eles com quem experimentei diversas
formas de ensinar, várias experiências para perceber quais os melhores
métodos de ensino.
Tenho alguma facilidade em comunicar, sinto-me à vontade em expressar
aquilo que penso mas por vezes tenho certas limitações em transmitir aquilo
que pretendo que façam. Estou mais à vontade em lecionar modalidades
individuais do que as coletivas. Talvez por nunca ter tido muita ligação pelos
jogos coletivos e também por uma questão de gosto pessoal, em relação às
modalidade individuais que sempre me atraíram mais. Gosto de transmitir
conhecimentos e penso que isto me ajudará a ser um bom professor, sentindo-
me satisfeito quando vejo que alguém tirou partido da minha prestação.
Sinto algumas dificuldades em construir um plano de aula que vá ao
encontro do nível dos alunos, sentindo assim uma certa limitação em escolher
os exercícios adequados para toda a turma. Por vezes, um exercício torna-se
fácil para um grupo de alunos e muito exigente para outros, esta articulação por
vezes tem dificultado o meu trabalho, pois muitas vezes não chego aos alunos
da maneira mais correta.
Quando tenho o exercício já conscientemente esquematizado não tenho
dificuldades em passa-lo para o papel, tenho sim certas dificuldades em explica
de uma forma mais vulgar para que os alunos me compreendam e realizem
assim rapidamente o que pretendo. Suponho que terei de utilizar frases mais
simples e mais formas representativas para que os alunos entendam as tarefas
a desempenhar na aula. Em algumas situações torna-se difícil criar uma
organização e um certo dinamismo na aula para que funcione ordenadamente
16
e sem muitas pausas, sendo difícil ter um tempo de empenhamento motor
sempre muito elevado.
Este ano letivo ajudou-me muito a desenvolver as competências onde tinha
mais dificuldade, ajudou-me a melhorar o meu processo de comunicação e a
desenvolver a capacidade de transmitir conhecimento, expressando-me mais
facilmente e de forma clara para os alunos. Relativamente ao ensino das
modalidades desportivas coletivas consegui aumentar os meus conhecimentos,
explorei muitos exercícios que ajudam os alunos a entenderam com mais
facilidade a essência dos jogos coletivos e quais os meus educados para
diferentes níveis de habilidade motora. Sinto-me agora mais capaz de ensinar
modalidades coletivas, e com mais qualidade. Nas modalidades individuais,
também pude evoluir a aprender muitas estratégias novas que me ajudaram a
gerir melhor a aula e a proporcionar aos alunos melhores situações de
aprendizagem.
Tenho pouca experiência no que diz respeito à construção de quadros
competitivos e na organização de eventos desportivos principalmente em
atividades coletivas. Neste ano de estágio, pude aprender um pouco mais no
que diz respeito à organização e à logística de torneios de futebol com as
atividades que foram desenvolvidas na escola e também pela participação em
eventos fora desta.
Por vezes paro para pensar se algum dia vou exercer a minha profissão e
se vou dar utilidade à minha formação. Sei que é preciso ir à luta e esperar por
dias melhores, neste momento não há tempo para parar nem para me
preocupar antecipadamente. O que mais quero é concluir o meu curso, e
conseguir lecionar, esperando um dia enriquecer mais o meu currículo podendo
assim abranger uma vasta variedade de faixas etárias.
17
3. ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL
3. Enquadramento da Prática Profissional
A Educação Física, segundo Bento (cit. por Bento, 2006) é uma pequena
parcela do desporto, não é mais que uma disciplina escolar que está incumbida
de educar, introduzir e educar nessa área. É do domínio científico, tecnológico
ou cultural de onde provêm os conteúdos curriculares, as representações e
construções pedagógicas destes domínios, chamadas á escola e à educação
com o objetivo de ajudarem a reproduzir nos indivíduos uma condição expressa
em conhecimentos, habilidades, capacidades, atitudes, aptidões, inclinações,
princípios, valores, normas, regras, interesses entre outros. Reflete em
características e traços humanos valorizados em contexto socio cultural. Não
há nenhuma disciplina que justifique a razão de figurar no modelo das
21
disciplinas escolares que não tenho matéria de ensino e sem aprendizagens
coerentes.
Sendo uma disciplina escolar, a Educação Física consiste na forma
fundamental e mais importante da formação desportiva e corporal das crianças
e jovens. Apesar de só conseguir ver realizados os seus objetivos se o ensino,
nela ministrado, materializar uma unidade de forma e processo. O respetivo
professor tem de guiar um processo pedagógico, racional e científico, de
educação ao e aprendizagem desportivo motora. Bento, (1987)
22
processo como inacabado, tendo a capacidade de auto formação, revelando
uma formação científica e moral adequada.
O professor não é só um mestre de procedimentos, é também um
mestre de conteúdos. Tem que ter a capacidade de refletir, sendo esta
habilidade um caminho para o auto conhecimento. Só desta forma terá
liberdade para atuar, flexibilidade para examinar, para ponderar alternativas,
para avaliar tanto os fins como os meios, para refletir sobre as suas próprias
ações.
23
Ser-se reflexivo é uma capacidade, de maneira que, não aparece
espontaneamente, apesar de ser possível desenvolvê-la. Sendo assim, tem de
ser cultivada requer condições favoráveis para o seu aparecimento.
A reflexão fundamenta-se na vontade, no pensamento, em atitudes de
questionamento e curiosidade, na busca da verdade e da justiça. O processo
de formação, que neste caso nos referimos ao professor, como um processo
no qual a pessoa que pensa, tendo o direito de construir o seu saber.
É importante refletir, uma vez que o professor tem um papel fundamental
na produção estruturação do conhecimento pedagógico porque refletem, de
uma forma situada, na e sobre a interação que se gera entre o conhecimento
cientifico e a sua aquisição pelo alunos
24
das situações de educação e pelas condições mais próximas da relação
educativa, obrigam a uma tentativa de integração e de interligação das várias
áreas e domínios a percorrer no processo de formação. Em particular, no EP,
de forma a retirar o formalismo das realizações e a promover as vivências que
conduzem ao desenvolvimento da competência profissional.
O EP entende-se como um projeto de formação do estudante com a
integração do conhecimento proposicional e prático necessário ao professor,
numa interpretação atual da relação teoria prática e contextualizando o
conhecimento no espaço escolar. O projeto de formação tem como objetivo a
formação do professor como profissional, promotor de um ensino de qualidade.
Um professor reflexivo que analisa, reflete e sabe justificar o que faz em
concordância com os critérios do profissionalismo docente e o conjunto das
funções docentes entre as quais sobressaem funções letivas, de organização e
gestão, investigativas e de cooperação.
A diversidade e a natureza das funções docentes remetem para a noção
de polivalência que permita um vaivém entre a teoria e a prática. Esta
compreensão servirá de linha orientadora para a elaboração do Relatório de
Estágio em que a investigação/reflexão/ação se assume como um caminho
adequado.
25
entre outras formas de comunicação que estão ligadas aos objetivos da
aprendizagem.
3.7.1. Decretos-lei
2
DL, 43/2007
3
DL, nº 74/2007
26
unidades curriculares, denominado curso de mestrado. Integra também uma
dissertação de natureza científica ou um trabalho de projeto, originais e
especialmente realizados para este fim, ou um estágio de natureza profissional
objeto de relatório final.
A orientação de um dos trabalhos compete a um doutor ou a um
especialista de mérito conhecido como tal pelo órgão científico competente do
estabelecimento de ensino superior, nacional ou estrangeiro.4
27
essas soluções e esses juízos. Ser capaz de avaliar, refletir e justificar a sua
intervenção. Aptidões que permitam uma aprendizagem ao longo da vida, de
um modo fundamentalmente autónomo5.
5
“Normas orientadoras do Estágio Profissional 2011/2012” Documento interno não
publicado. Autoria da professora doutora Zélia Matos.
28
4. Participar nas reuniões dos diferentes órgãos da Escola,
destinadas à programação, realização e à avaliação das
atividades educativas;
5. Participar nas sessões de natureza científica cultural e
pedagógica, realizadas na Escola ou na Faculdade;
6. Elaborar e manter atualizado o portefólio do Estágio Profissional;
7. Observar aulas regidas pelo professor cooperante e pelos colegas
estagiários.
8. Assessorar os trabalhos de direção de turma, de coordenação de
grupo, de departamento de modo a percorrer os diferentes cargos
e funções do professor de Educação Física;
9. Elaborar e defender publicamente o Relatório de Estágio, de
acordo com o definido nos artigos 7º e 9º do Regulamento do
segundo ciclo de estudos conducente ao grau de mestre em
ensino da Educação Física nos ensinos básico e secundário”.6
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tempos de espera, quer no início das aulas quer no seu termo. Apesar deste
problema, a localização geográfica da escola é de fácil e rápido acesso
considerando a proximidade da autoestrada A4 e da estação de caminho-de-
ferro de Recarei – Sobreira a 100 metros.
A Escola apresenta alguns problemas, nomeadamente do ponto de vista
socioeconómico, o Agrupamento integra alunos de estratos sociais
diferenciados, sendo a maior parte proveniente de famílias com baixos
recursos económicos, havendo uma grande percentagem dos alunos apoiada
pelos serviços de ação social escolar.
Para a realização das aulas de Educação Física, a escola dispõe de um
pavilhão gimnodesportivo dividido em dois espaços: P1 e P2. O P1 é o pavilhão
principal, onde estão identificadas todas as marcações dos jogos coletivos e o
P2 é utilizado principalmente para a modalidade de ginástica, no entanto as
paredes possuem balizas pintadas com utilidade para o andebol e futsal. Existe
também um espaço desportivo exterior dividido em dois campos, com uma
pista de atletismo e uma caixa de areia para o salto em comprimento, os dois
espaços têm marcações de campo de futebol, andebol e basquetebol.
No interior podemos abordar as mais variáveis modalidades como, o
futsal, andebol, voleibol, badminton, basquetebol, tag rugby, ginástica,
atletismo, patinagem e tiro ao arco.
No exterior a escola possui condições para abordar, atletismo, andebol,
basquetebol, futebol, orientação, existe material necessário para abordar as
diferentes, algum não está nas melhores condições mas no geral há material
suficiente para as aulas.
Para lecionar a modalidade da natação a escola utiliza a piscina
Municipal Rota dos Móveis do Município de Paredes, localiza-se a 5 minutos da
Escola EB 2,3 de Sobreira, percurso este realizado a pé pelos alunos.
A escola deveria ter mais espaços verdes para a realização de
desportos de aventura, deveria ter uma parede de escalada para poder ser
abordada esta modalidade em segurança. O campo de futebol exterior tem um
piso muito agressivo para os alunos, uma vez que é feito em alcatrão, o ideal
era ter um campo com um piso melhor, relvado ou sintético. Seria ótimo ter um
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campo de ténis ou as marcações, para a prática desta modalidade, bem como
todo o material necessário.
