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Secretaria Municipal de Saúde do Município de Boa Vista –

Roraima

SEMUSA
Técnico de Enfermagem
ÍNDICE

LEGISLAÇÕES DO SUS

Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Lei Federal nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Decreto n. 7508, de 28 de
junho de 2011 que regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema
Único de Saúde – SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras provi-
dências ............................................................................................................................................................................................................................................. 01
Documento de Referência do Programa Nacional de Segurança do Paciente, HumanizaSUS: Documento base para ges-
tores e trabalhadores do SUS, Marco para Ação em Educação Interprofissional e Prática Colaborativa................................................ 16
Atenção Primária à Saúde e Saúde Coletiva: Estratégia Saúde da Família: organização e prática. Vigilância epidemiológica 18
Sistemas de informação em saúde ....................................................................................................................................................................................... 29
Carta dos direitos e deveres do paciente ........................................................................................................................................................................... 36
Política Nacional de Educação Permanente. COAPES, acompanhar estágio prático de alunos dos cursos de graduação,
residência e especialização em unidades hospitalares e ou ambulatoriais, participar das de ensino, pesquisa e extensão ............ 39
ações que, por força do disposto no artigo anterior, se
destinam a garantir às pessoas e à coletividade condi-
ções de bem-estar físico, mental e social.
LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE
1990. LEI FEDERAL Nº 8.142, DE 28 DE
SAÚDE = direito de todos e dever do Estado – o
DEZEMBRO DE 1990. DECRETO N. 7508,
acesso é universal e igualitário – tem um aspecto
DE 28 DE JUNHO DE 2011 QUE REGU-
preventivo consistente em redução de riscos – não
LAMENTA A LEI Nº 8.080, DE 19 DE SE-
se opera de forma isolada, envolvendo o acesso aos
TEMBRO DE 1990, PARA DISPOR SOBRE A
diversos serviços sociais.
ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE
SAÚDE – SUS, O PLANEJAMENTO DA TÍTULO II
SAÚDE, A ASSISTÊNCIA À SAÚDE E A DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA, E DÁ DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, pres-
tados por órgãos e instituições públicas federais, esta-
duais e municipais, da Administração direta e indireta
LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990.
e das fundações mantidas pelo Poder Público, consti-
tui o Sistema Único de Saúde (SUS).
Dispõe sobre as condições para a promoção, prote-
§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as ins-
ção e recuperação da saúde, a organização e o funciona-
tituições públicas federais, estaduais e municipais de
mento dos serviços correspondentes e dá outras provi-
controle de qualidade, pesquisa e produção de insu-
dências.
mos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderi-
O papel da Lei nº 8.080/1990 é regular o direito à
vados, e de equipamentos para saúde.
saúde, constitucionalmente garantindo, prevendo a or-
§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema
ganização e o funcionamento do Sistema Único de Saú-
Único de Saúde (SUS), em caráter complementar.
de – SUS.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con-
SUS = Formado por instituições públicas (administra-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
ção direta e indireta) das três esferas de federação.
Iniciativa privada – caráter complementar – atua na
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
falta de instituição pública com capacidade para atender
demanda total, mediante convênios.
Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional,
as ações e serviços de saúde, executados isolada ou CAPÍTULO I
conjuntamente, em caráter permanente ou eventual,
Dos Objetivos e Atribuições
por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou
privado. Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:
I - a identificação e divulgação dos fatores condicio-
TÍTULO I
nantes e determinantes da saúde;
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS II - a formulação de política de saúde destinada a pro-
mover, nos campos econômico e social, a observância
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser hu-
do disposto no § 1º do art. 2º desta lei;
mano, devendo o Estado prover as condições indispen-
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações
sáveis ao seu pleno exercício.
de promoção, proteção e recuperação da saúde, com
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste
a realização integrada das ações assistenciais e das
na formulação e execução de políticas econômicas e
atividades preventivas.
sociais que visem à redução de riscos de doenças e Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do
de outros agravos e no estabelecimento de condições Sistema Único de Saúde (SUS):
que assegurem acesso universal e igualitário às ações I - a execução de ações:
e aos serviços para a sua promoção, proteção e recu- a) de vigilância sanitária;
peração. b) de vigilância epidemiológica;
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da c) de saúde do trabalhador; e
família, das empresas e da sociedade. d) de assistência terapêutica integral, inclusive farma-
Art. 3o Os níveis de saúde expressam a organização cêutica;
LEGISLAÇÕES DO SUS

social e econômica do País, tendo a saúde como deter- II - a participação na formulação da política e na exe-
minantes e condicionantes, entre outros, a alimenta- cução de ações de saneamento básico;
ção, a moradia, o saneamento básico, o meio ambien- III - a ordenação da formação de recursos humanos
te, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, na área de saúde;
o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
essenciais. V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as compreendido o do trabalho;
VI - a formulação da política de medicamentos, equipa- VI - participação na normatização, fiscalização e con-
mentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse trole dos serviços de saúde do trabalhador nas institui-
para a saúde e a participação na sua produção; ções e empresas públicas e privadas;
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças
substâncias de interesse para a saúde; originadas no processo de trabalho, tendo na sua ela-
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e boração a colaboração das entidades sindicais; e
bebidas para consumo humano; VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de re-
IX - a participação no controle e na fiscalização da pro- querer ao órgão competente a interdição de máquina,
dução, transporte, guarda e utilização de substâncias e de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho,
quando houver exposição a risco iminente para a vida
produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
ou saúde dos trabalhadores.
X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvol-
vimento científico e tecnológico; O destaque vai para o fato de que as ações do SUS
não se resumem à cura e à prevenção de doenças, se
XI - a formulação e execução da política de sangue e
estendendo a diversas áreas que impactam direta e
seus derivados.
§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto indiretamente na saúde individual e coletiva.
de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos
CAPÍTULO II
à saúde e de intervir nos problemas sanitários decor-
rentes do meio ambiente, da produção e circulação de Dos Princípios e Diretrizes
bens e da prestação de serviços de interesse da saúde,
abrangendo: Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os ser-
I - o controle de bens de consumo que, direta ou indi- viços privados contratados ou conveniados que in-
retamente, se relacionem com a saúde, compreendidas tegram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desen-
todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e volvidos de acordo com as diretrizes previstas no art.
II - o controle da prestação de serviços que se relacio- 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos
nam direta ou indiretamente com a saúde. seguintes princípios:
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um con- I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em
junto de ações que proporcionam o conhecimento, a todos os níveis de assistência;
detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fato- II - integralidade de assistência, entendida como con-
res determinantes e condicionantes de saúde individual junto articulado e contínuo das ações e serviços pre-
ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar ventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos
as medidas de prevenção e controle das doenças ou para cada caso em todos os níveis de complexidade
agravos. do sistema;
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins III - preservação da autonomia das pessoas na defesa
desta lei, um conjunto de atividades que se destina, de sua integridade física e moral;
através das ações de vigilância epidemiológica e vigi- IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconcei-
lância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos tos ou privilégios de qualquer espécie;
trabalhadores, assim como visa à recuperação e rea- V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre
bilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos
sua saúde;
riscos e agravos advindos das condições de trabalho,
VI - divulgação de informações quanto ao potencial
abrangendo:
dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário;
I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de
trabalho ou portador de doença profissional e do tra- VII - utilização da epidemiologia para o estabele-
balho; cimento de prioridades, a alocação de recursos e a
II - participação, no âmbito de competência do Sistema orientação programática;
Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação VIII - participação da comunidade;
e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde exis- IX - descentralização político-administrativa, com di-
tentes no processo de trabalho; reção única em cada esfera de governo:
III - participação, no âmbito de competência do Sistema a) ênfase na descentralização dos serviços para os
Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e municípios;
controle das condições de produção, extração, armaze- b) regionalização e hierarquização da rede de serviços
namento, transporte, distribuição e manuseio de subs- de saúde;
tâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos X - integração em nível executivo das ações de saúde,
que apresentam riscos à saúde do trabalhador; meio ambiente e saneamento básico;
IV - avaliação do impacto que as tecnologias provo-
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos,
LEGISLAÇÕES DO SUS

cam à saúde;
V - informação ao trabalhador e à sua respectiva en- materiais e humanos da União, dos Estados, do Distri-
tidade sindical e às empresas sobre os riscos de aci- to Federal e dos Municípios na prestação de serviços
dentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, de assistência à saúde da população;
bem como os resultados de fiscalizações, avaliações XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os
ambientais e exames de saúde, de admissão, perió- níveis de assistência; e
dicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética XIII - organização dos serviços públicos de modo a evi-
profissional; tar duplicidade de meios para fins idênticos.

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XIV – organização de atendimento público específico finalidade propor prioridades, métodos e estratégias
e especializado para mulheres e vítimas de violência para a formação e educação continuada dos recursos
doméstica em geral, que garanta, entre outros, aten- humanos do Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera
dimento, acompanhamento psicológico e cirurgias correspondente, assim como em relação à pesquisa e
plásticas reparadoras, em conformidade com a Lei à cooperação técnica entre essas instituições.
nº 12.845, de 1º de agosto de 2013. (Redação dada Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tri-
pela Lei nº 13.427, de 2017) partite são reconhecidas como foros de negociação e
pactuação entre gestores, quanto aos aspectos opera-
Os princípios do SUS foram anteriormente abordados cionais do Sistema Único de Saúde (SUS).
no tópico 1. Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergesto-
CAPÍTULO III res Bipartite e Tripartite terá por objetivo:
Da Organização, da Direção e da Gestão I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e
administrativos da gestão compartilhada do SUS, em
Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo conformidade com a definição da política consubstan-
Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou ciada em planos de saúde, aprovados pelos conselhos
mediante participação complementar da iniciativa de saúde;
privada, serão organizados de forma regionalizada e II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e
hierarquizada em níveis de complexidade crescente. intermunicipal, a respeito da organização das redes de
Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é ações e serviços de saúde, principalmente no tocante à
única, de acordo com o inciso I do art. 198 da Consti- sua governança institucional e à integração das ações
tuição Federal, sendo exercida em cada esfera de go- e serviços dos entes federados;
verno pelos seguintes órgãos:
III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito
I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
sanitário, integração de territórios, referência e con-
II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela
respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e trarreferência e demais aspectos vinculados à inte-
III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secreta- gração das ações e serviços de saúde entre os entes
ria de Saúde ou órgão equivalente. federados.
Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saú-
para desenvolver em conjunto as ações e os serviços de (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Mu-
de saúde que lhes correspondam. nicipais de Saúde (Conasems) são reconhecidos como
§ 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermu- entidades representativas dos entes estaduais e mu-
nicipais o princípio da direção única, e os respectivos nicipais para tratar de matérias referentes à saúde e
atos constitutivos disporão sobre sua observância. declarados de utilidade pública e de relevante função
§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde social, na forma do regulamento.
(SUS), poderá organizar-se em distritos de forma a in- § 1o O Conass e o Conasems receberão recursos do or-
tegrar e articular recursos, técnicas e práticas voltadas çamento geral da União por meio do Fundo Nacional
para a cobertura total das ações de saúde.
de Saúde, para auxiliar no custeio de suas despesas
Art. 11. (Vetado).
institucionais, podendo ainda celebrar convênios com
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âm-
bito nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de a União.
Saúde, integradas pelos Ministérios e órgãos compe- § 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde
tentes e por entidades representativas da sociedade (Cosems) são reconhecidos como entidades que re-
civil. presentam os entes municipais, no âmbito estadual,
Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a para tratar de matérias referentes à saúde, desde que
finalidade de articular políticas e programas de inte- vinculados institucionalmente ao Conasems, na forma
resse para a saúde, cuja execução envolva áreas não que dispuserem seus estatutos.
compreendidas no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS). ―A proposta de construção de redes regionalizadas
Art. 13. A articulação das políticas e programas, a car- e hierarquizadas de atenção à saúde não é peculiar ao
go das comissões intersetoriais, abrangerá, em espe- caso brasileiro. Essa é uma estratégia utilizada por to-
cial, as seguintes atividades: dos os países que implantaram sistemas de saúde com
I - alimentação e nutrição; base nos princípios de universalidade, equidade e inte-
II - saneamento e meio ambiente; gralidade, como Canadá, Reino Unido, Itália e Suécia. A
LEGISLAÇÕES DO SUS

III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia; regionalização e a hierarquização também são diretrizes


IV - recursos humanos; antigas para o Brasil, estando presentes em várias expe-
V - ciência e tecnologia; e riências de reordenamento do sistema de saúde, mesmo
VI - saúde do trabalhador. antes da criação do SUS. No entanto, é somente no bojo
Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes do movimento sanitário, que desembocou na Constitui-
de integração entre os serviços de saúde e as institui-
ção Federal de 1988, que essas diretrizes assumem pa-
ções de ensino profissional e superior.
pel estratégico na política nacional, tendo como objetivo
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por
garantir o acesso da população às ações e aos serviços Componentes e Derivados;
de saúde de forma integral e equânime. A construção XV - propor a celebração de convênios, acordos e
de redes de atenção à saúde representa um desafio de protocolos internacionais relativos à saúde, sanea-
enorme complexidade. Envolve uma série de questões, mento e meio ambiente;
que vão desde o ‗desenho‘ das próprias redes – incluin- XVI - elaborar normas técnico-científicas de promo-
do a definição dos vários equipamentos sociais e servi- ção, proteção e recuperação da saúde;
ços de saúde que a compõem, suas diferentes funções, XVII - promover articulação com os órgãos de fisca-
finalidades e modos de organização e funcionamento, lização do exercício profissional e outras entidades
representativas da sociedade civil para a definição e
as formas de articulação e coordenação das ações
controle dos padrões éticos para pesquisa, ações e ser-
desenvolvidas, entre outros – até os mecanismos de
viços de saúde;
estruturação e gestão do cuidado à saúde‖. XVIII - promover a articulação da política e dos planos
CAPÍTULO IV de saúde;
Da Competência e das Atribuições XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde;
Seção I XX - definir as instâncias e mecanismos de controle
Das Atribuições Comuns e fiscalização inerentes ao poder de polícia sanitária;
XXI - fomentar, coordenar e executar programas e
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os projetos estratégicos e de atendimento emergencial.
Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo,
as seguintes atribuições: Seção II
I - definição das instâncias e mecanismos de contro- Da Competência
le, avaliação e de fiscalização das ações e serviços
de saúde; Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde
II - administração dos recursos orçamentários e fi- (SUS) compete:
nanceiros destinados, em cada ano, à saúde; I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação
III - acompanhamento, avaliação e divulgação do e nutrição;
nível de saúde da população e das condições am- II - participar na formulação e na implementação das
bientais; políticas:
IV - organização e coordenação do sistema de infor- a) de controle das agressões ao meio ambiente;
mação de saúde; b) de saneamento básico; e
V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho;
de padrões de qualidade e parâmetros de custos que III - definir e coordenar os sistemas:
caracterizam a assistência à saúde; a) de redes integradas de assistência de alta comple-
VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimen- xidade;
to de padrões de qualidade para promoção da saúde b) de rede de laboratórios de saúde pública;
do trabalhador; c) de vigilância epidemiológica; e
VII - participação de formulação da política e da exe- d) vigilância sanitária;
cução das ações de saneamento básico e colabora- IV - participar da definição de normas e mecanismos
de controle, com órgão afins, de agravo sobre o meio
ção na proteção e recuperação do meio ambiente;
ambiente ou dele decorrentes, que tenham repercus-
VIII - elaboração e atualização periódica do plano
são na saúde humana;
de saúde;
V - participar da definição de normas, critérios e pa-
IX - participação na formulação e na execução da
drões para o controle das condições e dos ambientes
política de formação e desenvolvimento de recursos de trabalho e coordenar a política de saúde do traba-
humanos para a saúde; lhador;
X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema VI - coordenar e participar na execução das ações de
Único de Saúde (SUS), de conformidade com o plano vigilância epidemiológica;
de saúde; VII - estabelecer normas e executar a vigilância sa-
XI - elaboração de normas para regular as atividades nitária de portos, aeroportos e fronteiras, podendo a
de serviços privados de saúde, tendo em vista a sua execução ser complementada pelos Estados, Distrito
relevância pública; Federal e Municípios;
XII - realização de operações externas de natureza VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para
financeira de interesse da saúde, autorizadas pelo o controle da qualidade sanitária de produtos, subs-
Senado Federal; tâncias e serviços de consumo e uso humano;
XIII - para atendimento de necessidades coletivas, ur- IX - promover articulação com os órgãos educacionais
LEGISLAÇÕES DO SUS

gentes e transitórias, decorrentes de situações de pe- e de fiscalização do exercício profissional, bem como
rigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção com entidades representativas de formação de recur-
de epidemias, a autoridade competente da esfera ad- sos humanos na área de saúde;
ministrativa correspondente poderá requisitar bens e X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na
serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, execução da política nacional e produção de insumos
sendo-lhes assegurada justa indenização; e equipamentos para a saúde, em articulação com os
XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, demais órgãos governamentais;

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XI - identificar os serviços estaduais e municipais de maneçam em sua organização administrativa;
referência nacional para o estabelecimento de pa- XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para
drões técnicos de assistência à saúde; o controle e avaliação das ações e serviços de saúde;
XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter
substâncias de interesse para a saúde; suplementar, de procedimentos de controle de qualidade
XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Esta- para produtos e substâncias de consumo humano;
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios para o aper- XIII - colaborar com a União na execução da vigilância
feiçoamento da sua atuação institucional; sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;
XIV - elaborar normas para regular as relações entre XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação
o Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços privados dos indicadores de morbidade e mortalidade no âm-
contratados de assistência à saúde; bito da unidade federada.
XV - promover a descentralização para as Unidades Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde
Federadas e para os Municípios, dos serviços e ações (SUS) compete:
de saúde, respectivamente, de abrangência estadual e I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os
municipal;
serviços de saúde e gerir e executar os serviços públi-
XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Siste-
cos de saúde;
ma Nacional de Sangue, Componentes e Derivados;
II - participar do planejamento, programação e orga-
XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os
nização da rede regionalizada e hierarquizada do Sis-
serviços de saúde, respeitadas as competências esta-
duais e municipais; tema Único de Saúde (SUS), em articulação com sua
XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional direção estadual;
no âmbito do SUS, em cooperação técnica com os Es- III - participar da execução, controle e avaliação das ações
tados, Municípios e Distrito Federal; referentes às condições e aos ambientes de trabalho;
XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e IV - executar serviços:
coordenar a avaliação técnica e financeira do SUS em a) de vigilância epidemiológica;
todo o Território Nacional em cooperação técnica com b) vigilância sanitária;
os Estados, Municípios e Distrito Federal. c) de alimentação e nutrição;
Parágrafo único. A União poderá executar ações de vi- d) de saneamento básico; e
gilância epidemiológica e sanitária em circunstâncias e) de saúde do trabalhador;
especiais, como na ocorrência de agravos inusitados V - dar execução, no âmbito municipal, à política de
à saúde, que possam escapar do controle da direção insumos e equipamentos para a saúde;
estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que re- VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio
presentem risco de disseminação nacional. ambiente que tenham repercussão sobre a saúde hu-
Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde mana e atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais
(SUS) compete: e federais competentes, para controlá-las;
I - promover a descentralização para os Municípios VII - formar consórcios administrativos intermunicipais;
dos serviços e das ações de saúde; VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocen-
II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierar- tros;
quizadas do Sistema Único de Saúde (SUS); IX - colaborar com a União e os Estados na execução
III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fron-
e executar supletivamente ações e serviços de saúde; teiras;
IV - coordenar e, em caráter complementar, executar X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar
ações e serviços: contratos e convênios com entidades prestadoras de
a) de vigilância epidemiológica; serviços privados de saúde, bem como controlar e ava-
b) de vigilância sanitária; liar sua execução;
c) de alimentação e nutrição; e XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos servi-
d) de saúde do trabalhador; ços privados de saúde;
V - participar, junto com os órgãos afins, do controle XII - normatizar complementarmente as ações e servi-
dos agravos do meio ambiente que tenham repercus- ços públicos de saúde no seu âmbito de atuação.
são na saúde humana;
VI - participar da formulação da política e da execu- Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições
ção de ações de saneamento básico; reservadas aos Estados e aos Municípios.
VII - participar das ações de controle e avaliação das
condições e dos ambientes de trabalho; CAPÍTULO V
VIII - em caráter suplementar, formular, executar, Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena
LEGISLAÇÕES DO SUS

acompanhar e avaliar a política de insumos e equipa-


mentos para a saúde; Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para
IX - identificar estabelecimentos hospitalares de refe- o atendimento das populações indígenas, em todo o
rência e gerir sistemas públicos de alta complexidade, território nacional, coletiva ou individualmente, obe-
de referência estadual e regional; decerão ao disposto nesta Lei.
X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à
pública e hemocentros, e gerir as unidades que per- Saúde Indígena, componente do Sistema Único de
Saúde – SUS, criado e definido por esta Lei, e pela Lei § 3o O atendimento e a internação domiciliares só po-
no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, com o qual fun- derão ser realizados por indicação médica, com ex-
cionará em perfeita integração. pressa concordância do paciente e de sua família.
Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios,
financiar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. CAPÍTULO VII
Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsis- DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DU-
tema instituído por esta Lei com os órgãos responsá- RANTE O TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-
veis pela Política Indígena do País. -PARTO IMEDIATO
Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições
governamentais e não-governamentais poderão atu- Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de
ar complementarmente no custeio e execução das Saúde - SUS, da rede própria ou conveniada, ficam
ações. obrigados a permitir a presença, junto à parturiente,
Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em con- de 1 (um) acompanhante durante todo o período de
sideração a realidade local e as especificidades da trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.
cultura dos povos indígenas e o modelo a ser adotado § 1o O acompanhante de que trata o caput deste arti-
para a atenção à saúde indígena, que se deve pau- go será indicado pela parturiente.
tar por uma abordagem diferenciada e global, con- § 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício
templando os aspectos de assistência à saúde, sane- dos direitos de que trata este artigo constarão do re-
amento básico, nutrição, habitação, meio ambiente, gulamento da lei, a ser elaborado pelo órgão compe-
demarcação de terras, educação sanitária e integra- tente do Poder Executivo.
ção institucional. § 3o Ficam os hospitais de todo o País obrigados a
Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena manter, em local visível de suas dependências, avi-
deverá ser, como o SUS, descentralizado, hierarquiza- so informando sobre o direito estabelecido no caput
do e regionalizado. deste artigo.
§ 1o O Subsistema de que trata o caput deste artigo
terá como base os Distritos Sanitários Especiais Indí- Art. 19-L. (VETADO)
genas.
§ 2o O SUS servirá de retaguarda e referência ao Sub- CAPÍTULO VIII
sistema de Atenção à Saúde Indígena, devendo, para DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPO-
isso, ocorrer adaptações na estrutura e organização RAÇÃO DE TECNOLOGIA EM SAÚDE
do SUS nas regiões onde residem as populações indí-
genas, para propiciar essa integração e o atendimen- Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que
to necessário em todos os níveis, sem discriminações. se refere a alínea d do inciso I do art. 6o consiste em:
§ 3o As populações indígenas devem ter acesso ga- I - dispensação de medicamentos e produtos de inte-
rantido ao SUS, em âmbito local, regional e de cen- resse para a saúde, cuja prescrição esteja em confor-
tros especializados, de acordo com suas necessidades, midade com as diretrizes terapêuticas definidas em
compreendendo a atenção primária, secundária e ter- protocolo clínico para a doença ou o agravo à saúde
ciária à saúde. a ser tratado ou, na falta do protocolo, em conformi-
Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a dade com o disposto no art. 19-P;
participar dos organismos colegiados de formulação, II - oferta de procedimentos terapêuticos, em regi-
acompanhamento e avaliação das políticas de saúde, me domiciliar, ambulatorial e hospitalar, constantes
tais como o Conselho Nacional de Saúde e os Con- de tabelas elaboradas pelo gestor federal do Sistema
selhos Estaduais e Municipais de Saúde, quando for Único de Saúde - SUS, realizados no território nacio-
o caso. nal por serviço próprio, conveniado ou contratado.
CAPÍTULO VI
Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M,
DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNA-
são adotadas as seguintes definições:
ÇÃO DOMICILIAR
I - produtos de interesse para a saúde: órteses, próte-
Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema ses, bolsas coletoras e equipamentos médicos;
Único de Saúde, o atendimento domiciliar e a inter- II - protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento
nação domiciliar. que estabelece critérios para o diagnóstico da doen-
§ 1o Na modalidade de assistência de atendimento e ça ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado,
internação domiciliares incluem-se, principalmente, com os medicamentos e demais produtos apropria-
os procedimentos médicos, de enfermagem, fisiote- dos, quando couber; as posologias recomendadas; os
LEGISLAÇÕES DO SUS

rapêuticos, psicológicos e de assistência social, entre mecanismos de controle clínico; e o acompanhamen-


outros necessários ao cuidado integral dos pacientes to e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem
em seu domicílio. seguidos pelos gestores do SUS.
§ 2o O atendimento e a internação domiciliares serão Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes te-
realizados por equipes multidisciplinares que atuarão rapêuticas deverão estabelecer os medicamentos ou
nos níveis da medicina preventiva, terapêutica e rea- produtos necessários nas diferentes fases evolutivas
bilitadora. da doença ou do agravo à saúde de que tratam, bem

6
como aqueles indicados em casos de perda de eficácia I - apresentação pelo interessado dos documentos e,
e de surgimento de intolerância ou reação adversa se cabível, das amostras de produtos, na forma do re-
relevante, provocadas pelo medicamento, produto ou gulamento, com informações necessárias para o aten-
procedimento de primeira escolha. dimento do disposto no § 2o do art. 19-Q;
Parágrafo único. Em qualquer caso, os medicamentos II - (VETADO);
ou produtos de que trata o caput deste artigo serão III - realização de consulta pública que inclua a divul-
aqueles avaliados quanto à sua eficácia, segurança, gação do parecer emitido pela Comissão Nacional de
efetividade e custo-efetividade para as diferentes fa- Incorporação de Tecnologias no SUS;
ses evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que IV - realização de audiência pública, antes da toma-
trata o protocolo. da de decisão, se a relevância da matéria justificar o
Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz evento.
terapêutica, a dispensação será realizada: § 2o (VETADO).
I - com base nas relações de medicamentos instituídas Art. 19-S. (VETADO).
pelo gestor federal do SUS, observadas as competên- Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão
cias estabelecidas nesta Lei, e a responsabilidade pelo do SUS:
fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de
Tripartite; medicamento, produto e procedimento clínico ou ci-
II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de rúrgico experimental, ou de uso não autorizado pela
forma suplementar, com base nas relações de medica- Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA;
mentos instituídas pelos gestores estaduais do SUS, e a II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou
responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na o reembolso de medicamento e produto, nacional ou
Comissão Intergestores Bipartite; importado, sem registro na Anvisa.
III - no âmbito de cada Município, de forma suplemen- Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo forneci-
tar, com base nas relações de medicamentos instituí- mento de medicamentos, produtos de interesse para
das pelos gestores municipais do SUS, e a responsabi- a saúde ou procedimentos de que trata este Capítulo
lidade pelo fornecimento será pactuada no Conselho será pactuada na Comissão Intergestores Tripartite.
Municipal de Saúde.
Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração TÍTULO III
pelo SUS de novos medicamentos, produtos e proce- DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙ-
dimentos, bem como a constituição ou a alteração de DE
protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, são atribui- CAPÍTULO I
ções do Ministério da Saúde, assessorado pela Comis- Do Funcionamento
são Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS.
§ 1o A Comissão Nacional de Incorporação de Tecno- Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde
logias no SUS, cuja composição e regimento são defi- caracterizam-se pela atuação, por iniciativa própria,
nidos em regulamento, contará com a participação de de profissionais liberais, legalmente habilitados, e de
1 (um) representante indicado pelo Conselho Nacional pessoas jurídicas de direito privado na promoção, pro-
de Saúde e de 1 (um) representante, especialista na teção e recuperação da saúde.
área, indicado pelo Conselho Federal de Medicina. Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa pri-
§ 2o O relatório da Comissão Nacional de Incorpo- vada.
ração de Tecnologias no SUS levará em consideração, Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistên-
necessariamente: cia à saúde, serão observados os princípios éticos e as
I - as evidências científicas sobre a eficácia, a acu- normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema
rácia, a efetividade e a segurança do medicamento, Único de Saúde (SUS) quanto às condições para seu
produto ou procedimento objeto do processo, acata- funcionamento.
das pelo órgão competente para o registro ou a au- Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta,
torização de uso; inclusive controle, de empresas ou de capital estran-
II - a avaliação econômica comparativa dos benefícios geiro na assistência à saúde nos seguintes casos:
e dos custos em relação às tecnologias já incorporadas, I - doações de organismos internacionais vinculados à
inclusive no que se refere aos atendimentos domiciliar, Organização das Nações Unidas, de entidades de co-
ambulatorial ou hospitalar, quando cabível. operação técnica e de financiamento e empréstimos;
Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração II - pessoas jurídicas destinadas a instalar, operaciona-
a que se refere o art. 19-Q serão efetuadas mediante lizar ou explorar:
a instauração de processo administrativo, a ser con- a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital espe-
LEGISLAÇÕES DO SUS

cluído em prazo não superior a 180 (cento e oitenta) cializado, policlínica, clínica geral e clínica especiali-
dias, contado da data em que foi protocolado o pedido, zada; e
admitida a sua prorrogação por 90 (noventa) dias cor- b) ações e pesquisas de planejamento familiar;
ridos, quando as circunstâncias exigirem. III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade lu-
§ 1o O processo de que trata o caput deste artigo ob- crativa, por empresas, para atendimento de seus em-
servará, no que couber, o disposto na Lei no 9.784, de pregados e dependentes, sem qualquer ônus para a
29 de janeiro de 1999, e as seguintes determinações seguridade social; e
especiais: IV - demais casos previstos em legislação específica.
CAPÍTULO II § 1° Os servidores que legalmente acumulam dois
Da Participação Complementar cargos ou empregos poderão exercer suas atividades
em mais de um estabelecimento do Sistema Único de
Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insu- Saúde (SUS).
ficientes para garantir a cobertura assistencial à po- § 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se tam-
pulação de uma determinada área, o Sistema Único bém aos servidores em regime de tempo integral, com
de Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços ofertados exceção dos ocupantes de cargos ou função de chefia,
pela iniciativa privada. direção ou assessoramento.
Parágrafo único. A participação complementar dos Art. 29. (Vetado).
serviços privados será formalizada mediante contrato Art. 30. As especializações na forma de treinamento
ou convênio, observadas, a respeito, as normas de di- em serviço sob supervisão serão regulamentadas por
reito público. Comissão Nacional, instituída de acordo com o art. 12
Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades desta Lei, garantida a participação das entidades pro-
filantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência fissionais correspondentes.
para participar do Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de
TÍTULO V
serviços e os parâmetros de cobertura assistencial se- DO FINANCIAMENTO
CAPÍTULO I
rão estabelecidos pela direção nacional do Sistema
Dos Recursos
Único de Saúde (SUS), aprovados no Conselho Nacio-
nal de Saúde. Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará
§ 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de rea- ao Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com a
juste e de pagamento da remuneração aludida neste receita estimada, os recursos necessários à realização
artigo, a direção nacional do Sistema Único de Saúde de suas finalidades, previstos em proposta elaborada
(SUS) deverá fundamentar seu ato em demonstrativo pela sua direção nacional, com a participação dos
econômico-financeiro que garanta a efetiva qualida- órgãos da Previdência Social e da Assistência Social,
de de execução dos serviços contratados. tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas
§ 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às nor- na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
mas técnicas e administrativas e aos princípios e di- Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos
retrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), mantido o provenientes de:
equilíbrio econômico e financeiro do contrato. I - (Vetado)
§ 3° (Vetado). II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da
§ 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de assistência à saúde;
entidades ou serviços contratados é vedado exercer III - ajuda, contribuições, doações e donativos;
cargo de chefia ou função de confiança no Sistema IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital;
Único de Saúde (SUS). V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos
arrecadados no âmbito do Sistema Único de Saúde
TÍTULO IV (SUS); e
VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e indus-
DOS RECURSOS HUMANOS
triais.
§ 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade
Art. 27. A política de recursos humanos na área da
da receita de que trata o inciso I deste artigo, apurada
saúde será formalizada e executada, articuladamen- mensalmente, a qual será destinada à recuperação de
te, pelas diferentes esferas de governo, em cumpri- viciados.
mento dos seguintes objetivos: § 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Úni-
I - organização de um sistema de formação de recur- co de Saúde (SUS) serão creditadas diretamente em
sos humanos em todos os níveis de ensino, inclusive contas especiais, movimentadas pela sua direção, na
de pós-graduação, além da elaboração de programas esfera de poder onde forem arrecadadas.
de permanente aperfeiçoamento de pessoal; § 3º As ações de saneamento que venham a ser exe-
II - (Vetado) cutadas supletivamente pelo Sistema Único de Saúde
III - (Vetado) (SUS), serão financiadas por recursos tarifários espe-
IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços cíficos e outros da União, Estados, Distrito Federal,
do Sistema Único de Saúde (SUS). Municípios e, em particular, do Sistema Financeiro da
Parágrafo único. Os serviços públicos que integram Habitação (SFH).
o Sistema Único de Saúde (SUS) constituem campo § 4º (Vetado).
LEGISLAÇÕES DO SUS

de prática para ensino e pesquisa, mediante normas § 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento


específicas, elaboradas conjuntamente com o sistema científico e tecnológico em saúde serão co-financiadas
educacional. pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pelas universida-
Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e as- des e pelo orçamento fiscal, além de recursos de ins-
sessoramento, no âmbito do Sistema Único de Saúde tituições de fomento e financiamento ou de origem
(SUS), só poderão ser exercidas em regime de tempo externa e receita própria das instituições executoras.
integral. § 6º (Vetado).

8
CAPÍTULO II CAPÍTULO III
Da Gestão Financeira Do Planejamento e do Orçamento

Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do
Saúde (SUS) serão depositados em conta especial, em Sistema Único de Saúde (SUS) será ascendente, do nível
cada esfera de sua atuação, e movimentados sob fis- local até o federal, ouvidos seus órgãos deliberativos,
calização dos respectivos Conselhos de Saúde. compatibilizando-se as necessidades da política de
§ 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, origi- saúde com a disponibilidade de recursos em planos de
nários do Orçamento da Seguridade Social, de outros saúde dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal
Orçamentos da União, além de outras fontes, serão e da União.
administrados pelo Ministério da Saúde, através do § 1º Os planos de saúde serão a base das atividades
Fundo Nacional de Saúde. e programações de cada nível de direção do Sistema
§ 2º (Vetado). Único de Saúde (SUS), e seu financiamento será pre-
§ 3º (Vetado). visto na respectiva proposta orçamentária.
§ 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de § 2º É vedada a transferência de recursos para o finan-
seu sistema de auditoria, a conformidade à programa- ciamento de ações não previstas nos planos de saúde,
ção aprovada da aplicação dos recursos repassados a exceto em situações emergenciais ou de calamidade
Estados e Municípios. Constatada a malversação, des- pública, na área de saúde.
vio ou não aplicação dos recursos, caberá ao Ministé- Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá
rio da Saúde aplicar as medidas previstas em lei. as diretrizes a serem observadas na elaboração dos
Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição planos de saúde, em função das características epi-
da receita efetivamente arrecadada transferirão au- demiológicas e da organização dos serviços em cada
tomaticamente ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), jurisdição administrativa.
observado o critério do parágrafo único deste artigo, Art. 38. Não será permitida a destinação de subven-
os recursos financeiros correspondentes às dotações ções e auxílios a instituições prestadoras de serviços de
consignadas no Orçamento da Seguridade Social, a saúde com finalidade lucrativa.
projetos e atividades a serem executados no âmbito
do Sistema Único de Saúde (SUS). DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Parágrafo único. Na distribuição dos recursos finan-
ceiros da Seguridade Social será observada a mesma Art. 39. (Vetado).
proporção da despesa prevista de cada área, no Orça- § 1º (Vetado).
mento da Seguridade Social. § 2º (Vetado).
Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem § 3º (Vetado).
transferidos a Estados, Distrito Federal e Municípios, § 4º (Vetado).
será utilizada a combinação dos seguintes critérios,
§ 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do
segundo análise técnica de programas e projetos:
I - perfil demográfico da região; Inamps para órgãos integrantes do Sistema Único de
II - perfil epidemiológico da população a ser coberta; Saúde (SUS) será feita de modo a preservá-los como
III - características quantitativas e qualitativas da rede patrimônio da Seguridade Social.
de saúde na área; § 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior se-
IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no rão inventariados com todos os seus acessórios, equi-
período anterior; pamentos e outros bens móveis e ficarão disponíveis
V - níveis de participação do setor saúde nos orça- para utilização pelo órgão de direção municipal do
mentos estaduais e municipais; Sistema Único de Saúde - SUS ou, eventualmente,
VI - previsão do plano quinquenal de investimentos pelo estadual, em cuja circunscrição administrativa se
da rede; encontrem, mediante simples termo de recebimento.
VII - ressarcimento do atendimento a serviços presta- § 7º (Vetado).
dos para outras esferas de governo. § 8º O acesso aos serviços de informática e bases de
§ 1º (Revogado) dados, mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo Mi-
§ 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a no- nistério do Trabalho e da Previdência Social, será asse-
tório processo de migração, os critérios demográficos gurado às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde
mencionados nesta lei serão ponderados por outros ou órgãos congêneres, como suporte ao processo de
indicadores de crescimento populacional, em especial gestão, de forma a permitir a gerencia informatizada
o número de eleitores registrados. das contas e a disseminação de estatísticas sanitárias
§ 3º (Vetado).
LEGISLAÇÕES DO SUS

e epidemiológicas médico-hospitalares.
§ 4º (Vetado). Art. 40. (Vetado)
§ 5º (Vetado).
Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica Pioneiras Sociais e pelo Instituto Nacional do Cân-
a atuação dos órgãos de controle interno e externo e
cer, supervisionadas pela direção nacional do Sistema
nem a aplicação de penalidades previstas em lei, em
Único de Saúde (SUS), permanecerão como referencial
caso de irregularidades verificadas na gestão dos re-
de prestação de serviços, formação de recursos huma-
cursos transferidos.
nos e para transferência de tecnologia.
Art. 42. (Vetado). DECRETO 7.508/2011
Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde
fica preservada nos serviços públicos contratados, res- Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de
salvando-se as cláusulas dos contratos ou convênios 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único
estabelecidos com as entidades privadas. de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência
Art. 44. (Vetado). à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras pro-
Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitá- vidências.
rios e de ensino integram-se ao Sistema Único de Saúde A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que
(SUS), mediante convênio, preservada a sua autonomia lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em
administrativa, em relação ao patrimônio, aos recur- vista o disposto na Lei no 8.080, 19 de setembro de 1990,
sos humanos e financeiros, ensino, pesquisa e extensão
nos limites conferidos pelas instituições a que estejam DECRETA:
vinculados.
§ 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e mu- CAPÍTULO I
nicipais de previdência social deverão integrar-se à di- DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
reção correspondente do Sistema Único de Saúde (SUS),
conforme seu âmbito de atuação, bem como quaisquer Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 8.080, de 19
outros órgãos e serviços de saúde. de setembro de 1990, para dispor sobre a organização
§ 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da
os serviços de saúde das Forças Armadas poderão inte- saúde, a assistência à saúde e a articulação interfede-
grar-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), conforme se rativa.
dispuser em convênio que, para esse fim, for firmado. Art. 2o Para efeito deste Decreto, considera-se:
Art. 46. O Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo cons-
mecanismos de incentivos à participação do setor pri- tituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, de-
vado no investimento em ciência e tecnologia e estimu- limitado a partir de identidades culturais, econômicas
lará a transferência de tecnologia das universidades e e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de
institutos de pesquisa aos serviços de saúde nos Estados, transportes compartilhados, com a finalidade de inte-
Distrito Federal e Municípios, e às empresas nacionais. grar a organização, o planejamento e a execução de
Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os ações e serviços de saúde;
níveis estaduais e municipais do Sistema Único de Saú- II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde
de (SUS), organizará, no prazo de dois anos, um sistema - acordo de colaboração firmado entre entes federati-
nacional de informações em saúde, integrado em todo vos com a finalidade de organizar e integrar as ações e
o território nacional, abrangendo questões epidemioló- serviços de saúde na rede regionalizada e hierarquiza-
gicas e de prestação de serviços. da, com definição de responsabilidades, indicadores e
Art. 48. (Vetado). metas de saúde, critérios de avaliação de desempenho,
Art. 49. (Vetado). recursos financeiros que serão disponibilizados, forma
Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os de controle e fiscalização de sua execução e demais
Municípios, celebrados para implantação dos Sistemas elementos necessários à implementação integrada das
Unificados e Descentralizados de Saúde, ficarão rescin- ações e serviços de saúde;
didos à proporção que seu objeto for sendo absorvido III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial
pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
à saúde do usuário no SUS;
Art. 51. (Vetado).
IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação
Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, cons-
titui crime de emprego irregular de verbas ou rendas consensual entre os entes federativos para definição das
públicas (Código Penal, art. 315) a utilização de recur- regras da gestão compartilhada do SUS;
sos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) em V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribui-
finalidades diversas das previstas nesta lei. ção de recursos humanos e de ações e serviços de saúde
Art. 53. (Vetado). ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, consideran-
Art. 53-A. Na qualidade de ações e serviços de saúde, as do-se a capacidade instalada existente, os investimen-
atividades de apoio à assistência à saúde são aquelas tos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de
desenvolvidas pelos laboratórios de genética humana, saúde do sistema;
produção e fornecimento de medicamentos e produtos VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e ser-
para saúde, laboratórios de analises clínicas, anatomia viços de saúde articulados em níveis de complexidade
patológica e de diagnóstico por imagem e são livres à crescente, com a finalidade de garantir a integralidade
participação direta ou indireta de empresas ou de capi- da assistência à saúde;
tais estrangeiros. VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de
LEGISLAÇÕES DO SUS

Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publi- saúde específicos para o atendimento da pessoa que,
cação. em razão de agravo ou de situação laboral, necessita de
Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312, de 3 de setembro
atendimento especial; e
de 1954, a Lei nº. 6.229, de 17 de julho de 1975, e de-
VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - docu-
mais disposições em contrário.
mento que estabelece: critérios para o diagnóstico da
Brasília, 19 de setembro de 1990; 169º da Independên- doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconiza-
cia e 102º da República. do, com os medicamentos e demais produtos apropria-

10
dos, quando couber; as posologias recomendadas; os Art. 9o São Portas de Entrada às ações e aos serviços
mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento de saúde nas Redes de Atenção à Saúde os serviços:
e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem I - de atenção primária;
seguidos pelos gestores do SUS. II - de atenção de urgência e emergência;
III - de atenção psicossocial; e
CAPÍTULO II IV - especiais de acesso aberto.
DA ORGANIZAÇÃO DO SUS Parágrafo único. Mediante justificativa técnica e de
acordo com o pactuado nas Comissões Intergestores,
Art. 3o O SUS é constituído pela conjugação das ações os entes federativos poderão criar novas Portas de En-
e serviços de promoção, proteção e recuperação da trada às ações e serviços de saúde, considerando as
saúde executados pelos entes federativos, de forma di- características da Região de Saúde.
reta ou indireta, mediante a participação complemen- Art. 10. Os serviços de atenção hospitalar e os ambu-
tar da iniciativa privada, sendo organizado de forma latoriais especializados, entre outros de maior com-
regionalizada e hierarquizada. plexidade e densidade tecnológica, serão referencia-
dos pelas Portas de Entrada de que trata o art. 9o.
Seção I Art. 11. O acesso universal e igualitário às ações e
aos serviços de saúde será ordenado pela atenção pri-
Das Regiões de Saúde mária e deve ser fundado na avaliação da gravidade
do risco individual e coletivo e no critério cronológico,
Art. 4o As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Es- observadas as especificidades previstas para pessoas
tado, em articulação com os Municípios, respeitadas com proteção especial, conforme legislação vigente.
as diretrizes gerais pactuadas na Comissão Intergesto- Parágrafo único. A população indígena contará com
res Tripartite - CIT a que se refere o inciso I do art. 30. regramentos diferenciados de acesso, compatíveis com
§ 1o Poderão ser instituídas Regiões de Saúde interes- suas especificidades e com a necessidade de assistên-
taduais, compostas por Municípios limítrofes, por ato cia integral à sua saúde, de acordo com disposições do
conjunto dos respectivos Estados em articulação com Ministério da Saúde.
os Municípios. Art. 12. Ao usuário será assegurada a continuidade do
§ 2o A instituição de Regiões de Saúde situadas em cuidado em saúde, em todas as suas modalidades, nos
áreas de fronteira com outros países deverá respeitar serviços, hospitais e em outras unidades integrantes
as normas que regem as relações internacionais. da rede de atenção da respectiva região.
Art. 5o Para ser instituída, a Região de Saúde deve Parágrafo único. As Comissões Intergestores pactu-
conter, no mínimo, ações e serviços de: arão as regras de continuidade do acesso às ações e
I - atenção primária; aos serviços de saúde na respectiva área de atuação.
II - urgência e emergência; Art. 13. Para assegurar ao usuário o acesso universal,
igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde do
III - atenção psicossocial;
SUS, caberá aos entes federativos, além de outras atri-
IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e buições que venham a ser pactuadas pelas Comissões
V - vigilância em saúde. Intergestores:
Parágrafo único. A instituição das Regiões de Saúde I - garantir a transparência, a integralidade e a equi-
observará cronograma pactuado nas Comissões Inter- dade no acesso às ações e aos serviços de saúde;
gestores. II - orientar e ordenar os fluxos das ações e dos servi-
Art. 6o As Regiões de Saúde serão referência para as ços de saúde;
transferências de recursos entre os entes federativos. III - monitorar o acesso às ações e aos serviços de saú-
Art. 7o As Redes de Atenção à Saúde estarão compre- de; e
endidas no âmbito de uma Região de Saúde, ou de vá- IV - ofertar regionalmente as ações e os serviços de
rias delas, em consonância com diretrizes pactuadas saúde.
nas Comissões Intergestores. Art. 14. O Ministério da Saúde disporá sobre critérios,
Parágrafo único. Os entes federativos definirão os se- diretrizes, procedimentos e demais medidas que auxi-
guintes elementos em relação às Regiões de Saúde:
liem os entes federativos no cumprimento das atribui-
I - seus limites geográficos;
ções previstas no art. 13.
II - população usuária das ações e serviços;
III - rol de ações e serviços que serão ofertados; e
IV - respectivas responsabilidades, critérios de acessi-
CAPÍTULO III
bilidade e escala para conformação dos serviços. DO PLANEJAMENTO DA SAÚDE

Seção II Art. 15. O processo de planejamento da saúde será


LEGISLAÇÕES DO SUS

Da Hierarquização ascendente e integrado, do nível local até o federal,


ouvidos os respectivos Conselhos de Saúde, compa-
Art. 8o O acesso universal, igualitário e ordenado às tibilizando-se as necessidades das políticas de saúde
ações e serviços de saúde se inicia pelas Portas de En- com a disponibilidade de recursos financeiros.
trada do SUS e se completa na rede regionalizada e § 1o O planejamento da saúde é obrigatório para os
hierarquizada, de acordo com a complexidade do ser- entes públicos e será indutor de políticas para a inicia-
viço. tiva privada.
§ 2o A compatibilização de que trata o caput será efe- Seção II
tuada no âmbito dos planos de saúde, os quais serão Da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
resultado do planejamento integrado dos entes fede- - RENAME
rativos, e deverão conter metas de saúde.
§ 3o O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as Art. 25. A Relação Nacional de Medicamentos Essen-
diretrizes a serem observadas na elaboração dos pla- ciais - RENAME compreende a seleção e a padroniza-
nos de saúde, de acordo com as características epi- ção de medicamentos indicados para atendimento de
doenças ou de agravos no âmbito do SUS.
demiológicas e da organização de serviços nos entes
Parágrafo único. A RENAME será acompanhada do
federativos e nas Regiões de Saúde.
Formulário Terapêutico Nacional - FTN que subsidiará
Art. 16. No planejamento devem ser considerados os a prescrição, a dispensação e o uso dos seus medica-
serviços e as ações prestados pela iniciativa privada, mentos.
de forma complementar ou não ao SUS, os quais de- Art. 26. O Ministério da Saúde é o órgão competente
verão compor os Mapas da Saúde regional, estadual para dispor sobre a RENAME e os Protocolos Clínicos e
e nacional. Diretrizes Terapêuticas em âmbito nacional, observa-
Art. 17. O Mapa da Saúde será utilizado na identifi- das as diretrizes pactuadas pela CIT.
cação das necessidades de saúde e orientará o plane- Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da
jamento integrado dos entes federativos, contribuindo Saúde consolidará e publicará as atualizações da RE-
para o estabelecimento de metas de saúde. NAME, do respectivo FTN e dos Protocolos Clínicos e
Art. 18. O planejamento da saúde em âmbito esta- Diretrizes Terapêuticas.
dual deve ser realizado de maneira regionalizada, a Art. 27. O Estado, o Distrito Federal e o Município
poderão adotar relações específicas e complementares
partir das necessidades dos Municípios, considerando
de medicamentos, em consonância com a RENAME,
o estabelecimento de metas de saúde.
respeitadas as responsabilidades dos entes pelo finan-
Art. 19. Compete à Comissão IntergestoresBipartite - ciamento de medicamentos, de acordo com o pactua-
CIB de que trata o inciso II do art. 30 pactuar as etapas do nas Comissões Intergestores.
do processo e os prazos do planejamento municipal Art. 28. O acesso universal e igualitário à assistência
em consonância com os planejamentos estadual e na- farmacêutica pressupõe, cumulativamente:
cional. I - estar o usuário assistido por ações e serviços de
saúde do SUS;
CAPÍTULO IV II - ter o medicamento sido prescrito por profissional
DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE de saúde, no exercício regular de suas funções no SUS;
III - estar a prescrição em conformidade com a RENA-
Art. 20. A integralidade da assistência à saúde se ME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas
inicia e se completa na Rede de Atenção à Saúde, me- ou com a relação específica complementar estadual,
diante referenciamento do usuário na rede regional e distrital ou municipal de medicamentos; e
interestadual, conforme pactuado nas Comissões In- IV - ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas
tergestores. pela direção do SUS.
Seção I § 1o Os entes federativos poderão ampliar o acesso do
usuário à assistência farmacêutica, desde que ques-
Da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde
tões de saúde pública o justifiquem.
- RENASES
§ 2o O Ministério da Saúde poderá estabelecer regras
diferenciadas de acesso a medicamentos de caráter
Art. 21. A Relação Nacional de Ações e Serviços de
especializado.
Saúde - RENASES compreende todas as ações e servi-
Art. 29. A RENAME e a relação específica complemen-
ços que o SUS oferece ao usuário para atendimento da
tar estadual, distrital ou municipal de medicamentos
integralidade da assistência à saúde.
Art. 22. O Ministério da Saúde disporá sobre a RE- somente poderão conter produtos com registro na
NASES em âmbito nacional, observadas as diretrizes Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA.
pactuadas pela CIT.
CAPÍTULO V
Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da
Saúde consolidará e publicará as atualizações da RE-
DA ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA
NASES. Seção I
Art. 23. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Das Comissões Intergestores
Municípios pactuarão nas respectivas Comissões In-
LEGISLAÇÕES DO SUS

tergestores as suas responsabilidades em relação ao Art. 30. As Comissões Intergestores pactuarão a or-
rol de ações e serviços constantes da RENASES. ganização e o funcionamento das ações e serviços de
Art. 24. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios saúde integrados em redes de atenção à saúde, sendo:
poderão adotar relações específicas e complementares I - a CIT, no âmbito da União, vinculada ao Ministério
de ações e serviços de saúde, em consonância com a da Saúde para efeitos administrativos e operacionais;
RENASES, respeitadas as responsabilidades dos entes II - a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à Secretaria
pelo seu financiamento, de acordo com o pactuado Estadual de Saúde para efeitos administrativos e ope-
nas Comissões Intergestores. racionais; e

12
III - a Comissão Intergestores Regional - CIR, no âmbi- Art. 35. O Contrato Organizativo de Ação Pública da
to regional, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde Saúde definirá as responsabilidades individuais e solidá-
para efeitos administrativos e operacionais, devendo rias dos entes federativos com relação às ações e serviços
observar as diretrizes da CIB. de saúde, os indicadores e as metas de saúde, os critérios
Art. 31. Nas Comissões Intergestores, os gestores pú- de avaliação de desempenho, os recursos financeiros que
blicos de saúde poderão ser representados pelo Conse- serão disponibilizados, a forma de controle e fiscalização
lho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS, pelo da sua execução e demais elementos necessários à im-
Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde plementação integrada das ações e serviços de saúde.
- CONASEMS e pelo Conselho Estadual de Secretarias § 1o O Ministério da Saúde definirá indicadores nacio-
Municipais de Saúde - COSEMS. nais de garantia de acesso às ações e aos serviços de saú-
Art. 32. As Comissões Intergestores pactuarão: de no âmbito do SUS, a partir de diretrizes estabelecidas
I - aspectos operacionais, financeiros e administrati- pelo Plano Nacional de Saúde.
vos da gestão compartilhada do SUS, de acordo com § 2o O desempenho aferido a partir dos indicadores na-
a definição da política de saúde dos entes federativos, cionais de garantia de acesso servirá como parâmetro
consubstanciada nos seus planos de saúde, aprovados para avaliação do desempenho da prestação das ações
pelos respectivos conselhos de saúde; e dos serviços definidos no Contrato Organizativo de
II - diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde, integração Ação Pública de Saúde em todas as Regiões de Saúde,
de limites geográficos, referência e contrarreferência e considerando-se as especificidades municipais, regionais
demais aspectos vinculados à integração das ações e e estaduais.
serviços de saúde entre os entes federativos; Art. 36. O Contrato Organizativo da Ação Pública de
III - diretrizes de âmbito nacional, estadual, regional e Saúde conterá as seguintes disposições essenciais:
interestadual, a respeito da organização das redes de I - identificação das necessidades de saúde locais e re-
atenção à saúde, principalmente no tocante à gestão gionais;
institucional e à integração das ações e serviços dos en- II - oferta de ações e serviços de vigilância em saúde,
tes federativos; promoção, proteção e recuperação da saúde em âmbito
IV - responsabilidades dos entes federativos na Rede de regional e inter-regional;
Atenção à Saúde, de acordo com o seu porte demo- III - responsabilidades assumidas pelos entes federativos
gráfico e seu desenvolvimento econômico-financeiro, perante a população no processo de regionalização, as
estabelecendo as responsabilidades individuais e as so- quais serão estabelecidas de forma individualizada, de
lidárias; e acordo com o perfil, a organização e a capacidade de
V - referências das regiões intraestaduais e interestadu- prestação das ações e dos serviços de cada ente federati-
ais de atenção à saúde para o atendimento da integra- vo da Região de Saúde;
lidade da assistência. IV - indicadores e metas de saúde;
Parágrafo único. Serão de competência exclusiva da V - estratégias para a melhoria das ações e serviços de saúde;
CIT a pactuação: VI - critérios de avaliação dos resultados e forma de mo-
I - das diretrizes gerais para a composição da RENASES; nitoramento permanente;
II - dos critérios para o planejamento integrado das VII - adequação das ações e dos serviços dos entes fe-
ações e serviços de saúde da Região de Saúde, em razão derativos em relação às atualizações realizadas na RE-
do compartilhamento da gestão; e NASES;
III - das diretrizes nacionais, do financiamento e das VIII - investimentos na rede de serviços e as respectivas
questões operacionais das Regiões de Saúde situadas em responsabilidades; e
fronteiras com outros países, respeitadas, em todos os IX - recursos financeiros que serão disponibilizados por
casos, as normas que regem as relações internacionais. cada um dos partícipes para sua execução.
Parágrafo único. O Ministério da Saúde poderá instituir
Seção II formas de incentivo ao cumprimento das metas de saúde
Do Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde e à melhoria das ações e serviços de saúde.
Art. 37. O Contrato Organizativo de Ação Pública de
Art. 33. O acordo de colaboração entre os entes fede- Saúde observará as seguintes diretrizes básicas para fins
rativos para a organização da rede interfederativa de de garantia da gestão participativa:
atenção à saúde será firmado por meio de Contrato I - estabelecimento de estratégias que incorporem a ava-
Organizativo da Ação Pública da Saúde. liação do usuário das ações e dos serviços, como ferra-
Art. 34. O objeto do Contrato Organizativo de Ação menta de sua melhoria;
Pública da Saúde é a organização e a integração das II - apuração permanente das necessidades e interesses
ações e dos serviços de saúde, sob a responsabilidade do usuário; e
dos entes federativos em uma Região de Saúde, com III - publicidade dos direitos e deveres do usuário na saú-
LEGISLAÇÕES DO SUS

a finalidade de garantir a integralidade da assistência de em todas as unidades de saúde do SUS, inclusive nas
aos usuários. unidades privadas que dele participem de forma com-
Parágrafo único. O Contrato Organizativo de Ação plementar.
Pública da Saúde resultará da integração dos planos Art. 38. A humanização do atendimento do usuário será
de saúde dos entes federativos na Rede de Atenção à fator determinante para o estabelecimento das me-
Saúde, tendo como fundamento as pactuações esta- tas de saúde previstas no Contrato Organizativo de
belecidas pela CIT. Ação Pública de Saúde.
Art. 39. As normas de elaboração e fluxos do Contrato
Organizativo de Ação Pública de Saúde serão pactua- #FicaDica
dos pelo CIT, cabendo à Secretaria de Saúde Estadual
coordenar a sua implementação. A lei 8080 e 8142 são de extrema impor-
Art. 40. O Sistema Nacional de Auditoria e Avalia- tância por serem as Leis Orgânicas de Saú-
ção do SUS, por meio de serviço especializado, fará o de que regulamentam o Sistema Único de
controle e a fiscalização do Contrato Organizativo de Saúde (SUS).Essa lei aborda as condições
Ação Pública da Saúde. para promover, proteger e recuperar a
§ 1o O Relatório de Gestão a que se refere o inciso IV saúde, além da organização e o funciona-
do art. 4o da Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, mento dos serviços também relacionados
conterá seção específica relativa aos compromissos à saúde.
assumidos no âmbito do Contrato Organizativo de
Ação Pública de Saúde.
§ 2o O disposto neste artigo será implementado em
conformidade com as demais formas de controle e fis- EXERCÍCIOS COMENTADOS
calização previstas em Lei.
Art. 41. Aos partícipes caberá monitorar e avaliar a 1. (Pref. Itupeva/SP- 2016 -Técnico de Enfermagem-
execução do Contrato Organizativo de Ação Pública BIORIO) De acordo com a Lei 8080/90, as afirmativas a
de Saúde, em relação ao cumprimento das metas es- seguir estão corretas, EXCETO:
tabelecidas, ao seu desempenho e à aplicação dos re-
cursos disponibilizados. a) A saúde é um direito fundamental do ser humano, de-
Parágrafo único. Os partícipes incluirão dados sobre vendo o Estado prover as condições indispensáveis ao
o Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde seu pleno exercício.
no sistema de informações em saúde organizado pelo b) O dever do Estado de garantir a saúde consiste na
Ministério da Saúde e os encaminhará ao respectivo formulação e execução de políticas econômicas e so-
Conselho de Saúde para monitoramento. ciais que visem à redução de riscos de doenças e de
outros agravos e no estabelecimento de condições
CAPÍTULO VI que assegurem acesso universal e igualitário às ações
e aos serviços para a sua promoção, proteção e recu-
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS peração.
c) O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família,
Art. 42. Sem prejuízo das outras providências legais, o das empresas e da sociedade.
Ministério da Saúde informará aos órgãos de controle d) Os níveis de saúde não expressam a organização social
interno e externo: e econômica do País.
I - o descumprimento injustificado de responsabilida- e) A saúde tem como determinantes e condicionantes,
des na prestação de ações e serviços de saúde e de entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento
outras obrigações previstas neste Decreto; básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educa-
II - a não apresentação do Relatório de Gestão a que ção, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso
se refere o inciso IV do art. 4º da Lei no 8.142, de aos bens e serviços essenciais.
1990; Resposta: Letra D. Os níveis de saúde expressam mui-
III - a não aplicação, malversação ou desvio de recur- to a organização social e econômica do País.
sos financeiros; e
IV - outros atos de natureza ilícita de que tiver conhe- 2. (Pref. Itupeva/SP- 2016- Técnico de Enfermagem-
cimento. BIORIO) De acordo com o Art. 6º da Lei 8080/90, estão
incluídas no campo de atuação do Sistema Único de Saú-
Art. 43. A primeira RENASES é a somatória de todas as
de (SUS), entre outras, EXCETO:
ações e serviços de saúde que na data da publicação
deste Decreto são ofertados pelo SUS à população, por a) a execução de ações de vigilância sanitária.
meio dos entes federados, de forma direta ou indireta. b) a execução de ações de vigilância epidemiológica.
Art. 44. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá c) execução de ações de assistência terapêutica integral,
as diretrizes de que trata o § 3o do art. 15 no prazo excluída a farmacêutica.
de cento e oitenta dias a partir da publicação deste d) a participação na formulação da política e na execução
Decreto. de ações de saneamento básico.
Art. 45. Este Decreto entra em vigor na data de sua e) a vigilância nutricional e a orientação alimentar.,
publicação.
Resposta: Letra C. Art. 6º Estão incluídas ainda no
LEGISLAÇÕES DO SUS

Brasília, 28 de junho de 2011; 190o da Independência campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS):
e 123o da República. I - a execução de ações:
DILMA ROUSSEFF a) de vigilância sanitária;
Alexandre Rocha Santos Padilha b) de vigilância epidemiológica;
c) de saúde do trabalhador; e
Este texto não substitui o publicado no DOU de d) de assistência terapêutica integral, inclusive farma-
29.6.2011 cêutica;

14
II - a participação na formulação da política e na exe- IV - avaliação do impacto que as tecnologias provo-
cução de ações de saneamento básico; cam à saúde;
III - a ordenação da formação de recursos humanos na V - informação ao trabalhador e à sua respectiva en-
área de saúde; tidade sindical e às empresas sobre os riscos de aci-
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar; dentes de trabalho, doença profissional e do trabalho,
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele bem como os resultados de fiscalizações, avaliações
compreendido o do trabalho; ambientais e exames de saúde, de admissão, periódi-
VI - a formulação da política de medicamentos, equi- cos e de demissão, respeitados os preceitos da ética
pamentos, imunobiológicos e outros insumos de inte- profissional;
resse para a saúde e a participação na sua produção; VI - participação na normatização, fiscalização e con-
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e trole dos serviços de saúde do trabalhador nas insti-
substâncias de interesse para a saúde; tuições e empresas públicas e privadas;
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças
bebidas para consumo humano; originadas no processo de trabalho, tendo na sua ela-
IX - a participação no controle e na fiscalização da pro- boração a colaboração das entidades sindicais; e
dução, transporte, guarda e utilização de substâncias e VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de re-
produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; querer ao órgão competente a interdição de máquina,
X - o incremento, em sua área de atuação, do desen- de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho,
volvimento científico e tecnológico; quando houver exposição a risco iminente para a vida
XI - a formulação e execução da política de sangue e ou saúde dos trabalhadores.
seus derivados.
§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto 3. (Pref. Itupeva/SP-2016/Técnico de Enfermagem/
de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos BIORIO) Avalie, com base na Lei 8080/90, se as ações e
à saúde e de intervir nos problemas sanitários decor- serviços públicos de saúde e os serviços privados con-
rentes do meio ambiente, da produção e circulação de tratados ou conveniados que integram o Sistema Único
bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, de Saúde (SUS) obedecem, entre outros, aos seguintes
abrangendo: princípios:
I - o controle de bens de consumo que, direta ou in- I. Universalidade de acesso aos serviços de saúde em to-
diretamente, se relacionem com a saúde, compreen- dos os níveis de assistência.
didas todas as etapas e processos, da produção ao II. Integralidade de assistência, entendida como conjunto
consumo; e articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e
II - o controle da prestação de serviços que se relacio- curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso
nam direta ou indiretamente com a saúde. em todos os níveis de complexidade do sistema.
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um III. Preservação da autonomia das pessoas na defesa de
conjunto de ações que proporcionam o conhecimen- sua integridade física e moral.
to, a detecção ou prevenção de qualquer mudança IV. Igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos
nos fatores determinantes e condicionantes de saúde ou privilégios de qualquer espécie.
individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar Estão corretos os itens:
e adotar as medidas de prevenção e controle das do-
enças ou agravos. a) I e III, apenas.
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins b) II e IV, apenas.
desta lei, um conjunto de atividades que se destina, c) II, III e IV, apenas.
através das ações de vigilância epidemiológica e vigi- d) I, II e III, apenas.
lância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos e) I, II, III e IV.
trabalhadores, assim como visa à recuperação e rea-
bilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos Resposta: Letra E. Esta Lei regula em todo o territó-
riscos e agravos advindos das condições de trabalho, rio nacional as ações e serviços de saúde, executados
abrangendo: isolada ou conjuntamente, em caráter permanente,
I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito
trabalho ou portador de doença profissional e do tra- público ou privado.
balho;
II - participação, no âmbito de competência do Sis- 4. (IDECAN – MG - Concurso público de Técnico de
tema Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, enfermagem/2013) Regula, em todo o território nacio-
avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à nal, as ações e os serviços de saúde, executados isolada
ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual,
LEGISLAÇÕES DO SUS

saúde existentes no processo de trabalho;


III - participação, no âmbito de competência do Siste- por pessoas naturais ou jurídicas de direito publico ou
ma Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscaliza- privado.‖ Trata-se de
ção e controle das condições de produção, extração, a) lei nº. 8142/90.
armazenamento, transporte, distribuição e manuseio b) lei nº. 8080/90.
de substâncias, de produtos, de máquinas e de equi- c) lei nº. 9836/99.
pamentos que apresentam riscos à saúde do traba- d) constituição federal.
lhador; e) nob (norma operacional básica).
Resposta: Letra B. Lei nº 8080 – 1990: dispõe sobre a § Contagiar trabalhadores, gestores e usuários do
organização e funcionamento do SUS. ―.o conjunto de SUS com os princípios e as diretrizes da humanização;
ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e ins- § Fortalecer iniciativas de humanização existentes;
tituições públicas federais, estaduais e municipais, da § Desenvolver tecnologias relacionais e de
administração direta e indireta e das fundações man- compartilhamento das práticas de gestão e de atenção;
tidas pelo poder público, constitui o Sistema único de § Aprimorar, ofertar e divulgar estratégias e
saúde (SUS). ―art 4 Lei 8080-1990. metodologias de apoio a mudanças sustentáveis dos
modelos de atenção e de gestão;
5. (DANTE PAZZANESE – Enfermeiro – QUADRIX - § Implementar processos de acompanhamento
2013) As regiões de saúde serão instituídas pelo estado, e avaliação, ressaltando saberes gerados no SUS e
em articulação com os municípios, respeitadas as diretri- experiências coletivas bem-sucedidas.
zes gerais pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite
(CIT).Para ser instituída a Região de Saúde deve conter, Para isso, o HumanizaSUS trabalha com três macro-
no mínimo, ações e serviços de: -objetivos:
§ Ampliar as ofertas da Política Nacional de
a) Atenção primária; urgência e emergência; atenção psi- Humanização aos gestores e aos conselhos de saúde,
cossocial; atenção ambulatorial e hospitalar, além da priorizando a atenção básica/fundamental e hospitalar,
Vigilância em Saúde. com ênfase nos hospitais de urgência e universitários;
b) Atenção primária; urgência e emergência; § Incentivar a inserção da valorização dos
c) Atenção primária; urgência e emergência; população trabalhadores do SUS na agenda dos gestores, dos
usuária das ações e serviços; conselhos de saúde e das organizações da sociedade
d) Vigilância em saúde, somente; civil;
e) Atenção primária; atenção secundária; vigilância sani- § Divulgar a Política Nacional de Humanização
tária e epidemiológica; e acesso aberto. e ampliar os processos de formação e produção de
conhecimento em articulação com movimentos sociais e
Resposta: Letra A. O decreto nº 7.508, de 28 de junho instituições.
de 2011, que regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de Na prática, os resultados que a Política Nacional de
setembro de 1990, para dispor sobre a organização Humanização busca são:
do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da § Redução de filas e do tempo de espera, com
saúde, a assistência à saúde e a articulação interfede- ampliação do acesso;
rativa, e dá outras providências. No art 5º diz: ―Para ser § Atendimento acolhedor e resolutivo baseado em
instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo, critérios de risco;
ações e serviços de: § Implantação de modelo de atenção com
I - atenção primária; responsabilização e vínculo;
II - urgência e emergência; § Garantia dos direitos dos usuários;
III - atenção psicossocial; § Valorização do trabalho na saúde;
IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e § Gestão participativa nos serviços.
V - vigilância em saúde. e no parágrafo único diz: ― A
instituição das Regiões de Saúde observará cronogra-
Princípios
ma pactuado nas Comissões Intergestores.‖
Transversalidade
A Política Nacional de Humanização deve se fazer
presente e estar inserida em todas as políticas e pro-
DOCUMENTO DE REFERÊNCIA DO PRO- gramas do SUS. A PNH busca transformar as relações
GRAMA NACIONAL DE SEGURANÇA DO de trabalho a partir da ampliação do grau de contato e
PACIENTE, HUMANIZASUS: DOCUMENTO da comunicação entre as pessoas e grupos, tirando-os
BASE PARA GESTORES E TRABALHADORES do isolamento e das relações de poder hierarquizadas.
DO SUS, MARCO PARA AÇÃO EM EDUCA- Transversalizar é reconhecer que as diferentes especia-
ÇÃO INTERPROFISSIONAL E PRÁTICA CO- lidades e práticas de saúde podem conversar com a ex-
LABORATIVA. periência daquele que é assistido. Juntos, esses saberes
podem produzir saúde de forma mais corresponsável.

