Roraima
SEMUSA
Técnico de Enfermagem
ÍNDICE
LEGISLAÇÕES DO SUS
Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Lei Federal nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Decreto n. 7508, de 28 de
junho de 2011 que regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema
Único de Saúde – SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras provi-
dências ............................................................................................................................................................................................................................................. 01
Documento de Referência do Programa Nacional de Segurança do Paciente, HumanizaSUS: Documento base para ges-
tores e trabalhadores do SUS, Marco para Ação em Educação Interprofissional e Prática Colaborativa................................................ 16
Atenção Primária à Saúde e Saúde Coletiva: Estratégia Saúde da Família: organização e prática. Vigilância epidemiológica 18
Sistemas de informação em saúde ....................................................................................................................................................................................... 29
Carta dos direitos e deveres do paciente ........................................................................................................................................................................... 36
Política Nacional de Educação Permanente. COAPES, acompanhar estágio prático de alunos dos cursos de graduação,
residência e especialização em unidades hospitalares e ou ambulatoriais, participar das de ensino, pesquisa e extensão ............ 39
ações que, por força do disposto no artigo anterior, se
destinam a garantir às pessoas e à coletividade condi-
ções de bem-estar físico, mental e social.
LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE
1990. LEI FEDERAL Nº 8.142, DE 28 DE
SAÚDE = direito de todos e dever do Estado – o
DEZEMBRO DE 1990. DECRETO N. 7508,
acesso é universal e igualitário – tem um aspecto
DE 28 DE JUNHO DE 2011 QUE REGU-
preventivo consistente em redução de riscos – não
LAMENTA A LEI Nº 8.080, DE 19 DE SE-
se opera de forma isolada, envolvendo o acesso aos
TEMBRO DE 1990, PARA DISPOR SOBRE A
diversos serviços sociais.
ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE
SAÚDE – SUS, O PLANEJAMENTO DA TÍTULO II
SAÚDE, A ASSISTÊNCIA À SAÚDE E A DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA, E DÁ DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, pres-
tados por órgãos e instituições públicas federais, esta-
duais e municipais, da Administração direta e indireta
LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990.
e das fundações mantidas pelo Poder Público, consti-
tui o Sistema Único de Saúde (SUS).
Dispõe sobre as condições para a promoção, prote-
§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as ins-
ção e recuperação da saúde, a organização e o funciona-
tituições públicas federais, estaduais e municipais de
mento dos serviços correspondentes e dá outras provi-
controle de qualidade, pesquisa e produção de insu-
dências.
mos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderi-
O papel da Lei nº 8.080/1990 é regular o direito à
vados, e de equipamentos para saúde.
saúde, constitucionalmente garantindo, prevendo a or-
§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema
ganização e o funcionamento do Sistema Único de Saú-
Único de Saúde (SUS), em caráter complementar.
de – SUS.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con-
SUS = Formado por instituições públicas (administra-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
ção direta e indireta) das três esferas de federação.
Iniciativa privada – caráter complementar – atua na
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
falta de instituição pública com capacidade para atender
demanda total, mediante convênios.
Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional,
as ações e serviços de saúde, executados isolada ou CAPÍTULO I
conjuntamente, em caráter permanente ou eventual,
Dos Objetivos e Atribuições
por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou
privado. Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:
I - a identificação e divulgação dos fatores condicio-
TÍTULO I
nantes e determinantes da saúde;
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS II - a formulação de política de saúde destinada a pro-
mover, nos campos econômico e social, a observância
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser hu-
do disposto no § 1º do art. 2º desta lei;
mano, devendo o Estado prover as condições indispen-
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações
sáveis ao seu pleno exercício.
de promoção, proteção e recuperação da saúde, com
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste
a realização integrada das ações assistenciais e das
na formulação e execução de políticas econômicas e
atividades preventivas.
sociais que visem à redução de riscos de doenças e Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do
de outros agravos e no estabelecimento de condições Sistema Único de Saúde (SUS):
que assegurem acesso universal e igualitário às ações I - a execução de ações:
e aos serviços para a sua promoção, proteção e recu- a) de vigilância sanitária;
peração. b) de vigilância epidemiológica;
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da c) de saúde do trabalhador; e
família, das empresas e da sociedade. d) de assistência terapêutica integral, inclusive farma-
Art. 3o Os níveis de saúde expressam a organização cêutica;
LEGISLAÇÕES DO SUS
social e econômica do País, tendo a saúde como deter- II - a participação na formulação da política e na exe-
minantes e condicionantes, entre outros, a alimenta- cução de ações de saneamento básico;
ção, a moradia, o saneamento básico, o meio ambien- III - a ordenação da formação de recursos humanos
te, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, na área de saúde;
o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
essenciais. V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as compreendido o do trabalho;
VI - a formulação da política de medicamentos, equipa- VI - participação na normatização, fiscalização e con-
mentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse trole dos serviços de saúde do trabalhador nas institui-
para a saúde e a participação na sua produção; ções e empresas públicas e privadas;
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças
substâncias de interesse para a saúde; originadas no processo de trabalho, tendo na sua ela-
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e boração a colaboração das entidades sindicais; e
bebidas para consumo humano; VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de re-
IX - a participação no controle e na fiscalização da pro- querer ao órgão competente a interdição de máquina,
dução, transporte, guarda e utilização de substâncias e de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho,
quando houver exposição a risco iminente para a vida
produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
ou saúde dos trabalhadores.
