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Acadêmica: Joslaine Redivo

Exercício 6º período

1) Firmado contrato entre as partes, o contratado restou obrigado a construir


uma casa para o contratante, contudo, expirado o prazo combinado este
não cumpriu a obrigação. Ajuizada a ação, o juiz assinalou prazo ao
devedor para fazer, todavia, este não o fez. Assim, o credor requereu que a
obrigação fosse feita por terceiro, momento em que o Juiz deferiu o pleito.
Cumprida a obrigação pelo terceiro, esta saiu em desconformidade com o
pactuado. Inquire-se:
a) As despesas para o cumprimento da obrigação pelo terceiro devem ser
adiantadas pelo Executado ou pelo credor?
R: Pelo Exequente (Credor), conforme o Art. 817, P.U. do CPC/15 - O
parágrafo único do artigo 817, CPC/2015, prevê que, diante da aprovação da
proposta de substituição pelo juízo, o exequente poderá adiantar as quantias
previstas, sem prejuízo de posterior ressarcimento ou danos morais. Conforme o
Livro de Misael – O exequente adianta as quantias previstas na proposta,
viabilizando a execução das obras e dos serviços necessários à prestação do fato,
quantias que deverão ser posteriormente reembolsadas pelo executado.
b) Considerando que a obrigação realizada pelo terceiro não saiu a
contento, como deve agir então o credor?
R: O Exequente (Credor), conforme o Art. 819, do CPC/15 - Trata, dessa forma,
das hipóteses em que o cumprimento da obrigação por terceiro no processo de
execução: Não seja realizado no prazo estipulado; seja incompleto; ou
defeituoso. Nesses casos, então, o exequente poderá requerer ao juiz prazo de 15
dias para concluir ou reparar a prestação à custa do contratante. É imprescindível
observar que o prazo de 15 dias do artigo 819, NCPC, não anula o prazo de 10
dias do artigo 818, Novo CPC. Portanto, as partes deverão ser ouvidas em até 10
dias. Mas será ressalvado o direito do art. 819, Novo CPC, por até 15 dias.
Conforme o Livro de Misael – Se o terceiro contratado não realizar a prestação
no prazo fixado pelo magistrado, ou se realizá-la de modo incompleto ou
defeituoso, o exequente poderá requerer autorização ao juiz para concluí-la ou
repará-la, à custa do executado.

2) Em determinada obrigação de não fazer, o devedor restou citado para


desfazer o ato, contudo, restou omisso, deixando o prazo transcorrer sem
cumprir a obrigação.
a) Em vista do exposto, processualmente, o que pode fazer o credor?
R: O Exequente (Credor) requererá ao juiz que assine prazo ao executado para
desfazê-lo. Contudo uma vez praticado o ato, cuja abstenção se obrigou o
executado, poderá o exequente requerer judicialmente que o ato seja desfeito
pelo executado, ou seja, o título seja omisso deve o magistrado fixar o prazo,
conforme o Art. 822, CPC/15.

3) Determinado devedor restou citado para no prazo legal pagar a dívida. No


referido prazo, no lugar de opor embargos, requereu o parcelamento da
dívida em 15 parcelas. Quando estava na 5ª parcela, este atrasou o
pagamento, deixando de pagar esta e a 6ª parcela.
a) Neste caso, em vista do atraso, o que pode fazer o credor?
R: O não pagamento das parcelas deferidas pelo juiz já implica a automática
antecipação do vencimento das demais, a aplicação de multa de 10% sobre o
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valor das prestações não pagas e o reinício dos atos executivos. Art. 916, §5º, I e
II, do CPC/15.
b) O devedor, em vista do atraso, desejar então embargar a execução.
Admite-se ou não está nova chance?
R: Não admite-se. Apresentado o requerimento, não é mais possível opor os
embargos, em decorrência a preclusão. Embora o Executado (Devedor) não
possa opor embargos, em decorrência da preclusão, pode propor ação
declaratória de nulidade do título, pelo fato de a preclusão só produzir efeitos
endoprocessuais.

4) Certo devedor teve todas suas contas penhoradas, pelo sistema BACEN
JUD. Tão logo teve ciência de tais restrições, compareceu em Juízo e pagou
a conta, todavia, suas contas correntes continuam não apenas com a
restrição, mais com os valores apreendidos. Neste caso, como deve agir o
magistrado para que ocorra a liberação de tais contas? Existe algum
procedimento?
R: Para que ocorra a liberação das contas do Executado (Devedor), o magistrado
deve determinar o desbloqueio através uma ordem judicial pelo site do BACEN
JUD O desbloqueio é uma determinação subsequente à ordem inicial que gerou
constrição de valores em uma ou mais instituições participantes. Por essa razão,
a sua formalização se dá na própria tela da ordem de bloqueio respondida, sem
criar novo número de protocolo. Para ter maiores detalhes como fazer o
procedimento acesse o Site do BACEN JUD 2.0:
https://www.bcb.gov.br/content/acessoinformacao/Documents/bacenjud/manual
basico.pdf

5) Interposta a execução o devedor restou citado na data de 03.10.19 sendo


que neste mesmo dia o mandado restou juntado aos autos. Ele deseja
embargar, contudo, duas questões lhe afligem:
a) Qual o prazo que tem para embargar e quando este finda?
R: Tem o Prazo de 15 (quinze) dias, conforme o Art. 915, CPC/15, Finda no dia
17/10/19.
b) O devedor não possui qualquer bem para oferecer em penhora com o
fim de garantir o juízo e então, poderia ele embargar?
R: O Executado (Devedor) independentemente de penhora, depósito ou caução,
poderá se opor à execução por meio de embargos. Art. 914, Caput, CPC/14.
Contudo, é importante observar que até 2006, o Art. 737, CPC/1973, dispunha
ser necessária a garantia do juízo para a admissão dos embargos à execução.
Com a publicação da Lei 11.382/2006, revogou-se o Art. 737, CPC/1973, e
alterou-se a redação do art. 736 para equivalente ao caput do art. 914, Novo
CPC. Segundo algumas doutrinas, os embargos tem natureza jurídica de ação.

6) Ainda em relação à questão acima, o devedor foi citado por carta


precatória e neste sentir tem dúvidas em relação à competência do Juízo
para interpor seus embargos, ou seja, não sabe se deve interpor perante o
Juízo deprecado ou perante o Juízo deprecante, havendo duvidas ainda
sobre quem deve julga-los.
R: Na execução por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecante ou
no juízo deprecado, mas a competência para julgá-los é do juízo deprecante,
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salvo se versarem unicamente sobre vícios ou defeitos da penhora, da avaliação


ou da alienação dos bens efetuadas no juízo deprecado, Art. 914, §2º, CPC/15.
Nas execuções por carta precatória, a citação do executado será imediatamente
comunicada pelo juiz deprecado ao juiz deprecante, inclusive por meios
eletrônicos, contando-se o prazo da juntada, na carta, da certificação da citação,
quando versarem unicamente sobre vícios ou defeitos da penhora, da avaliação
ou da alienação dos bens. Com a referida regra, o executado deve ficar atento,
porque, uma vez citado no juízo deprecado, o termo a quo dos embargos não
será da juntada no juízo deprecante do mandado de citação devidamente
cumprido, mas apenas da comunicação do juízo deprecado ao juízo deprecante,
inclusive por meios eletrônicos, da realização da citação do executado Conforme
a Doutrina de Misael.
“Na execução por carta, os embargos do devedor serão decididos no juízo
deprecante, salvo se versarem unicamente vícios ou defeitos da penhora,
avaliação ou alienação dos bens”. Súmula nº 46 do STJ.

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