A Política Nacional de Humanização, carinhosamen- Indissociabilidade entre atenção e gestão


te chamada PNH, é uma política pública no SUS voltada As decisões da gestão interferem diretamente na
atenção à saúde. Por isso, trabalhadores e usuários de-
LEGISLAÇÕES DO SUS

para ativação de dispositivos que favoreçam ações de


humanização no âmbito da atenção e da gestão da saú- vem buscar conhecer como funciona a gestão dos servi-
de no Brasil. ços e da rede de saúde, assim como participar ativamen-
te do processo de tomada de decisão nas organizações
Objetivos, princípio e métodos: de saúde e nas ações de saúde coletiva. Ao mesmo tem-
po, o cuidado e a assistência em saúde não se restringem
A Política Nacional de Humanização da Atenção e às responsabilidades da equipe de saúde. O usuário e sua
Gestão do SUS tem como propósitos: rede sócio-familiar devem também se corresponsabilizar

16
pelo cuidado de si nos tratamentos, assumindo posição COMO FAZER?
protagonista com relação a sua saúde e a daqueles que Implica prestar um atendimento com resolutivida-
lhes são caros. de e responsabilização, com uma postura de escuta e
compromisso em dar respostas às necessidades de saú-
Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos de trazidas pelo usuário que inclua sua cultura, saberes
sujeitos e coletivos (rompimento com a lógica da exclusão) e capacidade de
Qualquer mudança na gestão e atenção é mais con- avaliar riscos. É construir uma proposta com a equipe lo-
creta se construída com a ampliação da autonomia e cal orientando, quando for o caso, o paciente e a família
vontade das pessoas envolvidas, que compartilham res- em relação a outros serviços de saúde para continuidade
ponsabilidades. Os usuários não são só pacientes, os tra- da assistência estabelecendo articulações com estes ser-
balhadores não só cumprem ordens: as mudanças acon- viços para garantir a eficácia desses encaminhamentos.
tecem com o reconhecimento do papel de cada um. Um (em rede)
SUS humanizado reconhece cada pessoa como legítima
cidadã de direitos e valoriza e incentiva sua atuação na Gestão Participativa e cogestão
produção de saúde. O QUE É?
Cogestão significa a inclusão de novos sujeitos nos
Método processos de gestão (análise de contexto e problemas;
O HumanizaSUS, aposta na INCLUSÃO de trabalha- processo de tomada de decisão). Sendo exercida não por
dores, usuários e gestores na produção e gestão do cui- poucos ou alguns, mas por um conjunto mais ampliado
dado e dos processos de trabalho. A comunicação entre de sujeitos que compõem a organização, assumindo-se
esses três atores do SUS provoca movimentos de pertur- o predicado de que ―todos são gestores de seus proces-
bação e inquietação que a PNH considera o ―motor‖ de so de trabalho‖. O prefixo ―co‖, nesta perspectiva, indica
mudanças e que também precisam ser incluídos como para o conceito e a experimentação da gestão um duplo
recursos para a produção de saúde. movimento: a adição de novas funções e adição de no-
Humanizar se traduz, então, como inclusão das dife- vos sujeitos.
renças nos processos de gestão e de cuidado. Tais mu-
danças são construídas não por uma pessoa ou grupo COMO FAZER?
isolado, mas de forma coletiva e compartilhada. Incluir
A organização e experimentação de rodas é uma di-
para estimular a produção de novos modos de cuidar e
novas formas de organizar o trabalho. retriz da cogestão. Rodas para colocar as diferenças em
Mas incluir como? contato de modo a produzir movimentos de desestabi-
As rodas de conversa, o incentivo às redes e mo- lização que favoreçam mudanças nas práticas de gestão
vimentos sociais e a gestão dos conflitos gerados pela e de atenção. A PNH distingue arranjos/dispositivos de
inclusão das diferenças são ferramentas experimentadas cogestão em dois grupos: o primeiro grupo diz respeito
nos serviços de saúde a partir das orientações da PNH. à organização do espaço coletivo de gestão que permi-
Incluir os trabalhadores na gestão é fundamental para ta o acordo entre necessidades e interesses de usuários,
que eles, no dia a dia, reinventem seus processos de tra- trabalhadores e gestores; o segundo grupo refere-se
balho e sejam agentes ativos das mudanças no serviço aos mecanismos que garantem a participação ativa de
de saúde. Incluir usuários e suas redes sócio familiares usuários e familiares no cotidiano das unidades de saúde.
nos processos de cuidado é um poderoso recurso para Deverão ser organizados espaços coletivos de gestão
a ampliação da corresponsabilização no cuidado de si. para a produção de acordos e pactos entre usuários,
trabalhadores e gestores. Ex.: Colegiados Gestores de
Diretrizes e dispositivos Hospitais, de Distritos Sanitários e Secretarias de Saú-
Diretrizes para a implementação do HumanizaSUS de, Colegiado Gestor da Unidade de Saúde, Mesas de
A Política Nacional de Humanização atua a partir de Negociação Permanente, Contratos de Gestão, Contra-
orientações clínicas, éticas e políticas, que se traduzem tos Internos de Gestão, Câmara Técnica de Humanização
em determinados arranjos de trabalho. Entenda melhor (CTH), Gerência de Porta Aberta, entre outros, são arran-
alguns conceitos que norteiam o trabalho da PNH: jos de trabalho que permitem a experimentação da co-
gestão no cotidiano da saúde.
Acolhimento
O QUE É? Ambiência
Processo constitutivo das práticas de produção e O QUE É?
promoção de saúde que implica responsabilização do Organização de espaços saudáveis e acolhedores
trabalhador/equipe pelo usuário, desde a sua chegada de trabalho, tendo, como um dos seus dispositivos, a
até a sua saída. Ouvindo sua queixa, considerando suas elaboração de Projetos Cogeridos de Ambiência, como
LEGISLAÇÕES DO SUS

preocupações e angústias, fazendo uso de uma escuta proposta de mudança das práticas, dos processos e das
qualificada que possibilite analisar a demanda, colocan-
relações de trabalho pautada na construção coletiva e
do os limites necessários, garantindo atenção integral,
participativa. A Ambiência é a ―Diretriz Espacial‖ para as
resolutiva e responsável por meio do acionamento/
demais diretrizes da PNH, apontando-se um duplo de-
articulação das redes internas dos serviços (visando à
horizontalidade do cuidado) e redes externas, como ou- safio que é o de sintonizar ―o que fazer‖ com o ―como
tros serviços de saúde, para continuidade da assistência fazer‖, ou seja, o conceito de Ambiência e o método para
quando necessário. a construção coletiva dos espaços de saúde.
COMO FAZER? Defesa dos Direitos dos Usuários
Modo de fazer: o método da tríplice inclusão da PNH. O QUE É?
Na produção do espaço de saúde devem interceder os Os usuários de saúde possuem direitos garantidos
saberes que potencializam mudanças. A intercessão de por lei e os serviços de saúde devem incentivar o conhe-
diferentes campos do saber e das profissões, tais como cimento desses direitos e assegurar que eles sejam cum-
dos arquitetos, dos engenheiros, dos médicos, dos nu- pridos em todas as fases do cuidado, desde a recepção
tricionistas, dos enfermeiros, dos usuários, entre outros, até a alta.
embora muitas vezes provoque tensionamentos, valoriza
o processo de construção coletiva a partir de diferentes COMO FAZER?
olhares. Trata-se, assim, de um modo de fazer que afirme Todo cidadão tem direito a uma equipe que cuide
as especificidades do saber de cada um em uma relação dele, de ser informado sobre sua saúde e também de
de interferência para a produção de um objetivo comum. decidir sobre compartilhar ou não sua dor e alegria com
sua rede social.
Clínica ampliada e compartilhada
Formação e intervenção
O QUE É?
… e intervenção é mudança
Prática interdisciplinar com a proposta de entender o
Através de cursos e oficinas de formação/interven-
significado do adoecimento e tratar a doença no contex- ção e a partir da discussão dos processos de trabalho, as
to de vida propõe qualificar o modo de se fazer saúde. diretrizes e dispositivos da PNH são vivenciados e rein-
Ampliar a clínica é aumentar a autonomia do usuário do ventados no cotidiano dos serviços de saúde. Em todo o
serviço de saúde, da família e da comunidade. É integrar Brasil, os trabalhadores são formados técnica e politica-
a equipe de trabalhadores da saúde de diferentes áreas mente e reconhecidos como multiplicadores e apoiado-
na busca de um cuidado e tratamento de acordo com res da PNH, pois são os construtores de novas realidades
cada caso, com a criação de vínculo com o usuário. A em saúde e poderão se tornar os futuros formadores da
vulnerabilidade e o risco do indivíduo são considerados PNH em suas localidades.
e o diagnóstico é feito não só pelo saber dos especia-
listas clínicos, mas também leva em conta a história de
quem está sendo cuidado, de modo a possibilitar deci-
sões compartilhadas e compromissadas. ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E SAÚDE
COLETIVA: ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍ-
COMO FAZER? LIA: ORGANIZAÇÃO E PRÁTICA. VIGILÂN-
Utilizando recursos que permitam enriquecimento CIA EPIDEMIOLÓGICA.
dos diagnósticos (outras variáveis além do enfoque or-
gânico, inclusive a percepção dos afetos produzidos nas
relações clínicas) e a qualificação do diálogo (tanto en- 1.2.5 Estratégia Saúde da Família
tre os profissionais de saúde envolvidos no tratamento
quanto destes com o usuário), de modo a compreender A estratégia Saúde da Família (eSF) tem como obje-
a doença e se responsabilizar na produção de sua saú- tivo reorganizar a Atenção Básica no Brasil, segundo os
de, possibilitando decisões compartilhadas e compro- preceitos do Sistema Único de Saúde (SUS).
missadas com a autonomia e a saúde dos usuários do É considerada, pelo Ministério da Saúde e pelos ges-
SUS. Para implantar essa diretriz da PNH é importante tores estaduais e municipais, a estratégia prioritária para
também que sejam discutidas outras orientações, como expansão, qualificação e consolidação da Atenção Básica
o Projeto Terapêutico Singular, Equipe de referência e no país.
apoio matricial, co-gestão e o acolhimento. Por meio da atenção integral e contínua, a eSF busca
promover a qualidade de vida da população e intervir
Valorização do Trabalhador nos fatores de risco para a saúde, se fortalecendo como
O QUE É? porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS).
É importante dar visibilidade à experiência dos Ligada às Unidades Básicas de Saúde (UBS), as equi-
trabalhadores e incluí-los na tomada de decisão, pes Saúde da Família atuam em maior proximidade com
apostando na sua capacidade de analisar, definir e os usuários. Isso permite conhecer as pessoas e as famí-
qualificar os processos de trabalho. lias da comunidades, garantindo uma maior adesão aos
tratamentos e intervenções propostas.
COMO FAZER? Como resultado, a maioria dos problemas de saúde
O Programa de Formação em Saúde e Trabalho e a da população acabam sendo resolvidos na Atenção Bási-
LEGISLAÇÕES DO SUS

Comunidade Ampliada de Pesquisa são possibilidades ca, dispensando a necessidade de intervenções de média
que tornam possível o diálogo, intervenção e análise do e alta complexidade.
que gera sofrimento e adoecimento, do que fortalece o
grupo de trabalhadores e do que propicia os acordos de 1.2.5.1 Equipes da eSF
como agir no serviço de saúde. É importante também as-
segurar a participação dos trabalhadores nos espaços co- A estratégia Saúde da Família (eSF) é constituída por
letivos de gestão. equipes multiprofissionais. Para garantir ações de cuida-

18
do integral da saúde da população, cada equipe deve do mundo todo. Transmitida, principalmente, pelo
contar, no mínimo, com: contato direto com secreções contaminadas pelo
a) médico generalista ou especialista em saúde da fa- vírus (esperma, secreção vaginal, sangue e leite
mília ou médico de família e comunidade; materno), a doença também pode acontecer: pela
b) enfermeiro generalista ou especialista em saúde da recepção de órgão ou sangue contaminado; pelo
família; compartilhamento de seringas e agulhas; por aci-
c) auxiliar ou técnico de enfermagem; dentes com materiais perfurocortantes contamina-
d) agentes comunitários de saúde (ACS). dos; e durante a gestação (quando a mãe é porta-
dora do vírus). Ao ser adquirido, o vírus HIV ataca
Em alguns casos, as equipes Saúde da Família ainda as células de defesa do corpo (linfócitos), compro-
podem possuir profissionais de saúde bucal, dentre os metendo de forma significativa o sistema imuno-
quais estão: lógico do indivíduo doente. Consequentemente, a
a) o cirurgião-dentista generalista ou especialista em pessoa se torna mais susceptível a outras doenças.
saúde da família; Essa manifestação clínica, em conjunto com os re-
b) o técnico em saúde bucal (TSB); sultados de exames laboratoriais, serve de base
b) o auxiliar em saúde bucal (ASB). para diagnosticar a Aids. Embora não tenha cura,
a doença pode ser tratada com medicamentos que
Para atender de forma adequada toda a população reduzem a quantidade de vírus no sangue, melho-
cadastrada, as equipes Saúde da Família também preci- rando/prolongando a qualidade de vida do doente.
sam contar com uma quantidade suficiente de agentes
comunitários da saúde (ACS). Nesse caso é recomen- Quando a pessoa tem o vírus, mas não apresenta si-
dado que: nais e sintomas da doença, ela é chamada de portadora
a) cada equipe de Saúde da Família conte como 12 do HIV ou soropositiva para HIV. A partir do momento em
ACS; que a pessoa portadora do HIV passa a apresentar sinais
b) cada ACS seja responsável por, no máximo, 750 e sintomas, se diz que ela tem Aids.
pessoas. Portadores do HIV devem ser orientados a:
a) viver normalmente, seguindo as orientações da
Recomenda-se ainda que cada equipe Saúde da Fa- equipe de saúde;
mília seja responsável por, no máximo, 4.000 pessoas (a b) usar preservativo em todas a relações sexuais (evita
média ideal é de 3.000 pessoas por equipe). outras doenças);
c) não compartilhar agulhas e seringas;
As jornadas de trabalho das equipes Saúde da Famí- d) não doar órgãos ou sangue;
lia, assim como os horários e dias de funcionamento da e) passar regularmente por avaliação na UBS;
Unidade Básica de Saúde (UBS) devem ser organizadas f) adotar hábitos saudáveis.
de maneira que assegurem: Já para as pessoas doentes de Aids, é recomendado:
a) o maior acesso possível da população;
a) seguir todas as orientações citadas anteriormente;
b) a construção de vínculo entre a equipe e os usuá-
b) aderir ao tratamento da doença, usando os medica-
rios;
mentos de forma correta.
c) a continuidade, coordenação e longitudinalidade
do cuidado.
b) Sífilis: causada pela bactéria Treponema pallidum, a
sífilis é uma DST que pode ser adquirida (transmiti-
1.2.6 Prevenção e controle das doenças sexual-
da pelo contato sexual ou transfusão sanguínea) ou
mente transmissíveis e da Aids
congênita (transmitida da mãe doente para o feto
As doenças sexualmente transmissíveis (DST), tam- durante a gestação). Seus sinais e sintomas variam
bém conhecidas como doenças venéreas ou doenças da conforme a fase de desenvolvimento da doença
rua, são causadas por microrganismos (como vírus, bac- (sífilis primária, sífilis secundária, período latente
térias, fungos e protozoários) e podem se manifestar por e sífilis terciária ou tardia), servindo de base para
sinais (o que a pessoa vê) e sintomas (o que a pessoa o diagnóstico. Os casos confirmados são tratados
sente), como: feridas, coceira, corrimentos, verrugas, ar- com antibióticos..
dência urinária e dor durante as relações sexuais. O desenvolvimento da sífilis ocorre em fases distintas:
Assim como outras doenças infecciosas, as DST po- 1) Sífilis primária: nessa primeira fase surge uma lesão
dem ser transmitidas. Normalmente, essa transmissão indolor denominada cancro duro, que desaparece
ocorre por meio de relações sexuais sem camisinha e/ou em 4 semanas sem deixar marcas.
do compartilhamento de agulhas e seringas (comum en- 2) Sífilis secundária: essa fase ocorre de 4 a 8 sema-
LEGISLAÇÕES DO SUS

tre os usuários de drogas injetáveis). A seguir estão lista- nas após o aparecimento com cancro duro. Nela, a
das alguns exemplos de doenças que fazem parte desse bactérias causadora da doença é disseminada pela
grupo: corrente sanguínea promovendo o aparecimento
de lesões pelo corpo, além do inchaço de linfo-
a) Aids: causada pelo vírus HIV, a Aids, também co- nodos. Ainda nessa fase podem ocorrer sintomas
nhecida como Sida (Síndrome da Imunodeficiência como febre, mal estar, náuseas, cansaço, dor de
Adquirida), é uma doença grave que atinge pessoas cabeça, distúrbios visuais etc.
3) Período latente: nessa fase, geralmente o paciente
não apresenta sinais e sintomas, apenas a presença FIQUE ATENTO!
de anticorpos para sífilis. Em períodos de recaída, Pessoas diagnosticadas com cancro mole de-
as lesões podem voltar a aparecer. vem ser acompanhadas pelo médico respon-
4) Sífilis terciária ou tardia: nessa fase, parte dos pa- sável até o completo desaparecimento das
cientes não tratados passam a apresentar manifes- lesões. Durante o período de tratamento, é
tações ósseas (ossos), cardiovasculares (coração e indicada a abstinência sexual. Além disso, é
vasos) e nervosas (sistema nervoso). fundamental que os parceiros sexuais do do-
ente também sejam tratados, uma vez que
c) Gonorreia: causada pela bactéria Neisseria gonor- algumas pessoas podem ter a doença sem
rhoeae, a gonorreia é uma doença transmitida pelo apresentar os sintomas.
contato sexual sem proteção, que se manifesta de
diferentes formas em homens (coceira em toda a
g) Herpes genital: causada pelo Herpes simplex ví-
uretra, ardência ao urinar e corrimento purulento)
rus (HSV), dos tipos I e II, o herpes é caracterizado
e mulheres (inflamação do colo do útero, corri- pelo surgimento de lesões (em forma de bolhas)
mento vaginal e ardência ao urinar, podendo cau- em qualquer parte do corpo, principalmente nos
sar dor pélvica, esterilidade e gravidez ectópica). órgãos sexuais. Seu diagnóstico é feito a partir dos
Seu diagnóstico é feito com base nos sinais e sin- sinais clínicos observados. A doença não tem cura.
tomas apresentados pelo doente e nos resultados As lesões regridem espontaneamente e o trata-
de exames laboratoriais. Já o tratamento é realiza- mento é voltado apenas para o alívio dos sintomas.
do com o uso de medicamentos. Como o vírus permanece no organismo, as lesões
d) Condiloma acuminado: causada pelo vírus HPV podem voltar a aparecer em situações de estresse,
(papilomavírus humano), o condiloma acuminado, exposição ao sol, queda de imunidade e outros.
também conhecido como crista de galo ou verru- h) Candidíase: causada pelo fungo Candida albicans,
ga genital, é uma doença infecciosa de transmissão a candidíase (também conhecida como sapinho
sexual, que se manifesta pelo surgimento de pe- ou candidemia) é uma micose que afeta homens
quenas verrugas nas regiões anal e perianal, po- e mulheres, podendo atingir a mucosa oral (candi-
dendo até obstruir o canal vaginal da mulher. Seu díase oral), a mucosa vaginal (candidíase vaginal),
diagnóstico é feito a partir dos sinais clínicos apre- as áreas com dobras como virilha e axila (intertri-
sentados pelo doente e confirmado por biópsia. O go), as áreas ao redor da unha, (paroníquia) e as
tratamento da doença envolve a cauterização (quí- unhas (onicomicose). Caracterizada por lesões se-
mica ou térmica) da lesões. melhantes a placas brancas na boca (aftas) ou pla-
e) Linfogranuloma venéreo: causada pela bactéria cas vermelhas, a doença pode ser adquirida pelo
Chlamydia tracomatis, o linfogranuloma venéreo contato direto com a mucosa ou com as secreções
é uma doença infecciosa de transmissão sexual, infectadas do doente. Seu diagnóstico é feito a
que acomete os vasos linfáticos e se desenvolve partir dos sinais clínicos observados e confirmado
em três fases: fase primária (surgimento de lesões por exames laboratoriais. Já o tratamento envolve
indolores no local de entrada da bactéria), fase o uso de medicamentos.
secundária (inflamação dos gânglios linfáticos da i) Tricomoníase: causada pelo protozoário Tricho-
virilha - bulbão -, acompanhada ou não de febre monas vaginalis, a tricomoníase é uma doença de
e mal estar) e fase terciária (eliminação de secre- transmissão sexual (mais frequente em mulheres),
ção purulenta, com ou sem sangue, por orifícios do que pode se manifestar pela presença de ardên-
bulbão). Seu diagnóstico é feito a partir dos sinais cia e coceira na região genital, além de corrimento
clínicos apresentados pelo doente e confirmado amarelado e espesso, de odor fétido. Assim como
por exames laboratoriais. O tratamento da doença outras DST, seu diagnóstico é feito a partir dos si-
é realizado com o uso de medicamentos e com a nais clínicos observados e confirmado por exames
drenagem do gânglio linfático inflamado (bulbão). laboratoriais. Já o tratamento envolve o uso de
f) Cancro mole: causada pela bactéria Haemophilus medicamentos.
ducrey, o cancro mole ou cancro venéreo simples
é uma doença de transmissão sexual que se mani- A maior parte das DST tem cura. No entanto, para ob-
festa pelo surgimento de lesões dolorosas (lesões ter um bom resultado, é necessário realizar o tratamento
do tipo úlcera com borda irregular, cobertas por de forma correta, sem interrupções.
um líquido de coloração amarela e odor fétido) na A fim de controlar as DST/Aids em todo o país, o Mi-
LEGISLAÇÕES DO SUS

genitália masculina e feminina. Seu diagnóstico é nistério da Saúde estruturou programas com ações que
feito a partir dos sinais clínicos apresentados pelo visam prevenir a ocorrência de novos casos, detectar pre-
doente e confirmado por exames laboratoriais. Já cocemente a doença e tratar os doentes e seus parceiros.
o tratamento da doença é realizado com o uso de Essas ações se concretizam na rede de saúde pela
medicamentos. realização de atividades como educação em saúde, en-
caminhamento de gestantes ao pré-natal e busca por
doentes que não apresentam sintomas.

20
diabetes também está associado a presença de
#FicaDica fatores de risco, dentre os quais estão: a obesida-
de; o histórico familiar da doença; o sedentarismo;
Muitas DST podem ser evitadas com a ado- a hipertensão arterial; e o colesterol/triglicerídeos
ção de medidas, como: elevados.
a) usar preservativos em todas as relações
sexuais; Dependendo das características que apresenta, o diabe-
b) reduzir o número de parceiros sexuais; tes pode ser classificado em três tipos: diabetes tipo 1,
c) realizar frequentemente o autoexame dos diabetes tipo 2 e diabetes gestacional.
genitais; a) Diabetes tipo 1: representa de 5 a 10% dos casos
d) não compartilhar seringas e agulhas da doença. Nele, acontece a destruição das células
beta do pâncreas e, consequentemente, a insulina
não é produzida no organismo. Pode afetar crian-
1.2.7 Prevenção e controle das doenças crônicas
ças, adolescentes e adultos sem excesso de peso,
se manifestando por sintomas como vontade de
Doenças crônicas são aquelas que se desenvolvem ao
urinar várias vezes ao dia, fome e sede constan-
longo do tempo, levando de meses a anos para se ma-
nifestar. Nesse grupo de doenças, estão a hipertensão tes, perda de peso, fraqueza, cansaço, nervosismo,
arterial e o diabetes mellitus. alterações de humor, náuseas e vômito. Após ser
diagnosticado, o diabetes tipo 1 é tratado com a
a) Hipertensão arterial: a hipertensão arterial, tam- administração de insulina, aliada a fatores como
bém conhecida como pressão alta, é uma doença planejamento alimentar e prática de atividades
crônica que se manifesta pela elevação da pressão físicas, que ajudam a controlar a quantidade de
arterial. Quando não controlada, pode afetar di- glicose no sangue no paciente.
versos órgãos e gerar graves complicações, como b) Diabetes tipo 2: representa cerca de 90% dos ca-
acidente vascular cerebral (AVC), infarto e morte. sos da doença. Esse tipo pode acontecer quando o
Geralmente de origem genética (maior parte dos organismo produz a insulina, porém não consegue
casos), o aumento da pressão arterial também usá-la de forma adequada ou quando o organis-
pode estar relacionado: a distúrbios da tireoide ou mo não produz quantidade suficiente de insulina
em glândulas endocrinológicas; ao consumo de para controlar as taxas de glicose. O diabetes tipo
bebidas alcoólicas; a obesidade; a idade avançada 2 se manifesta com maior frequência em adultos
(a hipertensão acomete principalmente indivíduos com excesso de peso, mas também pode aparecer
com mais de 50 anos); ao consumo elevado de sal; em crianças. Normalmente de início assintomático
e ao sedentarismo. (sem sintomas), a doença pode se manifestar por
sinais e sintomas como infecções frequentes, re-
FIQUE ATENTO! tardo na cicatrização de feridas, alterações visuais,
formigamento nos pés, vontade de urinar várias
Uma pessoa é considerada hipertensa quan-
vezes no dia e fome/sede constantes. O tratamen-
do apresenta pressão arterial igual ou maior
to do diabetes tipo 2 consiste em controlar as ta-
que 140/90 mmHg (14 por 9).
xas de glicose no sangue e evitar o surgimento
de possíveis complicações da doença. Para isso, é
b) Diabetes mellitus: o diabetes mellitus consiste em indicado praticar exercícios físicos, planejar a ali-
um grupo de doenças metabólicas resultantes da mentação, monitorar a glicemia entre outros.
falta ou do mau funcionamento da insulina no or- c) Diabetes gestacional: ocorre durante a gestação
ganismo. A insulina é um hormônio produzido pelo quando o pâncreas da mulher grávida não produz
pâncreas que permite a entrada da glicose (carboi- insulina em quantidade suficiente para manter os
drato obtido a partir da ingestão dos alimentos) níveis de glicemia estáveis. Nem sempre a doen-
nas células. Dentro das células, a glicose passa por ça apresenta sintomas. Assim, é importante que,
uma série de processos metabólicos que geram a a partir do 6º mês de gestação, a mulher realize
energia necessária para a manutenção de todas as exames para verificar sua glicemia (nível de glicose
funções vitais do corpo. Quando o organismo não no sangue). Na maior parte das vezes, o controle
produz a insulina ou não consegue utilizá-la, ocor- do diabetes gestacional é realizado com a adoção
re o aumento da quantidade de glicose no san- de uma dieta adequada, com a quantidade ideal
gue, causando o que chamamos de hiperglicemia. de nutrientes calculada para cada período da ges-
LEGISLAÇÕES DO SUS

Caso os níveis de glicose no sangue não voltem ao tação. Outra medida eficaz é a prática de atividade
normal, os órgãos e vasos sanguíneos são com- física, feita somente após uma minuciosa avaliação
prometidos, resultando em uma série de proble- médica dos riscos (por exemplo, parto prematuro)
mas de saúde, como insuficiência renal, cegueira, e contraindicações para cada caso. O uso de in-
amputação de membros inferiores, doenças car- sulina é indicado apenas para os casos em que a
diovasculares e até a morte. Assim como aconte- glicemia da gestante não é totalmente controlada
ce na hipertensão arterial, o desenvolvimento do com dieta e atividade física.
Tanto a hipertensão quanto o diabetes pode ser pre-
venido com a adoção de medidas simples, como: adotar FIQUE ATENTO!
hábitos alimentares saudáveis; reduzir ou cessar o con-
A lei brasileira permite que mulheres víti-
sumo de bebidas alcoólicas; e praticar atividades físicas
mas de violência sexual interrompa uma
regularmente.
gravidez indesejada, com até 20 semanas
As estratégias utilizadas pelo Ministério da Saúde de gestação. Caso a mulher decida pros-
para controlar a hipertensão e o diabetes no país são seguir com a gestação, mas não queira
desenvolvidas, respectivamente, por meio do Programa assumir a maternidade da criança, ela ser
Nacional de Controle da Hipertensão Arterial e do Pro- orientada sobre o processo de adoção.
grama Nacional de Controle do Diabetes.
Dentre as atividades realizadas nas unidades básicas
de saúde (UBS) para controle das doenças crônicas, es- 1.2.9 Programa de atenção à saúde da criança
tão: a educação em saúde; a aferição da pressão arterial
em pessoas com idade igual ou maior que 20 anos; e a Com o objetivo de reduzir a mortalidade infantil por
verificação da glicemia (nível de glicose no sangue) em doenças (infecciosas ou respiratórias) e/ou distúrbios nu-
indivíduos com idade igual ou maior que 30 anos. tricionais, foi criado o Programa de Assistência Integral à
Saúde da Criança (PAISC).
1.2.8 Programa de atenção à saúde da mulher Esse programa tem como focos de atenção: o cres-
cimento e desenvolvimento da criança, o aleitamento
No Brasil, a atenção à saúde da mulher está organiza- materno, a orientação nutricional, a assistência às doen-
da no Programa de Assistência Integral à Saúde da Mu- ças diarreicas e infecções respiratórias agudas (IRAs) e
lher (PAISM). imunização.
Visando melhorar as condições da mulher e diminuir Para acompanhar as questões relacionadas à saúde
as taxas de morbidade e mortalidade maternas, esse da criança, os profissionais da equipe de saúde contam
programa prevê a assistência à mulher nas várias fases com a Caderneta de Saúde da Criança, um documento
de sua vida (desde a adolescência até a menopausa), in- composto por:
cluindo: a) Dados de identificação e do nascimento: inclui
nome completo, endereço e informações relativas
a) Assistência clínico-ginecológica: destinado, prin- ao nascimento da criança.
cipalmente, para a prevenção do câncer de mama b) Gráficos de crescimento: mostram por meio de
e do câncer do colo de útero, dois graves proble- curvas, se o estado nutricional da criança (peso, al-
mas de saúde pública que causam a morte de um tura e Índice de Massa Corporal - IMC) estão com-
patíveis com os apresentados por outras pessoas
número significativo de mulheres na fase adulta.
com a mesma idade.
b) Planejamento familiar: garante a todas as mu-
c) Atividades: permite avaliar e acompanhar o desen-
lheres, o acesso igualitário à informações, meios,
volvimento da criança de acordo com as atividades
métodos e técnicas para controle da fecundidade
que ela é capaz de realizar em diferentes idades.
(ciclo reprodutivo), incluindo a esterilização volun-
d) Vacinas da criança: permite que o profissional da
tária para homens e mulheres. saúde verifique a situação da criança em relação ao
c) Assistência ao ciclo gravídico-puerperal: acom- calendário vacinal. A vacinação constitui uma das
panha a mulher nas fases de pré-natal e parto, estratégias mais importantes para reduzir o núme-
visando reduzir as complicações durante a gesta- ro de casos e mortes por doenças infecciosas.
ção que podem provocar a morte da mãe e/ou do
bebê. Também garante assistência no puerpério, 1.2.10 Programa de atenção à saúde do adoles-
auxiliando a mulher em relação ao aleitamento cente
materno, ao planejamento familiar e ao retorno à
vida sexual após o parto. A adolescência é a fase de transição entre a infância e
d) Assistência à mulher no climatério: visa garan- a vida adulta que ocorre dos 12 até os 18 anos de idade.
tir maior qualidade de vida à mulheres diante das Durante ela, o adolescente passa por diversas alterações
transformações que ocorrem no climatério (queda físicas, metais e sociais.
hormonal, ressecamento da mucosa vaginal, de- Nessa fase da vida, a promoção da saúde e a pre-
pressão e maior risco de DST/Aids - muitas mu- venção de agravos deve ser desenvolvida pela equipe
lheres no climatério deixam de usar preservativo de saúde em articulação com escolas, grupos de jovens,
por não se preocuparem mais com uma possível grupos de capoeira etc.
gravidez). Para auxiliar nesse processo, foi criado o Programa de
LEGISLAÇÕES DO SUS

e) Assistência à mulher vítima de violência sexual: Atenção à Saúde do Adolescente, que tem como objeti-
atende mulheres vítimas de violência sexual, ga- vos: promover a saúde na adolescência, realizar o diag-
rantindo atendimento psicológico, prevenção de nóstico precoce e o tratamento de doenças e recuperar a
DST/Aids, contracepção de emergência, alívio de saúde do adolescente.
dor, tratamento das lesões, a realização de exames Por meio desse programa, o Ministério da Saúde
laboratoriais e exame de corpo delito. (através do SUS) visa solucionar os principais problemas
identificados na adolescência, dentre os quais estão a(s):

22
a) Violência (sexual, doméstica, homicídios e uso cujo preenchimento correto permite que as equipes de
de drogas): pode ser solucionada com a vigilância saúde realizem ações de prevenção, recuperação e rea-
contínua, a realização de ações educativas/infor- bilitação.
mativas para os jovens, as famílias e a sociedade.
b) Mortes por causas externas (acidentes de trân- 1.2.12 Programa de atenção à saúde bucal
sito, principalmente): pode ser solucionada por
ações integradas com a educação e serviços de Cuidar da saúde bucal é essencial para melhorar a
trânsito. situação atual e prevenir problemas futuros. Por isso, é
c) Gravidez não planejada e o risco de DST/Aids: recomendado:
podem ser solucionados com ações educativas, a) higienizar a boca e os dentes corretamente;
orientação sexual e acesso facilitado e contínuo b) visitar regularmente o dentista, fazendo os trata-
aos métodos contraceptivos, incentivando a dupla mentos indicados quando necessário;
proteção. c) adotar hábitos alimentares mais saudáveis, redu-
d) Baixa escolaridade e inserção precoce no mer-
zindo o consumo de açúcar;
cado de trabalho: podem ser solucionados com
d) evitar o uso de tabaco/derivados/bebidas alcoóli-
inclusão na escola, capacitação profissional e edu-
cas e outras drogas;
cação em saúde.
e) procurar rapidamente o serviço de saúde bucal
sempre que houver cáries, dentes quebrados, pro-
FIQUE ATENTO! blemas com a dentadura, feridas na cavidade bu-
Os casos de violência, as mortes por causas cal, entre outros.
externas, a gravidez não planejada, a ocor-
rência de DST/Aids, a baixa escolaridade e Para facilitar o acesso de toda a população aos servi-
a inserção precoce no mercado de trabalho ços de saúde bucal, as equipes da Atenção Básica contam
durante a adolescência são, muitas vezes, re- com profissionais, como: cirurgião-dentista, técnico em
sultantes da falta de informação e do uso de saúde bucal (TSB) e auxiliar em saúde bucal (ASB).
bebidas alcoólicas e/ou drogas.
Na equipe de saúde, cada profissional desempenha
1.2.11 Programa de atenção à saúde do idoso uma função.
a) Cirurgião-dentista: desenvolve atividades relacio-
Para que, apesar das progressivas limitações, os ido- nadas a saúde bucal. É responsável por definir, jun-
sos possam continuar vivendo ativamente na sociedade tamente com o técnico em saúde bucal, o perfil
com qualidade de vida, dignidade e autonomia, foi cria-
epidemiológico da população sob responsabilida-
do pelo Ministério da Saúde, o Programa de Atenção In-
de da UBS, buscando planejar uma programação
tegral à Saúde do Idoso (PAISI).
Esse programa possui como objetivos: promover a que ofereça atenção individual e coletiva direcio-
saúde do idoso, prevenir agravos e garantir assistência à nadas para promoção da saúde bucal e para a pre-
pessoas com mais de 60 anos. venção de doenças. Sempre que necessário, reali-
a) Atividades relacionadas à promoção da saúde: za atendimento de urgência, pequenas cirurgias e
devem ser voltadas para a divulgação de informa- procedimentos relacionados com a colocação de
ções sobre o processo de envelhecimento e que próteses dentárias. É responsável pela supervisão
estimulem a adoção de hábitos saudáveis (alimen- do técnico e do auxiliar em saúde bucal. Também
tação equilibrada e prática de atividades físicas/de deve participar ativamente, junto dos demais pro-
lazer). fissionais da equipe, do processo de gerenciamen-
b) Prevenção de agravos: deve orientar idosos, fa- to dos insumos essenciais para o funcionamento
miliares e cuidadores sobre a prevenção de doen- da UBS.
ças crônicas (hipertensão arterial e diabetes), DST b) Técnico em Saúde Bucal (TSB): sob a supervisão do
e doenças infecciosas (podem ser evitadas com a cirurgião-dentista, esse profissional é responsável
vacinação) na terceira idade. pelo acolhimento do paciente na unidade de saúde
c) Assistência aos idosos: visa acompanhar a saúde e pela manutenção e conservação dos equipamen-
do idoso, atendendo suas necessidades; identificar tos utilizados na prestação de serviços odontológi-
as situações de risco para pessoas idosas, orien- cos. Também estão entre suas funções, fazer a remo-
tando familiares/cuidadores sobre as modifica- ção do biofilme, realizar a limpeza e a antissepsia do
ções necessárias para evitar acidentes (retirada de campo operatório (antes e após os procedimentos
tapetes, uso de iluminação adequada, sinalização cirúrgicos) e observar as medidas de biossegurança
de produtos e resíduos odontológicos. O técnico
LEGISLAÇÕES DO SUS

de degraus, etc.); e avaliar condutas terapêuticas


prescritas para melhorar as condições de saúde do em saúde bucal deve integrar ações de saúde de
idoso, estimulando sempre que possível o autocui- maneira multidisciplinar e garantir apoio e educa-
dado. ção permanente ao auxiliar em saúde bucal, ao ACS
e a outros agentes envolvidos com a promoção da
Uma das estratégias usadas pelo Ministério da Saúde saúde e a prevenção de doenças.
para identificar os idosos com risco de doenças ou agra- c) Auxiliar em Saúde Bucal (ASB): é responsável por
vos à saúde é a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, desempenhar procedimentos regulamentados no
exercício de sua profissão. Dentre esses procedi- mada antígeno, penetra no organismo. Os antígenos
mentos estão fazer a limpeza, assepsia, desinfec- habituais são os componentes protéicos de bactérias,
ção e esterilização dos instrumentos odontológi- vírus e outros micro-organismos. Os anticorpos se unem
cos, dos equipamentos e do ambiente de trabalho, à superfície de bactérias, vírus ou toxinas, eliminando-os
processar filmes radiográficos, selecionar moldei- de três formas: por inativação direta, permitindo que ou-
ras e preparar modelos em gesso, além de todas as tras células sanguíneas os englobem e destruam (Ver Fa-
outras atividades desenvolvidas pelo TSB. gocitose) e/ou tornando-os vulneráveis à destruição por
outras proteínas sanguíneas (grupo denominado com-
O sistema imunológico tem como função reconhe- plemento). As cinco classes conhecidas de anticorpos
cer agentes agressores e defender o organismo da sua distinguem-se pelas letras M, G, E, A e D, todas precedi-
ação, sendo constituído por órgãos, células e moléculas das pela abreviatura Ig de imunoglobulina, outro nome
que asseguram essa proteção. dado aos anticorpos. Ver Imunização.
Entre as células do sistema imunológico, encontra-
mos os glóbulos brancos, ou leucócitos. Doenças relacionadas ao sistema imunológico.
Existem vários tipos de glóbulos brancos, com fun-
ções imunológicas específicas e diferenciadas, nomeada- Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
mente: os linfócitos, os neutrófilos polimorfonucleares, Estado final da infecção crônica provocada pelo re-
os eosinófilos, os basófilos e os monócitos. trovírus HIV (vírus da imunodeficiência humana). É uma
Por sua vez, os linfócitos podem ser de dois tipos: lin- doença que anula a capacidade do sistema imunológi-
fócitos T e linfócitos B. co de defender o organismo de múltiplos micro-orga-
Os linfócitos B diferenciam-se em plasmócitos, em nismos, causando, entre outros problemas, infecções
resposta a elementos estranhos (os antígenos) e estes graves. Caracteriza-se por astenia e perda de peso acen-
sintetizam anticorpos para combater os elementos in- tuado, bem como por uma incidência elevada de certos
vasores. cânceres, especialmente o sarcoma de Kaposi e o linfo-
Este tipo de resposta imunológica designa-se por ma de célula B. Transmite-se pelo sangue, por contato
Imunidade Humoral. homossexual ou heterossexual e, através da placenta, da
Os linfócitos T são responsáveis pela resposta imuno- mãe infectada ao feto. As transfusões sangüíneas foram
uma via importante de transmissão, antes do desenvolvi-
lógica designada como Imunidade Celular.
mento de um teste confiável para a detecção do vírus no
Podem ser linfócitos T4 (também conhecidos como
sangue. Um dos mecanismos principais de transmissão e
células CD4) ou auxiliadores e são o elemento vigilante
difusão da doença é o uso compartilhado, pelos viciados
que alerta o sistema imunológico para a necessidade de
em drogas, de agulhas contaminadas com sangue infec-
lutar contra o visitante indesejado através da síntese de
tado. Nos países ocidentais, o maior número de casos
substâncias químicas (as citocinas); e linfócitos T8 (tam- ocorreu por transmissão sexual. O vírus HIV permanece
bém conhecidos como células CD8) ou citotóxicos que inativo por um tempo variável, no interior das células T
são aqueles que destroem as células que estiverem in- infectadas, e pode demorar até 10 anos para desenca-
fectadas. dear a moléstia
O sistema imunológico conta ainda com os macrófa-
gos, que resultam da diferenciação dos monócitos.
HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana)
Os macrófagos digerem as células mortas e os ele-
mentos invasores, agindo, sobretudo nos órgãos afeta- Membro da família de vírus conhecida como Retro-
dos. viridae (retrovírus), classificado na subfamília dos Len-
Os glóbulos brancos são produzidos na medula ós- tiviridae (lentivírus). Estes vírus compartilham algumas
sea, um dos órgãos primários do sistema imunológico, propriedades comuns: período de incubação prolongado
juntamente com o timo. antes do surgimento dos sintomas da doença, infecção
das células do sangue e do sistema nervoso e supressão
Doenças imunológicas e imunodeficiências do sistema imune. A infecção humana pelo vírus HIV pro-
voca uma moléstia complexa denominada síndrome da
Certas doenças de importância clínica estão relacio- imunodeficiência adquirida (AIDS).
nadas a deficiências do sistema imunológico e outras
estão relacionadas a um funcionamento anormal deste Alergia
sistema. Nos últimos anos, a imunodeficiência que atraiu
maior atenção do público foi a Síndrome da Imunodefi- Doença caracterizada por uma hipersensibilidade a
ciência Adquirida (AIDS). determinadas substâncias inócuas para a maioria dos in-
divíduos, provocada por um erro no sistema imunológi-
Anticorpo
LEGISLAÇÕES DO SUS

co. Os alérgicos não são capazes de diferenciar as subs-


tâncias nocivas das inócuas e geram anticorpos contra
Qualquer das cerca de um milhão de moléculas pro- uma ou várias substâncias inofensivas, desencadeando
téicas que eliminam as substâncias estranhas. Os anti- uma reação alérgica. Esta pode consistir em espirros e
corpos, que são um componente importante do sistema secreção aquosa nasal, ataques de asma, ou ardência e
imunológico, estão em todos os vertebrados na fração urticária na pele. O alérgeno (antígeno da reação alérgi-
do sangue chamada gamaglobulina. A síntese dos an- ca) pode ser inalado, como a poeira ou o pólen; ingerido,
ticorpos começa quando uma substância estranha, cha- como as proteínas da clara de ovo ou o marisco; injetado,

24
como a penicilina, ou atuar por mero contato, como a lã. vasão, começam a se multiplicar ativamente, para dar
Alergia e intolerância alimentar, condições que pro- combate aos invasores. Com isso, os gânglios incham,
vocam reações adversas em certas pessoas com a inges- formando as ínguas. É possível, muitas vezes, detectar
tão de determinados alimentos. um processo infeccioso pela existência de gânglios lin-
Alergia aguda alimentar As reações agudas aos ali- fáticos inchados.
mentos são freqüentemente as mais visíveis e perigosas
de todas as alergias. Alguém que seja alérgico a frutas Baço
secas, por exemplo, pode apresentar uma inflamação
grave na língua e no rosto e severos ataques de asma O baço está situado na região do hipocôndrio es-
e, até mesmo, morrer. Essas alergias a alimentos podem querdo, entre o fundo do estômago e o músculo dia-
afetar quase todas as regiões do corpo, dando lugar a fragma. É mole e esponjoso, fragmenta-se facilmente,
alterações como eczema, asma e urticária. e sua cor é vermelho-violácea escura. No adulto, mede
cerca de 13 cm de comprimento e 8 a 10 cm de largura.
Intolerância a alimentos É reconhecido como órgão linfático porque contém nó-
dulos linfáticos repletos de linfócitos.
Significa qualquer reação adversa a um alimento em
que, diferentemente do que ocorre nas reações alérgicas, Fonte: https://naenfermagem.webnode.com.br/ana-
o sistema imunológico não é envolvido. Por exemplo, no tomia/sistema-imunologico/
caso de certas pessoas que não possuem uma substância
química (uma enzima) nas paredes do intestino respon-
sável pela separação dos açúcares. A carência dessa en-
zima específica (lactase) gera uma intolerância à lactose. EXERCÍCIO COMENTADO

O sistema linfático compõe-se de: 1. (FMS – Assistente social - Superior –NUCEPE/2017)


A vigilância em saúde ―está relacionada às práticas de
Capilares linfáticos; sistema de vasos linfáticos; linfo- atenção e promoção da saúde dos cidadãos e aos me-
nodos ou gânglios linfáticos. O fluído (linfa) do tecido canismos adotados para prevenção de doenças. Além
que não volta aos vasos sanguíneos é drenado para os disso, integra diversas áreas de conhecimento e abor-
capilares linfáticos existentes entre as células. Estes se li- da diferentes temas, tais como política e planejamento,
gam para formar vasos maiores, que desembocam em territorialização, epidemiologia, processo saúde-doença,
veias que chegam ao coração. condições de vida e situação de saúde das populações,
ambiente e saúde e processo de trabalho. A partir daí, a
Capilares Linfáticos vigilância se distribui entre: epidemiológica, ambiental,
sanitária e saúde do trabalhador‖. Assinale a alternativa
Eles coletam a linfa (um líquido transparente, leve- que contém informação INCORRETA sobre os tipos de
mente amarelado ou incolor - 99% dos glóbulos brancos vigilância em saúde:
presentes na linfa são linfócitos) nos vários órgãos e te-
cidos. Existem em maior quantidade na derme da pele. a) Vigilância em saúde do trabalhador - caracteriza-se
como um conjunto de atividades destinadas à pro-
Vasos Linfáticos moção e proteção, recuperação e reabilitação da saú-
de dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos
Esses vasos conduzem a linfa dos capilares linfáticos advindos das condições de trabalho.
para a corrente sanguínea. Há vasos linfáticos superfi- b) Vigilância epidemiológica - conjunto de ações capa-
ciais e vasos linfáticos profundos. Os superficiais estão zes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde
colocados imediatamente sob a pele e acompanham as e de intervir nos problemas sanitários decorrentes
veias superficiais. Os profundos, em menor número, po- do meio ambiente, produção e circulação de bens e
rém maiores que os superficiais, acompanham os vasos prestação de serviços de interesse da saúde.
sanguíneos profundos. c) Vigilância sanitária - abrange desde o controle de bens
Todos os vasos linfáticos têm válvulas unidirecionadas de consumo direta ou indiretamente relacionados à
que impedem o refluxo, como no sistema venoso da cir- saúde (incluindo as etapas e processos da produção
culação sanguínea. Gânglios Linfáticos Em diversos pon- ao consumo) até o controle da prestação de serviços
tos da rede linfática existem gânglios (ou nodos) linfáti- direta ou indiretamente relacionados à saúde.
cos (pequenos órgãos perfurados por canais). A linfa, em d) Vigilância epidemiológica - conjunto de ações que
seu caminho para o coração, circula pelo interior desses
LEGISLAÇÕES DO SUS

proporciona o conhecimento, a detecção ou preven-


gânglios, onde é filtrada. Partículas como vírus, bactérias ção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
e resíduos celulares são fagocitados pelos linfócitos exis- condicionantes da saúde individual ou coletiva.
tentes nos gânglios linfáticos. e) Vigilância em saúde ambiental - monitora fatores que
Os gânglios linfáticos são órgãos de defesa do orga- podem interferir na saúde humana como: água para
nismo humano, e produzem anticorpos. Quando este é consumo humano, ar, solo, desastre naturais, subs-
invadido por micro-organismos, por exemplo, glóbulos tâncias químicas, acidentes com produtos perigosos
brancos dos gânglios linfáticos próximo ao local da in- e fatores físicos.
Resposta: Letra B. A vigilância epidemiológica consiste em um conjunto de ações que possibilita conhecer, detectar
e prevenir doenças ou agravos que possam afetar a saúde individual ou coletivas.

2. (Prefeitura de Vitor Meireles/SC – Agente comunitário de saúde - Fundamental – EXATA GG/2010) Doença
que se manifesta inicialmente como uma pequena ferida nos órgãos sexuais, denominada cancro duro, e com ínguas
(caroços) nas virilhas, que surgem entre a 2a ou 3a semana; em geral, entre sete e dez dias após a data de exposição à
situação de risco com pessoa infectada. Estamos nos referindo à(ao):

a) Sífilis.
b) Herpes.
c) Hanseníase.
d) Tuberculose.
e) Sarampo.

Resposta: Letra A. A doença que se manifesta inicialmente pela aparição de uma lesão cutânea, denominada cancro
duro, na genitália é a sífilis. Normalmente, essa lesão desaparece em poucas semanas sem deixar cicatrizes.

3. (SESA/ES – Médico - Superior – CESPE/2013) As atribuições dos profissionais das equipes de atenção básica de-
vem estar de acordo com as disposições legais que regulamentam o exercício de cada uma das profissões. É atribuição
específica do cirurgião-dentista:

a) processar filme radiográfico.


b) executar limpeza, assepsia, desinfecção e esterilização do instrumental e dos equipamentos odontológicos.
c) coordenar a manutenção e a conservação dos equipamentos odontológicos.
d) aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, manuseio e descarte de produtos e resíduos odontológicos.
e) realizar a atenção em saúde bucal (promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, reabilitação e manutenção
da saúde) individual e coletiva a todas as famílias.

Resposta: Letra E. Realizar a atenção em saúde bucal (promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, reabi-
litação e manutenção da saúde) individual e coletiva a todas as famílias é atribuição específica do cirurgião-dentista.

Vigilância epidemiológica

A vigilância epidemiológica tem o papel de identificar e acompanhar a evolução das principais doenças/agravos
que atingem a população.
Esse serviço envolve ações voltadas para a prevenção e o controle de doenças transmissíveis (doenças que podem
ser transmitidas de uma pessoa para outra, como a sífilis, por exemplo), doenças não transmissíveis (câncer, diabetes,
hipertensão e outras) e agravos (violência, acidentes de trabalho, mortes no trânsito e outros).

FIQUE ATENTO!
Os principais indicadores de saúde coletiva são a morbidade, a mortalidade e a letalidade. Esses indicadores
são usados para planejar e organizar as ações e serviços de atenção à saúde.
A morbidade permite conhecer a prevalência (que doenças costumam ocorrer em uma determinada área,
período e população) e a incidência (quais os novos casos da doença na mesma área, período e população)
de doenças. Está relacionada aos seguintes termos:
a) Surto: termo usado quando ocorre um aumento repentino do número de casos de uma determinada
doença em uma área específica.
b) Epidemia: termo usado quando uma determinada doença infecciosa passa a atingir um grande número
de pessoas ao mesmo tempo.
c) Pandemia: termo utilizado quando pessoas de vários países do mundo são afetadas por uma mesma
doença.
d) Endemia: termo usado quando uma doença se manifesta apenas em pessoas de uma determinada
região. Caso essa doença se espalhe e passe a afetar pessoas de outras regiões, a endemia e torna uma
LEGISLAÇÕES DO SUS

epidemia.

Já a mortalidade, determina a relação entre o número de mortes e o número de indivíduos expostos ao


risco de morrer.
A letalidade por fim, permite saber a gravidade de uma determinada doença, considerando sua maior ou
menor capacidade de causar a morte de uma pessoa.

26
Vigilância das doenças transmissíveis q) Leptospirose: doença bacteriana causada pelo
contato direto com água ou embalagens de pro-
As doenças transmissíveis, também conhecidas como dutos contaminados com urina de rato.
doenças infecciosas, são aquelas causadas por agentes r) Malária: doença causada pelo protozoário do gê-
como vírus, bactérias, protozoários, fungos e vermes. nero Plasmódio, transmitido pela picada da fêmea
Geralmente, ocorrem por meio do contato direto com do mosquito Anopheles (mosquito que atua como
secreções infectadas (saliva, sangue, esperma, secreção vetor da doença).
nasal etc.), pela ingestão de água e alimentos contami- s) Doença de Chagas: doença causada pelo proto-
nados ou pelo contato com vetores. zoário Trypanosoma cruzi, transmitido pelo in-
Dentre as principais doenças transmissíveis estão: seto conhecido como barbeiro ou chupão (atua
a) Hepatite B: doença causada pelo vírus HBV, trans- como vetor da doença). A doença também pode
mitida por meio do contato com sangue ou outras ser transmitida pelo leite materno, pela placenta e
secreções contaminadas. pelo contato com sangue contaminado.
b) Poliomielite ou paralisia infantil: doença viral t) Esquistossomose mansônica: doença causada
causada pela ingestão de água ou alimentos con- pelo verme Schistosoma mansoni, cujo vetor é o
taminados por gotículas de muco, expelidas pela caramujo do gênero Biomphalaria, encontrado em
fala, tosse ou espirro. fontes de água doce.
c) Tétano: doença causada pelo contato de tecidos u) Escabiose ou sarna: doenças causada pelo Sar-
lesionados com terra, poeira ou objetos contami- coptes scabei, microrganismo que coloniza a pele
nados com esporos da bactéria Clostridium tetani. da pessoa doente.
d) Coqueluche: doença causada pelo contato com
secreções (expelidas pela fala, tosse ou espirro) 1 Prevenção e controle da hanseníase e da tuber-
contaminadas pela bactéria Bordetella pertussis. culose
e) Difteria: doença causada pelo contato direto com
secreções (expelidas pela fala, tosse ou espirro) Hanseníase e tuberculose são doenças transmissíveis
contaminadas pela bactéria Corynebacterium di- que ainda apresentam grande prevalência e incidência
phtheriae. no Brasil.
f) Meningite: doença causada por vírus, fungos ou
bactérias. É transmitida por meio do contato com a) Hanseníase (lepra ou Mal de Hansen): causada
secreções contaminadas pelo microrganismo. pelo bacilo Mycobacterium leprae, a hanseníase é
g) Febre amarela: doença viral causada pela picada transmitida pelo contato com as secreções conta-
do mosquito Aedes aegypti (mosquito que atua minadas eliminadas pelo doente. Seu diagnóstico
como vetor da febre amarela urbana). é realizado com base nos sinais clínicos, na obser-
h) Rubéola: doença viral causada pelo contato direto vação de áreas da pele com alterações de sensi-
com secreções (expelidas pela fala, tosse ou espir- bilidade e na identificação do microrganismo em
ro) contaminadas. exames laboratoriais. Geralmente, o tratamento
i) Sarampo: doença viral causada pelo contato direto da doença é feito em regime ambulatorial com a
com secreções (expelidas pela fala, tosse ou espir- associação de vários medicamentos, selecionados
ro) contaminadas. conforme a classificação do doente, paucibacilar
j) Caxumba: doença viral causada pelo contato direto (apresenta poucos bacilos) ou multibacilar (apre-
com secreções (expelidas pela fala, tosse ou espir- senta muitos bacilos).
ro) contaminadas. b) Tuberculose: causada pela Mycobacterium tuber-
k) Varicela ou catapora: doença viral causada pela culosis, também conhecida como bacilo de Koch
inalação de secreções (gotículas expelidas pela (BK), a tuberculose é transmitida pela inalação de
fala, tosse ou espirro) contaminadas. gotículas de secreção (expelidas pela fala, tosse
l) Raiva humana: doença viral causada por arranhões, ou espirro) contaminadas. Seu diagnóstico é feito
mordidas ou lambeduras (de mucosas ou ferimen- a partir dos sinais e sintomas apresentados pelo
tos) de animais infectados (cães, gatos, morcegos, doente (febre, sudorese, emagrecimento, tosse
macacos etc.). com ou sem sangue e dor no tórax) e do resultado
m) Hepatite A: doença viral causada pela ingestão de exames laboratoriais. Os casos confirmados da
de água ou alimentos contaminados pelas fezes de doença são tratados em regime ambulatorial por
pessoas doentes. vários meses com o uso de antibióticos.
n) Febre tifoide: doença causada pela ingestão de
Tanto a hanseníase quanto a tuberculose são favo-
LEGISLAÇÕES DO SUS

água ou alimentos contaminados pela Trypanoso-


ma cruzi bactéria Salmonella typhi. recidas por fatores como desnutrição, baixa eficácia dos
o) Cólera: doença causada pela ingestão de água ou programas de controle e prevenção, mutações nos baci-
alimentos contaminados pela bactéria Vibrio cho- los, aglomerações urbanas e Aids (doença que compro-
lerae. mete a imunidade do doente).
p) Dengue: doença viral causada pela picada do A identificação e o tratamento precoce dos doentes é
mosquito Aedes aegypti (mosquito que atua como a medida mais eficaz para controlar as doenças e preve-
vetor da doença). nir o surgimento de novos casos.
Programa de imunização

A vacinação constitui uma das estratégias mais eficazes para prevenir a ocorrência de doenças e promover a saúde.
Por isso, o Programa Nacional de Imunização (PNI) disponibiliza para a população, uma grande quantidade de vacinas,
como: BCG (previne casos graves de tuberculose), HPV (protege contra o vírus do papiloma humano), Pneu- mocócica
(protege contra pneumonia), Febre Amarela (previne a febre amarela), VOP (previne a poliomielite), Hepatite B
(previne a hepatite B), Influenza (protege contra gripe), Tríplice viral (previne sarampo, caxumba e rubéola), Dupla
adulto (previne difteria e tétano) e dTpa (protege contra difteria, tétano e coqueluche).

FIQUE ATENTO!
Nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), as vacinas são conservadas e armazenadas em refrigeradores com
temperatura controlada. Essa temperatura pode variar de 2 a 8ºC.

Na tabela ilustrada a seguir estão as vacinas recomendadas para pessoas de 0 a 60 anos ou mais:
LEGISLAÇÕES DO SUS

28
Em síntese, um sistema de informação deve dispo-
nibilizar o suporte necessário para que o planejamento,
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE. decisões e ações dos gestores, em determinado nível
decisório (municipal, estadual e federal), não se baseie
em dados subjetivos, conhecimentos ultrapassados ou
A informação é instrumento essencial para a tomada conjecturas.
de decisões. Nesta perspectiva, representa imprescindível O SIS é parte dos sistemas de saúde; como tal, inte-
ferramenta à vigilância epidemiológica, por constituir fator gra suas estruturas organizacionais e contribui para sua
desencadeador do processo ―informação-decisão-ação‖, missão. É constituído por vários sub sistemas e tem como
tríade que sintetiza a dinâmica de suas atividades que, propósito geral facilitar a formulação e avaliação das
como se sabe, devem ser iniciadas a partir da informação políticas, planos e programas de saúde, subsidiando o
de um indício ou suspeita de caso de alguma doença ou processo de tomada de decisões. Para tanto, deve contar
agravo. com os requisitos técnicos e profissionais necessários ao
Dado − é definido como ―um valor quantitativo re- planejamento, coordenação e supervisão das atividades
ferente a um fato ou circunstância‖, ―o número bruto que relativas à coleta, registro, processamento, análise, apre-
ainda não sofreu qualquer espécie de tratamento estatís- sentação e difusão de dados e geração de informações.
tico‖, ou ―a matéria-prima da produção de informação‖. Um de seus objetivos básicos, na concepção do Sis-
Informação − é entendida como ―o conhecimento tema Único de Saúde (SUS), é possibilitar a análise da
obtido a partir dos dados‖, ―o dado trabalhado‖ ou ―o re- situação de saúde no nível local tomando como referen-
sultado da análise e combinação de vários dados‖, o que cial microrregiões homogêneas e considerando, neces-
implica em interpretação, por parte do usuário. É ―uma sariamente, as condições de vida da população na deter-
descrição de uma situação real, associada a um referencial minação do processo saúde-doença. O nível local tem,
explicativo sistemático‖. então, responsabilidade não apenas com a alimentação
Não se deve perder de vista que a informação em saú- do sistema de informação em saúde mas também com
de é o esteio para a gestão dos serviços, pois orienta a im- sua organização e gestão. Deste modo, outro aspecto
plantação, acompanhamento e avaliação dos modelos de de particular importância é a concepção do sistema de
atenção à saúde e das ações de prevenção e controle de informação, que deve ser hierarquizado e cujo fluxo as-
doenças. São também de interesse dados/informações cendente dos dados ocorra de modo inversamente pro-
produzidos extra-setorialmente, cabendo aos gestores porcional à agregação geográfica, ou seja, no nível local
do Sistema a articulação com os diversos órgãos que os faz-se necessário dispor, para as análises epidemiológi-
produzem, de modo a complementar e estabelecer um cas, de maior número de variáveis.
fluxo regular de informação em cada nível do setor saú- Felizmente, os atuais recursos do processamento
de. eletrônico estão sendo amplamente utilizados pelos sis-
Oportunidade, atualidade, disponibilidade e cober- temas de informação em saúde, aumentando sua eficiên-
tura são características que determinam a qualidade da cia na medida em que possibilitam a obtenção e proces-
informação, fundamentais para que todo o Sistema de samento de um volume de dados cada vez maior, além
Vigilância Epidemiológica apresente bom desempenho. de permitirem a articulação entre diferentes subsistemas.
Dependem da concepção apresentada pelo Sistema de Entre os sistemas nacionais de informação em saúde
Informação em Saúde (SIS), e sua sensibilidade para cap- existentes, alguns se destacam em razão de sua maior
tar o mais precocemente possível as alterações que po- relevância para a vigilância epidemiológica:
dem ocorrer no perfil de morbimortalidade de uma área,
e também da organização e cobertura das atividades de- Sistema de Informação de Agravos de Notificação
senvolvidas pela vigilância epidemiológica. (Sinan)

Entende-se sistema como o ―conjunto integrado de O mais importante sistema para a vigilância epide-
partes que se articulam para uma finalidade comum.‖ miológica foi desenvolvido entre 1990 e 1993, visando
Para sistema de informação existem várias definições, sanar as dificuldades do Sistema de Notificação Compul-
tais como: sória de Doenças (SNCD) e substituí-lo, tendo em vista
o razoável grau de informatização disponível no país. O
• ―conjunto de unidades de produção, análise e divul- Sinan foi concebido pelo Centro Nacional de Epidemio-
gação de dados que atuam integradas e articula- logia, com o apoio técnico do Datasus e da Prefeitura
damente com o propósito de atender às deman- Municipal de Belo Horizonte para ser operado a partir
das para o qual foi concebido‖; das unidades de saúde, considerando o objetivo de co-
• ―reunião de pessoas e máquinas, com vistas à ob- letar e processar dados sobre agravos de notificação em
tenção e processamento de dados que atendam todo o território nacional, desde o nível local. Mesmo
LEGISLAÇÕES DO SUS

à necessidade de informação da instituição que o que o município não disponha de microcomputadores


implementa‖; em suas unidades, os instrumentos deste sistema são
• ―conjunto de estruturas administrativas e unidades preenchidos neste nível e o processamento eletrônico
de produção, perfeitamente articuladas, com vis- é feito nos níveis centrais das secretarias municipais de
tas à obtenção de dados mediante o seu registro, saúde (SMS), regional ou secretarias estaduais (SES). É
coleta, processamento,análise, transformação em alimentado, principalmente, pela notificação e investiga-
informação e oportuna divulgação‖. ção de casos de doenças e agravos constantes da lista
nacional de doenças de notificação compulsória, mas é A impressão, distribuição e numeração desses for-
facultado a estados e municípios incluir outros proble- mulários é de responsabilidade do estado ou município.
mas de saúde regionalmente importantes Por isso, o nú- O sistema conta, ainda, com dessas fichas, o sistema tam-
mero de doenças e agravos contemplados pelo Sinan, bém possui planilha e boletim de constantes da lista de
vem aumentando progressivamente desde seu processo módulos para cadastramento de unidades notificadoras,
de implementação, em 1993, sem relação direta com a população e logradouros, dentre outros.
compulsoriedade nacional da notificação, expressando Após o preenchimento dos referidos formulários, as
as diferenças regionais de perfis de morbidade registra- fontes notificadoras deverão encaminhá-los para o pri-
das no Sistema. meiro nível informatizado. A partir daí, os dados serão
No Sinan, a entrada de dados ocorre pela utilização enviados para os níveis hierárquicos superiores por meio
de alguns formulários padronizados: magnético (arquivos de transferência gerados pelo Sis-
Ficha Individual de Notificação (FIN) − é preen- tema).
chida para cada paciente, quando da suspeita de pro- Casos de hanseníase e tuberculose, além do preen-
blema de saúde de notificação compulsória (Portaria GM chimento da ficha de notificação/investigação, devem
nº 2.325, de 8 de dezembro de 2003) ou de interesse constar do boletim de acompanhamento, visando a atua-
nacional, estadual ou municipal, e encaminhada pelas lização de seu acompanhamento até o encerramento
unidades assistenciais aos serviços responsáveis pela in- para avaliação da efetividade do tratamento, de acordo
formação e/ou vigilância epidemiológica. com as seguintes orientações:
• o primeiro nível informatizado deve emitir o Boletim
É também utilizada para a notificação negativa. de Acompanhamento de Hanseníase e Tubercu-
lose, encaminhando-o às unidades para comple-
Notificação negativa − é a notificação da não-o- mentação dos dados;
corrência de doenças de notificação compulsória na área • os meses propostos para a alimentação da informa-
de abrangência da unidade de saúde. Indica que os pro- ção são, no mínimo: janeiro, abril, julho e outubro,
fissionais e o sistema de vigilância da área estão alertas para a tuberculose; janeiro e julho, para a hanse-
para a ocorrência de tais eventos. níase.
A notificação de surtos também deve ser feita por • cabe ao 1º nível informatizado emitir o boletim de
esse instrumento, obedecendo os seguintes critérios: acompanhamento para os municípios não-infor-
• casos epidemiologicamente vinculados de agravos matizados;
inusitados. Sua notificação deve estar consoante • após retornar das unidades os boletins devem ser
com a abordagem sindrômica, de acordo com as analisados criticamente e as correções devem ser
seguintes categorias: síndrome diarreica aguda, solicitadas de imediato à unidade de saúde;
síndrome ictérica aguda, síndrome hemorrágica • a digitação das informações na tela de acompanha-
febril aguda, síndrome respiratória aguda, síndro- mento e arquivamento dos boletins deve ser reali-
me neurológica aguda e síndrome da insuficiência zada no 1º nível informatizado.
renal aguda, dentre outras;
• casos agregados, constituindo uma situação epidê- Preconiza-se que em todas as instâncias os dados
mica de doenças não de notificações operacional- aportados pelo Sinan sejam consolidados e analisados e
mente inviabiliza o seu registro individualizado. que haja uma retroalimentação dos níveis que o prece-
deram, além de sua redistribuição, segundo local de re-
Ficha Individual de Investigação (FII) − na maio- sidência dos pacientes objetos das notificações. No nível
ria das vezes configura-se como roteiro de investigação, federal, os dados do Sinan são processados, analisados
distinto para cada tipo de agravo, devendo ser utilizado, juntamente com aqueles que chegam por outras vias
preferencialmente, pelos serviços municipais de vigilân- e divulgados pelo Boletim Epidemiológico do SUS e
cia ou unidades de saúde capacitadas para a realização informes epidemiológicos eletrônicos, disponibiliza-
da investigação epidemiológica. Esta ficha, como referi- dos no site www.saude.gov.br.
do no tópico sobre investigação de surtos e epidemias, Ao contrário dos demais sistemas, em que as críti-
permite obter dados que possibilitam a identificação cas de consistência são realizadas antes do seu envio
da fonte de infecção e mecanismos de transmissão da a qualquer outra esfera de governo, a necessidade de
doença. Os dados, gerados nas áreas de abrangência dos desencadeamento imediato de uma ação faz com que,
respectivos estados e municípios, devem ser consolida- nesse caso, os dados sejam remetidos o mais rapida-
dos e analisados considerando aspectos relativos à or- mente possível, ficando a sua crítica para um segundo
ganização, sensibilidade e cobertura do próprio sistema momento − quando do encerramento do caso e, pos-
de notificação, bem como os das atividades de vigilância teriormente, o da análise das informações para divulga-
epidemiológica.
LEGISLAÇÕES DO SUS

ção. No entanto, apesar desta peculiaridade, esta análi-


Além notificação compulsória; se é fundamental para que se possa garantir uma base
• casos agregados das doenças constantes da lista de de dados com qualidade, não podendo ser relegada a
notificação compulsória, mas cujo volume. segundo plano, tendo em vista que os dados já foram
• acompanhamento de surtos, reproduzidos pelos encaminhados para os níveis hierárquicos superiores.
municípios, e os boletins de acompanhamento de A partir da alimentação do banco de dados do Sinan,
hanseníase e tuberculose, emitidos pelo próprio pode-se calcular a incidência, prevalência, letalidade e
sistema. mortalidade, bem como realizar análises de acordo com

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as características de pessoa, tempo e lugar, particular- loridas, cuja emissão e distribuição para os estados, em
mente no que tange às doenças transmissíveis de notifi- séries prénumeradas, é de competência exclusiva do Mi-
cação obrigatória, além de outros indicadores epidemio- nistério da Saúde. Para os municípios, a distribuição fica
lógicos e operacionais utilizados para as avaliações local, a cargo das secretarias estaduais de saúde, devendo as
municipal, estadual e nacional. secretarias municipais se responsabilizarem por seu con-
As informações da ficha de investigação possibili- trole e distribuição entre os profissionais médicos e insti-
tam maior conhecimento acerca da situação epidemio- tuições que a utilizem, bem como pelo recolhimento das
lógica do agravo investigado, fontes de infecção, modo primeiras vias em hospitais e cartórios.
de transmissão e identificação de áreas de risco, dentre O preenchimento da DO deve ser realizado exclusi-
outros importantes dados para o desencadeamento das vamente por médicos, exceto em locais onde não exis-
atividades de controle. A manutenção periódica da atua- tam, situação na qual poderá ser preenchida por oficiais
lização da base de dados do Sinan é fundamental para de Cartórios de Registro Civil, assinada por duas teste-
o acompanhamento da situação epidemiológica dos munhas. A obrigatoriedade de seu preenchimento, para
agravos incluídos no Sistema. Dados de má qualidade, todo óbito ocorrido, é determinada pela Lei Federal n°
oriundos de fichas de notificação ou investigação com a 6.015/73. Em tese, nenhum sepultamento deveria ocorrer
maioria dos campos em branco, inconsistências nas in- sem prévia emissão da DO. Mas, na prática, sabe-se da
formações (casos com diagnóstico laboratorial positivo, ocorrência de sepultamentos irregulares, em cemitérios
porém encerrado como critério clínico) e duplicidade de clandestinos (e eventualmente mesmo em cemitérios
registros, entre outros problemas frequentemente iden- oficiais), o que afeta o conhecimento do real perfil l de
tificados nos níveis estadual ou federal, apontam para a mortalidade, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste.
necessidade de uma avaliação sistemática da qualida- O registro do óbito deve ser feito no local de ocor-
de da informação coletada e digitada no primeiro nível rência do evento. Embora o local de residência seja a
hierárquico de entrada de dados no Sistema, que torna informação comumente mais utilizada, na maioria das
possível a obtenção de dados confiáveis, indispensáveis análises do setor saúde a ocorrência é fator importan-
para o cálculo de indicadores extremamente úteis, tais te no planejamento de algumas medidas de controle,
como as taxas de incidência, letalidade, mortalidade e como, por exemplo, no caso dos acidentes de trânsito e
coeficiente de prevalência, entre outros. doenças infecciosas que exijam a adoção de medidas de
Roteiros para a realização da análise da qualidade controle no local de ocorrência. Os óbitos ocorridos fora
da base de dados e cálculos dos principais indicadores do local de residência serão redistribuídos, quando do
epidemiológicos e operacionais estão disponíveis para fechamento das estatísticas, pelas secretarias estaduais
os agravos de notificação compulsória, bem como toda e Ministério da Saúde, permitindo, assim, o acesso aos
a documentação necessária para a correta utilização do dados tanto por ocorrência como por residência do fa-
Sistema (dicionário de dados e instrucionais de preenchi- lecido.
mento das fichas Manual de Normas e Rotinas e Opera- O SIM constitui importante elemento para o Sistema
cional). Nacional de Vigilância Epidemiológica, tanto como fonte
Para que o Sinan se consolide como a principal fonte principal de dados, quando há falhas de registro de casos
de informação de morbidade para as doenças de noti- no Sinan, quanto como fonte complementar, por tam-
ficação compulsória, faz-se necessário garantir tanto a bém dispor de informações sobre as características de
cobertura como a qualidade das informações. Sua uti- pessoa, tempo e lugar, assistência prestada ao paciente,
lização plena, em todo o território nacional, possivel- causas básicas e associadas de óbito, extremamente re-
mente possibilitará a obtenção dos dados indispensáveis levantes e muito utilizadas no diagnóstico da situação de
ao cálculo dos principais indicadores necessários para o saúde da população.
monitoramento dessas doenças, gerando instrumentos As informações obtidas pela DO também possibili-
para a formulação e avaliação das políticas, planos e pro- tam o delineamento do perfil de morbidade de uma área,
gramas de saúde, subsidiando o processo de tomada de no que diz respeito às doenças mais letais e às doenças
decisões e contribuindo para a melhoria da situação de crônicas não sujeitas à notificação compulsória, repre-
saúde da população. sentando, praticamente, a única fonte regular de dados.
Indicadores são variáveis susceptíveis à mensuração Para as doenças de notificação compulsória, a utilização
direta, produzidos com periodicidade definida e critérios eficiente desta fonte de dados depende da verificação
constantes. A disponibilidade de dados, simplicidade téc- rotineira da presença desses agravos no banco de dados
nica, uniformidade, sinteticidade e poder discriminatório do SIM. Deve-se também checar se as mesmas constam
são requisitos básicos para sua elaboração. Os indicado- no Sinan, bem como a evolução do caso para óbito.
res de saúde refletem o estado de saúde da população Uma vez preenchida a DO, quando se tratar de óbi-
de determinada comunidade. tos por causas naturais, ocorridos em estabelecimento
LEGISLAÇÕES DO SUS

de saúde, a primeira via (branca) será da secretaria muni-


Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) cipal de saúde (SMS); a segunda (amarela) será entregue
aos familiares do falecido, para registro em Cartório de
Criado em 1975, este sistema iniciou sua fase de des- Registro Civil e emissão da Certidão de Óbito (ficando
centralização em 1991, dispondo de dados informatiza- retida no cartório); a terceira (rosa) ficará arquivada no
dos a partir de 1979. prontuário do falecido. Nos óbitos de causas naturais
Seu instrumento padronizado de coleta de dados é ocorridos fora do estabelecimento de saúde, mas com
a Declaração de Óbito (DO), impressa em três vias co- assistência médica, o médico que fornecer a DO deverá
levar a primeira e terceira vias para a SMS, entregando dos coeficientes de mortalidade infantil e materna, nos
a segunda para os familiares do falecido. Nos casos de quais representa o denominador. Antes da implantação
óbitos de causas naturais, sem assistência médica, em do Sinasc, em 1990, esta informação só era conhecida
locais que disponham de Serviço de Verificação de Óbi- no Brasil por estimativas realizadas a partir da informa-
tos (SVO), estes serão responsáveis pela emissão da DO, ção censitária. Atualmente, são disponibilizados pela SVS,
obedecendo o mesmo fluxo dos hospitais. Em lugares no site www.datasus.gov.br, dados do Sinasc referentes
onde não exista SVO, um médico da localidade deverá aos anos de 1994 em diante. Entretanto, até o presente
preencher a DO obedecendo o fluxo anteriormente re- momento, só pode ser utilizado como denominador, no
ferido para óbitos ocorridos fora do estabelecimento de cálculo de alguns indicadores, em regiões onde sua co-
saúde, com assistência médica. bertura é ampla, substituindo deste modo as estimativas
Nos óbitos por causas naturais em localidades sem censitárias.
médicos, o responsável pelo falecido, acompanhado de O Sinasc tem como instrumento padronizado de co-
duas testemunhas, comparecerá ao Cartório de Registro leta de dados a Declaração de Nascido Vivo (DN), cuja
Civil onde será preenchida a DO. A segunda via deste do- emissão, a exemplo da DO, é de competência exclusiva
cumento ficará retida no cartório e a primeira e terceira do Ministério da Saúde. Tanto a emissão da DN como o
vias serão recolhidas pela secretaria municipal de saúde. seu registro em cartório serão realizados no município
Nos óbitos por causas acidentais ou violentas, o médico de ocorrência do nascimento. Deve ser preenchida nos
legista do Instituto Médico-Legal (IML) deverá preencher hospitais e outras instituições de saúde que realizam par-
a DO (nos locais onde não exista IML um perito é de- to, e nos Cartórios de Registro Civil, na presença de duas
signado para tal finalidade), seguindo-se o mesmo fluxo testemunhas, quando o nascimento ocorre em domicílio
adotado para os hospitais. sem assistência de profissional de saúde. Desde 1992 sua
As SMS realizarão a busca ativa dessas vias em to- implantação ocorre de forma gradual. Atualmente, vem
dos os hospitais e cartórios, evitando a perda de registro apresentando em muitos municípios um volume maior de
de óbitos no SIM, com consequente perfil irreal da mor- registros do que o publicado nos anuários do IBGE, com
talidade da sua área de abrangência. Nas SMS, as pri- base nos dados dos Cartórios de Registro Civil.
meiras vias são digitadas e enviadas em disquetes para A DN deve ser preenchida para todos os nascidos vi-
as Regionais, que fazem o consolidado de sua área e o vos no país, o que, segundo conceito definido pela OMS,
enviam para as secretarias estaduais de saúde, que corresponde a ―todo produto da concepção que, indepen-
consolidam os dados estaduais e os repassam para o dentemente do tempo de gestação ou peso ao nascer, de-
Ministério da Saúde. pois de expulso ou extraído do corpo da mãe, respire ou
Em todos os níveis, sobretudo no municipal, que está apresente outro sinal de vida tal como batimento cardía-
mais próximo do evento, deve ser realizada a crítica dos co, pulsação do cordão umbilical ou movimentos efetivos
dados, buscando a existência de inconsistências como, dos músculos de contração voluntária, estando ou não
por exemplo, causas de óbito exclusivas de um sexo sen- desprendida a placenta‖. A obrigatoriedade desse registro
do registradas em outro, causas perinatais em adultos, é também dada pela Lei n° 6.015/73. No caso de gravidez
registro de óbitos fetais com causas compatíveis apenas múltipla, deve ser preenchida uma DN para cada criança
com nascidos vivos e idade incompatível com a doença. nascida viva.
A análise dos dados do SIM permite a construção de
importantes indicadores para o delineamento do perfil É sabida a ocorrência de uma proporção razoável
de saúde de uma região. Assim, a partir das informações de subnotificação de nascimentos, estimada em até
contidas nesse Sistema, pode-se obter a mortalidade pro- 35% para alguns estados, em 1999, particularmente
porcional por causas, faixa etária, sexo, local de ocorrência nas regiões Norte e Nordeste − que nesse ano apre-
e residência e letalidade de agravos dos quais se conheça sentaram cobertura média em torno de 80% do nú-
a incidência, bem como taxas de mortalidade geral, infan- mero de nascidos vivos estimado para cada região,
til, materna ou por qualquer outra variável contida na DO, motivo que levou as áreas responsáveis pelas estatís-
uma vez que são disponibilizadas várias formas de cru- ticas vitais a realizarem uma busca ativa nas unidades
zamento dos dados. Entretanto, em muitas áreas, o uso emissoras de DNs. Entretanto, nesse mesmo período, a
dessa rica fonte de dados é prejudicada pelo não preen- captação de nascimentos pelo Sinasc encontrava-se igual
chimento correto das DO, com omissão de dados como, ou superior a 100% em relação às estimativas demográfi-
por exemplo, estado gestacional ou puerperal, ou pelo re- cas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com índices
gistro excessivo de causas mal defi nidas, prejudicando o mínimos de 87%, 90% e 96% em três estados. Tais dados
uso dessas informações nas diversas instâncias do sistema revelam progressiva melhoria da cobertura desse sistema,
de saúde. Estas análises devem ser realizadas em todos os o que favorece sua utilização como fonte de dados para a
níveis do sistema, sendo subsídios fundamentais para o confecção de alguns indicadores.
planejamento de ações dos gestores. Igualmente à DO, os formulários de Declaração de
LEGISLAÇÕES DO SUS

Nascido Vivo são pré numerados, impressos em três vias


Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Si- coloridas e distribuídos às SES pela SVS/MS. As SES en-
nasc) carregavam se, até recentemente, e sua distribuição aos
estabelecimentos de saúde e cartórios. Apesar da preco-
O número de nascidos vivos constitui relevante infor- nização de que as SMS devem assumir esse encargo, isto
mação para o campo da saúde pública, pois possibilita a ainda não está acontecendo em todo o território nacional.
constituição de indicadores voltados para a avaliação de Nos partos ocorridos em estabelecimentos de saúde, a
riscos à saúde do segmento materno-infantil, a exemplo primeira via (branca) da DN preenchida será para a SMS;

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a segunda (amarela) deverá ser entregue ao responsável Reúne informações de cerca de 70% dos internamen-
pela criança, para a obtenção da Certidão de Nascimento tos hospitalares realizados no país, tratando-se, portan-
no Cartório de Registro Civil, onde ficará retida; a terceira to, de grande fonte das enfermidades que requerem in-
(rosa) será arquivada no prontuário da puérpera. Para os ternação, importante para o conhecimento da situação
partos domiciliares com assistência médica, a primeira via de saúde e gestão de serviços. Ressalte-se sua gradativa
deverá ser enviada para a SMS e a segunda e terceira vias incorporação à rotina de análise e informações de alguns
entregues ao responsável, que utilizará a segunda via para órgãos de vigilância epidemiológica de estados e muni-
registro do nascimento em cartório e a terceira para apre- cípios.
sentação em unidade de saúde onde realizar a primeira Seu instrumento de coleta de dados é a Autorização
consulta da criança. Nos partos domiciliares sem assistên- de Internação Hospitalar (AIH), atualmente emitida pe-
cia médica, a DN será preenchida no Cartório de Registro los estados a partir de uma série numérica única defini-
Civil, que reterá a primeira via, a ser recolhida pela SMS, e da anualmente em portaria ministerial. Este formulário
a segunda, para seus arquivos. A terceira via será entregue contém, entre outros, os dados de atendimento, com
ao responsável, que a destinará à unidade de saúde do os diagnósticos de internamento e alta (codificados de
primeiro atendimento da criança. acordo com a CID), informações relativas às característi-
Também nesses casos as primeiras vias da DN deve- cas de pessoa (idade e sexo), tempo e lugar (procedência
rão ser recolhidas ativamente pelas secretarias municipais do paciente) das internações, procedimentos realizados,
de saúde, que após digitá-las envia o consolidado para as valores pagos e dados cadastrais das unidades de saúde,
SES, onde os dados são processados e distribuídos segun- que permitem sua utilização para fins epidemiológicos.
do o município de residência e, a seguir, enviados para As séries numéricas de AIHs são mensalmente for-
o MS, que os reagrupa por estados de residência, sendo necidas pelo Ministério da Saúde às secretarias es-
disponibilizados pela SVS através do site www.datasus.gov. taduais de saúde , de acordo com o quantitativo anual
br e em CD-ROM. Em todos os níveis do sistema, os dados estipulado para o estado, que desde o início de 1995 é
deverão ser criticados. As críticas realizadas visam detectar equivalente ao máximo de 9% da população residente
possíveis erros de preenchimento da Declaração de Nas- (estimada pelo IBGE). Quando se trata de município em
cido Vivo ou da digitação de dados. Sua validação é feita gestão plena do sistema, a cota de AIH definida pela Pro-
pelo cruzamento de variáveis para verificação de consis- gramação Pactuada e Integrada (PPI) é repassada dire-
tência, como, por exemplo, o peso do bebê com o tempo tamente pelo Ministério da Saúde para o município. O
de gestação ou a idade da mãe com a paridade. banco de dados do prestador envia as informações para
A utilização dos dados deste sistema para o planeja- o Datasus, com cópia para a secretaria estadual de saúde.
mento e tomada de decisões nas três esferas de governo Nos municípios em gestão plena de atenção básica, é o
ainda é incipiente. Na maioria das vezes, como denomina- estado que faz a gestão da rede hospitalar.
dor para o cálculo de taxas como as de mortalidade infan- Os números de AIHs têm validade de quatro meses,
til e materna, por exemplo. Apesar disso, alguns indicado- não sendo mais aceitos pelo sistema.
res vêm sendo propostos − a grande maioria voltada à Tal regra permite certa compensação temporal na-
avaliação de risco da mortalidade infantil e a qualidade queles estados em que a sazonalidade da ocorrência de
da rede de atenção à gravidez e ao parto. doenças influencia fortemente o número de internações.
Entre os indicadores de interesse para a atenção à
saúde materno-infantil, são imprescindíveis as informa- O banco de dados, correspondente ao cadastro de
ções contidas na DN: proporção de nascidos vivos de todas as unidades prestadoras de serviços hospitalares
baixo peso, proporção de nascimentos prematuros, pro- ao SUS credenciadas, é permanentemente atualizado
porção de partos hospitalares, proporção de nascidos sempre que há credenciamento, descredenciamento ou
vivos por faixa etária da mãe, valores do índice Apgar qualquer modificação de alguma característica da unida-
no primeiro e quinto minutos, número de consultas pré- de de saúde.
-natal realizadas para cada nascido vivo, dentre outros. Os dados produzidos por este Sistema são ampla-
Além desses, podem ainda ser calculados indicadores mente disponibilizados pelo site. datasus.gov.br e pela
clássicos voltados à caracterização geral de uma po- BBS (Bulletin Board System) do Ministério da Saúde, além
pulação, como a taxa bruta de natalidade e a taxa de de CDROM com produção mensal e anual consolidadas.
fecundidade geral. Os arquivos disponibilizados podem ser de dois tipos: o
―movimento‖, em que constam todos os dados, e o ―re-
Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) duzido‖, em que não aparecem os relativos aos serviços
profissionais.
O SIH/SUS, que possui dados informatizados desde O SIH/SUS foi desenvolvido para propiciar a elabo-
ração de alguns indicadores de avaliação de desempe-
1984, não foi concebido sob a lógica epidemiológica,
LEGISLAÇÕES DO SUS

nho de unidades, além do acompanhamento dos nú-


mas sim com o propósito de operar o sistema de pa-
meros absolutos relacionados à frequência de AIHs e
gamento de internação dos hospitais contratados pelo
que vêm sendo cada vez mais utilizados pelos gestores
Ministério da Previdência. Posteriormente, foi estendi-
para uma primeira aproximação da avaliação de cober-
do aos hospitais filantrópicos, universitários e de en-
tura de sua rede hospitalar, e até para a priorização de
sino e aos hospitais públicos municipais, estaduais e
ações de caráter preventivo.
federais. Nesse último caso, somente aos da adminis-
Entre suas limitações encontram-se a cobertura dos
tração indireta e de outros ministérios.
dados (que depende do grau de utilização e acesso da
população aos serviços da rede pública própria, contra- Ressalte-se como importante módulo o cadastramen-
tada e conveniada ao SUS), ausência de críticas informa- to de unidades ambulatoriais contratadas, conveniadas e
tizadas, possibilidade das informações pouco confiáveis da rede pública própria dos estados e municípios, bem
sobre o endereço do paciente, distorções decorrentes de como as informações sobre profissionais por especiali-
falsos diagnósticos e menor número de internamentos dade.
que o necessário, em função das restrições de recursos Quando da análise de seus dados, deve-se atentar
federais – problemas que podem resultar em vieses nas para as questões relativas à cobertura, acesso, procedên-
estimativas. cia e fluxo dos usuários dos serviços de saúde.
Contudo, ao contrário do que ocorre nos bancos de
dados dos sistemas descritos anteriormente, os dados Outras importantes fontes de dados
do SIH/SUS, não podem ser corrigidos após terem sido
enviados, mesmo após investigados e confirmados er- A depender das necessidades dos programas de con-
ros de digitação, codificação ou diagnóstico. O Sistema trole de algumas doenças, outros sistemas de informa-
também não identifica reinternações e transferências de ção complementares foram desenvolvidos pelo Cenepi,
outros hospitais, o que, eventualmente leva a duplas ou tais como o FAD (Sistema de informação da febre amare-
triplas contagens de um mesmo paciente. la e dengue), que registra dados de infestação pelo Aedes
Apesar de todas as restrições, essa base de dados é aegypti, a nível municipal, e outros dados operacionais
de extrema importância para o conhecimento do perfil do programa.
dos atendimentos na rede hospitalar. Adicionalmente, Outros sistemas de informação que também podem
não pode ser desprezada a agilidade do Sistema. Os da- ser úteis à vigilância epidemiológica, embora restritos a
dos por ele aportados tornam-se disponíveis aos gesto- uma área de atuação muito específica, quer por não te-
res em menos de um mês, e cerca de dois meses para a rem uma abrangência nacional ou por não serem utiliza-
disponibilização do consolidado Brasil. Para a vigilância dos em todos os níveis de gestão, são:
epidemiológica, avaliação e controle de ações, esta é
Sistema de Informação da Atenção Básica (Siab) –
uma importante qualidade para o estímulo à sua análise
sistema de informação territorializado que coleta dados
rotineira.
que possibilitam a construção de indicadores populacio-
nais referentes a áreas de abrangência bem delimitadas,
Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS
cobertas pelo Programa de Agentes Comunitários de
(SIA/SUS)
Saúde e Programa Saúde da Família.
Sua base de dados possui três blocos: o cadastra-
Em 1991, o SIA/SUS foi formalmente implantado em
mento familiar (indicadores sociodemográficos dos indi-
todo o território nacional como instrumento de ordena-
víduos e de saneamento básico dos domicílios); o acom-
ção do pagamento dos serviços ambulatoriais (públicos
panhamento de grupos de risco (menores de dois anos,
e conveniados), viabilizando aos gestores apenas a in-
formação do gasto por natureza jurídica do prestador. gestantes, hipertensos, diabéticos, pessoas com tubercu-
O total de consultas e exames realizados era fornecido lose e pessoas com hanseníase); e o registro de ativida-
por outro sistema, de finalidade puramente estatística, des, procedimentos e notificações (produção e cobertura
cujo documento de entrada de dados era o Boletim de de ações e serviços básicos, notificação de agravos, óbi-
Serviços Produzidos (BSP) e o único produto resultante, a tos e hospitalizações).
publicação INAMPS em Dados. Os níveis de agregação do SIAB são: microárea de
atuação do agente comunitário de saúde (território onde
Embora tenha sofrido algumas alterações com vistas
residem cerca de 150 famílias), área de abrangência da
a um melhor controle e consistência de dados, o SIA/
equipe de Saúde da Família (território onde residem
SUS pouco mudou desde sua implantação. Por obedecer
aproximadamente mil famílias), segmento, zonas urba-
à lógica de pagamento por procedimento, não registra
na e rural, município, estado, regiões e país. Assim, o
o CID do(s) diagnóstico(s) dos pacientes e não pode ser
Sistema possibilita a microlocalização de problemas de
utilizado como informação epidemiológica, ou seja, seus
saúde como, por exemplo, a identificação de áreas com
dados não permitem delinear os perfis de morbidade da
baixas coberturas vacinais ou altas taxas de prevalência
população, a não ser pela inferência a partir dos serviços
de doenças (como tuberculose e hipertensão), permitin-
utilizados.
do a espacialização das necessidades e respostas sociais
Entretanto, como sua unidade de registro de infor-
e constituindo-se em importante ferramenta para o pla-
mações é o procedimento ambulatorial realizado, desa-
nejamento e avaliação das ações de vigilância da saúde.
gregado em atos profissionais, outros indicadores ope-
racionais podem ser importantes como complemento Sistema de Informações de Vigilância Alimentar e
LEGISLAÇÕES DO SUS

das análises epidemiológicas, por exemplo: número de Nutricional (Sisvan) – instrumento de políticas federais,
consultas médicas por habitante/ano; número de consul- focalizadas e compensatórias. Atualmente, encontra-se
tas médicas por consultório; número de exames/terapias implantado em aproximadamente 1.600 municípios con-
realizados pelo quantitativo de consultas médicas. siderados de risco para a mortalidade infantil.
Desde julho de 1994 as informações relacionadas a Disponibiliza informações sobre o programa de re-
esse sistema estão disponíveis no site www.datasus.gov. cuperação de crianças desnutridas e gestantes sob risco
br e por CD-ROM. nutricional.