X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvol-
vimento científico e tecnológico; O destaque vai para o fato de que as ações do SUS
não se resumem à cura e à prevenção de doenças, se
XI - a formulação e execução da política de sangue e
estendendo a diversas áreas que impactam direta e
seus derivados.
§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto indiretamente na saúde individual e coletiva.
de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos
CAPÍTULO II
à saúde e de intervir nos problemas sanitários decor-
rentes do meio ambiente, da produção e circulação de Dos Princípios e Diretrizes
bens e da prestação de serviços de interesse da saúde,
abrangendo: Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os ser-
I - o controle de bens de consumo que, direta ou indi- viços privados contratados ou conveniados que in-
retamente, se relacionem com a saúde, compreendidas tegram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desen-
todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e volvidos de acordo com as diretrizes previstas no art.
II - o controle da prestação de serviços que se relacio- 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos
nam direta ou indiretamente com a saúde. seguintes princípios:
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um con- I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em
junto de ações que proporcionam o conhecimento, a todos os níveis de assistência;
detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fato- II - integralidade de assistência, entendida como con-
res determinantes e condicionantes de saúde individual junto articulado e contínuo das ações e serviços pre-
ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar ventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos
as medidas de prevenção e controle das doenças ou para cada caso em todos os níveis de complexidade
agravos. do sistema;
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins III - preservação da autonomia das pessoas na defesa
desta lei, um conjunto de atividades que se destina, de sua integridade física e moral;
através das ações de vigilância epidemiológica e vigi- IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconcei-
lância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos tos ou privilégios de qualquer espécie;
trabalhadores, assim como visa à recuperação e rea- V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre
bilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos
sua saúde;
riscos e agravos advindos das condições de trabalho,
VI - divulgação de informações quanto ao potencial
abrangendo:
dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário;
I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de
trabalho ou portador de doença profissional e do tra- VII - utilização da epidemiologia para o estabele-
balho; cimento de prioridades, a alocação de recursos e a
II - participação, no âmbito de competência do Sistema orientação programática;
Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação VIII - participação da comunidade;
e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde exis- IX - descentralização político-administrativa, com di-
tentes no processo de trabalho; reção única em cada esfera de governo:
III - participação, no âmbito de competência do Sistema a) ênfase na descentralização dos serviços para os
Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e municípios;
controle das condições de produção, extração, armaze- b) regionalização e hierarquização da rede de serviços
namento, transporte, distribuição e manuseio de subs- de saúde;
tâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos X - integração em nível executivo das ações de saúde,
que apresentam riscos à saúde do trabalhador; meio ambiente e saneamento básico;
IV - avaliação do impacto que as tecnologias provo-
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos,
LEGISLAÇÕES DO SUS
cam à saúde;
V - informação ao trabalhador e à sua respectiva en- materiais e humanos da União, dos Estados, do Distri-
tidade sindical e às empresas sobre os riscos de aci- to Federal e dos Municípios na prestação de serviços
dentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, de assistência à saúde da população;
bem como os resultados de fiscalizações, avaliações XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os
ambientais e exames de saúde, de admissão, perió- níveis de assistência; e
dicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética XIII - organização dos serviços públicos de modo a evi-
profissional; tar duplicidade de meios para fins idênticos.
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XIV – organização de atendimento público específico finalidade propor prioridades, métodos e estratégias
e especializado para mulheres e vítimas de violência para a formação e educação continuada dos recursos
doméstica em geral, que garanta, entre outros, aten- humanos do Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera
dimento, acompanhamento psicológico e cirurgias correspondente, assim como em relação à pesquisa e
plásticas reparadoras, em conformidade com a Lei à cooperação técnica entre essas instituições.
nº 12.845, de 1º de agosto de 2013. (Redação dada Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tri-
pela Lei nº 13.427, de 2017) partite são reconhecidas como foros de negociação e
pactuação entre gestores, quanto aos aspectos opera-
Os princípios do SUS foram anteriormente abordados cionais do Sistema Único de Saúde (SUS).
no tópico 1. Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergesto-
CAPÍTULO III res Bipartite e Tripartite terá por objetivo:
Da Organização, da Direção e da Gestão I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e
administrativos da gestão compartilhada do SUS, em
Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo conformidade com a definição da política consubstan-
Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou ciada em planos de saúde, aprovados pelos conselhos
mediante participação complementar da iniciativa de saúde;
privada, serão organizados de forma regionalizada e II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e
hierarquizada em níveis de complexidade crescente. intermunicipal, a respeito da organização das redes de
Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é ações e serviços de saúde, principalmente no tocante à
única, de acordo com o inciso I do art. 198 da Consti- sua governança institucional e à integração das ações
tuição Federal, sendo exercida em cada esfera de go- e serviços dos entes federados;
verno pelos seguintes órgãos:
III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito
I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
sanitário, integração de territórios, referência e con-
II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela
respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e trarreferência e demais aspectos vinculados à inte-
III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secreta- gração das ações e serviços de saúde entre os entes
ria de Saúde ou órgão equivalente. federados.
Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saú-
para desenvolver em conjunto as ações e os serviços de (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Mu-
de saúde que lhes correspondam. nicipais de Saúde (Conasems) são reconhecidos como
§ 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermu- entidades representativas dos entes estaduais e mu-
nicipais o princípio da direção única, e os respectivos nicipais para tratar de matérias referentes à saúde e
atos constitutivos disporão sobre sua observância. declarados de utilidade pública e de relevante função
§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde social, na forma do regulamento.
(SUS), poderá organizar-se em distritos de forma a in- § 1o O Conass e o Conasems receberão recursos do or-
tegrar e articular recursos, técnicas e práticas voltadas çamento geral da União por meio do Fundo Nacional
para a cobertura total das ações de saúde.
de Saúde, para auxiliar no custeio de suas despesas
Art. 11. (Vetado).
institucionais, podendo ainda celebrar convênios com
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âm-
bito nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de a União.
Saúde, integradas pelos Ministérios e órgãos compe- § 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde
tentes e por entidades representativas da sociedade (Cosems) são reconhecidos como entidades que re-
civil. presentam os entes municipais, no âmbito estadual,
Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a para tratar de matérias referentes à saúde, desde que
finalidade de articular políticas e programas de inte- vinculados institucionalmente ao Conasems, na forma
resse para a saúde, cuja execução envolva áreas não que dispuserem seus estatutos.
compreendidas no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS). ―A proposta de construção de redes regionalizadas
Art. 13. A articulação das políticas e programas, a car- e hierarquizadas de atenção à saúde não é peculiar ao
go das comissões intersetoriais, abrangerá, em espe- caso brasileiro. Essa é uma estratégia utilizada por to-
cial, as seguintes atividades: dos os países que implantaram sistemas de saúde com
I - alimentação e nutrição; base nos princípios de universalidade, equidade e inte-
II - saneamento e meio ambiente; gralidade, como Canadá, Reino Unido, Itália e Suécia. A
LEGISLAÇÕES DO SUS
gentes e transitórias, decorrentes de situações de pe- e de fiscalização do exercício profissional, bem como
rigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção com entidades representativas de formação de recur-
de epidemias, a autoridade competente da esfera ad- sos humanos na área de saúde;
ministrativa correspondente poderá requisitar bens e X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na
serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, execução da política nacional e produção de insumos
sendo-lhes assegurada justa indenização; e equipamentos para a saúde, em articulação com os
XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, demais órgãos governamentais;
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XI - identificar os serviços estaduais e municipais de maneçam em sua organização administrativa;
referência nacional para o estabelecimento de pa- XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para
drões técnicos de assistência à saúde; o controle e avaliação das ações e serviços de saúde;
XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter
substâncias de interesse para a saúde; suplementar, de procedimentos de controle de qualidade
XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Esta- para produtos e substâncias de consumo humano;
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios para o aper- XIII - colaborar com a União na execução da vigilância
feiçoamento da sua atuação institucional; sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;
XIV - elaborar normas para regular as relações entre XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação
o Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços privados dos indicadores de morbidade e mortalidade no âm-
contratados de assistência à saúde; bito da unidade federada.
XV - promover a descentralização para as Unidades Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde
Federadas e para os Municípios, dos serviços e ações (SUS) compete:
de saúde, respectivamente, de abrangência estadual e I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os
municipal;
serviços de saúde e gerir e executar os serviços públi-
XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Siste-
cos de saúde;
ma Nacional de Sangue, Componentes e Derivados;
II - participar do planejamento, programação e orga-
XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os
nização da rede regionalizada e hierarquizada do Sis-
serviços de saúde, respeitadas as competências esta-
duais e municipais; tema Único de Saúde (SUS), em articulação com sua
XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional direção estadual;
no âmbito do SUS, em cooperação técnica com os Es- III - participar da execução, controle e avaliação das ações
tados, Municípios e Distrito Federal; referentes às condições e aos ambientes de trabalho;
XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e IV - executar serviços:
coordenar a avaliação técnica e financeira do SUS em a) de vigilância epidemiológica;
todo o Território Nacional em cooperação técnica com b) vigilância sanitária;
os Estados, Municípios e Distrito Federal. c) de alimentação e nutrição;
Parágrafo único. A União poderá executar ações de vi- d) de saneamento básico; e
gilância epidemiológica e sanitária em circunstâncias e) de saúde do trabalhador;
especiais, como na ocorrência de agravos inusitados V - dar execução, no âmbito municipal, à política de
à saúde, que possam escapar do controle da direção insumos e equipamentos para a saúde;
estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que re- VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio
presentem risco de disseminação nacional. ambiente que tenham repercussão sobre a saúde hu-
Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde mana e atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais
(SUS) compete: e federais competentes, para controlá-las;
I - promover a descentralização para os Municípios VII - formar consórcios administrativos intermunicipais;
dos serviços e das ações de saúde; VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocen-
II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierar- tros;
quizadas do Sistema Único de Saúde (SUS); IX - colaborar com a União e os Estados na execução
III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fron-
e executar supletivamente ações e serviços de saúde; teiras;
IV - coordenar e, em caráter complementar, executar X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar
ações e serviços: contratos e convênios com entidades prestadoras de
a) de vigilância epidemiológica; serviços privados de saúde, bem como controlar e ava-
b) de vigilância sanitária; liar sua execução;
c) de alimentação e nutrição; e XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos servi-
d) de saúde do trabalhador; ços privados de saúde;
V - participar, junto com os órgãos afins, do controle XII - normatizar complementarmente as ações e servi-
dos agravos do meio ambiente que tenham repercus- ços públicos de saúde no seu âmbito de atuação.
são na saúde humana;
VI - participar da formulação da política e da execu- Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições
ção de ações de saneamento básico; reservadas aos Estados e aos Municípios.