31
entre as maiores escolas europeias de Educação Física e Desporto. Esta
realidade encontra tradução nas modernas instalações para a prática
desportiva, seguramente entre as melhores do género no mundo, inauguradas
em 1997. Contudo, o seu maior potencial são as pessoas que nela laboram.7
7
Apresentação da FADEUP presente no site oficial da faculdade:
http://sigarra.up.pt/fadeup/web_base.gera_pagina?P_pagina=1182
32
Alunos 7º ano
33
Nas preferências dos alunos em relação às suas aulas de educação
física, eles estão bastante divididos, apenas com uma diferença de 10% entre
os alunos que têm como preferência as sulas de E:F. E os alunos que não
referem esta preferência. Ou seja, de um modo geral, terei um pouco mais de
metade da turma (55%) que gosta mais das aulas de E:F em detrimento das
restantes, e os restantes alunos (45%) que preferem as outras disciplinas.
45% Refere
55% Não refere
34
preocupante e que obriga-se o aluno a parar. Tenho dois alunos com
necessidades educativas especiais, um deles tem uma limitação a nível
cognitivo severa e tem uma idade mental inferior á sua idade real, é muito
tímido e frágil. Para este aluno, tento integra-lo em grupos mais
compreensíveis e que não sejam conflituosos e o respeitem. A nível de
habilidades motoras, o que o aluno consegue fazer com o grupo faz, as
situações mais exigentes e que o aluno não consegue fazer, eu coloco-o fora
do grupo a realizar exercícios mais simples. O outro tem também uma limitação
cognitiva, mas inferior ou outro, e a nível motor não apresenta graves
limitações. O seu problema maior é a nível de relacionamento interpessoal, é
muito conflituoso com os seus colegas de turma e é violento. Para evitar este
tipo de conflitos, procuro colocar este aluno inserido em grupos femininos, que
ele não é tão agressivo com as raparigas do que com os rapazes, e procuro
estar mais perto para evitar algumas situações de alguma tensão.
35
perceber o seu funcionamento compreender melhor qual a logística necessária
para que um evento deste tipo possa ser realizado. Tive a possibilidade de
participar ativamente nas duas provas, uma vez que ouve alunos que faltaram
e eu pode correr com os identificadores deles. A participação nestas provas foi
bastante positiva e deu perfeitamente para perceber a envolvência de várias
escolas de todo o país neste tipo de provas, e também para conhecer melhor
as potencialidades do DE. Esta modalidade está a perder horários nas escolas
e a perder alunos. Seria ótimo contrariar estas tendências, visto que é uma
mais-valia para os alunos que pretendem continuar a participar ativamente nas
provas como competição formal e que por vezes nas escolas não há
possibilidade de competiram ao nível dos melhores. Relativamente aos
horários, para os professores seria vantajoso que não deixassem de existir
visto que perdem horas de serviço que fazem falta e que ajudam a dar mais
emprego aos professores. As restantes modalidade, pode observar vários
treinos que decorriam no pavilhão polidesportivo da escola, onde vi com mais
frequência os alunos a treinarem Andebol e Badmínton. O Badmínton é ainda
uma modalidade que precisa de ser mais desenvolvida na escola, visto que são
evidentes várias lacunas nos alunos que praticam esta modalidade na nossa
escola. Foram vários os alunos que revelaram interesse em entrarem em
competição na modalidade de Natação, visto que só existiam treinos de
aprendizagem. Alguns alunos já possuem um nível técnico razoável, sendo
assim um ponto a favor para os alnos e para a escola formaram um grupo para
entrarem em competições externas e para evoluírem mais em termos
competitivos.
Os alunos que mais se destacaram ao longo de todos o ano nos treinos
e nas competições do DE foram selecionados para irem ao parque aquático de
Amarante. Onde viram reconhecido o seu trabalho que desenvolveram ao
longo do ano e poderem conviver com os colegas da escola, professores e
outros alunos de outras escolas que também estiveram presentes nesta
atividade.
36
4. Realização da Prática Profissional
4. Realização da Prática Profissional
Este ponto merece ser destaco dentro do RE, é neste ponto que é relatado
todo o que apliquei durante este ano letivo, tudo que fui aprendendo neste
longo processo de ensino aprendizagem. Foi neste momento que pode por em
prática o conhecimento adquirido durante a licenciatura e o primeiro ano do
mestrado, pode experimentar e vivenciar um sem número de situações
relacionadas com a prática docente. Sendo assim, destaco a importância deste
ponto, como sendo um ponto onde vou poder apresentar tudo aquilo que
realizei durante este ano, levando-me a refletir novamente sobre o que deveria
ter sido melhor, o que não deveria ter feito e o que deveria ter sido mais
desenvolvido
As vivências e as experiencias que foram surgindo ao longo do meu EP vão
ser aqui apresentadas. Foram as várias experiencias esperadas e as menos
esperadas que me ajudaram a construir um perfil profissional, que ainda tem
muito para ser acrescentado e muito para melhorar.
Vou apresentar neste capítulo o que foi realizado em cada área durante o
pelo EE durante o EP, mantendo sempre uma atitude de investigação-ação.
Mantendo uma visão crítica e reflexiva tendo em conta os objetivos, as
dificuldades e as estratégias para o ano letivo que passou.
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que recorrer a documentos orientadores fornecidos pela faculdade e também a
informação mais antiga da licenciatura para conseguir realizar cestas tarefas o
mais corretas possível.
4.1.1. Conceção
40
4.1.2 Planeamento
41
parte dos restantes professores de EF da escola nas modalidades mais
importantes para os alunos e de acordo com as preferências da escola.
No 2º módulo fiz a caracterização da Escola EB 2,3 de Sobreira com
referência ao número de pavilhões, a rotação espaços cada professor lecionar
as suas aulas de EF. Apresentei o que era possível ser lecionado mediante as
condições da escola, deixando ainda um conselho sobre o que se poderia ser
lecionado e não foi.
O módulo 3 é referente à análise dos alunos, onde fiz uma breve
caracterização da turma. Com uma discrição da distribuição por sexos, das
idades, das disciplinas preferidas e alguns detalhes sobre as famílias. Recorri
às respostas dos alunos aos questionários de caraterização individual para
obter estas informações. Este instrumento ajudou-me a conhecer um pouco
dos alunos, sobre algumas das suas preferências, sobre a existência ou não de
problemas de saúde e de possíveis limitações motoras.
A extensão dos conteúdos está no módulo 4, onde enumerei todas as
unidades temáticas a lecionar em cada período e a sua cronologia. Bem como
os objetivos para as capacidades condicionais, para a cultura desportiva e para
os conceitos psicossociais referentes a cada modalidade.
O módulo 5 foi onde apresentei os objetivos comuns a todas as áreas, e
para as diferentes categorias, cultura desportiva, conceitos psicossociais,
habilidades motoras e capacidades condicionais.
O módulo seguinte especifica os parâmetros da avaliação, as percentagens
para o domínio psicomotor, domínio cognitivo e domínio socio efetivo. Bem
como os instrumentos de avaliação e os vários momentos, como avaliação
inicial, final e testes escritos.
No módulo 7 e último, apresentei a articulação da disciplina de EF com
outras disciplinas, atividades extracurricular e visitas de estudo estão descritas.
A articulação entre disciplinas, que podemos chamar de interdisciplinaridade,
propicia uma interação entre as várias disciplinas procurando tirar dessa
relação um conhecimento mais alargado sobre uma determinada matéria.
Terminando este planeamento com sendo o mais abrangente e que engloba
42
todas as modalidades, vou apresentar os planeamentos seguintes, que são
cada vez mais específicos e menos abrangentes.
Modelo de Estrutura de Conhecimento de Vickers (1990), reflete um
pensamento transdisciplinar, identifica as habilidades técnicas e táticas de uma
modalidade específica, mostra como conceitos das ciências do desporto
influenciam o processo de ensino. Mostra como uma matéria é estruturada, e
identificando essa estrutura como um guião para o ensino. Estes documentos
foram construídos para todas as modalidades que lecionei durante o ano letivo.
A sua utilidade foi bastante marcada, visto serem importantes fontes de
informação para o meu auxílio durante a realização da prática. Revelou-se útil
para aumentar o meu conhecimento, uma vez que tive que fazer pesquisas
sobre matérias que não estava tão à vontade e que tive que passar a dominar.
Sendo um trabalho algo demorado, revelou ser uma ferramenta indispensável
para o professor poder desempenhar o seu trabalho de forma eficaz. Recorri
várias vezes a estes documentos para poder construir os planos de aula.
O plano de aula é o ultimo nível de planeamento, sendo o mais
específico e direcionado apenas para uma ou duas aulas no máximo. É um
documento orientador para o professor, que o ajuda a seguir uma sequencia
logica dos conteúdos e dos vários exercícios a lecionar. Este documento não é
feito para o professor cumprir criteriosamente à risca, mas sim para o orientar.
Sempre que for necessário, o professor pode e deve adaptar os exercícios
mediante o desempenho dos alunos, indo sempre ao encontro das
necessidades dos alunos e da sua evolução.
Os meus primeiros planos de aula, eram muito longos e pouco concisos,
tendo demasiada informação e por fezes tonavam-se pouco práticos. Ao longo
do ano, com a ajuda do professor cooperante e dos meus colegas de estágio,
fui melhorando este documento. Tornando-o assim mais prática e de melhor
compreensão e maior utilidade, reduzindo ao máximo a quantidade de texto,
escrevendo frases curtas e concisas e passei a recorrer mais a esquemas, que
se tornam muito uteis e de rápida perceção.
Neste nível de planeamento, foi o momento onde parei várias vezes para
refletir nas aulas anteriores. Analisando o que não correu tão bem como
43
esperava, o que poderia ter corrido melhor e o que não pode voltar a
acontecer. Sendo este o momento em que refleti sobre os vários aspetos a
considerar par a aula seguinte, de forma a melhorar o processo de ensino e
aprendizagem, procurando delinear novas estratégias e adaptar exercícios
para que os alunos estivessem empenados e dedicados com grandes níveis de
motivação, proporcionando-lhes um ótimo clima de aprendizagem.
Para mim, o planeamento revelou-me algumas dificuldades,
principalmente na construção dos Modelos de Estrutura de Conhecimento onde
não dominava algumas modalidades e fui obrigado a procurar informação. Nos
planos de aula, tive algumas dificuldades em estruturar exercícios adaptadas a
cada nível de desempenho dos alunos, sem que alguns grupos estivessem
motivados e outros desmotivados por ser demasiado fácil e vise versa. Esta
gestão por vezes levou-me a pensar em várias estratégias e soluções par
manter toda a turma a trabalhar empenada e a que todos pudessem aprender.
Estas dificuldades foram para mim um caminho para a descoberta e para a
investigação/procura do conhecimento para o poder aplicar na prática.
44
sorriso e acabei por revelar alguma fragilidade minha. Penso que na primeira
aula, os alunos conseguem logo ter a perceção do tipo de professor que está a
frente deles, e no meu caso e revelei algumas fragilidades na liderança,
acabando por vir a sofrer algumas consequências ao longo do ano letivo. Tive
mais dificuldades no primeiro período em conseguir o controlo da turma, mas
com a criação de algumas rotinas e com a delineação de estratégias fui
melhorando este parâmetro. Chegando ao fim e reconheço que poderia ter sido
melhor e que ainda tenho mais para aprender neste aspeto e posso.