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Sistema de Informações do Programa Nacional dejetos e lixo, poluição ambiental, condições de
de Imunização (SI-PNI) – implantado em todos os mu- habitação, estudo de vetores;
nicípios brasileiros, fornece dados relativos à cobertura • recursos de saúde e produção de serviços – recursos
vacinal de rotina e, em campanhas, taxa de abandono e físicos, humanos, financeiros, produção na rede de
controle do envio de boletins de imunização. Além do serviços básicos de saúde e em outras instituições
módulo de avaliação do PNI, este Sistema dispõe de um de saúde, vigilância sanitária; no âmbito documen-
subsistema de estoque e distribuição de imunobiológi- tal e administrativo: legislação médico-sanitária,
cos. referências bibliográficas e sistemas administrati-
vos.
Sistema de Informação de Vigilância da Qualida-
de da Água para Consumo Humano (Siságua) – forne- Existem outros dados necessários ao município e não
ce informações sobre a qualidade da água para consumo coletados regularmente, que podem ser obtidos median-
humano, proveniente dos sistemas público e privado, e te de inquéritos e estudos especiais, de forma eventual
soluções alternativas de abastecimento. Objetiva coletar, e localizada.
transmitir e disseminar dados gerados rotineiramente, Contudo, é preciso haver racionalidade na definição
de forma a produzir informações necessárias à prática dos dados a serem coletados, processados e analisados
da vigilância da qualidade da água de consumo humano no SIS, para evitar desperdício de tempo, recursos e des-
(avaliação da problemática da qualidade da água e defi- crédito no sistema de informação, tanto pela população
nição de estratégias para prevenir e controlar os proces- como pelos técnicos.
sos de sua deterioração e transmissão de enfermidades)
por parte das secretarias municipais e estaduais de saú- Divulgação das informações
de, em cumprimento à Portaria nº 36/90, do Ministério
A retroalimentação dos sistemas deve ser conside-
da Saúde.
rada um dos aspectos fundamentais para o contínuo
Além das informações decorrentes dos sistemas processo de aperfeiçoamento, gerência e controle da
descritos existem outras grandes bases de dados de inte- qualidade dos dados.
resse para o setor saúde, com padronização e abrangên- Tal prática deve ocorrer nos seus diversos níveis, de
cia nacionais. Entre elas destacam-se: Cadernos de Saúde forma sistemática, com periodicidade previamente de-
e Rede Interagencial de Informação para a Saúde/ Ripsa, finida, de modo a permitir a utilização das informações
da qual um dos produtos é o IDB/Indicadores e Dados quando da tomada de decisão e nas atividades de pla-
Básicos para a Saúde (acesso via www.datasus.gov.br ou nejamento, definição de prioridades, alocação de recur-
www.saude.gov.br), além daquelas disponibilizadas pelo sos e avaliação dos programas desenvolvidos. Adicio-
IBGE (particularmente no que se refere ao Censo Demo- nalmente, a divulgação das informações geradas pelos
gráfico, à Pesquisa Brasileira por Amostragem de Domi- sistemas assume valor inestimável como instrumento
cílios – Pnad e Pesquisa Nacional de Saneamento Básico de suporte ao controle social, prática que deve ser esti-
2000). É também importante verificar outros bancos de mulada e apoiada em todos os níveis e que deve definir
dados de interesse à área da saúde, como os do Minis- os instrumentos de informação, tanto para os profissio-
tério do Trabalho (Relação Anual de Informações Sociais/ nais de saúde como para a comunidade.
Rais) e os do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho
(informações sobre riscos ocupacionais por atividade Perspectivas atuais
econômica), bem como fontes de dados resultantes de
Desde 1992, a SVS vem desenvolvendo, de forma
estudos e pesquisas realizados por instituições como o
descentralizada, uma política de estímulo ao uso da in-
Ipea e relatórios e outras publicações de associações de
formação e da informática como subsídio à implantação
empresas que atuam no setor médico supletivo (medici-
do SUS no país.
na de grupo, seguradoras, autogestão e planos de admi- Para isso, adotou iniciativas junto aos estados e mu-
nistração). nicípios, visando a descentralização do uso do SIM, Sinan
A maioria dos sistemas de informação ora apresen- e Sinasc, financiou cursos de informação, epidemiologia e
tados possui manual instrucional e modelos dos instru- informática, e divulgou os programas EPI-Info e Epimap.
mentos de coleta (fichas e declarações) para implantação Este processo vem avançando, particularmente, a partir
e utilização em computador – disponibilizados pela Se- da implantação da Norma Operacional Básica do
cretaria de Vigilância em Saúde. Sistema Único de Saúde (NOB 01/96) e da instituição da
A utilização dos sistemas de informações de saúde transferência de recursos, fundo a fundo, para o desen-
e de outras fontes de dados, pelos serviços de saúde e volvimento de atividades na área de epidemiologia (Por-
instituições de ensino e pesquisa, dentre outras, pode ser taria MS nº 1.399/99).
LEGISLAÇÕES DO SUS

viabilizada via Internet, propiciando o acesso a dados nas


seguintes áreas: Considerações finais
• demografia – informações sobre população, morta-
lidade e natalidade; A compatibilidade das principais bases de dados
• morbidade – morbidade hospitalar e ambulatorial, dos diversos sistemas de informações em saúde, com
registros especiais, seguro social, acidentes de vistas à sua utilização conjunta, é meta há algum tempo
trânsito, de trabalho, etc.; meio ambiente: sanea- buscada pelos profissionais que trabalham com a infor-
mento básico, abastecimento de água, destino dos mação no setor saúde. A uniformização de conceitos e
definições do Sinan, Sinasc e SIM é exemplo das inicia- Considerando a Lei n° 8.080, de 19 de setembro de
tivas adotadas no sentido de obter a compatibilização 1990, que dispõe sobre as condições para a promoção,
destes sistemasque, entretanto, até o momento ainda a proteção e a recuperação da saúde a organização e
não foi totalmente atingida. funcionamento dos serviços correspondentes; e
Considerando a Política Nacional de Humanização da
Atenção e da Gestão do SUS, de 2003, do Ministério da
Saúde; e
CARTA DOS DIREITOS E DEVERES DO PA- Considerando a Política Nacional de Gestão Estra-
CIENTE. tégica e Participativa no SUS, de 2007, do Ministério da
Saúde, resolve:
Art. 1º Dispor sobre os direitos e deveres dos usuá- rios
da saúde nos termos da legislação vigente.
Direitos dos Usuários da Saúde Art. 2º Toda pessoa tem direito ao acesso a bens e
Dentre as propostas da 14ª Conferência Nacional de serviços ordenados e organizados para garantia da
Saúde, na diretriz 2, está descrito que é preciso divulgar promoção, prevenção, proteção, tratamento e recupe-
a Carta para a comunidade por meio de veículos de co- ração da saúde.
municação e ações intersetoriais entre empresas, escolas, § 1º O acesso será preferencialmente nos serviços de
igrejas, sindicatos, associações de moradores, produto- Atenção Básica integrados por centros de saúde, pos-
res, profissionais da saúde e outros. tos de saúde, unidades de saúde da família e unidades
A divulgação desta carta tem o compromisso da Carta básicas de saúde ou similares mais próximos de sua
casa.
de Brasília, anexo do item 12, aprovada no XXVII Con-
§ 2º Nas situações de urgência/emergência, qualquer
gresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde e VIII serviço de saúde deve receber e cuidar da pessoa bem
Congresso Brasileiro de Cultura de Paz e Não-Violência, como encaminhá-la para outro serviço no caso de ne-
no período de 08 a 12 de Julho de 2011. Toda pessoa tem cessidade.
direito ao acesso a bens e serviços ordenados e organi- § 3º Em caso de risco de vida ou lesão grave, deverá
zados para garantia da promoção, prevenção, proteção, ser assegurada a remoção do usuário, em tempo hábil
tratamento e recuperação da saúde. e em condições seguras para um serviço de saúde com
Toda pessoa tem direito ao tratamento adequado e capacidade para resolver seu tipo de problema.
no tempo certo para resolver o seu problema de saúde. § 4º O encaminhamento às especialidades e aos
Toda pessoa tem direito ao atendimento humaniza- hospitais, pela Atenção Básica, será estabelecido em
do, realizado por profissionais qualificados, em ambiente função da necessidade de saúde e indicação clínica,
limpo, acolhedor e acessível a todas as pessoas. levando-se em conta a gravidade do problema a ser
Toda pessoa deve ter seus valores, sua cultura, crença analisado pelas centrais de regulação.
e seus direitos respeitados na relação com os serviços de § 5º Quando houver alguma dificuldade temporária
saúde. para atender as pessoas é da responsabilidade da di-
Toda pessoa é responsável para que seu tratamento reção e da equipe do serviço, acolher, dar informações
e sua recuperação sejam adequados e sem interrupção. claras e encami- nhá-las sem discriminação e privi-
Toda pessoa tem direito à informação sobre os ser- légios.
Art. 3º Toda pessoa tem direito ao tratamento ade-
viços de saúde e as diversas formas de participação da
quado e no tempo certo para resolver o seu problema
comunidade.
de saúde.
Toda pessoa tem direito a participar dos conselhos Parágrafo único. É direito da pessoa ter atendimento
e das conferências de saúde e de exigir que os gestores adequado, com qualidade, no tempo certo e com ga-
federal, estaduais e municipais cumpram os princípios rantia de continuidade do tratamento, para isso deve
des-ta carta. ser assegurado:
A carta dos direitos dos Usuários da Saúde foi apro- - atendimento ágil, com tecnologia apropriada, por
vada no Conselho Nacional de Saúde em junho de 2009, equipe multiprofissional capacitada e com condições
e publicada na PORTARIA Nº 1.820, DE 13 DE AGOSTO adequadas de atendimento;
DE 2009 - informações sobre o seu estado de saúde, de maneira
Diário Oficial clara, objetiva, respeitosa, compreensível quanto a:
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL possíveis diagnósticos; diagnósticos confirmados;
Imprensa Nacional BRASÍLIA – DF .Nº 155 – DOU – tipos, justificativas e riscos dos exames solicitados;
14/08/09 – seção 1- p.80 resultados dos exames realizados; objetivos, riscos e
MINISTÉRIO DA SAÚDE benefícios de procedimentos diagnósticos, cirúrgicos,
GABINETE DO MINISTRO preventivos ou de tratamento;duração prevista do tra-
LEGISLAÇÕES DO SUS

PORTARIA Nº 1.820, DE 13 DE AGOSTO DE 2009 tamento proposto; quanto a procedimentos diagnós-


Dispõe sobre os direitos e deveres dos usuários da ticos e tratamentos invasivos ou cirúrgicos; a necessi-
saúde. dade ou não de anestesia e seu tipo e duração; partes
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atri- do corpo afetadas pelos procedimentos, instrumental
buições previstas no inciso II do parágrafo único do art. a ser utilizado, efeitos colaterais, riscos ou consequên-
87 da Constituição, e Considerando os arts. 6º e 196 da cias indesejáveis; duração prevista dos procedimentos
Consti- tuição Federal; e tempo de recuperação; evolução provável do proble-
ma de saúde;

36
informações sobre o custo das intervenções das quais cas ou sociais, estado de saúde, de anomalia, patolo-
a pessoa se beneficiou; outras informações que forem gia ou deficiência, garantindo-lhe:
necessárias; - identificação pelo nome e sobrenome civil, devendo
- toda pessoa tem o direito de decidir se seus fami- existir em todo documento do usuário e usuária um
liares e acompanhantes deverão ser informados sobre campo para se registrar o nome social, independente
seu estado de saúde; do registro civil sendo assegurado o uso do nome de
- registro atualizado e legível no prontuário, das se- preferência, não podendo ser identificado por número,
guintes informações: motivo do atendimento e/ou in- nome ou código da doença ou outras formas desres-
ternação; dados de observação e da evolução clínica; peitosas ou preconceituosas;
prescrição terapêutica; avaliações dos profissionais da - a identificação dos profissionais, por crachás visíveis,
equipe; e) procedimentos e cuidados de enfermagem; legíveis e/ou por outras formas de identificação de fá-
quando for o caso, procedimentos cirúrgicos e anes- cil percepção;
tésicos, odontológicos, resultados de exames comple- - nas consultas, nos procedimentos diagnósticos, pre-
mentares la- boratoriais e radiológicos; a quantidade ventivos, cirúrgicos, terapêuticos e internações, o se-
de sangue recebida e dados que garantam a quali- guinte:
dade do sangue, como origem, sorologias efetuadas e a integridade física;
prazo de validade; identificação do responsável pelas a privacidade e ao conforto;
anotações; outras informações que se fizerem neces- a individualidade;
sárias; aos seus valores éticos, culturais e religiosos;
- o acesso à anestesia em todas as situações em que a confidencialidade de toda e qualquer informação
for indicada, bem como a medicações e procedimen- pessoal;
tos que possam aliviar a dor e o sofrimento; a segurança do procedimento;
- o recebimento das receitas e prescrições terapêuti- o bem-estar psíquico e emocional;
cas, devem conter: o nome genérico das substâncias - o atendimento agendado nos serviços de saúde, pre-
prescritas; clara indicação da dose e do modo de usar. ferencialmente com hora marcada;
escrita impressa, datilografada ou digitada, ou em ca- - o direito a acompanhante, pessoa de sua livre esco-
ligrafia legível; textos sem códigos ou abreviaturas; o lha, nas consultas e exames;
nome legível do profissional e seu número de registro - o direito a acompanhante, nos casos de internação,
no conselho profissional; e a assinatura do profissional nos casos previstos em lei, assim como naqueles em
e a data; que a autonomia da pessoa estiver comprometida;
- recebimento, quando prescritos, dos medicamen- - o direito a visita diária não inferior a duas horas,
tos que compõem a farmácia básica e, nos casos de preferencialmente aberta em todas as unidades de
necessidade de medicamentos de alto custo deve ser internação, ressalvadas as situações técnicas não in-
garantido o acesso conforme protocolos e normas do dicadas;
Ministério da Saúde; - a continuidade das atividades escolares, bem como
- o acesso à continuidade da atenção no domicílio, o estímulo à recreação, em casos de internação de
quando pertinente, com estímulo e orientação ao au- criança ou adolescente;
tocuidado que fortaleça sua autonomia e a garantia - a informação a respeito de diferentes possibilida-
de acompanhamento em qualquer serviço que for ne- des terapêuticas de acordo com sua condição clínica,
cessário; baseado nas evidências científicas e a relação custo-
- o encaminhamento para outros serviços de saúde -benefício das alternativas de tratamento, com direito
deve ser por meio de um documento que contenha: à recusa, atestado na presença de testemunha;
caligrafia legível ou datilografada ou digitada ou por - a escolha do local de morte;
meio eletrônico; - o direito à escolha de alternativa de tratamento,
resumo da história clínica, possíveis diagnósticos, quando houver, e à consideração da recusa de trata-
tratamento realizado, evolução e o motivo do enca- mento proposto;
minhamento; linguagem clara evitando códigos ou - o recebimento de visita, quando internado, de outros
abreviaturas; profissionais de saúde que não pertençam àquela uni-
nome legível do profissional e seu número de registro dade hospitalar sendo facultado a esse profissional o
no conselho profissional, assinado e datado; e identifi- acesso ao prontuário;
cação da unidade de saúde que recebeu a pes- - a opção de marcação de atendimento por telefone
soa, assim como da Unidade que está sendo encami- para pessoas com dificuldade de locomoção;
nhada. - o recebimento de visita de religiosos de qualquer cre-
Art. 4º Toda pessoa tem direito ao atendimento hu- do, sem que isso acarrete mudança da rotina de trata-
manizado e acolhedor, realizado por profissionais mento e do estabelecimento e ameaça à segurança ou
LEGISLAÇÕES DO SUS

perturbações a si ou aos outros;


qualificados, em ambiente limpo, confortável e aces-
- a não-limitação de acesso aos serviços de saúde por
sível a todos.
barreiras físicas, tecnológicas e de comunicação; e
Parágrafo único. É direito da pessoa, na rede de servi-
- a espera por atendimento em lugares protegidos,
ços de saúde, ter atendimento humanizado, acolhedor,
limpos e ventilados, tendo à sua disposição água po-
livre de qualquer discriminação, restrição ou negação
tável e sanitários, e devendo os serviços de saúde se
em virtude de idade, raça, cor, etnia, religião, orienta-
organizarem de tal forma que seja evitada a demora
ção sexual, identidade de gênero, condições econômi-
nas filas.
Art. 5º Toda pessoa deve ter seus valores, cultura e di- Art. 6º Toda pessoa tem responsabilidade para que
reitos respeitados na relação com os serviços de saúde, seu tratamento e recuperação sejam adequados e sem
garantindo-lhe: interrupção.
- a escolha do tipo de plano de saúde que melhor lhe Parágrafo único. Para que seja cumprido o disposto no
convier, de acordo com as exigências mínimas cons- caput deste artigo, as pessoas deverão:
tantes da legislação e a informação pela operadora I - prestar informações apropriadas nos atendimentos,
sobre a cobertura, custos e condições do plano que nas consultas e nas internações sobre:
está adquirindo; queixas;
- o sigilo e a confidencialidade de todas as informa- enfermidades e hospitalizações anteriores;
ções pessoais, mesmo após a morte, salvo nos casos de história de uso de medicamentos, drogas, reações alér-
risco à saúde pública; gicas;
- o acesso da pessoa ao conteúdo do seu prontuário ou demais informações sobre seu estado de saúde;
de pessoa por ele autorizada e a garantia de envio e - expressar se compreendeu as informações e orien-
fornecimento de cópia, em caso de encaminhamento tações recebidas e, caso ainda tenha dúvidas, solicitar
a outro serviço ou mudança de domicilio; esclarecimento sobre elas;
- a obtenção de laudo, relatório e atestado médico, - seguir o plano de tratamento proposto pelo profis-
sempre que justificado por sua situação de saúde; sional ou pela equipe de saúde responsável pelo seu
- o consentimento livre, voluntário e esclarecido, a cuidado, que deve ser compreendido e aceito pela pes-
quaisquer procedimentos diagnósticos, preventivos soa que também é responsável pelo seu tratamento;
ou terapêuticos, salvo nos casos que acarretem risco IV- informar ao profissional de saúde ou à equipe res-
à saúde pública, consi- derando que o consentimento ponsável sobre qualquer fato que ocorra em relação a
anteriormente dado poderá ser revogado a qualquer sua condição de saúde;
instante, por decisão livre e esclarecida, sem que se- - assumir a responsabilidade pela recusa a procedi-
jam imputadas à pessoa sanções morais, financeiras mentos, exames ou tratamentos recomendados e pelo
ou legais; descumprimento das orientações do profissional ou da
- a não-submissão a nenhum exame de saúde pré-ad- equipe de saúde;
missional, periódico ou demissional, sem conhecimen- - contribuir para o bem-estar de todos nos serviços de
to e consentimento, exceto nos casos de risco coletivo; saúde, evitando ruídos, uso de fumo e derivados do
- a indicação de sua livre escolha, a quem confiará a tabaco e bebidas alcoólicas, colaborando com a segu-
tomada de decisões para a eventualidade de tornar-se rança e a limpeza do ambiente;
incapaz de exercer sua autonomia; - adotar comportamento respeitoso e cordial com às
- o recebimento ou a recusa à assistência religiosa, demais pessoas que usam ou que trabalham no esta-
psicológica e social; belecimento de saúde;
- a liberdade, em qualquer fase do tratamento, de - ter em mão seus documentos e, quando solicitados,
procu- os resultados de exames que estejam em seu poder;
rar segunda opinião ou parecer de outro profissional - cumprir as normas dos serviços de saúde que devem
ou serviço sobre seu estado de saúde ou sobre proce- resguardar todos os princípios desta Portaria;
dimentos recomendados; - ficar atento às para situações de sua vida cotidiana
- a não-participação em pesquisa que envolva ou não que coloquem em risco sua saúde e a da comunidade,
tratamento experimental sem que tenha garantias e adotar medidas preventivas;
claras da sua liberdade de escolha e, no caso de recu- - comunicar aos serviços de saúde, às ouvidorias ou
sa em participar ou continuar na pesquisa, não pode- à vigilância sanitária irregularidades relacionadas ao
rá sofrer constrangimentos, punições ou sanções pelos uso e à oferta de produtos e serviços que afetem a
serviços de saúde, sendo necessário, para isso; saúde em ambientes públicos e privados;
que o dirigente do serviço cuide dos aspectos éticos - desenvolver hábitos, práticas e atividades que
da pesquisa e estabeleça mecanismos para garantir a melhorem a sua saúde e qualidade de vida;
decisão livre e esclarecida da pessoa; - comunicar à autoridade sanitária local a ocorrência
que o pesquisador garanta, acompanhe e mantenha a de caso de doença transmissível, quando a situação
integridade da saúde dos participantes de sua pes- requerer o isolamento ou quarentena da pessoa ou
quisa, assegurando lhes os benefícios dos resultados quando a doença constar da relação do Ministério da
encontrados; Saúde; e
que a pessoa assine o termo de consentimento livre e - não dificultar a aplicação de medidas sanitárias,
esclarecido; bem como as ações de fiscalização sanitária.
- o direito de se expressar e ser ouvido nas suas quei- Art. 7º Toda pessoa tem direito à informação sobre os
LEGISLAÇÕES DO SUS

xas denúncias, necessidades, sugestões e outras ma- serviços de saúde e aos diversos mecanismos de par-
nifestações por meio das ouvidorias, urnas e qualquer ticipação.
outro mecanismo existente, sendo sempre respeitado § 1º O direito previsto no caput deste artigo, inclui a
na privacidade, no sigilo e na confidencialidade; e informação, com linguagem e meios de comunicação
- a participação nos processos de indicação e/ou elei- adequados, sobre:
ção de seus representantes nas conferências, nos con- - o direito à saúde, o funcionamento dos serviços de
selhos de saúde e nos conselhos gestores da rede SUS. saúde e sobre o SUS;

38
- os mecanismos de participação da sociedade na for- - promover melhorias contínuas, na rede SUS, como
mulação, acompanhamento e fiscalização das políti- a informatização, para implantar o Cartão SUS e o
cas e da gestão do SUS; Prontuário Eletrônico com os objetivos de:
- as ações de vigilância à saúde coletiva compreendendo otimizar o financiamento;
a vigilância sanitária, epidemiológica e ambiental; e qualificar o atendimento aos serviços de saúde;
- a interferência das relações e das condições sociais, melhorar as condições de trabalho;
econômicas, culturais, e ambientais na situação da reduzir filas; e
saúde das pessoas e da coletividade. ampliar e facilitar o acesso nos diferentes serviços de
§ 2º Os órgãos de saúde deverão informar as pessoas saúde.
sobre a rede SUS mediante os diversos meios de co- Art. 9º Os direitos e deveres dispostos nesta Portaria
municação, bem como nos serviços de saúde que com- constitui em a Carta dos Direitos dos Usuários da Saú-
põem essa rede de participação popular, em relação a:
de.
- endereços;
Parágrafo único. A Carta dos Direitos dos Usuários da
- telefones;
- horários de funcionamento; e Saúde deverá ser disponibilizada a todas as pessoas
- ações e procedimentos disponíveis. por meios físicos e na internet, no seguinte endereço
§ 3º Em cada serviço de saúde deverá constar, em local eletrônico: www. saude.gov.br.
visível à população: Art. 10. Esta Portaria entra em vigor na data de sua
- nome do responsável pelo serviço; publicação.
- nomes dos profissionais; Art. 11. Fica revogada a Portaria nº 675, de 30 de
- horário de trabalho de cada membro da equipe, in- março de 2006, publicada no Diário
clu-
sive do responsável pelo serviço; e Oficial da União nº 63 de 31 de março de 2006, seção
- ações e procedimentos disponíveis. 1, página 131.
§ 4º As informações prestadas à população devem
ser claras, para propiciar a compreensão por toda e
qualquer pessoa.
§ 5º Os conselhos de saúde deverão informar à POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO PER-
população sobre: MANENTE. COAPES, ACOMPANHAR ES-
- formas de participação; TÁGIO PRÁTICO DE ALUNOS DOS CURSOS
- composição do conselho de saúde;
DE GRADUAÇÃO, RESIDÊNCIA E ESPECIA-
- regimento interno dos conselhos;
LIZAÇÃO EM UNIDADES HOSPITALARES
- Conferências de Saúde;
- data, local e pauta das reuniões; e VI - deliberações E OU AMBULATORIAIS, PARTICIPAR DAS
e ações desencadeadas. DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO.
§ 6º O direito previsto no caput desse artigo inclui a
participação de conselhos e conferências de saúde, o
direito de representar e ser representado em todos os Os A Educação Permanente em Saúde (EPS) se confi-
mecanismos de participação e de controle social do gura como uma proposta de aprendizagem no trabalho,
SUS. onde o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano
Art. 8º Toda pessoa tem direito a participar dos conse-
das organizações. A EPS se baseia na aprendizagem sig-
lhos e conferências de saúde e de exigir que os gesto-
nificativa e na possibilidade de transformar as práticas
res cumpram os princípios anteriores.
profissionais. Caracteriza-se, portanto, como uma intensa
Parágrafo único. Os gestores do SUS, das três esferas
vertente educacional com potencialidades ligadas a me-
de governo, para observância desses princípios, com-
prome- canismos e temas que possibilitam gerar reflexão sobre
tem-se a: o processo de trabalho, autogestão, mudança institucio-
- promover o respeito e o cumprimento desses direi- nal e transformação das práticas em serviço, por meio da
tos e deveres, com a adoção de medidas progressivas, proposta do aprender a aprender, de trabalhar em equi-
para sua efetivação; pe, de construir cotidianos e eles mesmos constituírem-
- adotar as providências necessárias para subsidiar a -se como objeto de aprendizagem individual, coletiva e
divulgação desta Portaria, inserindo em suas ações as institucional.
diretrizes relativas aos direitos e deveres das pessoas;
- incentivar e implementar formas de participação dos Nessa perspectiva, o Ministério da Saúde instituiu, no
trabalhadores e usuários nas instâncias e participação ano de 2004, a Política Nacional de Educação Permanente
LEGISLAÇÕES DO SUS

de controle social do SUS; em Saúde (PNEPS) como estratégia do Sistema Único de


- promover atualizações necessárias nos regimentos e Saúde (SUS) para a formação e o desenvolvimento dos
estatutos dos serviços de saúde, adequando-os a esta seus profissionais e trabalhadores, buscando articular a
Portaria; integração entre ensino, serviço e comunidade, além de
- adotar estratégias para o cumprimento efetivo da assumir a regionalização da gestão do SUS, como base
legislação e das normatizações do Sistema Único de para o desenvolvimento de iniciativas qualificadas ao en-
Saúde; frentamento das necessidades e dificuldades do sistema.
componentes: agente, hospedeiro e meio,considerados
A PNEPS tem como finalidade transformar as
como fatores causais. Estes fatores, evoluem no campo da
práti- cas do trabalho, com base em reflexões
saúde com o envol- vimento de fatores, tais como, EXCETO:
críticas, propon- do o encontro entre o mundo da
formação e o mundo do trabalho, através da
a) Ambiente.
interseção entre o aprender e o ensinar na realidade
b) Estilo de vida.
dos serviços.
c) Biologia humana.
d) Sistema/serviços de saúde.
Os Contratos Organizativos de Ação Pública de
En- sino-Saúde (COAPES) têm suas diretrizes e) Produção social.
estabelecidas pela Portaria Interministerial n° 1.127,
de 04 de agosto de 2015, que visam fortalecer o 2. (Pref.de Boa Vista/RR – Enfermeiro – CETRO – 2016) No
processo de integração ensino-serviço-comunidade campo de atuação do SUS estão incluídas ações e serviços,
para o conjunto dos cursos da área da saúde, tais como, EXCETO:
garantindo o acesso a todos os estabe- lecimentos
a) Vigilância sanitária.
de saúde, sob a responsabilidade do gestor da área
b) Vigilância epidemiológica.
de saúde, como cenário de práticas para a forma-
c) Alimentação e nutrição.
ção no âmbito da graduação e da residência em
d) Estatística sanitária.
saúde.
e) Saúde do trabalhador.
O COAPES se estabelece enquanto dispositivo
que apoia o desenvolvimento do processo de 3. (Pref.de Boa Vista/RR – Enfermeiro – CETRO – 2016)
negociação e articulação, alimentando esferas Entende-se por Saúde do Trabalhador, segundo a Lei Or-
públicas na constru- ção da integração ensino- gânica da Saúde (8080/90), um conjunto de atividades que
serviço/serviço-ensino, tendo a Educação abrange:
Permanente em Saúde enquanto referencial ético e
político. Esse processo de contratualização via- biliza I. assistência ao trabalhador com vínculo empregatício, ex-
o fortalecimento da integração entre instituições de clusivamente nos casos de acidentes de trabalho;
ensino, serviços de saúde e representantes das co- II. participação, no âmbito de competência do Sistema Único
munidades ao colocar todos estes atores para de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle
discutirem a organização dos cenários de prática de dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo
seu território, assumindo responsabilidades mútuas. de trabalho;
III. participação, no âmbito de competência do Sistema Único
No ano de 2017, a pauta do COAPES foi de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle das
retomada por meio dos Ministérios da Educação e condições de produção, extração, armazena- mento,
da Saúde, sendo publicada nova portaria (Portaria transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de
MEC nº 14, de 20 de abril de 2017) com a relação produtos, de máquinas e de equipamentos que apre- sentam
dos nomes dos membros, titulares e suplentes, riscos à saúde do trabalhador;
indicados para a Comissão Executi- va e Comitê IV. avaliação do impacto que as tecnologias provocam à
Nacional, nos termos do art. 3º da Portaria saúde;
Interministerial n° 10, de 20 de agosto de 2014. V. revisão periódica da listagem oficial de doenças origi-
nadas no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a
A proposta é dar sequência às ações de colaboração das entidades sindicais.
contratua- lização dos serviços de saúde como
espaços de apren- dizagem para a formação em Estão corretas apenas:
saúde, em um movimento que potencialize o
a) I e II.
processo de trabalho em saúde e ga- ranta a
b) I, II e III.
qualificação profissional em consonância com as
c) II, III e IV.
necessidades do sistema de saúde, com a
d) III, IV e V.
redefinição de corresponsabilidade entre os atores
envolvidos. e) II, III, IV e V.

Fontes: http://www.saude.gov.br/artigos/819- 4. (Pref. Munic. de Itaporã - Enfermeiro – IBFC - 2015 )


assun- tos/trabalho-educacao-e- Sobre os Serviços privados de assistência à saúde dispos- to
qualificacao/44944-contratos- na lei do Sistema Único de Saúde assinale alternativa
-organizativos-de-acao-publica-ensino-saude- correta:
coapes I - Os serviços privados de assistência à saúde caracteri- zam-se
pela atuação por iniciativa própria, de profissio- nais liberais,
legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas de direito privado
na promoção, proteção e recuperação da saúde.
HORA DE PRATICAR! II - A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
III - É aceito a participação direta ou indireta de empresas ou de
1. (Pref.de Boa Vista/RR – Enfermeiro – CETRO - capitais estrangeiros na assistência à saúde.
2016) A compreensão da saúde e da doença como
modelo epi- demiológico está baseado em três a) Apenas afirmativa I está correta.
LEGISLAÇÕES DO SUS

40
b) Apenas afirmativa II está correta. saúde pública expõem os trabalhado- res a uma
c) Apenas afirmativas I e II estão corretas. variedade de riscos associados aos materiais
d) Apenas afirmativas I, II e III estão corretas empregados e aos métodos utilizados. Visando minimi-
zar ou eliminar estes riscos, é essencial o estabelecimento
5. (Pref. Munic. de Itaporã - Enfermeiro – IBFC - 2015 ) de um programa de Biossegurança para os laboratórios.
De acordo com art. 5º da Lei nº 8.080/90, de 19 de se- Neste aspecto, a atuação do Sistema Único de Saúde
configura-se como de vital importância, para tanto prevê
tembro de 1990, são objetivos do Sistema Único de Saú-
em sua Lei Orgânica que, a União, os Estados, o Distrito
de – SUS: Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito admi-
I - divulgação de informações quanto ao potencial dos ser- nistrativo, as seguintes atribuições, entre outras:
viços de saúde e a sua utilização pelo usuário.
II - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes 1. fomentar, coordenar e executar programas e proje-
e determinantes da saúde. tos estratégicos de atendimento na área da saúde,
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de do meio ambiente e do desenvolvimento social.
promoção, proteção e recuperação da saúde, com a reali- 2. elaborar normas técnicas e estabelecer padrões de
zação integrada das qualidade para promoção da saúde do trabalha-
ações assistenciais e das atividades preventivas. dor.
IV - preservação da autonomia das pessoas na defesa de 3. elaborar normas técnico-científicas de promoção,
sua integridade física e moral. proteção e recuperação da saúde.
4. promover articulação com os órgãos de fiscaliza-
Considerando os itens acima, podemos afirmar que: ção do exercício profissional e outras entidades re-
presentativas da sociedade civil para a definição e
a) II e III estão corretos. controle dos padrões éticos para pesquisa, ações e
b) I,II e III estão corretos. serviços de saúde.
c) I e IV estão corretos.
O correto está em:
d) III e IV estão corretos.
a) 2 e 4, apenas.
6. (Pref. Munic. de Itaporã - Enfermeiro – IBFC - 2015 ) b) 2, 3 e 4, apenas.
Analise as assertivas e assinale a alternativa que apresen- c) 1 e 3, apenas.
ta as corretas. Estão incluídas no campo de atuação do d) 1, 2, 3 e 4.
Sistema Único de Saúde (SUS), a execução de ações de:
9. (Pref.Munic.de Londrina-PR – Agente de Saúde –
I . vigilância sanitária. Técnico – VUNESP - 2014) ―Permite transferir a respon-
II. vigilância epidemiológica. sabilidade e os recursos necessários para exercerem a
III. saúde do trabalhador. gestão do Sistema Único de Saúde sobre as ações e os
IV. assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica. serviços de saúde prestados em seu território‖. O concei-
to faz referência à:
a) Apenas I, II e III.
b) Apenas II, III e IV. a) Humanização.
c) Apenas II e III. b) Municipalização.
d) Apenas I, II e IV. c) Estratégia Saúde da Família.
e) I, II, III e IV. d) Comissão Bipartite.

10. (Pref.Munic.de Londrina-PR – Agente de Saúde –


7. (Pref. Munic. de Itaporã - Enfermeiro – IBFC - 2015 )
Técnico – VUNESP - 2014) A natureza jurídica do direito
A atenção básica tem como fundamentos, EXCETO: à saúde, prevista na Constituição Federal, e a atuação da
assistência à saúde prestada por empresas privadas em LEGISLAÇÕES DO SUS
a) Desenvolver relações de vínculo e responsabilidade relação à assistência pública são, respectivamente,
entre as equipes e a população adscrita garantindo a
continuidade das ações de saúde e a longitudinalida- a) direito público subjetivo e atuação complementar.
de do cuidado. b) direito privado objetivo e atuação principal.
b) Valorizar os profissionais de saúde por meio c) direito coletivo e atuação alternativa.
do estí- mulo e do acompanhamento d) direito privado subjetivo e atuação alternativa.
constante de sua forma- ção e e) direito potestativo e atuação facultativa.
capacitação.Realizar avaliação e
1 E
acompanhamento sistemático dos resultados
alcançados, como parte do processo de 2 D
planejamento e programação. 3 E
c) Assessorar estados, municípios e o Distrito
Federal na implantação dos sistemas de 4 C
informação da atenção básica. 5 A
d) Estimular a participação popular e o controle social. 6 E
8. (Pref.Munic.de Londrina-PR – Agente de 7 D
Saúde – Técnico – VUNESP - 2014) As 8 B
atividades desenvolvidas em laboratórios de
9 B
10 A
ÍNDICE

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - TÉCNICO DE ENFERMAGEM


Práticas de Enfermagem: Procedimentos de enfermagem: descrição de procedimentos, materiais necessários e técnicas. Higiene corporal.
Verificaçãode parâmetros clínicos / sinais vitais: FR, FC, PAe PVC. Controle glicêmico. Oxigenoterapia. Cuidados com Feridas. Cuidados com
estomas de eliminação. Prevenção e Tratamento de lesão por pressão e lesão por Fricção........................................................................................................................................... 01
Controle glicêmico; Cuidados com estomas de eliminação................................................................................................................................................................................................................................................................. 29
Preparo e Administração de medicamentos via oral, vaginal, retal, otológica, oftalmológica, subcutânea, Intravenosa, intramuscular e
infusão por hipodermóclise................................................................................................................................................................................................................................................... 30
Cuidados com traqueostomia; Cuidados de enfermagem em Nutrição Enteral e Parenteral; Cuidados com a cavidade oral.............................. 30
Cuidados em relação a eliminação urinária, Utilização de compressas. Cuidados de enfermagem durante a lavagem intestinal.
Cuidados na prevenção de quedas. Sinais na reação transfusional............................................................................................................................................. 36
Farmacologia aplicada à Enfermagem: princípios básicos de Farmacologia; cálculos e diluições; interações medicamentosas;
principais medicamentos nas especialidades (indicações, contra-indicações, mecanismo de ação e efeitos adversos). Cálculos e
administrações de medicamentos em Pediatria e Adulto. Noções básicas de exames clínicos, posições para exames e cuidados
de enfermagem. Segurança do Paciente: Dez Passos para Segurança do Paciente. Práticas Seguras na Administração de
Medicamentos............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 41
Controle de Infecção-hospitalar. Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Segurança relacionado ao sistema de
tecnologia................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 51
Ética e Legislação Profissional: Princípios e Diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS)........................................................................................................................................................................................... 79
Noções de controle de infecção hospitalar......................................................................................................................................................................................................................................................................................... 74
Ética e Legislação Profissional: Princípios e Diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS).............................................................................................................................................................................. 79
Direitos e Deveres dos Cidadãos; Declaração de Direitos Humanos............................................................................................................................................................................................................. 95
Declaração de Direitos Humanos...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 106
Princípios de Bioética em Saúde.......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 128
A Constituição e os Estatutos – O Estatuto da Criança e do Adolescente e Estatuto do Idoso................................................................................................................ 132
RESOLUÇÃO COFEN Nº 564/2017; Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem.................................................................................................................................................. 152
Lei do Exercício Profissional de Enfermagem nº 7.498/86. Resolução do COFEN 427/2012...................................................................................................................................... 152
Emprego de contenção mecânica em pacientes; Carta dos Direitos do Paciente.................................................................................................................................................................. 154
Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde - NR32............................................................................................................................................................................................................................. 154
RDC nº 36 de 25 de julho de 2013.................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 164
Introdução as Enfermagem Médico Cirúrgica: sinais e sintomas, tratamentos e cuidados de enfermagem aos pacientes com afecções
Cardiovasculares; Respiratórias; Gastrointestinais; Neurológicas; Hematológicas; Nefrológicas; Musculoesquelético; Endocrinológicas;
Dermatológicas; Moléstias Infecciosas. Oncológicas; Cuidados de Enfermagem ao Paciente em SEPSE. Enfermagem em Urgências e
Emergências: Neurológicas, Respiratória, Cardiovascular, Traumas, Ginecológicas, Parada Cardiorrespiratória, Psiquiátricas, Pediátricas.
Estrutura e organização do pronto socorro; Classificação de risco. Enfermagem em Centro Cirúrgico e Centro de Materiais: Assistência
de Enfermagem no peri-operatório. Reprocessamento de materiais. Cirurgia Segura...................................................................................................................................................... 167
Gestação, parto, puerpério e aborto. Assistência de Enfermagem nas principais afecções clínicas e cirúrgicas na assistência á mulher
parto, puerpério e aborto. Assistência de Enfermagem ao recém-nascido. Assistência de Enfermagem à criança e ao adolescente
com afecções clínicas e cirúrgicas da primeira infânciaCrescimento e Desenvolvimento: características das faixas etárias. Aleitamento
materno, Reanimação neonatal em sala de parto.............................................................................................................................................................................................................................................................................. 204
Enfermagem na Saúde Mental: Políticas de Saúde Mental. Cuidados com o corpo após a morte; Política Nacional de Humanização (PNH)............... 259
Programa Nacional de Imunização................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 266
Segundo o número de leitos:

FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM Pequeno porte: hospital com capacidade normal de


até 50 leitos.
PRÁTICAS DE ENFERMAGEM:
Médio porte: hospital com capacidade normal de 50
PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM: a 150 leitos.
DESCRIÇÃO DE PROCEDIMENTOS, Grande porte: Capacidade normal de 150 a 500 lei-
MATERIAIS NECESSÁRIOS E TÉCNICAS. tos.
HIGIENE CORPORAL. VERIFICAÇÃO DE Extra ou Especial: capacidade acima de 500 leitos.
PARÂMETROS CLÍNICOS / SINAIS VITAIS: FR, Terminologia Hospitalar:
FC, PA E PVC. OXIGENOTERAPIA.CUIDADOS
COM FERIDAS. PREVENÇÃO E TRATAMENTO Matrícula ou registro: definido como a inscrição de
DE LESÃO POR PRESSÃO E LESÃO POR um paciente na unidade médica hospitalar que o habilita
FRICÇÃO. ao atendimento.
Internação: admissão de um paciente para ocupar
um leito hospitalar.
Leito Hospitalar: cama destinada á internação de um
paciente em um hospital. Não é considerado leito hos-
Definições:
pitalar (cama destinada ao acompanhante, camas transi-
tórias utilizadas no serviço diagnóstico de enfermagem,
A enfermagem segundo Wanda Horta é ―A ciência cama de pré-parto, recuperação pós anestésica e pós
e a arte de assistir o ser humano em suas necessidades operatórios, camas instaladas no alojamento de médi-
básicas e torna-lo independente destas necessidades cos).
quando for possível através do autocuidado‖. A enfer- Censo Hospitalar Diário: É a contagem a cada 24 ho-
magem como ciência pode ser exercida em vários locais ras do número de leitos ocupados.
tais como: Hospitais, Empresas Particulares (Enf. Do Tra- Dia Hospitalar: É o período de trabalho, compreen-
balho), Escolas, Unidades de Saúde dido entre dois censos hospitalares consecutivos.
Nos dias de hoje, o hospital é definido segundo a Leito Dia: Unidade representada pela cama á disposi-
OMS como elemento de uma organização de caráter mé- ção de um paciente no hospital.
dico social, cuja função consiste em assegurar assistência Óbito hospitalar: é o óbito que se verificam no hospi-
médica completa, curativa, e preventiva a população e tal após o registro do paciente.
cujos serviços externos se irradiam até a célula familiar Alta: ato médico que configura a cessação da assis-
considerada em seu meio; e um centro de medicina e de tência prestada ao paciente.
pesquisa biossocial.
O Paciente
Funções do Hospital:
O paciente e o elemento principal de qualquer insti-
tuição de saúde. Considera-se paciente todo o individuo
_ Preventiva: Principalmente nos ambulatórios, onde
submetido a tratamento, controle especiais, exames e
os pacientes retornam após a alta para controle.
observações medicas.
_ Educativa: Através da educação sanitária e prática
O paciente procura o hospital quando atingido pela
da saúde pública visando o paciente, a família e a
doença, pois cria-se nele angustia, inquietação, que leva
comunidade. Sob o ponto de vista de formação e
a exagerar o poder e conhecimento sobre os profissio-
aperfeiçoamento de profissionais de saúde. nais que o socorrem, muitas vezes torna-se difícil o tra-
_ Pesquisa: O hospital serve de campo para a pesqui- tamento do doente, originando problemas de relaciona-
sa científica relacionada á saúde. mento (paciente pessoal).
_ Reabilitação: O hospital através do diagnóstico
precoce utilizando os cuidados clínicos, cirúrgicos A doença trás ao paciente graves consequencias
e especiais por meios do qual o paciente adquire como:
condições de retornar ao seu meio e suas ativida- • Choque emocional,
des. • Ameaça do equilíbrio psicológico do paciente,
_ Curativa: A função a qual o Brasil faz como função • Rompimento das defesas pessoais,
principal. Tratamento de qualquer natureza.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Leva a pedir proteção e cuidados,


• Obriga ao abandono das atividades normais,
Classificação: • Ao recolhimento ao leito,
• Ao afastamento da comunidade.
Segundo o tratamento:
O paciente ao ser admitido no hospital espera do me-
Geral: É o hospital destinado á atender pacientes por- dico e da enfermagem, uma explicação, uma palavra de
tadores de doenças das várias especialidades médicas. conforto em relação ao seu estado de saúde. Se isto não
Especial ou Especializada: Limita-se a atender pa- acontece, o seu quadro psicológico pode ser agravado,
cientes necessitados de assistência de determinada es- levando-o a se tornar submisso e despersonalizado, ou
pecialidade médica. Ex: Hospital do câncer. então agressivo.
Exame Físico. Preparar o Paciente e o Ambiente:

O diagnóstico do paciente traça as diretrizes para o -Explicar ao paciente o que vai ser feito, a fim de ob-
tratamento e cuidado de enfermagem. Para que o diag- ter a sua colaboração;
nostico seguro seja estabelecido há a necessidade de um -Verificar sua higiene corporal;
exame completo, que consta de exame físico e psicoló- -Oferecer-lhe a comadre (se necessário);
gico. Os instrumentos básicos dos exames físicos são os -Levá-lo- para a sala de exame ou cercar a cama com
sentidos humanos da visão, tato, audição e olfato. Certos biombo;
-Dispor o material para o exame sobre a mesa auxiliar;
instrumentos podem facilitar e oferecer maior precisão
-Cobrir o paciente de acordo com o tipo do exame, e
quanto a fenômenos acústicos e visuais como estetoscó-
da rotina do serviço.
pio e oftalmoscópio.
Obs.:
Métodos de Exame Físico - Evitar descobrir o paciente mais do que necessário,
procurando também não atrapalhar o medico:
São quatro os métodos universalmente usados - Usar roupas folgadas ou lençóis para permitir mu-
para exame físico: danças de posição com maior rapidez;
-Inspeção: é a observação do estado geral do pacien- - Não permitir que o paciente sinta frio descobrindo
te, coloração da pele, presença de deformação como só a região a examinar;
edema, estado nutricional, padrão de fala, temperatura - Deixa-lo o mais seguro e confortável possível.
corporal, postura, movimento do corpo.
-Palpação: consiste em sentir as estruturas (tecidos, Prestar Assistência Durante o Exame Físico
órgão), do corpo através da manipulação.
-Percussão: efetuada com leves pancadas das pontas -Certificar-se da temperatura e iluminação da sala.
dos dedos sobre uma área do corpo. O som produzido Fechar janelas se estiver frio e providenciar um foco se a
revela o estado dos órgãos internos. iluminação for deficiente.
-Verificar T.P.R.P. A, peso, altura e anotar no prontuá-
-Ausculta: consiste em escutar ruídos no corpo, es-
rio;
pecialmente para verificar o funcionamento do coração, -Despir a camisola do paciente, cobrindo-o com lençol;
pulmão, pleura e outros órgãos. Para isto utiliza-se o es-
-Avisar o medica que o paciente esta pronto para o
tetoscópio. exame;
No exame físico verificar: -Colocar-se junto à cama do lado oposto aquele que
-Condições Gerais: estado de consciência, aspecto de estiver o medico;
nutrição e hidratação, expressão facial,condições de lo- -Entregar-lhe os objetos à medida que necessitar.
comoção, vícios, peso, altura, idade aparente, alergia a
drogas. Obs.: - Se for o enfermeiro ou auxiliar que for reali-
-Sinais Vitais: Pulso, respiração, pressão arterial, tem- zar o exame físico do paciente ou, colher algum material
peratura. para exame todos os cuidados acima deverão também
-Postura e Aparelho Locomotor Motricidade, mecâni- serem seguidos.
ca corporal e marcha.
-Tórax e Pulmões Contorno, expansibilidade, intensi- Posições para o Exame Físico:
dade de ruídos respiratórios.
-Abdômen: Cicatrizes, lesões. a) Posição Ginecológica
Indicações: (exame vaginal, exame vulvo vaginal, lava-
Atribuições do Auxiliar de Enfermagem no Exame gem vaginal, sondagem vesical, tricotomia).
Físico
Descrição da Posição:
-Colocar a paciente em de decúbito dorsal;
Preparar o material que consiste em:
-Joelhos flexionados e bem separados, com os pés
- Termômetro; sobre a cama;
-Oftalmoscópio; -Proteger a paciente com lençol ate o momento do
- Esfigmomanômetro; exame.
- Otoscópio;
- Estetoscópio; Técnica
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Cuba-rim; - Lavar as mãos


- Martelo de percussão - Identificar a paciente, avisando-a que será feito
- Vidro com álcool - Isolar a cama com biombo
- Abaixador de língua; - Colocar a paciente em decúbito dorsal horizontal;
- Bolas de algodão - Pedir a paciente para flexionar os membros inferio-
- Fita métrica res, colocando os calcanhares na cama;
- Toalha - Afastar bem os joelhos;
- Proteger a paciente com lençol em diagonal, de tal
Para exames especiais, o material varia conforme o forma que uma ponta fique sobre o peito e a outra na
exame: (especulo vaginal, luvas, lubrificantes, laminas, tu- região pélvica. As outras duas pontas deverão ser presas
bos para cultura, etc). sob os calcanhares da paciente;
- Colocar a paciente em posição confortável apos o Técnica:
exame ou tratamento; - Lavar as mãos;
- Recompor a Unidade;·. - Identificar o p aciente e avisa-lo sobre o que será
feito;
b) Posição de Decúbito Dorsal - Isolar a cama com biombo;
Indicação: - realizar exame físico - Manter o paciente em posição dorsal, semi-sentado
, recostado, com os joelhos fletidos, apoiados em traves-
Técnica: seiros ou o estrado da cama modificado;
- Lavar as mãos; - Elevar a cabeceira da cama mais ou menos em an-
- Identificar o paciente e avisa-lo sobre o que será gulo de 45 graus;
feito - Elevar o estrado dos pés da cama para evitar que o
- Isolar a cama com biombos; paciente escorregue;
- Verificar se o paciente esta confortável;
- Deitar o paciente de costas com a cabeça e ombros
- Proteger o paciente com lençol;
ligeiramente elevados por travesseiros, as pernas esten-
- Deixar o paciente em posição confortável após o
didas;
exame ou tratamento;
- Dar condições necessárias para a expansão pulmo- - Recolocar o material no lugar;
nar, não dobrando o pescoço ou cintura; - Lavar as mãos;
- Manter os membros superiores ao longo do corpo; - anotar no prontuário do paciente.
- Deixar o paciente em posição correta para evitar
distensão dos tendões da perna; e) Posição de Decúbito Lateral
- Manter os joelhos ligeiramente fletidos e os pés Finalidade: Cirurgias renais, massagem nas costas,
bem apoiados; mudança de decúbito. ·.
- Evitar a queda dos pés equinos;
- Proteger o paciente sempre com o lençol, expondo Técnica:
apenas o necessário; - Lavar as mãos;
- Colocar o paciente em posição confortável apos o - Identificar o paciente e avisa-lo sobre o que será
exame; feito;
- Recompor a Unidade; - Isolar a cama com biombos;
- Lavar as mãos; - Posicionar o paciente na cama sobre um dos lados;
- Anotar no prontuário do paciente. - Colocar a cabeça sobre o travesseiro, apoiando tam-
bém o pescoço;
c) Posição de SIMS - Colocar outro travesseiro sob o braço que esta su-
Finalidade: exames retais, lavagem intestinal, exames portando o peso do corpo;
vaginais, clister. - Colocar um travesseiro entre as pernas para aliviar a
pressão de uma perna sobre a outra;
Técnica - Manter o alinhamento corporal a fim de facilitar a
- Lavar as mãos; respiração;
- Identificar o paciente e avisa-lo sobre o que será - Proteger o paciente com lençol, expondo apenas o
feito; local a ser examinado;
- Isolar a cama com biombos; - Colocar o paciente em outra posição confortável
- Colocar o paciente deitado do lado esquerdo; após o repouso de mudança de decúbito ou exame;
- Recompor a Unidade;
- Aparar a cabeça do paciente sobre o travesseiro;
- Lavar as mãos;
- Colocar o braço esquerdo para trás do corpo;
- Anotar no prontuário do paciente.
- Flexionar o braço direito e deixa-lo apoiado sobre
o travesseiro; f) Posição em Decúbito Ventral
- Colocar o membro inferior esquerdo ligeiramente Finalidade: Laminectomias, cirurgias de tórax poste-
flexionado; rior, tronco ou pernas. ·.
- Colocar o membro inferior direito fletido ate quase
encostar o joelho no abdômen; Técnica
- Deixar o paciente sempre protegido com lençol, ex- - Lavar as mãos;
pondo apenas a região necessária;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Identificar o paciente e avisa-lo sobre o que será


- Colocar o paciente em posição confortável após o feito;
exame ou tratamento; - Isolar a cama com biombos;
- Recompor a Unidade; - Deitar o paciente com o abdômen sobre a cama ou
- Lavar as mãos; sobre a mesa de exames;
- Anotar no prontuário do paciente. - Colocar a cabeça virada para um dos lados;
d) Posição de Fowler: - Colocar os braços elevados, com as palmas das
Finalidade: pacientes com dificuldades respiratórias, mãos apoiadas no colchão, à altura da cabeça ou ao lon-
para a alimentação do paciente, pós-operatório nasal, go do corpo;
buco maxilo, cirurgia de tireoide (tireodectomia). - Colocar um travesseiro, se necessário, sob a parte
inferior das pernas e pés, para evitar pressão nos dedos;
- Proteger o paciente com lençol; Normas para técnica de verificação de medidas
- Colocar o paciente em posição confortável; antropométricas
- Recompor a Unidade; - O paciente deve estar sem sapatos e com roupas
- Lavar as mãos; leves;
- Anotar no prontuário do paciente. - A verificação do peso deve ser sempre na mesma
hora;
Obs.: - Em alguns casos esta posição e contra indi- - O paciente deve estar na posição ereta;
cada (pacientes portadores de incisões abdominais, ou
com dificuldade respiratória, e idosos, obesos.). Material:
-Balança antropométrica,
g) Posição Genu-peitoral -Papel toalha.
Finalidade Exames do reto e vagina, sigmoidoscopia.
Técnica
Técnica - Explicar o procedimento ao paciente;
- Lavar as mãos; - Aferir a balança;
- Identificar o paciente e avisa-lo sobre o que será - Proteger o piso da balança com papel;
feito; - Solicitar ao paciente que retire os sapatos, roupas
- Isolar a cama com biombo; pesadas e suba na balança;
- Solicitar ao paciente para que fique em decúbito - Posicionar o paciente de frente para a balança, isto
ventral; e, para a escala desta;
- Apoiar o peito o peito do paciente de encontro com - Executar a técnica da pesagem;
o colchão ou mesa de exame; - Colocar em seguida, o paciente de frente para a pes-
- Pedir ao paciente para fletir os joelhos; soa que esta fazendo a mensuração e verificara estatura;
- Colocar a cabeça virada para um dos lados, sobre - Encaminhar o paciente ao leito novamente;
um pequeno travesseiro; - Anotar no prontuário.
- Pedir para o paciente estender os braços sobre a
cama, na altura da cabeça; Obs.: - Causas do aumento de peso:
- Solicitar ao paciente para que descanse o peso do a) Descontrole hormonal, (hipotireoidismo);
corpo sobre a cabeça, ombros peito, e os joelhos,for- b) Bulimia (aumento da fome);
mando assim, um angulo reto entre as coxas e as pernas; c) Problemas psicológicos;
- Proteger o paciente com lençol, expondo apenas o d) Retenção de agua.
necessário;
- Colocar o paciente em posição confortável após o - Causas do emagrecimento:
exame; a) Desidratação;
- Recompor a Unidade; b) Anorexia;
- Lavar as mãos; c) Descontrole hormonal, (hipertireoidismo).
- Anotar no prontuário do paciente.
Admissão do Paciente
(h) Posição de Trendelemburg.
Finalidades Cirurgias da região pélvica, estado de O paciente deve ser recebido no hospital com toda
choque, tromboflebites, casos em que deseja melhor irri- cordialidade e atenção. A primeira impressão que o pa-
gação cerebral, drenagem de secreção pulmonar. ·. ciente tem e sempre de grande importância para inspi-
rar-lhe confiança no hospital e no tratamento que ali vai
Técnica receber. Este bom acolhimento influirá também nos fa-
- Lavar as mãos. miliares ou pessoas que o acompanham.
- Identificar o paciente e avisa-lo sobre o que será
feito. Técnica
- Colocar o paciente na posição dorsal horizontal‘ - Lavar as mãos;
- Inclinar a cabeceira da cama em angulo adequado. - Preencher todos os dados da ficha de identificação
- Elevar os pés da cama em angulo adequado, de for- do paciente;
ma que a cabeça fique mais baixa em relação ao corpo. - Fazer a lista dos valores do paciente sob suas vis-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Proteger o paciente com lençol, expondo apenas o tas ou alguém de sua família. Entrega-los ao responsável
necessário. para guarda-los no cofre do hospital ou conforme rotina
- Recompor a Unidade. da instituição;
- Lavar as mãos. - Levar o paciente ate seu quarto e orientá-lo quanto
- Anotar no prontuário do paciente. às instalações sanitárias e demais dependências da en-
Técnica de verificação de medidas antropométri- fermaria;
cas: - Deixar a campainha ao seu alcance;
- Providenciar para que o paciente conheça a equipe
Definição: e a verificação do peso corporal e altura que lhe dará assistência. Mostrar-lhe o regulamento do
do paciente. hospital quanto à visita, horas de repouso, de refeição,
Finalidade: averiguar o peso e altura do paciente. etc.;
- Encaminhar o paciente para o banho oferecendo o Sintoma Objetivo: E aquele notado ou sentido pelo
material; observador, e sinônimo de sinal. Ex. vomito, edema, etc.
- Arrumar a cama conforme técnica de arrumação de Síndrome: E um complexo de conjunto de sinais e
cama aberta; sintomas.
- Acomodar o paciente e verificar os sinais vitais, fazer
o exame físico conforme a técnica, lavando as mãos em A observação serve não só para descobrir anormali-
seguida; dades, mas também para identificar a potencialidade do
- Anotar na folha de evolução de enfermagem o ho- individuo. A observação global associada a outras obser-
rário da admissão, sinais vitais, exame físico completo, e vações gerais leva a descoberta de aspectos favoráveis,
se o paciente veio sozinho acompanhado, deambulando, podendo indicar ausência de problemas, recuperação, ou
em cadeira de rodas ou de maca; mesmo os recursos físicos e mentais, dos quais o indivi-
- Comunicar o serviço de nutrição a dieta do paciente; duo dispõe para auxiliar na sua própria recuperação.
- Encaminhar pedidos de exames;
- Iniciar o tratamento propriamente dito; Anotações de enfermagem:
-Finalidades Relatar por escrito às observações do pa-
Alta Hospitalar ciente;
-Contribuir com informações para o diagnostico me-
Técnica dico e de enfermagem;
- Verificar se a folha de alta esta assinada pelo me- -Contribuir com informações para fazer o planeja-
dico; mento do plano de cuidados de enfermagem;
- Reunir e entregar os pertences ao paciente; -Servir de elementos para pesquisa;
- Verificar se existem valores do paciente guardados -Fornecer elementos para auditoria de enfermagem;
pelo hospital tais como: dinheiro, joias, documentos etc. -Servir para avaliação dos cuidados de enfermagem
- Se houver necessidade ajudar o paciente a vestir-se
prestados (quanto à qualidade e continuidade);
- Anotar no prontuário o horário e as condições em
-Servir como fonte para a aprendizagem.
que o paciente esta saindo, e as orientações feitas no
momento da alta;
Tomando como base as observações os elementos
- Esperar os familiares ou responsável;
principais a serem anotados são o seguinte:
- Acompanhar o paciente a portaria;
- A aparência;
- Estado físico: queixas, observações em geral, ali-
Obs.: - Em caso de alta por óbito, anotar no prontuá-
mentação, exames, testes, encaminhamento, elimina-
rio a hora, e o medico que constatou e atestou o óbito.
ções, tratamentos dados, resultados dos cuidados pres-
Anotação no prontuário e relatório de enferma- tados, medicamentos, contenções e demais observações
gem. colhidas pelo exame físico;
- A conservação ou a comunicação;
As anotações no prontuário são baseadas em obser- - O comportamento:
vação de enfermagem. -Equilíbrio do pensamento (senso critico, confusão,
Observação e o ato, habito ou poder de ver, notar e expressão de ideias, delírios, localização no tempo e es-
perceber; e examinar, contemplar e notar algo através da paço, etc.);
atenção dirigida. -Equilíbrio do estado perceptivo (alucinações, delí-
rios);
Finalidades: -Equilíbrio de estado afetivo (emoções, sentimentos,
-Contribuir com informações para o diagnostico e capacidade para resolver situações, etc.);
tratamento médico e de enfermagem; -Equilíbrio no ajustamento social (dependência, isola-
-Conhecer o paciente, família e comunidade; mento, reação ao ambiente e pessoa);
-Construir fator decisivo entre a vida e a morte atra- -Capacidade de aprendizagem - inteligência;
vés dos dados colhidos; - Atividades;
-Auxiliar a equipe multiprofissional na tomada de de- - Recomendações.
cisões específicas;
-Verificar os problemas aparentes e inapetentes; Normas para anotações de enfermagem:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

-Planejar cuidados de enfermagem; - Usar termos descritos: Ex. o paciente esta ansioso, o
-Analisar os serviços hospitalares prestados; paciente deambula constantemente no corredor,torcen-
-Analisar os cuidados de enfermagem prestados; do as mãos, apresentando expressão facial de preocu-
-Servir de base para qualquer documentação e ano- pação;
tação. - Usar termos objetivos: aquilo que foi visto ou senti-
O Que Observar: do e não de interpretação pessoal;
- Usar termos concisos;
Sintomas: É uma manifestação perceptível no orga- - Considerar o aspecto legal das anotações: não per-
nismo que indica alteração na saúde física ou mental. mitindo rasuras, linha em branco entre uma e outra ano-
Sintoma Subjetivo: É aquele descrito pelo paciente, tação, colocar nomes de pessoas;
não podendo ser visto ou sentido por outros. Ex.cefaleia. - Considerar o segredo profissional;
- Observar a redação, ortografia, letra: Usar 3ª pessoa Cuidados de enfermagem para hipotermia:
gramatical: Ex. o enfermeiro atendeu imediatamente ao 1. Oferecer alimentos quentes (chocolates, sopas, be-
chamado da campainha; bidas isotônicas);
-Colocar horário; 2. Proporcionar repouso;
- Colocar vias de administração e locais de aplicação 3. Aumentar a quantidade de roupas;
de medicamentos; 4. Oferecer alimentos ricos em vitaminas;
- Fazer assinatura legível; 5. Se der, aquecer o ambiente.
- Nunca anotar medicamentos ou tratamentos feitos
por outras pessoas. -Temperatura Axilar: Apesar de não ser a mais pre-
cisa, é a maneira mais utilizada para se verificar a tem-
Controle de Sinais Vitais peratura.
A temperatura axilar é contraindicada nas queimadu-
Definição: sinais vitais são reflexos ou indícios de ras de tórax porque a circulação fica alteradas), nas fratu-
mudanças no estado do paciente. Eles indicam oestado ras dos membros superiores, na furunculose axilar e em
físico do paciente e ajudam no seu diagnostico e trata- pacientes muito caquéticos.
mento.
-Temperatura Bucal: É contraindicada a verificação
Normas: de temperatura bucal nos casos de comprometimento
- Os sinais vitais deverão ser verificados a cada 06 ho- da boca e face, e em todos os clientes impossibilitados
ras. Quando o caso exigir dever ser visto quantas vezes de manter o termômetro sob a língua, como crianças,
for necessário; clientes inconscientes e doentes mentais. O termômetro
- Ao se verificar qualquer um dos sinais vitais, dever deverá ser de uso individual.
ser explicado ao paciente o que ser realizado; -Temperatura retal: O reto é o local de maior pre-
- Quando houver alteração de alguns dos sinais vitais cisão para verificar a temperatura. É contraindicada a
dever ser comunicado ao enfermeiro da unidade e ao verificação de temperatura retal nos casos de compro-
medico responsável pelo paciente, se for necessário. metimento do ânus, do reto e do períneo. O termômetro
deverá ser de uso individual.
Material
-Bandeja contendo: Pulso (P ou FC): É o nome que se dá à dilatação,
-Termômetro, pequena e sensível, das artérias, produzida pela corrente
-Bolas de algodão seco, circulatória. Toda vez que o sangue é lançado do ventrí-
-Bolas de algodão embebidas no álcool a 70%, culo esquerdo para a aorta, a pressão e o volume provo-
-Estetoscópio, cam oscilações ritmadas em toda a extensão da parede
-Aparelho P.A. arterial, evidenciadas quando se comprime, moderada-
-Esfigmomanômetro; mente, a artéria contra uma estrutura dura.
-caneta
-Relógio, Valores de normalidade:
-Gazes. Homens: 60 a 70bpm
Mulheres: 65 a 80bpm
Temperatura (T): É o grau de calor que atinge um
determinado corpo. É o equilíbrio entre a produção e a Fatores que alteram a frequência do pulso:
eliminação deste calor.
-Axilar: de 36ºC a 36,8ºC -Fatores Fisiológicos: emoções , digestão , banho
-Bucal: de 36,2ºC a 37ºC frio ( porque faz vaso constrição),exercícios físicos (ace-
-Retal: de 36,4ºC a 37,2ºC leram), algumas drogas como osdigitálicos (diminuem).