VII - participar das ações de controle e avaliação das
condições e dos ambientes de trabalho; CAPÍTULO V
VIII - em caráter suplementar, formular, executar, Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena
LEGISLAÇÕES DO SUS
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como aqueles indicados em casos de perda de eficácia I - apresentação pelo interessado dos documentos e,
e de surgimento de intolerância ou reação adversa se cabível, das amostras de produtos, na forma do re-
relevante, provocadas pelo medicamento, produto ou gulamento, com informações necessárias para o aten-
procedimento de primeira escolha. dimento do disposto no § 2o do art. 19-Q;
Parágrafo único. Em qualquer caso, os medicamentos II - (VETADO);
ou produtos de que trata o caput deste artigo serão III - realização de consulta pública que inclua a divul-
aqueles avaliados quanto à sua eficácia, segurança, gação do parecer emitido pela Comissão Nacional de
efetividade e custo-efetividade para as diferentes fa- Incorporação de Tecnologias no SUS;
ses evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que IV - realização de audiência pública, antes da toma-
trata o protocolo. da de decisão, se a relevância da matéria justificar o
Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz evento.
terapêutica, a dispensação será realizada: § 2o (VETADO).
I - com base nas relações de medicamentos instituídas Art. 19-S. (VETADO).
pelo gestor federal do SUS, observadas as competên- Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão
cias estabelecidas nesta Lei, e a responsabilidade pelo do SUS:
fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de
Tripartite; medicamento, produto e procedimento clínico ou ci-
II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de rúrgico experimental, ou de uso não autorizado pela
forma suplementar, com base nas relações de medica- Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA;
mentos instituídas pelos gestores estaduais do SUS, e a II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou
responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na o reembolso de medicamento e produto, nacional ou
Comissão Intergestores Bipartite; importado, sem registro na Anvisa.
III - no âmbito de cada Município, de forma suplemen- Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo forneci-
tar, com base nas relações de medicamentos instituí- mento de medicamentos, produtos de interesse para
das pelos gestores municipais do SUS, e a responsabi- a saúde ou procedimentos de que trata este Capítulo
lidade pelo fornecimento será pactuada no Conselho será pactuada na Comissão Intergestores Tripartite.
Municipal de Saúde.
Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração TÍTULO III
pelo SUS de novos medicamentos, produtos e proce- DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙ-
dimentos, bem como a constituição ou a alteração de DE
protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, são atribui- CAPÍTULO I
ções do Ministério da Saúde, assessorado pela Comis- Do Funcionamento
são Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS.
§ 1o A Comissão Nacional de Incorporação de Tecno- Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde
logias no SUS, cuja composição e regimento são defi- caracterizam-se pela atuação, por iniciativa própria,
nidos em regulamento, contará com a participação de de profissionais liberais, legalmente habilitados, e de
1 (um) representante indicado pelo Conselho Nacional pessoas jurídicas de direito privado na promoção, pro-
de Saúde e de 1 (um) representante, especialista na teção e recuperação da saúde.
área, indicado pelo Conselho Federal de Medicina. Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa pri-
§ 2o O relatório da Comissão Nacional de Incorpo- vada.
ração de Tecnologias no SUS levará em consideração, Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistên-
necessariamente: cia à saúde, serão observados os princípios éticos e as
I - as evidências científicas sobre a eficácia, a acu- normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema
rácia, a efetividade e a segurança do medicamento, Único de Saúde (SUS) quanto às condições para seu
produto ou procedimento objeto do processo, acata- funcionamento.
das pelo órgão competente para o registro ou a au- Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta,
torização de uso; inclusive controle, de empresas ou de capital estran-
II - a avaliação econômica comparativa dos benefícios geiro na assistência à saúde nos seguintes casos:
e dos custos em relação às tecnologias já incorporadas, I - doações de organismos internacionais vinculados à
inclusive no que se refere aos atendimentos domiciliar, Organização das Nações Unidas, de entidades de co-
ambulatorial ou hospitalar, quando cabível. operação técnica e de financiamento e empréstimos;
Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração II - pessoas jurídicas destinadas a instalar, operaciona-
a que se refere o art. 19-Q serão efetuadas mediante lizar ou explorar:
a instauração de processo administrativo, a ser con- a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital espe-
LEGISLAÇÕES DO SUS
cluído em prazo não superior a 180 (cento e oitenta) cializado, policlínica, clínica geral e clínica especiali-
dias, contado da data em que foi protocolado o pedido, zada; e
admitida a sua prorrogação por 90 (noventa) dias cor- b) ações e pesquisas de planejamento familiar;
ridos, quando as circunstâncias exigirem. III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade lu-
§ 1o O processo de que trata o caput deste artigo ob- crativa, por empresas, para atendimento de seus em-
servará, no que couber, o disposto na Lei no 9.784, de pregados e dependentes, sem qualquer ônus para a
29 de janeiro de 1999, e as seguintes determinações seguridade social; e
especiais: IV - demais casos previstos em legislação específica.