Ao longo do estágio, as aulas foram melhorando, umas melhores e
outras piores, com o acumular de alguma experiencia passei a estar mais à
vontade em frente aos alunos e consegui encontrar melhores soluções para
resolver certos problemas. As reflexões realizadas no final de cada aula
ajudaram-me a melhorar o meu desempenho e a proporcionar aos alunos aulas
com mais qualidade. Nas reflexões, fazia uma análise das situações problema
que possam ter surgido na aula e para estas procurava encontrar soluções
para evitar que o mesmo pudesse voltar a acontecer. A criação de grupos de
trabalho como estratégia de planeamento, uns homogéneos estando todos
num patamar próximo dos colegas para poderem evoluir todos em simultâneo.
Outros heterogéneos para que os melhores alunos pudessem incentivar os
mais limitados, podendo ajuda-los em alguns exercícios. Estas foram algumas
das estratégias que fui encontrando e aplicando ao longo das aulas,
procurando melhorar sempre o processo de ensino e aprendizagem.
Durante as minhas aulas, optei por não utilizar nenhum dos Modelos
específicos de ensino que geralmente são utilizados nos jogos desportivos
coletivos, como por exemplo o Modelos de Educação Desportiva. Na minha
opinião estes modelos são bastante vantajosos e muito ricos em termos
pedagógicos. Mas eu optei por não utilizar nenhum modelo, porque tive receio
de que os meus alunos pudessem não assimilar a essência do modelo e
pudessem ser aulas perdidas. Talvez por ser uma turma bastante infantil e com
alguns comportamentos indisciplinares que me levou a tomar esta decisão.
Optei por usar ensino da base para o topo para a maioria das aulas, visto que
esta turma não estava num patamar muito elevado de competências motoras.
45
Assim, achei mais por bem que este tipo de ensino para os meus alunos seria
mais consistente e que poderiam ter melhores resultados. Em que começava
por ensinar as habilidade motoras mais simples e de forma analítica, para
todos poderem aprender os pormenores técnicos e depois em situação de jogo
ser mais fácil para eles aplicar o que aprenderam, podendo ter alguma
qualidade no jogo.
Durante este ano de estágio tive a possibilidade de lecionar várias
modalidades, sendo estas selecionadas pelo grupo de EF da escola da
Sobreira, apesar de eu ter tido algumas opções de escola de umas
modalidades em detrimento a outras e da sua ordem. Comecei o início do ano
com a aplicação da bateria de testes de condição física FitnessGram, o que me
ajudou a ter uma noção das potencialidades dos alunos e de algumas
limitações. Em seguida iniciei as aulas de ginástica e ainda no 1º período o
Futsal. No 2º período comecei por lecionar o basquetebol e a natação em
simultâneo, que as dei mais importância à natação utilizando os blocos de 90
minutos para esta modalidade. Esta preferência foi devido ao facto de que
estes alunos tiverem poucas aulas nos anos anteriores para poderem aprender
a nadar, sendo assim uma limitação deles, e nas minhas aulas poderem
aprender a nadar os que ainda anão sabiam e os mais evoluídos poderem
aprender e melhorar as técnicas de nado alternadas, crol e costas. No 3º
período terminamos o ano com badminton e voleibol, também foram lecionadas
em simultâneo, dando mais preferência ao voleibol por ser a modalidade que
os alunos têm mais dificuldade e precisam de mais trabalho.
Durante as minhas aulas fui procurando diferentes exercícios,
proporcionando aos alunos diferentes situações de aprendizagem adequadas
às diferenças dos alunos. Procurando sempre adaptar o nível de dificuldade
dos exercícios para os alunos que possuem menos destrezas motoras e
aumentar a dificuldade ou a complexidade para os melhores alunos e para os
mais competitivos.
Ao longo deste ano, acho que consegui aprender com à prática e com
alguma da teoria que a nossa Faculdade nos proporcionou. Como por exemplo
nas aulas que tivemos em simultâneo com o estágio entre outras ações de
46
formação proporcionadas por outros professores de EF do nosso pais e de
outros também. Sei que consegui evoluir desde que comecei as minhas até ao
final, aprendi muito com as situações da prática, com diversas situações
inesperadas e com a minha procura de informação em manuais escolares e
outros documentos, procurando dar respostas aos problemas da prática. De
uma forma mais ou menos direcionada para a investigação ação, esta atitude
acabou para ser adotada por mim, começando de uma forma mais inconsciente
e acabei por perceber mais sobre a importância deste processo e de perceber
que tem muitas vantagens no ensino. Terminado este ano, que considero
fundamental para a meu processo de formação, e que me ajudou a perceber
concretamente o que um professor de EF faz e como o faz no seu dia-a-dia
como profissional sei que ainda há um longo caminha à minha frente e que
tenho muito para aprender, para um dia poder chegar à excelência.
A ajuda do professor cooperante foi muito importante para mim, estando
atento às minhas falhas e sem deixar esquecer foi colocando questões sobre
as minhas escolhas e ajudou-me a perceber o porque de ter corrido algo mal e
de como pode melhorar. O professor orientador, mesmo estando pouco tempo
presente, consegui alertar-me para os aspetos que tive que melhorar e ajudou-
me a encontrar algumas estratégias para poder haver esta evolução.
O controlo numa turma é uma tarefa que deve ser cumprida desde a
primeira aula, como sendo uma regra fundamental que um professor tem de
cumprir. Começando por cativar a atenção dos alunos, mantendo-os focados
nas suas intervenções quando esta a falar. Uma vez que o professor vê que
todos os alunos estão efetivamente a prestar atenção ao seu discurso, é um
bom caminho para conseguir o controlo.
Durante o EP por vezes tive algumas dificuldade em cumprir com esta
tarefa, revelando algumas fragilidades. Os alunos facilmente percebem tais
receios e facilmente passam a testar os limites do professor. Em alguns casos,
47
não foi tão líder como deveria ter sido, levando-me a ter mais dificuldades em
controlar a turma em alguns exercícios.
Sendo assim, perante estas adversidades, fiz um esforço para as
contornar e para melhorar a minha atitude durante a atuação. O professor
cooperante esteve sempre atento às minhas aulas, conseguindo levar-me a
perceber o que não tinha funcionado bem e porque tinha perdido controlo em
certos exercícios. Tivemos várias reuniões informais para falar destes
assuntos, procurando em conjunto soluções para o meu problema. Os meus
colegas de estágio foram também uma ótima ajuda. As observações das aulas
deles ajudaram-me a perceber como deveria ser a minha atitude em
determinadas situações.
Para poder ver melhores resultadas nas minhas aulas, passei a ter uma
postura mais séria com os alunos, deixando-os à-vontade, mas sem se
desconcentrarem nos objetivos das aulas e das ordens do professor.
Estabeleci um conjunto de rotinas presentes em todas as aulas, de forma a
evitar desordem em transições de exercícios e de jogos. Como por exemplo,
apitar duas vezes e todos os alunos param e ficam no seu local, neste
momento depois de todos e em silêncio podia fornecer informações. Para todos
se juntarem no centro do campo apitava três vezes, neste local, depois de
todos reunidos e sentados era para mim mais fácil instruir os alunos,
fornecendo assim informação com um tom de voz mais baixo e permitindo uma
melhor perceção dos alunos, possibilitando também que facilmente tirassem as
suas duvidas. Outra rotina era também aplicada em exercícios com bolas em
mesmo durante os jogos, dois apitos todos paravam e com tinha bola colocava-
a de baixo do braço. Os alunos que em alguns casos não cumpriam com tais
rotinas tinham direito a castigo físico.
Com estas alterações da aula e com a mudança de alguns dos meus
comportamentos com os alunos, consegui melhorar o controlo da turma.
Apesar de ter visto melhorias, é importante que futuramente como docente a
minha atuação seja desde início marcada com maior liderança, evitando assim
muitos dos problemas de controlo que tive que defrontar.
48
Tendo em conta que o maior problema do EE relacionado com a prática
foi o controlo da turma, decidi realizar o meu estudo Investigação Ação
enquadrado nesta temática. O estudo IA insere-se neste tema, uma vez que o
controlo dos alunos com NEE teve obrigatoriamente de ser efetivo, sendo
também interligado com as estratégias utilizadas para o controlo destes alunos.
Depois de ter conseguido melhorias no controlo dos alunos com NEE e dos
restantes, a inclusão dos alunos segregados foi o segundo processo de ação.
49
4.1.3.2. Estudo Investigação-Ação “Exclusão de alunos
com Necessidades Educativas Especiais nas aulas de
Educação Física: Motivos e Estratégias para Contrariar
um Problema
Resumo
51
Introdução
52
O facto de os alunos com deficiência estarem em turmas comuns, ajuda-
os a sensibilizar os outros, perante as suas limitações. Visto que começam a
compreender melhor os seus problemas e começam a ter uma atitude mais
inclusiva. Para Diamond (cit. por Magalhães 2007, p.56), “realizar atividades
didáticas e brincar em conjunto como parceiros idênticos, permite às crianças
sem problemas um melhor conhecimento sobre o que significa ter uma
deficiência ou dificuldade e promove atitudes positivas relativamente a estas
pessoas.” É necessário que os alunos sem necessidades educativas especiais
interajam com os alunos com deficiência para que eles se possam libertar das
suas incapacidades, dos seus receios, e ao mesmo tempo os alunos comuns,
tornam-se pessoas mais cívicas, com mais cultura e até mesmo conseguirem
ver o lado do aluno diferente. Esse aluno diferente ao conseguir criar relações
com outros alunos vai conseguir afirmar-se perante a sociedade, vai querer
estudar, vai querer socializar desenvolvendo assim o domínio cognitivo.
Embora os objetivos educativos básicos de todos os estudantes sejam
os mesmos, em alguns casos, podem adaptar-se os objetivos curriculares
específicos de aprendizagem às necessidades, destrezas, interesses, e
capacidades únicas de cada aluno Villa (cit. por Susan, 2001)
A exclusão social existe em vários meios e afeta muitas pessoas de
diferentes idades e classes sociais. Nos dias que correm são muitos os alunos
que sofrem deste problema, tanto no meio escolar como na sociedade que
vivem. Crianças e jovens com NEE devem ter acesso às escolas regulares.
Estas escolas devem estar preparadas de acordo com as necessidades
especiais dos alunos e, por sua vez, atuar de forma eficaz para prevenir a
exclusão destes jovens. As escolas regulares devem ter um papel inclusivo,
com a capacidade de combater as atitudes discriminatórias, formando
comunidades abertas e solidarias de forma a criar uma educação para todos.
UNESCO (1994)
A exclusão escolar, mais propriamente dos alunos com NEE, situa-se no
campo mais vasto da exclusão. Sabe-se que este problema resulta do facto de
muitos alunos não conseguirem acompanhar o desempenho dos colegas, de
acordo com o nível que seria suposto todos atingirem. No caso deste estudo:
53
“este sistema, resultante da convicção de que os deficientes são indivíduos
"especiais", incapazes de conviver com os outros e de aprender na escola
comum, era dominado por duas ideias. Por um lado, o deficiente era visto como
um ser estranho, eventualmente prejudicial, que convinha afastar da vida
colectiva” (Ambrósio, 1999, p. 4-5).