Nomenclatura: -Fatores Patológicos:


- Eutermia ou normotermia: valor dentro da norma- Febre - doenças agudas (aceleram)
lidade = 36°C a 37°C Choque (diminuem)
- Febril ou febrícula: valor de 37,5°C a 38°C
- Febre: valor de 38,1°C a 39°C Classificação do pulso pode ser quanto à:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Pirexia: de 39,1°C a 40°C


- Hiperexia ou hipertermia: acima de 40°C - Regularidade:
- Hipotermia: abaixo de 36°C a. Rítmico - bate ou pulsa com regularidade, ou seja
Cuidados de enfermagem para hipertermia: , o tempo de intervalo entre os batimentos é o mesmo.
- Estimular ingesta hídrica; b. Arrítmico - bate sem regularidade (irregular),o in-
- Estimular banho de água morna quase fria; tervalo entre os batimentos é diferente.
- Colocar compressas frias, não geladas, nas pregas - Amplitude: volume de sangue dentro da artéria.
inguinais e axilares e testa; a) Fraco ou filiforme: redução da força ou do volume
- Diminuir a quantidade de roupas; sanguíneo (facilmente desaparece com a compressão).
- Proporcionar repouso; b) Forte ou cheio: aumento da força ou do volume
- Orientar que mantenha alimentação. sanguíneo (dificilmente desaparece com a compressão).
- Tensão: força da parede da artéria. -Estertorosa: respiração com barulho
a) Macio - fraco -Kussmaul: respiração profunda e ofegante caracte-
b) Duro – forte rística de coma e acidose diabética grave.

-Tipos de Pulso: Existem fatores que alteram a respiração:


Bradisfigmico - São os batimentos do pulso abaixo -Sono e banho quente: diminuem a respiração
do normal (lento) -Emoções, exercícios e banho frio: aumentam a res-
Taquisfígmico - São os batimentos do pulso acima piração.
do normal (acelerado)
Dicrótico - dá a impressão de dois batimentos Pressão Arterial – P.A: é a tensão que o sangue exer-
Bradicardia - São os batimentos cardíacos abaixo do ce nas paredes das artérias. A medida da pressão arterial
normal, em número compreende a verificação da pressão máxima (sistólica) e
Taquicardia - São os batimentos cardíacos acima do a pressão mínima(diastólica), sendo registrado em forma
normal, em número de fração.

Observações importantes: A P.A. depende do:


- Evitar verificar o pulso em membros superiores afe- Debito cardíaco: representa a quantidade de sangue
tados por sequelas de lesões neurológicas ou vasculares; ejetado do ventrículo esquerdo para o leito vascular em
- Não verificar o pulso em membro com fístula arte- um minuto;
Resistência vascular periférica: determinada pelo
riovenosa (parahemodiálise);
lumem (calibre), pela elasticidade dos vasos e viscosida-
- Nunca usar o dedo polegar na verificação, pois pode
de sanguínea;
confundir a sua pulsação com a do paciente;
Viscosidade do sangue: decorre das proteínas e ele-
- Em caso de dúvida, repetir a contagem;
mentos figurados do sangue.
- Proceder à verificação com as mãos secas e quentes. A P.A. é alterada em algumas situações fisiológi-
cas, como:
Respiração (R ou FR): é o processo no qual ocorre a
troca de oxigênio e gáscarbônico entre o corpo e o meio a) Alimentação, medo, ansiedade, exercícios, estimu-
ambiente. lantes aumentam a P.A.
b) Repouso, jejum, depressão, diminuem a P.A.
Avaliação da respiração:
- Quanto à frequência (número de movimentos respi- Terminologias referentes à pressão arterial:
ratório por minuto – mrpm). Hipertensão: P.A. elevada;
P.A. convergente: P.A. mínima próxima da P.A. má-
Valores de normalidade: xima;
-No homem (15 a 20 mrpm) Hipotensão: P.A. baixa;
-Na mulher (18 a 20 mrpm) P.A. Divergente: P.A. mínima distante da P.A. máxima.

Quanto ao ritmo: Local de Verificação:


Regular: quando o intervalo entre os movimentos res- Membros superiores (braços),
piratórios é igual. Membros inferiores (região poplítea)
Irregular: quando são diferentes.
Valores da PA:
Quanto à profundidade (intensidade da respira- Sistólica - 90 - 140 mmHg
ção): Superficial e Profunda Diastólica - 60 - 90 mmHg.
Normas para verificação da Pressão Arterial:
Nomenclatura: - Na presença de lesões ou doenças contagiosas,
proteger esfigmomanômetro envolvendo omembro do
-Eupneia: respiração com frequência normal paciente com sanito. Encaminhar o esfigmomanômetro
para lavanderia na alta do paciente
-Bradipneia: quando a frequência respiratória está
- Caso haja alterações no som é importante anotar
abaixo de 12 mrpm
para analise de dados clínicos;
-Taquipneia: quando frequência respiratória acima de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Verificar todos os sinais vitais de um paciente, lavar


24 mrpm as mãos, e passar para outro;
-Apneia: ausência ou parada de respiração por 20 se- - Em casos de verificar a P.A. com o paciente sentado,
gundos o membro superior deve ser posicionado de forma que o
-Dispneia: respiração difícil, caracterizada pelo au- braço permaneça no mesmo nível que o coração, isto e,
mento do esforço inspiratório e expiratório. ao longo do corpo;
-Ortopneia: quando paciente tem dificuldade para - Não verificar a P.A. nos membros com fistulas arte-
respirar na posição deitada e só consegue respirar bem riovenosas,
se estiver sentado - Lembrar que a P.A. pode ser verificada nos membros
-Cheyne Stokes: quando o ritmo respiratório desi- inferiores, se necessário.
gual, ou seja, todo alterado
Técnica para verificação da Pressão Arterial - Promover a limpeza das olivas e do diafragma do
- Lavar as mãos; estetoscópio com álcool a 70%;
- Preparar o material; - Anotar na ficha de controle;
- Promover a desinfecção das olivas e diafragma do - Lavar as mãos.
estetoscópio com álcool a 70%;
- Explicar ao paciente o que ser feito; Realizando a Oxigenoterapia.
- Colocar o paciente em condição confortável, com
antebraço apoiado e a palma da Mao para cima; Muitas doenças podem prejudicar a oxigenação do
- Expor o membro superior do paciente; sangue, havendo a necessidade de adicionar oxigênio
- Colocar o manguito (esfigmomanômetro) 5 cm aci- ao ar inspirado. Há várias maneiras de ofertar oxigênio
ma da prega do cotovelo, na face interna do braço pren- ao paciente, como, por exemplo, através de cateter ou
dendo-o de modo a não comprimir nem soltar; cânula nasal, nebulização contínua ou respiradores. O
- Localizar com os dedos a artéria braquial na dobra oxigênio é um gás inflamável que exige cauteloso ma-
do cotovelo;
nuseio relacionado ao seu transporte, armazenamento
- Colocar o estetoscópio no ouvido e segurar o dia-
fragma do estetoscópio sobre a artéria, evitando uma em ambiente livre de fontes que favoreçam combustão
pressão muito forte; (cigarros, substâncias) e cuidados no uso da válvula do
- Fechar a válvula da pera de borracha e insuflar ate o manômetro. Na maioria das instituições de saúde, o oxi-
desaparecimento de todos os sons (cerca de 200 mmHg); gênio é canalizado; mas também existe o oxigênio arma-
- Abrir a válvula vagarosamente; zenado em cilindros de aço portáteis, que permitem seu
- Observar o manômetro, o ponto em que ouvir o pri- transporte de um setor para outro, em ambulâncias, para
meiro batimento e a P.A. sistólica máxima; residências, etc.
- Soltar o ar do manguito gradativamente ate ouvir A administração de oxigênio deve ser feita com cau-
claramente o ultimo batimento lendo o manômetro (P.A. tela, pois em altas doses pode vir a inibir o estímulo da
diastólica mínima);
respiração. O dispositivo mais simples e bem tolerado
- Retirar todo o ar do manguito. Repetir a operação
se for necessário; pelo paciente para a administração de oxigênio é a cânu-
- Remover o manguito e deixar o paciente confortá- la nasal, feita de material plástico comum a alça para fi-
vel; xação na cabeça e uma bifurcação própria para ser adap-
- Promover a desinfecção das olivas e do diafragma tada nas narinas, através da qual o oxigênio - ao sair da
do estetoscópio com álcool a 70%; fonte e passar por um umidificador com água estéril - é
- Anotar na ficha de controle; liberado. Outro dispositivo para administrar oxigênio é o
- Lavar as mãos cateter nasal, que, no entanto, provoca mais incômodo
ao paciente que a cânula nasal.
Técnica de Verificação de P.A. nos Membros Infe- Da mesma forma que a cânula, o oxigênio também
riores é umidificado antes de chegar ao paciente. Para insta-
- Lavar as mãos;
- Preparar o material; lá-lo, faz-se necessário medir o comprimento a ser in-
- Promover a limpeza das olivas e diafragma do este- troduzido - calculado a partir da distância entre a ponta
toscópio com álcool a 70%; do nariz e o lóbulo da orelha e, antes de sua inserção,
- Explicar ao paciente o que ser feito; lubrificar a ponta do cateter, visando evitar traumatismo.
- Colocar o paciente em posição confortável com os O profissional deve verificar a posição correta do cateter,
MMII estendidos; inspecionando a orofaringe e observando se o mesmo
- Expor o membro inferior do paciente; encontra-se localizado atrás da úvula. Caso o paciente
- Colocar o manguito (esfigmomanômetro) 5 cm aci- apresente reflexos de deglutição, tracionar o cateter até
ma da prega do joelho, prendendo-o de modo a não a cessação dos reflexos. A instalação da nebulização é
comprimir nem soltar-se; semelhante à da inalação.
- Localizar com os dedos a artéria poplítea na dobra Ao fluxômetro, de oxigênio ou ar comprimido, conec-
do joelho;
ta-se o nebulizador e a este o tubo corrugado (conector);
- Colocar o estetoscópio no ouvido e segurar o dia-
fragma do estetoscópio sobre a artéria, evitando uma a máscara facial é acoplada à outra extremidade do tubo
pressão muito forte; e deve estar bem ajustada ao rosto do paciente.
- Fechar a válvula da pera de borracha e insuflar ate o A nebulização - utilizada principalmente para fluidi-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

desaparecimento de todos os sons (cerca de 200 mmHg); ficar a secreção das vias respiratórias tem efeito satisfa-
- Abrir a válvula vagarosamente; tório quando há formação de névoa. Durante o procedi-
- Observar o manômetro. O ponto em que ouvir o mento, o paciente deve inspirar pelo nariz e expirar pela
primeiro batimento e a P.A. sistólica m máxima; boca. As soluções utilizadas no inalador devem seguir
- Soltar o ar do manguito gradativamente ate ouvir exatamente a prescrição médica, o que evita complica-
claramente o ultimo batimento lendo o manômetro (P.A. ções cardiorrespiratórias. Recomenda-se a não utilização
diastólica mínima);
de solução fisiológica, pois esta proporciona acúmulo de
- Retirar todo o ar do manguito. Repetir a operação
cristais de sódio na mucosa respiratória, provocando ir-
se for necessário;
- Remover o manguito e deixar o paciente confortá- ritação e aumento de secreção. A inalação que deve ser
vel; realizada com o paciente sentado - é uma outra maneira
de fluidificar secreções do trato respiratório ou adminis- Pessoas diabéticas podem vir a desenvolver feridas
trar medicamentos broncodilatadores. O inalador possui ulcerativas também causadas por deficiência circulatória
dupla saída: uma, que se conecta à máscara facial; outra, localizada em membros inferiores.
ligada a uma fonte de oxigênio - ou ar comprimido – Quanto à época, a ferida pode ser aguda, quando sua
através de uma extensão tubular. Ao passar pelo inala- ocorrência é muito recente, ou crônica, caso de feridas
dor, o oxigênio - ou ar comprimido - vaporiza a solução antigas e de difícil cicatrização.
que, através da máscara facial, é repassada ao paciente. Quanto à camada da pele lesada, a ferida é classi-
ficada em estágio I quando atinge a epiderme; estágio
Na Infecção de Sítio Cirúrgico II quando atinge a derme; estágio III quando atinge o
subcutâneo e estágio IV quando atinge o músculo e es-
A cirurgia é um procedimento traumático que pro- truturas ósseas.
voca o rompimento da barreira de defesa da pele, tor- Logo após a ocorrência de feridas o organismo ini-
nando-se, assim, porta de entrada de microrganismos. A cia o processo biológico de restauração e reparação dos
infecção do sítio cirúrgico manifesta-se entre 4 a 6 dias tecidos lesados. As feridas podem cicatrizar-se por pri-
após a realização da cirurgia, apresentando localmente meira intenção quando as bordas da pele se aproximam
eritema, dor, edema e secreção. A prevenção da infec- e o risco de desenvolvimento de infecção é mínimo, ou
ção de sítio cirúrgico envolve medidas pré-operatórias por segunda intenção, quando as bordas da pele não se
na Unidade de Internação, tais como, por exemplo, abre- aproximam e a ferida é mantida aberta até ser preen-
viação do tempo de internação, lavagem criteriosa das chida por tecido de cicatrização caso em que há maior
mãos pelos profissionais de saúde, banho pré-operatório possibilidade de infecção.
e tricotomia. No Centro Cirúrgico, as medidas adotadas
relacionam-se à preparação do ambiente, equipe cirúrgi- Os fatores que influenciam a cicatrização de lesões
ca e paciente. Na presente edição, priorizaremos os cui- são:
dados no pós-operatório, especificamente nos aspectos Idade: a circulação sanguínea e a concentração de
pertinentes à prevenção de infecção da ferida operatória. oxigênio no local da lesão são prejudicadas pelo enve-
Como esses cuidados derivam dos mesmos princípios lhecimento, e o risco de infecção é maior.
aplicados às feridas de maneira geral, abordaremos as Nutrição: a reparação dos tecidos e a resistência às
questões de prevenção e tratamento no sentido mais infecções dependem de uma dieta equilibrada e a epi-
genérico - não especificamente relacionado à ferida ci- sódios como cirurgias, traumas graves, infecções e de-
rúrgica. ficiências nutricionais pré-operatórias aumentam as exi-
Ferida é o nome utilizado para designar qualquer le- gências nutricionais;
são de pele que apresente solução de continuidade (rup- Obesidade: O suprimento sanguíneo menos abun-
tura da pele ou tecido adjacente). dante dos tecidos adiposos impede o envio de nutrientes
Para prestar os cuidados adequados a alguém que e elementos celulares necessários à cicatrização normal;
apresente uma ferida, faz-se necessário conhecer o tipo Extensão da lesão:
de lesão, o padrão normal e os fatores que afetam a ci- - lesões mais profundas, envolvendo maior perda de
catrização. Um aspecto importante na abordagem do tecido, cicatrizam mais vagarosamente e por segunda in-
paciente que tem feridas é observar suas condições psi- tenção, sendo susceptíveis a infecções; imunossupressão.
cológicas e oferecer-lhe apoio - muitas vezes, há neces- - a redução da defesa imunológica contribui para
sidade de seu encaminhamento para outro profissional - uma cicatrização deficiente;
como o psicólogo -, pois, dependendo do local e aspecto
da ferida, a sua autoimagem pode estar seriamente com- Diabetes: o paciente portador de diabetes tem alte-
ração vascular que prejudica a perfusão dos tecidos e sua
prometida - situação bastante comum, por exemplo, nos
oxigenação; além disso, a glicemia aumentada altera o
casos de vítimas de queimaduras.
processo de cicatrização, elevando o risco de infecção.
Numa abordagem mais simplificada, podemos agru-
par as feridas de acordo com sua causa, época de ocor-
Curativo: É o tratamento utilizado para promover a
rência e camada da pele lesada.
cicatrização de ferida, proporcionando um meio adequa-
Quanto à causa, a ferida pode ser classificada como
do para este processo. Sua escolha dependerá do tipo e
intencional, para fins de tratamento, como a incisão ci-
condições clínicas da ferida. Os critérios para o curativo
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

rúrgica, ou não intencional, como as provocadas por


ideal foram definidos por Turner, citado por Dealey:
agentes cortantes, como facas; perfurantes, como pre-
- Manter alta umidade entre a ferida e o curativo, o
gos; escoriações por atritos em superfícies ásperas; quei-
que promove epitelização mais rápida, diminuição sig-
maduras provocadas por agentes físicos, como o fogo, e nificativa da dor e aumento do processo de destruição
químicos, como os ácidos. Ainda nesse grupo, classifica- natural dos tecidos necrosados.
mos a úlcera de pressão (escara) causada por deficiência -Remover o excesso de exsudação, objetivando evitar
circulatória em pontos de saliência óssea, como a região a maceração de tecidos circunvizinhos;
sacra, que se desenvolve devido à compressão da pele e -Permitir troca gasosa ressalte-se que a função do
tecidos circunvizinhos com o colchão, em pacientes aca- oxigênio em relação às feridas ainda não está muito es-
mados e sem mobilidade. clarecida;
-Fornecer isolamento térmico, pois a manutenção da Cobertura composta por tecido de carvão ativado,
temperatura constante a 37ºC estimula a atividade da di- impregnado com prata - que exerce ação bactericida e
visão celular durante o processo de cicatrização; envolto por uma camada de não-tecido, selada em toda
-Ser impermeável às bactérias, funcionando como a sua extensão. Muito eficaz em feridas com mau odor,
uma barreira mecânica entre a ferida e o meio ambiente. é indicada para cobertura das feridas infectadas exsuda-
-Estar isento de partículas e substâncias tóxicas con- tivas, com ou sem odor. Também necessita de cobertura
taminadoras de feridas, o que pode renovar ou prolon- secundária com gaze e fita adesiva.
gar a reação inflamatória, afetando a velocidade de cica-
trização; Hidrocolóide
-Permitir a retirada sem provocar traumas, os quais
com frequência ocorrem quando o curativo adere à su- As coberturas de hidrocoloides são impermeáveis à
perfície da ferida; nessas condições, a remoção provoca água e às bactérias e isolam o leito da ferida do meio ex-
uma ruptura considerável de tecido recém-formado, pre- terno. Evitam o ressecamento, a perda de calor e mantêm
judicando o processo de cicatrização. um ambiente úmido ideal para a migração de células. In-
O curativo aderido à ferida deve ser retirado após dicada para feridas com pouca ou moderada exsudação,
umedecimento com solução fisiológica (composta por podendo ficar até 7 dias.
água e cloreto de sódio), sem esfregá-la ou atritá-la.
Desbridamento - retirada de tecido necrosado, sem Hidrogel
vitalidade, utilizando cobertura com ação desbridante ou
retirada mecânica com pinça, tesoura ou bisturi. Proporciona um ambiente úmido oclusivo favorável
Exsudação - é o extravasamento de líquido da ferida, para o processo de cicatrização, evitando o ressecamen-
devido ao aumento da permeabilidade capilar. to do leito da ferida e aliviando a dor. Indicada para uso
Maceração - refere-se ao amolecimento da pele que em feridas limpas e não infectadas, tem poder de desbri-
geralmente ocorre em torno das bordas da ferida, no damento nas áreas de necrose.
mais das vezes devido à umidade excessiva. Filmes
A troca de curativos pode baixar a temperatura da
superfície em vários graus. Por isso, as feridas não de- Tipo de cobertura de poliuretano. Promove ambiente
vem ser limpas com soluções frias e nem permanecerem de cicatrização úmido, mas não apresenta capacidade de
expostas por longos períodos de tempo. Um curativo absorção. Não deve ser utilizado em feridas infectadas.
encharcado ou vazando favorece o movimento das bac-
térias em ambas as direções, ferida e meio ambiente, Papaína
devendo, portanto, ser trocado imediatamente. Não se
A papaína é uma enzima proteolítica proveniente do
deve usar algodão ou qualquer gaze desfiada.
látex das folhas e frutos do mamão verde adulto. Agem
Tipos de Curativos promovendo a limpeza das secreções, tecidos necróticos,
pus e microrganismos às vezes presentes nos ferimentos,
facilitando o processo de cicatrização. Indicada para feri-
Atualmente, existem muitos curativos com formas e
das abertas, com tecido desvitalizado e necrosado.
propriedades diferentes. Para se escolher um curativo fa-
z-se necessário, primeiramente, avaliar a ferida, aplican-
Ácidos Graxos Essenciais (AGE)
do o que melhor convier ao estágio em que se encontra,
a fim de facilitar a cura. Deve-se limpar as feridas an-
Produto à base de óleo vegetal possui grande capaci-
tes da colocação de cobertura com solução fisiológica a
dade de promover a regeneração dos tecidos, aceleran-
0,9%, morna, aplicada sob pressão. Algumas coberturas
do o processo de cicatrização. Indicada para prevenção
podem permanecer por vários dias e as trocas depende-
de úlcera de pressão e para todos os tipos de feridas,
rão da indicação do fabricante e evolução da ferida.
apresentando melhores resultados quando há desbrida-
mento prévio das lesões.
Alginatos
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Antissépticos
São derivados de algas marinhas e, ao interagirem
com a ferida, sofrem alteração estrutural: as fibras de São formulações cuja função é matar os microrga-
alginato transformam-se em um gel suave e hidrófilo à nismos ou inibir seu crescimento quando aplicadas em
medida que o curativo vai absorvendo a exsudação. Esse tecidos vivos. Os antissépticos recomendados são álcool
tipo de cobertura é indicado para feridas com alta ou a 70%, clorexidina tópica e PVP-I tópico. Atualmente,
moderada exsudação e necessita de cobertura secundá- não são recomendados o hexaclorofeno, os mercuriais
ria com gaze e fita adesiva. orgânicos, o quaternário de amônia, o líquido de Dakin,
Carvão ativado a água oxigenada e o éter.
orientar os pacientes quanto a seu uso, é
Realizando o Curativo
imprescindível termos um pouco de conhecimento
sobre farmacologia - ciência que estuda os
Realizando Curativo Através de Irrigação com So-
medicamentos e suas ações no organismo.
lução Fisiológica Denomina-se droga qualquer substância capaz
de produzir alterações somáticas ou funcionais no
Hoje, os especialistas adotam e indicam a limpeza de organis- mo vivo, resultando em efeito benéfico,
feridas através de irrigação com solução fisiológica mor- na caso dos antibió- ticos, ou maléfico, a cocaína, por
e sob pressão, utilizando-se seringa de 20 ml conecta- da à exemplo.
agulha de 40 x 12, o que fornece uma pressão capaz de Dose refere-se à quantidade de medicamento
remover partículas, bactérias e exsudatos. que deve ser ministrada ao paciente a cada vez.
Para completa eficácia, a agulha deve estar o mais Dose míni- ma é a menor quantidade de um
próximo possível da ferida. Após a limpeza por esse mé- medicamento capaz de produzir efeito terapêutico;
todo, deve-se secar apenas a pele íntegra das bordas e dose máxima, a maior, capaz de produzir efeito
aplicar a cobertura indicada no leito da ferida, usando terapêutico sem, contudo, apresentar efeitos
técnica asséptica. indesejáveis. Dose terapêutica é aquela capaz de
produzir o efeito desejado; dose de manutenção é
Realizando Curativo com Pinças aque- la necessária para manter os níveis desejáveis
de medi- camento na corrente sangüínea e nos
tecidos, durante o tratamento.
Material necessário: bandeja, pacote de curativo
Uma droga pode agir como medicamento ou
composto por pinças anatômicas e Kely estéreis, gazes
como tóxico, dependendo de certos fatores, como a
estéreis, adesivos (micropore, esparadrapo ou similar), cuba-
dose utili- zada, as vias de administração e as
rim, solução fisiológica morna, cobertura ou solu- ção condições do pacien- te. A margem de segurança
prescrita, luvas de procedimento (devido à presença de refere-se aos limites existen- tes entre a dose
secreção, sangue.). terapêutica e a dose tóxica. Por exemplo, os
Executar o procedimento em condições ambientais digitálicos possuem pequena margem de segurança
favoráveis (com privacidade, boa iluminação, equipa- porque o paciente, mesmo fazendo uso de dose
mentos e acessórios disponíveis, material devidamente tera- pêutica, pode, com relativa facilidade,
preparado, dentre outros), que evitem a disseminação de apresentar sinais de intoxicação digitálica.
microrganismos. Preparar o paciente e orientá-lo sobre o O paciente tem o direito de saber seus valores
procedimento. pres- sóricos.
No desenvolvimento de um curativo, observar o prin- Nunca lhe negue esse direito nem diga frases
cípio de assepsia, executando a limpeza da lesão a partir da como ―está ótima!‖. As alterações devem ser
área menos contaminada e manuseando o material (pacote comunicadas ao paciente e/ ou familiar de modo
de curativo, pinças, luvas estéreis) com técnica asséptica. Ao adequado.
realizar curativo com pinça, utilizar luvas estéreis se a ferida Nos casos de hipertensão ou hipotensão, a
for extensa ou apresentar muita se- creção ou sangue. enfermei- ra ou o médico devem ser imediatamente
Para realizar um curativo de ferida limpa, inicie a lim- avisados.
peza de dentro para fora (bordas); para um curativo de Os medicamentos também podem ser
ferida contaminada o procedimento é inverso, ou seja, de classificados segundo seu poder de ação, que pode
fora para dentro. ser local ou sistê- mica. A ação local, como o
Orientar o paciente quanto à técnica de realização do próprio nome indica, está cir- cunscrita ao próprio
curativo e suas possíveis adaptações no domicílio é im- local de aplicação. Exemplos: cremes e pomadas,
supositórios de efeito laxativo, colírios. Na ação
prescindível à continuidade de seu tratamento e estimula o
sistêmica, o medicamento é absorvido e veiculado
autocuidado.
pela corrente sangüínea até o tecido ou órgão
Quando do registro do procedimento, o profissional
sobre o qual exercerá seu efeito. Exemplos:aplicação
deve caracterizar a reação do paciente, condições da pele, de vasodila- tador coronariano sublingual,
aspectos da ferida e tipo de curativo aplicado, des- tacando administração de diurético via oral.
as substâncias utilizadas. Comumente, os medicamentos são encontrados
nos estados sólido,semi-sólido, líquido e gasoso,
Administração de medicamentos fabricados em diversas apresentações

A maioria das infecções é tratada com medicamentos Antibióticos


denominados antibióticos, que têm por objetivo destruir ou Os antibióticos são drogas capazes de inibir o
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

inativar os microrganismos que se instalam no or- ganismo. cresci- mento de microrganismos ou destruí-los.
Adicionalmente,são prescritos medicamentos do grupo dos Constituem um grupo de medicamentos com ação
analgésicos, antitérmicos e antiinflamató- rios, indicados bactericida/fungicida, causando a destruição das
principalmente para aliviar sintomas que acompanham bactérias/fungos, pois desen- cadeiam alterações
processos infecciosos, como hipertermia, mal-estar geral e incompatíveis com sua sobrevida e ação
dor. bacteriostática/fungistática, promovendo a inibição
do crescimento e reprodução bacteriana/fúngica,
Para que possamos administrar os
sem necessariamente provocar sua morte imediata.
medicamen- tos com a segurança necessária e
O efeito pode ser reversível se o uso da droga for líbrio e perda de audição, muitas vezes irreversível - no
suspenso. sistema nervoso periférico, alguns grupos de antibióticos
A produção dos antibióticos pode ocorrer de for- atingem o nervo auditivo, interferindo em sua função,
ma natural, ou seja, originária de microrganismos caso dos aminoglicosídeos;
como fungos do gênero Penicillium e – comprometimento da função renal – provocada por
Cephalosporium e de bactérias do gênero Bacillus antibióticos nefrotóxicos, como os aminoglicosídeos e
e Streptomyces; de forma semi-sintética, obtida a
anfotericina B;
partir de modificações dos anti- bióticos naturais
por intermédio de processos químicos; e sintética, – astenia, anorexia, náuseas, vômitos, hipertermia, ar-
através de processos químicos. tralgias, acolia, colúria e icterícia - causadas por alterações
Um dos grandes desafios da medicina moderna é o controle das da função do fígado, que podem ser transitórias, desapa-
infecções provocadas por bactérias multir- resistentes, capazes recendo com a supressão do medicamento;
de sobreviver à ação dos antibióticos mais potentes atualmente – anemia hemolítica, leucopenia, entre outras - os an-
existentes. Produtos antes efi- cazes acabam não tendo efeito tibióticos podem afetar o sistema hematopoiético, alte-
sobre elas, pois através de mudanças em sua constituição rando a composição sangüínea;
desenvolveram um processo de resistência aos mesmos. Dessa Choque anafilático - é a reação exagerada do organis-
forma, dize- mos que uma bactéria é resistente a determinado mo a substâncias as quais está sensibilizado.
an- tibiótico quando tem a capacidade de crescer in vitro, em Flebite - processo inflamatório das veias, com apre-
presença da mesma concentração que o antibiótico alcança na sentação de sinais e sintomas de dor, calor e rubor. A veia
corrente sangüínea. inflamada torna-se palpável, dando a sensação de cordão
Ressaltamos a importância da enfermagem na mini-mização do endurecido.
problema, cumprindo com rigor as normas para o preparo e
– hipotensão, arritmias e parada cardiorrespiratória
administração de antibióticos. Durante o preparo destes
medicamentos na forma injetável, de- ve-se ter o cuidado de não – causados pela administração de antibióticos como a
dispersar aerossóis no meio ambiente ao desconectar a agulha Anfotericina B, por exemplo, em infusão rápida, por via
do frasco-ampola e ao retirar o ar da seringa. endovenosa.
Outro aspecto relevante é propiciar a manutenção relativamente Sobre o metabolismo e sistema imunológico, a ad-
estável dos níveis de medicamentos na corrente sangüínea, ministração oral de antibióticos de amplo espectro, por
administrando- os no horário esta- belecido. período prolongado, provoca efeitos que podem alterar
Todos os antibióticos apresentam grande potencial de produzir a flora intestinal e causar distúrbios na absorção do com-
efeitos colaterais - efeitos secundários e in- desejáveis da plexo B. Persistindo tal situação, o paciente pode manifes-
utilização dos antibióticos, resultantes de ações tóxicas ou tar sinais de hipoavitaminose.
irritantes inerentes à droga, ou de into- lerância do paciente. Os principais antibióticos de ação bactericida ou bac-
Os antibióticos podem desencadear manifestações alérgicas por teriostática são:
reações de hipersensibilidade, com efeitos benignos, como
• Penicilinas
urticária, ou graves, como choque anafi- lático.
Termo genérico que abrange grande grupo de fárma-
Podem também desencadear efeitos colaterais de na- tureza
cos. A penicilina é uma droga bactericida, de baixa to-
irritativa, derivados da natureza cáustica do pro- duto, atingindo
basicamente os locais de contato com o medicamento. Na xidade. Por ser capaz de desencadear reações de sensi-
mucosa gastrintestinal provocam dor, sensação de queimação, bilização, o profissional deve estar atento a esse tipo de
náuseas, vômitos e diarréia. Es- sas manifestações clínicas são manifestação.
aliviadas quando o medi- camento é administrado com – Penicilina G cristalina - possui ação rápida, devendo-
alimentos ou leite. -se repetir a dose a cada 4 horas. Em adultos, a adminis-
tração deve ser feita por infusão venosa, por aproximada-
Exemplo: Ampicilina. mente 30 minutos, em 50 a 100ml de solução;
Nos músculos, a aplicação de antibióticos (por via intramuscular) – Penicilina G procaína e penicilina G benzatina - veri-
provoca reações que variam desde dor e enduração local até ficam-se ações mais prolongadas nos casos de utilização
formação de necrose e abscesso. Exemplo: Benzetacil®. Na dos medicamentos Wycillin® (penicilina G procaína) e
administração endovenosa as reações mais freqüentes são dor e Benzetacil® (penicilina G benzatina). Devem ser aplica-
flebite ocasionadas pelo contato do medicamento com o das exclusivamente por via intramuscular profunda, com
endotélio vascular cautela, para evitar administração acidental intravenosa,
- medicamentos como a anfotericina B, penicilina G cris- talina e intra-arterial ou junto a grandes nervos.
vancomicina exigem diluição em grande quan- tidade de solução
Lesões permanentes podem resultar de aplicações nas
e aplicação intermitente, gota a gota.
proximidades ou no nervo;
Os antibióticos são indicados para agir sobre a célula bacteriana,
– Outras penicilinas: oxacilina (Oxacilina®, Staficilin
porém, quando introduzidos no organismo, podem interferir
também nas próprias células, causando graus variáveis de lesão N®), ampicilina (Ampicilina®, Ampicil®, Amplofen®,
tecidual em diversos órgãos, pro- duzindo efeitos colaterais de Binotal®), amoxicilina (Amoxil®, Clavulin®, Larocin®,
natureza tóxica tais como: Novocilin®), carbenicilina (Carbenicilina®) - podem pro-
– cefaléia, convulsões, alucinações, delírios, agitação, vocar reações alérgicas e, na administração oral, irritação
depressão,confusão mental - provenientes da ação no sistema gástrica.
nervoso central;
– zumbidos, tonturas, vertigem, alterações do equi-
• Cefalosporinas Durante sua administração não se devem infundir
As cefalosporinas constituem um dos grupos de anti- outras soluções concomitantementee, para evitar trom-
bióticos mais prescritos no nosso meio e têm a vantagem boflebite, o acesso venoso deve ser seguro. Podem ocor-
de ser agentes bactericidas e gerar poucos efeitos cola- rer sinais gastrintestinais como anorexia, náuseas,gosto
terais. De maneira geral, são drogas bem toleradas pelo metálico na boca, dor epigástrica, vômitos e diarréia. As
organismo mas devem ser usadas com cautela em pa- bebidasalcoólicas não devem ser consumidas durante o
cientes penicilino-alérgicos e/ou com história de doença tratamento, devido àpossibilidade de surgirem cólicas
gastrintestinal. As principais cefalosporinas são: cefalexi- abdominais, náuseas, vômitos, cefaleia e rubor facial.
na (Keflex®,Cefaporex®), cefalotina (Keflin®), cefadro- • Sulfametoxazol-trimetoprima
xil (Cefamox®), cefoxitina (Mefoxin®), cefuroxina (Zina- São bacteriostáticos, usualmente administrados por
cef®), ceftriaxona (Rocefin®), ceftazidima (Kefadim®, via oral e comercializados sob o nome Bactrim®. A so-
Fortaz®), cefoperazona sódica (Cefobid®). lução para infusão deve ser utilizada nas primeiras 6 ho-
• Aminoglicosídeos ras após preparação, e administrada em 30 a60 minutos.
A grande maioria das drogas que compõem este gru- Se durante a administração surgir turvação ou cristali-
po é bactericida. zação,a infusão deve ser interrompida. A infusão venosa
Os aminoglicosídeos são fármacos que apresentam de Bactrim® exigediluição conforme orientação do fa-
índice terapêutico e tóxico muito estreito, com alto grau bricante – não devendo em hipótesealguma ser injetada
de ototoxidade (irreversível) e nefrotoxidade e pouca ab- diretamente na veia em sua forma pura – e requeracesso
sorção por via oral. Os principais aminoglicos ídeos são:
venoso exclusivo.
sulfato de gentamicina (Garamicina®), sulfato de amica-
Os principais antibióticos de ação fungicida ou fun-
cina (Novamin®, Briclin®), estreptomicina (Climacilin®,
Sulfato de Estreptomicina®) e outros aminoglicosídeos gistático são: Anfotericina B (Fungizon®) - só deve ser
(Neomicina, Kanamicina, Kantrex®, Netromicina, Tobra- infundida em solução glicosada a 5%, pois a adição de
micina). eletrólitos causa precipitação. Devido à sua ação tóxica,
• Cloranfenicol há necessidade de monitorar a freqüência cardíaca. Sua
São drogas bacteriostáticas, contra-indicadas para aplicação rápida pode causar parada cardiorrespiratória.
portadores de depressão medular ou insuficiência hepá- Deve-se observar o aparecimento de sinais de alterações
tica e recém-nascidos. Podem ser utilizadas por via tópi- urinárias, devido à nefrotoxidade. Geralmente, os pacien-
ca, oral e parenteral. Sua formulação apresenta-se sob a tes submetidos a tratamento com esse medicamento
forma de pomadas, colírios, cápsulas, drágeas e frascos precisam ser hospitalizados. A piridoxina é indicada para
em pó. Comercialmente conhecidas como Quemiceti- minimizar ou evitar os sintomas de neurite periférica.
na®, Sintomicetina®. Manifestações como febre, calafrios, náuseas, vômi-
• Tetraciclinas tos, cefaleia e hipotensão são freqüentes durante a in-
Possuem ação bacteriostática. Seu uso em mulhe- fusão na primeira semana, diminuindo posteriormente.
res grávidas, em processo de lactação e em crianças A droga provoca hipopotassemia e é altamente irritativa
menores de 8 anos é contra-indicado porque provoca para o endotélio.
descoloração dentária permanente (cor cinza-marrom, . A anfotericina B deve ser mantida sob refrigeração
cinza-castanho) e depressão do crescimento ósseo. Não e protegida contra exposição à luz; Nistatina (Micosta-
devem ser administradas com antiácidos que contenham
tin®) - indicado para tratamento de candidíase; Flucona-
alumínio, cálcio ou magnésio, nem associadas a medica-
zol (Zoltec®) - utilizado para prevenção e tratamento de
mentos que possuam ferro na fórmula, porque interfe-
rem na sua absorção. A administração concomitante com infecções fúngicas em pacientes imunodeprimidos.
leite e derivados provoca sua inativação pelo cálcio. As
principais tetraciclinas são: tetraciclina (Tetrex®); oxite- Medicamentos antivirais
traciclina (Terramicina®); doxiciclina (Vibramicina®).
• Vancomicina Expressivo número de medicamentos antivirais foi ul-
Deve ser administrada por via endovenosa (Vanco- timamente desenvolvido para o tratamento de pessoas
micina®), em infusão intermitente, em 100 a 200ml de portadoras do vírus HIV ou Aids. São conhecidos pelo
solução salina ou glicosada, por 60 minutos. A infusão rá- nome de anti-retrovirais e capazes de eliminar grande
pida provoca a reação ―síndrome do pescoço vermelho‖, parte dos vírus circulantes na corrente sangüínea. O es-
caracterizada por rubor de face, pescoço, tórax prurido, quema de tratamento compreende a associação de vá-
hipotensão e choque anafilático - sintomas que costu- rios medicamentos, sendo conhecido como ―coquetel‖. A
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

mam cessar com a interrupção da infusão. É irritante para maioria desses medicamentos apresenta efeitos colate-
o tecido, podendo causar dor e até necrose em adminis- rais que causam muito desconforto, dificultando a ade-
trações intramusculares ou quando de extravasamento são ao tratamento. As mais freqüentes são dor de cabe-
acidental nas aplicações endovenosas. A ocorrência de ça, náusea e vômito, diarréia, fraqueza, formigamentos,
tromboflebite pode ser minimizada com aplicações len- perda de apetite, febre.
tas e bem diluídas.
Os principais anti-retrovirais são: zidovudina ou azi-
• Metronidazol
dotimidina (AZT®, Retrovir® ), didanosina (ddl, Videx®),
Bactericida específico para os germes anaeróbios,
zalcitabina (ddC, Hivid®), lamivudina (3TC, Epivir®), sa-
comercializado sob os nomes Flagyl® e Metronix®. Sua
quinavir (Invirase®), ritonavir (Norvir®), delavirdina (Res-
administração deve ser realizada por infusão venosa,
criptor®).
numa velocidade de 5ml/minuto, por 30 minutos.
Outro medicamento antiviral é o aciclovir (Zovirax®), a morfina e análogos causam vasodilatação periférica;
utilizado para tratamento de herpes genital, orolabial manifestações crônicas: dependência física e psicológica;
primária e recorrente, encefalite herpética e infecção por desenvolvimento de tolerância: os usuários de opióides
vírus varicela-zoster em pacientes imunodeprimidos. toleram grandes doses, bem maiores do que a habitual-
Analgésicos, antipiréticos e antiinflamatórios mente utilizada. por induzir à dependência física e psí-
Uma das características do ser humano é sua capaci- quica, a morfina e análogos são rigidamente controlados
dade de manter a temperatura corporal constante, por e devem ser guardados em armários ou gavetas devida-
mente trancadas.
ação dos centros termorreguladores do hipotálamo. Na
Os opióides podem causar toxicidade de forma agu-
ocorrência de hipertermia, certas drogas são capazes de
da ou crônica: na forma aguda, pupila puntiforme, de-
agir sobre o hipotálamo, abaixando a temperatura febril. pressão respiratória e coma, secura da boca, analgesia,
Em geral, as doses terapêuticas dessas drogas são inca- hipotensão arterial, cianose, hipotonia muscular, respi-
pazes de alterar a temperatura corporal normal. Os me- ração de Cheyne-Stokes; na forma crônica, dependência
dicamentos analgésicos/antipiréticos, além de abaixa- física e psicológica. A falta da droga provoca síndrome
rem a temperatura febril, possuem atividade analgésica de abstinência caracterizada por nervosismo, ansiedade,
e muitos deles atuam como excelentes antiinflamatórios. sonolência, sudorese, pele arrepiada, contrações mus-
Os principais analgésicos/antipiréticos estão incluí- culares, dores acentuadas nas costas e pernas, vômitos,
dos nos seguintes grupos: diarréia, aumento de pressão arterial, aumento de tem-
Opióides - também conhecidos como hipnoanalgé- peratura, sofrimento psicológico. Ressalte-se que um
sicos ou narcóticos, pela capacidade de proporcionarem avançado grau de dependência faz com que o indivíduo
sonolência e analgesia. Derivados do ópio ou análogos, procure compulsivamente a droga, utilizando qualquer
são indicados nas dores moderadas e intensas, especial- meio para obtê-la.
mente nos casos de câncer.
O ópio possui cerca de 25 alcalóides farmacologica- Princípios da administração de medicamentos
mente ativos, cujos efeitos devem-se principalmente à
A administração de medicamentos é uma das ativida-
morfina. Os principais medicamentos opióides são: mor-
des que o auxiliar de enfermagem desenvolve com muita
fina (Dimorf®); meperidina (Demerol®, Dolosal®, Do-
freqüência, requerendo muita atenção e sólida funda-
lantina®); fentanil (Fentanil®) ; fentanil associado (Ino- mentação técnico-científica para subsidiá-lo na realiza-
val®) ; codeína + paracetamol (Tylex®); ção de tarefas correlatas, pois envolve uma seqüência de
– Derivados do ácido salicílico - eficientes para dimi- ações que visam a obtenção de melhores resultados no
nuir a temperatura febril e aliviar dor de baixa a modera- tratamento do paciente, sua segurança e a da instituição
da intensidade. na qual é realizado o atendimento. Assim, é importante
São indicados no tratamento da artrite reumatóide e compreender que o uso de medicamentos, os procedi-
febre reumática. Além de possuírem efeito irritante sobre mentos envolvidos e as próprias respostas orgânicas de-
a mucosa gástrica, podem provocar aumento do tempo correntes do tratamento envolvem riscos potenciais de
de coagulação. Exemplo: ácido acetilsalicílico (AAS®, As- provocar danos ao paciente, sendo imprescindível que
pirina®, Endosprin®); o profissional esteja preparado para assumir as respon-
– Derivados do para-aminofenol seu principal repre- sabilidades técnicas e legais decorrentes dos erros que
sentante é o paracetamol. Possuem ação antipirética e possa vir a incorrer.
analgésica e pouco efeito antiinflamatório. Os efeitos co- Geralmente, os medicamentos de uma unidade de
laterais são pouco significativos quando usados em do- saúde são armazenados em uma área específica, dispos-
ses terapêuticas, porém podem ocorrer reações cutâneas tos em armários ou prateleiras de fácil acesso e organi-
alérgicas. Exemplo: paracetamol (Tylenol®, Parador®); zados e protegidos contra poeira, umidade, insetos, raios
solares e outros agentes que possam alterar seu estado
– Derivados da pirazolona - o que apresenta ação
– ressalte-se que certos medicamentos necessitam ser
predominantemente analgésica e antipirética é a dipiro- armazenados e conservados em refrigerador.
na, cujo uso intravenoso pode provocar hipotensão arte- Os recipientes contendo a medicação devem possuir
rial. Exemplo: dipirona (Novalgina®); tampa e rótulo, identificados com nome (em letra legível)
– Derivados dos ácidos arilalcanóicos - caracterizam- e dosagem do fármaco.
-se por sua ação analgésica, antipirética e antiinflama- A embalagem com dose unitária, isto é, separada e
tória e baixa incidência de efeitos colaterais. Exemplo: rotulada em doses individuais‖, cada vez mais vem sendo
diclofenaco (Voltaren®, Biofenac®, Cataflan®). adotada em grandes centros hospitalares como meio de
• Cuidados de enfermagem promover melhor controle e racionalização dos medica-
Os profissionais de enfermagem devem estar atentos mentos.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

aos cuidados que devem ser prestados ao paciente que Os pacientes e/ou familiares necessitam ser esclare-
faz uso de analgésicos, antipiréticos e antiinflamatórios. cidos quanto à utilização dos medicamentos receitados
Medicamentos como ácido acetilsalicílico, por exemplo, pelo médico, e orientados em relação ao seu armazena-
devem ser administrados por via oral, com leite, para mi- mento e cuidados - principalmente se houver crianças
nimizar a irritação gástrica. em casa, visando evitar acidentes domésticos.
Com relação ao grupo dos opióides, a enfermagem Os entorpecentes devem ser controlados a cada tur-
deve estar atenta para os seguintes sinais e sintomas: no de trabalho e sua utilização feita mediante prescrição
analgesia; sonolência; bnubilação; náuseas e vômitos; al- médica e receita contendo nome do paciente, quantida-
terações de humor (variando de torpor a intensa euforia); de e dose, além da data, nome e assinatura do médico
sinais de depressão respiratória; miose, que pode indicar responsável. Ao notar a falta de um entorpecente, notifi-
toxicidade do medicamento; hipotensão ortostática, pois que tal fato imediatamente à chefia.
A administração de medicamentos segue normas e Deixar os medicamentos para que tome mais tarde
rotinas que uniformizam o trabalho em todas as unida- ou permitir que dê medicação a outro são práticas inde-
des de internação, facilitando sua organização e controle. vidas e absolutamente condenáveis; efetuar o registro do
Para preparar os medicamentos, faz-se necessário veri- que foi fornecido ao paciente, após administrar o medi-
ficar qual o método utilizado para se aviar a prescrição camento.
- sistema de cartão, receituário, prescrição médica, fo- Objetivando reduzir a ―zero‖ o erro na administração
lha impressa em computador. Visando administrar me- de medicamentos, preconiza-se seguir a regra dos cin-
dicamentos de maneira segura, a enfermagem tradicio- co certos: medicamento certo, via certa, dose certa, hora
nalmente utiliza a regra de administrar o medicamento certa e paciente certo.
certo, a dose certa, o paciente certo, a via certa e a hora Todo medicamento administrado deve ser registrado
certa.
e rubricado na prescrição. Nas aplicações parenterais é
Durante a fase de preparo, o profissional de enferma-
importante anotar o local de administração.
gem deve ter muita atenção para evitar erros, assegu-
rando ao máximo que o paciente receba corretamente Alguns medicamentos pressupõem a coleta de in-
a medicação. Isto justifica porquê o medicamento deve formações e cuidados específicos antes ou após sua ad-
ser administrado por quem o preparou, não sendo reco- ministração, tais como a medida da freqüência cardíaca
mendável a administração de medicamentos preparados antes da administração de cardiotônicos ou antiarrítmi-
por outra pessoa. cos, o controle da temperatura após a administração de
As orientações a seguir compreendem medidas de antitérmicos, etc. – episódios que devem ser devidamen-
organizativas e de assepsia que visam auxiliar o profis- te anotados na papeleta do paciente, para acompanha-
sional nesta fase do trabalho: lavar sempre as mãos antes mento de possíveis alterações.
do preparo e administração de medicamentos, e logo A omissão inadvertida de um medicamento deve ser
após; preparar o medicamento em ambiente com boa registrada e comunicada à enfermeira e/ou ao médico
iluminação; concentrar-se no trabalho, evitando distrair tão logo seja detectada. Algumas omissões são delibera-
a atenção com atividades paralelas e interrupções que das, como, por exemplo, medicamento oral em paciente
podem aumentar a chance de cometer erros; que vai submeter-se à cirurgia de emergência. Em caso
Atualmente, muitas farmácias hospitalares têm im- de recusa do medicamento, o profissional de enferma-
plantado as chamadas ―doses individuais‖, que são o for- gem deve relatar imediatamente o fato à enfermeira e/
necimento dos medicamentos por turno de trabalho, por ou ao médico, e anotá-lo no prontuário.
paciente e por horário (com as doses prescritas para os Em nosso meio, convencionalmente, quando o me-
horários determinados), facilitando o trabalho da equipe dicamento não foi administrado por algum motivo o
de enfermagem e o reconhecimento dos medicamentos horário correspondente deve ser circundado (rodelado,
pelo paciente. ―bolado‖) à caneta e a justificativa devidamente anotada
– realizar o preparo somente quando tiver a certeza no prontuário do paciente.
do medicamento prescrito, dosagem e via de administra- É importante verificar o(s) motivo(s) de recusa do pa-
ção; as medicações devem ser administradas sob pres- ciente e tentar reorientá-lo quanto à importância do(s)
crição médica, mas em casos de emergência é aceitável medicamento(s) em seu tratamento.
fazê-las sob ordem verbal (quando a situação estiver sob É comum o paciente queixar-se dos efeitos que al-
controle, todas as medicações usadas devem ser prescri- guns medicamentos produzem no seu organismo, e a
tas pelo médico e checadas pelo profissional de enfer- equipe de enfermagem pode ajudá-lo avaliando e pro-
magem que fez as aplicações);
curando alternativas que melhorem a situação de acordo
– identificar o medicamento preparado com o nome com os problemas apresentados. Às vezes, o simples fato
do paciente, número do leito, nome da medicação, via de
de desconcentrar os medicamentos em horários diferen-
administração e horário;
tes pode oferecer resultados satisfatórios.
– observar o aspecto e características da medicação,
Administrando medicamentos por via oral e sublin-
antes de prepará-la;
gual
– deixar o local de preparo de medicação em ordem e
Material necessário:
limpo, utilizando álcool a 70% para desinfetar a bancada;
– bandeja
utilizar bandeja ou carrinho de medicação devidamen-
– copinhos descartáveis
te limpos e desinfetados com álcool a 70% quando da
– fita adesiva para identificação
preparação de medicamentos para mais de um paciente,
– material acessório: seringa, gazes, conta-gotas, etc.
é conveniente organizar a bandeja dispondo-os na se-
– água, leite, suco ou chá
quência de administração.
Avaliar o paciente antes de preparar os medicamen-
Similarmente, seguem-se as orientações relativas à
tos, verificando as condições e os fatores que influenciam
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

fase de administração: manter a bandeja ou o carrinho


a administração por essas vias, como jejum, controle hí-
de medicação sempre à vista durante a administração,
drico, sonda nasogástrica, náuseas e vômitos.
nunca deixando-os, sozinhos, junto ao paciente; antes Os cuidados para o preparo de medicamentos admi-
de administrar o medicamento, esclarecer o paciente so- nistrados por via oral dependem de sua apresentação.
bre os medicamentos que irá receber, de maneira clara No caso do medicamento líquido, recomenda- se agitar
e compreensível, bem como conferir cuidadosamente a o conteúdo do frasco antes de entorná-lo no recipien-
identidade do mesmo, para certificar-se de que está ad- te graduado (copinho), segurando-o com o rótulo vol-
ministrando o medicamento à pessoa certa, verificando a tado para cima, para evitar que o medicamento escorra
pulseira de identificação e/ou pedindo-lhe para dizer seu acidentalmente. Envolver o gargalo do frasco com uma
nome, sem induzilo a isso; permanecer junto ao paciente gaze é uma alternativa para aparar o líquido, caso ocorra
até que o mesmo tome o medicamento. tal circunstância.
O momento de entornar o conteúdo do frasco, segu- Administrando medicamentos tópicos por via cutâ-
rando-o na altura dos olhos junto ao copinho, facilita a nea, ocular, nasal, otológica e vaginal
visualização da dose desejada. Material necessário:
Comprimidos, drágeas ou cápsulas devem ser colo- – bandeja
cados no copinho, evitando-se tocá-los diretamente com – espátula, conta-gotas, aplicador
as mãos – para tanto, utilizar a tampa do frasco para re- – gaze
passá-los ao copinho, ou mantê-los na própria embala- – luvas de procedimento
gem, se unitária. – medicamento
Para evitar interações medicamentosas, os medica-
mentos não devem ser dados simultaneamente. Assim, De maneira geral, recomenda-se a realização de teste
sempre que possível, o planejamento dos horários de de sensibilidade antes da aplicação medicamentosa por
administração deve respeitar esse aspecto. via cutânea.
Quando da administração simultânea de vários me- Para que haja melhor absorção do medicamento pela
dicamentos, a prática mais segura é a utilização de reci- pele, a mesma deve estar limpa e seca antes da aplicação.
pientes separados, possibilitando a correta identificação As loções, pastas ou pomadas são colocadas na pele e
dos medicamentos que efetivamente o paciente recebeu, espalhadas uniformemente com gaze, com a mão devi-
nos casos de aceitação parcial ou perdas acidentais de damente enluvada, seguindo-se as orientações específi-
parte deles – as embalagens unitárias não fornecem este cas de cada medicamento em relação à fricção, cobertu-
risco.
Quando da administração de medicação sublingual, ra, aplicação de calor, etc.
observar a correta colocação do medicamento sob a Para a aplicação tópica ocular, nasal e otológica é re-
língua do paciente, orientando o para que o mantenha, comendável que o frasco conta-gotas seja individual e,
sem mastigá-lo ou engoli-lo até ser totalmente dissol- durante a aplicação, não encoste na pele ou mucosa.
vido. Não se deve oferecer líquidos com a medicação Antes da aplicação ocular, faz-se necessário limpar os
sublingual. olhos para remover secreções e crostas. Com o pacien-
Administrando medicamentos por via retal te confortavelmente posicionado em decúbito dorsal ou
Material necessário: sentado, com o rosto voltado para cima, o profissional
– bandeja
deve expor a conjuntiva da pálpebra inferior e solicitar-
– luvas de procedimento
– forro de proteção -lhe que dirija o olhar para cima, após o que instila a
– gazes solução com o conta-gotas.Seqüencialmente, orientar o
– medicamento sólido ou líquido paciente para que feche as pálpebras e mova os olhos, o
– comadre (opcional) que espalha uniformemente o medicamento.
As formulações destinadas para uso retal podem ser Identicamente, as mesmas orientações devem ser se-
sólidas ou líquidas. A sólida, denominada supositório, guidas para a aplicação de pomada a ser distribuída ao
possui formato ogival e consistência que facilita sua apli- longo da pálpebra superior e inferior.
cação, não devendo ser partida. Dissolve-se em contato Para a instilação de medicamento nas narinas o pa-
com a temperatura corporal e é indicada principalmente
ciente deve manter a cabeça inclinada para trás; nesta
para a estimulação da peristalse, visando facilitar a defe-
cação – geralmente, os resultados manifestam-se dentro posição, o profissional aproximando conta-gotas e pinga
de 15 a 30 minutos, mas podem tardar uma hora. o número prescrito de gotas do medicamento.
Interação medicamentosa – é quando o efeito de um Na aplicação otológica a posição mais adequada é o
ou mais medicamentos são alterados pela administração decúbito lateral.
simultânea, neutralizando sua ação ou provocando uma A fim de melhor expor o canal auditivo, o profissional
reação adversa no paciente. deve puxar delicadamente o pavilhão do ouvido externo
Para quem tem intolerância gástrica, alguns analgési- para cima e para trás, no caso de adultos, e para baixo
cos são apresentados sob a forma de supositório. e para trás, em crianças, e instilar o medicamento Para
Se o paciente estiver capacitado para realizar o pro-
maior conforto do paciente, utilizar solução morna.
cedimento, o profissional deve oferecer-lhe o supositório
envolto em gaze e orientá-lo a introduzi-lo no orifício Os medicamentos intravaginais têm a forma de cre-
anal, no sentido do maior diâmetro para o menor (afila- me e óvulos, que são introduzidos com o auxílio de um
do), o que facilita a inserção. Caso esteja impossibilitado, aplicador de uso individual. O horário de aplicação mais
o auxiliar de enfermagem, utilizando luvas de procedi- recomendado é à noite, ao deitar, após a realização de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

mento, com o paciente em decúbito lateral, realiza essa higiene íntima. Com a mão enluvada, o profissional deve
tarefa. encher o aplicador com o creme (ou inserir o óvulo) e,
A formulação líquida, também denominada enema, mantendo a paciente em decúbito dorsal, introduzi-lo
consiste na introdução de uma solução no reto e sigmói-
aproximadamente 7,5 cm e pressionar o êmbolo para
de. As indicações variam, mas sua maior utilização é a
promoção da evacuação nos casos de constipação e pre- aplicar o medicamento . A paciente deve ser orientada
paro para exames, partos e cirurgias - porém, há enemas para permanecer deitada logo após a aplicação, visando
medicamentosos para terapêuticas específicas, como à evitar o refluxo do medicamento. As mulheres com con-
base de neomicina, visando reduzir a flora bacteriana in- dições de auto-aplicar-se devem ser instruídas quanto ao
testinal. procedimento.
Administrando medicamentos por via parenteral As precauções para administrar medicamentos pela
A via parenteral é usualmente utilizada quando se de- via parenteral são importantes para evitar danos muitas
seja uma ação mais imediata da droga, quando não há vezes irreversíveis ao paciente.
possibilidade de administrá-la por via oral ou quando há Antes da aplicação, fazer antissepsia da pele, com ál-
interferência na assimilação da droga pelo trato gastrin- cool a 70%.
testinal. A enfermagem utiliza comumente as seguintes É importante realizar um rodízio dos locais de aplica-
formas de administração parenteral: intradérmica, sub- ção, o que evita lesões nos tecidos do paciente, decor-
cutânea, intramuscular e endovenosa. rentes de repetidas aplicações.
Material necessário: Observar a angulação de administração de acordo
– Bandeja ou cuba-rim com a via e comprimento da agulha, que deve ser ade-
– Seringa quada à via, ao tipo de medicamento, à idade do pacien-
– Agulha te e à sua estrutura física.
– Algodão Após a introdução da agulha no tecido e antes de
– Álcool a 70% pressionar o êmbolo da seringa para administrar o medi-
– Garrote (aplicação endovenosa) camento pelas vias subcutânea e intramuscular, deve-se
aspirar para ter a certeza de que não houve punção de
– Medicamento (ampola, frasco-ampola)
vaso sangüíneo. Caso haja retorno de sangue, retirar a
A administração de medicamento por via parenteral
punção, preparar novamente a medicação, se necessário,
exige prévio preparo com técnica asséptica e as orienta-
e repetir o procedimento.
ções a seguir enunciadas visam garantir uma maior segu-
Desprezar a seringa, com a agulha junta, em recipien-
rança e evitar a ocorrência de contaminação. te próprio para materiais perfurocortantes.
Ao selecionar os medicamentos, observar o prazo de Via intradérmica
validade, o aspecto da solução ou pó e a integridade do
É a administração de medicamentos na derme, indi-
frasco.
cada para a aplicação de vacina BCG e como auxiliar em
Certificar-se de que todo o medicamento está con-
testes diagnósticos e de sensibilidade.
tido no corpo da ampola, pois muitas vezes o estreita-
Para testes de hipersensibilidade, o local mais utili-
mento do gargalo faz com que parte do medicamento
zado é a região escapular e a face interna do antebraço;
fique retida.
para aplicação de BCG, a região deltóide do braço direito.
Observar a integridade dos invólucros que protegem
Esticar a pele para inserir a agulha, o que facilita a
a seringa e a agulha; colocar a agulha na seringa com cui-
introdução do bisel, que deve estar voltado para cima;
dado, evitando contaminar a agulha, o êmbolo, a parte
visando atingir somente a epiderme, formar um ângulo
interna do corpo da seringa e sua ponta.
de 15º com a agulha, posicionando-a quase paralela à
Desinfetar toda a ampola com algodão embebido em superfície da mesma. Não se faz necessário realizar aspi-
álcool a 70%, destacando o gargalo; no caso de frasco- ração, devido à ausência de vaso sangüíneo na epiderme.
-ampola, levantar a tampa metálica e desinfetar a bor-
O volume a ser administrado não deve ultrapassar
racha.
a 0,5ml, por ser um tecido de pequena expansibilidade,
Proteger os dedos com algodão embebido em álcool
sendo utilizada seringa de 1ml e agulha 10x5 e 13x4,5.
a 70% na hora de quebrar a ampola ou retirar a tampa
Quando a aplicação é correta, identifica-se a forma-
metálica do frasco- ampola. Para aspirar o medicamento
ção de pápula, caracterizada por pequena elevação da
da ampola ou frasco ampola, segurá-lo com dois dedos
pele no local onde o medicamento foi introduzido.
de uma das mãos, mantendo a outra mão livre para rea- Via subcutânea
lizar, com a seringa, a aspiração da solução (figura 2 e 3).
É a administração de medicamentos no tecido sub-
No caso do frasco-ampola, aspirar o diluente, intro-
cutâneo, cuja absorção é mais lenta do que a da via intra-
duzi-lo dentro do frasco e deixar que a força de pressão
muscular. Doses pequenas são recomendadas, variando
interna desloque o ar para o interior da seringa. Homo-
entre 0,5ml a 1ml. Também conhecida como hipodérmi-
geneizar o diluente com o pó liofilizado, sem sacudir, e
ca, é indicada principalmente para vacinas (ex. anti-rábi-
aspirar. Para aspirar medicamentos de frasco de dose
ca), hormônios (ex. insulina), anticoagulantes (ex. hepari-
múltipla, injetar um volume de ar equivalente à solução
na) e outras drogas que necessitam de absorção lenta e
e, em seguida, aspirá-lo.
contínua.
O procedimento de introduzir o ar da seringa para
Seus locais de aplicação são a face externa do braço,
o interior do frasco visa aumentar a pressão interna do
região glútea, face anterior e externa da coxa, região pe-
mesmo, retirando facilmente o medicamento, haja vista
riumbilical, região escapular, região inframamária e flan-
que os líquidos movem-se da uma área de maior pressão
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

co direito ou esquerdo.
para a de menor pressão. Portanto, ao aspirar o medi-
Para não ultrapassar o tecido, deve-se primeiramen-
camento, manter o frasco invertido. Após a remoção do
te observar a constituição do tecido subcutâneo do pa-
medicamento, retirar o ar com a agulha e a seringa vol-
ciente, definindo o ângulo a ser administrado conforme a
tadas para cima. Recomenda-se puxar um pouco o êm-
agulha disponível (se agulha de 10x5, aplicar em ângulo
bolo, para remover a solução contida na agulha, visando
evitar seu respingo quando da remoção do ar. de 90º; se de 25x7, aplicar em ângulo de 45º).
Quando da introdução da agulha, fazer uma prega
A agulha deve ser protegida com o protetor e o êm-
no tecido subcutâneo, para facilitar sua localização. Para
bolo da seringa com o próprio invólucro.
Identificar o material com fita adesiva, na qual deve promover a absorção gradativa do medicamento, efe-
constar o nome do paciente, número de leito/quarto, tuar leve compressão sem friccionar ao retirar a agulha
medicamento, dose e via de administração. da pele.
Locais de aplicação pela via intradérmica Ângulos de Para a aplicação de injeção no deltóide, recomenda-
aplicação 15 graus. -se que o paciente esteja em posição sentada ou deitada.
Via intramuscular Medir 4 dedos abaixo do ombro e segurar o músculo
A via intramuscular é utilizada para administrar medi- durante a introdução da agulha .
camentos irritantes, por ser menos dolorosa, consideran- O músculo vasto lateral encontra-se na região ante-
do-se que existe menor número de terminações nervo- ro-lateral da coxa.
sas no tecido muscular profundo. A absorção ocorre mais Indica-se a aplicação intramuscular no terço médio
rapidamente que no caso da aplicação subcutânea, de- do músculo, em bebês, crianças e adultos
vido à maior vascularização do tecido muscular. O volu- A região ventroglútea, por ser uma área desprovida
me a ser administrado deve ser compatível com a massa de grandes vasos e nervos, é indicada para qualquer ida-
muscular, que varia de acordo com a idade, localização de, principalmente para crianças.
e estado nutricional. Considerando-se um adulto com Localiza-se o local da injeção colocando-se o dedo
peso normal, o volume mais adequado de medicamento indicador sobre a espinha ilíaca antero-superior e, com a
em aplicação no deltóide é de aproximadamente 2ml; no palma da mão sobre a cabeça do fêmur (trocanter), em
glúteo, 4 ml e na coxa, 3 ml35, embora existam autores seguida desliza-se o adjacente (médio) para formar um
que admitam volumes maiores. V. A injeção no centro do V alcança os músculos glúteos
De qualquer maneira, quantidades maiores que 3ml Para aplicar medicamentos muito irritantes por via in-
devem ser sempre bem avaliadas pois podem não ter tramuscular, a técnica em Z é indicada, pois promove a
uma adequada absorção36. vedação do trajeto e a manutenção do medicamento no
Locais de aplicação pela via subcutânea
espaço intramuscular.
Ângulos de aplicação 90º 45º
Neste caso, a pele é deslocada lateralmente para lon-
As complicações mais comuns da aplicação intramus- ge do local previamente escolhido para aplicação da inje-
cular são a formação de nódulos, abscessos, necrose e ção (figura 7). Penetra-se a agulha no músculo, injetando
lesões de nervo. a medicação lentamente. Retira-se a agulha e solta-se a
Administrando medicamentos por via intramuscular
pele, formando o Z (figura 8). O local da injeção não deve
Preparar o medicamento, atentando para as reco-
ser massageado, pois isto pode provocar lesão tecidual.
mendações da prescrição e do fabricante. Para aplicação • Via endovenosa
em adulto eutrófico, as agulhas apropriadas são 25x7, A via endovenosa é utilizada quando se deseja uma
25x8, 30x7 e 30x8. No caso de medicamentos irritantes, ação rápida do medicamento ou quando outras vias
a agulha que aspirou o medicamento deve ser trocada, não são propícias. Sua administração deve ser feita com
visando evitar a ocorrência de lesões teciduais. muito cuidado, considerando-se que a medicação entra
Orientar o paciente para que adote uma posição con- diretamente na corrente sangüínea, podendo ocasionar
fortável, relaxando o músculo, processo que facilita a in- sérias complicações ao paciente caso as recomendações
trodução do líquido, evita extravasamento e minimiza a preconizadas não sejam observadas. As soluções admi-
dor. nistradas por essa via devem ser cristalinas, não-oleosas
Evite a administração de medicamentos em áreas e sem flocos em suspensão.
inflamadas, hipotróficas, com nódulos, paresias,paraple- Para a administração de pequenas quantidades de
gias e outros, pois podem dificultar a absorção do me- medicamentos são satisfatórias as veias periféricas da
dicamento. prega (dobra) do cotovelo, do antebraço e do dorso das
Num movimento único e com impulso moderado, mãos. A medicação endovenosa pode ser também apli-
mantendo o músculo com firmeza, introduzir a agulha cada através de cateteres intravenosos de curta/longa
num ângulo de 90º, puxar o êmbolo e, caso não haja permanência e flebotomia.-
retorno de sangue administrar a solução. Após a intro- Locais de aplicação pela via intramuscular e a técnica
dução do medicamento, retirar a agulha - também num em Z.
único movimento – e comprimir o local com algodão O medicamento pode ainda ser aplicado nas veias su-
molhado com álcool a 70%. perficiais de grande calibre: região cubital, dorso da mão
Os locais utilizados para a administração de medica- e antebraço.
mentos são as regiões do deltóide, dorsoglútea, ventro- Material necessário:
glútea e antero-lateral da coxa. – bandeja
A região dorsoglútea tem o inconveniente de situar- – bolas de algodão
-se próxima ao nervo ciático, o que contra-indica esse
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