CAPÍTULO II § 1° Os servidores que legalmente acumulam dois
Da Participação Complementar cargos ou empregos poderão exercer suas atividades
em mais de um estabelecimento do Sistema Único de
Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insu- Saúde (SUS).
ficientes para garantir a cobertura assistencial à po- § 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se tam-
pulação de uma determinada área, o Sistema Único bém aos servidores em regime de tempo integral, com
de Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços ofertados exceção dos ocupantes de cargos ou função de chefia,
pela iniciativa privada. direção ou assessoramento.
Parágrafo único. A participação complementar dos Art. 29. (Vetado).
serviços privados será formalizada mediante contrato Art. 30. As especializações na forma de treinamento
ou convênio, observadas, a respeito, as normas de di- em serviço sob supervisão serão regulamentadas por
reito público. Comissão Nacional, instituída de acordo com o art. 12
Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades desta Lei, garantida a participação das entidades pro-
filantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência fissionais correspondentes.
para participar do Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de
TÍTULO V
serviços e os parâmetros de cobertura assistencial se- DO FINANCIAMENTO
CAPÍTULO I
rão estabelecidos pela direção nacional do Sistema
Dos Recursos
Único de Saúde (SUS), aprovados no Conselho Nacio-
nal de Saúde. Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará
§ 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de rea- ao Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com a
juste e de pagamento da remuneração aludida neste receita estimada, os recursos necessários à realização
artigo, a direção nacional do Sistema Único de Saúde de suas finalidades, previstos em proposta elaborada
(SUS) deverá fundamentar seu ato em demonstrativo pela sua direção nacional, com a participação dos
econômico-financeiro que garanta a efetiva qualida- órgãos da Previdência Social e da Assistência Social,
de de execução dos serviços contratados. tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas
§ 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às nor- na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
mas técnicas e administrativas e aos princípios e di- Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos
retrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), mantido o provenientes de:
equilíbrio econômico e financeiro do contrato. I - (Vetado)
§ 3° (Vetado). II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da
§ 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de assistência à saúde;
entidades ou serviços contratados é vedado exercer III - ajuda, contribuições, doações e donativos;
cargo de chefia ou função de confiança no Sistema IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital;
Único de Saúde (SUS). V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos
arrecadados no âmbito do Sistema Único de Saúde
TÍTULO IV (SUS); e
VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e indus-
DOS RECURSOS HUMANOS
triais.
§ 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade
Art. 27. A política de recursos humanos na área da
da receita de que trata o inciso I deste artigo, apurada
saúde será formalizada e executada, articuladamen- mensalmente, a qual será destinada à recuperação de
te, pelas diferentes esferas de governo, em cumpri- viciados.
mento dos seguintes objetivos: § 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Úni-
I - organização de um sistema de formação de recur- co de Saúde (SUS) serão creditadas diretamente em
sos humanos em todos os níveis de ensino, inclusive contas especiais, movimentadas pela sua direção, na
de pós-graduação, além da elaboração de programas esfera de poder onde forem arrecadadas.
de permanente aperfeiçoamento de pessoal; § 3º As ações de saneamento que venham a ser exe-
II - (Vetado) cutadas supletivamente pelo Sistema Único de Saúde
III - (Vetado) (SUS), serão financiadas por recursos tarifários espe-
IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços cíficos e outros da União, Estados, Distrito Federal,
do Sistema Único de Saúde (SUS). Municípios e, em particular, do Sistema Financeiro da
Parágrafo único. Os serviços públicos que integram Habitação (SFH).
o Sistema Único de Saúde (SUS) constituem campo § 4º (Vetado).
LEGISLAÇÕES DO SUS
8
CAPÍTULO II CAPÍTULO III
Da Gestão Financeira Do Planejamento e do Orçamento
Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do
Saúde (SUS) serão depositados em conta especial, em Sistema Único de Saúde (SUS) será ascendente, do nível
cada esfera de sua atuação, e movimentados sob fis- local até o federal, ouvidos seus órgãos deliberativos,
calização dos respectivos Conselhos de Saúde. compatibilizando-se as necessidades da política de
§ 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, origi- saúde com a disponibilidade de recursos em planos de
nários do Orçamento da Seguridade Social, de outros saúde dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal
Orçamentos da União, além de outras fontes, serão e da União.
administrados pelo Ministério da Saúde, através do § 1º Os planos de saúde serão a base das atividades
Fundo Nacional de Saúde. e programações de cada nível de direção do Sistema
§ 2º (Vetado). Único de Saúde (SUS), e seu financiamento será pre-
§ 3º (Vetado). visto na respectiva proposta orçamentária.