É importante sensibilizar os alunos para este problema, para que
passem a ter outra atitude com os seus colegas. A escola tem a obrigação de
atuar neste sentido, promovendo palestras de sensibilização aos alunos, na
organização de visitas de estudo a hospitais e centros para alunos portadores
de deficiência para que os alunos tenham noção que eles também poderiam
ser assim, e que não têm o direito de os rejeitar e de os mal tratar. Os
professores têm uma influência maior na atitude dos alunos, estes conseguem
ouvir mais os professores que por vezes os funcionários ou mesmo os
diretores. Mas toda a comunidade escolar deve ter uma atitude de
sensibilização e de preocupação para reduzir esta problemática, que em alguns
casos tem repercussões graves. Sempre que observem situações anormais
devem agir no momento, procurando chamar à razão os alunos com atitudes
negativas em relação aos colegas, evitando que se repitam essas situações. O
estatuto de professor deve ser bem aproveitado, visto que é exemplo de
empenho e estudo para os alunos, e este exemplo tem que ser bom, tem que
ser exemplar e assertivo, de forma a transmitir esta mensagem a todos os
alunos.
Sendo assim, o professor tem a obrigação de encontrar estratégias que
ajudam os alunos a integrarem-se na turma ou na escola que fazem parte, o
professor tem que fazer a ligação entre os alunos que não estão ambientados
no meio com os alunos que têm boas relações com os colegas. O professor
não pode deixar que certos alunos não sejam ingratos ao ponto de não
permitirem que certos alunos portadores de NEE não façam parte façam parte
dos grupos de trabalho nas aulas EF. É de extrema importância que o
professor encontre exercícios e estratégias para a aula, proporcionando a
todos os alunos uma participação ativa sem limitações para ninguém.
54
Objetivos
O principal objetivo deste estudo foi fazer com que os alunos do 7º ano
passassem a incluir o Jorge e o Patrício nos grupos de trabalho nas aulas de
EF. Na maioria das tarefas propostas nas aulas de EF foram feitas em grupo,
ajudando o Jorge e o Patrício a superar algumas das suas dificuldades.
Transportando este objetivo para fora da aula, pretendi também que estes dois
alunos se integrassem de uma forma mais ativa e mais participativa nos grupos
de amizade proporcionando um clima de amizade entre toda a turma nos vários
ambientes.
Propus-me conhecer melhor a personalidade do Jorge e do Patrício 8 e
as suas limitações, quais as suas modalidades que lhes suscitavam maior
interesse, de forma a melhorar a minha de atuação no que diz respeito ao
principal objetivo. É importante perceber os motivos que levam alguns alunos
da turma a excluírem estes dois alunos, para poder obter esta informação,
escrevi um conjunto de questões para realizar entrevistas aos dois grupos de
intervenientes, os alunos segregados e os alunos que os não segregados.
O último objetivo foi encontrar estratégias que pudessem ajudar a
melhorar a relação dos dois alunos com NEE com a restante turma, visando
um melhor desempenho escolar. A maior parte destes objetivos foram
aplicados nas aulas de EF.
Metodologia
Participantes
8
Ambos os nomes dos alunos são fictícios
55
destacam pela positiva ou pela negativa relativamente ao relacionamento com
o Jorge e o Patrício. Ou seja, os alunos que não gostam e os que mais gostam
dentro da turma. Foram nomeados pelos alunos segregados dois rapazes com
os quais eles têm um relacionamento pior e uma rapariga que foi selecionada
por mim. O terceiro rapaz é o Marcos, que foi a referido pelo Jorge como sendo
o colega que pior o trata, com o Patrício ele não tem problemas significativos.
Em relação à rapariga, esta foi selecionada visto que eles não referem ter mau
relacionamento com nenhuma rapariga. Neste caso a Margarida foi
selecionada por mim, uma vez que no meu entendimento é a mais líder e a que
me pode ajudar a compreender melhor algumas situações com informação
relevante para os problemas deste estudo.
O Jorge é um dos alunos frequentemente excluídos pela turma. O Jorge
não aceita a intervenção, os seus comportamentos têm vindo a ser cada vez
mais desadequados e violentos. O ensino inclusivo não parece ser uma opção
ajustada à problemática do aluno. A inclusão não está a ter qualquer efeito
positivo, nem ao nível da socialização nem ao nível das aprendizagens
escolares. O seu problema é psiquiátrico e não apenas educativo, continua a
manifestar uma grave perturbação emocional que não é controlável com as
medidas educativas aplicadas9.
O Patrício é um aluno que habitualmente não cria conflitos com os
colegas e vice-versa, mas por vezes é deixado de lado, passando por ser um
pouco indiferente dentro da turma. O Jorge é o aluno com quem ele mais
convive, mesmo ele referindo que não brincam juntos. A Margarida refere que o
Moreira, como colega de turma é o aluno com o qual o Patrício tem um bom
clima de amizade, sendo assim, poderá ser um aluno que o possa ajudar nas
aulas de EF.
56
Muito Inferior, sendo esta classificação um indicador de atraso mental.
Apresenta um atraso significativo, pelo fato de não apresentar competências
que deveriam ter sido adquiridas aos quatro anos de idade. Tem muitas
limitações em termos de conhecimentos gerais que uma criança facilmente
domina e no caso do Patrício não sucede. Tendo em conta todas as suas
dificuldades, o acompanhamento psicológico torna-se de extrema importância,
para que possa trabalhar todas as dificuldades cognitivas 10.
Investigação Ação
10
Relatório médico do Patrício elaborado a 2012 por José Pacheco, Psicólogo Clínico
57
“investigação-ação tem revelado constituir uma intensificação da prática
reflexiva, pois combina o processo investigativo e a reflexão crítica com a
prática de ensino, tornando esta mais informada, mais sistemática e mais
rigorosa” Zeichner (cit. por Sanches, 2005, p. 129).
A investigação-ação assenta no princípio em que o professor tem de
aprender com a sua prática usando a reflexão como ajuda para a identificação
do erro e para a sua resolução. Tendo assim que planear o seu trabalho antes
de entrar em ação, ou seja desempenhar a função do professor que é ensinar.
Durante a sua prática tem que ser observador, de forma que ver se o que fez
antes da ação foi bem feito e se está a reverter os resultados que esperava.
58
Feitas as entrevistas, as respostas foram transcritas e foi feita uma
análise das mesmas, sendo utilizadas para a formação de grupos de trabalho
mediante as suas preferências e como seria mais vantajoso para o bom
relacionamento interpessoal. Foram ainda delineadas mais estratégias com o
objetivo de integrar o Jorge e Patrício na sua turma.
Procedimentos de recolha
59
diálogo corrido, sem nenhuma interpretação, escrevendo da seguinte forma,
entrevistador a e questão, entrevistado e a resposta.
A análise dos dados recolhidos nas entrevistas foi a fase seguinte,
sendo esta muito importante para perceber as razões que levaram os alunos a
excluírem o Jorge e o Patrício. Também compreender como estes dois alunos
se relacionam com os colegas. Com esta análise pretendi delinear um plano de
intervenção, formulando um conjunto de estratégias que proporcionem um
clima de integração e amizade dentro da turma.
Plano de Intervenção
60
entrevistas foram realizadas individualmente, numa sala da escola em que as
suas respostas foram gravadas para um gravador áudio para serem transcritas
para o computador numa fase seguinte.
Depois disso seguiu-se a aplicação de um conjunto de estratégias tendo
em vista a diminuição de comportamentos de exclusão dos alunos. A maioria
das estratégias foram aplicadas durante as aulas de EF, tendo em conta a
análise das entrevistas de forma a proporcionar um clima de inclusão na sala
de aula. Estas estratégias foram alvo de avaliação sucessiva através das
reflexões das aulas e das reuniões do núcleo de estágio.
Jorge: (…) “só fico á beira das minhas colegas. Eu quero ficar à beira das
raparigas. (…) quando eu quis ir brincar com os meus colegas, eu disse assim,
posso jogar á bola? E eles disseram não, mesmo durante o intervalo. O Marcos
diz sempre que não posso brincar com eles.” (…) (Entrevista ao Jorge,
23/03/2012)
61
Por vezes era ele que se inseria nas atividades que elas estavam a
desempenhar, sem ser convidado, elas acabam por deixar apesar de não
revelaram muito interesse nem sentimento de partilha e entreajuda. Foi notório
que se elas fossem a escolher ele não estaria ali
Jorge: (…) “Eu fico sempre à beira das raparigas. Não brinco com elas.” (…)
(Entrevista ao Jorge, 23/03/2012)
Eu: “Como gostavas que fossem as aulas de EF para estarem todos juntos a
aprender e a divertir-te com os teus colegas?
Margarida: Era colocar o Jorge com uma rapariga que se desse bem, de forma a
poder geral alguma amizade.” (Entrevista à Margarida 12/04/2012)
62
Eu: “Qual é a tua relação com o Jorge?
Marcos: Com o Jorge? É má.
Eu: Qual é a razão?
Marcos: Ele começa a meter-se comigo, e depois não quer que lhe batam.
Eu: O que é que ele faz?
Marcos: Chama-me nomes e isso … e eu não gosto dele.
Eu: Mas ele fez-te mal alguma vez?
Marcos: Sim… logo no primeiro dia começou a abusar…e bati-lhe logo. Meteu-se
com a pessoa errada. (…) ele pensava que eu era fraco e abusou. Eu não sou e
bati-lhe logo.” (Entrevista ao Marcos, 12/04/2012)
O contacto reduzido com o Marcos foi uma outra estratégia que recorri,
visto ser o aluno com o qual se relacionava pior e que na maioria dos contactos
gerava insultos e violência. Sei que ao separar estes dois alunos fiz com que o
seu relacionamento fosse cortado, mas preferi reduzir este relacionamento e
ajudar o Jorge a melhorar o relacionamento com os colegas. Não havendo
conflitos na aula, a acalmia proporciona momentos mais propícios para o
diálogo.
No que diz respeito ao relacionamento com o Marcos, como sendo a pior
situação em termos de relação socio-efetiva, este não melhorou. Em termos de
diálogo e companheirismos, este não se sucedeu, uma vez que os dois alunos
não gostavam mesmo um do outro e não conseguiram entender-se. Mas como
estavam mais separados, os conflitos diminuíram e passaram a perturbar
menos a aula.
O Jorge era um aluno pouco carinhoso e com dificuldade no que diz
respeito a afeto com os colegas, talvez seja este o grande motivo da sua
exclusão. Ele reagia de forma agressiva e em alguns casos com violência, mas
só o fazia aos colegas mais frágeis e aos que conseguia dominar.
Eu: “Porque será que eles não querem brincar nem jogar contigo?
Jorge: Não sei.
Eu: Mas não tens mesmo nenhuma ideia?
Jorge: Às vezes eu dou, sem querer, pontapés nas canelas.