– álcool a 70%
tipo de aplicação em crianças. A posição recomendada – fita adesiva hipoalergênica
é o decúbito ventral, com os pés voltados para dentro, – garrote
facilitando o relaxamento dos músculos glúteos; caso – escalpe(s) – adequado(s) ao calibre da veia do pa-
não seja possível, colocar o paciente em decúbito lateral. ciente)
O local indicado é o quadrante superior externo, cerca – seringa e agulha
de 5cm abaixo do ápice da crista ilíaca. Outra maneira Deve-se, preferencialmente, administrar o medica-
de identificar o local de aplicação é traçando uma linha mento no paciente deitado ou sentado, já que muitos
imaginária da espinha ilíaca póstero-superior ao trocan- medicamentos podem produzir efeitos indesejáveis de
ter maior do fêmur; a injeção superior ao ponto médio da imediato; nesses casos, interromper a aplicação e comu-
linha também é segura (figura 1) .
nicar o fato à enfermeira ou ao médico.
Inspecionar as condições da rede venosa do paciente Os pacientes que deambulam devem ser orientados
e selecionar a veia mais apropriada; garrotear o braço a manter o frasco elevado, para promover gotejamen-
aproximadamente 10cm acima da veia escolhida. Para fa- to contínuo, evitar refluxo e coagulação sangüínea com
cilitar a visualização da veia de mão e braço, solicitar que possível obstrução do cateter.
o paciente cerre o punho durante a inspeção e a punção Na administração de soluções, não deve haver pre-
venosa. Esticar a pele durante a introdução da agulha, sença de ar no sistema, para evitar embolia gasosa.
com o bisel voltado para cima mantendo um ângulo de Quando a solução do frasco estiver acabando, ficar aten-
15º a 30º. Observar o retorno do sangue, soltar o garrote to para promover a troca imediata após seu término, evi-
e injetar o medicamento lentamente; ao retirar a agulha, tando a interrupção e perda da via de acesso.
comprimir o local. Recomenda-se que os acessos periféricos sejam tro-
Na administração de soluções, não deve haver pre- cados em intervalos de 72 horas e sempre que necessá-
sença de ar na seringa, o que evita embolia gasosa. rio.
• Venóclise Coleta de materiais para exames
Venóclise é a administração endovenosa de regular
quantidade de líquido através de gotejamento controla- Orientação para a coleta de exames:
do, para ser infundido num período de tempo pré-deter-
minado. É indicada principalmente para repor perdas de Caso esteja fazendo uso de medicamentos, não es-
líquidos do organismo e administrar medicamentos. As queça de relatar no guichê de atendimento, no momento
soluções mais utilizadas são a glicosada a 5% ou 10% e a de cadastro da fatura.
fisiológica a 0,9%. A utilização ou suspensão de medicamentos deve se-
Antes de iniciar o procedimento, o paciente deve ser guir orientação do médico que trata o paciente.
esclarecido sobre o período previsto de administração, O paciente não deve deixar de beber água, ainda que
correlacionando-o com a importância do tratamento e tenha que fazer exames que necessitem de jejum.
da necessidade de troca a cada 72 horas. O profissional Para coletas de crianças e gestantes, a orientação
deve evitar frases do tipo ―não dói nada‖, pois este é um quanto ao jejum deve ser dada pelo médico.
procedimento dolorido que muitas vezes requer mais de O teste alérgico de contato deve ser realizado pre-
uma tentativa. Isto evita que o paciente sinta-se engana- ferencialmente, de segunda à quarta-feira, visto que a
do e coloque em cheque a competência técnica de quem leitura do exame leva 48 horas.
realiza o procedimento. Exames de sangue em geral
Material necessário: A coleta de sangue deve ser realizada preferencial-
– o mesmo utilizado na aplicação endovenosa, acres- mente com o paciente em jejum, de acordo com o exame
centando- se frasco com o líquido a ser infundido, su- a ser realizado:
porte, medicamentos, equipo, garrote, cateter periférico - 4h para coleta de sangue que tenha cortisol, lem-
como escalpe, gelco ou similar, agulha, seringa, adesivo brando que a mesma deverá ser feita até às 8h da manhã,
(esparadrapo, micropore ou similar), cortado em tiras e além de ser imprescindível informar os medicamentos
disposto sobre a bandeja, acessórios como torneirinha e em uso, principalmente glicocorticóides (inclusive poma-
bomba de infusão, quando necessária. das e cremes), dia e hora da última dose;
No preparo da solução, atentar para a correta identi- - 4h para dosagem de prolactina, recomendando-se
ficação, registrando no rótulo do frasco o nome do pa- um repouso de 30 minutos antes da coleta, para quem
ciente, a solução a ser injetada, os medicamentos, tempo fez exercícios físicos;
em que a solução deverá correr, número de gotas/minu- - 8h para dosagem de glicose;
to, início e término, data e assinatura. - 12h para dosagens que incluam colesterol, triglice-
A punção venosa deve ser feita em local longe de arti- rídios e lipidograma;
culações e de fácil acesso, visando facilitar a manutenção - 06h para as demais coletas.
da via e oferecer conforto ao paciente. Jamais puncionar Coleta para a glicemia pós-prandial
veias esclerosadas, devido à deficiência circulatória. Este exame exige duas coletas de sangue: a primeira
Realizar a punção com técnica asséptica, mantendo deve ser feita com o paciente em jejum de 08 horas. Após
todo o conjunto de punção limpo, inclusive sua fixação, esta coleta, o paciente deverá fazer uma refeição normal
para prevenir infecção local. do seu dia a dia ou então, dependendo do horário, um
Manter as conexões do sistema bem adaptadas, evi- lanche contendo pão francês com manteiga e queijo, lei-
tando extravasamento de solução, contaminação, refluxo te adoçado a gosto e suco de laranja. Duas horas após
sangüíneo e entrada de ar. esta refeição, deve proceder-se à segunda coleta de san-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A fim de detectar precocemente a infiltração de so- gue. No intervalo entre as duas coletas, o paciente deve
lução nos tecidos adjacentes, manter constante obser- aguardar sentado.
vação do local. Na presença de sinais de flebite, retirar o
dispositivo de punção e providenciar outra via de acesso. PSA Total e Livre
Para garantir a infusão do volume e dosagem dentro A coleta de sangue deve ser feita com o paciente em
do tempo estabelecido, controlar constantemente o go- jejum de 4 horas. A coleta só deve ser feita observando
tejamento da infusão. Estes cuidados visam evitar dese- as seguintes instruções:
quilíbrio hidroeletrolítico e/ou reações adversas. - Após ejaculação, aguardar 48 horas;
O gotejamento não deve ser alterado em casos de - Após exercícios pesados, aguardar 24 horas;
atraso de infusão, para que não haja sobrecarga cardíaca - Após ter andado de bicicleta (inclusive ergométrica),
por aumento brusco de volume. motocicleta ou cavalo, aguardar 48 horas;
- Após toque retal, aguardar 72 horas; Coleta de Escarro (Pesquisa de BAAR Cultura para BK
- Após biópsia de próstata, aguardar 04 semanas; Pesquisa direta de fungos Bacterioscopia - GRAM)
- Após massagem na próstata, aguardar 04 semanas; A coleta deve ser feita preferencialmente pela manhã
- Após realizar ultrassom transretal, aguardar 07 dias. ao acordar, antes da ingestão de alimentos sólidos ou
líquidos. Fazer higiene oral com bochechos e gargarejos
Coleta de fezes (Exame parasitológico de fezes - EPF) somente com água. Inspirar profundamente algumas ve-
Realizar a coleta preferencialmente pela manhã no zes e tossir procurando expectorar a quantidade máxima
dia da entrega ao laboratório. Se for preciso coletá-las de secreção dos pulmões. Recolher o catarro diretamen-
no dia anterior, mantê-las armazenadas na geladeira. te no recipiente estéril adequado, tampando-o imediata-
Colocar as fezes em recipiente adequado, sem enchê-lo, mente. é importante lembrar da necessidade de coletar
pois a quantidade de amostra necessária para a análise escarro e não saliva, para não invalidar o resultado do
é pequena. exame.
Coleta de fezes para pesquisa de sangue oculto
Pesquisa e coleta para fungos
Realizar a coleta preferencialmente pela manhã no
Suspender o uso de medicamentos antimicóticos, de
dia da entrega ao laboratório. Se for preciso coletá-las esmalte (caso a coleta seja nas unhas), cremes e loções
no dia anterior, mantê-las armazenadas na geladeira. no local com, no mínimo, 15 (quinze) dias de antecedên-
Colocar as fezes em recipiente adequado, sem enchê-lo, cia.
pois a quantidade de amostra necessária para a análise Coleta de Esperma para espermocultura
é pequena. O material deve ser colocado em recipiente A coleta deve ser realizada com o uso de recipien-
limpo e seco. Não coletar durante o período menstrual te estéril, fornecido pelo Instituto, o qual só deverá ser
ou quando houver sangramento local. Medicamentos aberto no momento da ejaculação, devendo-se não to-
proibidos: car a parte interna do recipiente. Deve-se tomar os cui-
-Medicamentos irritantes do trato gastrointestinal dados necessários a fim de evitar a perda do material no
(analgésicos, antiinflamatórios e vitamina C). momento da coleta.
OBS: A técnica laboratorial utilizada atualmente não
Coleta de Esperma para espermograma
obriga dieta alimentar para realização do exame, como
Manter abstinência sexual (não fazer sexo ou mastur-
era recomendado no passado. bação) por 05 (cinco) dias. A coleta deve ser realizada
Coleta de fezes com conservante (Exame parasitoló- com o uso de recipiente estéril, fornecido pelo Instituto,
gico de fezes - MIF) o qual só deverá ser aberto no momento da ejaculação,
Coletar em recipiente específico, contendo líquido devendo-se não tocar a parte interna do recipiente. De-
conservante, 03 (três) amostras de fezes em três dias ve-se tomar os cuidados necessários a fim de evitar a
consecutivos ou alternados, cada uma delas do tamanho perda do material no momento da coleta.
de uma colher do coletor cheia, misturando as amostras
ao líquido conservante. ATENÇAO: O líquido conservante Coleta de urina de 24 horas
contido no recipiente de coleta é tóxico (não ingerir). Pela manhã, esvaziar a bexiga desprezando toda
Coleta para dosagem de gordura fecal a urina e marcando a hora exata em que terminou de
O paciente não pode estar fazendo uso de suposi- urinar. A partir da hora marcada, coletar todas as urinas
eliminadas pelas próximas 24 horas em recipientes plás-
tórios ou laxantes e deve evitar contaminação das fezes
ticos, do tipo garrafa de água mineral sem gás, tantos
com urina. Acrescentar à dieta habitual do paciente:
quanto forem necessários, mantendo as amostras cole-
03 (três) colheres de sopa de azeite;
tadas refrigeradas em geladeira. Por exemplo, se a coleta
03 (três) fatias de presunto gordo; teve início às 08:00 horas, deve-se coletar a urina até às
03 (três) colheres de sopa de creme de leite; 08:00 horas da manhã seguinte, inclusive..
01 (uma) colher de sopa de manteiga (não pode ser
margarina); Coleta de urina jato médio (Pesquisa e cultura para
01 (uma) fatia de queijo. BK)
Esta dieta deverá ser iniciada 48 horas (dois dias) an- Fazer a higiene da região genital com bastante água
tes do início da coleta do material, e mantida durante o e sabão (não usar antisséptico). Colocar em recipiente
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

transcurso da coleta, que deverá ser feita por 72 horas (garrafa de água mineral sem gás) toda a primeira mic-
(três dias), colocando todo o volume de todas as evacua- ção matinal. Fazer a entrega da urina no Setor de Recep-
ções em um único recipiente plástico próprio, que pode- ção de Material até 01 (uma) hora após a coleta. Se isto
rá ser guardado na geladeira. Se o início da coleta se der não for possível, acondicionar o recipiente contendo a
urina em saco com gelo.
às 10h do dia 17, por exemplo, seu término se efetuará às
10h do dia 20. Para sua própria orientação, não esqueça Coleta para exame de urina (EAS) / Cultura de Urina
de assinalar no recipiente a data e a hora de cada coleta A amostra deverá ser coletada pelo paciente na ma-
realizada, observando que é de extrema importância o nhã do dia destinado a entrega do mesmo (primeira
exato registro dos horários para a realização do exame. urina do dia). Fazer a higiene da região genital apenas
com água e sabão. Desprezar o primeiro jato urinário e
colher o restante o suficiente para encher o recipiente - Exame Preventivo do câncer do colo do útero
adequado. Fazer a entrega do material no laboratório até - Ultrassonografia transvaginal
1h após a coleta. Caso não seja possível, acondicionar o - Densitometria óssea
recipiente em um saco com gelo. Para cultura de urina, A rotina básica de exames na primeira consulta da
deve ser adquirido na farmácia o frasco coletor estéril. mulher no climatério consta de exames para prevenção
de doenças, detecção precoce ou mesmo para a avalia-
Cultura e contagem de colônias (Urocultura) ção da saúde em geral. Deve ser repetida com regulari-
A amostra de urina para exame deverá ser coletada dade (semestral, anual, bianual, trianual) de acordo com
necessariamente na manhã do dia destinado a entrega os protocolos específicos em vigor, o que pode ser mo-
do material (primeira urina do dia). Fazer a higiene da dificado na presença ou não de intercorrências ou alte-
região genital com bastante água e sabão (não utilizar rações.
qualquer antisséptico). Coletar, no recipiente estéril, so-
mente o jato médio da urina, desprezando a primeira Exames Laboratoriais
porção da micção. Fazer a entrega da urina no Setor de A instalação do climatério é gradativa e se eviden-
Recepção de Amostras até 01 (uma) hora após a coleta. cia clinicamente em maior ou menor grau a depender
Se isto não for possível, acondicionar o recipiente con- de vários fatores. Porém a ocorrência da menopausa é
tendo a urina, em saco com gelo. eminentemente clínica, caracterizada pela cessação das
menstruações por um período de 12 meses ou mais.
Exames Complementares Não há, portanto, necessidade de dosagens hormo-
nais a não ser quando a menopausa for cirúrgica e/ou
Preventivo ginecológico houver dúvidas em relação ao quadro hormonal. A dosa-
gem do FSH é suficiente para o diagnóstico de hipofun-
Conforme descrito anteriormente, a inspeção da vul- ção ou falência ovariana, quando o resultado for maior
va deve ser realizada rotineiramente uma vez ao ano, du- do que 40 mUI/ml.
rante o exame físico e caso haja anormalidades, deve-se Os exames laboratoriais de rotina para o acompanha-
proceder à genitoscopia e à biópsia. mento do climatério constam no quadro abaixo e de-
A coleta do material para citopatologia deve abranger vem ser colhidos após 12 horas de jejum, à exceção da
a ectocérvice e endocérvice, e nas mulheres histerecto- pesquisa de sangue oculto nas fezes (PSO), que requer
mizadas, o fundo-de-saco vaginal. A ocorrência de hipo orientações dietéticas para os dias anteriores ao exame.
ou atrofia da mucosa pode comprometer a qualidade do As solicitações de exames relacionados com investiga-
material citológico, podendo ocorrer sangramentos por ções mais específicas devem seguir as indicações preco-
traumatismos e processo inflamatório que são comuns nizadas para cada caso e sua possibilidade de realização.
nesta fase. A JEC (Junção Escamo Colunar) migra para o Rastreamento mamário
interior do canal endocervical, causando entropia e difi- A detecção precoce é a principal estratégia para con-
culdade de obtenção das células glandulares na amostra. trole do câncer de mama. Segundo as recomendações
O pH vaginal também sofre alterações, com tendência do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o rastreio para
à alcalinização e mudança da flora, predispondo muitas detecção precoce do câncer mamário, em mulheres as-
vezes ao crescimento bacteriano com ocorrência de va- sintomáticas, assim como as condutas clínicas a serem
ginite ou vaginose. As lesões suspeitas identificadas de- adotadas para o diagnóstico e tratamento.
vem ser biopsiadas e tratadas. A presença de atrofia que
comprometa a qualidade do exame ou traga desconforto Ações recomendadas:
importante à mulher, indica a utilização prévia de estro- 1. Exame Clínico das Mamas
gênio vaginal. Preferencialmente utiliza-se estriol ou pro- O exame clínico das mamas faz parte do exame físico
mestriene, aplicando-se 2 cc do creme durante sete dias de rotina, e deve ser realizado conforme as recomenda-
e aguardando de três a cinco dias (ideal) para a coleta. ções técnicas do Consenso para o Controle do Câncer de
Quando a atrofia for intensa, pode ser utilizado creme Mama/
à base de estrogênios conjugados, (1 a 2 cc do creme Diretrizes Nacionais para Condutas Clínicas do Câncer
durante sete dias, aguardando de três a cinco dias para da Mama;
coleta), sempre atentando para possíveis alterações en- Deve ser realizado em todas as mulheres, em qual-
dometriais, sangramentos ou mastalgia nas mais idosas quer idade, durante a consulta, por profissional qualifica-
ou mais sensíveis ao tratamento hormonal. do, médico ou enfermeiro;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- A partir dos 40 anos, deve ser realizado anualmente


Os exames complementares essenciais para o acom- em todas as mulheres.
panhamento do climatério estão abaixo relacionados, 2. Mamografia
cuja indicação e periodicidade de realização deverá se- A mamografia permite a detecção precoce do câncer,
guir as orientações definidas de acordo com os protoco- por ser capaz de descobrir lesões em fase inicial. Neste
los clínicos adotados por este Ministério seguindo cada exame, a mama é comprimida e radiografada, de forma a
especificidade. fornecer melhores imagens, portanto, melhor capacida-
- Avaliação laboratorial de de diagnóstico. O desconforto provocado é discreto
- Mamografia e ultrassonografia mamária (de acor- e suportável. Estudos sobre a efetividade da mamografia
do com as diretrizes de rastreamento para o câncer de sempre utilizam o exame clínico como exame adicional,
mama) o que torna difícil distinguir a sensibilidade do método
como estratégia isolada de rastreamento. Deve ser soli- Investigação endometrial
citada de rotina para as mulheres com idade entre 50 e A indicação da investigação endometrial na rotina
69 anos, com o intervalo máximo de dois anos entre os está relacionada a sintomas genitais como sangramen-
exames. tos irregulares na pré, durante ou após a instalação da
Está indicado o exame clínico das mamas e a mamo- menopausa.
grafia anual, a partir dos 35 anos, para as mulheres per- Mulheres, mesmo assintomáticas, em utilização de
terapia hormonal (TH), moduladores seletivos dos recep-
tencentes a grupos populacionais com risco elevado de
tores de estrogênios (SERMs), tibolona, fitoterápicos e
desenvolver câncer de mama. São consideradas mulheres outros que apresentem ação estrogênica, devem ser ava-
de risco elevado aquelas com: um ou mais parentes de liadas através de ultrassonografia da pelve, anualmente.
primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com câncer de mama Métodos não invasivos:
antes dos 50 anos; um ou mais parentes de primeiro grau - Teste de Progesterona: consta da administração de
com câncer de mama bilateral ou câncer de ovário; histó- 10mg de acetato de medroxiprogesterona durante 7 a 10
ria familiar de câncer de mama masculina; lesão mamária dias. O teste é positivo quando da ocorrência de sangra-
proliferativa com atipia comprovada em biópsia. mento uterino durante ou até 15 dias após a suspensão
As mulheres submetidas ao rastreamento devem ter da medicação, (quando não houver uso prévio de estro-
garantido o acesso aos exames de diagnóstico, ao tra- gênio) o que sugere espessamento endometrial e indica
tamento e ao acompanhamento das alterações encon- necessidade de avaliação. Somente tem indicação após
tradas. a menopausa.
O autoexame das mamas não deve substituir o exame - Ultrassonografia pélvica (preferentemente por via
clínico realizado por profissional de saúde treinado para transvaginal): possibilita a mensuração e observação do
essa atividade e o INCA não estimula o autoexame das aspecto endometrial. É considerado normal até 5mm (e
mamas como estratégia isolada de detecção. Entretan- até 8mm nas mulheres usuárias de TH). Nos casos de es-
to, o exame das mamas pela própria mulher ajuda no pessamento é obrigatório prosseguir a investigação por
conhecimento do corpo e deve estar contemplado nas histeroscopia e biópsia endometrial, ou mesmo cureta-
ações de educação para a saúde. gem para estudo anatomopatológico.
As evidências científicas sugerem que o autoexame
das mamas não é eficiente para o rastreamento e não Rastreamento ovariano
contribui para a redução da mortalidade por câncer de O rastreio de patologias ovarianas é feito por meio
mama. Além disso, o autoexame das mamas traz consigo da anamnese e do exame físico, que indicam as mani-
consequências negativas, como aumento do número de festações clínicas sugestivas de patologia ovariana, assim
biópsias de lesões benignas, falsa sensação de segurança como de antecedentes familiares positivos que acrescen-
nos autoexames falsamente negativos e impacto psicoló- tam risco a essas mulheres, o que requer avaliação diri-
gico negativo nos autoexames falsamente positivos. gida. A ultrassonografia transvaginal associada ou não à
Preventivo ginecológico dopplerfluxometria e à dosagem do CA 125 são exames
Conforme descrito anteriormente, a inspeção da vul- indicados na investigação de patologias ovarianas.
va deve ser realizada rotineiramente uma vez ao ano, du-
rante o exame físico e caso haja anormalidades, deve-se A enfermagem e a consulta clínico-ginecológica
proceder à genitoscopia e à biópsia. Quando recebemos uma mulher na Unidade de Saú-
A coleta do material para citopatologia deve abranger de, é importante valorizar suas queixas e perceber com
a ectocérvice e endocérvice, e nas mulheres histerecto- que urgência suas necessidades precisam ser atendidas.
mizadas, o fundo-de-saco vaginal. A ocorrência de hipo O exame preventivo deve ser feito anualmente e após
ou atrofia da mucosa pode comprometer a qualidade do dois resultados negativos consecutivos o intervalo deve-
material citológico, podendo ocorrer sangramentos por rá ser de 3 anos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1994). Porém
traumatismos e processo inflamatório que são comuns a mulher deve procurar a unidade de saúde, caso sinta
nesta fase. A JEC (Junção Escamo Colunar) migra para o qualquer sinal ou sintoma diferente em seu corpo.
interior do canal endocervical, causando entropia e difi- A consulta clínico-ginecológica tem por objetivo
culdade de obtenção das células glandulares na amostra. identificar o mais precocemente possível distúrbios que
O pH vaginal também sofre alterações, com tendência afetam especialmente os órgãos reprodutores femininos
à alcalinização e mudança da flora, predispondo muitas e as mamas, além de olhar para a saúde da mulher de
vezes ao crescimento bacteriano com ocorrência de va- uma maneira geral.
ginite ou vaginose. As lesões suspeitas identificadas de- Os principais sintomas ginecológicos que levam as
vem ser biopsiadas e tratadas. A presença de atrofia que mulheres a buscarem atendimento são: a dor, as modi-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

comprometa a qualidade do exame ou traga desconforto ficações dos ciclos menstruais, as hemorragias e o corri-
importante à mulher, indica a utilização prévia de estro- mento vaginal.
gênio vaginal. Preferencialmente utiliza-se estriol ou pro- A dor é um sintoma muito frequente em ginecologia,
mestriene, aplicando-se 2 cc do creme durante sete dias quase sempre subjetiva e inconstante. É importante iden-
e aguardando de três a cinco dias (ideal) para a coleta. tificar a origem, o tipo, a intensidade e em que momento
Quando a atrofia for intensa, pode ser utilizado creme ou situação ocorre. As modificações ou perturbações dos
à base de estrogênios conjugados, (1 a 2 cc do creme ciclos menstruais podem se caracterizar em diferentes
durante sete dias, aguardando de três a cinco dias para formas:
coleta), sempre atentando para possíveis alterações en-
a) Alterações no volume: hipermenorreia (aumento
dometriais, sangramentos ou mastalgia nas mais idosas
do volume sanguíneo) ou hipomenorreia (diminuição do
ou mais sensíveis ao tratamento hormonal.
volume sanguíneo).
b) Período dos ciclos: polimenorreia (ciclos mens- -Deve-se testar a temperatura da água, antes do ba-
truais frequentes), oligomenorreia (diminuição dos ciclos nho do paciente. Geralmente se usa água morna.
menstruais) ou amenorreia (ausência de menstruação).
As amenorreias podem ser primárias quando aparecem 1.2. Higiene oral
na adolescência, e secundárias, quando presentes em
mulheres ou adolescentes que já menstruaram e cujos Definição: consistem na limpeza dos dentes, gengivas,
ciclos se interromperam por pelo menos três meses. bochechas, língua e lábios.
c) A menorragia representa o aumento quantitativo
dos sangramentos menstruais, com alongamento fre- Condições patológicas que predispõem a irritação e a
quente da duração das menstruações. As menorragias se lesão da mucosa oral: estado de coma, hipertermia.
diferenciam da metrorragias, que são sangramentos que
aparecem fora dos ciclos menstruais. Finalidades Promover conforto ao paciente:
d) A dismenorreia ou menstruação dolorosa pode - Evitar halitose,
surgir antes, no desencadeamento ou durante o ciclo - Prevenir carie dentaria,
menstrual. Em seu mecanismo estão presentes fenôme- - Conservar a boca livre de resíduos alimentares.
nos espasmódicos, vasculares, congestivos e, com fre-
quência, também psicológicos. 1.2.1. Higiene oral (em pacientes impossibilitados
As hemorragias genitais podem ser provenientes de de cuidar de si)
qualquer ponto do aparelho genital, mas geralmente
procedem do útero e de seus anexos e através do canal Material:
vaginal exteriorizam-se na vulva. Têm valor diagnóstico -Solução antisséptica - solução bicarbonatada (para
muito grande. Por isso, deve-se especificá-las consideran- cada 1 colher de chá, 500 ml de água);
do principalmente as características abaixo relacionadas: -Espátula envoltas em gazes;
- Cor vermelho vivo ou escurecido, com ou sem coá- -Lubrificante (vaselina liquida);
gulos; -Toalha;
- Volume; -Copo para colocar solução antisséptica;
- Associação com outros sintomas, notadamente do- -Luvas;
res, leucorreias e menstruação; -Cuba-rim
- Tempo de aparecimento, duração e periodicidade;
Técnica
- Associação com outras doenças;
- Lavar as mãos;
- Existência de outros elementos, como as secreções - Explicar ao paciente o que ser feito;
purulentas, urina (no caso de fistulas vesico-uterinas) e/ - Calcar luvas;
ou tecido necrótico ou embrionário. - Reunir o material na mesa de cabeceira;
O corrimento vaginal, chamado leucorreia, é represen- - Colocar o paciente em posição confortável, com a
tado pela saída de secreção de coloração e abundância cabeceira elevada. Em pacientes inconscientes, co-
variável. A leucorreia fisiológica é uma secreção normal- loca-los em decúbito lateral;
mente produzida pelas mucosas vulvares, endocervical, - Colocar a toalha na parte superior do tórax e pescoço
ectocervical e sobretudo vaginal que pode ocasionar cor- do paciente, com forro plástico, se necessário;
rimento sem dar motivo para inquietação e/ou tratamen- - Proceder a limpeza de toda a boca do paciente usan-
to. As leucorreias patológicas estão ligadas a inflamações do as espátulas envoltas em gazes, embebidas em
vulvovaginais, e pela sua relevância e frequência devem solução antisséptica diluído em água;
ser diagnosticadas e tratadas. - Utilizar cuba-rim para o paciente ―bochechar‖;
- Limpar a língua, para evitar que fique seborreica;
1. Higiene do paciente - Enxugar os lábios com a toalha;
- Lubrificar os lábios com vaselina liquida, para evitar
1.1. Normas para os Cuidados de Higiene e Con- rachaduras;
forto - Retirar luvas;
- Lavar as mãos;
-A higiene do paciente fica a cargo da Equipe de En- - Recompor a unidade;
fermagem; - Anotar no prontuário o que foi feito e anormalidades
-Explicar sempre ao paciente o que vai ser feito; detectadas.
-Preferencialmente realizar a higiene oral do paciente,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

antes do banho e apos as refeições, com solução de Obs: Em pacientes neurológicos, com lesão cervical,
Bicarbonato de Sódio, e quando se fizer necessário; usar a espátula com gaze, para retirar o excesso de liquido
da solução antisséptica, sem mobilizar a cabeça;
-Ao lidar com o paciente, de maneira direta, e impres-
- Em pacientes conscientes, ele próprio deve escovar
cindível o uso de luvas para procedimentos;
os dentes.
-Cuidar durante o banho, para não expor, desnecessa-
riamente, o paciente. A privacidade contribui muito 1.2.2. Higiene oral em paciente entubado
para o conforto mental do paciente;
-Secar bem toda a superfície do corpo do paciente, Material
principalmente as dobras; - Solução antisséptica - solução bicarbonatada,
-As portas do banheiro não devem ser trancadas, du- - Espátula envoltas em gazes,
rante o banho; - Lubrificante (vaselina liquida),
- Copo para colocar solução antisséptica, Técnica
- Seringa de 20 ml, - Lavar as mãos;
- Aspirador montado, - Explicar ao paciente o que vai fazer;
- Cânula de guedel (estéril), se necessário, - Reunir o material na bandeja e colocar sobre a mesa
- Toalha, de cabeceira do paciente
- Luvas, - Proteger o leito com biombo;
Técnica: - Colocar toalha sobre o tórax do paciente;
- Lavar as mãos; - Colocar o paciente em Fowler ou sentado quando
- Explicar ao paciente o que ser feito; for permitido;
- Calcar luvas; - Calcar as luvas;
- Reunir o material na mesa de cabeceira;
- Pedir ao paciente que remova a prótese com o uso
- Colocar o paciente em posição confortável, com a da toalha de papel. Se o paciente não puder remo-
cabeceira elevada ou em decúbito lateral se estiver ver as próteses sozinho, a enfermagem dever fazê-
inconsciente. Caso o paciente esteja com sonda -lo em seu lugar, lenta e cuidadosamente;
nasogástrica, abri-la, para evitar náuseas e refluxo - Colocar as próteses na cuba-rim, forrada com toalha
do conteúdo gástrico para a boca; de papel. Levar ao banheiro;
- Colocar a toalha na parte superior do tórax e pesco- - Colocar a pasta dental ou sabão liquida sobre a es-
ço do paciente, com forro plástico, se necessário; cova;
- Verificar se o cuff da cânula endotraqueal esta insu- - Segurar as próteses na palma da mão e escova-la
flado, para evitar que a solução antisséptica ou sa- com movimentos firmes da base dos dentes para
livação penetre na traqueia, durante a higienização; as pontas;
- Instilar água com auxilio da seringa, pelo orifício - Escovar a área de acrílico em toda sua extensão;
da cânula de guedel, e fazer aspiração ao mesmo - Lava-la sob jato de água fria;
tempo; - Desprezar o papel toalha da cuba-rim e colocar ou-
tro;
- Retirar a cânula de guedel e lava-la em água corren- - Colocar a prótese limpa na cuba-rim;
te na pia do quarto e recoloca-la, ou proceder asua - Lavar a escova com água corrente e coloca-los na
troca por outra estéril, caso, seja necessário ou que cuba-rim;
conforme rotina, já tenha dado 24 horas após a sua - Lavar as mãos enluvadas;
colocação; - Oferecer copo com solução antisséptica bucal, para
- Proceder a limpeza de toda a boca do paciente, que o paciente enxague a boca;
usando as espátulas envoltas em gazes embebidas - Entregar a prótese ao paciente ou coloque-a por
em solução antisséptica. Limpar o palato superior ele, no caso de impossibilidade do mesmo;
e toda a arcada dentaria; - Colocar o paciente em posição confortável;
- Limpar a também a língua;
- Desprezar as luvas;
- Enxugar os lábios com a toalha e lubrifica-los com - Limpar e guardar todo o material;
vaselina;
- Lavar as mãos;
- Retirar luvas;
- Lavar as mãos; - Anotar no prontuário.
- Recompor a unidade;
Obs: Quando o paciente retirar a prótese ou recoloca-
- Anotar no prontuário o que foi feito e anormalida-
-la, a Enfermagem dever observar se ha alguma anorma-
des detectadas.
lidade em cavidade bucal. Se houver, relata-la no pron-
Obs: A troca do cadarço da cânula endotraqueal deve tuário.
ser feita pelo Técnico/Auxiliar a cada 12 horas, ou quando
se fizer necessário, acompanhada do reposicionamento 1.3. Banho no Leito (Paciente com Dependência
da cânula endotraqueal, que dever ser feito pela Enfer- Total)
meira da unidade;
- A higiene oral do paciente entubado deve ser feita Normas
01 vez a cada plantão. - Trocar a água do banho sempre que necessário;
- Quando houver colostomia e/ou drenos, esvaziar as
1.2.3. Higiene das Próteses Dentarias bolsas coletoras antes do banho ou troca-la, depois tro-
car as luvas e iniciar o banho;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Material - Quando o banho for dado em apenas uma pessoa,


-Copo com solução antisséptica bucal, levando-se em consideração que o paciente ajuda, seguir
-Escova de dente, a mesma técnica, porem, sem esquecer de lavar as mãos
-Pasta dental ou sabão liquido, enluvadas, antes de manipular a roupa limpa; 04 pacien-
-Cuba-rim, tes altamente infectados.
-01 par de luvas,
-Toalhas de papel, Material
-Toalhas de Banho, -Carro de banho ou mesa de cabeceira,
-Biombos -Luva de banho,
-Toalha de banho (lençol protetor),
-Material para higiene oral, - Virar o paciente em decúbito lateral, colocando a
-Material para higiene intima, toalha sob as costas e adegas, mantendo esta po-
-Pente, sição com o auxilio de outra pessoa;
-Sabonete individualizado,
-Comadre e/ou papagaio do próprio paciente, - Lavar e enxugar as costas, massageando-as, incluin-
-Roupa para o paciente (pijama ou camisola), do nádegas e cóccix do paciente;
-Roupa de cama (02 lençóis, 01 cobertor S/N, 01 toa- - Deixar o paciente em decúbito lateral, empurrando
lha de banho, 01 para fralda S/N, 01 forro S/N, a roupa úmida para o meio do leito, enxugando o
-Luvas de procedimento, colchão;
-Luvas de banho, - Trocar de luvas ou lavar as mãos enluvadas, para não
-Hamper, contaminar a roupa limpa;
-01 bacia, - Proceder a arrumação do leito, com o paciente em
-01 balde, decúbito lateral;
-Fita adesiva, - Virar o paciente sobre o lado pronto do leito;
-Biombo - Retirar a roupa suja e desprezá-la no hamper;
- Calcar outras luvas ou lavar as mãos enluvadas e
Técnica terminar a arrumação do leito;
- Lavar as mãos e calcar as luvas de procedimentos;
- Fazer os cantos da cama: cabeceira e pés;
- Explicar ao paciente o que vai ser feito;
- Vestir o paciente;
- Trazer o carro de banho e o hamper próximo ao
leito; - Pentear os cabelos do paciente;
- Fechar as portas e janelas; - Trocar a fronha;
- Proteger a unidade do paciente com biombos; - Utilizar travesseiros para ajeitar o paciente no decú-
- Oferecer comadre ou papagaio ao paciente e procu- bito mais adequado;
rar saber se tem clister prescrito. Se houver, faze-lo - Limpar balde, bacia, comadre com água e sabão;
em primeiro lugar; - Recompor a unidade do paciente, colocando tudo
- Desprender a roupa de cama, iniciando do lado no lugar;
oposto onde permanecer; - Retirar as luvas e lavar as mãos;
- Fazer higiene oral do paciente e lavar a cabeça, se - Anotar no prontuário o que foi feito e as anormali-
necessário; dades detectadas, se houver.
- Trocar a água do banho, obrigatoriamente, apos a
lavagem da cabeça;
- Lavar os olhos, limpando o canto interno para o ex- 1.3.1. Banho de Aspersão (chuveiro)
terno, usando gaze;
- Lavar, enxáguar e enxugar o rosto, orelhas e pes- Material:
coço; -Roupa pessoal (pijama, camisola, shorts - fornecidos
- Remover a camisola ou camisa do pijama, manten- pelo Hospital),
do o tórax protegido com o lençol, descansando -Toalha de banho,
os braços sobre o mesmo; -Sabonete (individual),
- Lavar e enxugar os braços e mãos do lado oposto -Pente,
ao que se esta trabalhando, depois o mais próxi- -Luva de banho (opcional),
mo, com movimentos longos e firmes, do punho
a axila;
Técnica;
- Trocar a água;
- Lavar e enxugar o tórax e abdome, com movimen- - Lavar as mãos;
tos circulares, ativando a circulação, observando as - Explicar ao paciente o que vai ser feito;
condições da pele e mamas; - Reunir o material e levar ao banheiro;
- Cobrir o tórax com lençol limpo, abaixando o lençol - Encaminhar o paciente ao banheiro (portas e janelas
em uso, ate a região genital; fechadas);
- Lavar, enxáguar e enxugar as pernas e coxas, do tor- - Abrir o chuveiro e regular a temperatura da água e
nozelo ate a raiz da coxa, do lado oposto ao que se orientar o paciente sobre o manuseio da torneira;
esta trabalhando, depois o mais próximo; - Ajudar o paciente a se despir, caso não consiga fazer
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Colocar bacia sob os pés e lava-la, principalmen- sozinho;


te nos interdigitos, observando as condições dos
- Iniciar o banho se a situação permitir, deixando o
mesmos e enxugar bem;
paciente sozinho;
- Trocar a água da bacia e a luva de pano, obrigato-
riamente; - Enxugar ou ajudar o paciente a fazê-lo, observando
- Encaixar a comadre no paciente; as condições da pele e a reação do banho;
- Fazer higiene intima do paciente, de acordo com a - Vestir e pentear o paciente caso não consiga faze-lo
técnica; sozinho;
- Trocar, obrigatoriamente, a água da bacia e a luva - Conduzir o paciente a sua unidade, colocando-o em
de banho, retirando a comadre, deixando-a ao posição confortável na cadeira;
lado do leito; - Arrumar o leito e deixar a unidade em ordem;
- Colocar tudo no lugar e chamar o pessoal da limpe- - Colocar a paciente em posição de conforto;
za para proceder a limpeza do banheiro; - Desprezar as roupas (toalha, forro) no hamper;
- Lavar as mãos; - Lavar a comadre no banheiro, juntamente com o
- Anotar no prontuário. balde e jarra e guardá-los;
- Retirar a luva;
Obs: Sentar na cadeira embaixo do chuveiro e muito - Lavar as mãos;
mais seguro para os pacientes idosos ou para os pacien- - Anotar no prontuário.
tes que ainda estão muito fracos, facilitando para que
lavem as pernas e pés, com menor probabilidade de es- Obs: Se houver presença de secreção uretral e/ou
corregarem, vaginal, utilizar gazes montadas na pinça auxiliar para
- Durante o banho deve-se assegurar a privacidade retirar o excesso, antes de iniciar a limpeza com água e
ao paciente, mas pedir-lhe para não trancar a por- sabão líquido ou P.V.P.I. detergente.
ta e chamar se precisar de assistência. Manter-se
perto do local. 1.5. Higiene Intima Masculina

1.4. Higiene Intima Feminina Material


- 01 balde,
Material - 01 jarra,
-01 balde, - Pacote de gazes,
-01 jarra, - Comadre,
-Pacote de gazes, - Toalha de banho,
-Comadre, - Sabão liquido o P.V.P.I. detergente.
-Toalha de banho, - Luvas para procedimento,
-Sabão liquido o P.V.P.I. degermante, - Hamper,
-Luvas para procedimento, - Pinça auxiliar (Cheron),
-Hamper, - Biombo,
-Pinça auxiliar (Cheron), - Forro e saco plástico
-Biombo,
-Forro e saco plástico, Técnica
Técnica - Lavar as mãos;
- Lavar as mãos;
- Explicar o procedimento ao paciente;
- Explicar o procedimento ao paciente;
- Reunir o material e levá-lo a unidade do paciente;
- Reunir o material e coloca-los sobre a mesa de ca- - Proteger a unidade com biombos;
beceira;
- Trazer o hamper próximo ao leito;
- Calcar as luvas;
- Calcar as luvas de procedimentos;
- Trazer o hamper próximo ao leito;
- Proteger a unidade com biombos; - Posicionar o paciente expondo somente a área ge-
nital;
- Colocar o paciente em posição ginecológica, procu-
rando expô-la o mínimo possível; - Colocar o forro com plástico sob a região glútea do
- Colocar o forro sobre o saco plástico, colocando-os paciente;
sobre a região glútea; - Colocar a comadre sob a região glútea em cima do
- Colocar a comadre sob a região glútea da paciente, forro com a ajuda do paciente;
com ajuda da mesma; - Irrigar com a jarra com água, a região genital;
- Irrigar monte pubiano e vulva com água, despejan- - Dobrar e pinçar gaze com a pinça auxiliar;
do-a suavemente com o auxilio da jarra; - Despejar pequena porção de sabão líquido ou
- Despejar pequena porção de sabão líquido ou P.V.P.I. degermante, sobre os genitais;
P.V.P.I. degermante sobre o monte pubiano; - Ensaboar os genitais com a pinça montada em gaze,
- Ensaboar a região pubiana com a pinça montada desprezando a gaze, a cada etapa;
em gaze, de cima para baixo sem atingir o ânus, - Tracionar o prepúcio para trás, lavando-o em segui-
desprezando a gaze, apos cada movimento vulva da, com movimentos únicos e circulares;
- ânus; - Iniciar a higiene intima pelo meato urinário, prepú-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Afastar os grandes lábios e lavá-la no sentido ante- cio, glande, corpo do pênis, depois região escrotal
roposterior, primeiro de um lado, desprezando a e por ultimo a região anal;
gaze e depois do outro lado; - Despejar o conteúdo da jarra sobre a região pubia-
- Lavar por ultimo a região anal; na, pregas inguinais, pênis e bolsa escrotal;
- Despejar a água da jarra, sobre as regiões ensabo- - Tracionar o escroto, enxaguando a face inferior no
adas; sentido escroto perineal;
- Retirar a comadre; - Retirar todo o sabão líquido ou P.V.P.I. degermante;
- Enxugar a região lavada com a toalha de banho ou - Retirar a comadre;
com o forro que esta sob a região glútea do pa- - Enxugar a região lavada com a toalha de banho ou
ciente; com o forro que esta sob a região glútea do pa-
ciente;
- Posicionar o prepúcio; - Elevar a cabeça do paciente e espremer os cabelos
- Colocar a paciente em posição de conforto; com cuidado, fazendo escorrer água;
- Desprezar as roupas no Harper (toalha, forro); - Retirar a bacia que esta sob a cabeça do paciente;
- Lavar a comadre no banheiro, juntamente com o - Descansar e envolver a cabeça do paciente na to-
balde e jarra e guardá-los; alha;
- Retirar a luva; - Secar os cabelos com toalha de banho ou forro;
- Lavar as mãos; - Pentear os cabelos do paciente;
- Anotar no prontuário. - Recolocar o travesseiro e voltar o paciente a posição
inicial;
Obs: Se houver presença de secreção purulenta na - Retirar a toalha, recompor o material no carro de
região uretral, limpá-la com gaze, antes de proceder a banho, deixando paciente em posição confortável;
limpeza com água e sabão. - Lavar as mãos;
- Anotar na prescrição do paciente.
1.6. Lavagem dos Cabelos
1.6.1. Tratamento de Pediculose e Remoção de
Material Lêndeas
- Shampoo,
- Balde, Material
- Bacia, - Solução indicada para pediculose,
- Toalha de banho, - Luvas para procedimento,
- Luvas para procedimento, - Atadura de crepe,
- Esparadrapo,
- Forro e saco plástico,
- Forro e saco plástico,
- Pente,
- Pente fino,
- Algodão em bola (02 unidades). - Biombo,
- Vaselina Liquida.
Técnica
- Explicar ao paciente o que ser feito; Técnica
- Reunir o material no carro de banho e leva-lo próxi- - Lavar as mãos;
mo a cama do paciente; - Trazer a bandeja com o material e coloca-los na
- Lavar as mãos; mesa de cabeceira ou carro de banho;
- Fechar portas e janelas; - Explicar o procedimento ao paciente;
- Abaixar a cabeceira do leito do paciente; - Colocar biombo;
- Retirar o travesseiro; - Colocar o forro protegido com plástico sobre o tra-
- Colocar toalha de banho na cabeceira da cama, sob vesseiro;
o forro com o plástico; - Aplicar vaselina nas bordas do couro cabeludo, para
- Colocar sobre o forro com plástico, a bacia com evitar que a solução queime o rosto;
água morna; - Dividir os cabelos em partes, aplicando a solução
- Colocar o paciente em posição diagonal, com a ca- com gaze, fazendo fricção no couro cabeludo e no
beça próxima ao funcionário; final embeber os cabelos;
- Proteger os ouvidos do paciente com algodão; - Prender o cabelo e colocar a faixa de crepe ao redor
da cabeça, formando um gorro e fixando com
- Colocar outra toalha ao redor do pescoço do pa-
esparadrapo no final;
ciente, afrouxando a camisola, no caso de mulher,
- Conservar o travesseiro com forro;
ou retirando a camisa no caso de homem, cobrin- - Retirar as luvas;
do-o com o lençol; - Lavar as mãos;
- Sustentar a cabeça do paciente com uma das mãos, - Deixar o paciente confortável e a unidade em or-
sobre a bacia com água; dem;
- Pentear os cabelos, inspecionando o couro cabelu- - Levar a bandeja com o material para o local de ori-
do, cabelos e observando condições de anormali- gem;
dade; - Fazer anotações no prontuário do paciente.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Umedecer os cabelos com um pouco de água, apli-


cando o shampoo evitando que o liquido escorra Obs: Deixar a solução no cabelo por 03 a 06 horas
nos olhos; pela manha e lava-la a tarde, passando vinagre apos e
- Massagear o couro cabeludo com as pontas dos de- penteando;
dos; - Repetir o procedimento durante 03 dias ou mais, se
- Lavar os cabelos; necessário
- Enxaguar os cabelos do paciente ate sair toda espu-
ma, com o auxilio de uma jarra;
- Despejar a água da bacia, quantas vezes forem ne-
cessário;
Como Colocar e Retirar Comadre do Paciente Aca- Técnica
mado - Aproximar o paciente na lateral do leito, onde se
encontra a pessoa que ira fazer a massagem;
Material - Virar o paciente em decúbito ventral ou lateral;
- Comadre, - Apos lavar as costas, despejar na palma da mão pe-
- Papel higiênico, quena quantidade de álcool, creme ou talco;
- Biombos, - Aplicar nas costas do paciente massageando com mo-
- Bacia com água morna vimentos suaves e firmes, seguindo a seguinte orien-
- Toalha de banho, tação:
- Sabonete. a) Deslizar as mãos suavemente, começando pela
base da espinha e massageando em direção ao
centro, em volta dos ombros e dos lados das cos-
Técnica tas por quatro vezes;
- Lavar as mãos; b) Realizar movimentos longos e suaves pelo centro
- Identificar o paciente; e para cima da espinha, voltando para baixo com
- Cercar a cama com biombos; movimentos circulares por quatro vezes;
- Explicar ao paciente o que vai ser feito; c) Realizar movimentos longos e suaves pelo centro
- Reunir o material necessário junto a unidade; da espinha e para cima, retornando para baixo
- Colocar as luvas de procedimento; massageando com a palma da mão, executando
- Aquecer a comadre (fazendo movimentos de fricção círculos pequenos
em sua superfície, com a extremidade sobre o len- d) Repetir os movimentos longos e suaves que deram
çol ou colocando-a em contato com água quente; inicio a massagem por três a cinco minutos e conti-
- Pedir ao paciente para levantar os quadris e se ele nuar com o banho ou mudança de decúbito
estiver impossibilitado, levantar por ele, com a aju-
da de outro funcionário da Enfermagem; Medidas de conforto e segurança do paciente:
- Colocar a comadre sob os quadris;
- Deixar o paciente sozinho, sempre que possível; O conforto e a segurança tem uma concepção ampla
- Ficar por perto e voltar tão logo ele o chame; e abrangem aspectos físicos, psicossociais e espirituais,
- Entregar papel higiênico ao paciente, orientando-o constituindo necessidade básica do ser humano.
sobre a higiene intima e se necessário, faça por ele;
- Pedir novamente ao paciente que levante o quadril Na admissão, se suas condições físicas permitirem,
ou, se necessário, levante por ele; deve-se apresentar o paciente para os companheiros da
- Retirar a comadre; enfermaria, equipe de saúde, dependências e orienta-lo
- Fornecer bacia com água para que o paciente lave quanto à equipe de saúde e a rotina da unidade. Todas
as mãos; as condutas terapêuticas e assistenciais de enfermagem
- Fornecer toalha para que ele enxugue as mãos;
devem ser precedidas de orientação, esclarecimento de
- Lavar o material;
duvidas e encorajamento.
- Colocar o material restante no lugar;
- Deixar o paciente em posição confortável;
Medidas Importantes para Proporcionar Conforto
- Desprezar as luvas e lavar as mãos;
ao Paciente:
- Anotar no prontuário.
- Ambiente limpo, arejado, em ordem, com tempera-
Obs: Não deixar um paciente esperando pela coma-
tura adequada e leito confortável;
dre, por se tratar de um ato fisiológico e a espera pode
- Boa postura, movimentação ativa ou passiva;
levar a angustia física e emocional, podendo ocorrer di-
- Mudança de decúbito;
minuição do tônus dos esfíncteres.
- Respeito quanto a individualidade do paciente;
- Por se tratar de um momento intimo, muitos pacien-
tes tem que ficar sozinhos, pois sentem-se inibidos, - Inspiração de sentimento de confiança, segurança
não conseguindo evacuar perto de outras pessoas e otimismo;
- Recreação através de TV, grupos de conversação,
1.7. Massagem de Conforto trabalhos manuais, leituras.

Definição: é a massagem corporal realizada durante Prevenção de Escaras e Deformações:


o banho de leito, é aconselhável ainda, apos o uso de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

comadre e durante a mudança de decúbito. Pacientes que permanecem muito tempo acamados
requerem uma atenção especial; os inconscientes geral-
Finalidade: mente apresentam reflexos alterados, com diminuição
- Estimular a circulação local; ou abolição de movimentos voluntários.
- Prevenir escaras de decúbito; A imobilização pode facilitar complicações traqueo-
- Proporcionar conforto e bem estar; brônquicas; a circulação pode-se tornar deficiente em
- Possibilitar relaxamento muscular. determinados pontos da área corpórea, onde sofrem
maior pressão, provocando ulcerações (escaras de decú-
Material bito); o relaxamento muscular e a posição incorreta dos
- Álcool 70%, ou creme ou ainda talco. vários segmentos do corpo pode provocar deformida-
des.
A mudança de decúbito, exercícios passivos e mas- gerais , e 88,2% e 27,7 % naqueles em Unidades de Tera-
sagem de conforto, são medidas utilizadas para prevenir pia Intensiva (UTI ), respectivamente . Além disso , uma
deformidades e escaras de decúbito. medida de GS > 180 mg/dL, foi registada em dois terços
dos doentes por dia. Uma alta
Nutrição = Necessidade Humana Básica
proporção de pacientes que foram tratados com in-
A satisfação das necessidades nutricionais pode ser suficientes doses de insulina isolada nas enfermarias ge-
confirmada através de: rais ( 52,0 %) e na UTI (69,2%) , e apenas 35,7 % e 3,9
-bom tônus muscular com reflexos normais;
% receberam terapia com insulina apropriada em enfer-
-balanço energético;
-ritmo e batimentos cardíacos normais; marias gerais ( basal de insulina + bolus ) e em UTI ( IV
-pressão arterial normal; contínuo de insulina ) , respectivamente .
-cliente lúcido e orientado no tempo, lugar e em rela- ESTOMAS
ção a própria pessoa;
-valores laboratoriais normais (albumina sérica, he- A colostomia, conhecida também como estoma di-
moglobina, hematócrito, proteína sérica total, co- gestivo de eliminação, é um procedimento comum nas
lesterol, glicose, creatinina,...); cirurgias do trato digestório para correção de alteração
-fezes moldadas, amolecidas, eliminadas regularmen- intestinal causada por obstruções, neoplasias, traumas e
te com mínimo esforço; doenças intestinais inflamatórias, por meio de uma aber-
-velocidade normal de crescimento para a idade. tura na parede do abdome, para drenagem fecal prove-
niente do intestino grosso.
Graus de dependência do paciente:
-Pacientes independentes;
-Pacientes parcialmente dependentes; Para a colocação da bolsa de colostomia devem-se
-Pacientes dependentes. ter algumas precauções para evitar problemas em rela-
ção à dificuldade de aderência, além de possíveis compli-
Alimentação por sonda: consiste em oferecer alimen- cações, devendo-se evitar locais perto de proeminência
tos ao paciente através de uma sonda nasogástrica (ali- óssea, linha da cintura, dobras cutâneas, umbigo e locais
mento é depositado no estômago), sonda nasoenteral com cicatrizes. Essa terapêutica pode ser temporária ou
(alimento é depositado no intestino) ou por gastrostomia definitiva. A primeira resulta, geralmente, de traumas
(alimentos líquidos no estômago, por sonda através da intestinais ou da proteção de uma anastomose mais
parede abdominal).
distante de estomas digestivos de eliminação, enquan-
to que a segunda, consequente a carcinomas, tem mais
CONTROLE GLICÊMICO. CUIDADOS COM incidência e provoca mudanças na qualidade de vida do
ESTOMAS DE ELIMINAÇÃO. paciente, principalmente quanto à sua autoimagem.

Os pacientes submetidos à cirurgia de estomas diges-


A importância de um controle rígido da glicemia entre tivos de eliminação perdem o controle da eliminação de
pacientes com diabetes mellitus está bem estabelecido , fezes e gases e isso constitui um forte fator de impacto
no entanto , o tratamento da diabetes no ambiente hos-
emocional para os mesmos, com alteração da percep-
pitalar é geralmente considerada secundária em impor-
tância . Este estudo procurou avaliar o controle glicêmico ção corporal da autoimagem e autoestima. Eles têm sua
e controle do diabetes em pacientes adultos internados qualidade de vida prejudicada e passam a conviver com
em alguns hospitais no Brasil. inúmeras alterações, como insegurança, medo e rejeição
social, vergonha e inquietação.
Métodos
Os estomas digestivos de eliminação trazem consi-
Estudo transversal realizado em todo o país a partir go problemas variados de caráter psicológico e social ao
de julho de 2010 a janeiro de 2012. Casos elegíveis: Pa- paciente, pelas modificações em sua fisiologia habitual,
cientes com 18 anos de idade ou mais, com diagnóstico
de diabetes e hospitalização de pelo menos 72 horas . na qual este se sente invadido e agredido e, com prejuí-
Dados sócio-demográficos, informações, detalhes da zo real ou simbólico, como a incorporação de estigmas
hospitalização, assim como dados sobre o diagnóstico sociais, na qual o paciente, por ter o estoma digestivo de
de diabetes, gestão e tratamento foram coletados para eliminação, se vê diferente das outras pessoas e acaba
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

todos os pacientes por revisão de prontuários. Com ên- por se isolar, rompendo relações com amigos e familia-
fase ás informações sobre glicemia sérica (GS) nos dias res.
consecutivos da internação.
Para prestar assistência de qualidade, exige-se do
Resultados profissional de saúde, principalmente de enfermagem,
uma reflexão sobre os aspectos de reabilitação, acei-
No total, 2.399 pacientes foram avaliados em 24 hos-
pitais localizados em 13 cidades de todas as cinco re- tação e recuperação emocional, com conhecimento de
giões brasileiras. A prevalência de pacientes com hiper- suas necessidades que, além de serem diversas, mudam
glicemia (GS > 180 mg/dl) ou hipoglicemia (GS <70 mg/ constantemente.
dL), foi de 89,4% e 30,9 % nos pacientes em enfermarias
Para a enfermagem, a educação em saúde é indispen- Monitorização contínua
sável e de grande importância no processo do cuidado e O estoma recentemente feito deve ser mantido, por
esta resulta em uma assistência de qualidade, pois o en- intermédio da aspiração de secreções adequada. Esta
fermeiro, além de cuidador, é um educador, não apenas deve ser efetuada de cinco em cinco minutos durante
em relação aos demais membros da equipe de enferma- as primeiras horas do pós-operatório. A necessidade de
gem, mas ao paciente e aos seus familiares. Conhecimen- aspiração poderá ser determinada pelo som do ar que
to insuficiente para o autocuidado vem da cânula especialmente se o doente respirar fundo.

Quando a respiração é ruidosa, o pulso e a frequência


Essa categoria está relacionada às orientações rece-
bidas por alguns sujeitos no pré e pós-operatório, re- respiratória aumentam, o doente necessita de aspiração.
presentando o conhecimento adquirido a partir de in- Os doentes que estão conscientes podem geralmente in-
formações e cuidados prestados pelos profissionais de dicar quando necessitam de aspiração. Um doente que
enfermagem, demonstrando a importância da equipe consiga expulsar as secreções pela tosse não necessita
de saúde no ambiente hospitalar frente ao processo de de ser aspirado tão frequentemente.
orientação para o autocuidado. Contudo, será percebida Se os sinais vitais se encontram estáveis, o doente
também uma lacuna acerca dessas orientações, devido à deve ser colocado em semifowler para facilitar a ventila-
falta de informações que alguns pacientes não tiveram ção, promover a drenagem, minimizar o edema e evitar a
acesso. tensão sobre as linhas de sutura.
Na promoção de um novo conhecimento após a co- Os analgésicos e sedativos deverão ser administrados
lostomia, os indivíduos vivenciam a experiência de se
aceitar como um ser diferente, o que lhes impõe um cuidadosamente de modo a não deprimir o centro respi-
ajuste de sua imagem e autoconceito, bem como o en- ratório assim como o reflexo da tosse.
frentamento de várias complicações que precisam ser A traqueostomia constitui uma porta aberta à entrada
abordadas pelo profissional de saúde para que o pacien- de micro-organismos patogênicos para vias respiratórias
te possa realizar o autocuidado. Assim, o profissional de inferiores, aumentando o risco de infecção. É essencial
enfermagem surge como uma figura de apoio à transi- que sejam rigorosamente implementadas as seguintes
ção para novas experiências vividas pelos pacientes, sen- intervenções preventivas de enfermagem.
do o enfermeiro um articulador desse processo.
1- Reduzir ao mínimo o risco de infecção
REFERÊNCIAS
Qualquer tubo inserido no interior da traqueia pro-
http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/1155
https://www.diabetes.org.br/publico/colunas/82-dr- voca irritação da mucosa e em consequência há maior
-rubens-sargaco/707-controle-glicemico-e-conduta-no- produção de muco.
-diabetes-em-pacientes-hospitalizados-no-brasil

Procedimentos
PREPARO E ADMINISTRAÇÃO DE - Observar o doente regularmente quanto ao excesso
MEDICAMENTOS VIA ORAL, VAGINAL, de secreções e fazer aspiração segundo norma do servi-
RETAL, OTOLÓGICA, OFTALMOLÓGICA, ço e com a frequência necessária.
SUBCUTÂNEA, INTRAVENOSA,
INTRAMUSCULAR E INFUSÃO POR - Substituir traqueias, peça em T ou máscara de O2
HIPODERMÓCLISE. sempre que estas caiam ao chão e protegê-las quando
não estão sendo utilizadas pelo doente.
Prezado candidato, não deixe de conferir o material re-
ferente a Fundamentos e Administração de Medicamentos. - Remover a água que condensa na traqueia e não a
introduzir novamente no nebulizador.

CUIDADOS COM TRAQUEOSTOMIA. - Despejar a água destilada restante do nebulizador


CUIDADOS DE ENFERMAGEM EM de cada vez que este é cheio de novo, ou pelo menos a
NUTRIÇÃO ENTERAL E PARENTERAL. intervalos de 24 horas.
CUIDADOS COM A CAVIDADE ORAL.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Fazer penso do estoma conforme norma do serviço.

O doente com traqueostomia depende muito da


equipe de enfermagem. Após ter sido efetuada uma tra- Fundamentos
queostomia ele pode ficar apreensivo em virtude à sua - Remove as secreções da árvore respiratória e me-
incapacidade de comunicar com os outros e com o medo lhora a oxigenação.
de asfixiar.

No pós-operatório imediato será necessária grande - Diminui a probabilidade de contaminação e previne


vigilância do doente, para despiste de complicações que a proliferação de micro-organismos.
possam surgir, das quais já falamos anteriormente.
2- Assegurar adequada ventilação e oxigenação - Ter sempre a campainha ao alcance do doente.

Prodecimentos - Orientar com frequência o doente.


- Vigilância das saturações de o2.
- Vigiar frequências respiratórias e expansão torácica - Repetir com insistência que a capacidade de falar
que deverá ser simétrica. regressará quando a cânula for retirada.
- Posicionar o doente de duas em duas horas ou de
três em três horas se doente inconsciente. Fundamentos
- Proporcionar segurança e conforto.
- Estabelecer uma boa comunicação com o doente,
- O cuff deve ser insuflado caso seja necessário am-
de maneira que ele fique menos apreensivo em relação
buzar o doente.
ao seu estado, de forma que possamos entendê-lo me-
Fundamentos lhor.
- Assegurar que o doente está a ventilar bem.
- Obter máxima ventilação e perfusão pulmonar, pre- - Ajudar o doente a orientar-se no espaço e no tem-
venindo também as úlceras de pressão. po.
Para que não haja fuga de ar entre o estoma e a câ-
nula. Prescrições gerais de enfermagem para o paciente
com patologias associadas ao sistema respiratório:
3- Proporcionar frequentes cuidados à boca • Manter uma via aérea permeável;
As secreções têm tendência a acumular-se na boca e • Promover o conforto;
• Promover o conhecimento do paciente;
na faringe.
• Promover a comunicação;
• Encorajar a ingesta de líquidos;
Procedimentos
• Ensinar o autocuidado ao paciente;
- Fazer cuidadosa aspiração da orofaringe quando
• Monitorar e tratar potenciais complicações;
necessário.
• Promover a nutrição adequada.
- Inspecionar os lábios, a língua e a cavidade oral re- Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteu-
gularmente. do/artigos/enfermagem/cuidados-de-enfermagem-ao-
-paciente-traqueostomizado/34605
- Limpar a cavidade oral
- Aplicar vaselina ou qualquer outro lubrificante nos Nutrição Enteral
lábios
Desde que a função do trato gastrintestinal esteja pre-
Fundamentos servada, a nutrição enteral (NE) é indicada nos casos em
Melhorar o conforto do doente, removendo as secre- que o paciente está impossibilitado de alimentar-se es-
ções que se tenham acumulado num acesso de tosse. pontaneamente através de refeições normais. A nutrição
enteral consiste na administração de nutrientes por meio
- Proporcionar higiene oral ao doente e hidratação de sondas nasogástrica (introduzida pelo nariz, com po-
oral e lábios. sicionamento no estômago) ou transpilórica (introduzida
pelo nariz, com posicionamento no duodeno ou jejuno),
4- Minimizar as dificuldades resultantes da privação ou através de gastrostomia (abertura cirúrgica do estô-
da fala. mago, para introdução de uma sonda com a finalidade
Procedimentos de alimentar, hidratar e drenar secreções estomacais) ou
- Estabelecer um método de comunicação aceitável. jejunostomia (abertura cirúrgica do jejuno, proporcio-
nando comunicação com o meio externo). A instalação
- Organizar as perguntas, de modo que o doente pos- da sonda tem como objetivos retirar os fluidos e gases
sa responder com um simples «sim» ou «não», acenar de do trato gastrintestinal (descompressão), administrar
cabeça ou por movimentos das mãos. medicamentos e alimentos (gastróclise) diretamente no
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

trato gastrintestinal, obter amostra de conteúdo gástrico


- Se o doente sabe escrever, incentivá-lo a escrever para estudos laboratoriais e prevenir ou aliviar náuseas
num papel para se comunicar. e vômitos.

- Conversar com o doente e explicar-lhe todas as ati- Inserindo a Sonda Nasogástrica:


vidades
Material necessário:
- Encorajar a família e os amigos a falarem com o -sonda de calibre adequado
doente. -lubrificante hidrossolúvel (xilocaína a 2% sem vaso-
constritor)
-gazes Se a sonda nasogástrica foi indicada para esvazia-
-seringa de 20 ml mento gástrico, deve ser mantida aberta e conectada a
-toalha um sistema de drenagem. Se não houver drenagem e o
-recipiente com água paciente apresentar náuseas, vômitos ou distensão ab-
dominal, indica-se aspirar a sonda suavemente com uma
-estetoscópio
seringa, pois pode estar obstruída.
-luvas de procedimento
É comum que o paciente com sonda respire pela
-tiras de fita adesiva (esparadrapo, micropore, etc). boca, o que pode vir a provocar ressecamento e fissuras
nos lábios. Visando evitar tais ocorrências, a higiene oral
Para o paciente, a sonda nasogástrica pode repre- e lubrificação dos lábios deve ser realizada no mínimo
sentar uma experiência negativa devido à dor causada três vezes ao dia, o que promove o conforto e evita infec-
por microtraumatismos de mucosa e reflexo do vômito ção, halitose e o ressecamento da mucosa oral. A limpeza
gerado durante sua introdução. Para minimizar seu sofri- dos orifícios nasais do paciente, pelo menos uma vez ao
mento, é imprescindível orientá-lo quanto à necessidade dia, retira as crostas que se acumulam ao redor da sonda;
da sonda e etapas do processo. visando prevenir ulcerações, o profissional de enferma-
gem deve inspecionar o local e mantenha a sonda livre
de pressão sobre a mucosa nasal.
Como a sonda nasogástrica é um procedimento rea-
lizado sobre limites anatômicos externos, deve-se estar
Quando de sua retirada a sonda nasogástrica deve
muito atento para estabelecer o mais precisamente pos-
estar sempre fechada, o que evita o escoamento do con-
sível esses limites descritos na técnica. O comprimento
teúdo gástrico - pelos orifícios da sonda - no trato diges-
da sonda a ser introduzida deve ser medido colocando-
tivo alto, fato que provoca irritação.
-se a sua extremidade na ponta do nariz do paciente,
alongando-a até o lóbulo da orelha e, daí, até o apêndice
Administrando a Dieta Enteral
xifoide marcando esta delimitação com uma fina tira de
adesivo - marcação que assegurará a introdução e o al- A dieta enteral pode ser administrada por método in-
cance da sonda no estômago. termitente ou contínuo
A sonda deve ser lubrificada com solução hidrosso- Na administração intermitente o volume a ser admi-
lúvel, antes de sua introdução na narina - o que facilita nistrado varia em torno de 350 ml/vez, de 4 a 6 vezes ao
a manobra e atenua o traumatismo, pois diminui o atrito dia.
com a mucosa nasal- e introduzida sempre aberta, o que A introdução da alimentação pode ser feita com uma
permite identificar a saída do conteúdo gástrico ou ar. seringa, com fluxo lento, para evitar a ocorrência de
A realização da sondagem nasogástrica com o pacien- náuseas, diarreia, aspiração, distensão e cólicas. A me-
te sentado ou decúbito elevado previne a aspiração do lhor forma desse tipo de administração é o gotejamen-
conteúdo gástrico caso ocorra vômito. A posição de fle- to por gravidade, num período de 20 a 30 minutos, ou
xão da cabeça reduz a probabilidade da sonda penetrar por bomba de infusão. A administração contínua pode
na traqueia. ser feita por meio de gotejamento gravitacional. Neste
Para passar a sonda do esfíncter cricofaríngeo para caso, deve-se estabelecer rigoroso controle do goteja-
o esôfago, solicitar ao paciente para que degluta, o que mento (aproximadamente a cada 30 minutos). A maneira
facilita a progressão no tubo digestivo. Caso o paciente mais segura é a administração por meio de bomba de
apresente sinais de sufocamento, tosse, cianose ou agita- infusão, com fluxo de gotejamento constante - mais in-
ção, deve-se suspender a manobra e reiniciá-la após sua dicada quando do uso de sondasenterais transpilóricas,
melhora. haja vista que o duodeno e o jejuno são mais sensíveis à
A localização da sonda no interior do estômago deve concentração e ao volume do que o estômago.
ser certificada através dos testes de aspiração de suco O preparo inicial para a administração da nutrição en-
gástrico, ausculta do ruído em região epigástrica simul- teral é simples.
taneamente à introdução de 10 ml de ar pela sonda; ou
mergulhando-se a extremidade da mesma em um copo Os cuidados de enfermagem consistem em: realizar a
com água: se borbulhar, a sonda provavelmente se en- limpeza e a desinfecção do balcão
contra nas vias respiratórias, devendo ser imediatamente - mantendo o local livre de qualquer material desne-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

retirada a sonda. cessário à preparação; conferir o rótulo da nutrição


A fixação da sonda deve ser segura sem compressão, enteral - no qual devem constar: nome do pacien-
para evitar irritação e lesão cutânea. O volume e aspecto te, registro hospitalar, número do leito, composi-
do conteúdo drenado pela sonda aberta deve ser ano- ção qualitativa e quantitativa de todos os compo-
tado, pois permite avaliar a retirada ou manutenção da nentes, volume total, velocidade de administração,
mesma e detecta anormalidades. Sempre que possível, via de acesso, data e hora da manipulação, prazo
orientar o paciente a manter-se predominantemente de validade, número sequencial de controle e con-
em decúbito elevado, para evitar a ocorrência de refluxo dições de temperatura para conservação, nome
gastroesofágico durante o período que permanecer com e número do registro profissional do responsável
a sonda. técnico pelo processo, verificar a integridade da
embalagem e o aspecto da solução, observando lubrificante visa facilitar a introdução do cateter na uretra
se há alguma alteração visível (presença de ele- masculina ou feminina, reduzindo o atrito e traumatismo
mentos estranhos). Se houver, suspender a dieta de mucosa. Ressaltamos que faz-se necessário dispor um
desse horário e comunicar o fato ao Serviço de espaço livre junto ao períneo, para colocar o campo, com
Nutrição e Dietética; checar as condições de lim- todo o material esterilizado, entre as pernas do paciente.
peza e funcionamento da bomba de infusão, antes Basicamente, os aspectos técnicos do cateterismo
de usá-la; testar o posicionamento da sonda e sua vesical compreendem: posicionamento do paciente,
permeabilidade, antes de instalar a nutrição ente- abertura do pacote de cateterismo e de todo o material
ral; conectar o equipo de infusão no recipiente de necessário sobre o campo esterilizado (sonda vesical, sis-
nutrição enteral; em seguida, na inserção da son- tema de drenagem fechado, seringa e água destilada, lu-
da ou gastrostomia cuja administração deve cum- brificante e antisséptico na cuba redonda), e a colocação
da sonda propriamente dita.
prir exatamente o prazo estabelecido. Ressalte-se
No cateterismo de demora, os especialistas em in-
que todo esse processo exige higiene e assepsia
fecção hospitalar recomendam a conexão do sistema de
rigorosas, seja em nível hospitalar, ambulatorial ou
drenagem fechado à sonda no momento em que são
domiciliar, pois a composição da nutrição enteral
colocados no campo estéril, ou seja, antes da inserção
constitui um meio propício ao desenvolvimento de
da sonda no paciente. Após a colocação das luvas e da
bactérias.
seringa no campo, faz-se o teste para avaliar a integrida-
Durante toda a administração da dieta e até aproxi- de do balonete, insuflando-se ar com a seringa e desin-
madamente uma hora após, o paciente deve ser posicio- suflando em seguida; quebra-se a ampola estéril de água
nado - e mantido - com o tórax mais elevado que o resto destilada e aspira-a na seringa, deixando-a pronta para o
do corpo, o que evita a ocorrência de refluxo gástrico e momento de uso.Com a colocação de campo fenestrado
aspiração. Lembrar sempre que os pacientes muito de- sobre o períneo, procura-se ampliar a área estéril, tor-
bilitados e inconscientes apresentam maiores riscos de nando mais segura e eficaz a realização docateterismo
bronco aspiração. Após a alimentação intermitente, lave - momento em que se deve lubrificar o cateter.
a sonda com 30 a 50 ml de água, para remover os resí- A visualização do meato urinário é importante para o
duos aderidos à parede interna, evitando sua obstrução. sucesso do cateterismo. Assim, a posição mais adequada
O controle do peso dos pacientes pode ser feito dia- do paciente é aquela que permite sua melhor visualiza-
riamente, a cada 48-72 horas ou uma vez por semana, ção - no caso, o decúbito dorsal tem sido usual nesse
variando conforme a necessidade frente ao distúrbio que procedimento
apresentam e a utilização desse dado para modifi- No sexo feminino, é necessário manter os grandes e
cações da terapêutica utilizada (alteração de doses me- os pequenos lábios afastados com o polegar e o primeiro
dicamentosas, tipo ou frequência da dieta, entre outras
ou segundo dedo; no masculino, retrair o prepúcio com
situações). A observação de sinais, sintomas de intercor-
o pênis elevado perpendicularmente ao corpo; momen-
rências e complicações e o adequado registro dos dados
são outros cuidados indispensáveis a serem observados tos em que deve ser realizada a antissepsia com povidine
pela enfermagem. tópico: na mulher, em movimento unidirecional do púbis
em direção ao ânus; no homem, do meato urinário para
Instalando o cateter vesical o corpo da glande até a sua base.
Para a introdução do cateter no canal uretral, deve-
Material necessário: pacote de cateterismo conten- mos considerar a anatomia geniturinária masculina e
do 1 cuba-rim, 1 cuba redonda, 1 pinça cheron, gazes, 1 feminina. No homem, o pênis deve ser seguro numa po-
campo fenestrado e 1 ampola de água destilada ,seringa sição quase vertical, procurando diminuir os ângulos e a
de 10ml ,povidine tópico ,lubrificante estéril ,sistema de resistência esfincteriana; na mulher introduz-se o cateter
drenagem fechado (para cateterismo vesical de demora) após o afastamento dos pequenos lábios, solicitando-
,micropore, esparadrapo ou similar ,1 par de luvas estéril -lhe que respire profundamente para relaxar e diminuir
,sonda Folley ou uretrovesical simples ,1 pacote de com- a resistência esfincteriana. Instalado o cateter, insufla-se
pressas ,biombo
o balão com a água destilada e, bem devagar, o traciona-
Como todo procedimento, deve – se preparar o am-
biente, o paciente e o material de modo a propiciar con- -se até que atinja o colo vesical.
forto, segurança e privacidade. A fixação adequada é aquela que evita a tração da
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A higiene íntima, realizada antes do cateterismo vesi- sonda. Na mulher, a sonda é fixada na face interna da
cal, reduz a colonização local, tornando o meio mais se- coxa; no homem, na região hipogástrica - cuidado que
guro para a introdução do Cateter. A utilização de água reduz a curva uretral e a pressão no ângulo peniano-
morna e sabão promove a remoção mecânica eficiente -escrotal, prevenindo a formação de fístulas. No sexo
de secreções e microrganismos. Por ser um procedimen- masculino, após a sondagem vesical o prepúcio deve
to invasivo e a bexiga um local isento de microrganis- ser recolocado sobre a glande, pois sua posição retraída
mos, todo o material a ser utilizado no cateterismo deve pode vir a causar edema. Com relação ao coletor, deve
ser esterilizado e manuseado estritamente com técnica ser mantido abaixo do nível da bexiga, para evitar o re-
asséptica. Para evitar a contaminação do lubrificante, de- fluxo da urina e, consequentemente, infecção urinária
sinfetar o lacre antes de perfurar com agulha estéril - o ascendente. Nos casos de transporte do paciente, pinçar
o tubo coletor (atualmente, há coletores com válvula an- século XX, mais especificamente 1968, houve a sistema-
tirreflexo). Outros cuidados são fixá-lo ao leito - sem que tização da Nutrição Parenteral através da proposta de
toque no chão e, para possibilitar o fluxo contínuo da Dudrick da Universidade da Pensilvania, a qual provava
urina, evitar dobra. a eficácia e a aplicabilidade segura do uso do método.
Não há indicação de troca rotineira de cateter uriná-
rio; porém situações especiais como presença de grande A Nutrição Parenteral é utilizada normalmente como
terapia de apoio (complementando as necessidades nu-
quantidade de sedimentos, obstrução do cateter ou tubo
tricionais de pacientes em que via enteral não consegue
coletor e outros sinais de infecção urinária podem indicar suprí-las) ou terapia exclusiva (onde uso da via enteral é
a necessidade de troca do cateter vesical. Nestes casos, proibida), sendo que em ambos casos ela pode combater
o cateter e o sistema de drenagem devem ser trocados desnutrição, podendo até reverter quadro imunológico.
simultaneamente.
No cateterismo de alívio o procedimento é similar, só Vias de Administração
que o cateter é retirado após a drenagem da urina. Ao
As vias utilizadas para a administração da alimenta-
término do procedimento, registrar se houve saída de
ção parenteral são a periférica e a central. Na primeira
urina, sua coloração e volume, como também possíveis podem ser somente oferecidas soluções hipoosmolares,
intercorrências tais como sangramento, ausência de uri- hipoconcentradas e as gorduras. Já na segunda há infu-
na, dificuldade na passagem da uretra, várias tentativas são de soluções hipertônicas de glicose e proteínas, vita-
de passagem e outras. minas entre outros.
Quando o paciente está com sonda vesical e há ne- A via mais utilizada é a central, sendo que a canulação
cessidade de coletar urina para exame, deve-se desin- da veia subclávica (por via infraclavicular) é a rotineira-
fetar o intermediário de látex da extensão do sistema mente usada para ter acesso à veia cava superior. O ca-
téter deve posicionar-se no átrio direito, o que deve ser
com álcool a70% e puncionar o mesmo, usando seringa
verificado através de RX.
e agulha fina estéreis. A desconexão da junção sonda-sis-
tema coletor é contraindicada, pois favorece a contami- Estipulada a via de administração, a solução pode ser
nação e, consequentemente, a infecção. instalada, respeitando sempre as condições estabeleci-
Quando o paciente apresenta baixo débito urinário das quanto ao volume e as calorias, situação esta contro-
(choque, desidratação), a saída da urina não serve como lada através da velocidade do gotejamento. As soluções
parâmetro para avaliar a eficácia do cateter de demora. base são hipertônicas, logo necessitam ser infundidas
em veia central.Estas soluções são compostas por 500
Nutrição Parental ml de solução de glicose 50% (fornece aproximadamen-
te1000kcal) adicionados em 500ml solução de aminoá-
A Nutrição Parenteral pode ser utilizada tanto como cido 10% (fornece aproximadamente 200 kcal); há ainda
terapia exclusiva quanto como de apoio, dependendo o acréscimo de eletrólitos e polivitamínicos (em função
basicamente da capacidade fisiológica de digestão e/ou das quantidades insuficientes de ácido fólico e vitamina
absorção de cada paciente. Defini-se pela administração B12 nos polivitamínicos, há necessidade de aplicação in-
tramuscular dos mesmos). Já as gorduras são fornecidas
endovenosa de macro e micronutrientes, por meio da via
sob forma de emulsão 10% (500ml aproximadamente
periférica ou central. 450 kcal) por meio da via periférica, não havendo risco
de flebite. Outra vantagem da emulsão é o seu elevado
As principais indicações são depleção das proteínas aporte energético em volumes reduzidos, além de forne-
plasmáticas, perda significativa ou incapacidade de ma- cer os ácidos graxos essenciais.
nutenção do peso corpóreo, traumas e cirurgias. Indicações

A indicação adequada, a manutenção dos controles Como já foi dito anteriormente, a Nutrição Parente-
bioquímicos, clínicos e antropométricos permitem di- ral pode ser usada como apoio ou exclusivamente, para
minuir as complicações infecciosas, metabólicas ou de aqueles casos em que o uso da via enteral é contra indi-
infusão. O retorno gradual e o mais precoce possível à cada, a seguir os mesmos serão expostos:
alimentação oral é a condição a ser alcançada em toda
terapia de nutrição parenteral. - Traumas: normalmente levam a estados hiperme-
tabólicos (perda elevada de N e alto gasto energético),
Entende-se por Nutrição Parenteral a administração logo a única terapia capaz de suprir tais necessidades é
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de nutrientes como glicose e proteínas, além de água, a parenteral. Isto é possível através do fornecimento de
eletrólitos, sais minerais e vitaminas através da via endo- emulsões lipídicas que apresentam alto teor calórico.
venosa, permitindo assim a manutenção da homeostase,
- Fístulas Enterocutâneas: a desnutrição é uma das
já que as calorias e os aminoácidos necessários são su-
maiores causas de mortalidade em pacientes com esta
pridos.
patologia, logo a Nutrição Parenteral nesses casos tem
objetivo de recuperar o estado nutricional desses pacien-
Tal método pôde ser observado já no século XIV, po-
tes. Estudos apontam que o tratamento convencional de
rém seus primeiros resultados não se mostraram satisfa-
fístula associada à Nutrição Parenteral tem promovido
tórios. As primeiras soluções glicosadas e hidrossalinas recuperação e fechamento precoces.
apareceram no início do século XVII, mas somente no
- Insuficiência Hepática: todos os nutrientes têm seus - prega cutânea: antes de iniciar e depois semanal
metabolismos alterados, principalmente as proteínas. A
competição entre aminoácidos ramificados e aromáticos - contagem linfocitária
é favorável já que há síntese de proteínas no músculo
(ideal para reparação hepática) e reduzem o catabolismo - testes cutâneos de sensibilidade: antes de iniciar e
(consequente diminui produção de amônia), logo aos depois a cada semana
pacientes com tal patologia são fornecidas altas concen-
trações de aminoácidos ramificados e baixa concentra- - exames laboratoriais :
ção de aromáticos.
- hemograma completo: antes de iniciar; em dias al-
- Insuficiência Renal Aguda: caracteriza-se pela re- ternados na 1a semana e depois semanalmente
tenção nitrogenada e hiperosmolaridade. Apesar disso, a
oferta de proteínas deve ser normal, com intuito de evitar - glicemia: antes de iniciar; em dias alternados na 1a
desnutrição energético proteica. A solução proteica for- semana e posteriormente uma vez por semana
nece aproximadamente 15g de aminoácidos, mantendo
assim o equilíbrio metabólico com os carboidratos. - colesterol total: antes de iniciar e, dependendo do
caso repetidas vezes
- Pancreatite Aguda: a Nutrição Parenteral objetiva,
nesse caso, o repouso pancreático fundamental para re- - triglicerídeos: idem acima
cuperação das funções e evitar hemorragias/necrose te-
cidual. Nestes casos, a emulsão lipídica deve ser utilizada - hemocultura: semanalmente
com cuidado (10% VCT), e as soluções devem ser hiper-
glicídicas e hiperproteicas para fortalecer aporte calórico. - glicosúria: 6/6 horas

- dosagem de proteínas de vida média curta (ex: pré-


- Enteropatias Inflamatórias: nessas patologias há ne-
-albumina): antes de iniciar; em dias alternados e depois
cessidade de repouso, redução de secreção e motilidade
intestinal, porém a desnutrição deve ser controlada para semanalmente
que os resultados da cirurgia sejam satisfatórios.
- balanço hídrico: diariamente
Portanto, após expostas as indicações, pode-se afir-
Complicações
mar novamente que a Nutrição Parenteral é destinada
àqueles pacientes que possuem a via oral e/ou gastroin-
Quanto às complicações observadas relacionadas à
testinal impossibilitadas de serem usadas (3,4,5), com
Nutrição Parenteral, valem ser ressaltadas as:
gasto metabólico elevado, decorrente de doença/trauma
e que apresentam aporte calórico proteico insuficiente, - Infecciosas (septicemia): são as mais graves, já que
além de ser usado como preparo de pacientes no pré os pacientes usuários da Nutrição Parenteral estão, ge-
operatório. ralmente, debilitados previamente. São decorrentes de
contaminação, seja das soluções ( o que é mais raro) , do
Existem três indicadores que são utilizados para catéter ou do momento de inserção do mesmo.
apontar os pacientes de risco (1,5), os quais são fortes
candidatos ao suporte nutricional via NP, são eles: - Não Infecciosas: estão relacionadas a problemas na
introdução do catéter, podendo ocorrer: pneumotórax,
· perda de 10% ou mais peso corpóreo; hemotórax, má posição de catéter, flebotrombose, hidro-
tórax, hidromediastino, lesão nervosa, lesão arterial (sub-
· albumina sérica abaixo de 3g/dL; clávica), perfuração miocárdica, laceração da veia, etc.