§ 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de § 2º É vedada a transferência de recursos para o finan-
seu sistema de auditoria, a conformidade à programa- ciamento de ações não previstas nos planos de saúde,
ção aprovada da aplicação dos recursos repassados a exceto em situações emergenciais ou de calamidade
Estados e Municípios. Constatada a malversação, des- pública, na área de saúde.
vio ou não aplicação dos recursos, caberá ao Ministé- Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá
rio da Saúde aplicar as medidas previstas em lei. as diretrizes a serem observadas na elaboração dos
Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição planos de saúde, em função das características epi-
da receita efetivamente arrecadada transferirão au- demiológicas e da organização dos serviços em cada
tomaticamente ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), jurisdição administrativa.
observado o critério do parágrafo único deste artigo, Art. 38. Não será permitida a destinação de subven-
os recursos financeiros correspondentes às dotações ções e auxílios a instituições prestadoras de serviços de
consignadas no Orçamento da Seguridade Social, a saúde com finalidade lucrativa.
projetos e atividades a serem executados no âmbito
do Sistema Único de Saúde (SUS). DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Parágrafo único. Na distribuição dos recursos finan-
ceiros da Seguridade Social será observada a mesma Art. 39. (Vetado).
proporção da despesa prevista de cada área, no Orça- § 1º (Vetado).
mento da Seguridade Social. § 2º (Vetado).
Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem § 3º (Vetado).
transferidos a Estados, Distrito Federal e Municípios, § 4º (Vetado).
será utilizada a combinação dos seguintes critérios,
§ 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do
segundo análise técnica de programas e projetos:
I - perfil demográfico da região; Inamps para órgãos integrantes do Sistema Único de
II - perfil epidemiológico da população a ser coberta; Saúde (SUS) será feita de modo a preservá-los como
III - características quantitativas e qualitativas da rede patrimônio da Seguridade Social.
de saúde na área; § 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior se-
IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no rão inventariados com todos os seus acessórios, equi-
período anterior; pamentos e outros bens móveis e ficarão disponíveis
V - níveis de participação do setor saúde nos orça- para utilização pelo órgão de direção municipal do
mentos estaduais e municipais; Sistema Único de Saúde - SUS ou, eventualmente,
VI - previsão do plano quinquenal de investimentos pelo estadual, em cuja circunscrição administrativa se
da rede; encontrem, mediante simples termo de recebimento.
VII - ressarcimento do atendimento a serviços presta- § 7º (Vetado).
dos para outras esferas de governo. § 8º O acesso aos serviços de informática e bases de
§ 1º (Revogado) dados, mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo Mi-
§ 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a no- nistério do Trabalho e da Previdência Social, será asse-
tório processo de migração, os critérios demográficos gurado às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde
mencionados nesta lei serão ponderados por outros ou órgãos congêneres, como suporte ao processo de
indicadores de crescimento populacional, em especial gestão, de forma a permitir a gerencia informatizada
o número de eleitores registrados. das contas e a disseminação de estatísticas sanitárias
§ 3º (Vetado).
LEGISLAÇÕES DO SUS
e epidemiológicas médico-hospitalares.
§ 4º (Vetado). Art. 40. (Vetado)
§ 5º (Vetado).
Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica Pioneiras Sociais e pelo Instituto Nacional do Cân-
a atuação dos órgãos de controle interno e externo e
cer, supervisionadas pela direção nacional do Sistema
nem a aplicação de penalidades previstas em lei, em
Único de Saúde (SUS), permanecerão como referencial
caso de irregularidades verificadas na gestão dos re-
de prestação de serviços, formação de recursos huma-
cursos transferidos.
nos e para transferência de tecnologia.
Art. 42. (Vetado). DECRETO 7.508/2011
Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde
fica preservada nos serviços públicos contratados, res- Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de
salvando-se as cláusulas dos contratos ou convênios 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único
estabelecidos com as entidades privadas. de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência
Art. 44. (Vetado). à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras pro-
Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitá- vidências.
rios e de ensino integram-se ao Sistema Único de Saúde A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que
(SUS), mediante convênio, preservada a sua autonomia lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em
administrativa, em relação ao patrimônio, aos recur- vista o disposto na Lei no 8.080, 19 de setembro de 1990,
sos humanos e financeiros, ensino, pesquisa e extensão
nos limites conferidos pelas instituições a que estejam DECRETA:
vinculados.
§ 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e mu- CAPÍTULO I
nicipais de previdência social deverão integrar-se à di- DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
reção correspondente do Sistema Único de Saúde (SUS),
conforme seu âmbito de atuação, bem como quaisquer Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 8.080, de 19
outros órgãos e serviços de saúde. de setembro de 1990, para dispor sobre a organização
§ 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da
os serviços de saúde das Forças Armadas poderão inte- saúde, a assistência à saúde e a articulação interfede-
grar-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), conforme se rativa.
dispuser em convênio que, para esse fim, for firmado. Art. 2o Para efeito deste Decreto, considera-se:
Art. 46. O Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo cons-
mecanismos de incentivos à participação do setor pri- tituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, de-
vado no investimento em ciência e tecnologia e estimu- limitado a partir de identidades culturais, econômicas
lará a transferência de tecnologia das universidades e e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de
institutos de pesquisa aos serviços de saúde nos Estados, transportes compartilhados, com a finalidade de inte-
Distrito Federal e Municípios, e às empresas nacionais. grar a organização, o planejamento e a execução de
Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os ações e serviços de saúde;
níveis estaduais e municipais do Sistema Único de Saú- II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde
de (SUS), organizará, no prazo de dois anos, um sistema - acordo de colaboração firmado entre entes federati-
nacional de informações em saúde, integrado em todo vos com a finalidade de organizar e integrar as ações e
o território nacional, abrangendo questões epidemioló- serviços de saúde na rede regionalizada e hierarquiza-
gicas e de prestação de serviços. da, com definição de responsabilidades, indicadores e
Art. 48. (Vetado). metas de saúde, critérios de avaliação de desempenho,
Art. 49. (Vetado). recursos financeiros que serão disponibilizados, forma
Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os de controle e fiscalização de sua execução e demais
Municípios, celebrados para implantação dos Sistemas elementos necessários à implementação integrada das
Unificados e Descentralizados de Saúde, ficarão rescin- ações e serviços de saúde;
didos à proporção que seu objeto for sendo absorvido III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial
pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
à saúde do usuário no SUS;
Art. 51. (Vetado).
IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação
Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, cons-
titui crime de emprego irregular de verbas ou rendas consensual entre os entes federativos para definição das
públicas (Código Penal, art. 315) a utilização de recur- regras da gestão compartilhada do SUS;
sos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) em V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribui-
finalidades diversas das previstas nesta lei. ção de recursos humanos e de ações e serviços de saúde
Art. 53. (Vetado). ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, consideran-
Art. 53-A. Na qualidade de ações e serviços de saúde, as do-se a capacidade instalada existente, os investimen-
atividades de apoio à assistência à saúde são aquelas tos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de
desenvolvidas pelos laboratórios de genética humana, saúde do sistema;
produção e fornecimento de medicamentos e produtos VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e ser-
para saúde, laboratórios de analises clínicas, anatomia viços de saúde articulados em níveis de complexidade
patológica e de diagnóstico por imagem e são livres à crescente, com a finalidade de garantir a integralidade
participação direta ou indireta de empresas ou de capi- da assistência à saúde;
tais estrangeiros. VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de
LEGISLAÇÕES DO SUS
Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publi- saúde específicos para o atendimento da pessoa que,
cação. em razão de agravo ou de situação laboral, necessita de
Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312, de 3 de setembro
atendimento especial; e
de 1954, a Lei nº. 6.229, de 17 de julho de 1975, e de-
VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - docu-
mais disposições em contrário.
mento que estabelece: critérios para o diagnóstico da
Brasília, 19 de setembro de 1990; 169º da Independên- doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconiza-
cia e 102º da República. do, com os medicamentos e demais produtos apropria-
10
dos, quando couber; as posologias recomendadas; os Art. 9o São Portas de Entrada às ações e aos serviços
mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento de saúde nas Redes de Atenção à Saúde os serviços:
e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem I - de atenção primária;
seguidos pelos gestores do SUS. II - de atenção de urgência e emergência;
III - de atenção psicossocial; e
CAPÍTULO II IV - especiais de acesso aberto.
DA ORGANIZAÇÃO DO SUS Parágrafo único. Mediante justificativa técnica e de
acordo com o pactuado nas Comissões Intergestores,
Art. 3o O SUS é constituído pela conjugação das ações os entes federativos poderão criar novas Portas de En-
e serviços de promoção, proteção e recuperação da trada às ações e serviços de saúde, considerando as
saúde executados pelos entes federativos, de forma di- características da Região de Saúde.
reta ou indireta, mediante a participação complemen- Art. 10. Os serviços de atenção hospitalar e os ambu-
tar da iniciativa privada, sendo organizado de forma latoriais especializados, entre outros de maior com-
regionalizada e hierarquizada. plexidade e densidade tecnológica, serão referencia-
dos pelas Portas de Entrada de que trata o art. 9o.
Seção I Art. 11. O acesso universal e igualitário às ações e
aos serviços de saúde será ordenado pela atenção pri-
Das Regiões de Saúde mária e deve ser fundado na avaliação da gravidade
do risco individual e coletivo e no critério cronológico,
Art. 4o As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Es- observadas as especificidades previstas para pessoas
tado, em articulação com os Municípios, respeitadas com proteção especial, conforme legislação vigente.
as diretrizes gerais pactuadas na Comissão Intergesto- Parágrafo único. A população indígena contará com
res Tripartite - CIT a que se refere o inciso I do art. 30. regramentos diferenciados de acesso, compatíveis com
§ 1o Poderão ser instituídas Regiões de Saúde interes- suas especificidades e com a necessidade de assistên-
taduais, compostas por Municípios limítrofes, por ato cia integral à sua saúde, de acordo com disposições do
conjunto dos respectivos Estados em articulação com Ministério da Saúde.
os Municípios. Art. 12. Ao usuário será assegurada a continuidade do
§ 2o A instituição de Regiões de Saúde situadas em cuidado em saúde, em todas as suas modalidades, nos
áreas de fronteira com outros países deverá respeitar serviços, hospitais e em outras unidades integrantes
as normas que regem as relações internacionais. da rede de atenção da respectiva região.
Art. 5o Para ser instituída, a Região de Saúde deve Parágrafo único. As Comissões Intergestores pactu-
conter, no mínimo, ações e serviços de: arão as regras de continuidade do acesso às ações e
I - atenção primária; aos serviços de saúde na respectiva área de atuação.