Eu: Tu dás mesmo sem querer?
Jorge: Sim, depois o “Marcos” reage.
Eu: E é só com o Marcos? E o resto da turma?
Jorge: Eu às vezes sem querer também dou ao JP, mas eu peço sempre
desculpa.
Eu: Mas tu dás-lhe como?
63
Jorge: Pontapés assim no pé. Dou sem querer assim um bocadinho de força,
depois eu peço desculpa. Ele disse assi: «não voltas a fazer isso se não eu dou-te
uma tareia”. (Entrevista ao Jorge, 23/03/2012)
Eu: “O que podes fazer partindo de iniciativa própria para que os teus colegas te
chamarem para brincar e para serem todos mais amigos?
Jorge: Portar-me bem, não bater às outras pessoas. (…) Às vezes chateiam-me e
eu bato.
Eu: E o que tu podes fazer/mudar para eles gostarem mais de ti?
Jorge: Jogar bola com eles, dar-me bem com eles, não bater.” (…) (Entrevista ao
Jorge 23/03/2012)
64
Em relação ao relacionamento com os colegas, com as raparigas
melhorou de certa forma, estando assim mais sereno começou a falar mais
com algumas delas e estas por vezes ajudaram-no mesmo não sendo muito
frequente. Com os rapazes, os conflitos reduziram, apesar do relacionamento
ter melhorado pouco, foi mais positivo, nos momentos de menor competição e
nos exercícios lúdicos.
A estratégia que não proporcionou tantas melhorias foi quando pedi aos
colegas que melhor se relacionam com o Jorge para o ajudarem a integrar-se.
Uma vez que nos exercícios que envolvem competição, todos querem ganhar,
e neste caso o Jorge tem algumas limitações a nível motor, sendo assim, da
parte dos colegas continuou a haver sempre algum receio em convida-lo para
os seus grupos.
Foi então por isso que passei a juntar o Jorge com os rapazes apenas nos
exercícios lúdicos e de menor competição, proporcionando um contacto mais
calmo entre eles.
O Marcos, era o aluno mais conflituoso dentro da turma, sendo este o
que mais punha de parte o Jorge, não queria mesmo que ele ficasse no seu
grupo nas aulas de EF e tentava sempre sair ao então procurava gerar
confusão. Com o Patrício estava mais tranquilo e não o incomodava tantas
vezes. O António mantinha uma atitude mais discreta, mas sempre que o
professor não estava tão atento ele gostava de perturbar estes dois alunos,
tirando-lhe a bola ou então dando alguns empurrões ou encostos. Com o
Rogério os conflitos eram mais reduzidos, apesar de este aluno ser mias
nervoso e o maior problema era a sua competitividade, porque não queria os
colegas nas suas equipas ou grupos por serem menos capazes e por estar a
sentir-se prejudicado. Este acabava por se revoltar contra eles por falharem
constantemente e por ele querer sempre ganhar, criando assim um mau
ambiente, provocando um sentimento de frustração nos colegas. A Margarida
não era uma aluna preocupante no que diz respeito à exclusão dos colegas,
até pelo contrário, era uma aluna amiga deles e tranquila. Ela foi escolhida por
mim, visto que seria ela a que mais poderia ter influência na atitude das suas
colegas. Quando a coloquei junto das colegas, a Margarida revelou capacidade
65
para as influenciar, fazendo-as perceber que deveriam incluir o Jorge. Durante
a realização dos exercícios a Margarida alertou várias vezes as suas colegas
para jogarem com o Jorge e para o verem como um elemento do grupo. Nem
sempre a Margarida consegui influenciar as suas colegas de forma a terem
uma atitude mais positiva com o Jorge. Deveria ter sido mais direto na
orientação da Margarida em relação à sua atuação nas aulas de EF de forma a
ir ao encontro dos meus objetivos.
O Patrício era um aluno bastante diferente do Jorge, mantinha uma
serenidade fora do normal para a idade e a sua coordenação motora era muito
reduzida. Relativamente ao relacionamento com os colegas não era mau, eles
até diziam gostar dele mais que do Jorge. Mas pelo que observei durante as
aulas, ele era muito tímido e preferia ficar fora da aula de EF a ver os colegas,
contrariamente ao Jorge que participava na maioria.
66
Jorge também lhe gerava algum medo, até porque ele dizia que também lhe
bate, mas pelo que constei não era verdade. O Marcos revelava algum carinho
pelo Patrício, em algumas situações protege-o para os colegas não lhe
baterem.
Eu: “ Como é a tua relação com o Patrício?
Marcos: Com o Patrício tenho uma relação boa…
Eu: Boa relação como?
Marcos: É uma relação “fixe”! Ele é meu vizinho sempre o conheci, nunca me fez
mal nenhum…
Eu: Então tu com o Patrício não tens problema nenhum…Gostas dele?
Marcos: Sim, gosto…Mas não gosto quando o Jorge começa a meter-se com o
Patrício, às vezes começa a bater-lhe.” (Entrevista ao Marcos 23/03/2012)
Eu: “Quais são os teus motivos para não quereres brincar ar com eles?
António: Não me importo de ser da equipa deles, por exemplo nos intervalos se o
Jorge trouxer bola para jogar nós jogamos com ele. Mas se o Marcos trouxer uma
bola no mesmo dia em que ele (Jorge) trouxer a bola jogamos com a do Marcos.
Eu: Porque não gostas que eles façam parte dos teus grupos de trabalho e de
amizade?
António: Se por acaso estivermos num grupo a fazer um trabalho mais sério, eles
têm a tendência para brincar, e não dá.” Entrevista ao António (23/03/2012)
67
espontaneidade e vai aumentar o diálogo com os colegas e poder melhorar o
seu relacionamento.
Eu: “Como gostavas que fossem as aulas de EF para estarem todos juntos a
aprender e a divertir-se com os teus colegas?
Rogério: Talvez mais jogos em grupo, ou que o professor faça grupos…quando
somos nós a escolher deixamos sempre (o Jorge e o Patrício) para ultimo…grupos
maiores dependendo dos exercícios. Não separar tanto os rapazes das raparigas.”
Entrevista ao Rogério (23/03/2012)
A entrevista com o Patrício foi algo curta, visto que ele era um aluno com
muitas dificuldades a nível cognitivo. Mesmo assim conseguiu fornecer alguns
dados que ajudam a conhecê-lo um pouco melhor. O problema dele era o
medo da agressividade dos colegas, e do mal que pode-se surgir nas aulas de
EF. Mesmo assim, entende que pode dar-se bem com os colegas e que pode
fazer várias atividades com eles, sendo assim necessário por parte do
professor de EF fazer com que ele vá às aulas e que participe e que se distraia.
É importante que se abstraia dos seus medos e que comece a relaxar durante
as aulas, sendo importante colocar alguns alunos que sejam pacientes a ajuda-
lo.
Eu: “O que podes fazer partindo de iniciativa própria para que os teus colegas te
chamarem para brincar e para serem todos mais amigos?
Patrício: Andar à porrada não, posso falar com eles, brincar, estudar, jogar
basquetebol, andebol, patins.
Eu: E nas aulas de EF, na maioria tu não vais!
Patrício: Pois não.
Eu: E porque não vais?
Patrício: Porque quero faltar.
Eu: E não gostas de estar lá nas aulas com eles?
Patrício: Eu gosto é de saltar na caixa de areia.
Eu: Como gostavas que fossem as aulas de EF para estarem todos juntos a
aprender e a divertir-te com os teus colegas?
Patrício: Jogar andebol e saltar na caixa de areia, e jogar futebol.” (Entrevista ao
Patrício 23/03/2012)
O caso do Patrício foi um pouco mais difícil, uma vez que este aluno
raramente participava nas aulas de EF e era ele próprio a não querer integrar-
se na turma. Ao longo das aulas procurei incentivar este aluno a vir às aulas
seguintes, tentando cativá-lo com jogos de que ele gostasse, com exercícios
divertidos e por vezes deixando-os escolher jogos do seu agrado. Por vezes,
estas estratégias foram solucionando o problema em parte, tendo em conta
68
que ele passou a estar presente em algumas aulas e a participar, mas por
vezes perdia a motivação e queria sair. Nestas situações tentei convencê-lo a
ficar, permanecendo com ele na realização das tarefas e por vezes jogava ou
realizava exercícios em conjunto. Apesar deste esforço da minha parte,
existiram situações que não o consegui mesmo cativar e motivar para a aula,
chegando ao ponto de ele ficar sozinho a realizar um exercício e em alguns
casos cansava-se a chegava mesmo a parar.
Numa das aulas de EF, em frente a todos os colegas disse ao Patrício
que se ele participa-se ativamente em todas as aulas até ao final do 3º período
e se estive-se empenhado em realizar o que era pretendido pelo professor iria
receber uma bola de futebol. Ele gostou da ideia a concordou com o “contrato”.
Todos os colegas ouviram e reforçaram a ideia, em que ele não podia faltar a
nenhuma aula. Criando assim algum sentimento de responsabilidade pela sua
obrigação e em que os colegas iam chama-lo à atenção se ele pretende-se
faltar.
“ (...) No início da aula, vi que o Patrício vinha sem equipamento e desmotivado
para fazer a prática. Já tinha pensado nesta estratégia e hoje foi o dia de a por em
prática, disse ao Patrício que se ele fizesse todas as aulas até ao final deste
período com esforço lhe oferecia uma bola de futebol no final do ano letivo. Todos
os colegas ouviram para servir como prova e para o tentarem motivar para vir às
aulas, relembrando-o do prémio que pode ganhar. Depois disto, pedi à funcionária
um equipamento para ele poder fazer a aula. No segundo exercício fiquei a
trabalhar com o Patrício, e ele surpreendeu-me pela positiva ao empenhar-se,
tentando fazer o que lhe pedia. As suas limitações são muitas, mas se o for
estimulado e se o motivarem ele até faz algumas tarefas e trabalha. Vou continuar
a motivar o Patrício e tentar que ele fique sempre em grupos onde puxem por ele
e ele se sinta bem, já consegui entender com as entrevistas que ele se dá muito
bem com o Moreira, sendo assim, este aluno poderá ser uma boa ajuda para o
Patrício. Na última parte da aula, o Patrício ficou a jogar com a Margarida e não
houve nenhuma situação de conflito nem de rejeição, até pelo contrário. A
Margarida até o reagiu bem e jogou com ele sem preconceitos. (...)” (Reflexão da
Aula 83 e 84: voleibol, 09/052012)
69
“ (...) Tenho visto que a estratégia funcionou de certa forma, ele tem vindo sempre
equipado para as aulas, com alguma persistência minha ele vai realizando os
exercícios. Depois do aquecimento, eu fiquei com ele no exercício dos
deslocamentos e ele até estive dedicado e esforçou-se para conseguir executar o
que lhe era pedido, mas vejo que se for com algum colega que não seja
compreensivo e que o ajude ele facilmente abandona o exercício e vai para fora
do campo. No jogo, optei por colocá-lo no grupo do Moreira, uma vez que se dão
bem e ele gosta do Patrício. Mas mesmo assim, é complicado para jogarem com o
Patrício porque ele tem muitas limitações motoras, apesar de todo ele jogou algum
tempo e fez também a função de árbitro. (...) “ (Reflexão da Aula 86 e 87: voleibol,
16/05/2012)
Na última aula, o Patrício recebeu a bola que lhe tinha sido prometido,
este prémio foi merecido porque ele esforçou-se. Esforço este que deveria ter
sido ao longo de todo o ano, porque mostrou que mesmo com todas as suas
limitações é capaz de trabalhar. Mas acabou por ser maior a sua dedicação no
final do ano. Revelou grande necessidade de ser o professor de EF a ter de
motivar o aluno, havendo dedicação de ambos os lados os resultados são
visíveis.