· transferina sérica com valores inferiores a 220 mg/ - Metabólicas: são decorrentes de alterações do me-
dL. Controles tabolismo dos nutrientes utilizados nas soluções infun-
didas.
Após a Nutrição Parenteral ser instalada, alguns re-
cursos são usados no controle e/ou na verificação da
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Estas podem se dar quanto:


aceitação do método, dentre os quais podem ser citados:
- Aos carboidratos: hiperglicemia e coma hiperosmo-
- avaliação nutricional : lar não cetônico (decorrentes de intolerância à glicose),
diurese osmótica, hipoglicemia (decorrente de aumento
- curva de peso: antes de iniciar e, posteriormente de da produção insulínica endógena associada a insulina
3/3 dias exógena);

- circunferência do braço: antes de iniciar e, posterior- - Aos lipídeos: deficiência de ácidos graxos essenciais,
mente semanalmente hipertrigliceridemia;
- Aos aminoácidos: hiperamoniemia, acidose meta- Entre lactentes - crianças de um a 12 meses de vida2
bólica hiperclorêmica (resultante da liberação de ácido -, os sinais e sintomas de alterações na eliminação uri-
clorídrico por parte dos aminoácidos cristalinos utiliza- nária não são tão evidentes quanto as alterações do tra-
dos); to respiratório superior, por exemplo. Portanto, muitos
casos podem passar despercebidos devido à dificuldade
- Aos eletrólitos: hipofosfatemia (leva diminuição do de observação, apresentação de sintomas inespecíficos
e ao fato de lactentes serem incapazes de expressar ver-
transporte de oxigênio e da capacidade de coagulação balmente seus sentimentos e sensações, o que dificulta
sangüínea), hipo/hiperpotassemia e hipo/hipernatremia; a detecção do desconforto que podem estar sentindo.3
- Às vitaminas: hipervitaminose A e D (por serem li- Nessa etapa do desenvolvimento, a detecção preco-
possolúveis têm tendência ao acúmulo no organismo), ce de problemas urinários é particularmente importante,
hipovitaminose K, B12 e de ácido fólico; uma vez que em crianças menores de um ano é mais alta
a probabilidade de ocorrência de cicatrizes no parênqui-
- Aos oligoelementos: deficiência principalmente de ma renal por infecções do trato urinário não tratadas em
Cobre, Selênio e Zinco; tempo oportuno, podendo causar danos permanentes
como as cicatrizes renais e evolutivamente essas lesões
podem levar à hipertensão e à insuficiência renal crôni-
- Ao excesso de oferta hídrica.
ca.3,4
Lembrando sempre que, assim que possível o desma- Coletar dados sobre a eliminação urinária do lacten-
me da Nutrição Parenteral, deve ser realizado gradativa- te na rotina da clínica pediátrica possibilita identificar
mente para a alimentação enteral e posteriormente para diagnósticos de enfermagem e planejar adequadamente
via oral, mais fisiológica e menos custosa. ações de cuidado, garantindo uma prática segura e re-
solutiva.
Pode-se observar e concluir que a Nutrição Parente-
ral, se bem aplicada, é um recurso de extrema importân- Assim, espera-se que as características definidoras
cia na manutenção e/ou melhora do estado de saúde dos apresentadas na taxonomia da NANDA-I1 para o diag-
pacientes de pequeno, médio e alto risco, seja em âmbito nóstico de enfermagem eliminação urinária prejudicada
hospitalar quanto domiciliar. representem, de fato, o que é evidenciado pelos lacten-
tes quando ocorre esse tipo de alteração, com vistas a
A Nutrição Parenteral pode ser interpretada como um adequado planejamento das ações e à obtenção de
terapêutica extremamente segura, quando seus proce- registros e parâmetros satisfatórios para a avaliação.
dimentos técnicos e de higienização são seguidos rigo-
rosamente pelos profissionais. Caso contrário, é uma via O presente estudo se justifica diante da necessidade
direta à septicemia e um conseqüente perigo para a so- de aperfeiçoamento e continuidade no desenvolvimento
brevivência dos pacientes. do diagnóstico de enfermagem eliminação urinária pre-
judicada, bem como de adequada abordagem por par-
Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteu- te da enfermagem junto aos lactentes. Seu objetivo foi
do/artigos/conteudo/nutricao/967 identificar as manifestações clínicas relatadas na literatu-
ra para lactentes com alterações na eliminação urinária.
CUIDADOS EM RELAÇÃO A ELIMINAÇÃO
URINÁRIA, UTILIZAÇÃO DE COMPRESSAS. MÉTODO
CUIDADOS DE ENFERMAGEM DURANTE
A LAVAGEM INTESTINAL. CUIDADOS Trata-se de uma revisão integrativa da literatura para
NA PREVENÇÃO DE QUEDAS. SINAIS NA a identificação de evidências sobre manifestações clíni-
REAÇÃO TRANSFUSIONAL. cas relacionadas a problemas na eliminação urinária de
lactentes. Optou-se por esta revisão, por se tratar de um
método que possibilita sumarizar pesquisas realizadas,
O sistema de classificação de diagnóstico de enfer- incluindo simultaneamente pesquisas experimentais e
magem da NANDA-I,1 entre outros diagnósticos de en- não experimentais, chegando à ampla compreensão so-
fermagem relacionados à eliminação urinária, apresenta bre um tópico em particular, além de possibilitar a iden-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

o diagnóstico eliminação urinária prejudicada, que tem tificação de novas informações e atualização acerca do
como definição ―disfunção na eliminação de urina‖.1 tema estudado.5-8

Suas características definidoras são: disúria, frequên- Para a elaboração da revisão integrativa, seguiram-se
cia, hesitação urinária incontinência, noctúria, retenção as etapas propostas por Broome,5 quais sejam: levanta-
urinária e urgência urinária.1 Identifica-se a possibilidade mento da questão da pesquisa; estabelecimento de crité-
de lacunas em suas características definidoras, quando rios do processo de busca; extração das informações; ca-
se trata de lactentes, dadas as particularidades na for- tegorização dos estudos; avaliação crítica das pesquisas.
ma como crianças nessa faixa etária podem manifestar a Após essas etapas a autora ainda apresenta um tópico
ocorrência deste diagnóstico de enfermagem. denominado análise e síntese da revisão integrativa, que
também subsidiou a elaboração desta revisão.
A questão norteadora no presente estudo foi: que cados na íntegra para leitura e categorização. Após a lei-
manifestações clínicas os lactentes com alterações na eli- tura na íntegra, três foram excluídos, por não mostrarem
minação de urina podem apresentar? manifestações clínicas de disfunção na eliminação de uri-
na em lactente, restando 11 estudos que compuseram a
Os critérios de inclusão foram: artigos publicados em amostra dessa base.
inglês, espanhol ou português, que abordavam situações
relacionadas à eliminação urinária prejudicada em lac- Na base CINAHL foi utilizado o formulário de pes-
tentes (crianças de um a 12 meses de idade); publicados quisa avançada. Para a busca utilizaram-se os seguintes
nos últimos cinco anos (de 2008 a 2012). Este último cri- termos: urinary tract OR urologic diseases OR urination
tério foi adotado devido à recomendação da NANDA-I1 disorders AND infant. No item opções de pesquisa fo-
de que para revisão de seus diagnósticos fosse realizada ram selecionados os itens: booleano/frase; infant; excluir
revisão bibliográfica em artigos científicos nesse período. registros MEDLINE e publicações do mês de janeiro de
Os critérios de exclusão foram: artigos que não respon- 2007 a dezembro de 2011. A busca resultou em 45 es-
diam à questão do estudo; resumos; e artigos não obti- tudos. Destes, após a leitura dos títulos e resumos, 20
dos na íntegra após ampla busca realizada. estudos atenderam aos critérios de inclusão e foram
buscados na íntegra para leitura e categorização. Dos
A pesquisa foi realizada em quatro bases de dados selecionados, três não foram encontrados na íntegra e
com significância para a Enfermagem, são elas: Cummu- um foi publicado na língua francesa. Após a leitura na
lative Index to Nursing and Allied Health Literature (CI- íntegra de todos os estudos, seis foram excluídos por não
NAHL), Biblioteca Cochrane, PubMed, serviço da U.S. Na- abordarem situações relacionadas à eliminação urinária
tional Library of Medicine do National Institutes of Health prejudicada em lactentes, restando 10 estudos que com-
e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências puseram a amostra dessa base.
da Saúde (LILACS). Todas foram acessadas por meio do
portal de periódicos CAPES a partir do sistema proxy Na Biblioteca Cochrane foram utilizados os seguintes
oferecido pela biblioteca da Universidade Federal de São termos de busca: ―urinary tract‖ OR ―urologic diseases‖
Carlos (UFSCar), disponível em <http://www.periodicos. OR ―urination disorders‖ AND ―infant‖ Não foram utili-
capes.gov.br/>. zados refinamentos. A busca resultou em 153 estudos e
após a leitura dos títulos e resumos observou-se que os
Para a busca dos descritores controlados foi utiliza- mesmos não atendiam aos critérios de inclusão propos-
do o Medical Subjects Headings (MeSH) para descritores tos. Foram feitas outras combinações nessa base de da-
em inglês (utilizados na PubMed, CINAHL e biblioteca dos visando encontrar estudos elegíveis. Combinaram-
Cochrane) e o Descritores em Ciências de Saúde (DeCS) -se, então: ―urologic diseases‖ AND ―infant‖, resultando
para descritores em português (utilizados na LILACS). em 13 estudos; ―urologic disorders‖ AND ―infant‖ resul-
Foram selecionados os seguintes descritores controla- tando em três estudos; e ―urinary tract‖ AND ―infants‖
dos: urologic diseases, urination disorders, urinary tract, em 333 estudos. Destes, após a leitura dos títulos e re-
infant, doenças do trato urinário, transtornos urinários, sumos, 16 atenderam aos critérios de inclusão e foram
trato urinário e lactente. Para a realização da busca dos buscados na íntegra para leitura e categorização. Após a
leitura na íntegra, 13 foram excluídos por não abordarem
estudos foram feitas combinações entre os descritores
situações relacionadas à eliminação urinária prejudicada
utilizando-se os operadores booleanos AND e OR.
em lactentes, restando três que compuseram a amostra
dessa base.
A busca na base PubMed se deu a partir da estraté-
gia PubMed Search Builder. Primeiramente foi realizado
Na LILACS foram utilizados os seguintes termos:
cruzamento com os seguintes termos: urinary tract AND
doenças do trato urinário, trato urinário, transtornos
urination disorders OR urologic diseases AND infants,
urinários e lactente. A busca se deu por meio de pes-
utilizando-se os limites: publicações dos últimos cinco
quisa via formulário iAH. Primeiramente foi realizado
anos, humanos, artigos em português, inglês e espanhol,
cruzamento com os seguintes termos: doenças do trato
lactentes: 1-23 meses (período estabelecido na base de
urinário OR transtornos urinários OR trato urinário AND
dados PubMed) e com abstracts. Esta pesquisa resultou
lactentes. Esta pesquisa resultou em dois estudos, sen-
em 70 estudos, dos quais 12 atenderam aos critérios pro-
do que nenhum atendia aos critérios propostos. Dessa
postos. forma, optou-se por realizar outro cruzamento com os
seguintes termos: doenças do trato urinário AND lacten-
Optou-se por realizar outro cruzamento com os se-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tes. Essa busca resultou em um estudo. Optou-se, então,


guintes termos: urologic diseases AND urinary tract AND por fazer um terceiro cruzamento com os seguintes ter-
infant, com os mesmos limites anteriormente citados. mos: trato urinário AND lactente, que resultou em um
Essa busca resultou em 682 estudos e recebeu refina- estudo. O cruzamento dos termos: transtornos urinários
mento utilizando-se um termo mais específico para a AND lactentes não resultou em algum estudo. No quinto
questão da eliminação urinária, qual seja, urination di- cruzamento foram utilizados os seguintes termos: trato
sorders. Os termos combinados foram: urination disor- urinário AND lactentes. Esta última busca resultou em
ders AND urinary tract AND infant, ainda com os mesmos quatro artigos. Destes, após a leitura dos títulos e resu-
limites anteriormente citados. A busca resultou em 239 mos, apenas um atendeu aos critérios de inclusão e foi
estudos. Destes, após a leitura dos títulos e resumos, 14 buscado na íntegra para leitura e categorização. Assim,
estudos atenderam aos critérios de inclusão e foram bus- um estudo compôs a amostra dessa base.
Os artigos foram buscados na íntegra por meio do área de Nefrologia foi dado mais enfoque aos proble-
portal de periódicos CAPES com base no sistema proxy mas do trato urinário superior (rins e ureteres)13-21 e à
oferecido pela Biblioteca Comunitária da UFSCar. Cada Urologia e a problemas em diferentes estruturas do trato
artigo foi lido na íntegra e posteriormente preenchida urinário (rins, ureteres, bexiga e uretra).22-24
uma planilha no Microsoft Excel com os dados dos mes-
mos. A determinação do nível de evidência dos estudos
Estudo da área de Cirurgia pediátrica apresentou
foi realizada com base na classificação revista das forças
de evidência, proposta por Melnyk; Fineout-Overholt,9 anormalidades urodínâmícas em lactentes.25 Na área de
que considera as evidências em sete níveis: nível I - evi- Pediatria foi identificado um estudo que exibiu manifes-
dências oriundas de uma revisão sistemática ou meta- tações gerais das crianças, que por vezes, são relaciona-
nálise de todos os ensaios clínicos randomizados con- das a distúrbios geniturinários e, também, a doenças que
trolados (ECRC) relevantes ou originadas de diretrizes descrevem o choro como sinal observado no lactente,
clínicas baseadas em revisões sistemáticas de ECRC; nível entre elas a infecção do trato urinário.26
II - evidências obtidas de pelo menos um ECRC bem deli-
neado; nível III - evidências originadas de ensaios clínicos Entre as características definidoras identificadas na
bem delineados sem randomização; nível IV - evidências revisão Integrativa e que são contempladas pela NAN-
provenientes de estudos de caso-controle e de coorte DA-I,1 destacaram-se: retenção urinária e disúria, que em
bem delineados; nível V - evidências obtidas de revisões
lactentes podem ser identificadas como choro ao urinar.
sistemáticas de estudos descritivos ou qualitativos; nível
Disúria foi encontrada em um estudo de nível de evidên-
VI - evidências oriundas de um único estudo descritivo
ou qualitativo; nível VII - evidências originárias de opi- cia VII. Retenção urinária foi registrada em três estudos,
nião de autoridades e/ou relatório de comitês de espe- sendo um de nível de evidência IV, um de nível de evi-
cialistas. dência VI e um de evidência VII.

Assim, nessa escala de I a VII, I representa o tipo de As demais manifestações clínicas levantadas na lite-
estudo com mais alto nível de evidência científica e VII ratura como passíveis de serem observadas em lactentes
representa o tipo de estudo com mais baixo nível de com prejuízos na eliminação de urina foram divididas em
evidência científica. Todos os artigos que compuseram manifestações clínicas específicas e inespecíficas (Tabela
a amostra deste estudo foram classificados em relação à 1), assim como sugerem autores.27
sua força de evidência.
As manifestações clínicas mais frequentemente cons-
RESULTADOS tatadas na literatura foram as inespecíficas, quais sejam,
febre (14 ocorrências), irritabilidade (cinco ocorrências),
Compuseram a amostra estudos oriundos da Medici- letargia e vômito (quatro ocorrências). As manifestações
na e da Enfermagem, sendo os mesmos distribuídos da clínicas que retratam especificidades do lactente foram
seguinte forma: Pediatria (26,3%); Nefrologia pediátrica identificadas com menos frequência na literatura, indi-
(21,0%); Urologia pediátrica (10,5%); Cirurgia pediátrica cando a necessidade de maiores estudos nesse sentido.
(10,5%); Medicina geral (10,5%); Enfermagem (10,5%) e São elas: anúria, jato urinário fraco, interrupção na mic-
não identificado (5,2%). ção e choro ao urinar, todas com apenas uma ocorrência.

Os estudos oriundos da Enfermagem eram de atuali- Em relação aos níveis de evidência dos estudos, em
zação sobre infecção do trato urinário, com apresentação sua maioria foram de força de evidência VII (68,4%), se-
dos tipos de infecção, bem como os sinais e sintomas, guido dos estudos de força de evidência IV e VI (10,5%) e
tipos de exames e tratamento, visando dar subsídios para força de evidência V e II (5,2%). Para a composição desta
uma prática assistencial segura10,11 e sobre como o exa- pesquisa não foram encontrados estudos com força de
me de urina pode fornecer condições valiosas sobre a evidência I e III.
condição do paciente, permitindo a detecção de doenças
sistêmicas e infecções.12 A relação entre as manifestações clínicas identificadas
e o tipo de estudo, bem como força de evidência dos
Os estudos oriundos da área de Nefrologia e Nefrolo- mesmos, está demonstrada na Tabela 2.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

gia pediátrica descreveram achados clínicos e laborato-


riais de doenças do trato urinário observadas entre lac- Uma vez que na literatura consultada as manifesta-
tentes, prevalência de doenças, prevenção e tratamento ções clínicas identificadas estão fortemente ligadas a
das mesmas e novos achados clínicos em lactentes com distúrbios urinários dos lactentes, entende-se ser perti-
doenças urinárias.13-17 nente a realização de estudos clínicos para se identificar
a possibilidade de inclusão dessas manifestações como
Os estudos oriundos da área de urologia pediátrica características definidoras do DE eliminação urinária pre-
descreveram a prevalência de doenças, tratamento e judicada, visando melhor retratar a condição de lactentes
achados clínicos, que difere da Nefrologia em relação à com essa resposta humana.
localização dessas doenças. Nos estudos realizados pela
A literatura notificou que disúria, uma característi- - Lubrificar a extremidade distal da sonda retal com
ca definidora já constante na NANDA-I(1) para esse DE, Xylocaína geléia;
pode ser manifestada por lactentes como ―choro ao uri-
nar‖, o que pode ser incluído na NANDA-I1 para melhor - Entreabrir as nádegas, a fim de visualizar o ânus;
retratar a situação dos lactentes com esse sintoma.
- Introduzir a sonda;
Diante da importância de se detectarem precoce-
mente alterações urinárias entre lactentes para melhor - Injetar a solução no reto, fazendo compressão gra-
planejamento das ações de enfermagem, as manifesta- dual no frasco plástico da solução;
ções clínicas identificadas na literatura consultada para o
presente estudo poderão contribuir para a ampliação do - Retirar a sonda lentamente ao término da infusão e
conhecimento por parte dos enfermeiros, levando a uma desprezar o material em saco plástico;
prática mais efetiva no que diz respeito às alterações da
eliminação urinária entre lactentes. - Orientar o cliente que retenha o líquido o máximo
possível;
Fonte: http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/684
- Auxiliar o cliente a ir ao banheiro, ou colocar a co-
Cuidados de enfermagem durante a lavagem in- madre sob o cliente;
testinal.
- Deixar o cliente em posição confortável e a campa-
Finalidades: inha ao seu alcance;

- Avaliar a distensão abdominal, flatulência, remover - Deixar o ambiente em ordem.


fezes acumuladas, preparar clientes para cirurgias e exa-
mes do trato intestinal.

Material Necessário: Pós - Execução:

- 01 Par de luvas de procedimento, gaze não este- - Desprezar o material utilizado no expurgo;
rilizada, 01 sonda retal, solução prescrita, 01 Xylocaína
geléia, 01 comadre, - 01 bandeja e 01 saco plástico - Lavar as mãos;
pequeno, toalha.
- Realizar anotações necessárias.
Pré- Execução:
Avaliação:
- Observar prescrição médica;
- Eficácia do procedimento;
- Aquecer a solução;
- Aspecto e quantidade das fezes.
- Adaptar a sonda ao frasco;
Riscos / Tomada de Decisão:
- Preparar o material;
- Lesão de mucosa: suspender o procedimento e co-
- Lavar as mãos. municar o médico do cliente;

Execução: - Estravasamento de líquido: suspender o procedi-


mento, fazer a higiene.
- Identificar-se;
Fonte: https://www.portaldaenfermagem.com.br/
- Checar o nome e o leito do cliente; protocolos-leitura.asp?id=300
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Orientar o cliente e/ou acompanhante quanto ao Cuidados na prevenção de quedas:


procedimento;
Para quê prevenir a queda?
- Promover privacidade;
A queda pode gerar inúmeros danos desnecessários à
- Calçar as luvas; saúde do paciente, além de ser um parâmetro para ava-
liar a qualidade da assistência de enfermagem. Alguns
- Colocar uma toalha sob as nádegas do cliente; pacientes apresentam maior risco para ocorrência de
queda e esses precisam ser identificados para orientar a
- Colocar o cliente em posição de SIMS (decúbito la- equipe no desenvolvimento de estratégias para sua pre-
teral esquerdo, com MIE estendido e MID fletido); venção.
Fatores de risco para ocorrência de queda: Assim, é imprescindível que todos os profissionais
abrangidos na prescrição e administração de hemocom-
Idade menor que 5 anos ou maior que 65 anos; ponentes sejam capacitados a imediatamente identificar
Agitação/confusão; e empregar táticas adequadas para resolução e precau-
Déficit sensitivo; ção de novos episódios de reação transfusional.
Distúrbios neurológicos;
Uso de sedativos; O evento destas reações está unificado a diferentes
Visão reduzida (glaucoma, catarata); causas, den¬tre os quais fatores de carga da equipe hos-
Alteração na marcha; pitalar como falhas de identificação de pacientes, por-
Hiperatividade; ções ou produtos, emprego de insumos inadequados,
Mobiliário (berço, cama, escadas, tapetes); fatos incluídos ao receptor e/ou doador como existência
Riscos ambientais (iluminação inadequada, pisos es- de anticorpos irregulares que não tenham sido detecta-
corregadios, superfícies irregulares); dos em testes pré-transfusionais de rotina.
Calçado e vestuário não apropriado;
Bengalas ou andadores não apropriados. A reação transfusional é, assim, toda e qualquer in-
O que fazer para prevenir a queda? tercorrência que aconteça como resultado da transfusão
Identifique os pacientes com risco de queda por meio sanguínea, durante ou após sua administração. As rea-
da utilização de pulseiras de alerta. ções transfusionais podem ser dispostas em imediatas
Oriente os profissionais e familiares a manter as gra- (até 24 horas) ou tardias (depois de 24 horas da transfu-
des da cama elevadas; são), imuno¬lógicas e não imunológicas.
Oriente o paciente e acompanhante a solicitar ao pro-
fissional auxílio para a saída do leito ou poltrona; A reação febril não hemolítica
Oriente o acompanhante a avisar a equipe toda vez
que for se ausentar do quarto e a não dormir com criança Mais comum das transfusões do concentrado de he-
no colo; máceas, multiparas ou politransfundidas. Está relaciona-
Disponibilize equipamentos de auxílio à marcha, do com presença de anticorpos do receptor contra antí-
quando necessário; geno leucocitário da unidade transfundida.
Crie ambiente físico que minimize o risco de ocorrên- Causa febre, acompanhada de tremores ou não e
cia de quedas, como barras de segurança nos banheiros, calafrios (rubor, cefaleia, náuseas). Nesse caso, suspen-
corrimões nas escadas, utilização de fitas antiderrapan- de-se a transfusão imediatamente e não deve ser mais
tes, placas de informação; reinfundido. É uma reação benigna, deve ser anotada no
Adeque os horários dos medicamentos que possam prontuário, deve ser tratada com antitérmico e o médico
causar sonolência; deve ser comunicado imediatamente.
Oriente a utilização de calçados com sola antiderra-
pante e adequados ao formato dos pés; A reação urticariforme
Solicite manutenção das camas, berços e grades,
sempre que necessário; Ocorre em qualquer componente que tenha plasma,
Monitore e registre as intervenções preventivas rea- aumento do prurido cutâneo e urticária, pode ocorrer:
lizadas.
O que lembrar? • Edema de laringe;
• Dificuldade respiratória;
O uso de contenção mecânica, em caso de agitação • Cianose;
ou confusão do paciente, deve ser criteriosamente ana- • Dispneia;
lisado, uma vez que requer a autorização de familiares, • Ansiedade;
definição de protocolos institucionais e utilização de • Dor retroesternal;
equipamentos apropriados; • Suspender a transfusão imediatamente;
Oriente o profissional de saúde a comunicar e regis- • Comunicar médico assistente;
trar casos de queda, implementando medidas necessá- • Dependendo do edema da laringe se faz necessário
rias para diminuir danos relacionados à sua ocorrência. uso O2.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Fonte: https://www.enfermeiroaprendiz.com.br/pre-
vencao-de-queda-8o-passo-para-a-seguranca-do-pa- A reação anafilática
ciente/
Ocorrem sintomas gastrointestinais (náuseas, dor
Sinais na reação transfusional abdominal, vômito) ocorrendo severa hipotensão com
lipotimia, ainda pode ocorrer arritmia cardíaca, tosse,
A transfusão é um fato que ocasiona benefícios e ris- dispneia e urticária. Recomenda-se interromper imedia-
cos possíveis ao receptor. A despeito da indicação preci- tamente a transfusão e infundir solução salina; podem
sa e administração correta, algumas reações às transfu- ser usados epinefrina, anti-histamínicos e corticoides
sões podem acontecer. conforme orientações médicas.
A contaminação bacteriana Para que possamos administrar os medicamen-
tos com a segurança necessária e orientar os pacientes
Nesses casos, a fonte é o próprio doador podendo quanto a seu uso, é imprescindível termos um pouco de
ser da própria pele, no ato da punção venosa ou uma conhecimento sobre farmacologia - ciência que estuda
bacteremia não detectada na triagem clínica. Pode oca- os medicamentos e suas ações no organismo.
sionar choque, coagulação intramuscular e pode evoluir Denomina-se droga qualquer substância capaz de
para óbito.
produzir alterações somáticas ou funcionais no organis-
Suspender transfusão, e deve ser feito amostra da
mo vivo, resultando em efeito benéfico, caso dos antibió-
bolsa e receptor para realização cultura. Antibioticotera-
pia + terapia do choque, coagulação e IRA se presente. ticos, ou maléfico, a cocaína, por exemplo.
Dose refere-se à quantidade de medicamento que
A sobrecarga circulatória deve ser ministrada ao paciente a cada vez. Dose míni-
ma é a menor quantidade de um medicamento capaz de
Insuficiência cardíaca congestiva é mais observada em produzir efeito terapêutico; dose máxima, a maior, capaz
idosos ou pacientes cardiopatas (dispneia, cianose, tosse, de produzir efeito terapêutico sem, contudo, apresentar
hipotensão, taquicardia, intolerância ao decúbito dorsal). efeitos indesejáveis. Dose terapêutica é aquela capaz de
Nesses casos, o sangue deve ser infundido o mais lento produzir o efeito desejado; dose de manutenção é aque-
possível no prazo de quatro horas, devendo o paciente la necessária para manter os níveis desejáveis de medi-
ficar em decúbito elevado + oxigênio + diurético. camento na corrente sangüínea e nos tecidos, durante o
tratamento.
A lesão pulmonar relacionada à transfusão Uma droga pode agir como medicamento ou como
tóxico, dependendo de certos fatores, como a dose utili-
Deve ser considerado que todo receptor pode desen- zada, as vias de administração e as condições do pacien-
volver IPA (edema agudo pulmão, edema pulmonar bila-
te. A margem de segurança refere-se aos limites existen-
teral, taquicardia, febre, hipotensão e cianose) Suspender
imediatamente a transfusão. Suporte ventilatório e O2. tes entre a dose terapêutica e a dose tóxica. Por exemplo,
os digitálicos possuem pequena margem de segurança
Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteu- porque o paciente, mesmo fazendo uso de dose tera-
do/artigos/enfermagem/reacoes-transfusionais-imedia- pêutica, pode, com relativa facilidade, apresentar sinais
tas/21761 de intoxicação digitálica.
O paciente tem o direito de saber seus valores pres-
sóricos.
Nunca lhe negue esse direito nem diga frases como
FARMACOLOGIA APLICADA À ―está ótima!‖. As alterações devem ser comunicadas ao
ENFERMAGEM: PRINCÍPIOS BÁSICOS DE paciente e/ ou familiar de modo adequado.
FARMACOLOGIA; CÁLCULOS E DILUIÇÕES; Nos casos de hipertensão ou hipotensão, a enfermei-
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS; ra ou o médico devem ser imediatamente avisados.
PRINCIPAIS MEDICAMENTOS NAS Os medicamentos também podem ser classificados
ESPECIALIDADES (INDICAÇÕES, CONTRA- segundo seu poder de ação, que pode ser local ou sistê-
INDICAÇÕES, MECANISMO DE AÇÃO mica. A ação local, como o próprio nome indica, está cir-
E EFEITOS ADVERSOS). CÁLCULOS E cunscrita ao próprio local de aplicação. Exemplos: cremes
ADMINISTRAÇÕES DE MEDICAMENTOS e pomadas, supositórios de efeito laxativo, colírios. Na
ação sistêmica, o medicamento é absorvido e veiculado
EM PEDIATRIA E ADULTO. NOÇÕES
pela corrente sangüínea até o tecido ou órgão sobre o
BÁSICAS DE EXAMES CLÍNICOS,
qual exercerá seu efeito. Exemplos:aplicação de vasodila-
POSIÇÕES PARA EXAMES E CUIDADOS tador coronariano sublingual, administração de diurético
DE ENFERMAGEM. SEGURANÇA via oral.
DO PACIENTE: DEZ PASSOS PARA Comumente, os medicamentos são encontrados nos
SEGURANÇA DO PACIENTE. PRÁTICAS estados sólido,semi-sólido, líquido e gasoso, fabricados
SEGURAS NA ADMINISTRAÇÃO DE em diversas apresentações
MEDICAMENTOS.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Antibióticos

Os antibióticos são drogas capazes de inibir o cresci-


A maioria das infecções é tratada com medicamentos mento de microrganismos ou destruí-los. Constituem um
denominados antibióticos, que têm por objetivo destruir grupo de medicamentos com ação bactericida/fungicida,
ou inativar os microrganismos que se instalam no organis- causando a destruição das bactérias/fungos, pois desen-
cadeiam alterações incompatíveis com sua sobrevida e
mo. Adicionalmente,são prescritos medicamentos do grupo
ação bacteriostática/fungistática, promovendo a inibição
dos analgésicos, antitérmicos e antiinflamatórios, indicados
do crescimento e reprodução bacteriana/fúngica, sem
principalmente para aliviar sintomas que acompanham pro-
necessariamente provocar sua morte imediata. O efeito
cessos infecciosos, como hipertermia, mal-estar geral e dor. pode ser reversível se o uso da droga for suspenso.
A produção dos antibióticos pode ocorrer de for- – cefaléia, convulsões, alucinações, delírios, agitação,
ma natural, ou seja, originária de microrganismos como depressão,confusão mental - provenientes da ação
fungos do gênero Penicillium e Cephalosporium e de no sistema nervoso central;
bactérias do gênero Bacillus e Streptomyces; de forma – zumbidos, tonturas, vertigem, alterações do equilí-
semi-sintética, obtida a partir de modificações dos anti- brio e perda de audição, muitas vezes irreversível
bióticos naturais por intermédio de processos químicos; - no sistema nervoso periférico, alguns grupos de
e sintética, através de processos químicos. antibióticos atingem o nervo auditivo, interferindo
Um dos grandes desafios da medicina moderna é o em sua função, caso dos aminoglicosídeos;
controle das infecções provocadas por bactérias multir- – comprometimento da função renal – provocada por
resistentes, capazes de sobreviver à ação dos antibióticos antibióticos nefrotóxicos, como os aminoglicosíde-
mais potentes atualmente existentes. Produtos antes efi- os e anfotericina B;
cazes acabam não tendo efeito sobre elas, pois através – astenia, anorexia, náuseas, vômitos, hipertermia,
de mudanças em sua constituição desenvolveram um artralgias, acolia, colúria e icterícia - causadas por
processo de resistência aos mesmos. Dessa forma, dize- alterações da função do fígado, que podem ser
mos que uma bactéria é resistente a determinado an- transitórias, desaparecendo com a supressão do
tibiótico quando tem a capacidade de crescer in vitro, medicamento;
em presença da mesma concentração que o antibiótico – anemia hemolítica, leucopenia, entre outras - os an-
alcança na corrente sangüínea. tibióticos podem afetar o sistema hematopoiético,
Ressaltamos a importância da enfermagem na mini- alterando a composição sangüínea;
mização do problema, cumprindo com rigor as normas
para o preparo e administração de antibióticos. Durante Choque anafilático - é a reação exagerada do orga-
o preparo destes medicamentos na forma injetável, de- nismo a substâncias as quais está sensibilizado.
ve-se ter o cuidado de não dispersar aerossóis no meio Flebite - processo inflamatório das veias, com apre-
ambiente ao desconectar a agulha do frasco-ampola e sentação de sinais e sintomas de dor, calor e rubor. A
ao retirar o ar da seringa. veia inflamada torna-se palpável, dando a sensação de
Outro aspecto relevante é propiciar a manutenção
cordão endurecido.
relativamente estável dos níveis de medicamentos na
– hipotensão, arritmias e parada cardiorrespiratória –
corrente sangüínea, administrando- os no horário esta- causados pela administração de antibióticos como
belecido. a Anfotericina B, por exemplo, em infusão rápida,
Todos os antibióticos apresentam grande potencial por via endovenosa.
de produzir efeitos colaterais - efeitos secundários e in-
desejáveis da utilização dos antibióticos, resultantes de Sobre o metabolismo e sistema imunológico, a ad-
ações tóxicas ou irritantes inerentes à droga, ou de into- ministração oral de antibióticos de amplo espectro, por
lerância do paciente. período prolongado, provoca efeitos que podem alterar
Os antibióticos podem desencadear manifestações a flora intestinal e causar distúrbios na absorção do com-
alérgicas por reações de hipersensibilidade, com efeitos plexo B. Persistindo tal situação, o paciente pode mani-
benignos, como urticária, ou graves, como choque anafi- festar sinais de hipoavitaminose.
lático. Os principais antibióticos de ação bactericida ou bac-
Podem também desencadear efeitos colaterais de na- teriostática são:
tureza irritativa, derivados da natureza cáustica do pro-
duto, atingindo basicamente os locais de contato com o • Penicilinas
medicamento. Na mucosa gastrintestinal provocam dor,
sensação de queimação, náuseas, vômitos e diarréia. Es- Termo genérico que abrange grande grupo de fár-
sas manifestações clínicas são aliviadas quando o medi- macos. A penicilina é uma droga bactericida, de baixa
camento é administrado com alimentos ou leite. toxidade. Por ser capaz de desencadear reações de sen-
sibilização, o profissional deve estar atento a esse tipo de
Exemplo: Ampicilina. manifestação.
– Penicilina G cristalina - possui ação rápida, devendo-se
Nos músculos, a aplicação de antibióticos (por via repetir a dose a cada 4 horas. Em adultos, a adminis-
intramuscular) provoca reações que variam desde dor tração deve ser feita por infusão venosa, por aproxi-
e enduração local até formação de necrose e abscesso. madamente 30 minutos, em 50 a 100ml de solução;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Exemplo: Benzetacil®. Na administração endovenosa as – Penicilina G procaína e penicilina G benzatina - ve-


reações mais freqüentes são dor e flebite ocasionadas rificam-se ações mais prolongadas nos casos de
pelo contato do medicamento com o endotélio vascular utilização dos medicamentos Wycillin® (penicilina
– medicamentos como a anfotericina B, penicilina G cris- G procaína) e Benzetacil® (penicilina G benzati-
talina e vancomicina exigem diluição em grande quan- na). Devem ser aplicadas exclusivamente por via
tidade de solução e aplicação intermitente, gota a gota. intramuscular profunda, com cautela, para evitar
Os antibióticos são indicados para agir sobre a célula administração acidental intravenosa, intra-arterial
bacteriana, porém, quando introduzidos no organismo, ou junto a grandes nervos.
podem interferir também nas próprias células, causando
graus variáveis de lesão tecidual em diversos órgãos, pro- Lesões permanentes podem resultar de aplicações
duzindo efeitos colaterais de natureza tóxica tais como: nas proximidades ou no nervo;
– Outras penicilinas: oxacilina (Oxacilina®, Staficilin • Vancomicina
N®), ampicilina (Ampicilina®, Ampicil®, Amplo-
fen®, Binotal®), amoxicilina (Amoxil®, Clavulin®, Deve ser administrada por via endovenosa (Vanco-
Larocin®, Novocilin®), carbenicilina (Carbenici- micina®), em infusão intermitente, em 100 a 200ml de
lina®) - podem provocar reações alérgicas e, na solução salina ou glicosada, por 60 minutos. A infusão rá-
administração oral, irritação gástrica. pida provoca a reação ―síndrome do pescoço vermelho‖,
caracterizada por rubor de face, pescoço, tórax prurido,
• Cefalosporinas hipotensão e choque anafilático - sintomas que costu-
mam cessar com a interrupção da infusão. É irritante para
As cefalosporinas constituem um dos grupos de anti-
o tecido, podendo causar dor e até necrose em adminis-
bióticos mais prescritos no nosso meio e têm a vantagem
trações intramusculares ou quando de extravasamento
de ser agentes bactericidas e gerar poucos efeitos cola-
terais. De maneira geral, são drogas bem toleradas pelo acidental nas aplicações endovenosas. A ocorrência de
organismo mas devem ser usadas com cautela em pa- tromboflebite pode ser minimizada com aplicações len-
cientes penicilino-alérgicos e/ou com história de doença tas e bem diluídas.
gastrintestinal. As principais cefalosporinas são: cefalexi-
na (Keflex®,Cefaporex®), cefalotina (Keflin®), cefadro- • Metronidazol
xil (Cefamox®), cefoxitina (Mefoxin®), cefuroxina (Zina-
cef®), ceftriaxona (Rocefin®), ceftazidima (Kefadim®, Bactericida específico para os germes anaeróbios,
Fortaz®), cefoperazona sódica (Cefobid®). comercializado sob os nomes Flagyl® e Metronix®. Sua
administração deve ser realizada por infusão venosa,
• Aminoglicosídeos numa velocidade de 5ml/minuto, por 30 minutos.
Durante sua administração não se devem infundir
A grande maioria das drogas que compõem este gru- outras soluções concomitantementee, para evitar trom-
po é bactericida. boflebite, o acesso venoso deve ser seguro. Podem ocor-
Os aminoglicosídeos são fármacos que apresentam rer sinais gastrintestinais como anorexia, náuseas,gosto
índice terapêutico e tóxico muito estreito, com alto grau metálico na boca, dor epigástrica, vômitos e diarréia. As
de ototoxidade (irreversível) e nefrotoxidade e pouca ab- bebidasalcoólicas não devem ser consumidas durante o
sorção por via oral. Os principais aminoglicosídeos são: tratamento, devido àpossibilidade de surgirem cólicas
sulfato de gentamicina (Garamicina®), sulfato de amica- abdominais, náuseas, vômitos, cefaleia e rubor facial.
cina (Novamin®, Briclin®), estreptomicina (Climacilin®,
Sulfato de Estreptomicina®) e outros aminoglicosídeos • Sulfametoxazol-trimetoprima
(Neomicina, Kanamicina, Kantrex®, Netromicina, Tobra-
micina). São bacteriostáticos, usualmente administrados por via
oral e comercializados sob o nome Bactrim®. A solução
• Cloranfenicol para infusão deve ser utilizada nas primeiras 6 horas após
preparação, e administrada em 30 a60 minutos. Se duran-
São drogas bacteriostáticas, contra-indicadas para
te a administração surgir turvação ou cristalização,a infu-
portadores de depressão medular ou insuficiência hepá-
são deve ser interrompida. A infusão venosa de Bactrim®
tica e recém-nascidos. Podem ser utilizadas por via tópi-
exigediluição conforme orientação do fabricante – não
ca, oral e parenteral. Sua formulação apresenta-se sob a
devendo em hipótesealguma ser injetada diretamente na
forma de pomadas, colírios, cápsulas, drágeas e frascos
em pó. Comercialmente conhecidas como Quemiceti- veia em sua forma pura – e requeracesso venoso exclusivo.
na®, Sintomicetina®. Os principais antibióticos de ação fungicida ou fun-
gistático são: Anfotericina B (Fungizon®) - só deve ser
• Tetraciclinas infundida em solução glicosada a 5%, pois a adição de
eletrólitos causa precipitação. Devido à sua ação tóxica,
Possuem ação bacteriostática. Seu uso em mulhe- há necessidade de monitorar a freqüência cardíaca. Sua
res grávidas, em processo de lactação e em crianças aplicação rápida pode causar parada cardiorrespiratória.
menores de 8 anos é contra-indicado porque provoca Deve-se observar o aparecimento de sinais de alterações
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

descoloração dentária permanente (cor cinza-marrom, urinárias, devido à nefrotoxidade. Geralmente, os pacien-
cinza-castanho) e depressão do crescimento ósseo. Não tes submetidos a tratamento com esse medicamento
devem ser administradas com antiácidos que contenham precisam ser hospitalizados. A piridoxina é indicada para
alumínio, cálcio ou magnésio, nem associadas a medica- minimizar ou evitar os sintomas de neurite periférica.
mentos que possuam ferro na fórmula, porque interfe- Manifestações como febre, calafrios, náuseas, vômi-
rem na sua absorção. A administração concomitante com tos, cefaleia e hipotensão são freqüentes durante a in-
leite e derivados provoca sua inativação pelo cálcio. As fusão na primeira semana, diminuindo posteriormente.
principais tetraciclinas são: tetraciclina (Tetrex®); oxite-
A droga provoca hipopotassemia e é altamente irritativa
traciclina (Terramicina®); doxiciclina (Vibramicina®).
para o endotélio.
A anfotericina B deve ser mantida sob refrigeração e São indicados no tratamento da artrite reumatóide e
protegida contra exposição à luz; Nistatina (Micostatin®) febre reumática. Além de possuírem efeito irritante sobre
- indicado para tratamento de candidíase; Fluconazol a mucosa gástrica, podem provocar aumento do tempo
(Zoltec®) - utilizado para prevenção e tratamento de in- de coagulação. Exemplo: ácido acetilsalicílico (AAS®, As-
fecções fúngicas em pacientes imunodeprimidos. pirina®, Endosprin®);
– Derivados do para-aminofenol seu principal repre-
sentante é o paracetamol. Possuem ação antipiré-
Medicamentos antivirais
tica e analgésica e pouco efeito antiinflamatório.
Os efeitos colaterais são pouco significativos quan-
Expressivo número de medicamentos antivirais foi ul- do usados em doses terapêuticas, porém podem
timamente desenvolvido para o tratamento de pessoas ocorrer reações cutâneas alérgicas. Exemplo: para-
portadoras do vírus HIV ou Aids. São conhecidos pelo cetamol (Tylenol®, Parador®);
nome de anti-retrovirais e capazes de eliminar grande – Derivados da pirazolona - o que apresenta ação
parte dos vírus circulantes na corrente sangüínea. O es- predominantemente analgésica e antipirética é a
quema de tratamento compreende a associação de vá- dipirona, cujo uso intravenoso pode provocar hi-
rios medicamentos, sendo conhecido como ―coquetel‖. A potensão arterial. Exemplo: dipirona (Novalgina®);
maioria desses medicamentos apresenta efeitos colate- – Derivados dos ácidos arilalcanóicos - caracterizam-
rais que causam muito desconforto, dificultando a ade- -se por sua ação analgésica, antipirética e antiin-
são ao tratamento. As mais freqüentes são dor de cabe- flamatória e baixa incidência de efeitos colaterais.
ça, náusea e vômito, diarréia, fraqueza, formigamentos, Exemplo: diclofenaco (Voltaren®, Biofenac®, Ca-
taflan®).
perda de apetite, febre.
Os principais anti-retrovirais são: zidovudina ou azi-
Princípios da administração de medicamentos
dotimidina (AZT®, Retrovir® ), didanosina (ddl, Videx®),
zalcitabina (ddC, Hivid®), lamivudina (3TC, Epivir®), sa-
A administração de medicamentos é uma das ativida-
quinavir (Invirase®), ritonavir (Norvir®), delavirdina (Res-
des que o auxiliar de enfermagem desenvolve com muita
criptor®).
freqüência, requerendo muita atenção e sólida funda-
Outro medicamento antiviral é o aciclovir (Zovirax®),
mentação técnico-científica para subsidiá-lo na realiza-
utilizado para tratamento de herpes genital, orolabial
ção de tarefas correlatas, pois envolve uma seqüência de
primária e recorrente, encefalite herpética e infecção por
ações que visam a obtenção de melhores resultados no
vírus varicela-zoster em pacientes imunodeprimidos.
tratamento do paciente, sua segurança e a da instituição
na qual é realizado o atendimento. Assim, é importante
Analgésicos, antipiréticos e antiinflamatórios
compreender que o uso de medicamentos, os procedi-
mentos envolvidos e as próprias respostas orgânicas de-
Uma das características do ser humano é sua capaci-
correntes do tratamento envolvem riscos potenciais de
dade de manter a temperatura corporal constante, por
ação dos centros termorreguladores do hipotálamo. Na provocar danos ao paciente, sendo imprescindível que
ocorrência de hipertermia, certas drogas são capazes de o profissional esteja preparado para assumir as respon-
agir sobre o hipotálamo, abaixando a temperatura febril. sabilidades técnicas e legais decorrentes dos erros que
Em geral, as doses terapêuticas dessas drogas são inca- possa vir a incorrer.
pazes de alterar a temperatura corporal normal. Os me- Geralmente, os medicamentos de uma unidade de
dicamentos analgésicos/antipiréticos, além de abaixa- saúde são armazenados em uma área específica, dispos-
rem a temperatura febril, possuem atividade analgésica tos em armários ou prateleiras de fácil acesso e organi-
e muitos deles atuam como excelentes antiinflamatórios. zados e protegidos contra poeira, umidade, insetos, raios
Os principais analgésicos/antipiréticos estão incluí- solares e outros agentes que possam alterar seu estado
dos nos seguintes grupos: – ressalte-se que certos medicamentos necessitam ser
armazenados e conservados em refrigerador.
Opióides - também conhecidos como hipnoanalgé-
sicos ou narcóticos, pela capacidade de proporcionarem Os recipientes contendo a medicação devem possuir
sonolência e analgesia. Derivados do ópio ou análogos, tampa e rótulo, identificados com nome (em letra legível)
são indicados nas dores moderadas e intensas, especial- e dosagem do fármaco.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

mente nos casos de câncer. A embalagem com dose unitária, isto é, separada e
O ópio possui cerca de 25 alcalóides farmacologica- rotulada em doses individuais‖, cada vez mais vem sendo
mente ativos, cujos efeitos devem-se principalmente à adotada em grandes centros hospitalares como meio de
morfina. Os principais medicamentos opióides são: mor- promover melhor controle e racionalização dos medica-
fina (Dimorf®); meperidina (Demerol®, Dolosal®, Do- mentos.
lantina®); fentanil (Fentanil®) ;fentanil associado (Ino-
Os pacientes e/ou familiares necessitam ser esclare-
val®) ; codeína + paracetamol (Tylex®);
– Derivados do ácido salicílico - eficientes para dimi- cidos quanto à utilização dos medicamentos receitados
nuir a temperatura febril e aliviar dor de baixa a pelo médico, e orientados em relação ao seu armazena-
moderada intensidade. mento e cuidados - principalmente se houver crianças
em casa, visando evitar acidentes domésticos.
Os entorpecentes devem ser controlados a cada tur- Similarmente, seguem-se as orientações relativas à
no de trabalho e sua utilização feita mediante prescrição fase de administração: manter a bandeja ou o carrinho
médica e receita contendo nome do paciente, quantida- de medicação sempre à vista durante a administração,
de e dose, além da data, nome e assinatura do médico nunca deixando-os, sozinhos, junto ao paciente; antes
de administrar o medicamento, esclarecer o paciente
responsável. Ao notar a falta de um entorpecente, notifi-
sobre os medicamentos que irá receber, de maneira cla-
que tal fato imediatamente à chefia. ra e compreensível, bem como conferir cuidadosamen-
A administração de medicamentos segue normas e te a identidade do mesmo, para certificar-se de que está
rotinas que uniformizam o trabalho em todas as unida- administrando o medicamento à pessoa certa, verifican-
des de internação, facilitando sua organização e controle. do a pulseira de identificação e/ou pedindo-lhe para di-
Para preparar os medicamentos, faz-se necessário veri- zer seu nome, sem induzilo a isso; permanecer junto ao
ficar qual o método utilizado para se aviar a prescrição paciente até que o mesmo tome o medicamento.
Deixar os medicamentos para que tome mais tarde
- sistema de cartão, receituário, prescrição médica, fo-
ou permitir que dê medicação a outro são práticas inde-
lha impressa em computador. Visando administrar me- vidas e absolutamente condenáveis; efetuar o registro
dicamentos de maneira segura, a enfermagem tradicio- do que foi fornecido ao paciente, após administrar o
nalmente utiliza a regra de administrar o medicamento medicamento.
certo, a dose certa, o paciente certo, a via certa e a hora Objetivando reduzir a ―zero‖ o erro na administra-
certa. ção de medicamentos, preconiza-se seguir a regra dos
Durante a fase de preparo, o profissional de enferma- cinco certos: medicamento certo, via certa, dose certa,
gem deve ter muita atenção para evitar erros, assegu- hora certa e paciente certo.
Todo medicamento administrado deve ser registra-
rando ao máximo que o paciente receba corretamente do e rubricado na prescrição. Nas aplicações parente-
a medicação. Isto justifica porquê o medicamento deve rais é importante anotar o local de administração.
ser administrado por quem o preparou, não sendo reco- Alguns medicamentos pressupõem a coleta de in-
mendável a administração de medicamentos preparados formações e cuidados específicos antes ou após sua
por outra pessoa. administração, tais como a medida da freqüência car-
As orientações a seguir compreendem medidas de díaca antes da administração de cardiotônicos ou an-
organizativas e de assepsia que visam auxiliar o profis- tiarrítmicos, o controle da temperatura após a adminis-
tração de antitérmicos, etc. – episódios que devem ser
sional nesta fase do trabalho: lavar sempre as mãos antes
devidamente anotados na papeleta do paciente, para
do preparo e administração de medicamentos, e logo acompanhamento de possíveis alterações.
após; preparar o medicamento em ambiente com boa A omissão inadvertida de um medicamento deve ser
iluminação; concentrar-se no trabalho, evitando distrair registrada e comunicada à enfermeira e/ou ao médico
a atenção com atividades paralelas e interrupções que tão logo seja detectada. Algumas omissões são delibe-
podem aumentar a chance de cometer erros; radas, como, por exemplo, medicamento oral em pa-
Atualmente, muitas farmácias hospitalares têm im- ciente que vai submeter-se à cirurgia de emergência.
plantado as chamadas ―doses individuais‖, que são o for- Em caso de recusa do medicamento, o profissional de
necimento dos medicamentos por turno de trabalho, por enfermagem deve relatar imediatamente o fato à enfer-
paciente e por horário (com as doses prescritas para os meira e/ou ao médico, e anotá-lo no prontuário.
horários determinados), facilitando o trabalho da equipe Em nosso meio, convencionalmente, quando o me-
de enfermagem e o reconhecimento dos medicamentos dicamento não foi administrado por algum motivo o
pelo paciente. horário correspondente deve ser circundado (rodelado,
– realizar o preparo somente quando tiver a certe- ―bolado‖) à caneta e a justificativa devidamente anota-
za do medicamento prescrito, dosagem e via de da no prontuário do paciente.
administração; as medicações devem ser adminis- É importante verificar o(s) motivo(s) de recusa do pa-
tradas sob prescrição médica, mas em casos de ciente e tentar reorientá-lo quanto à importância do(s)
emergência é aceitável fazê-las sob ordem verbal medicamento(s) em seu tratamento.
(quando a situação estiver sob controle, todas as É comum o paciente queixar-se dos efeitos que alguns
medicações usadas devem ser prescritas pelo mé- medicamentos produzem no seu organismo, e a equipe
dico e checadas pelo profissional de enfermagem de enfermagem pode ajudá-lo avaliando e procurando
que fez as aplicações); alternativas que melhorem a situação de acordo com os
– identificar o medicamento preparado com o nome problemas apresentados. Às vezes, o simples fato de des-
do paciente, número do leito, nome da medicação, concentrar os medicamentos em horários diferentes pode
oferecer resultados satisfatórios.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

via de administração e horário;


– observar o aspecto e características da medicação,
antes de prepará-la; Administrando medicamentos por via oral e sublin-
gual
– deixar o local de preparo de medicação em ordem
e limpo, utilizando álcool a 70% para desinfetar a Material necessário:
bancada; utilizar bandeja ou carrinho de medica- – bandeja
ção devidamente limpos e desinfetados com álco-
– copinhos descartáveis
ol a 70% quando da preparação de medicamentos
– fita adesiva para identificação
para mais de um paciente, é conveniente organizar
– material acessório: seringa, gazes, conta-gotas, etc.
a bandeja dispondo-os na sequência de adminis-
tração. – água, leite, suco ou chá
Avaliar o paciente antes de preparar os medicamen- Interação medicamentosa – é quando o efeito de um
tos, verificando as condições e os fatores que influenciam ou mais medicamentos são alterados pela administração
a administração por essas vias, como jejum, controle hí- simultânea, neutralizando sua ação ou provocando uma
drico, sonda nasogástrica, náuseas e vômitos. reação adversa no paciente.
Os cuidados para o preparo de medicamentos admi- Para quem tem intolerância gástrica, alguns analgési-
nistrados por via oral dependem de sua apresentação. cos são apresentados sob a forma de supositório.
No caso do medicamento líquido, recomenda- se agitar Se o paciente estiver capacitado para realizar o pro-
o conteúdo do frasco antes de entorná-lo no recipien- cedimento, o profissional deve oferecer-lhe o supositório
te graduado (copinho), segurando-o com o rótulo vol-
envolto em gaze e orientá-lo a introduzi-lo no orifício
tado para cima, para evitar que o medicamento escorra
anal, no sentido do maior diâmetro para o menor (afila-
acidentalmente. Envolver o gargalo do frasco com uma
gaze é uma alternativa para aparar o líquido, caso ocorra do), o que facilita a inserção. Caso esteja impossibilitado,
tal circunstância. o auxiliar de enfermagem, utilizando luvas de procedi-
O momento de entornar o conteúdo do frasco, segu- mento, com o paciente em decúbito lateral, realiza essa
rando-o na altura dos olhos junto ao copinho, facilita a tarefa.
visualização da dose desejada. A formulação líquida, também denominada enema,
Comprimidos, drágeas ou cápsulas devem ser colo- consiste na introdução de uma solução no reto e sigmói-
cados no copinho, evitando-se tocá-los diretamente com de. As indicações variam, mas sua maior utilização é a
as mãos – para tanto, utilizar a tampa do frasco para re- promoção da evacuação nos casos de constipação e pre-
passá-los ao copinho, ou mantê-los na própria embala- paro para exames, partos e cirurgias - porém, há enemas
gem, se unitária. medicamentosos para terapêuticas específicas, como à
Para evitar interações medicamentosas, os medica- base de neomicina, visando reduzir a flora bacteriana in-
mentos não devem ser dados simultaneamente. Assim, testinal.
sempre que possível, o planejamento dos horários de
administração deve respeitar esse aspecto. Administrando medicamentos tópicos por via
Quando da administração simultânea de vários me- cutânea, ocular, nasal, otológica e vaginal
dicamentos, a prática mais segura é a utilização de reci-
pientes separados, possibilitando a correta identificação Material necessário:
dos medicamentos que efetivamente o paciente recebeu, – bandeja
nos casos de aceitação parcial ou perdas acidentais de – espátula, conta-gotas, aplicador
parte deles – as embalagens unitárias não fornecem este – gaze
risco. – luvas de procedimento
Quando da administração de medicação sublingual, – medicamento
observar a correta colocação do medicamento sob a
De maneira geral, recomenda-se a realização de teste
língua do paciente, orientando o para que o mantenha,
de sensibilidade antes da aplicação medicamentosa por
sem mastigá-lo ou engoli-lo até ser totalmente dissol- via cutânea.
vido. Não se deve oferecer líquidos com a medicação Para que haja melhor absorção do medicamento pela
sublingual. pele, a mesma deve estar limpa e seca antes da aplicação.
As loções, pastas ou pomadas são colocadas na pele e
Administrando medicamentos por via retal espalhadas uniformemente com gaze, com a mão devi-
damente enluvada, seguindo-se as orientações específi-
Material necessário: cas de cada medicamento em relação à fricção, cobertu-
– bandeja ra, aplicação de calor, etc.
– luvas de procedimento Para a aplicação tópica ocular, nasal e otológica é re-
– forro de proteção comendável que o frasco conta-gotas seja individual e,
– gazes durante a aplicação, não encoste na pele ou mucosa.
– medicamento sólido ou líquido Antes da aplicação ocular, faz-se necessário limpar os
olhos para remover secreções e crostas. Com o pacien-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

– comadre (opcional)
te confortavelmente posicionado em decúbito dorsal ou
sentado, com o rosto voltado para cima, o profissional
As formulações destinadas para uso retal podem ser
deve expor a conjuntiva da pálpebra inferior e solicitar-
sólidas ou líquidas. A sólida, denominada supositório, -lhe que dirija o olhar para cima, após o que instila a
possui formato ogival e consistência que facilita sua apli- solução com o conta-gotas.Seqüencialmente, orientar o
cação, não devendo ser partida. Dissolve-se em contato paciente para que feche as pálpebras e mova os olhos, o
com a temperatura corporal e é indicada principalmente que espalha uniformemente o medicamento.
para a estimulação da peristalse, visando facilitar a defe- Identicamente, as mesmas orientações devem ser se-
cação – geralmente, os resultados manifestam-se dentro guidas para a aplicação de pomada a ser distribuída ao
de 15 a 30 minutos, mas podem tardar uma hora. longo da pálpebra superior e inferior.
Para a instilação de medicamento nas narinas o pa- Desinfetar toda a ampola com algodão embebido em
ciente deve manter a cabeça inclinada para trás; nesta álcool a 70%, destacando o gargalo; no caso de frasco-
posição, o profissional aproximando conta-gotas e pinga -ampola, levantar a tampa metálica e desinfetar a bor-
o número prescrito de gotas do medicamento. racha.
Na aplicação otológica a posição mais adequada é o Proteger os dedos com algodão embebido em álcool
decúbito lateral. a 70% na hora de quebrar a ampola ou retirar a tampa
A fim de melhor expor o canal auditivo, o profissional metálica do frasco- ampola. Para aspirar o medicamento
deve puxar delicadamente o pavilhão do ouvido externo da ampola ou frasco ampola, segurá-lo com dois dedos
para cima e para trás, no caso de adultos, e para baixo de uma das mãos, mantendo a outra mão livre para rea-
e para trás, em crianças, e instilar o medicamento Para lizar, com a seringa, a aspiração da solução (figura 2 e 3).
maior conforto do paciente, utilizar solução morna. No caso do frasco-ampola, aspirar o diluente, intro-
Os medicamentos intravaginais têm a forma de cre- duzi-lo dentro do frasco e deixar que a força de pressão
me e óvulos, que são introduzidos com o auxílio de um interna desloque o ar para o interior da seringa. Homo-
aplicador de uso individual. O horário de aplicação mais geneizar o diluente com o pó liofilizado, sem sacudir, e
recomendado é à noite, ao deitar, após a realização de aspirar. Para aspirar medicamentos de frasco de dose
higiene íntima. Com a mão enluvada, o profissional deve múltipla, injetar um volume de ar equivalente à solução
encher o aplicador com o creme (ou inserir o óvulo) e, e, em seguida, aspirá-lo.
mantendo a paciente em decúbito dorsal, introduzi-lo O procedimento de introduzir o ar da seringa para
aproximadamente 7,5 cm e pressionar o êmbolo para o interior do frasco visa aumentar a pressão interna do
aplicar o medicamento . A paciente deve ser orientada mesmo, retirando facilmente o medicamento, haja vista
para permanecer deitada logo após a aplicação, visando que os líquidos movem-seda uma área de maior pressão
evitar o refluxo do medicamento. As mulheres com con- para a de menor pressão. Portanto, ao aspirar o medi-
dições de auto-aplicar-se devem ser instruídas quanto ao camento, manter o frasco invertido. Após a remoção do
procedimento.
medicamento, retirar o ar com a agulha e a seringa vol-
tadas para cima. Recomenda-se puxar um pouco o êm-
bolo, para remover a solução contida na agulha, visando
Administrando medicamentos por via parenteral
evitar seu respingo quando da remoção do ar.
A via parenteral é usualmente utilizada quando se de- A agulha deve ser protegida com o protetor e o êm-
seja uma ação mais imediata da droga, quando não há bolo da seringa com o próprio invólucro.
possibilidade de administrá-la por via oral ou quando há Identificar o material com fita adesiva, na qual deve
interferência na assimilação da droga pelo trato gastrin- constar o nome do paciente, número de leito/quarto,
testinal. A enfermagem utiliza comumente as seguintes medicamento, dose e via de administração.
formas de administração parenteral: intradérmica, sub- As precauções para administrar medicamentos pela
cutânea, intramuscular e endovenosa. via parenteral são importantes para evitar danos muitas
vezes irreversíveis ao paciente.
Material necessário: Antes da aplicação, fazer antissepsia da pele, com ál-
– Bandeja ou cuba-rim cool a 70%.
– Seringa É importante realizar um rodízio dos locais de aplica-
– Agulha ção, o que evita lesões nos tecidos do paciente, decorren-
– Algodão tes de repetidas aplicações.
– Álcool a 70% Observar a angulação de administração de acordo
– Garrote (aplicação endovenosa) com a via e comprimento da agulha, que deve ser ade-
– Medicamento (ampola, frasco-ampola) quada à via, ao tipo de medicamento, à idade do pacien-
te e à sua estrutura física.
A administração de medicamento por via parenteral Após a introdução da agulha no tecido e antes de
exige prévio preparo com técnica asséptica e as orienta- pressionar o êmbolo da seringa para administrar o me-
ções a seguir enunciadas visam garantir uma maior segu- dicamento pelas vias subcutânea e intramuscular, deve-
rança e evitar a ocorrência de contaminação. -se aspirar para ter a certeza de que não houve punção
Ao selecionar os medicamentos, observar o prazo de de vaso sangüíneo. Caso haja retorno de sangue, retirar
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

validade, o aspecto da solução ou pó e a integridade do a punção, preparar novamente a medicação, se necessá-


frasco. rio, e repetir o procedimento.
Certificar-se de que todo o medicamento está con- Desprezar a seringa, com a agulha junta, em reci-
tido no corpo da ampola, pois muitas vezes o estreita- piente próprio para materiais perfurocortantes.
mento do gargalo faz com que parte do medicamento
fique retida. Via intradérmica
Observar a integridade dos invólucros que protegem
a seringa e a agulha; colocar a agulha na seringa com cui- É a administração de medicamentos na derme, indi-
dado, evitando contaminar a agulha, o êmbolo, a parte cada para a aplicação de vacina BCG e como auxiliar em
interna do corpo da seringa e sua ponta. testes diagnósticos e de sensibilidade.
Para testes de hipersensibilidade, o local mais utili- De qualquer maneira, quantidades maiores que 3ml
zado é a região escapular e a face interna do antebraço; devem ser sempre bem avaliadas pois podem não ter
para aplicação de BCG, a região deltóide do braço di- uma adequada absorção36.
reito. Locais de aplicação pela via subcutânea
Esticar a pele para inserir a agulha, o que facilita a Ângulos de aplicação 90º 45º
introdução do bisel, que deve estar voltado para cima; As complicações mais comuns da aplicação intramus-
visando atingir somente a epiderme, formar um ângulo cular são a formação de nódulos, abscessos, necrose e
de 15º com a agulha, posicionando-a quase paralela à lesões de nervo.
superfície da mesma. Não se faz necessário realizar aspi-
ração, devido à ausência de vaso sangüíneo na epiderme. Administrando medicamentos por via intramuscu-
O volume a ser administrado não deve ultrapassar lar
a 0,5ml, por ser um tecido de pequena expansibilidade,
sendo utilizada seringa de 1ml e agulha 10x5 e 13x4,5. Preparar o medicamento, atentando para as reco-
Quando a aplicação é correta, identifica-se a forma- mendações da prescrição e do fabricante. Para aplicação
ção de pápula, caracterizada por pequena elevação da em adultoeutrófico, as agulhas apropriadas são 25x7,
pele no local onde o medicamento foi introduzido. 25x8, 30x7 e 30x8. No caso de medicamentos irritantes,
a agulha que aspirou o medicamento deve ser trocada,
Via subcutânea visando evitar a ocorrência de lesões teciduais.
Orientar o paciente para que adote uma posição con-
É a administração de medicamentos no tecido sub- fortável, relaxando o músculo, processo que facilita a intro-
cutâneo, cuja absorção é mais lenta do que a da via intra- dução do líquido, evita extravasamento e minimiza a dor.
muscular. Doses pequenas são recomendadas, variando Evite a administração de medicamentos em áreas infla-
entre 0,5ml a 1ml. Também conhecida como hipodérmi- madas, hipotróficas, com nódulos, paresias,paraplegias e
ca, é indicada principalmente para vacinas (ex. anti-rábi- outros, pois podem dificultar a absorção do medicamento.
ca), hormônios (ex. insulina), anticoagulantes (ex. hepari- Num movimento único e com impulso moderado,
na) e outras drogas que necessitam de absorção lenta e mantendo o músculo com firmeza, introduzir a agulha
contínua. num ângulo de 90º, puxar o êmbolo e, caso não haja
Seus locais de aplicação são a face externa do bra- retorno de sangue administrar a solução. Após a intro-
ço, região glútea, face anterior e externa da coxa, região dução do medicamento, retirar a agulha - também num
periumbilical, região escapular, região inframamária e único movimento – e comprimir o local com algodão
flanco direito ou esquerdo. molhado com álcool a 70%.
Para não ultrapassar o tecido, deve-se primeiramen- Os locais utilizados para a administração de medica-
te observar a constituição do tecido subcutâneo do pa- mentos são as regiões do deltóide, dorsoglútea, ventro-
ciente, definindo o ângulo a ser administrado conforme a glútea e antero-lateral da coxa.
agulha disponível (se agulha de 10x5, aplicar em ângulo A região dorsoglútea tem o inconveniente de situar-
de 90º; se de 25x7, aplicar em ângulo de 45º). -se próxima ao nervo ciático, o que contra-indica esse
Quando da introdução da agulha, fazer uma prega tipo de aplicação em crianças. A posição recomendada
no tecido subcutâneo, para facilitar sua localização. Para é o decúbito ventral, com os pés voltados para dentro,
promover a absorção gradativa do medicamento, efe- facilitando o relaxamento dos músculos glúteos; caso
tuar leve compressão sem friccionar ao retirar a agulha
não seja possível, colocar o paciente em decúbito lateral.
da pele.
O local indicado é o quadrante superior externo, cerca
Locais de aplicação pela via intradérmica Ângulos de
aplicação 15 graus. de 5cm abaixo do ápice da crista ilíaca. Outra maneira
de identificar o local de aplicação é traçando uma linha
Via intramuscular imaginária da espinha ilíaca póstero-superior ao trocan-
ter maior do fêmur; a injeção superior ao ponto médio da
A via intramuscular é utilizada para administrar medi- linha também é segura (figura 1) .
camentos irritantes, por ser menos dolorosa, consideran- Para a aplicação de injeção no deltóide, recomenda-
do-se que existe menor número de terminações nervo- -se que o paciente esteja em posição sentada ou deitada.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

sas no tecido muscular profundo. A absorção ocorre mais Medir 4 dedos abaixo do ombro e segurar o músculo
rapidamente que no caso da aplicação subcutânea, de- durante a introdução da agulha .
vido à maior vascularização do tecido muscular. O volu-
O músculo vasto lateral encontra-se na região ante-
me a ser administrado deve ser compatível com a massa
ro-lateral da coxa.
muscular, que varia de acordo com a idade, localização
e estado nutricional. Considerando-se um adulto com Indica-se a aplicação intramuscular no terço médio
peso normal, o volume mais adequado de medicamento do músculo, em bebês, crianças e adultos
em aplicação no deltóide é de aproximadamente 2ml; no A região ventroglútea, por ser uma área desprovida
glúteo, 4 ml e na coxa, 3 ml35, embora existam autores de grandes vasos e nervos, é indicada para qualquer ida-
que admitam volumes maiores. de, principalmente para crianças.
Localiza-se o local da injeção colocando-se o dedo Inspecionar as condições da rede venosa do paciente
indicador sobre a espinha ilíaca antero-superior e, com a e selecionar a veia mais apropriada; garrotear o braço
aproximadamente 10cm acima da veia escolhida. Para fa-
palma da mão sobre a cabeça do fêmur (trocanter), em
cilitar a visualização da veia de mão e braço, solicitar que
seguida desliza-se o adjacente (médio) para formar um o paciente cerre o punho durante a inspeção e a punção
V. A injeção no centro do V alcança os músculos glúteos venosa. Esticar a pele durante a introdução da agulha,
Para aplicar medicamentos muito irritantes por via in- com o bisel voltado para cima mantendo um ângulo de
tramuscular, a técnica em Z é indicada, pois promove a 15º a 30º. Observar o retorno do sangue, soltar o garrote
e injetar o medicamento lentamente; ao retirar a agulha,
vedação do trajeto e a manutenção do medicamento no comprimir o local.
espaço intramuscular. Na administração de soluções, não deve haver pre-
Neste caso, a pele é deslocada lateralmente para lon- sença de ar na seringa, o que evita embolia gasosa.
ge do local previamente escolhido para aplicação da inje-
• Venóclise
ção (figura 7). Penetra-se a agulha no músculo, injetando
a medicação lentamente. Retira-se a agulha e solta-se a Venóclise é a administração endovenosa de regular
pele, formando o Z (figura 8). O local da injeção não deve quantidade de líquido através de gotejamento controla-
ser massageado, pois isto pode provocar lesão tecidual. do, para ser infundido num período de tempo pré-deter-
minado. É indicada principalmente para repor perdas de
líquidos do organismo e administrar medicamentos. As
• Via endovenosa soluções mais utilizadas são a glicosada a 5% ou 10% e a
fisiológica a 0,9%.
A via endovenosa é utilizada quando se deseja uma Antes de iniciar o procedimento, o paciente deve ser
ação rápida do medicamento ou quando outras vias esclarecido sobre o período previsto de administração,
não são propícias. Sua administração deve ser feita com correlacionando-o com a importância do tratamento e
muito cuidado, considerando-se que a medicação entra da necessidade de troca a cada 72 horas. O profissional
deve evitar frases do tipo ―não dói nada‖, pois este é um
diretamente na corrente sangüínea, podendo ocasionar
procedimento dolorido que muitas vezes requer mais de
sérias complicações ao paciente caso as recomendações uma tentativa. Isto evita que o paciente sinta-se engana-
preconizadas não sejam observadas. As soluções admi- do e coloque em cheque a competência técnica de quem
nistradas por essa via devem ser cristalinas, não-oleosas realiza o procedimento.
e sem flocos em suspensão. Material necessário:
Para a administração de pequenas quantidades de – o mesmo utilizado na aplicação endovenosa, acres-
medicamentos são satisfatórias as veias periféricas da centando- se frasco com o líquido a ser infundido,
suporte, medicamentos, equipo, garrote, cateter
prega (dobra) do cotovelo, do antebraço e do dorso das
periférico como escalpe, gelco ou similar, agulha,
mãos. A medicação endovenosa pode ser também apli- seringa, adesivo (esparadrapo, micropore ou simi-
cada através de cateteres intravenosos de curta/longa lar), cortado em tiras e disposto sobre a bandeja,
permanência e flebotomia.- acessórios como torneirinha e bomba de infusão,
quando necessária.
Locais de aplicação pela via intramuscular e a téc- No preparo da solução, atentar para a correta identi-
nica em Z. ficação, registrando no rótulo do frasco o nome do pa-
ciente, a solução a ser injetada, os medicamentos, tempo
em que a solução deverá correr, número de gotas/minu-
O medicamento pode ainda ser aplicado nas veias su-
to, início e término, data e assinatura.
perficiais de grande calibre: região cubital, dorso da mão A punção venosa deve ser feita em local longe de arti-
e antebraço. culações e de fácil acesso, visando facilitar a manutenção
Material necessário: da via e oferecer conforto ao paciente. Jamais puncionar
– bandeja veias esclerosadas, devido à deficiência circulatória.
– bolas de algodão Realizar a punção com técnica asséptica, mantendo
– álcool a 70% todo o conjunto de punção limpo, inclusive sua fixação,
– fita adesiva hipoalergênica para prevenir infecção local.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

– garrote Manter as conexões do sistema bem adaptadas, evi-


tando extravasamento de solução, contaminação, refluxo
– escalpe(s) – adequado(s) ao calibre da veia do pa-
sangüíneo e entrada de ar.
ciente)
A fim de detectar precocemente a infiltração de so-
– seringa e agulha lução nos tecidos adjacentes, manter constante obser-
vação do local. Na presença de sinais de flebite, retirar o
Deve-se, preferencialmente, administrar o medica- dispositivo de punção e providenciar outra via de acesso.
mento no paciente deitado ou sentado, já que muitos Para garantir a infusão do volume e dosagem dentro
medicamentos podem produzir efeitos indesejáveis de do tempo estabelecido, controlar constantemente o go-
imediato; nesses casos, interromper a aplicação e comu- tejamento da infusão. Estes cuidados visam evitar dese-
nicar o fato à enfermeira ou ao médico. quilíbrio hidroeletrolítico e/ou reações adversas.
O gotejamento não deve ser alterado em casos de b) é o resultado da combinação de estrutura, pessoas e
atraso de infusão, para que não haja sobrecarga cardíaca tecnologias para o desenvolvimento de medicamen-
por aumento brusco de volume. tos em um determinado contexto social.
Os pacientes que deambulam devem ser orientados c) deve facilitar o acesso aos medicamentos essenciais e
a manter o frasco elevado, para promover gotejamen- promover o uso facilitado desses medicamentos.
to contínuo, evitar refluxo e coagulação sangüínea com d) tem um caráter sistêmico e multiprofissional, estando,
possível obstrução do cateter. portanto, restrita ao abastecimento racional de medi-
Na administração de soluções, não deve haver pre- camentos.
sença de ar no sistema, para evitar embolia gasosa.
e) deve contar com uma gerência efetiva, capaz de ga-
Quando a solução do frasco estiver acabando, ficar aten-
rantir a articulação das várias etapas envolvidas, asse-
to para promover a troca imediata após seu término, evi-
tando a interrupção e perda da via de acesso. gurando, dessa maneira, a racionalidade e a eficácia
Recomenda-se que os acessos periféricos sejam troca- dos medicamentos.
dos em intervalos de 72 horas e sempre que necessário.
Resposta: Letra A. SIGAF surge como uma importan-
Psicofármacos te ferramenta que viabiliza a utilização de dados far-
macoepidemiológicos mais precisos e farmacoeconô-
Os psicofármacos são agentes químicos que actuam micos provenientes da identificação dos usuários e de
sobre o sistema nervoso central (SNC) e estão em con- minuciosos registros dos serviços farmacêuticos ofer-
dições de alterar diversos processos mentais, gerando tados. São estabelecidas, assim, adequadas condições
alterações na conduta, na percepção e na consciência. para a otimização do sistema logístico de produtos
Quando a substância em questão é capaz de pro- farmacêuticos e, principalmente, melhores assistência
vocar um efeito de grande intensidade e de gerar uma e atendimento aos usuários do SUS.
modificação importante da personalidade, é considerada
psicotrópica.
2. (Atendente de Farmácia - Pref. Ji-Paraná/RO – IBADE -
As substâncias psicotrópicas têm sido usadas com di-
versos fins ao longo da história. A medicina pode receitá- 2018) A instalação de uma farmácia em um determinado
-las para o tratamento de distúrbios psiquiátricos ou de local requer autorização de órgãos responsáveis pela fis-
problemas neurológicos. calização. Há um arcabouço legal oriundo de leis federais
Os psicotrópicos incidem sobre a neurotransmissão; e resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
isto é, modificam o envio e/ou a recepção de informa- no que se refere aos requisitos técnicos e sanitários que
ção que se produz através a sinapse desenvolvida pelos abrangem o funcionamento de um estabelecimento de
neurônios. Noutros termos, um psicotrópico pode alterar dispensação de medicamentos, podendo existir peque-
um procedimento fisiológico ou bioquímico que tem lu- nas variações nas exigências relativas às instalações e
gar no cérebro. No que toca às características, pode inibir condições de funcionamento da farmácia de um municí-
ou estimular a atividade mental. pio para outro. O procedimento necessário, corretamen-
Estes psicofármacos são qualificados com designa- te descrito, é a(o):
ções diferente consoante o tipo de influência que têm
sobre o SNC. Há psicotrópicos que são alucinogênios, a) Certidão de Regularidade Técnica, emitida no Conse-
outros atuam como estimulantes e alguns recebem o lho Federal de Farmácia.
qualificativo de depressores. b) Licença de Autoridade Sanitária Regional– Alvará Sa-
É importante mencionar que, para além do uso medi- nitário, de acordo com a legislação sanitária específica
cinal, os psicotrópicos também costuma ser usados com
para os estabelecimentos de manipulação de medica-
fins de lazer ou rituais. Há quem recorra aos psicotrópicos
para alterar a atividade mental de forma deliberada, mo- mentos – RDC 44/2009.
dificando as habilidades perceptivas. Devido aos danos c) Licença de Funcionamento e Localização, documento
que provocam os psicotrópicos sobre a saúde mesmo exigido nos casos de instalação da farmácia em edifi-
sendo usados discretamente e sob as recomendações de cação própria, cuja expedição é de responsabilidade
um médico, a venda destas substâncias é regulada pela da Secretaria da Fazenda, podendo ser atribuído a ou-
lei e, em determinados casos , proibida. tro órgão, de acordo com legislação municipal.
d) Manual de Boas Práticas Farmacêuticas, que se cons-
titui em medidas que visam assegurar a correta mani-
pulação e manutenção da qualidade dos medicamen-
EXERCÍCIOS COMENTADOS tos bem como os serviços prestados na farmácia.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

e) Cadastro de Medicamentos (CMEs), importante ferra-


1. (Atendente de Farmácia - Pref. Ji-Paraná/RO – IBADE menta para o monitoramento e avaliação do serviço
- 2018) A Assistência Farmacêutica é uma atividade mul- farmacêutico no estabelecimento, imprescindível a um
tidisciplinar. A produção de conhecimento é considerada gerenciamento eficaz e eficiente.
estratégica para seu desenvolvimento, bem como o de-
senvolvimento dos recursos humanos e serviços. Nesse
contexto, o gerenciamento da Assistência Farmacêutica: Resposta: Letra C. A instalação de uma farmácia
em um determinado local requer Licença de Funcio-
a) compreende um conjunto de atividades que envolvem namento e Localização com expedição da Secretaria
o medicamento e que devem ser realizadas de forma da Fazenda , podendo ser atribuído a outro órgão de
sistêmica, ou seja, articuladas e sincronizadas, tendo, acordo com a legislação municipal.
como beneficiário maior, o paciente.
3. (Atendente de Farmácia - Pref. Ji-Paraná/RO – IBA-
DE - 2018) O desenvolvimento dos serviços farmacêu-
ticos descritos como técnico-assistenciais necessitam de
EXERCÍCIOS COMENTADOS
equipe capacitada para aplicar conhecimentos sobre os
medicamentos, a terapêutica, as habilidades e as compe- 1. (TRT 11ª Região/AM e RR – Analista jurídico/ Enferma-
tências para estabelecer a relação com os usuários dos gem - Médio - FCC/2012) Analise as seguintes definições
serviços e a equipe de profissionais de saúde. Nesse con- no âmbito da biossegurança:
texto, destaca-se a dispensação, a qual inclui as seguin-
tes etapas, nesta ordem: I. Biossegurança é o conjunto de estudos e procedi-
mentos que visam evitar ou controlar os riscos provoca-
a) acolhimento do usuário, atendimento e recebimento
dos pela exposição aos agentes químicos, físicos, psico-
da prescrição, validação da prescrição, separação do
medicamento e checagem da receita com o medica- lógicos e biológicos à biodiversidade.
mento a ser dispensado. II. Os riscos são definidos pelo Ministério da Saúde
b) anotações necessárias ao processo de informação, como uma ou mais condições de uma variável com o po-
atendimento e recebimento da prescrição, entrega tencial necessário para causar danos.
do medicamento, comunicação com o usuário, forne- III. Os riscos, compreendidos na definição de biosse-
cendo informações pertinentes ao uso adequado dos gurança, são classificados em lesões à pessoas, a equipa-
medicamentos. mentos e instalações, perda de material em processo ou
c) acolhimento do usuário, registro do atendimento, redução da capacidade de produção.
atendimento e recebimento da prescrição, validação
da prescrição, comunicação com o usuário, fornecen-
De acordo com a SOBECC (Sociedade Brasileira de En-
do informações pertinentes ao uso adequado dos me-
fermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica
dicamentos.
d) atendimento e recebimento da prescrição, separação e Centro de Material e Esterilização), está correto o que
do medicamento, entrega do medicamento, validação se afirma em:
da prescrição, checagem da receita com o medica-
mento e registro do atendimento. a) I, apenas.
e) registro do atendimento, acolhimento do usuário, co- b) II, apenas.
municação com o usuário fornecendo informações c) I e II, apenas.
pertinentes ao uso adequado dos medicamentos, che- d) II e III, apenas.
cagem da receita com o medicamento a ser dispensa- e) I, II e III.
do e validação da prescrição.
Resposta: Letra C.
Resposta: Letra A. A dispensação engloba acolhi- A biossegurança é um conjunto de ações que visam
mento do usuário, atendimento e recebimento da
minimizar ou eliminar riscos capazes de comprometer
prescrição, validação da prescrição, separação do me-
a saúde do homem e o meio ambiente. Esses riscos
dicamento e checagem da receita com o medicamen-
podem ser causados por agentes químicos, físicos,
to a ser dispensado nesta ordem especificamente.
psicológicos e biológicos.

CONTROLE DE INFECÇÃO-HOSPITALAR. 2. (TRT 23ª Região/MT – Analista jurídico/ Odontologia


PROGRAMA NACIONAL DE SEGURANÇA - Médio - FCC/2011) Na prática odontológica, o profis-
DO PACIENTE (PNSP). SEGURANÇA sional deve adotar alguns procedimentos com vistas a
minimizar os riscos físicos, como
RELACIONADO AO SISTEMA DE
TECNOLOGIA. a) manter o ambiente hermeticamente fechado, evitando
contaminações externas.
b) incluir exercícios em sua rotina.
1.O QUE É BIOSSEGURANÇA? c) isolar o compressor de ar com protetores auriculares.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

d) manusear instrumentos com temperatura elevada uti-


O termo ―biossegurança‖ pode ser definido como um lizando luvas.
conjunto de ações empregadas em laboratórios, hospi- e) utilizar óculos de proteção para o manuseio de equi-
tais e consultórios com o objetivo de prevenir, minimizar pamentos a laser.
ou eliminar os riscos inerentes as atividades realizadas
nestes locais que possam comprometer a saúde dos in- Resposta: Letra E.
divíduos envolvidos e o meio ambiente. Dentre as alternativas listadas, a única que se refere
a uma das ações de biossegurança empregadas para
minimizar os riscos na prática odontológica é uso de
óculos de proteção próprio para o manuseio seguro
do equipamento de laser.
3. (BIO-RIO – Fonoaudiólogo - Superior – IF-RJ/2015) O É recomendado que, pelo menos uma vez ao ano ou
conjunto de ações voltadas para a prevenção, proteção sempre que necessário, seja feita uma análise do PPRA
do trabalhador, minimizar de riscos inerentes as ativi- para avaliar seu desenvolvimento, fazer ajustes e estabe-
dades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento lecer novas metas e prioridades.
tecnológico e prestação de serviços, visando a saúde do Em relação ao seu desenvolvimento, o PPRA deve
homem e dos animais, a preservação do meio ambiente contar com as seguintes etapas:
e a qualidade dos resultados, denomina se: a) antecipação e conhecimento dos riscos;
b) estabelecimento de prioridades e metas de avalia-
a) ergonomia.
ção e controle;
b) ergometria.
c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalha-
c) biomedicina.
dores;
d) biotecnologia.
d) implantação de medidas de controle e avaliação
e) biossegurança.
de sua eficácia;
Resposta: Letra E e) monitoramento da exposição aos riscos;
O termo ―biossegurança‖ pode ser definido como um f) registro e divulgação dos dados.
conjunto de ações que visam prevenir, minimizar ou
eliminar os riscos inerentes as atividades (realizadas Os dados registrados devem ser mantidos pelo em-
em laboratórios, consultórios e hospitais) que possam pregador ou instituição por, no mínimo, 20 anos. Além
comprometer a saúde do homem e o meio ambiente. disso, precisam sempre estar disponíveis para qualquer
AVALIAÇÃO EM SAÚDE interessado, sejam eles representantes, autoridades ou
empregados.
2. RISCOS AMBIENTAIS
2.1 Riscos de acidentes
A biossegurança envolve medidas que visam preve-
nir, reduzir ou eliminar os possíveis riscos ambientais, ou Os riscos de acidentes envolvem qualquer fator que
seja, os riscos encontrados no ambiente de trabalho e possa comprometer a saúde física ou psíquica do traba-
que podem causar danos à saúde do trabalhador. lhador como, por exemplo:
De acordo com a Portaria n.º 3.214 de 08 de junho de 1978,
a) o uso de máquinas e equipamentos sem a proteção
os riscos ambientais podem ser de em cinco tipos. São eles:
adequada;
a) Ricos de acidentes; b) máquinas e equipamentos inadequados ou com
b) Riscos ergonômicos; defeitos;
c) Riscos físicos; c) máquinas com comando de liga/desliga longe do
d) Riscos químicos; alcance do trabalhador;
e) Riscos biológicos. d) falta de equipamentos de proteção individual
(EPIs) ou fornecimento de EPIs inadequados para
o trabalho realizado;
FIQUE ATENTO! e) instalações elétricas com defeito ou inadequada
De acordo com a Norma Regulamentadora (fios expostos ou desencapados, ausência de ater-
9 (NR-9), todos os empregadores e insti- ramento elétrico, sobrecarga em rede elétrica);
tuições que admitam trabalhadores como f) a possibilidade de ocorrência de incêndio e/ou ex-
empregados são obrigados a elaborar e plosão pelo armazenamento ou transporte inade-
implementar o Programa de Prevenção de quado de produtos inflamáveis;
Riscos Ambientais (PPRA). g) defeito/falta de equipamentos para o combate de
incêndios;
h) estrutura física inadequada do local de trabalho (pi-
O PPRA estabelece medidas para reduzir, eliminar ou sos irregulares, falta de espaço para instalação de
controlar riscos ambientais, preservando a integridade máquinas e equipamentos, sinalização inexistente
física e mental de cada trabalhador.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ou inadequada, falta de limpeza e organização).


Para funcionar de fato, segundo os parâmetros mí-
No caso das unidades de saúde (hospitais, consultó-
nimos e diretrizes gerais estabelecidas na NR-9, o PPRA
rios odontológicos etc.) e dos laboratórios, os principais
deve apresentar a seguinte estrutura:
exemplos de acidentes de trabalho são:
a) planejamento anual com estabelecimento de me-
a) queimaduras por produtos químicos manipulados
tas, prioridades e cronograma;
b) estratégia e metodologia de ação; ou transportados de forma incorreta;
c) forma de registro, manutenção e divulgação dos b) cortes e perfurações realizadas por materiais per-
dados; furocortantes (agulhas, lâminas, utensílios de vidro,
d) periodicidade e forma de avaliação do desenvolvi- entre outros).
mento do PPRA.
2.2 Riscos ergonômicos 2.3 Riscos físicos

Os riscos ergonômicos podem provocar distúrbios Os riscos físicos envolvem agentes com variadas for-
fisiológicos e psicológicos, causando a ocorrência de mas de energia, normalmente gerados por equipamen-
tensão, ansiedade, cansaço físico, problemas na coluna, tos. São alguns exemplos de riscos físicos que podem
dores musculares, taquicardia e alterações do sono, além afetar a saúde do trabalhador:
de doenças como diabetes, hipertensão arterial, úlcera e a) ruídos;
b) vibrações;
gastrite, doenças nervosas e LER (Lesão por Esforço Re-
c) radiações;
petitivo) /DORT (Doenças Osteoarticulares Relacionadas
d) temperaturas extremas;
ao Trabalho).
e) pressões anormais;
Geralmente, esses distúrbios são causados por fato-
f) umidade.
res como:
a) o levantamento de peso;
Nos laboratórios, esses agentes podem ser gerados
b) esforço físico em excesso;
principalmente por equipamentos como autoclaves, for-
c) atividades realizadas com postura inadequada;
nos micro-ondas, incubadoras, lâmpadas infravermelhas,
d) situações de estresse físico e emocional; estufas, bicos de gás e muitos outros.
e) longas jornadas de trabalho sem descanso;
f) trabalhos realizados durante o período noturno;
g) rotina intensa de trabalho; FIQUE ATENTO!
h) trabalhos monótonos ou que exijam a realização Para evitar acidentes, os equipamentos
de movimentos repetitivos. geradores de calor como fornos, estufas,
autoclaves e bicos de gás devem ser insta-
No caso dos laboratórios, os riscos ergonômicos são lados em locais ventilados e afastados de
provocados por fatores como: materiais inflamáveis e voláteis. Também
a) as alturas e distâncias inadequadas de balcões, ca- não devem estar próximos de equipamen-
deiras, gavetas e prateleiras; tos, produtos e materiais termossensíveis
b) falta de espaço para a realização das atividades (sensíveis a alterações de temperatura).
(limpeza, manutenção, exames, etc.)
2.3.1 Ruídos

#FicaDica Geralmente, as máquinas e equipamentos utilizados


no ambiente de trabalho produzem sons conhecidos
Um espaço adequado para a realização como ruídos.
do trabalho evita o risco da ocorrência de Dependendo do nível sonoro, do tempo de exposição
possíveis choques que podem causar aci- e da sensibilidade de cada indivíduo, esses ruídos podem
dentes como queimaduras, cortes, perfura- provocar diversos danos à saúdo do trabalhador.
ções, entre outros. Ao agir diretamente sobre o sistema nervosos e o
aparelho auditivo, os ruídos podem ocasionar conse-
quências como:
Para evitar que os riscos ergonômicos afetem a saúde a) cansaço mental;
do trabalhador e a realização de sua atividade, é preciso b) perda de memória, desorientação e irritabilidade;
lançar mão de medidas como: c) hipertensão arterial;
a) melhorias nos processos de trabalho; d) alterações do ritmo dos batimentos cardíacos;
b) melhorias no espaço físico destinado para a reali- e) alterações no calibre dos vasos sanguíneos;
zação do trabalho; f) alterações no ritmo da respiração;
c) modernização de máquinas e equipamentos; g) alterações gastrointestinais;
d) melhoria no relacionamento entre todos os indiví- h) redução da visão noturna;
duos envolvidos no trabalho; i) dificuldade na diferenciação das cores.
e) fornecimento de ferramentas e equipamentos que
permitam a realização das atividades com postura Para minimizar ou evitar os prejuízos causados pela
adequada a fim de evitar problemas na coluna e exposição aos ruídos no ambiente de trabalho, é neces-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

sário adotar medidas como:


dores musculares;
a) afastar ou isolar a máquina ou equipamento pro-
f) alteração no ritmo de trabalho, caso seja necessário.
dutora do ruído;
b) fornecer equipamentos de proteção individual
FIQUE ATENTO! (EPIs) como os protetores auriculares;
A ergonomia, também conhecida como c) realizar periodicamente exames audiômetros (exa-
engenharia humana, é uma ciência que mes que avaliam a audição);
estuda as relações entre o homem e seu d) fazer o revezamento de funcionários a fim de redu-
zir o tempo de exposição aos ruídos;
ambiente de trabalho.
e) orientar sobre o uso correto dos EPIs;
f) tornar obrigatório e controlar o uso de EPIs.
Essas vibrações podem ser do tipo localizadas ou ge-
FIQUE ATENTO! neralizadas:
Quanto maior o nível sonoro do ruído pro- a) Vibrações localizadas: são vibrações produzidas
por ferramentas manuais, elétricas ou pneumáticas
duzido pelas máquinas e equipamentos,
que agem de forma localizada em determinadas
menor deve ser o tempo de exposição do
partes do corpo do trabalhador. Esse tipo de vibra-
trabalhador aos mesmos. ção pode causar danos como osteoporose, além de
problemas articulares e neurovasculares nas mãos
A seguir, estão listados os limites de tolerância para e braços.
os ruídos do tipo contínuo ou intermitente, conforme b) Vibrações generalizadas: são vibrações geradas
descrito na Norma Regulamentadora 15 (NR15): por máquinas grandes como caminhões, tratores e
ônibus. Normalmente, atuam sobre o corpo inteiro
do trabalhador, causando danos como lesões e do-
1) nível de ruído igual a 85 dB (decibéis): tempo máxi-
res na coluna vertebral.
mo de exposição diária de 8 horas;
2) nível de ruído igual a 86 dB (decibéis): tempo máxi- Os prejuízos provocados pelas vibrações localizadas e
mo de exposição diária de 7 horas; generalizadas podem ser minimizados ou evitados com
3) nível de ruído igual a 87 dB (decibéis): tempo máxi- ações como a redução do tempo de exposição ao agente
mo de exposição diária de 6 horas; danoso, ou seja, com o revezamento entre os funcionários.
4) nível de ruído igual a 88 dB (decibéis): tempo máxi-
mo de exposição diária de 5 horas; 2.3.3 Radiações
5) nível de ruído igual a 89 dB (decibéis): tempo máxi-
mo de exposição diária de 4h e 30 min; As radiações são uma forma de energia que se pro-
6) nível de ruído igual a 90 dB (decibéis): tempo máxi- paga por meio de ondas eletromagnéticas, cuja absorção
mo de exposição diária de 4 horas; pelo organismo pode resultar no surgimento de diversas
7) nível de ruído igual a 91 dB (decibéis): tempo máxi- lesões.
mo de exposição diária de 3h e 30 min; De acordo com sua quantidade de energia, as radia-
8) nível de ruído igual a 92 dB (decibéis): tempo máxi- ções podem ser classificadas como ionizantes ou não io-
mo de exposição diária de 3 horas; nizantes.
9) nível de ruído igual a 93 dB (decibéis): tempo máxi- a) Radiação ionizante: radiação com alto nível de
mo de exposição diária de 2h e 40 min; energia capaz de ionizar átomos e moléculas, isto
10) nível de ruído igual a 94 dB (decibéis): tempo má- é, de retirar elétrons. Esse tipo de radiação é co-
mumente utilizado em indústrias, hospitais e con-
ximo de exposição diária de 2h e 15 min;
sultórios odontológicos. Alguns exemplos bastante
11) nível de ruído igual a 95 dB (decibéis): tempo má- conhecidos são o raio x (muito utilizado na medici-
ximo de exposição diária de 2 horas; na para diagnosticas problemas em ossos e órgãos
12) nível de ruído igual a 96 dB (decibéis): tempo má- sem ter que abrir o corpo) e a radioterapia (trata-
ximo de exposição diária de 1h e 45 min; mento que utiliza a radiação ionizante para destruir
13) nível de ruído igual a 98 dB (decibéis): tempo má- células tumorais ou evitar seu crescimento).
ximo de exposição diária de 1h e 15 min; Durante a realização de raios x e radioterapias, parte
14) nível de ruído igual a 100 dB (decibéis): tempo da energia ionizante pode ser absorvida pelo organismo e
máximo de exposição diária de 1 hora; provocar vários danos à saúde.
15) nível de ruído igual a 102 dB (decibéis): tempo Os efeitos dessa absorção na saúde dependem de fa-
máximo de exposição diária de 45 min; tores como:
16) nível de ruído igual a 104 dB (decibéis): tempo a) quantidade de radiação absorvida;
b) tempo e intervalo de exposição à radiação;
máximo de exposição diária de 35 min;
17) nível de ruído igual a 105 dB (decibéis): tempo c) região do corpo atingida pela radiação.
máximo de exposição diária de 30 min; De acordo com esses fatores, o indivíduo exposto à
18) nível de ruído igual a 106 dB (decibéis): tempo radiação ionizante pode vir a ter:
máximo de exposição diária de 25 min; a) câncer;
19) nível de ruído igual a 108 dB (decibéis): tempo b) mutações genéticas nas células de seu corpo, in-
máximo de exposição diária de 20 min; cluindo óvulos e espermatozoides;
20) nível de ruído igual a 110 dB (decibéis): tempo c) queda de cabelos;
máximo de exposição diária de 15 min; d) lesões cutâneas.
21) nível de ruído igual a 112 dB (decibéis): tempo Esses efeitos podem ser evitados com a adoção de me-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

máximo de exposição diária de 10 min; didas preventivas como:


22) nível de ruído igual a 114 dB (decibéis): tempo a) usar equipamentos de proteção individuação (EPIs);
máximo de exposição diária de 8 min; b) obedecer o tempo máximo permitido de exposição
23) nível de ruído igual a 115 dB (decibéis): tempo à radiação;
c) limitar o acesso de pessoas às áreas com emissão
máximo de exposição diária de 7 min. de radiação;
d) sinalizar áreas com equipamentos que emitem ra-
2.3.2 Vibrações diação;
e) realizar exames médicos periodicamente;
É comum no ambiente de trabalho o uso de máqui- f) usar o dosímetros (equipamento que registra a
nas e equipamentos que geram vibrações, muitas vezes, quantidade de radiação recebida pelo trabalha-
potencialmente nocivas à saúde do trabalhador. dor).
b) Radiação não ionizante: radiação com baixa 2.3.4 Temperaturas extremas
quantidade de energia, incapaz de ionizar átomos
e moléculas. Os exemplos mais conhecidos desse A exposição à temperaturas extremas, altas ou bai-
tipo de radiação são: xas, pode trazer uma série de prejuízos para a saúde do
trabalhador.
Micro-ondas e radiofrequência: radiações não ioni- Temperaturas altas podem ocasionar:
zantes emitidas pelos aparelhos de rádio, de televisão e a) desidratação pela perda de água;
forno micro-ondas.
b) erupções cutâneas;
Laser: radiação muito utilizada na medicina (cirurgias, c) câimbras musculares;
clareamento de pele, clareamento de dentes, remoção d) cansaço físico;
de tatuagens, remoção de pelos etc.), na indústria (corte e) distúrbios psiconeuróticos;
preciso de materiais, aferição de temperaturas etc.), na f) alterações cardiovasculares;
área policial (mira de armas, escaneamento de áreas de g) insolação.
crime), no comércio (leitura de código de barras) e ou- Já a exposição à temperaturas muito baixas, pode
tros. causar:
a) o aparecimento de feridas na pele;
Infravermelho: radiação não ionizante emitida por b) rachaduras cutâneas;
fornos e fundições. c) congelamento;
d) piora doenças reumáticas;
Ultravioleta: radiação não ionizante emitida pelo sol. e) aumento do risco de doenças respiratórias;
f) predisposição para a ocorrência de acidentes.
Todos esses prejuízos podem ser controlados e evita-
#FicaDica dos com medidas como:
a) o uso de ventilação adequada no ambiente de tra-
A radiação ultravioleta (UV) emitida pelo sol balho;
pode ser de três tipos: UVA, UVB e UVC. b) o isolamento das fontes de calor ou frio;
a) UVA: a radiação com comprimento de c) o uso de equipamentos de proteção individual
onda entre 315 e 400 nm (nanômetros). É (EPIs) como bota, luvas, avental etc.
emitida durante o ano todo com maior in-
tensidade no período do dia que vai desde 2.3.5 Pressões anormais
as 10 horas da manhã até as 16 horas da tar-
de. O principal efeito de sua absorção pelo A exposição prolongada à pressões acima ou abaixo
organismo é o fotoenvelhecimento da pele. daquelas consideradas normais também podem causar
b) UVB: radiação com comprimento de onda problemas para a saúdo de trabalhador.
entre 280 e 315 nm. Grande parte dessa ra- a) Baixas pressões: são aquelas que estão abaixo da
pressão atmosférica normal. Normalmente, essa é
diação é absorvida pela camada de ozônio.
a condição de trabalhadores que executam ativi-
O restante atinge a superfície terrestre com
dades em grandes altitudes.
intensidade máxima entre as 10 e 16 horas,
b) Altas pressões: são aquelas que estão acima da
principalmente no verão. Sua absorção pelo pressão atmosférica normal. São características de
organismo pode causar desde queimadura trabalhos desenvolvidos no fundo do mar ou em
solares até alterações que levam ao surgi- tubulações de ar comprimido, máquinas de perfu-
mento do câncer de pele. Embora seja pe- rações e caixões pneumáticos (muito usados du-
rigosa, a absorção de UVB pelo organismo rante a construção de pontes e barragens).
é fundamental para a produção de vitamina
D, uma substância que previne o desenvolvi- Trabalhos realizados em situações de pressão anor-
mento de doenças como a osteoporose. mal podem ocasionar danos como:
c) UVC: ao contrário das radiações UVA e a) ruptura do tímpano;
UVB, a UVC é totalmente bloqueada pela at- b) ruptura dos alvéolos;
mosfera não atingindo a superfície terrestre c) liberação de nitrogênio pelos tecidos, causando
e, portanto, não sendo absorvida pelo corpo. dores no corpo;
d) expansão dos gases intestinais, causando dores
Os efeitos indesejados das radiações emiti- abdominais;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

das pelo sol podem ser reduzidos ou evita- e) alterações nervosas como tontura, paralisia e in-
dos com a adoção de medidas como: consciência;
a) usar protetores solares que confiram pro- f) morte.
teção contra as radiações UVA e UVB;
b) evitar a exposição ao sol durante o perío- 2.3.6 Umidade
do das 10 às 16 horas;
c) usar chapéus; Indivíduos que exercem trabalhos em regiões alaga-
d) optar por camisas de mangas longas para das, encharcadas ou com umidade excessiva estão cons-
proteger os braços. tantemente sujeitos a desenvolver doenças respiratórias,
cutâneas e circulatórias ou sofrer acidentes de trabalho
como quedas.
Por esse motivo, é fundamental adotar medidas de
proteção coletiva e individual como: #FicaDica
a) uso de estrados de madeira;
b) instalação de ralos para escoamento da água; A Ficha de Segurança é um documento,
c) alterações nos processos de trabalho a fim de evitar normatizado pela ABNT (Associação Bra-
a exposição excessiva do trabalhador à umidade; sileira de Normas Técnicas) que contém
d) fornecimento de equipamentos de proteção como informações objetivas e precisas sobre os
luvas, botas e aventais. componentes e os riscos de manipulação,
e) uso adequado dos equipamentos de proteção pe- transporte e estocagem dos produtos quí-
los trabalhadores. micos. Nela também é possível encontrar
medidas de primeiros socorros para serem
2.4 Riscos químicos usadas em casos de acidentes com substân-
cias químicas.
Os riscos químicos são produzidos por agentes como
substâncias capazes de penetrar no organismo do traba-
lhador por meio da via respiratória (quando a substância Caso o produto recebido seja um gás comprimido, é
se apresenta na forma de poeira, gás ou vapor), da ab- importante observar:
sorção através da pele ou pela ingestão. a) o estado do recipiente em que se encontra o gás
Essa exposição (penetração e/ ou absorção) aos (cilindro, botijão, garrafa etc.);
agentes químicos pode causar prejuízos à saúde do tra- b) as válvulas de vedação;
balhador, como: c) o prazo de validade do produto;
a) irritação na pele ou nos olhos; d) a presença de etiquetas de identificação;
b) queimaduras leves ou graves; e) se a cor da tampa de proteção (capacete) de cada
c) doenças respiratórias crônicas resultantes da inala- recipiente atende as normas da ABNT (Associação
ção de vapores tóxicos; Brasileira de Normas Técnicas).
d) doenças do sistema nervoso;
e) doenças renais ou hepáticas; 2.4.2 Identificação de substâncias químicas
f) desenvolvimento de câncer.
Antes de manipular qualquer produto químico é ex-
Para reduzir ou eliminar esses prejuízos, é essencial que tremamente importante verificar as informações contidas
o trabalhador não só utilize equipamentos de proteção, mas no rótulo, na embalagem ou no recipiente da substância.
também, que manipule as substâncias de forma adequada. Nesse momento, é preciso observar a classificação
Para isso, é necessário conhecer as etapas de recebimento, de cada produto quanto ao risco para a saúde que ele
identificação e armazenamento desses produtos. oferece (R) e as medidas de segurança exigidas para seu
armazenamento ou manipulação (S).
#FicaDica Conhecer os códigos de risco (R) e os códigos de
medidas de segurança (S) permitem que o trabalhador
Para evitar danos ao meio ambiente, é manipule os produtos químicos sem que haja danos à
fundamental que as substâncias químicas sua saúde.
sejam descartadas obedecendo as normas
de biossegurança. Códigos de risco (R):
1. Risco de explosão em estado seco.
2.4.1 Recebimento de substâncias químicas 2. Risco de explosão por choque, fricção ou outras
fontes de ignição.
O recebimento é a primeira etapa para a manipula- 3. Grave risco de explosão por choque, fricção ou ou-
ção adequada dos produtos químicos. Nesse momento, tras fontes de ignição.
é fundamental observar o estado e todas a informações 4. Forma compostos metálicos explosivos.
de cada substância. 5. Perigo de explosão pela ação do calor.
De acordo com seu estado físico, os produtos químicos 6. Perigo de explosão com ou sem contato com o ar.
podem ser líquidos, sólidos ou gasosos. Ao receber subs- 7. Pode provocar incêndios.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tâncias líquidas ou sólidas, o trabalhador deve verificar: 8. Perigo de fogo em contato com substâncias com-
a) o estado da embalagem do produto; bustíveis.
b) a presença de rótulo contendo informações claras 9. Perigo de explosão em contato com substâncias
sobre características físico-químicas, toxicidade e combustíveis.
cuidados para manipulação de cada produto; 10. Inflamável.
c) o prazo de validade do produto; 11. Muito inflamável.
d) a presença de Ficha de Segurança. 12. Extremamente inflamável.
13. Gás extremamente inflamável.
14. Reage violentamente com a água.
15. Reage com água produzindo gases muito infla-
máveis.
16. Risco de explosão em mistura com substâncias 22. Evitar respirar o pó.
oxidantes. 23. Evitar respirar os vapores.
17. Inflama-se espontaneamente ao ar. 24. Evitar o contato com a pele.
18. Pode formar misturas vapor-ar explosivas. 25. Evitar o contato com os olhos.
19. Pode formar peróxidos explosivos. 26. Em caso de contato com os olhos, lavar com bas-
20. Nocivo por inalação. tante água.
21. Nocivo em contato com a pele. 27. Tirar imediatamente a roupa contaminada.
22. Nocivo por ingestão. 28. Em caso de contato com a pele, lavar conforme
23. Tóxico por inalação. especificado pelo fabricante.
24. Tóxico em contato com a pele. 29. Não descartar resíduos na pia.
25. Tóxico por ingestão. 30. Nunca verter água sobre o produto.
26. Muito tóxico por inalação. 31. Manter afastado de materiais explosivos.
27. Muito tóxico em contato com a pele. 32. Manter afastado de ácidos e não descartar na pia.
28. Muito tóxico por ingestão. 33. Evitar a acumulação de cargas eletrostáticas.
29. Libera gases tóxicos em contato com a água. 34. Evitar choque e fricção.
30. Pode inflamar-se durante o uso. 35. Tomar cuidados para o descarte.
31. Libera gases tóxicos em contato com ácidos. 36. Usar roupa de proteção durante a manipulação.
32. Libera gases muito tóxicos em contato com áci- 37. Usar luvas de proteção apropriadas.
dos. 38. Usar equipamento de respiração adequado.
33. Perigo de efeitos acumulativos. 39. Proteger os olhos e rosto.
34. Provoca queimaduras. 40. Limpar corretamente os pisos e objetos contami-
35. Provoca graves queimaduras. nados.
36. Irrita os olhos. 41. Em caso de incêndio ou explosão, não respirar os
37. Irrita o sistema respiratório. fumos.
38. Irrita a pele. 42. Usar equipamento de respiração adequado (fu-
39. Risco de efeitos irreversíveis. migações).
40. Probabilidade de efeitos irreversíveis. 43. Usar o extintor correto em caso de incêndio.
41. Risco de grave lesão aos olhos. 44. Em caso de mal-estar, procurar um médico.
42. Probabilidade de sensibilização por inalação. 45. Em caso de acidente, procurar um médico.
43. Probabilidade de sensibilização por contato com 46. Em caso de ingestão, procurar imediatamente um
a pele. médico, levando o rótulo do frasco ou o conteúdo.
44. Risco de explosão por aquecimento em ambiente 47. Não ultrapassar a temperatura especificada.
fechado. 48. Manter úmido com o produto especificado pelo
45. Pode provocar câncer. fabricante.
46. Pode provocar problema genético hereditário. 49. Não passar para outro frasco.
47. Pode provocar efeitos teratogênicos. 50. Não misturar com substâncias especificadas pelo
48. Risco de sério dano à saúde por exposição pro- fabricante.
longada. 51. Usar em áreas ventiladas.
52. Não recomendável para uso interior em áreas de
Códigos de medidas de segurança (S): grande superfície.
1. Manter fechado.
2. Manter fora do alcance das crianças. Assim, se o rótulo de um produto químico específico
3. Manter em local fresco. mostra os códigos R-10 e S-47, significa que a substância
4. Guardar fora de locais habitados. em questão é inflamável e não deve ultrapassar a tempe-
5. Manter em líquido inerte especificado pelo fabri- ratura especificada.
cante. Além de ler todas as informações, para manipular,
6. Manter em gás inerte especificado pelo fabricante. armazenar, transportar e descartar cada produto com
7. Manter o recipiente bem fechado. segurança, é indispensável que o trabalhador também
8. Manter o recipiente em local seco. conheça o significado dos símbolos de risco presentes
9. Manter o recipiente em local ventilado. na rotulagem de cada substância química.
10. Manter o produto em estado úmido. Conheça a seguir, o significado de alguns símbolos
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

11. Evitar o contato com o ar. de risco:


12. Não fechar hermeticamente o recipiente. a) Facilmente inflamável (F): esse símbolo acompa-
13. Manter afastado de alimentos. nha o rótulo de substância líquidas ou sólidas que
14. Manter afastado de substâncias incompatíveis. pegam fogo com facilidade. Para impedir que isso
15. Manter afastado do calor. aconteça, é preciso evitar o contato dessas subs-
16. Manter afastado de fontes de ignição. tâncias com o ar e mantê-las distantes de fontes
17. Manter afastado de materiais combustíveis. de ignição.
18. Manipular o recipiente com cuidado.
19. Não comer nem beber durante a manipulação.
20. Evitar contato com alimentos.
21. Não fumar durante a manipulação.
b) Extremamente inflamável (F+): símbolo pre-
sente no rótulo de líquidos, gases ou misturas de f) Oxidante (O): símbolo presente no rótulo de pro-
gases que pegam fogo com facilidade quando em dutos químicos capazes de desprenderem o oxi-
contato com o ar e em pressão normal. Devem ser gênio e favorecer a combustão. Podem causar a
mantidos afastados de chamas abertas ou fontes inflamação de produtos combustíveis e favorecer a
de ignição. propagação de incêndios. Nunca devem entrar em
contato com substâncias combustíveis.

g) Nocivo (Xn): símbolo que acompanha o rótulo de


c) Tóxicos (T): símbolo presente no rótulo de pro- produtos químicos cuja inalação, absorção ou
dutos químicos (cancerígenos, teratogênicos ou ingestão podem causar danos à saúde de menor
mutagênicos) cuja a inação, absorção ou ingestão gravidade. Não devem entrar em contato com o
podem provocar danos à saúde ou até a morte. corpo humano.
Exigem cuidados especiais para evitar o contato
com o organismo.

h) Irritante (Xi): símbolo encontrado no rótulo de


d) Muito tóxico (T+): símbolo encontrado no rótulo produtos químicos capazes de causar irritação na
de produtos químicos cuja a ingestão, a inalação pele, olhos e trato respiratório. Nunca devem ser
pelas vias respiratórias ou a absorção por meio da inalados ou entrar em contato com a pele e os
pele podem causar danos muito graves à saúde olhos.
ou mesmo a morte do trabalhador. Não devem de
forma alguma entrar em contato com o organismo.

i) Explosivo (E): símbolo presente no rótulo de pro-


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

dutos químicos que, em caso de choque, percus-


são ou fricção, podem produzir calor o suficiente
e) Corrosivo (C): símbolo existente no rótulo de pro-
para dar início a uma violenta liberação de energia
dutos químicos capazes de provocar a destruição
de tecidos vivos e/ou materiais. Jamais devem ser (explosão). Nunca devem sofrer choque, atrito e
inalados e entrar em contato com a roupa ou com fricção. Evitar a formação de faíscas e a ação do
tecidos como a pele e os olhos. calor.
O almoxarifado utilizado para estocar os produtos
químicos deve:
a) ser construído com, no mínimo, uma de suas pare-
des voltadas para o meio externo;
b) ter janelas para o meio externo, além de porta
para acesso rápido do Corpo de Bombeiros;
c) possuir saída de emergência bem sinalizada;
2.4.3 Armazenamento de substâncias químicas d) contar com um sistema de exaustão para elimina-
ção de vapores leve (teto) e pesados (solo);
Para garantir a segurança de todos os trabalhadores, e) ter temperatura ambiente controlada;
é recomendado manter uma quantidade mínima de pro- f) possuir lâmpadas à prova de explosão;
dutos químicos no ambiente de trabalho. Esses produtos g) ter extintores de incêndio, além de borrifadores e
devem ser organizados em armários feitos com materiais vasos de areia;
não combustíveis e portas de vidro que permitam a vi- h) apresentar prateleiras espaçadas com trava que
sualização de cada substância. Além disso, é importan- evite a queda de frascos.
te que o ambiente de trabalho tenha sua temperatura
controlada para evitar a reação de produtos facilmente
inflamáveis. #FicaDica
Cilindros de gás devem ser estocados em
Quantidade maiores de produtos químicos devem
áreas específicas cobertas, ventiladas e
ser armazenadas de forma adequada em almoxarifados.
sem paredes, cuja rede elétrica seja pe-
Nesse caso, é preciso considerar fatores como:
riodicamente inspecionada. O armazena-
a) sistema de ventilação;
mento desses produtos deve ser feito:
b) sistema de sinalização;
a) com o recipiente em posição vertical,
c) disponibilidade de equipamentos de proteção indi-
sempre amarrado com correntes;
vidual e coletiva (EPIs e EPCs);
b) sempre respeitando a compatibilidade
d) a incompatibilidade existente entre alguns produ-
entre as substâncias.
tos.

Além do armazenamento correto, outras medidas de


FIQUE ATENTO! segurança para minimizar os riscos de acidentes com
Em função de suas propriedades químicas, produtos químicos são:
algumas substâncias, quando armazena- a) desenvolver documentos com informações sobre
das, transportadas, utilizadas ou descarta-
o uso, manipulação, transporte, armazenamento e
das juntamente, podem reagir produzindo
descarte dos produtos;
gases tóxicos ou provocando explosões.
Por esse motivo, o trabalhador deve sem- b) estocar metais reativos como sódio e potássio
pre estar atento ao grau de compatibilida- (sempre em pedaços pequenos) imersos em hi-
de entre os produtos químicos. drocarbonetos secos como benzeno e hexano;

A seguir, estão alguns exemplos de substâncias in- c) comprar produtos químicos em quantidade sufi-
compatíveis: ciente para atender as atividades realizadas no am-
biente de trabalho, evitando a aquisição de gran-
a) Ácido acético: incompatível com etileno glicol, des volumes;
óxido de cromo IV, ácido nítrico, ácido perclóri- d) no momento do recebimento, não aceitar produ-
co, permanganatos, anilina, gases combustíveis e tos que estejam com o rótulo danificado ou com a
outros. embalagem violada;
b) Água: incompatível com metais alcalinos terrosos,
e) manipular apenas produtos químicos compatíveis
peróxido de bário, carbonetos, ácido crômico, áci-
do sulfúrico, trióxido de enxofre etc. com os sistemas de ventilação e exaustão do am-
c) Amônia: incompatível com bromo, hipoclorito de biente de trabalho;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

cálcio, cloro, ácido fluorídrico, iodo, mercúrio e f) manter seladas as tampas de recipientes com pro-
prata, metais em pó e ácido fluorídrico. dutos químicos voláteis para evitar a formação de
d) Cloro: incompatível com acetona, acetileno, amô- odores e a deterioração da substância (muitos pro-
nia, benzeno, butadieno, butano e outros gases de dutos são sensíveis ao ar ou a umidade);
petróleo, hidrogênio, metais em pó, carboneto de
g) não estocar recipientes com produtos químicos em
sódio e terebentina.
e) Permanganato de potássio: incompatível com prateleiras muito altas (recipientes grandes devem
benzaldeído, glicerina, etilenoglicol, ácido sulfúri- ser armazenados, no máximo, a 60 centímetros do
co, enxofre, piridina, dimetilformamida, ácido clo- solo;
rídrico e substâncias oxidáveis. h) não estocar produtos químicos no interior de cape-
las nem no chão;
i) armazenar produtos químicos em armários que 13) não usar bermudas, saias ou sapatos aberto no
contenham aberturas laterais ou superiores para laboratório;
evitar o acúmulo de vapores; 14) sempre observar a validade e as especificações
j) estocar os produtos químicos sempre observando de cada EPI, fazendo substituições sempre que ne-
sua compatibilidade; cessário;
k) armazenar substâncias químicas corrosivas, solven- 15) não fumar, beber, comer ou se maquiar no labo-
tes, reativas e oxidantes em locais específicos, se- ratório. Alimentos e bebidas também não devem
paradas de outros produtos; ser armazenados na geladeira ou freezer do local;
l) rotular prateleiras, armários e áreas utilizadas para 16) não trabalhar sozinho no laboratório ou fora dos
estocagem conforme a classe dos produtos que horários de trabalho;
armazenam; 17) nunca pipetar produtos químicos com a boca.
m) não manter grandes quantidades de produtos Essa atividade deve ser realizada com o auxílio de
químicos nas bancadas de trabalho; materiais próprios como peras de sucção, trompas
n) sempre considerar produtos químicos desconheci- de vácuo e bombas especiais;
dos como perigosos. 18) manipular materiais quentes somente com o uso
de luvas de isolamento térmico;
2.4.4 Princípios de segurança para o manuseio de 19) sempre verificar o funcionamento do sistema de
substâncias químicas exaustão do laboratório;
20) avaliar periodicamente equipamentos de segu-
As substâncias químicas são amplamente utilizadas rança, materiais, vidrarias e instalações em busca
nas atividades desenvolvidas em laboratórios de análises de possíveis irregularidades como furos, rachadu-
clínicas, farmacêuticos e industriais. ras e vazamentos;
Para que essas atividades possam ser realizadas de 21) verificar a tensão de cada aparelho antes de co-
forma segura, é fundamental que todos os profissionais nectá-lo a rede elétrica. Para evitar acidentes, apa-
envolvidos sigam alguns princípios de segurança, como: relhos que não estiverem em uso devem permane-
1) conhecer os riscos associados ao manuseio, arma-
cer desconectados da tomada;
zenamento, transporte e descarte dos produtos
químicos utilizados; 22) separar materiais limpos dos contaminados;
2) conhecer os sintomas da exposição aos produtos 23) não armazenar produtos químicos em locais ina-
químicos utilizados e sempre estar atento as nor- propriados;
mas de segurança exigidas para seu manuseio; 24) manter no laboratório apenas a quantidade de
3) conhecer a localização precisa dos equipamentos produto químico necessária;
usados em casos de emergência (alarmes, extinto- 25) não cheirar nem ingerir produtos químicos;
res de incêndios, lava-olhos, chuveiros etc.); 26) não voltar para o frasco os produtos químicos não
4) saber a forma correta de utilizar os extintores de utilizados;
incêndio; 27) não circular pelo laboratório segurando produtos
5) não manusear produtos químicos sem o uso de químicos;
equipamentos de segurança específicos para cada 28) manter o laboratório sempre limpo e organizado;
caso; 29) usar capelas ou locais bem ventilados para fazer
6) não fazer improvisações com produtos químicos;
7) não desviar a atenção de outro profissional no mo- reações químicas;
mento em que ele estiver manipulando algum pro- 30) no caso de derramamento acidental de qualquer
duto químico perigoso; produto químico, proceder imediatamente com a
8) somente utilizar produtos químicos com propósi- limpeza sempre seguindo as orientações do res-
tos específicos; ponsável pelo laboratório;
9) somente utilizar produtos químicos e materiais 31) descartar produtos e materiais de forma correta.
mediante a autorização e orientação do responsá- Nunca jogar materiais insolúveis como sílica e car-
vel pelo laboratório; vão ativo nas pias;
10) se manter atento às condições de segurança, im- 32) inativar resíduos de reações químicas antes de
plementando ações corretivas sempre que neces- realizar seu descarte. O descarte de produtos e
sário; matérias deve ser feito conforme as orientações
11) sempre prender os cabelos antes de iniciar as ati- do responsável pelo laboratório;
vidades e usar corretamente os equipamentos de 33) danos ou defeitos em instalações ou materiais do
proteção individual (EPIs) como óculos de prote-
laboratório que envolvam aspectos de segurança
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ção, máscaras, luvas, botas jalecos de mangas lon-


gas e outros; devem ser comunicados e reparados;
12) trocar as lentes de contato por óculos de grau 34) em caso de incêndio, chamar os Bombeiros, des-
antes de iniciar as atividades (lentes de contato po- ligar aparelhos elétricos que estiverem próximos,
dem reter substâncias contaminantes na superfície isolar produtos inflamáveis e iniciar o combate ao
dos olhos). Os óculos de grau devem sempre estar fogo com extintores específicos para cada caso;
cobertos por óculos de proteção. Caso, por razões 35) não entrar em locais de acidentes sem o uso de
médicas, os óculos de grau não possam ser usa- máscara;
dos, o profissional deve informar ao responsável 36) em caso de contato ou ingestão de produtos quí-
pelo laboratório para que o mesmo possa tomar micos, buscar imediatamente a ajuda médica sem-
providências que minimizem os riscos; pre indicando o produto usado;
37) em caso de contato de produtos químicos com
os olhos, abrir bem as pálpebras e lavar abundan- FIQUE ATENTO!
temente com água. Caso o produto atinja outras Vírus, bactérias, fungos, parasitas e proto-
partes do corpo, o recomendado é retirar a roupa zoários podem provocar uma grande varie-
impregnada e lavar a pele com água; dade de doenças no homem. Veja a seguir
38) comunicar e registar qualquer acidente ocorrido as principais características e enfermidades
no laboratório; causadas por cada um desses agentes bio-
39) sempre lavar bem as mãos após manusear pro- lógicos.
dutos químicos, principalmente antes de sair do
laboratório, comer ou beber;
a) Vírus: são seres muito pequenos e simples, for-
40) não transportar produtos químicos sem os cuida-
mados apenas por uma cápsula proteica (cápsula
dos necessário. Evitar o transporte entre aglome-
ração de pessoas; composta por proteínas) e material genético (DNA
ou RNA ou os dois juntos). Ao infectar organismos
41) manter as saídas de emergência desbloqueadas; vivos (como os seres humanos e outros animais),
42) organizar e desligar todos os equipamentos antes causam doenças como AIDS, dengue, febre amare-
de deixar o laboratório. la, hepatite, herpes, sarampo e muitas outras.
b) Bactérias: são microrganismos procariontes, for-
mados por uma única célula composta basicamen-
Além disso, para que seja um ambiente seguro para o
te por quatro componentes: membrana plasmáti-
profissional, o laboratório precisa ter: ca, hialoplasma, ribossomos e cromatina (material
a) a identificação do responsável, assim como seu te- genético da bactéria). Vivem de forma isolada ou
lefone de contato, afixados na porta de acesso ao agrupada (formando colônias), podendo causar
local; doenças como cólera, tétano, difteria, sífilis, han-
b) equipamentos de segurança para prevenir e com- seníase, gonorreia, leptospirose, tuberculose, me-
bater incêndios (caixas de areia e extintores de in- ningite etc.
cêndio) em locais de fácil acesso. c) Fungos: conhecidos popularmente por mofos, bo-
2.5 Riscos biológicos lores, cogumelos, levedos e trufas, os fungos são
seres importantes responsáveis por boa parte da
Os riscos biológicos são causados por microrganis- degradação da matéria orgânica, como os alimen-
mos como vírus, bactérias, fungos, parasitas e protozoá- tos. Embora sejam amplamente utilizados nos pro-
cessos de fabriacação de bebidas, pães e queijos,
rios que, em contato com o homem, podem causar di-
muitos fungos podem causar doenças (comumen-
versas doenças. te conhecidas como micoses) como a candidíase e
Normalmente, o contato entre esses microrganismos a criptococose.
e o homem é favorecido por atividades profissionais que d) Parasitas: os parasitas, mais conhecidos como ver-
se desenvolvem em ambientes como laboratórios, hospi- mes, são seres de corpo mole e alongado que se
tais, consultórios e indústrias, além das ruas (onde é feita alojam principalmente no intestino do homem e
a coleta de lixo). de outros animais, causando uma série de doenças
Nesses locais, dependendo da atividade realizada, é como ascaridíase, teníase, cisticercose, esquistos-
comum o trabalhador ficar frequentemente exposto ao somose e muitas outras.
risco de contaminação pelo contato direto com: e) Protozoários: são seres vivos microscópicos for-
mados por uma única célula do tipo eucarionte.
a) tecidos e secreções (sangue, urina, escarro etc.)
Sua principal característica é a presença de diver-
contaminadas; sas organelas (pequenas estruturas funcionais das
b) materiais e utensílios contaminados como seringas células), além de um núcleo celular envolvido por
e agulhas; uma membrana. Assim como as bactérias, os pro-
c) animais doentes ou portadores de microrganismo tozoários podem viver isolados ou na forma de
patogênicos (causadores de doenças). colônias, causando inúmeras doenças importantes
como toxoplasmose, malária, doença de Chagas e
A contaminação por microrganismos ocorrem princi- leishmaniose.
palmente por meios da vias:
2.5.1 Classificação dos microrganismos patogênicos
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a) cutânea (por arranhões, mordidas, cortes etc.);


b) respiratória (pela inalação de aerossóis, ou seja, de
De acordo com o risco que representam para o mani-
pequenas partículas de secreção);
pulador (aquele que tem contato com animais, utensílios,
c) conjuntiva (pelo contato, por exemplo, das mãos materiais e secreções contaminados), para a comunidade
contaminadas com os olhos); e para o meio ambiente, os microrganismos patogênicos
d) oral (pela ingestão de água e alimentos contami- são distribuídos em cinco classes.
nados). Cada classe leva em consideração fatores como:
a) poder patogênico do microrganismo, ou seja, capaci-
dade dele causar doenças;
b) resistência do microrganismo no meio ambiente;
c) forma de contaminação pelo microrganismo;
d) importância da contaminação pelo microrganismo
(dose);
e) imunidade do manipulador; EXERCÍCIOS COMENTADOS
f) possibilidade de tratamento (preventivo e curativo).
1. (Câmara de Belo Horizonte/MG – Técnico de segurança
Dessa forma, temos o seguinte: do trabalho – Médio - CONSULPLAN/2017) São agentes
a) Classe 1: agrupa microrganismos que não repre- físicos causadores em potencial de doenças ocupacio-
sentam risco nem para o manipulador, nem para a nais, EXCETO:
comunidade (Exemplos: bactérias Escherichia coli e
a) Poeira.
Lactobacillus).
b) Radiações ionizantes.
b) Classe 2: agrupa microrganismos que representam
c) Vibrações mecânicas.
risco moderado para o manipulador e fraco para
d) Temperaturas extremas.
a comunidade. Causam doenças que podem ser
prevenidas com tratamentos específicos (Exem- Resposta: Letra A. No contexto da biossegurança, os
plos: bactérias Staphylococcus aureus e Clostridium riscos podem ser classificados em cinco tipos: riscos
tetani; fungo Candida albicans; e o parasita Schis- de acidentes, riscos ergonômicos, riscos químicos, ris-
tosoma mansoni). cos físicos e riscos biológicos.
c) Classe 3: agrupa microrganismos que representam Os riscos físicos são causados por agentes como ruí-
grave risco para o manipulador e moderado para dos, vibrações, radiação ionizante ou não, temperatu-
a comunidade. Causam doenças que nem sempre ras extremas, pressões anormais e umidade.
podem ser tratadas (Exemplos: bactérias Bacillus
anthracis e Mycobacterium tuberculosis; vírus das 2. (Prefeitura de Lagoa Salgada/RN – Agente comunitário
hepatites B e C, do HIV, da febre amarela e da de saúde - Fundamental – MULTI-SAI/2010) Doença cau-
dengue; e os protozoários Leishmania, Toxoplasma sada por protozoário:
gondii e Trypanosoma cruzi).
a) Febre Maculosa;
d) Classe 4: agrupa microrganismos que representam
b) Leishmaniose cutânea;
grave risco tanto para o manipulador quanto para
c) Raiva;
a comunidade. Causam doenças que não podem
d) Cólera.
ser tratadas, por isso, sua propagação é muito gra-
ve (Exemplo: vírus de febres hemorrágicas). Resposta: Letra B Os riscos biológicos são causados
e) Classe 5: agrupa microrganismos que representam por microrganismos como bactérias, fungos, vírus, pa-
alto risco de causar doenças graves em animais rasitas e protozoários. Uma boa medida de segurança
ou que possam se disseminar pelo meio ambiente contra esses riscos é conhecer bem os microrganis-
(Exemplo: vírus da gripe aviária e da febre aftosa). mos e as doenças por eles causadas. Neste contexto,
sabemos que a febre maculosa e a cólera são doenças
2.5.2 Medidas de segurança para os risco patoló- infecciosas causadas por bactérias, já a raiva é causada
gicos por um vírus. Dessa forma, a única doença causada
por protozoário é a leishmaniose cutânea, também
De modo geral, as medidas de segurança recomen- conhecida como leishmaniose tegumentar americana.
dadas para os riscos biológicos envolvem ações como:
a) conhecer bem a legislação de biossegurança, prin- 3. (Câmara de Belo Horizonte/MG – Técnico de segurança
do trabalho – Médio - CONSULPLAN/2017) Para os riscos
cipalmente no que diz respeito às Normas de Bios-
biológicos existe uma classificação dos agentes causa-
segurança emitidas pela Comissão Técnica Nacio- dores que leva em consideração os riscos para o mani-
nal de Biossegurança; pulador e para a comunidade. Esses riscos são avaliados
b) conhecer os riscos que cada microrganismo repre- em função do poder do agente infeccioso, da sua resis-
senta para o manipulador; tência no meio ambiente, do modo de contaminação, da
c) treinar e fornecer informações para todos os indi- dose de contaminação, do estado de imunidade do ma-
víduos envolvidos em atividades que representem nipulador e da possibilidade de tratamento preventivo e
algum risco de contaminação; curativo eficazes. Quanto às classes dos riscos biológicos,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

d) respeitar as Regras Gerais de Segurança; assinale a alternativa correta.


e) usar equipamentos de proteção individual (EPIs);
f) usar capelas de fluxo laminar de forma adequada, a) Classe 1 – Agentes que não apresentam riscos para o
sempre a limpando após o uso; manipulador nem para a comunidade.
g) autoclavar materiais com microrganismos patogê- b) Classe 2 – Representam risco moderado para o ma-
nicos antes de descarta-los; nipulador e grave para a comunidade; há sempre um
tratamento preventivo.
h) usar desinfetantes eficazes para a inativação de mi-
c) Classe 3 – Representam risco grave para o manipula-
crorganismos patogênicos.
dor e grave para a comunidade, sendo que as lesões
ou sinais clínicos são graves e nem sempre há trata-
mento.
d) Classe 4 – Representam risco grave para o manipula- 3.2.1 Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
dor e moderado para a comunidade, não existe trata-
mento e os riscos em caso de propagação são bastan- De acordo com a Norma Regulamentadora 6 (NR-6),
te graves. os EPIs são equipamentos de segurança, fornecidos pelo
empregador, com o propósito de proteger a saúde e a
Resposta: Letra A. A Classe 1 agrupa microrganismo integridade física do trabalhador diante de agentes que
que não representam risco nem para o manipulador, possam machucar ou causar doenças como produtos
nem para a comunidade. químicos e microrganismos patogênicos.
A Classe 2 agrupa microrganismo que representam ris- São alguns exemplos de EPI:
co moderado para o manipulador e fraco para a comu-
nidade. Causam doenças que podem ser prevenidas. a) Luvas: as luvas são um EPI utilizado para proteger
A Classe 3 agrupa microrganismos que representam as mãos. Para funcionar como barreira de proteção
grave risco para o manipulador e moderado para a para o trabalhador, a luva deve ser escolhida con-
comunidade. Causam doenças que nem sempre po- siderando fatores como a natureza do risco (quími-
dem ser tratadas. co, físico ou biológico), o agente de risco (produtos
A Classe 4 agrupa microrganismos que representam químicos, microrganismos etc.), o tipo de ativida-
grave risco tanto para o manipulador quanto para a de (manuseio se produtos químicos, realização de
comunidade. Causam doenças que não podem ser exames médicos etc.) e a resistência do material
tratadas, por isso, sua propagação é muito grave. utilizado para sua fabricação.
Luvas de látex normalmente são utilizadas em am-
bientes de trabalho onde o profissional é constantemen-
3. NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA te exposto à contaminação por microrganismos como é
o caso dos laboratórios de análises clínicas e hospitais.
Existem quatro níveis de biossegurança que se dife- Essas luvas são pouco resistentes e descartáveis.
renciam conforme o grau de contenção e o nível de pro- Luvas de algodão ou tecido conferem proteção con-
teção que oferece ao trabalhador. tra agentes como o frio e a poeira.
Antes de apresentar as características de cada nível Luvas de malhas metálicas protegem as mãos contra
de biossegurança, é fundamental conhecer as barreiras o risco de cortes. É muito utilizada em açougues.
de contenção utilizadas. Luvas de couro muitas vezes são a melhor escolha
para os trabalhos que envolvem o contato com animais
3.1 Barreiras de contenção silvestre, pois protegem conta mordidas e arranhões.
Luvas mais resistentes como é o caso das de borra-
O termo ―contenção‖ é utilizado para descrever os cha, neoprene e polietileno são indicadas para atividades
equipamentos e métodos de segurança usados para mi- que exigem a manipulação de produtos químicos.
nimizar, eliminar ou controlar os riscos cujo meio am- Embora o mercado ofereça uma grande variedade de
biente e os profissionais que atuam em laboratórios, hos- marcas e modelos, ainda não existe uma luva que confira
pitais, consultórios e indústrias são expostos.
proteção para todos os tipos de agentes, reforçando a
De acordo com sua função, as contenções podem ser
necessidade de selecionar aquela que melhor se adapta
classificadas como primárias ou secundárias.
à rotina do trabalhador.
3.1.1 Barreiras de contenção primária

As barreiras de contenção primária são utilizadas para


proteger o trabalhador e o ambiente de trabalho contra
os possíveis riscos. Essa proteção é alcançada por meio
do uso correto de equipamentos de segurança e da ado-
ção de boas práticas e técnicas laboratoriais.

3.1.2 Barreiras de contenção secundária

As barreiras de contenção secundária são aplicadas


com o objetivo de proteger o ambiente externo contra b) Jaleco ou avental: normalmente confeccionados
agentes contaminantes provenientes de laboratórios, em tecido, os jalecos ou aventais são utilizados
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

hospitais, consultórios e indústrias. Essa proteção é obti- com o objetivo de proteger os braços e o tronco
da pela construção de estruturas físicas adequadas com- do trabalhador contra a exposição a agentes que
preende e pela rotina adotada no ambiente de trabalho possam comprometer sua saúde.
em relação aos processos de descarte de resíduos, lim- Para atividades realizadas em laboratório, recomen-
peza de desinfecção de materiais etc. da-se que o jaleco tenha mangas compridas e botões
3.2 Equipamentos de segurança que o mantenha fechado, protegendo até a altura dos
joelhos.
Os equipamentos de segurança podem ser de dois Quando existe a chance de contato com o fogo, o
tipos: Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e Equi- indicado é que o trabalhador use jalecos de fibras na-
pamentos de Proteção Coletiva (EPCs). turais (algodão), já que materiais de fibras sintéticas se
inflamam com facilidade.
Como muitas vezes o jaleco pode reter microrganis-
mos e produtos tóxicos, o ideal é usá-lo apenas no am-
biente de trabalhado, sendo retirado deste apenas para
lavagem.
Além dos jalecos de tecido, o mercado também ofe-
rece opções descartáveis.

f) Botas: produzidas em materiais como couro, bor-


racha e PVC, as botas constituem um item de se-
gurança indispensável para proteger o trabalhador
contra umidade, respingos de produtos químicos,
impacto de materiais pesados, ferimentos por ma-
teriais cortantes, choque elétricos, danos por tem-
peratura extremas e muitos outros.

c) Óculos de proteção: os óculos de proteção são


usados para proteger os olhos contra impactos, lu-
minosidade (laser, radiação UVB e UVA etc.), poei-
ra e respingos de produtos químicos ou secreções
contaminadas. Podem ser transparentes, escuros
ou coloridos.

3.2.2 Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs)

Equipamentos de segurança utilizados com o objeti-


vo de proteger não só o ambiente, mas também a saúde
e a integridade física de todos os trabalhadores presen-
tes no local de trabalho.
São alguns exemplos de EPC:
d) Máscaras e respiradores: fabricadas em tecido ou a) Cabines de segurança biológica (CSB): são equi-
outros materiais, as máscaras podem proteger os pamentos projetados com o propósito de proteger
olhos, a face e as vias respiratórias do trabalhador o trabalhador e todo o ambiente de trabalho con-
contra a radiação, a luminosidade, o impacto de
tra a contaminação por aerossóis (partículas mi-
partículas e a inalação de gases, fumaça, vapores
núsculas contendo agentes causadores de doen-
tóxicos, poeira e partículas de secreção contami-
nadas por microrganismos. ças) provenientes do manuseio de materiais que
contenham microrganismos patogênicos.
Essa proteção é garantida pelo uso correto da CSB e
pela presença de filtros de alta eficiência que filtram mais
de 99% das impurezas existentes no ar, eliminando partí-
culas microscópicas como vírus e bactérias. Atualmente,
o filtro mais utilizado é conhecido como HEPA (High Effi-
ciency Particulate Air).

De acordo com o modo de funcionamento e com o


grau de segurança que oferecem, as CSBs podem ser de
e) Capacetes e capuz: fabricado em materiais varia- três tipos: Classe I, Classe II e Classe III.
dos, os capacetes protegem a cabeça do trabalha- 1) Classe I: nessa classe o ar entra na cabine por uma
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

dor contra impactos externos. Já o capuz, tem a abertura frontal, circula em seu interior e, após ser
função de evitar danos na cabeça e no pescoço, filtrado, é eliminado por um condutor existente na
causados por temperaturas extremas e respingos sua parte de trás.
de produtos químicos. 2) Classe II: nessa classe, após passar por um filtro, o
ar entra na cabine e a partir desse momento, 70%
dele recircula e 30% é eliminado após ser filtrado.
Essa classe de cabine é indicada para atividades
que exijam a manipulação de microrganismos das
classes 1 e 2.
#FicaDica
Outra característica importante das cabi-
nes de segurança biológica Classe II é que,
dependendo da velocidade de entrada do
ar e da quantidade que recircula, ela pode
ser dividida em quatro subtipos (A1, A2, B1
e B2).

3) Classe III: nessa classe o ar eliminado da cabine


passa por dois filtros do tipo HEPA. Além disso, c) Chuveiro de emergência: consiste em um chuvei-
como funciona com pressão negativa, nenhum ar ro de aproximadamente 30 centímetros de diâme-
sai da cabine a não ser que passe pelo sistema de tro, acionado por alavancas.
filtragem, conferindo maior proteção para o traba- É usado principalmente em laboratórios químicos
lhador. Essa classe de cabine é ideal para ativida- para lavar a face ou o corpo todo após a exposição aci-
des que exijam a manipulação de microrganismos dental a um agente que possa comprometer a saúde do
da classe 4. trabalhador, como por exemplo, acidentes com produtos
químicos.
Para facilitar seu uso, deve ser instalado em locais de
fácil acesso.

b) Capelas químicas: são cabines elaboradas e uti-


lizadas com o objetivos de reduzir o risco de con-
taminação do trabalhador e do ambiente, além de
evitar a inalação de gases e vapores tóxicos.

Para garantir a proteção oferecida pela capela quími-


ca, é preciso:
d) Lava olhos: equipamento formado por dois pe-
1) usar equipamentos de proteção individual (jaleco, quenos chuveiros acoplados a uma bacia metálica,
máscara e luvas); permitindo o direcionamento de jatos de água de
média pressão nos olhos.
2) colocar todos os materiais e equipamentos neces-
sário para a atividade na capela; Pode fazer parte ou não do chuveiro de emergência e
3) realizar a atividade com movimentos mínimos; é indicado para lavar os olhos em caso de acidentes com
4) colocar recipientes próprios para descarte no fun- produtos químicos ou substâncias contaminadas.
do ou na lateral da capela;
5) usar equipamentos apropriados para cada ação;
6) realizar a atividade no centro da capela;
7) interromper as atividades realizadas na capela du-
rante o momento em que equipamentos como
centrífugas e misturadores estiverem funcionando;
8) manter a capela funcionando de 15 a 20 minutos
antes de desliga-la;
9) não usar objetos que causem turbulência de ar no
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

interior da capela;
10) não colocar a cabeça no interior da capela;
11) não fixar papeis no painel de vidro ou acrílico da e) Extintores de incêndio: são equipamentos de se-
capela para não prejudicar o campo de visão. gurança manual utilizado com a finalidade de com-
bater pequenos focos de incêndios. Dependendo
dos materiais envolvidos, os incêndios podem ser
distribuídos em seis classes: A, B, C, D, E e K.
1) Classe A: o incêndio é causado pela queima de
materiais sólidos combustíveis que geram resí-
duos. Exemplos: papel, madeira, plástico, borracha,
tecido e fibras orgânicas.
2) Classe B: o incêndio ocorre pela queima de
líquidos e gases combustíveis e inflamáveis
que não geram resíduos. Exemplos: gasolina, f) Placas sinalizadoras: são equipamentos de pro-
óleo, graxa etc. teção coletiva usadas como uma importante fer-
3) Classe C: o incêndio acontece pela queima de ramenta de comunicação visual. No ambiente de
equipamentos e instalações elétricas. trabalho, elas servem para:
Exemplos: eletrodomésticos, quadros de 1) sinalizar equipamentos de segurança como extin-
força, fiação elétrica e transformadores. tores e hidrantes;
4) Classe D: o incêndio é gerado pela queima de 2) orientar quanto a necessidade do uso de equipa-
me- tais combustíveis. Exemplos: magnésio, mentos de segurança individual;
titânio, po- tássio, lítio, sódio e zircônio.
3) alertar sobre a existência de degraus, rampas e si-
5) Classe E: o incêndio é causado pela queima
de materiais radioativos. Exemplos: césio, tuações que possam gerar risco de acidentes;
urânio entre outros. 4) indicar a direção de salas, departamentos, sanitá- rios
e saídas de emergência.
6) Classe K: o incêndio é gerado pela queima de
ma- teriais utilizados para cozinhar em
residências e in- dústrias. Exemplos: óleo,
banha e gordura.

Cada classe de incêndio deve ser combatido


com um tipo específico de extintor, composto por
substâncias como água, gás carbônico, pó químico
e espuma me- cânica.
1) Extintores com água: são indicado para 3.3 Estrutura física do ambiente de trabalho
comba- ter apenas incêndios de classe A.
Dependendo de como é usado, apaga o fogo
Para permitir que todos os trabalhadores exerçam suas
por resfriamento ou abafamento.
funções com segurança, o ambiente de trabalho deve ser
2) Extintores com gás carbônico (CO2): são
planejado e construído considerando as normas
ideias para incêndio de classe C, uma vez que
não con- duzem a eletricidade. Também recomendadas para paredes, portas, janelas, pisos, ban-
podem ser usados para incêndios de classe A, cadas, pias, iluminação e mobiliários.
B e E.
3) Extintores com pó químico: os extintores 3.3.1 Paredes
com pó químico seco são recomendados para
incêndios de classe B, mas também podem As paredes e tetos devem ter cantos arredondados e
ser usados paras as classes A, C e E. Já os possuir pintura ou revestimento de cor clara e fosca, re-
extintores com pó químico especial são a sistentes à ação de produtos químicos (para permitir sua
melhor escolha para combater in- cêndio de desinfecção). Além disso, precisam ser de fácil limpeza e
classe D. apresentar proteção contra o desenvolvimento de fungos.
4) Extintores com espuma mecânica: são Quando necessário, divisórias removíveis poderão ser
indicados para combater incêndios de classe utilizadas desde que sejam confeccionadas em materiais
A e B. Nunca deve ser usados para incêndios impermeáveis, não porosos e de fácil limpeza.
de classe C. 3.3.2 Portas
Também existe o extintor da classe K. Esse tipo é As portas devem ter dimensões compatíveis com o porte das
com- posto por uma solução formada por acetato máquinas e equipamentos utilizados no am- biente de trabalho,
de potássio e água, ideal para combater incêndios variando de 0,80 até 2,10 m.
de classe K. Precisam apresentar fechaduras que permitam uma abertura
rápida e fácil no caso de emergências e serem confeccionadas
com materiais de fácil limpeza e que re- tardem o fogo.