“Desde o pacto que fiz com o Patrício, ele veio a todas aulas, sendo então
merecida a sua aula. Já no início me tinha perguntado se eu tinha a bola, mas
como ainda não lhe tinha dito se ele a ia receber deixei-o na expectativa para o
obrigar a trabalhar. Chegando ao fim, com toda a turma reunida entreguei-lhe a
merecida bola. O Patrício ficou muito contente e mostrou satisfação pelo seu
trabalho, quis que todos os colegas assinassem a bola para ficar com uma
recordação deles e também minha.
Este momento foi importante para eles, vi que ouve mais algum afeto naquele
momento entre todos e espero que para o ano continuem todos na mesma turma
e que cada vez o seu relacionamento entre todos seja melhor. (...) (Reflexão da
Aula 95 e 96: fitnessgram, 06/06/ 2012)
Outra estratégia utilizada foi recorrer aos colegas do Patrício que melhor
se relacionam com ele para o ajudarem em exercícios e o ajudarem a incluir-se
nos grupos de trabalho. Os seus colegas foram uma ótima ajuda, sendo uma
fonte de motivação para sua participação nas tarefas propostas pelo professor
nas aulas de EF. Chamavam-no para a aula nos momentos de maior
desmotivação, passaram também a convidá-lo para os seus grupos. O primeiro
desafio foi fazê-lo ir às aulas, que foi conseguido com a segunda estratégia.
Estando nas aulas o outro desafio era ajuda-lo a melhorar o seu
relacionamento com os colegas, que acabou por acontecer de forma muito
lenta.
70
Quando os colegas que melhor se relacionam com o Patrício
começaram o seu “trabalho de inclusão”, uma vez que os relacionamentos já
eram de amizade, ele conseguiu evoluir algumas habilidades motoras.
O Moreira era o melhor amigo do Patrício, foi por isso que os coloquei
várias vezes a trabalharem juntos, para que o Patrício pode-se ser ajudado
onde tinha mais dificuldades.
Esta estratégia funcionou de uma forma lenta, porque tive que mudar
várias vezes os colegas que estivaram a trabalhar com o Patrício para evitar
demasiada monotonia para eles. O Moreira foi um aluno bastante
compreensível e que o conseguiu ajudar. Tive que encontrar outros alunos que
também pudessem fazer este trabalho, com por exemplo o JP, que foi outro
aluno que compreendeu a situação e também o ajudou. Ouve então alguma
rotatividade entre os alunos que trabalharam mais de perto com o Patrício, mas
mesmo assim ainda tive que cativar mais a sua atenção.
No último período, depois de terem participado em mais atividades
juntos e depois de terem interagido mais tempo, passei a inserir os dois alunos
com NEE em grupos mais heterogéneos, tentei que eles aumentassem a sua
interação e ganhassem mais laços afetivos.
O Patrício teve uma evolução bastante melhor, comparado com o Jorge.
Será mais fácil para o Patrício conseguir inserir-se numa vida social ativa,
apesar de ter muitas limitações consegue ser mais sociável do que o Jorge,
criando um clima de afeto com os que se aproximam dele.
O balanço é positivo no que diz respeito à aplicação das estratégias,
apesar de os resultados poderem ter sido melhores. Mas uma vez que ouve
evolução, vejo que o trabalho foi gratificante e que eles aproveitaram.
Deveria ter ainda encontrado e aplicado mais estratégias para atrair o
Marcos às aulas e para o ajudar a melhorar o seu relacionamento
principalmente com o Jorge, mas quando uma aluno não quer aprender nem
quer conviver com um colega a tarefa é ainda mais difícil, havendo assim, um
grande trabalho nos anos seguintes, se estes dois alunos se voltarem a cruzar
na mesma turma.
71
Conclusão
72
Em relação ao Patrício, o caso foi bastante diferente e a sua evolução foi
bastante notória. Ele é um aluno que a nível cognitivo e coordenativo tem muito
mais limitações que o Jorge, mas em termos de relação entre pares o seu
problema é menor. É um aluno que se refugia dos colegas e que prefere ficar
no seu canto sem ninguém o incomodar.
Depois de perceber que seria bom para ele trabalhar com colegas de
que gosta mais, inseri-o em grupos com colegas mais sensatos e que o
percebiam melhor para o poderem ajudar. Mesmo assim, por vezes voltou a
não querer fazer a aula e a não vir equipado. Assim, propus-lhe uma
recompensa, em que ele só a recebia se fosse a todas as aulas até ao final do
ano letivo e se estivesse empenhado durante todos os exercícios. Ele aceitou e
todos os colegas testemunharam o pacto, sendo assim houve um maior
sentimento de obrigação por parte dele. Os colegas também foram uma boa
ajuda para ele, chegando mesmo a incentivá-lo quando ele pensava em
desistir.
E assim, a sua atitude melhorou. Ele passou a participar em todas as
aulas com uma atitude bem diferente. Demonstrou conseguir superar-se,
esforçando-se, passando a fazer as atividades que lhe eram propostas e a
estar mais divertido na aula, a falar mais com os colegas e sentindo-se mais
acolhido pelos colegas que o apoiaram. No final do ano, recebeu a recompensa
merecida e foi aplaudido pelos colegas que reconheceram o seu esforço e sua
dedicação.
As raparigas foram o primeiro passo para a inclusão do Jorge nas
atividades da aula
Para finalizar, fico contente por ver que consegui parte dos meus
objetivos, ao ver melhorias na atitude do Patrício nas aulas de EF e do ver mais
colegas a apoiá-lo e a ajudá-lo. Em relação ao Jorge, o caso não foi tão
positivo, mas espero que em num futuro próximo a sua atitude melhore e a sua
personalidade amadureça. Destaco também o facto de não ter conseguido
cativar mais a atitude do Marcos para as minhas aulas, e para o melhor
relacionamento com o Jorge, terminando assim o ano letivo com menos um
aluno. A tarefa de ensinar tem dois intervenientes, o professor e o aluno, e
73
como diz Silva & Mesquita (2012) “Os professores têm que ser ativos, mas os
alunos têm que querer aprender”. Sendo assim, quando um aluno não quer
aprender, todos os esforços que um professor faça podem não ser suficientes,
mas podem ajudá-los para que mais tarde pensem e atuem de forma diferente.
Sendo assim, este aluno tem necessidade da proximidade do professor
de EF nas aulas, e de uma constante chamada de atenção e de um
acampamento muito atento ao seu desempenho. Podendo também ser
utilizado um aluno mais competente para desempenhar este papel, mesmo
assim o professor tem de se manter atento para evitar que o aluno perca a
motivação.
Desta forma, o ambiente melhorou de certa forma, mas mesmo assim
alguns alunos ainda provocavam os colegas e ainda não os aceitavam com
facilidade nos seus grupos.
74
Bibliografia
75
Susan y Stainbck W. (2001). Aulas Inclusivas – Un nuevo modo de enfocar y
vivir el currículo. Segunda Edición, narcea - Madrid
76
4.1.6. Avaliação do Processo de Ensino Aprendizagem
77
Porque assim, consegui ter uma imagem da turma, de forma a poder formar
grupos mediante o nível de desempenho e adaptar a aula para cada grupo
chegando às necessidades de cada aluno. Não podemos esquecer que as
aulas de avaliação são aulas, apenas com um carater diferente, e que tem que
haver empenhamento motor, não havendo grande vantagens de dar notas a
todos os alunos na AI.
Na avaliação sumativa geralmente os exercícios eram idênticos aos da
AI, com algumas variantes diferentes e com algumas alterações se fosse
necessário. Os critérios eram sempre os mesmos. No que diz respeito à
recolha das notas, aqui sim, era mais rigoroso e todos os alunos tinham uma
nota em cada conteúdo de forma a poder diferenciar os melhores alunos. Para
poder manter um empenhamento motor elevado durante estas aulas, formei
grupos de trabalho para todos estarem a trabalhar e também estações, onde os
alunos estavam mais mecanizados para a prática e eu não tinham necessidade
de dar muita instrução, restando-me assim mais disponibilidade para observar
e avaliar. A reflexão sobre a avaliação servia muitas das vezes para adotar
novas estratégias e para corrigir alguns pormenores técnicos aos alunos.
Todos os dias recolhia notas para a avaliação continua, sobre dados
como assiduidade, empenho, comportamento e participação, numa ficha de
registos individuais diários. Esta avaliação ajudou-me a poder diferenciar
algumas notas de alguns alunos, em aspetos que por vezes os alunos pensam
não serem importantes e têm um valor significativo na nota final. Nesta
avaliação, pude também ter a função de formativa, onde também pode ver a
evolução dos alunos, ver o seu nível no dia-a-dia para poder estabelecer novas
metas e avaliar se o processo estava a ser bem desempenhado.
A avaliação teórica surgia em algumas aulas, onde realizava algumas
questões sobre curiosidades desportivas, regras e aspetos técnicos e colocava
as notas na ficha de registos diários. Os relatórios feitas nas aulas que os
alunos não realizavam a prática era também alvo de nota. Bem com no final de
cada período realizava um teste teórico sobre as modalidades lecionadas.
No final de cada período recolhia a autoavaliação dos alunos,
procurando perceber se as minhas notas estavam a ir ao encontro do esperado
78
pelos alunos, também era útil para perceber até que ponto os alunos têm a
noção das suas potencialidades e do trabalho que desempenharam.
79
4.2. Área 2 e 3 - Participação na Escola e Relações com a
Comunidade
Nestas duas áreas estão presentes todas as atividades não letivas que
foram realizadas por mim ao longo do ano letivo, com o objetivo de integrar o
estudante estagiária na comunidade escolar.
O primeiro contacto com a escola foi da responsabilidade do professor
Fernando Vaz, que nos recebeu antes das atividades letivas terem dado início
e que nos fez uma visita à escola para nos podermos inteirar do espaço que
iria estar à nossa disponibilidade. Desde o início do ano letivo que fomos bem
recebidos pelos professores e pelos funcionários da escola, havendo um bom
clima de hospitalidade com a nossa chegada, sentindo que estavam ali
pessoas que nos queriam ajudar e que nos queriam ensinar. A minha
integração com os vários elementos da comunidade escolar foi lenta mas
tranquila, mantendo alguma distância entre os alunos desde o primeiro dia de
aulas para os poder conhecer aos poucos. Mas com o passar do tempo passei
a ter uma boa relação com os alunos, não só com os da turma que estava
responsável bem como das turmas dos meus colegas e muitos outros dos
quais nem demos aulas. Em relação aos professores, foi mais fácil manter um
bom relacionamento com o grupo de EF uma vez que a proximidade era maior
e o contato com eles foi mais frequente. Mas também houve um bom
relacionamento com alguns professores de outras disciplinas.