#FicaDica
Além de usar o extintor adequado para
cada classe de incêndio, também é impor-
tante:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a) verificar se o extintor está dentro da va-


lidade;
b) observar se o extintor está carregado (o
ponteiro deve estar no verde);
c) verificar se o cilindro do extintor não se
apresenta amassado ou enferrujado;
d) certificar se o extintor se encontra insta-
lado em local sinalizado e de fácil acesso,
protegido da ação do sol, da chuva e do
vento;
e) observar se o extintor apresenta o selo
do INMETRO (Instituto Nacional de Metro-
logia, Qualidade e Tecnologia).
3.3.3 Janelas Outra recomendação é que a iluminação seja cons-
tante e nunca trêmula. Caso seja necessário iluminar a
As janelas devem ser posicionadas a uma altura de, no bancada de trabalho, o ideal é usar uma luminária de
mínimo, 0,90 m do chão. Além disso, precisam oferecer ven- mesa com luz fraca.
tilação e iluminação proporcionais ao espaço do ambiente.
Outra recomendação é que sejam confeccionadas a
partir de materiais lisos, não porosos e de fácil limpeza,
que garantam uma boa vedação.
#FicaDica
Quando necessário, podem possuir dispositivos de Além de uma boa iluminação, outras carac-
abertura ou telas que protejam contra a entrada de inse-
terísticas que tornam o ambiente de traba-
tos e animais, principalmente se precisarem ficar abertas.
lho mais agradável e confortável são:
O ideal é que não sejam instaladas próximas da área
a) cores claras e suaves nas paredes, tetos
de trabalho ou de equipamentos como balanças, capelas
e pisos.
químicas e cabines de segurança biológica.
b) temperatura ambiente variando entre 20
3.3.4 Pisos a 26ºC, dependendo da estação (verão, in-
verno etc.);
Da mesma forma que as paredes, os pisos utilizados c) níveis de umidade oscilando entre 40 a
no ambiente de trabalho precisam ser de materiais de 60%;
fácil limpeza e resistência a ação de produtos químicos. d) pressão sonora inferior a 65 dB (deci-
béis).
3.3.5 Bancadas

As bancadas devem ser construídas com altura en-


tre 0,75 a 0,90 m, dependendo da posição de trabalho 3.3.8 Mobiliário
(sentado ou de pé). Também devem ter profundidade de O mobiliário utilizado no ambiente de trabalho deve
aproximadamente 0,75 m, distanciando-se uma das ou- ser selecionado com base em fatores como custo, flexibi-
tras por um espaço de, pelo menos, 0,70 m. lidade, tipo de exposição e uso previsto.
Sua superfície precisa ser revestida com materiais re- O mercado oferece uma grande variedade de mo-
sistentes, impermeáveis, lisos e sem emendas que sejam biliário que vai desde armários e bancadas básicas com
compatíveis com: alturas e dimensões fixas até peças modulares que per-
a) o peso dos equipamentos e materiais utilizados;
b) as condições de umidade do ambiente de trabalho; mitem várias combinações.
c) os produtos químicos utilizados. Independente da escolha, é sempre importante levar
3.3.6 Pias em conta características como o tipo de revestimento
utilizado no mobiliário. O ideal é sempre optar por ma-
O ambiente de trabalho pode ter pias, inseridas ou teriais de fácil limpeza e que resistam tanto à ação de
não em bancadas e com formatos e dimensões variadas, produtos químicos quanto as condições de temperatura
destinadas para a lavagem das mãos e para a limpeza de e umidade do local.
materiais e utensílios.
A pia para lavagem das mãos constitui um item obri- 3.4 Boas práticas e técnicas laboratoriais
gatório para todos os laboratórios com atividades que

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Em ambientes de trabalho como hospitais, consul-
exijam a manipulação de microrganismos e deve ser usa-
tórios e laboratórios, os trabalhadores estão constante-
da apenas para essa finalidade. Ainda neste caso, a pia
mente expostos a riscos dos mais diversos tipos.
deve contar com torneiras ou comandos que não preci-
Muitas vezes, esses riscos podem ser minimizados ou,
sem das mãos para fechar a água.
até mesmo, eliminados com a adoção de boas práticas e
técnicas laboratoriais, como:
3.3.7 Iluminação
1) conhecer os riscos ambientais (químicos, físicos,
biológicos, ergonômicos etc.);
Além da luz natural proveniente das janelas, o am- 2) receber treinamento em biossegurança;
biente de trabalho também precisa contar com uma boa 3) conhecer e seguir as regras de biossegurança;
iluminação artificial que assegure um ambiente confortá-
vel e agradável para a realização de tarefas.A fim de 4) não trabalhar sozinha com materiais que apresen-
evitar reflexos, superfícies como paredes e pisos tem risco de contaminação por agentes microbio-
precisam ter acabamento fosco. Além disso, os lógicos como fungos, bactérias e vírus. A presença de
computadores utilizados não devem ser instalados pró- outra pessoa durante o trabalho pode ser útil no caso
ximos de janelas ou luminárias e precisam ter tela anti- de acidentes;
-reflexiva. 5) manter a vacinação em dia;
Para que os funcionários não tenha um
cansaço visual desnecessário, é importante que
a iluminação geral do ambiente de trabalho seja
relativamente fraca e que não ocorra o
contraste entre a luz emitida pela tela do com-
putador e a luz que entra pelas janelas.
13) retirar as luvas com cuidado para evitar a forma- ção
15) não tocar o rosto ou qualquer outra parte do
de aerossóis;
cor- po (sem proteção) com as luvas de
trabalho; 14) quando necessário, descontaminar as luvas antes de
16) trocar de luvas todas as vezes em que for descarta-las;
trocar de material;
17) não tocar maçanetas, interruptores e outros FIQUE ATENTO!
com as luvas de trabalho; Lavar as mãos frequentemente, com água
18) descartar as luvas usadas em lixeiras apropriadas; e sabão, e da forma correta é uma das es-
tratégias mais eficazes para impedir e in-
19) retirar o jaleco ou avental no momento de terromper a transmissão de doenças con-
sair do ambiente de trabalho (jaleco e tagiosas.
aventais podem transportar microrganismos
ou outros contami- nantes).
20) usar sapatos fechados para proteger os pés; O processo deve ser repetido sempre:
21) usar óculos de segurança ou protetores a) antes e depois do contato com pessoas doenças;
faciais sempre em que houver o risco de haver b) ao entrar e sair do ambiente de trabalho;
o impacto de partículas/ objetos ou o c) antes e após usar o banheiro;
respingo de secreções contaminadas/ d) antes e depois de calçar as luvas.
produtos químicos; O passo a passo correto para a higienização das mãos é
22) não aplicar maquiagem ou cosméticos no ilustrado e descrito a seguir:
am- biente de trabalho;
23) não retirar canetas ou qualquer outro objeto
con- taminado do ambiente de trabalho sem
antes fazer sua desinfecção;
24) sempre que possível, trocar as lentes de
contato por óculos de grau durante a
realização de ativida- des no ambiente de
trabalho;
25) não manusear lentes de contato no
ambiente de trabalho para evitar sua
contaminação;
26) prender cabelos compridos antes de iniciar
as ati- vidades de trabalho;
27) não usar joias ou bijuterias no ambiente de
tra- balho; a) Umedecer as mãos com água.
28) sempre lavar as mãos após a manipulação de b) Aplicar e espalhar sabão em quantidade suficiente em
ob- jetos e materiais contaminados; toda a superfície das mãos.
29) lavar as mãos após retirar o jaleco/ avental c) Esfregar as palmas das mãos.
ou as luvas; d) Esfregar o dorso da mão esquerda com a palma da mão
30) lavar as mãos antes de deixar o ambiente de direita, entrelaçando os dedos e em seguida repetir o
tra- balho; movimento com a outra mão.
e) Esfregar palma com palma, entrelaçando os dedos.
f) Esfregar o dorso dos dedos com a palma da mão
6) manter o ambiente de trabalho sempre limpo oposta.
e or- ganizado, evitando o armazenamento de g) Esfregar os polegares com movimentos de rotação.
materiais como bebidas e alimentos em locais h) Esfregar as pontas dos dedos.
inapropriados; i) Enxaguar as mãos em água corrente.
7) limitar o acesso ao ambiente de trabalho, j) Enxugar as mãos com o auxílio de uma tolha de papel
impe- dindo a entrada de crianças, mulheres descartável.
grávidas, indivíduos com imunidade k) Fechar a torneira com a ajuda do papel toalha.
comprometida a fim de evitar que sejam l) Verificar se as mãos estão completamente limpas.
expostos aos riscos biológicos;
8) sempre que possível, manter a porta do 31) durante a manipulação de produtos químicos, nunca
ambiente de trabalho fechada; pipetar com a boca (usar pera de borracha ou pipetador
9) usar roupas que confiram proteção (uniformes, automático);
cal- ças, aventais, jalecos etc.); 32) usar agulhas, seringas e objetos perfurocortantes com
atenção;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

10) usar máscaras específicas para a atividade


desen- volvida; 33) descartar agulhar sujas com cuidado para evitar a
11) usar luvas em todos os procedimentos que acidentes e a formação de aerossóis;
34) não tentar recapear agulhas;
exijam o contato com animais doentes,
secreções conta- minadas ou toxinas; 35) descartar agulhas e outros materiais perfurocor- tantes
12) retirar anéis, alianças e outros adereços em recipientes adequados;
36) não transitar pelo ambiente de trabalhado com materiais
antes de colocar as luvas;
contaminados por microrganismos pato- gênicos a 55) treinar cada funcionário ou estagiário orientando
não ser que sejam tomados os cuidados sobre a biossegurança, além das boas práticas e
necessários, conforme as normas de biossegurança; técnicas laboratoriais.
37) não fumar, comer ou beber em ambientes que
contenham microrganismos patogênicos; 3.5 Gerenciamento de resíduos
38) não usar equipamentos e utensílios de vidro que-
brados ou trincados; Visando a proteção dos trabalhadores, a manutenção da
39) limpar e desinfetar as bancadas de trabalho após saúde pública e a preservação do meio ambiente, a Resolu-
o encerramentos das atividades; ção RDC Nº 306, de 7 de dezembro de 2004 regulamenta o
40) limpar e descontaminar todos os materiais antes gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde (RSS).
de reutilizar ou descartar; De acordo com esse documento, o gerenciamento de
41) não colocar as mãos na boca ou nos olhos en- resíduos é composto por um conjunto de procedimentos
quanto estiver manipulando produtos químicos; elaborados e desenvolvidos a partir de bases científicas e
42) evitar a formação de aerossóis no ambiente de técnicas, normativas e legais, com o propósito de:
trabalho; a) reduzir a produção de resíduos de serviços de saúde;

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
43) não armazenar roupas, bolsas e outros objetos no b) oferecer um caminho seguro e eficaz aos resíduos
local de trabalho; gerados.
44) manter as unhas limpas e aparadas;
A Resolução RDC Nº 306 determina que todo gerador
45) usar cabines de segurança biológica para de resíduos precisa elaborar um Plano de Gerenciamento
manipu- lar materiais que apresentem o de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) com base nas
risco de contami- nação por características dos resíduos produzidos. Esse PGRSS deve
microrganismos; ser compatível com procedimentos de biossegurança e
46) instalar cabines de segurança biológica com normas municipais, estaduais e federais de coleta,
em locais tranquilos e com pouco trânsito transporte e destino final dos resíduos.
de pessoas;
47) antes de transportar, armazenar todo o 3.5.1 Etapas do gerenciamento de resíduos de ser-
material contaminado por microrganismos viços de saúde
em recipientes a prova de vazamento;
O gerenciamento de resíduos de serviços de saúde
48) descontaminar todo o material
envolve as etapas de segregação, acondicionamento,
contaminado por microrganismos;
identificação, transporte interno, armazenamento tem-
49) descontaminar aparelhos e
porário, tratamento, armazenamento externo, coleta e
equipamentos antes do serviço de transporte externo e disposição final.
manutenção;
50) conhecer a localização exata de a) Segregação: essa primeira etapa consiste no pro-
equipamentos de segurança como cesso de separação dos resíduos. Essa separação é
chuveiros, lava olhos e extintores de feita no momento e no local em que os resíduos são

FIQUE ATENTO!
De acordo com a Norma Brasileira NBR
9191/20008 os sacos plásticos utilizados
para acondicionamento de resíduos são
classificados em:
a) Classe I: sacos plásticos usados para
acondicionar resíduos domiciliares. Podem
ser de qualquer cor, menos branca.
b) Classe II: sacos plásticos usados para
acondicionar resíduos infectantes. Devem
ter cor branca leitosa.

incêndio; gerados, considerando fatores como os riscos


51) manter cilindros que armazenem gás envolvidos e as características físicas, químicas e
fora do am- biente de trabalho e longe do biológicas do material em questão.
fogo; b) Acondicionamento: nessa etapa os resíduos se-
52) antes de deixar o ambiente de trabalho, parados são embalados em sacos plásticos im-
organizar e desligar equipamentos e permeáveis ou recipientes resistentes a ruptura,
luzes; perfuração, vazamento e aos processos de des-
53) estabelecer normas de Procedimento contaminação. Os sacos ou recipientes utilizados
Operacional Padrão (POP) para todos os precisam ter capacidade compatível com o volume de
departamentos; cada tipo de resíduo gerado. Além disso, não devem
54) seguir as normas descritas no POP; ser esvaziados ou reaproveitados.
c) Identificação: nessa etapa, sacos plásticos e 2) Grupo B: nesse grupo estão os resíduos de risco
reci- pientes usados para acondicionamento químico como medicamentos, cosméticos e rea-
são identi- ficados por meio de símbolos, gentes usados em laboratório, além de produtos
cores e frases, con- forme o grupo de utilizados na limpeza e na revelação de exames.
resíduos.
Os resíduos do grupo B devem ser identificados pelo símbolo
De acordo com a Resolução RDC Nº 306/2004,
de risco químico.
os re- síduos de serviços de saúde são classificados
em cinco grupos: A, B, C, D e E.
3) Grupo C: nesse grupo estão todos os resíduos dos
1) Grupo A: nesse grupo estão os resíduos de grupos A, B e D que estejam contaminados por
radionuclídeos (substância ou partícula que emi- te
radiação). Esses resíduos são identificados pelo
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

símbolo internacional de substância radioativa.


4) Grupo D: nesse grupo estão todos os resíduos que não
oferecem risco químico, radioativo ou bio- lógico para
nem para a saúde, nem para o meio ambiente. Podem ser
resíduos recicláveis ou não como folhas, galhos, fraldas,
papel higiênico, ab- sorventes, gesso, restos de alimentos
risco biológico, ou seja, que apresentam risco etc.
de infec- ção. O grupo A pode ser dividido em
subgrupos (A1, A2, A3, A4 e A5). O subgrupo
Os resíduos do grupo D são identificados por símbo- los
A1é formado por resíduos contaminados por
variados.
microrganismos como amostras e materiais
de laboratório, descar- te de vacinas, bolsas
de sangue contaminadas etc. O subgrupo A2 5) Grupo E: nesse grupo estão resíduos classificados como
é composto por órgãos, carcaças e peças perfurocortantes ou escarificantes, ou seja, materiais
anatômicas de animais utilizados em ex- capazes de provocar cortes ou perfura- ções. Podem
perimentos com microrganismos. O subgrupo lâminas de barbear, agulhas, brocas, limas endodônticas,
lâminas de bisturi, lancetas, ampolas de vidro entre outros,
além de vidros que- brados. Esses resíduos devem ser
identificado por meio do símbolo de risco
correspondente.

A3 é constituído por peças anatômicas de


humanos (membros) e produtos de
fecundação sem sinais de vida (que pesem até
500 gramas e tenham esta- tura até 25
centímetros). O subgrupo A4 é formado por
resíduos não contaminados como filtros
de ar, amostras de fezes, urina e
secreções, kits de linhas arteriais,
órgãos e tecidos humanos, cadáveres
de animais e outros. O subgrupo A5 é
constituído por órgãos, tecidos e
fluídos corporais, além de todos os
materiais utilizados na atenção à saúde
de animais ou indivíduos contaminados
por príons (microrganismos compostos
por proteínas modi- ficadas). Os
resíduos do grupo A são identificados
pelo símbolo internacional de risco
biológico.
d) Transporte interno: nessa etapa do interno, nesses locais, os sacos plásticos devem ser
gerenciamen- to de resíduos, o lixo já mantidos em recipientes próprios para ser
separado e acondicionado em sacos ou acondicionamento até o momento da coleta.
recipientes devidamente identifica- dos é
transportado de onde foi gerado até o h) Coleta e transporte externo: nessas etapas, os
local destinado para seu armazenamento resíduos são coletados nos locais de armazena-
temporário ou para coleta. mento externo e levados até as unidades de trata-
mento ou disposição final.
O transporte interno deve ser realizado em
Essas atividades devem ser realizadas utilizando téc- nicas que
horários pré-determinados que não coincidam
assegurem não só a preservação do meio am- biente e da saúde dos
com os serviços de distribuição de roupas,
indivíduos envolvidos, mas tam- bém as condições de
alimentos ou medicamentos. Além disso, deve
obedecer a um roteiro previamente definido. acondicionamento dos resíduos.
Os veículos utilizados para transportar os
resíduos devem ser feitos a partir de materiais i) Disposição final: nessa etapa, os resíduos são de-
rígidos e imper- meáveis, de fácil limpeza e positados no solo previamente preparado para re-
resistentes aos processos de descontaminação. cebe-los. Essa atividade deve ser realizada confor- me
Também precisam ser identificados com os critérios regulamentados pela Resolução nº 237, de
símbolos correspondentes ao risco do resíduo 19 de dezembro de 1997.
que transportam. 3.6 Classificação dos níveis de biossegurança
e) Armazenamento temporário: nessa
etapa, os re- síduos já coletados De acordo com os requisitos de segurança e com o tipo
internamente são armazenado de forma de contenção necessária, os níveis de biossegurança são
temporária locais próximos aos pontos de classificados em quatro níveis designados em ordem
geração a fim de agilizar e otimizar o crescente: 1, 2, 3, e 4.
serviço de transporte interno.
3.6.1 Nível de biossegurança 1
Os locais destinados para o armazenamento
tempo- rário de resíduos devem ter pisos e
O nível de biossegurança 1 é aplicado aos laborató- rios
paredes laváveis e resistentes ao tráfego de
de ensino de ensino básico e pesquisa que mani- pulam
veículos coletores e aos pro- cessos de
descontaminação. Além disso, devem possuir apenas microrganismo da classe de risco 1 (mi-
pontos de iluminação artificial e ter área crorganismos que não representam risco nem para o
suficiente para armazenar os resíduos e manipulador, nem para a comunidade).
estacionar, pelo menos, dois veículos coletores. Para esses tipos de laboratórios não é exigida nenhu- ma
Nesses locais, os sacos plásticos nunca devem estrutura específica, apenas um bom planejamento espacial
ser coloca- dos diretamente sobre o piso. Sempre e funcional, além da adoção de boas práticas laboratoriais,
precisam ser conser- vados em recipientes próprios como:
para ser acondicionamento. a) reduzir a formação de aerossóis (partículas minús-
Os resíduos de fácil putrefação coletados a culas contendo agentes causadores de doenças);
mais de 24 horas devem ser armazenados sob b) realizar a descontaminação diária das superfícies de
refrigeração ou submetidos a processos de trabalho;
conservação. c) fazer a descontaminação do lixo;
d) manter um programa para o controle de insetos e
f) Tratamento: nessa etapa, os resíduos são pequenos animais como roedores.
subme- tidos a processos físicos ou
químicos de desconta- minação
Além das boas práticas laboratoriais, também são ne-
(desinfecção ou esterilização) a fim de ter
cessárias algumas contenções primárias e secundárias.
suas características químicas, físicas ou
biológicas modificadas, reduzindo,
neutralizando ou elimi- nando agentes a) Contenções primárias: óculos de proteção, más-
nocivos ao meio ambiente e à saú- de de cara, jaleco, luvas e sapatos fechados.
homens e animais.
b) Contenções secundária: pias para higienização das
A eficácia dos processos de mãos, janelas que permaneçam fechadas, su- perfícies
descontaminação aplica- dos precisam ter sua (bancadas, parede, teto, piso) de fácil lim- peza e
eficácia avaliada por meio de con- troles descontaminação, mobiliário resistente e cabines de
químicos, físicos e biológicos. segurança biológica Classe I com filtro HEPA.

g) Armazenamento externo: nessa etapa 3.6.2 Nível de biossegurança 2


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

os resí- duos são armazenados em locais


exclusivos de fá- cil acesso para os O nível de biossegurança 2 é aplicado aos laborató- rios
veículos coletores. clínicos e hospitalares que manipulam apenas mi-
Assim como acontece no armazenamento crorganismo da classe de risco 2 (microrganismos que
representam risco moderado para o manipulador e
fraco para a comunidade). FIQUE ATENTO!
Nesses ambientes, a saúde e a integridade física Nos laboratórios com nível de biosseguran-
do trabalhador são garantidas por boas práticas ça classe 3, a operação, inspeção e manu-
laborato- riais, além de contenções primárias e tenção das instalações e dos equipamentos
secundárias.Contenções primárias: óculos de precisam ser rigidamente controladas. Além
proteção, más- cara, jaleco, luvas e sapatos disso, os profissionais devem receber trei-
fechados. namentos de segurança para manipular os
microrganismos.
a) Contenções secundária: estrutura física
separada de áreas públicas, dotada de
antecâmara para pa- ramentação, janelas fixas,
portas que possam ser trancadas, pias para 3.6.4 Nível de biossegurança 4
higienização das mãos, super- fícies
(bancadas, parede, teto, piso) de fácil limpeza O nível de biossegurança 4 é aplicado aos laborató-
e descontaminação, iluminação adequada, rios que manipulam microrganismo das classes de risco 4
presen- ça de lava olhos, mobiliário resistente
(microrganismos que representam grave risco tanto para o
e cabines de segurança biológica Classe II.
manipulador quanto para a comunidade) e 5 (micror-
ganismos que representam alto risco de causar doenças
graves em animais ou que possam se disseminar pelo meio
FIQUE ATENTO!
ambiente).
Nos laboratórios com nível de biossegu-
rança 4, todos os líquidos eliminados de- Além de todos os itens requeridos para o níveis de
vem ser descontaminados por produtos biossegurança 1, 2 e 3 os laboratórios com nível de bios-
químicos ou vapor em altas temperaturas. segurança 4 também exigem outras contenções primá- rias e
secundárias.
3.6.3 Nível de biossegurança 3
a) Contenções primárias: máscara facial ou macacão
O nível de biossegurança 3 é aplicado aos pressurizado.
laborató- rios que manipulam microrganismo da b) Contenções secundária: estrutura física isolada com
classe de risco 3 (microrganismos que representam
escoamento interno do ar unidirecional; sis- temas para
grave risco para o manipulador e moderado para a
comunidade) ou gran- des volumes e concentrações suprimento/exaustão de ar e formação de
de microrganismos da classe de risco 2. vácuo/descontaminação; antessala de entrada com piso,
Além de todos os itens requeridos para o níveis parede e teto vedados; portas eletrôni- cas; sistema que
de biossegurança 1 e 2, os laboratórios com nível de permita a comunicação entre as partes externa e interna
do laboratório; geradores e equipamentos para
insuflamento do ar, abertura/ fechamento de portas e
monitoramento da pressão; e cabines de segurança
biológica classes II ou III.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (Cress/PE- Auxiliar de serviços gerais - Fundamental –


Quadrix/2017) A separação do lixo em lixeiras coloridas deve
seguir a lógica abaixo.
biosse- gurança 3 também exigem outras
contenções primárias e secundárias. Com base nos dados informados, assinale a alternativa correta.
a) Contenções primárias: máscara respiratória
com filtro.
a) Objetos em MDF devem ser depositados na lixeira preta.
b) Contenções secundária: estrutura física
construí- da em área isolada com alarme e b) Pilhas velhas devem ser depositadas na lixeira amarela.
dupla porta de entrada, além de um sistema c) Lenço de papel usado deve ser depositado na lixeira azul.
que faça a troca do ar interno. Superfícies d) Garrafas PET devem ser depositadas na lixeira cinza.
(bancadas, parede, teto, piso) resistentes de e) Termômetro de mercúrio quebrado deve ser deposita- do na
fácil descontaminação e cabines de segurança lixeira verde.
biológica Classe II ou III.
Resposta: Letra A. O MDF (Medium-Density qualquer alteração que torne o uso do EPI impróprio
ao uso e cumprir as determinações do empregador
Fiber- board) é uma placa de densidade
sobre os diversos aspectos que envolvem a proteção
média produzida a partir da aglutinação de
dos tra- balhadores.
fibras da madeira. Portanto, deve ser
e) Realizar constantemente reuniões para alertar os fun-
descartado em lixeiras de cor preta.
cionários quanto à necessidade de cumprir o horário
de trabalho de forma adequada e substituir anual-
2. (Correios – Auxiliar de enfermagem do trabalho júnior
mente os equipamentos de produção, para garantir
- Médio – IADES/2017) Assinale a alternativa
o aumento da produtividade; discutir com os demais
que indica um risco infeccioso no ambiente de
trabalhadores formas de prevenção de acidentes.
trabalho.
Resposta: Letra D O trabalhador é responsável por usar
a) Poeira de vidro. o EPI com a finalidade adequada, guardar e con- servar
b) Pó químico. seus EPIs, avisar ao seu superior imediato quan- do
c) Radiação. houver a necessidade de substituição do EPI e se- guir as
d) Raios solares. determinações em relação aos EPIs impostas pelo
e) Príons. empregador.
Resposta: Letra E. Das opções apresentadas,
a única que oferece risco infeccioso são os
príons. Os príons, também conhecidos como NOÇÕES DE CONTROLE DE INFECÇÃO
priãos são agentes infec- tantes capazes de HOSPITALAR.
causar doenças degenerativas do sistema
nervoso central. Se diferem de outros agentes
infecciosos (vírus, bactérias, fungos e
parasitas) por não possuírem material PORTARIA Nº 2616, DE 12 DE MAIO DE 1998
genético (DNA ou RNA).
O Ministro do Estado da Saúde interino, no uso das
3. (Prefeitura de Pombos/PE - Auxiliar de serviços atribuições que lhe confere o artigo 87, inciso II da Cons-
gerais - Superior - UPENET/UPEOs/2017) O uso tituição, e
do Equipamento de Proteção Individual (EPI) é Considerando as determinações da Lei nº 9431 de 6 de
obrigatório por parte dos colaboradores. Cabe à janeiro de 1997, que dispõe sobre a obrigatoriedade da
empresa o seu fornecimento, trei- namento e manutenção pelos hospitais do país, de Programa de
manutenção. Assinale a alternativa que apre- Controle de Infecções Hospitalares.
senta as responsabilidades do trabalhador no Considerando que as infecções Hospitalares consti-
processo de prevenção de acidentes do tuem risco significativo à saúde dos usuários dos hos- pitais,
trabalho. e sua prevenção e controle envolvem medidas de
qualificação de assistência hospitalar, da vigilância sani-
a) Investir em medidas de segurança da tária e outras, tomadas no âmbito do Estado, do Muni- cípio
informação; não realizar horas-extras; e de cada hospital, atinentes a seu funcionamento;
diminuir a incidência de fiscali- zações por Considerando que o capítulo I artigo V e inciso III da lei
parte do Ministério do Trabalho e Empre- go; nº 8080 de 19 de setembro de 1990 estabelece como
punir os colegas de trabalho que não objetivo e atribuição do Sistema Único de Saúde (SUS), ―a
cumprem as normas de segurança sugeridas assistência as pessoas por intermédio de ações de pro-
pela empresa. moção, proteção e recuperação da Saúde com a reali- zação
b) Identificar potenciais situações de risco na integrada das ações assistenciais e das atividades
atividade profissional; investir em medidas de preventivas‖.
segurança; inse- rir programas de prevenção Considerando que no exercício da atividade fiscali-
de acidentes; executar campanhas de zadora os órgãos estaduais de saúde deverão observar,
sensibilização e advertir formalmente os entre outros requisitos e condições, a adoção, pela insti-
colegas de trabalho que estejam no exercício tuição prestadora de serviços, de meio de proteção capa- zes
da atividade profissional sem o uso de EPI. de evitar efeitos nocivos à saúde dos agentes, clien- tes,
c) Implantar programas de prevenção a pacientes e dos circunstantes, (Decreto nº 77 052 de
acidentes; fiscali- zar a empresa no 19/01/1976, artigo 2º, inciso IV);
cumprimento rigoroso de horas-ex- tras e Considerando os avanços técnicos-científicos os re-
orientar colegas de trabalho sobre os riscos sultados do Estudo Brasileiro da Magnitude das Infec- ções
de exercer a atividade profissional sem o uso Hospitalares, Avaliação da Qualidade das Ações de Controle
do EPI. de Infecção Hospitalar o reconhecimento mun- dial destas
d) Utilizar o Equipamento de Proteção ações como as que implementam a melhoria da qualidade
Individual (EPI) apenas para a finalidade a da assistência a saúde, reduzem esforços, problemas,
complicações e recursos;
que se destina; responsa- bilizar-se pela
NHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Considerando a necessidade de informações e instru- ção


guarda e conservação dos equipamen- tos de
oficialmente constituída para respaldar a formação
segurança; comunicar ao empregador
técnico/profissional, resolve:
Art. 1º Expedir na forma dos anexos I, II, III, IV e representam o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar e,
V, diretrizes e normas para prevenção e o controle portanto, são encarregados da execução das ações
das in- fecções hospitalares. programadas de controle de infecção hospitalar;
Art. 2º As ações mínimas necessárias, a serem desen- 2.5.1 - Os membros executores serão, no mínimo, 2
volvidas, deliberada e sistematicamente, com vistas a re- (dois) técnicos de nível superior da área de saúde para cada
dução máxima possível da incidência e da gravidade das 200 (duzentos) leitos ou fração deste número com carga
infecções dos hospitais, compõe o Programa de Controle de horária diária, mínima, de 6 (seis) horas para o en- fermeiro
Infecções Hospitalares.Art. 3º A Secretaria de Política de e 4 (quatro) horas para os demais profissionais.
Saúde, do Ministério da Saúde, prestará cooperação técnica
2.5.1.1 - Um dos membros executores deve ser, prefe-
as Secretarias Es- taduais e Municipais de Saúde, a fim de
rencialmente, um enfermeiro.
orientá-las sobre o exato cumprimento, interpretação das
2.5.1.2 - A carga horária diária, dos membros execu- tores,
normas aprova- das por esta Portaria.
Art. 4º As Secretarias Estaduais e Municipais de deverá ser calculada na base da proporcionalidade de leitos
Saúde poderão adequar as normas conforme prevê indicado no número 2.5.1
a Constitui- ção da República Federativa do Brasil de 2.5.1.3 - Nos hospitais com leitos destinados a pacien- tes
1988. críticos, a CCIH deverá ser acrescida de outros profis- sionais de
Art. 5º A inobservância ou o descumprimento das nível superior da área de saúde. Os membros executores terão
normas aprovadas por esta Portaria sujeitará o acrescidas 2 (duas) horas semanais de trabalho para cada 10
infrator ao processo e as penalidades previstas na (dez) leitos ou fração;
Lei nº 6437 de 20 de agosto de 1977, ou, outra que 2.5.1.3. 1 Para fins desta Portaria, consideram-se pa- cientes
a substitua, com encaminhamento dos casos ou críticos:
ocorrências ao Ministério Público e órgãos de defesa 2.5.1.3.1.1 pacientes de terapia intensiva (adulto, pe- diátrico,
do consumidor para aplica- ção da legislação e neonatal);
pertinente (lei nº 8078/90 ou outra que a substitua). 2.5.1.3.1.2 pacientes de berçário de alto risco;
Art. 6º Este regulamento deve ser adotado em todo 2.5.1.3.1.3 pacientes queimados;
o território nacional, pelas pessoas jurídicas e físicas,
2.5.1.3.1.4 pacientes submetidos a transplantes de ór- gãos;
de direito público e privado envolvidas nas
atividades hos- pitalares de assistência a saúde. 2.5.1.3.1.5 pacientes hemato-oncológicos;
Art. 7º Esta portaria entrará em vigor na data de sua 2.5.1.3.1.6 pacientes com Síndrome da Imunodefi- ciência
publicação. Adquirida.
Art. 8º Fica revogada a Portaria nº 930, de 2.5.1.4 - Admite-se, no caso do número 2.5.1.3., o au- mento
27/08/92. BARJAS NEGRI do número de profissionais executores na CCIH, ou a relativa
Programa de Controle de Infecção Hospitalar adequação de carga horária de trabalho da equipe original
expressa no número 2.5. 1;
ANEXOS I 2.5.1.5 - Em hospitais com regime exclusivo de inter- nação
ORGANIZA tipo paciente -dia, deve-se atender aos números 2.1, 2.2 e 23, e
ÇÃO com relação ao número 2.5.1, a carga de trabalho dos
profissionais será de 2 (duas) horas diárias para o enfermeiro e 1
1. 0 Programa de Controle de Infecções
hora para os demais profissionais, independente do número de
Hospitalares (PCIH) é um conjunto de ações
desenvolvidas deliberada e sistematicamente, com leitos da instituição.
vistas à redução máxima pos- sível da incidência e 2.5.1.6.- Os hospitais poderão consorciar-se no senti- do da
da gravidade das infecções hospi- talares. utilização recíproca de recursos técnicos, materiais e humanos,
2. Para a adequada execução do PCIH os hospitais com vistas à implantação e manutenção do Programa de
de- verão constituir Comissão de Controle de Controle da Infecção Hospitalar.
Infecção Hos- pitalar (CCIH), órgão de assessoria à 2.5.1.7 - os hospitais consorciados deverão constituir CCIH
autoridade máxima da instituição e de execução das própria, conforme os números 2 e 2.1, com relação aos
ações de controle de infecção hospitalar. membros consultores, e prover todos os recursos ne- cessários à
2.1 A CCIH deverá ser composta por sua atuação.
profissionais da área de saúde, de nível superior, 2.5.1.8 - O consórcio deve ser formalizado entre os hospitais
formalmente designa- dos. componentes. Os membros executores, no consórcio, devem
2.2 Os membros da CCIH serão de dois tipos: atender aos números 2.5.1, 2.5.1.1, 2.5.1.2, 2.5.1.3 e 2.5.1.4.
consul- tores e executores.
2.2.1 0 presidente ou coordenador da CCIH será COMPETÊNCIAS
qual- quer um dos membros da mesma, indicado
pela direção do hospital. 3. A CCIH do hospital deverá:
2.3 Os membros consultores serão 3.1 Elaborar, implementar, manter e avaliar programa de
representantes, dos seguintes serviços: controle de infecção hospitalar, adequado às caracte- rísticas e
2.3.1 - serviço médico; necessidades da instituição, contemplando, no mínimo, ações
2.3 2 - serviço de enfermagem; relativas a:
2.3.3 - serviço de farmácia; 3.1.1. implantação de um Sistema de Vigjlância Epi-
2.3.4 - laboratório de microbiologia; demiológica das Infecções Hospitalares, de acordo com o Anexo
2.3.5 - administração. III,
2.4. Os hospitais com número de leitos igual ou 3.1.2 - adequação, implementação e supervisão das normas
infe- rior a 70 (setenta) atendem os números 2.3.1 e e rotinas técnico-operacionais, visando à preven- ção e controle
2.3.2. das infecções hospitalares;
2.5. Os membros executores da CCIH 3.1.3 - capacitação do quadro de funcionários e pro-
fissionais da instituição, no que diz respeito à prevenção 4.4 - aprovar e fazer respeitar o regimento interno da
e controle das infecções hospitalares; CCIH
3.1.4 - uso racional de antimicrobianos, germicidas e 4.5 - garantir a participação do Presidente da CCIH
materiais médico-hospitalares;avaliar, periódica e nos órgãos colegiados deliberativos e formuladores de
sistematicamente, as informa- ções providas pelo política da instituição, como, por exemplo, os conselhos
Sistema de Vigilância Epidemiológica das infecções técnicos, independente da natureza da entidade mante-
hospitalares e aprovar as medidas de con- trole nedora da instituição de saúde;
propostas pelos membros executores da CCIH; 4.6. garantir o cumprimento das recomendações for-
muladas pela Coordenação Municipal/Distrital de Con-
3.2 realizar investigação epidemiológica de
trole de Infecção Hospitalar;
casos e surtos, sempre que indicado, e
implantar medidas ime- diatas de controle; 4.7 informar o órgão oficial municipal ou estadual
3.4. elaborar e divulgar, regularmente, quanto à composição da CCIH, e às alterações que ve-
relatórios e co- municar, periodicamente, à nham a ocorrer;
autoridade máxima de ins- tituição e às chefias 4.8 fomentar a educação e o treinamento de todo o
de todos os setores do hospital a situação do pessoal hospitalar.
controle das infecções hospitalares, promo-
vendo seu amplo debate na comunidade 5. À Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar, do
hospitalar, Ministério da Saúde, compete:
3.5 elaborar, implementar e supervisionar a 1. definir diretrizes de ações de controle de infecção
aplicação de normas e rotinas técnico- hospitalar;
operacionais, visando limitar a disseminação de 2. apoiar a descentralização das ações de prevenção e
agentes presentes nas infecções em curso no controle de infecção hospitalar;
hospital, por meio de medidas de precaução e 3. coordenar as ações nacionais de prevenção e con-
de isolamento; trole de infecção hospitalar;
3.6. adequar, implementar e supervisionar a 4. estabelecer normas gerais para a prevenção e con-
aplicação de normas e rotinas técnico- trole das infecções hospitalares;
operacionais, visando à pre- venção e ao 5.5 estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o
tratamento das infecções hospitalares; controle de infecção hospitalar,
3.7.definir, em cooperação com a Comissão 5.6 promover a articulação com órgãos formadores, com
de Far- mácia e Terapêutica, política de vistas à difusão do conteúdo de conhecimentos do controle
utilização de antimicro- bianos, germicidas e de infecção hospitalar,
materiais médico-hospitalares para a instituição; 5.7 cooperar com a capacitação dos profissionais de
3.8.cooperar com o setor de treinamento ou saúde para o controle de infecção hospitalar,
respon- sabilizar-se pelo treinamento, com 5.8 identificar serviços municipais, estaduais e hospi-
vistas a obter capa- citação adequada do talares para o estabelecimento de padrões técnicos de
quadro de funcionários e profis- sionais, no que referência nacional;
diz respeito ao controle das infecções 5.9 prestar cooperação técnica, política e financeira aos
hospitalares; Estados e aos Municípios, para aperfeiçoamento da sua
3.9 elaborar regimento interno para a atuação em prevenção e controle de infecção hos- pitalar;
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar; 5.10 acompanhar e avaliar as ações implementadas,
3.10. cooperar com a ação do órgão de respeitadas as competências estaduais/distrital e muni-
gestão do SUS, bem como fornecer, cipais de atuação, na prevenção e controle das infecções
prontamente, as informações epidemiológicas hospitalares;
solicitadas pelas autoridades compe- tentes; 5.11estabelecer sistema nacional de informações so- bre
3.11. notificar, na ausência de um núcleo de infecção hospitalar na área de Vigilância Epidemio- lógica;
epide- miologia, ao organismo de gestão do 5.12 estabelecer sistema de avaliação e divulgação
SUS, os casos diag- nosticados ou suspeitos de nacional dos indicadores da magnitude e gravidade das
outras doenças sob Vigilância epidemiológica infecções hospitalares e da qualidade das ações de seu
(notificação compulsória), atendidos em controle;
qualquer dos serviços ou unidades do hospital, 5.13 planejar ações estratégicas em cooperação téc- nica
e atuar cooperativamente com os serviços de com os Estados, Distrito Federal e os Municípios;
saúde coletiva;
5.14 acompanhar, avaliar e divulgar os indicadores
3.12. notificar ao Serviço de Vigilância
epidemiológicos de infecção hospitalar.
Epidemiológi- ca e Sanitária do organismo de
gestão do SUS, os casos e surtos diagnosticados
6. Às Coordenações Estaduais e Distrital de Controle de
ou suspeitos de infecções asso- ciadas à
utilização de insumos e/ou produtos industria- Infecção Hospitalar, compete:
lizados. 6.1 definir diretrizes de ação estadual/distrital, basea- das
na política nacional de controle de infecção hospi- talar;
4. Caberá à autoridade máxima da instituição: 6.2 estabelecer normas, em caráter suplementar, para a
4.1 - constituir formalmente a CCIH; prevenção e controle de infecção hospitalar;
4.2 - nomear os componentes da CCIH por 6.3 descentralizar as ações de prevenção e controle de
meio de ato próprio; infecção hospitalar dos Municípios;
4.3 - propiciar a infra-estrutura necessária à 6.4 prestar apoio técnico, financeiro e político aos
correta operacionalização da CCIH; municípios, executando, supletivamente, ações e serviços de
saúde, caso necessário; hospitalar, previamente estabelecidos e descritos.
2.1 Princípios:
6.5 coordenar, acompanhar, controlar e
2.1.1 o diagnóstico das infecções hospitalares deverá
avaliar as ações de prevenção e controle de infecção
valorizar informações oriundas de:
hospitalar do Estado e Distrito Federal;acompanhar,
2.1.1.1 evidência clínica, derivada da observação dire- ta
avaliar e divulgar os indicadores epi- demiológicos
do paciente ou da análise de seu prontuário;
de infecção hospitalar;
2.1.1.2 resultados de exames de laboratório, ressal-
6.6 informar, sistematicamente, à Coordenação
tando-se os exames microbiológicos, a pesquisa de antí-
de Controle de Infecção Hospitalar, do Ministério da
genos, anticorpos e métodos de visualização.
Saúde, a partir da rede distrital, municipal e
hospitalar, os indica- dores de infecção hospitalar 2.1.1.3 evidências de estudos com métodos de ima- gem;
estabelecidos. 2.1.1.4 endoscopia;
2.1.1.5 biópsia e outros.
7. Às Coordenações Municipais de Controle de Infec- 2.2 Critérios gerais:
ção Hospitalar, compete: 2.2.1 quando, na mesma topografia em que foi diag-
7.1 coordenar as ações de prevenção e controle nosticada infecção comunitária, for isolado um germe di- ferente,
de infecção hospitalar na rede hospitalar do seguido do agravamento das condições clínicas do paciente, o
Município; caso deverá ser considerado como infec- ção hospitalar;
7.2 participar do planejamento, da programação 2.2.2 quando se desconhecer o período de incubação do
e da organização da rede regionalizada e microrganismo e não houver evidência clínica e/ou dado
hierarquizada do SUS, em articulação com a laboratorial de infecção no momento da interna- ção,
Coordenação Estadual de controle de infecção convenciona-se infecção hospitalar toda manifesta- ção clínica
hospitalar; de infecção que se apresentar a partir de 72 (setenta e duas)
7.3 colaborar e acompanhar os hospitais na horas após a admissão;
execução das ações de controle de infecção 2.2.3 são também convencionadas infecções hospita- lares
hospitalar; aquelas manifestadas antes de 72 (setenta e duas) horas da
7.4 prestar apoio técnico às CCIH dos hospitais; internação, quando associadas a procedimen- tos diagnósticos
7.5 informar, sistematicamente, à Coordenação e/ou terapêuticas, realizados durante este período;
Esta- dual de controle de infecção hospitalar do seu 2.2.4 as infecções no recém-nascido são hospitalares, com
Estado, a partir da rede hospitalar, os indicadores de
exceção das transmitidas de forma transplacentária e aquelas
infecção hos- pitalar estabelecidos.
associadas a bolsa rota superior a 24 (vinte e quatro) horas;
Programa de Controle de Infecção Hospitalar
2.2.5 os pacientes provenientes de outro hospital que se
ANEXO II internam com infecção, são considerados portadores de
infecção hospitalar do hospital de origem infecção. Nestes
CONCEITOS E CRITÉRIOS DIAGNOSTICOS DAS IN-
casos, a Coordenação Estadual/Distrital/Munici- pal e/ou o
FECÇÕES HOSPITALARES
hospital de origem deverão ser informados para computar o
1. Conceitos básicos. episódio como infecção hospitalar na- quele hospital.
1.1 - Infecção comunitária (IC):
3. Classificação das cirurgias por potencial de conta-
1.1.1 - é aquela constatada ou em incubação no
minação da incisão cirúrgica
ato de admissão do paciente, desde que não 3.1 as infecções pós-cirúrgicas devem ser analisadas
relacionada com internação anterior no mesmo conforme o potencial de contaminação da ferida cirúrgi- ca,
hospital. entendido como o número de microrganismos pre- sentes no
1.1.2 São também comunitárias: tecido a ser operado;
1.1.2.1 - a infecção que está associada com 3.2 a classificação das cirurgias deverá ser feita no fi- nal do
compli- cação ou extensão da infecção já presente ato cirúrgico, pelo cirurgião, de acordo com as seguintes
na admissão, a menos que haja troca de indicações:
microrganismos com sinais ou sintomas fortemente 3.2.1 Cirurgias Limpas - são aquelas realizadas em tecidos
sugestivos da aquisição de nova infecção; estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência de
1.1.2.2 a infecção em recém-nascido, cuja processo infeccioso e inflamatório local ou falhas técnicas
aquisição por via transplacentária é conhecida ou foi grosseiras, cirurgias eletivas com cica- trização de primeira
comprovada e que tornou-se evidente logo após o intenção e sem drenagem aberta. Cirurgias em que não ocorrem
nascimento (exem- plo: herpes simples, penetrações nos tratos digestivo, respiratório ou urinário;
toxoplasmose, rubéola, citomegalo- virose, sífilis e 3.2.2 Cirurgias Potencialmente Contaminadas - são aquelas
AIDS); realizadas em tecidos colonizados por flora mi- crobiana pouco
1.1.2.3 as infecções de recém-nascidos numerosa ou em tecidos de difícil des- contaminação, na
associadas com bolsa rota superior a 24 (vinte e ausência de processo infeccioso e inflamatório e com falhas
quatro) horas. técnicas discretas no transo- peratório. Cirurgias com drenagem
1.2 infecção hospitalar (IH): aberta enquadram-se nesta categoria. Ocorre penetração nos
1.2.1 é aquela adquirida após a admissão do tratos digestivo, respiratório ou urinário sem contaminação
paciente e que se manifeste durante a internação ou significativa.
após a alta, quando puder ser relacionada com a
3.2.3 Cirurgias Contaminadas - são aquelas
internação ou pro- cedimentos hospitalares.
realizadas em tecidos recentemente traumatizados e
abertos, co- lonizados por flora bacteriana abundante,
2. Critérios para diagnóstico de infecção
cuja descon- taminação seja difícil ou paciente, calculada tendo como numerador o número
impossível, bem como todas aquelas em que de episódios de in- fecção hospitalar em cada
tenham ocorrido falhas técnicas grosseiras, topografia, no período consi- derado e como
na ausência de supuração local. Na denominador o número total de episó- dios de infecção
hospitalar ocorridos no período;
presença de inflamação aguda na incisão 5.4 Taxa de Infecções Hospitalares por Procedimen-
e cicatrização de segunda intenção, ou to, calculada tendo como numerador o número de pa-
grande contaminação a partir do tubo di- cientes submetidos a um procedimento de risco que
gestivo. Obstrução biliar ou urinária desenvolveram infecção hospitalar e como denomina-
também se incluem nesta categoria. dor o total de pacientes submetidos a este tipo de pro-
3.2.4 Cirurgias lnfectadas - são todas as cedimento.
intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer Exemplos:
tecido ou órgão, em presença de processo Taxa de infecção do sítio cirúrgico, de acordo com o
infeccioso (supuração local) e/ou tecido potencial de contaminação.
necrótico. Taxa de infecção após cateterismo vesical. Taxa de
pneumonia após uso de respirador.
ANEXO III 5.5 Recomenda-se que os indicadores epidemiológi- cos
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGlCA E dos números 5, 1. e 5.2. sejam calculados utilizando-
INDICADORES EPIDEMIOLÓGlCOS DAS -se no denominador o total de pacientes dia, no período.
INFECÇÕES HOSPITALA- RES 5.5.1 O número de pacientes dia é obtido somando-
-se os dias totais de permanência de todos os pacientes no
1. Vigilância Epidemiológica das infecções período considerado.
hospitala- res é a observação ativa, sistemática e 5.6 Recomenda-se que o indicador do número 5.4 pode
contínua de sua ocorrência e de sua distribuição ser calculado utilizando-se como denominador o número
entre pacientes, hospi- talizados ou não, e dos total de procedimentos dia.
eventos e condições que afetam o risco de sua 5.6.1 0 número de pacientes dia é obtido somando-se o
ocorrência, com vistas à execução opor- tuna total de dias de permanência do procedimento realiza- do
das ações de prevenção e controle. no período considerado.
5.7 Outros procedimentos de risco poderão ser ava-
2.A CCIH deverá escolher o método de liados, sempre que a ocorrência, respectiva o indicar, da
Vigilância Epidemiológica mais adequado às mesma forma que é de utilidade o levantamento das taxas
de infecção do sítio cirúrgico, por cirurgião e por
características do hospital à estrutura de pessoal
especialidade.
e à natureza do risco da assistência, com base 5.8. Freqüência das Infecções Hospitalares por mi-
em critérios de magnitude, gravi- dade, crorganismos ou por etiologias, calculada tendo como
redutibilidade das taxas ou custo. numerador o número de episódios de infecção hospita- lar
2.1 São indicados os métodos prospectivos, por microrganismo e como denominador o número de
retros- pectivos e transversais, visando episódios de infecções hospitalares que ocorreram no
determinar taxas de in- cidência ou prevalência. período considerado.
5.9 Coeficiente de Sensibilidade aos Antimicrobianos,
3. São recomendados os métodos de busca calculado tendo como numerador o número de cepas
ativos de coleta de dados para Vigilância bacterianas de um determinado microorganismo sensí- vel a
Epidemiológica das infecções hospitalares. determinado antimicrobiano e como denominador o
4. Todas as alterações de comportamento número total de cepas testadas do mesmo agente com
epidemio- lógico deverão ser objeto de antibiograma realizado a partir das espécimes encontra- das.
investigação epidemioló- gica específica. 5.10 Indicadores de uso de antimicrobianos.
5.10.1 Percentual de pacientes que usaram antimicro-
5. Os indicadores mais importantes a serem bianos (uso profilático ou terapêutica) no período consi-
obti- dos e analisados periodicamente no derado. Pode ser especificado por clínica de internação. É
hospital e, espe- cialmente, nos serviços de calculado tendo como numerador o total de pacientes em
Berçário de Alto Risco, UTI uso de antimicrobiano e como denominador o nú- mero
(adulto/pediátrica/neonatal) Queimados, são; total de pacientes no período.
5.1 Taxa de Infecção Hospitalar, calculada 5.10.2 Freqüência com que cada antimicrobiano é
tomando como numerador o número de empregado em relação aos demais. É calculada tendo como
episódios de infecção hospitalar no período numerador o total de tratamentos iniciados com
considerado e como denomina- dor o total de determinado antimicrobiano no período, e como deno-
saídas (altas, óbitos e transferências) ou minador o total de tratamentos com antimicrobianos ini-
entradas no mesmo período; ciados no mesmo período.
5.2 Taxa de Pacientes com infecção 5.11 Taxa de letalidade associada a infecção hospi- talar,
Hospitalar, calcu- lada tomando como é calculada tendo como numerador o número de óbitos
numerador o número de doentes que ocorridos de pacientes com infecção hospitalar no período
apresentaram infecção hospitalar no período considerado, e como denominador o número de pacientes
con- siderado, e como denominador o total de que desenvolveram infecção hospitalar no período.
saídas (altas, óbitos e transferências) ou 5.12 Consideram-se obrigatórias as, informações re-
entradas no período; lativas aos indicadores epidemiológicos 5.1, 5.2, 5.3 e 5.11,
5.3 Distribuição Percentual das Infecções no mínimo com relação aos serviços de Berçário de alto
Hospitala- res por localização topográfica no risco, UTI (adulto/ pediátrica/neonatal) e queimados
6. Relatórios e Notificações com o objetivo de incorporar a prática da lavagem das mãos
em todos os níveis da assistência hospitalar.
6.1 A CCIH deverá elaborar periodicamente
um rela- tório com os indicadores epidemiológicos 6.1 A distribuição e a locação de unidades ou pias para
Iavagem das mãos, de forma a atender à necessi- dade nas
interpretados e analisados. Esse relatório deverá ser
diversas áreas hospitalares, além da presença dos produtos,
divulgado a todos os serviços e à direção,
promovendo-se seu debate na comunidade é fundamental para a obrigatoriedade da prática.
hospitalar.O relatório deverá conter informações Programa de Controle de Infecção Hospitalar
sobre o ní- vel endêmico das infecções hospitalares ANEXO V
sob vigilância e as alterações de comportamento RECOMENDAÇÕES GERAIS.
epidemiológico detec- tadas, bem como as medidas
de controle adotadas e os resultados obtidos. 1 A utilização dos. anti-sépticos, desinfetantes e es-
6.2 É desejável que cada cirurgião receba, terilizantes seguirá as determinações da Portaria nº 15, de 23 de
anualmen- te, relatório com as taxas de infecção em agosto de 1988, da Secretaria de Vigilância Sa- nitária (SVS)/ do
cirurgias limpas referentes às suas atividades, e a Ministério da Saúde e o Processamento de Artigos e Superfícies
taxa média de infecção de cirurgias limpas entre em Estabelecimentos de Saúde/ MS, 2ª edição, 1994, ou outras
pacientes de outros cirurgiões de mesma que as complementem ou substituam.
especialidade ou equivalente. 1.1 Não são recomendadas, para a finalidade de an- ti-
6.3 O relatório da vigilância epidemiológica e os sepsia, as formulações contendo mercúrios orgânicos, acetona,
rela- tórios de investigações epidemiológicas quaternário de amônio, líquido de Dakin, éter e clorofórmio.
deverão ser en- viados às Coordenações Estaduais/
Distrital/Municipais e à Coordenação de Controle de 2. As normas de limpeza, desinfecção e esterilização são
Infecção Hospitalar do Ministério da Saúde, aquelas definidas pela publicação do Ministério da Saúde,
conforme as normas específicas das referidas Processamento de Artigos e Superfícies em Esta- belecimentos
Coordenações. de Saúde, 2ª edição, 1994 - princípios ati- vos liberados
Programa de Controle de Infecção Hospitalar conforme os definidos pela Portaria d 15, SVS, de 23 de agosto
de 1988, ou outras que a comple- mentem ou substituam.
ANEXO IV
LAVAGEM DAS MÃOS 3. As normas de procedimentos na área de Microbio- logia
são aquelas definidas pela publicação do Ministério da Saúde -
1. Lavagem das mãos é a fricção manual Manual de Procedimentos Básicos em Micro- biologia Clínica
vigorosa de toda a superfície das mãos e punhos, para o Controle de Infecção Hospitalar, 1ª edição, 1991, ou
utilizando-se sabão/detergente, seguida de enxágüe outras que as complementem ou substituam.
abundante em água corrente. 4. As normas para lavanderia são aquelas definidas pela
publicação do Ministério da Saúde - Manual de La- vanderia
2. A lavagem das mãos é, isoladamente, a ação Hospitalar, 11 edição, 1986, ou outras que as complementem ou
mais importante para a prevenção e controle das substituam.
infecções hospitalares.
5. A Farmácia Hospitalar seguirá as orientações con- tidas na
3. O uso de luvas não dispensa a lavagem das
mãos antes e após contatos que envolvam mucosas, publicação do Ministério da Saúde - Guia Básico para a Farmácia
sangue outros fluidos corpóreos, secreções ou Hospitalar, 1ª edição, 1994, ou outras que as complementem ou
excreções. substituam.
4. A lavagem das mãos deve ser realizada tantas
vezes quanto necessária, durante a assistência a um
único pa- ciente, sempre que envolver contato com
diversos sítios corporais, entre cada uma das
atividades.
4.1 A lavagem e anti-sepsia cirúrgica das mãos é
reali- zada sempre antes dos procedimentos
cirúrgicos.

5. A decisão para a lavagem das mãos com uso ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL:
de anti-séptico deve considerar o tipo de contato, o PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SISTEMA ÚNICO DE
grau de contaminação, as condições do paciente e o SAÚDE (SUS).
procedi- mento a ser realizado.
5.1 A lavagem das mãos com anti-séptico é recomen-
dada em: PRINCÍPIOS E DIRETRIZES
· realização de procedimentos invasivos;
· prestação de cuidados a pacientes críticos; A primeira e maior novidade do Sistema Único de Saúde
· contato direto com feridas e/ou dispositivos é seu conceito de saúde. Esse ―conceito ampliado de saúde‖,
invasi- vos, tais como cateteres e drenos. resultado de um processo de embates teóricos e políticos, como
visto anteriormente, traz consigo um diagnóstico das
6. Devem ser empregadas medidas e recursos dificuldades que o setor da saúde enfren- tou historicamente e a
certeza de que a reversão deste quadro extrapolava os Com a universalidade, o indivíduo passa a ter direito
limites restritos da noção vigente. Encarar saúde apenas de acesso a todos os serviços públicos de saúde,
como ausência de doenças evi- denciou um quadro assim como aqueles contratados pelo poder pú-
repleto não só das próprias doenças, como de blico de saúde, independente de sexo, raça, ren-
desigualdades, insatisfação dos usuários, exclu- são, da, ocupação ou outras características sociais ou
baixa qualidade e falta de comprometimento profis- pessoais. Saúde é direito de cidadania e dever do
sional.Para enfrentar essa situação era necessário Governo: Municipal, Estadual e Federal.
transfor- mar a concepção de saúde, de serviços de • Equidade: O objetivo da equidade é diminuir desi-
saúde e, até mesmo, de sociedade. Uma coisa era se gualdades. Mas isso não significa que a equidade
deparar com a necessidade de abrir unidades, contratar seja sinônima de igualdade. Apesar de todos terem
profissionais, comprar medicamentos. Outra tarefa é direito aos serviços, as pessoas não são iguais e
conceber a aten- ção à saúde como um projeto que por isso têm necessidades diferentes. Então, equi-
iguala saúde com con- dições de vida. dade é a garantia a todas as pessoas, em igualdade
Ao lado do conceito ampliado de saúde, o de condições, ao acesso às ações e serviços dos
Sistema Único de Saúde traz dois outros diferentes níveis de complexidade do sistema.
conceitos importantes: o de sistema e a ideia de O que determinará as ações será a prioridade epide-
unicidade. A noção de sistema significa que não miológica e não o favorecimento, investindo mais onde a
estamos falando de um novo serviço ou órgão carência é maior. Sendo assim, todos terão as mesmas
público, mas de um conjunto de várias
condições de acesso, more o cidadão onde morar, sem
instituições, dos três níveis de governo e do
privilégios e sem barreiras. Todo cidadão é igual perante o
setor privado contratado e conveniado, que
interagem para um fim comum. SUS e será atendido conforme suas necessidades até o
Na lógica do sistema público, os serviços limite do que o sistema pode oferecer para todos.
contratados e conveniados são seguidos dos • Integralidade: As ações de promoção, proteção e
mesmos princípios e das mesmas normas do reabilitação da saúde não podem ser fracionadas,
serviço público. Os elementos inte- grantes do sendo assim, os serviços de saúde devem reconhe- cer
sistema referem-se, ao mesmo tempo, às ati- na prática que: se cada pessoa é um todo indi- visível
vidades de promoção, proteção e recuperação e integrante de uma comunidade, as ações de
da saúde. Esse sistema é único, ou seja, deve ter promoção, proteção e reabilitação da saúde também
a mesma dou- trina e a mesma forma de não podem ser compartimentalizadas, as- sim como as
organização em todo país. Mas é preciso unidades prestadoras de serviço, com seus diversos
compreender bem esta ideia de unicidade. Em graus de complexidade, configuram um sistema capaz
um país com tamanha diversidade cultural, de prestar assistência integral.
econômica e social como o Brasil, pensar em
organizar um sistema sem
Ao mesmo tempo, o princípio da integralidade pres-
levar em conta essas diferenças seria uma temeridade.
O que é definido como único na supõe a articulação da saúde com outras políticas públi- cas,
Constituição é um conjunto de elementos como forma de assegurar uma atuação intersetorial entre as
doutrinários e de organização do Sistema Único diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e
de Saúde, os princípios da universalização, da qualidade de vida dos indivíduos.
equidade, da integralidade, da descentralização Para organizar o SUS a partir dos princípios doutriná-
e da participação popular. Esses elementos se rios apresentados e considerando-se a ideia de segurida- de
relacionam com as peculiaridades e social e relevância pública existem algumas diretrizes que
determinações locais, por meio de formas orientam o processo. Na verdade, trata-se de formas de
previstas de aproximação de gerência aos cida- concretizar o SUS na prática.
dãos, seja com descentralização político- • Regionalização e hierarquização: Os serviços devem ser
administrativa, seja por meio do controle social organizados em níveis de complexidade tecnológica
do sistema.
crescente, dispostos em uma área geográfica delimitada e
O Sistema Único de Saúde pode, então, ser com a definição da população a ser atendida.
entendido a partir da seguinte imagem: um Planejados a partir de critérios epidemiológicos, implica
núcleo comum (único), que concentra os na capacidade dos serviços em oferecer a uma determinada
princípios doutrinários, e uma forma de população todas as modalidades de assis- tência, bem como
organização e operacionalização, os princípios o acesso a todo tipo de tecnologia dis- ponível,
orga- nizativos. A construção do SUS norteia-se, possibilitando alto grau de resolutividade (solu- ção de
baseado nos seus preceitos constitucionais, problemas).
pelas seguintes doutrinas: A rede de serviços, organizada de forma hierarqui- zada
e regionalizada, permite um conhecimento maior da
• Universalidade: É a garantia de atenção à situação de saúde da população da área delimitada,
saúde, por parte do sistema, a todo e favorecendo ações de atenção ambulatorial e hospitalar em
qualquer cidadão (―A saúde é direito de todos os níveis de complexidade.
todos e dever do Estado‖ – Art. 196 da Deve o acesso da população à rede se dar por in-
Constituição Federal de 1988). termédio dos serviços de nível primário de atenção, que
devem estar qualificados para atender e resolver os segmentos da so- ciedade: gestores, usuários,
prin- cipais problemas que demandam os serviços profissionais, entida- des de classe, etc.); e, por fim, no
de saúde. Os demais deverão ser referenciados para âmbito federal, as políticas do SUS são negociadas e
os serviços de maior complexidade tecnológica. pactuadas na CIT – Comissão Intergestores Tripartite
Estes caminhos somam a integralidade da atenção (compos- ta por representantes do Ministério da
com o controle e a racionali- dade dos gastos no Saúde, das secretarias municipais de saúde e das
sistema secretarias estaduais de saúde).
Sistemas de Saúde no Brasil 7) Os medicamentos básicos são adquiridos pelas
secretarias estaduais e municipais de saúde, de-
1) Todos os estados e municípios devem ter pendendo do pacto feito na região. A insulina hu-
conse- lhos de saúde compostos por mana e os chamados medicamentos estratégicos
representantes dos usuários do SUS, dos - incluídos em programas específicos, como Saúde da
prestadores de serviços, dos gestores e dos Mulher, Tabagismo e Alimentação e Nutrição - são
profissionais de saúde. Os conse- lhos são obtidos pelo Ministério da Saúde. Já os medi-
fiscais da aplicação dos recursos públicos em camentos excepcionais (aqueles considerados de alto
saúde.A União é o principal financiador da custo ou para tratamento continuado, como
saúde pública no país. Historicamente,
metade dos gastos é fei- ta pelo governo para pós-transplantados, síndromes – como Doen- ça de
federal, a outra metade fica por conta dos Gaucher – e insuficiência renal crônica) são comprados
estados e municípios. A União formula pelas secretarias de saúde e o ressar- cimento a elas é
políticas nacionais, mas a implementação é feito mediante comprovação de entrega ao paciente. Em
feita por seus parceiros (estados, municípios, média, o governo federal repassa 80% do valor dos
ONGs e iniciativa privada) medicamentos excep- cionais, dependendo dos preços
2) O município é o principal responsável pela conseguidos pe- las secretarias de saúde nos processos
saúde pública de sua população. A partir do licitatórios. Os medicamentos para DST/Aids são
Pacto pela Saúde, assinado em 2006, o gestor comprados pelo ministério e distribuídos para as
municipal passa a assumir imediata ou secretarias de saúde.
paulatinamente a plenitude da gestão das 8) Com o Pacto pela Saúde (2006), os estados e mu- nicípios
ações e serviços de saúde oferecidos em seu poderão receber os recursos federais por meio de cinco
território. blocos de financiamento: 1 – Aten- ção Básica; 2 –
3) Quando o município não possui todos os Atenção de Média e Alta Complexi- dade; 3 – Vigilância
servi- ços de saúde, ele pactua (negocia e em Saúde; 4 – Assistência Far- macêutica; e 5 – Gestão do
acerta) com as demais cidades de sua região a SUS. Antes do pacto, havia mais de 100 formas de
forma de aten- dimento integral à saúde de repasses de recursos financeiros, o que trazia algumas
sua população. Esse pacto também deve dificuldades para sua aplicação.
passar pela negociação com o gestor estadual
4) O governo estadual implementa políticas Há hierarquia no Sistema Único de Saúde entre as
nacio- nais e estaduais, além de organizar o unidades da Federação?
atendimento à saúde em seu território.A porta
de entrada do sistema de saúde deve ser A relação entre a União, estados e municípios não possui
preferencialmente a atenção básica (postos de uma hierarquização. Os entes federados nego- ciam e entram
saúde, centros de saúde, unidades de Saúde em acordo sobre ações, serviços, organi- zação do atendimento
da Família, etc.). A partir desse primeiro e outras relações dentro do sis- tema público de saúde. É o que
atendimento, o cidadão será encaminha- do se chama de pactuação intergestores. Ela pode ocorrer na
para os outros serviços de maior Comissão Intergestora Bipartite (estados e municípios) ou na
complexidade da saúde pública (hospitais e Comissão Inter- gestora Tripartite (os três entes federados).
clínicas especializa- das). Qual a responsabilidade financeira do governo fede- ral na
5) O sistema público de saúde funciona de forma área de saúde?
re- ferenciada. Isso ocorre quando o gestor • A gestão federal da saúde é realizada por meio do
local do SUS, não dispondo do serviço de que Ministério da Saúde.
o usuário necessita, encaminha-o para outra • O governo federal é o principal financiador da rede pública
localidade que oferece o serviço. Esse de saúde. Historicamente, o Ministério da Saúde aplica
encaminhamento e a refe- rência de atenção à metade de todos os recursos gastos no país em saúde
saúde são pactuados entre os municípios pública em todo o Brasil. Estados e municípios, em geral,
6) Não há hierarquia entre União, estados e contribuem com a outra metade dos recursos.
municí- pios, mas há competências para cada • O Ministério da Saúde formula políticas nacionais de saúde,
um desses três gestores do SUS. No âmbito mas não realiza as ações. Para a realização dos projetos,
municipal, as po- líticas são aprovadas pelo depende de seus parceiros (estados, municípios, ONGs,
CMS – Conselho Munici- pal de Saúde; no fundações, empresas, etc.).
âmbito estadual, são negociadas e pactuadas • Também tem a função de planejar, criar normas, avaliar e
pela CIB – Comissão IntergestoresBi- partite utilizar instrumentos para o controle do SUS.
(composta por representantes das secreta- • Os estados possuem secretarias específicas para a gestão
rias municipais de saúde e secretaria estadual de saúde.
de saúde) e deliberadas pelo CES – Conselho • O gestor estadual deve aplicar recursos próprios, in- clusive
Estadual de Saúde (composto por vários nos municípios, e os repassados pela União.
• Além de ser um dos parceiros para a aplicação de (sobre he- rança e doações).
políticas nacionais de saúde, o estado formula B) Transferências da União: cota-parte do Fundo de
suas próprias políticas de saúde. Participação dos Estados (FPE), cota-parte do IPI-
• Ele coordena e planeja o SUS em nível estadual, -Exportação, transferências da Lei Complementar nº
res- peitando a normatização federal. 87/96 – Lei Kandir.
• Os gestores estaduais são responsáveis pela orga- C) Imposto de Renda Retido na Fonte.
nização do atendimento à saúde em seu território. D) Outras Receitas Correntes: receita da dívida ativa de
Qual a responsabilidade do governo municipal na impostos e multas, juros de mora e correção
área de saúde? A estratégia adotada no país monetária de impostos;
reconhece o município como o principal
Para onde vão e como são fiscalizados esses recur-
responsável pela saúde de sua população.
sos?
• A partir do Pacto pela Saúde, de 2006, o
gestor municipal assina um termo de
A Emenda Constitucional nº 29 estabeleceu que de-
compromisso para assumir integralmente as
veriam ser criados pelos estados, Distrito Federal e mu-
ações e serviços de seu território. nicípios os fundos de saúde e os conselhos de saúde. O
• Os municípios possuem secretarias específicas primeiro recebe os recursos locais e os transferidos pela
para a gestão de saúde. União. O segundo deve acompanhar os gastos e fiscali- zar
• O gestor municipal deve aplicar recursos as aplicações.
próprios e os repassados pela União e pelo O que quer dizer transferências ―fundo a fundo‖?
estado. Com a edição da Emenda Constitucional nº 29, fica clara
• O município formula suas próprias políticas de a exigência de que a utilização dos recursos para a saúde
saú- de e também é um dos parceiros para a somente será feita por um fundo de saúde. Trans- ferências
aplicação de políticas nacionais e estaduais fundo a fundo, portanto, são aquelas realiza- das entre
de saúde. fundos de saúde (ex.: transferência repassada do Fundo
• Ele coordena e planeja o SUS em nível Nacional de Saúde para os fundos estaduais e municipais.
municipal, respeitando a normatização Quem faz parte dos conselhos de saúde?
federal e o planeja- mento estadual. Os conselhos são instâncias colegiadas (membros têm
• Pode estabelecer parcerias com outros poderes iguais) e têm uma função deliberativa. Eles são
municípios para garantir o atendimento fóruns que garantem a participação da população na
pleno de sua popu- lação, para fiscalização e formulação de estratégias da aplicação pú-
procedimentos de complexidade que blica dos recursos de saúde. Os conselhos são formados por
estejam acima daqueles que pode oferecer. representantes dos usuários do SUS, dos prestadores de
• Em setembro de 2000, foi editada a Emenda serviços, dos gestores e dos profissionais de saúde.
Cons- titucional nº 29.
• O texto assegura a co-participação da União, Como funciona o atendimento ao SUS?
dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios no financiamento das ações e O sistema de atendimento funciona de modo descen-
serviços de saúde pú- blica. tralizado e hierarquizado.
• A nova legislação estabeleceu limites mínimos
de aplicação em saúde para cada unidade O que quer dizer descentralização?
federativa.
• Mas ela precisa ser regulamentada por Significa que a gestão do sistema de saúde passa para
projeto de lei complementar que já está em os municípios, com a conseqüente transferência de recursos
debate no Con- gresso Nacional. financeiros pela União, além da cooperação téc- nica.
O novo texto definirá quais tipos de gastos são Os municípios, então, devem ter todos os serviços de
da área de saúde e quais não podem ser saúde?
considerados gastos em saúde. Não. A maior parte deles não tem condições de ofer- tar
Quanto a União, os estados e municípios na integralidade os serviços de saúde. Para que o sistema
devem in- vestir? funcione, é necessário que haja uma estratégia regional de
• A Emenda Constitucional nº 29 estabelece atendimento (parceria entre estado e muni- cípios) para
que os gastos da União devem ser iguais ao corrigir essas distorções de acesso.
do ano ante- rior, corrigidos pela variação
nominal do Produto Interno Bruto (PIB). Como é feita essa estratégia de atendimento?
• Os estados devem garantir 12% de suas • No Sistema Único de Saúde, há o que se chama de
receitas para o financiamento à saúde. referencialização. Na estratégia de atendimento, para
• Já os municípios precisam aplicar pelo menos cada tipo de enfermidade há um local de re- ferência
15% de suas receitas. para o serviço. A entrada ideal do cidadão na rede de
saúde é a atenção básica (postos de saúde, equipes
Quais são as receitas dos estados? do Saúde da Família, etc.).
• Um segundo conceito básico do SUS é a hierarqui-
Elas são compostas por: zação da rede. O sistema, portanto, entende que deve
A) Impostos Estaduais: ICMS, IPVA e ITCMD haver centros de referência para graus de
complexidade diferentes de serviços.
Quanto mais complexos os serviços, eles são pelas instituições credenciadas no SUS. Elas não precisam
organi- zados na seguinte seqüência: unidades de ser públicas, mas devem estar cadastradas e credenciadas
saúde, muni- cípio, pólo e região.Como se decide para realizar os procedimentos pelo serviço público de
quem vai atender o quê? saúde. O pagamento é feito mediante a apresentação de
fatura, que tem como base uma tabela do Ministério da
Os gestores municipais e estaduais verificam Saúde que especifica quanto vale cada tipo de procedi-
quais instrumentos de atendimento possuem mento.
(ambulâncias, postos de saúde, hospitais, etc.). Após
a análise da po- tencialidade, traçam um plano Pode-se, então, gastar o quanto se quiser nesse tipo
regional de serviços. O acerto ou pactuação irá de procedimento?
garantir que o cidadão tenha acesso a todos os
tipos de procedimentos de saúde. Na prática, uma Não. Há um limite para o repasse, o chamado teto
pessoa que precisa passar por uma cirurgia, mas o financeiro.
seu município não possui atendimento hospita- lar, O teto é calculado com base em dados como popula-
será encaminhada para um hospital de referência ção, perfil epidemiológico e estrutura da rede na região.
em uma cidade vizinha. E os convênios? O que são?
Esse tipo de repasse objetiva a realização de ações e
Os municípios têm pleno poder sobre os recursos? programas de responsabilidade mútua, de quem dá o
investimento (concedente) e de quem recebe o dinhei- ro
Os municípios são incentivados a assumir (convenente). O quanto o segundo vai desembolsar
integral- mente as ações e serviços de saúde em seu depende de sua capacidade financeira e do
território. Esse princípio do SUS foi fortalecido pelo cronogramafísico-financeiro aprovado. Podem fazer
Pacto pela Saú- de, acertado pelos três entes convênios com o Ministério da Saúde os órgãos ou
federados em 2006. A partir de então, o município entidades federais, estaduais e do DistritoFederal, as
pode assinar um Termo de Com- promisso de prefeituras municipais, as entidades filantrópicas, as
Gestão. Se o termo for aprovado na Comis- são organizações não-gover- namentais e outros interessados
Bipartite do estado, o gestor municipal passa a ter a no financiamento de projetos específicos na área de saúde.
Os repasses por convênios significam transferências
voluntárias de recur- sos financeiros (ao contrário das
transferências fundo a fundo, que são obrigatórias) e
representam menos de 10% do montante das transferências.

Conceito de Saúde

Segundo a Organização Mundial de Saúde- OMS, Saúde é


um estado de completo bem estar. A OMS é uma agência
especializada em saúde, fundada em 7 de abril de 1948 e
subordinada à Organização das Nações Unidas. Sua sede é em
Genebra, na Suíça.

gestão de todos os serviços em seu território. A Saúde é um direito universal e fundamental do ser humano,
condição permite que o município receba os firmado na Declaração Universal dos Direitos Humanos e
recursos de forma regular e automática para todos assegurado pela Constituição Federal, que estabelece a saúde
os tipos de atendimento em saúde que ele se comodireito de todos e dever do Estado, garantindo mediante
comprometeu a fazer. políticas sociais e econô- micas que visem à redução do risco de
doença e de ou- tros agravos e ao acesso universal igualitário às
Há um piso para o recebimento de recursos ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação
da atenção básica?
(BRASIL, art. 196).
Trata-se do Piso da Atenção Básica (PAB), que é
cal- culado com base no total da população da A atual legislação brasileira amplia o conceito de saúde,
cidade. Além desse piso fixo, o repasse pode ser considerando-a um resultado de vários fatores determinantes e
incrementado con- forme a adesão do município aos condicionantes, como alimentação, mo- radia, saneamento
programas do governo federal. São incentivos, por básico, meio ambiente, trabalho, ren- da, educação, transporte,
exemplo, dados ao programa Saúde da Família, no lazer, acesso a bens e serviços essenciais. Por isso, as gestões
qual cada equipe implementada re- presenta um municipais do SUS- em articulação com as demais esferas de
acréscimo no repasse federal. As transferên- cias são governo – devem desenvolver ações conjuntas com outros
realizadas fundo a fundo.
setores gover- namentais, como meio ambiente, educação,
Como são feitos os repasses para os serviços
hos- pitalares e ambulatoriais? urbanismo, dentre outros, que possam contribuir, direta ou
indireta- mente, para a promoção de melhores condições de
A remuneração é feita por serviços produzidos vida e de saúde para população.Vigilância Sanitária: Um
conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou pelo Conselho de Saúde.
prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas Conselhos de Saúde – no artigo 1º da 8142/90 pará-
sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e grafo 2º diz:
circulação de bens e da prestação de ser- viços de - O Conselho de Saúde, é um órgão colegiado de ca-
interesse da saúde, abrangendo: ráter permanente e deliberativo do Sistema Único
I - o controle de bens de consumo que, de Saúde- SUS. O colegiado do Conselho de Saúde
direta ou in- diretamente, se relacionem é composto por:
com a saúde, compre- endidas todas as - 25% de representantes do governo e prestadores de
etapas e processos, da produção ao serviços, 25% de profissionais de saúde e 50% de
consumo; e usuários, atua na formulação e proposição de
II - o controle da prestação de serviços que se estratégias e no controle da execução das políticas de
relacio- nam direta ou indiretamente com saúde, inclusive nos aspectos econômicos e fi-
a saúde. nanceiros, cuja decisões serão homologadas pelo
chefe do poder legalmente constituído em cada
esfera de governo.
Vigilância Epidemiológica: Conjunto de
ações que proporcionam o conhecimento, a A Resolução nº 333 de 04/11/2003, do Conselho Na-
detecção ou prevenção de qualquer mudança cional de Saúde aprova diretrizes para a Criação , refor-
nos fatores determinantes e con- dicionantes de mulação , estruturação e funcionamento dos Conselhos de
saúde individual ou coletiva, com a finali- dade Saúde.
de recomendar e adotar as medidas de
Direitos dos Usuários do SUS
prevenção e controle das doenças ou agravos.
Saúde do Trabalhador: Conjunto de A ―Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde‖ traz in-
atividades que se destina, através das ações de formações para que você conheça seus direitos na hora de
vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à procurar atendimento de saúde. Ela reúne os seis prin- cípios
promoção e proteção da saúde dos básicos de cidadania que asseguram ao brasileiro o ingresso
trabalhadores, assim como visa à recuperação e digno nos sistemas de saúde, seja ele público ou privado. A
reabilita- ção da saúde dos trabalhadores Carta é uma importante ferramenta para que você conheça
seus direitos e, assim, ajude o Brasil a ter um sistema de
submetidos aos riscos e agravos advindos das saúde ainda mais efetivo.
condições de trabalho.
Assistência Farmaceútica: Conjunto de ações Os princípios da Carta são:
voltadas à promoção, proteção e recuperação da 1. Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e or-
saúde individual e coletiva, tendo os ganizado aos sistemas de saúde
medicamentos como insumos es- senciais e 2. Todo cidadão tem direito a tratamento adequado e
visando à visibilização do acesso aos mesmos, efetivo para seu problema
3. Todo cidadão tem direito ao atendimento humani-
assim como de seu uso racional. Envolve a zado, acolhedor e livre de qualquer discriminação
pesquisa, o desenvolvimento e a produção de 4. Todo cidadão tem direito a atendimento que res-
medicamentos e in- sumos, bem como a peite a sua pessoa, seus valores e seus direitos
seleção, programação, aquisição, distribuição, 5. Todo cidadão também tem responsabilidades para que
dispensação, garantia da qualidade dos seu tratamento aconteça da forma adequada
produtos e serviços, acompanhamento e 6. Todo cidadão tem direito ao comprometimento dos
gestores da saúde para que os princípios ante- rior