O contacto com a comunidade não foi tão vincado, pelo facto de ter havido
algumas dificuldades na realização de atividades extracurriculares e com a
participação dos pais e familiares dos alunos dois alunos. Apesar destas
dificuldades, conseguimos organizar uma atividade na qual conseguimos levar
à escola algumas pessoas da comunidade para uma ação de formação onde
se proporcionou algum tempo para convívio e algum tempo para debate.
Também ouve a presença de alguns pais e familiares numa atividade
extraescolar, na qual foram assistir a um torneio de futebol onde podemos
proporcionar alguns momentos diálogo entre com professores.
80
Durante o decorrer do ano letivo, o grupo de estágio esteve envolvido em
várias atividades escolares com o objetivo de nos integrar dentro da
comunidade escolar bem como reforçar o papel do professor de EF na escola e
na comunidade local. Seguidamente apresento uma breve reflexão das
atividades que o grupo de estágio esteve envolvido.
81
natalícias preparadas pelos outros professores, entre peças de teatro e outras
atividades. Não havia espaço para juntar todos os alunos num só local, o que
seria mais vantajoso para nós. Outro problema foi a divulgação, nós colocamos
uma tela à entrada da escola e cartazes com toda a informação pela escola,
mas mesmo assim não foi suficiente. Nos dias anteriores à atividade,
poderíamos ter estado durante os intervalos com algumas consolas ligadas no
átrio do polivalente e deixar que os alunos jogassem e ali podíamos angariar
mais inscrições.
O jogo da dança foi o maior sucesso, professores e alunos imitaram a
coreografia do jogo e dos jogadores. No final da atividade foi a única consolo a
funcionar e a maioria dos alunos a dançar. Esta atividade foi interessante para
nós como grupo de estágio nos darmos a conhecer à comunidade escolar, bem
como conhecermos mais alunos e mais professores. São estas atividades que
nos ajudam a melhorar o relacionamento com os nossos colegas, que nos vão
poder ajudar durante o ano, uma vez que somos novos na escola e temos um
ano letivo que tem de ser aproveitado para aprender o máximo possível.
82
responsabilidade de um colega nosso de trabalho. No dia da atividade
começamos por marcar o percurso que os alunos tinham quem percorrer com
fita sinalizadora, e também cortar os locais que pudessem ser possíveis de
cortar caminho. Em seguida fomos para a meta, onde estivemos a dar
pulseiras aos alunos que passavam por lá, de forma e podermos controlar o
número de voltas que cada aluno tinha dado e sabermos quando terminavam a
prova. Nesta parte houve algumas falhas que podem ser melhoradas nos
próximos anos. Das quais, destaco o facto de não ter havido um perfeito
entendimento no que diz respeito à entrega das pulseiras, porque houve muita
confusão na entrega quando vinham muitos alunos juntos e depois na chegada
à mesa das classificações para a confirmação do numero de voltas. Não se
esclareceu perfeitamente o número de pulseiras que tínhamos que entregar,
nós no início optamos por não dar pulseiras na primeira meia volta, porque os
alunos vinham muito juntos e tornava-se muito difícil entregar pulseiras a todos
os alunos, mesmo com a ajuda de alguns alunos que não participaram. Depois
na chegada ouve alunos que não recolheram todas a pulseiras e gerou-se
alguma confusão nas classificações.
Outro problema que refiro foi a má aproveitação do espaço da escola, o
percurso já estava estipulado pelos professores da escola e já se realizava
assim há alguns anos. Mas foi mal aproveitado porque os alunos tiveram que
dar muitas voltas e torna-se mais monótono, em vez de se criar um percurso
com maior distancia e de forma a derem menos voltas. Também era melhor
para dispersar mais os alunos e assim não passavam tão juntos na meta.
Apesar de algumas complicações, a adesão foi boa e houve muitos
alunos a participar, pelo que dizem os professores da escola, participaram mais
alunos que no ano passado, o que é muito bom. No final da prova, os nossos
colegas afixaram as classificações no placar para os alunos poderem verificar.
Sendo selecionados os melhores alunos para a fase interescolar que se
realizou no parque da cidade de Paredes.
83
4.2.3. “Corta Mato Inter-escolas” – Parque da Cidade de Paredes
84
por terem que fiar a estudar para um teste, o Marques deu preferência ao
corta-mato e deixou o estudo de lado para representar a turma. Ouve bastantes
alunos das outras turmas e dos vários escalões a representar a escola da
sobreira.
A localização da prova foi muito bem escolhida, uma vez que o parque
da cidade tem ótimos acessos e é de fácil localização, tem também vários
locais para estacionamento, para as escolas deixarem os seus autocarros. O
pequeno problema foi para o público, que teve que passar por dentro da pista
para poder ter uma visão panorâmica da prova.
O esforço dos alunos foi bem visível e os resultados foram bem
satisfatórios, deixando a escola num ótimo lugar na geral.
Infantis masculinos, (2º Lugar);
Infantis femininos, (2º Lugar);
Iniciados masculinos, (1º e 2º Lugar);
Juvenis masculinos, (2º e 3º Lugar);
Juvenis femininos, (2º Lugar).
No final da prova, ouve uma confusão entre um aluno da escola da
Sobre e outro aluno, em que trocaram as classificações e um dos alunos foi ao
pódio de forma inválida. O professor cooperante reparou nessa falha por parta
da organização e chamou á atenção, resolveram a situação e a medalha será
enviada para a escola. Para finalizar o evento, Cândido Barbosa, vereador
responsável pelo Pelouro do Desporto, fez a distribuição dos prémios pelos
vencedores de cada escalão.
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4.2.4. “Corta-Mato Escolar” 2012- CLDE de Tâmega (Lousada)
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dedicados ficam com a vontade de melhorar as suas marcas e de treinaram
para conseguiram alcançar os seus objetivos.
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somando uma distância de 1,6 km até aos juvenis com 23 pontos e uma
distância de 2,7 km. Também havia mais três percursos classificados por fácil,
medio e difícil que eram para os alunos mais experientes e para os alunos que
são federados e que têm um nível muito mais avançado.
Aproximando-se a hora do primeiro aluno da nossa escola iniciar a
prova, dirigimo-nos para o local da partida, onde estava uma pessoa da
organização a fazer a chamada. A chamada é feita ao minuto, chamavam um
determinado número de atletas para marcar a presença e passavam uma
barreira onde tinham que limpar o chip nuns aparelhos como os que estavam
colocadas nas balizas. Depois de terem as chips sem pontos marcados, ou
seja vazios, iniciavam a partida, recebendo o seu mapa e colocando o chip no
aparelha star que aciona um relógio digital e que vai contar o tempo. Em cada
ponto de controlo tem uma baliza branca e laranja para ser bem visível, e tem
um aparelho eletrónico para colocar o chip e registar a passagem, sendo
desqualificado se a ordem não for cumprida.
Como um aluno faltou, o professor Fernando disse-me para eu fazer a
prova, assim podia ver o percurso, conhecer o terreno e poder ajudar alguns
alunos que tivessem mais dificuldade. Também tive que passar pelos mesmos
procedimentos dos restantes atletas, fiz um mapa do escalão juvenil, com um
total de 23 pontos em dois percursos de 2,7 km. Apenas podia utilizar uma
bússola e o mapa.
Dada a minha partida iniciei a prova a um ritmo baixo, visto que a
experiencia em provas de orientação não era muita e também não queria correr
o risco de perder muito tempo nos primeiros pontos.
Demorei um tempo significativo a encontrar os primeiros pontos, porque
não conhecia o terreno e estava a correr com mais calma para não me desviar
do percurso. Pelo meio de percurso andei vários minutos á procura de um
ponto, onde perdi muito tempo por me ter precipitado na escolha da direção,
acabando por o encontrar. Mais para a frente encontrei dois alunos da escola
da Sobreira com um mapa igual ao meu, eles também estavam com algumas
dificuldades. Sendo assim, decidi juntar-me a eles visto que estavam com
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várias dificuldades. Continuamos a procurar alguns pontos juntos e acabamos
por nos separar.
Depois de 1 hora e 22 minutos terminei a prova em 27º lugar, o tempo
não foi bom, mas o mais importante foi que não errei nenhum ponto e conclui a
prova. O final da provai foi com outro aparelho que parava o relógio eletrónico e
em seguida havia um outro que estava ligado ao computador e saiu logo um
papel com o tempo total de prova, tempo entre pontos e se tinha errado algum
ponto. Aqui a tecnologia ajuda e muito na tarefa que não seria tão fácil se fosse
com os antigos cartões de picotados.
A participação nesta prova foi muito positiva para mim, deu para
conhecer as formalidades que é necessário cumprir antes da prova e qual a
sua orgânica. É uma prova que dá algum trabalha antes da prova, para
distribuir as balizas, para marcar os mapas e tudo isso, mas no dia da prova
torna-se tudo muito fácil com a ajuda da tecnologia que facilita muito. E deu
também para sentir a adrenalina da andar a correr à procura dos pontos, sentir
as dificuldades que os alunos sentiram, poder ajudar alguns e ganhar mais
alguma experiencia que me será útil quando tiver que lecionar orientação.
Depois de eu finalizar a prova ainda havia alguns alunos que tinham
partido depois de mim que ainda não tinham chagado, tivemos que esperar
algum tempo enquanto recuperávamos energia com um lanche oferecido pela
escola. Balança da prova, tivemos um aluno que conseguiu o primeiro lugar no
escalão juvenil masculino, e um quarto lugar categoria difícil. Bem com outros
lugares fora do pódio dentro dos dez primeiros, tanto em escalões masculinos
como femininos.
Quando todos terminaram, arrumámos o material e os equipamentos e
voltamos ao autocarro para realizar o percurso de regresso à escola.
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4.2.6.Prova de Orientação, Cabroelo – Penafiel
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muito cativante para os alunos terem contacto com a natureza, e por vezes
conhecer locais anteriormente desconhecidos. É bom realizar uma prova ao ar
livre, respirar ar pura e para muitos alunos sair da poluição e do stress das
grandes cidades, sendo assim um desporto em evolução e com cada vez mais
adeptos.
Desta vez fiz uma prova mais curta e com menos pontos, tornou-se mais
fácil para mim, por ser uma distância de apenas 2,2 km, sendo muito menor
que na última prova. O terreno da prova era muito acidentado e com muitas
rochas, desta forma tornava-se mais difícil encontrar pontos de controlo. Sendo
assim, optei por usar maioritariamente o azimute para encontrar a direção a
percorrer, e mais próximo dos pontos ai sim, tive que procurar pontos
relevantes no terreno para chegar ao pontos.
Chegando ao final da prova, fiquei contente por ter todos os pontos
corretos, mesmo tendo um mau tempo, uma vez que não sou praticante desta
modalidade já é bom para mim concluir a prova passando por todos os pontos
na ordem que é pretendida.
Não houve alunos da Escola da Sobreira no pódio, mas o importante é
participar, é o gosto que os alunos têm pela prática da modalidade e também o
convívio com alunos de outras escolas e de outros clubes. É uma atividade
interessante para os alunos e que os ajuda e melhorarem as suas capacidades
físicas e a atitude de superação na sua vida também é autovalorizada, visto ser
um prova individual que exige a superação de várias etapas no seu percurso,
tendo que encontrar soluções para os seus desafias que são os percursos a
percorrer e encontrar todos os pontos.
Quanto todos terminaram a sua prova e arrumaram os seus
equipamentos regressamos à nossa escola juntamente com os alunos das
outras escolas.
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4.2.7. Viagem ao Parque Aquático de Amarante: “Mérito
Desportivo”
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O núcleo de estágio foi o responsável pela organização do evento,
sendo este organizado com objetivo criar uma ação onde a maior variedade de
representantes dos clubes da zona (treinadores, diretores, coordenadores ou
mesmo jogadores) pudesse ouvir as opiniões de 3 pessoas com experiência na
Futebol na Formação. A prioridade passava por se debater aspetos do treino
da formação, de forma a sensibilizar alguns treinadores de forma a adequarem
os seus treinos aos horários dos alunos, de forma a não prejudicar o seu
desempenho na escola. Mais concretamente em relação ao treino,
pretendíamos também sensibilizar os treinadores para as questões da duração
dos treinos e das cargas que por vezes são excessivas. O excesso de tempo
de treino e de cargas excessivas podem originar problemas na saúde dos
atletas e também a sua prestação nas aulas de EF vai ser bastante inferior ao
pretendido pelos professores.
Foi visível o interesse dos presentes ao longo da intervenção dos vários
oradores e o momento de debate foi sem dúvida muito rico. Surgindo questões
muito interessantes desde aspetos técnicos como situações inesperadas do
dia-a-dia do treino.
Optamos por fazer uma pausa para se tomar um café o poder haver
algum diálogo menos formar com os intervenientes na palestra bem com os
vários responsáveis dos clubes até os jogadores e os professores.
Para finalizar, na opinião do núcleo de estágio o evento teve um
tremendo êxito, porque os presentes encheram a biblioteca (mais de 50
pessoas) e todos eles estavam ligados ao Futebol de Formação. Esperamos
que com esta ação tenhamos sido capazes de aumentar o conhecimento de
alguns deles, tendo nalguns casos iniciado um processo que pode vir a ser de
mudança nos clubes que pode vir a trazer proveitos a nível desportivos,
escolares e sociais. Havendo maior sensibilidade por parte das equipas
técnicas em termos realização do treino, não cometendo excessos e pensando
que os atletas não são maquinas, mas sim seres humanos como todos os
outros, e os quais têm que ter os seus tempos para tudo.
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4.2.9. “Taça Coca-Cola”
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seleção de 16 jogadores que irá representar a seleção portuguesa da taça
Coca-Cola num jogo contra a seleção espanhola.
Durante os nossos jogos, um grupo de jogadores da nossa equipa
evidenciou-se e por isso os olheiros vieram-me pedir informações acerca deles,
falo do Vasco Vidinha, do Márcio, do Miguel e do Ramiro. Pode ser uma
oportunidade para estes alunos, havendo assim algum interesse por parte dos
clubes maiores, é uma vantagem deste tipo de competições.
Durante todo o dia de houve uma ótimo clima de convívio e muita
animação. Para recordação, todos os participantes puderam trazer o
equipamento oferecido pela Coca-Cola.
Mais propriamente as atividades direcionadas às relações com a
comunidade, o nosso núcleo de estágio organizou a Ação de formação Futebol
na Formação e a Taça Coca-Cola.
A ação de formação foi organizada completamente para a comunidade
envolvente à escola, mais propriamente para treinadores, atletas e alunos da
região. De uma forma geral, este público foi informado esteve presente, sendo
assim ouve um bom cruzamento de ideias, de partilha de conhecimentos e
conseguimos proporcionar algum convívio os vários intervenientes. Sabemos
que esta ação de formação não cativou todo o tipo de população envolvente à
escola, visto ser um tema muito especifico e que não é de agrado a todos. Mas
o nosso objetivo foi bem claro e o que nós pretendíamos era tentar resolver
alguns problemas existentes nos clubes locais, que por vezes estão a perturbar
os alunos, levando alguns deles a perderem interesse e resultados na escola.
Nesta ação, poderíamos ter dedicado mais algum tempo para convívio e
também poderíamos ter deixado uma parte para ser mais prática, criando um
ambiente menos formar de forma a melhorar as relações e a criar mais diálogo
e mais confraternização.
Ainda no seguimento da ação de formação, uma vez que o público desta
foi maioritariamente homens interessados pelo futebol, poderíamos ter
realizado uma outra ação de formação mais direcionada para o público
feminino.
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4.3. Área 4 - Desenvolvimento Profissional
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trabalho estivesse bem estruturado, reduzindo alguns problemas que já seriam
esperados. Foi um desafio ter uma turma com alunos numa idade complicada,
como é a idade da puberdade, idade característica de indisciplina e
irreverência. Desta forma tive que fazer um esforço para contornar estas
tendências no desenrolar das aulas.
As reuniões na faculdade com o professor orientador foram também
outro instrumento para o melhor desenvolvimento profissional. Nestas reuniões,
o professor orientador teve um papel muito importante na organização do EE,
estando mais próximo no que diz respeito a toda a documentação teórica e
também toda a documentação direcionada para a prática. Desta informação, foi
criteriosa a sua informação relativamente a questões da didática, mais
propriamente na construção de planos de aula, numa correta organização de
exercícios e dos seus objetivos específicos. Também em todo o planeamento,
desde o planeamento aula, da realização das unidades temáticas para todas as
modalidades e no final sobre como deveriam ser as nossas reflexões. O
portfólio foi a ferramenta mais utilizada para fazer a ligação entre o estagiário e
o professor orientador. Sendo este o local onde foram colocados os planos de
aulas, as reflexões e todos os documentos de planeamento entre outros
documentos importantes. Esta ferramenta foi muito útil, uma vez que levava o
EE a ter toda a sua documentação atualizada. Tanto o professor orientador
como o cooperante podiam acompanhar o processo, sem barreiras em relação
à distância, intervindo online sempre que era necessário.
As seções da unidade curricular de Tópicos foram também uma mais-
valia para o desenvolvimento do EE. Durante estas sessões foram tratados
vários assuntos pertinentes para o bom decorrer do EP. Durante todo o ano
estas sessões serviram para aprender mais sobre assuntos relacionados como
a prática. Questões estas relacionadas com algumas metodologias de ensino
que foram evoluindo durante a nossa formação, como por exemplo questões
ligados ao ensino da natação.
Houve também algumas sessões teórico-práticas na faculdade, onde
pude aprender algumas modalidades alternativas e a construção de alguns
materiais alternativos. Uma das sessões foi sobre materiais autoconstruídos,
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materiais estes que podem ser construídos pelos alunos nas aulas ou então
pelo professor para enriquecer as modalidades. Estes materiais geralmente
são reutilizados e existem em casa, como cartão e sacos de plástico. Aprendi a
construir raquetes de badminton com cartão e volantes com sacos de plástico,
podendo experimentar estes em situação de jogo. Uma das modalidades que
também pode ser abordada nas aulas é o basebol, sendo fácil construir bolas e
tacos com jornais. Esta modalidade é interessante para ser utilizada em
exercícios de ativação geral e em outras situações de aula, proporcionando
experiências diferentes aos alunos.
O EP foi o melhor momento para desenvolver competências
profissionais e para aprender uma profissão que terei no meu futuro. Foi neste
contexto que vivenciei uma experiencia muito enriquecedora para a minha
formação, ficando a conhecer todas as tarefas que um professor é responsável.
Estando mais preparado para um futuro que se avizinha.
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5. Conclusão e Perspetivas Futuras
5. Conclusão e Perspetivas Futuras
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A possibilidade que me foi atribuída este ano, de desempenhar o papel
de docente numa escola pública, foi para mim uma responsabilidade muito
grande. Visto que as minhas decisões vão desencadear diversas reações nos
alunos, desta forma tive de ponderar várias vezes antes de reagir, para evitar
más reações dos alunos. Sem esta experiência, não teria sentido iniciar uma
vida profissional num mundo de trabalho cada vez mais difícil e competitivo.
Sem passar pela realidade da escola, seria muito mais difícil conseguir
desempenhar a função de docente. Foi no EP que tive a possibilidade de
perceber quais as funções que um professor tem de desempenhar no seu dia-
a-dia, tive a possibilidade de compreender qual a dinâmica que deve ser
aplicada nas várias aulas, pude perceber como são as reuniões que os
professores têm de participar e muitas outras legalidades relacionadas com o
ensino.
Este percurso forneceu-me uma bagagem de um sem número de
vivências, de estratégias, de conhecimentos práticos que me vão ajudar no
futuro. Futuro este que será difícil, tendo em conta a situação política do nosso
país e o estado do ensino. Uma vez que a quantidade de professores no
desemprego é cada vez maior, e todos os anos são formados novos
profissionais que não têm lugar no ensino nacional. Desta forma, será muito
difícil conseguir lecionar nos próximos anos numa escola básica ou secundária,
uma vez que não possuo tempo de serviço de lecionação. Ficando assim,
restrito a lecionar no primeiro ciclo de ensino. Mas mesmo com todas estas
dificuldades, sei que vou ter de fazer um esforço durante os próximos anos,
para conseguir voltar a desempenhar a função de docente numa escola básica
ou secundária. Na minha opinião, os responsáveis pela gestão dos cursos e
das vagas devem fazer a ligação com o Ministério da Educação, formando
assim mais profissionais mediante as necessidades do país.
Refletindo sobre todo o meu percurso durante este ciclo de estudo, sei
que apendi muito e que levo comigo muita informação útil para o mundo do
trabalho. Mas sei também que a formação de um professor tem de ser contínua
e terei continuar e atualizar conhecimentos.
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Relativamente ao EP, consegui superar muitas das minhas dificuldades,
mas sei que nos próximos anos terei de ter uma atitude mais líder durante as
minhas aulas. Tendo sido este o maior problema que me defrontei, desde o
início do ano letivo, revelando dificuldades no controlo da turma. Desta forma,
quando voltar a lecionar, terei de marcar a minha postura de uma forma mais
vincada, ganhando o controlo da turma nos primeiros dias
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6. Referências Bibliográficas
6. Referências Bibliográficas
Graça, A. & I. Mesquita (2006). Ensino do Desporto. In G.. Tani, J.O. Bento, &
R.D. S. Petersen (Eds). Pedagogia do Desporto. Rio de Janeiro: Guanabara
koogan.
106
Matos, Z. (2011). Regulamento do segundo ciclo de estudos conducente ao
grau de mestre em ensino de educação física nos ensinos básico e secundário:
Porto: Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
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