II - urgência e emergência; Art. 13. Para assegurar ao usuário o acesso universal,
igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde do
III - atenção psicossocial;
SUS, caberá aos entes federativos, além de outras atri-
IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e buições que venham a ser pactuadas pelas Comissões
V - vigilância em saúde. Intergestores:
Parágrafo único. A instituição das Regiões de Saúde I - garantir a transparência, a integralidade e a equi-
observará cronograma pactuado nas Comissões Inter- dade no acesso às ações e aos serviços de saúde;
gestores. II - orientar e ordenar os fluxos das ações e dos servi-
Art. 6o As Regiões de Saúde serão referência para as ços de saúde;
transferências de recursos entre os entes federativos. III - monitorar o acesso às ações e aos serviços de saú-
Art. 7o As Redes de Atenção à Saúde estarão compre- de; e
endidas no âmbito de uma Região de Saúde, ou de vá- IV - ofertar regionalmente as ações e os serviços de
rias delas, em consonância com diretrizes pactuadas saúde.
nas Comissões Intergestores. Art. 14. O Ministério da Saúde disporá sobre critérios,
Parágrafo único. Os entes federativos definirão os se- diretrizes, procedimentos e demais medidas que auxi-
guintes elementos em relação às Regiões de Saúde:
liem os entes federativos no cumprimento das atribui-
I - seus limites geográficos;
ções previstas no art. 13.
II - população usuária das ações e serviços;
III - rol de ações e serviços que serão ofertados; e
IV - respectivas responsabilidades, critérios de acessi-
CAPÍTULO III
bilidade e escala para conformação dos serviços. DO PLANEJAMENTO DA SAÚDE
tergestores as suas responsabilidades em relação ao Art. 30. As Comissões Intergestores pactuarão a or-
rol de ações e serviços constantes da RENASES. ganização e o funcionamento das ações e serviços de
Art. 24. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios saúde integrados em redes de atenção à saúde, sendo:
poderão adotar relações específicas e complementares I - a CIT, no âmbito da União, vinculada ao Ministério
de ações e serviços de saúde, em consonância com a da Saúde para efeitos administrativos e operacionais;
RENASES, respeitadas as responsabilidades dos entes II - a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à Secretaria
pelo seu financiamento, de acordo com o pactuado Estadual de Saúde para efeitos administrativos e ope-
nas Comissões Intergestores. racionais; e
12
III - a Comissão Intergestores Regional - CIR, no âmbi- Art. 35. O Contrato Organizativo de Ação Pública da
to regional, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde Saúde definirá as responsabilidades individuais e solidá-
para efeitos administrativos e operacionais, devendo rias dos entes federativos com relação às ações e serviços
observar as diretrizes da CIB. de saúde, os indicadores e as metas de saúde, os critérios
Art. 31. Nas Comissões Intergestores, os gestores pú- de avaliação de desempenho, os recursos financeiros que
blicos de saúde poderão ser representados pelo Conse- serão disponibilizados, a forma de controle e fiscalização
lho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS, pelo da sua execução e demais elementos necessários à im-
Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde plementação integrada das ações e serviços de saúde.
- CONASEMS e pelo Conselho Estadual de Secretarias § 1o O Ministério da Saúde definirá indicadores nacio-
Municipais de Saúde - COSEMS. nais de garantia de acesso às ações e aos serviços de saú-
Art. 32. As Comissões Intergestores pactuarão: de no âmbito do SUS, a partir de diretrizes estabelecidas
I - aspectos operacionais, financeiros e administrati- pelo Plano Nacional de Saúde.
vos da gestão compartilhada do SUS, de acordo com § 2o O desempenho aferido a partir dos indicadores na-
a definição da política de saúde dos entes federativos, cionais de garantia de acesso servirá como parâmetro
consubstanciada nos seus planos de saúde, aprovados para avaliação do desempenho da prestação das ações
pelos respectivos conselhos de saúde; e dos serviços definidos no Contrato Organizativo de
II - diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde, integração Ação Pública de Saúde em todas as Regiões de Saúde,
de limites geográficos, referência e contrarreferência e considerando-se as especificidades municipais, regionais
demais aspectos vinculados à integração das ações e e estaduais.
serviços de saúde entre os entes federativos; Art. 36. O Contrato Organizativo da Ação Pública de
III - diretrizes de âmbito nacional, estadual, regional e Saúde conterá as seguintes disposições essenciais:
interestadual, a respeito da organização das redes de I - identificação das necessidades de saúde locais e re-
atenção à saúde, principalmente no tocante à gestão gionais;
institucional e à integração das ações e serviços dos en- II - oferta de ações e serviços de vigilância em saúde,
tes federativos; promoção, proteção e recuperação da saúde em âmbito
IV - responsabilidades dos entes federativos na Rede de regional e inter-regional;
Atenção à Saúde, de acordo com o seu porte demo- III - responsabilidades assumidas pelos entes federativos
gráfico e seu desenvolvimento econômico-financeiro, perante a população no processo de regionalização, as
estabelecendo as responsabilidades individuais e as so- quais serão estabelecidas de forma individualizada, de
lidárias; e acordo com o perfil, a organização e a capacidade de
V - referências das regiões intraestaduais e interestadu- prestação das ações e dos serviços de cada ente federati-
ais de atenção à saúde para o atendimento da integra- vo da Região de Saúde;
lidade da assistência. IV - indicadores e metas de saúde;
Parágrafo único. Serão de competência exclusiva da V - estratégias para a melhoria das ações e serviços de saúde;
CIT a pactuação: VI - critérios de avaliação dos resultados e forma de mo-
I - das diretrizes gerais para a composição da RENASES; nitoramento permanente;
II - dos critérios para o planejamento integrado das VII - adequação das ações e dos serviços dos entes fe-
ações e serviços de saúde da Região de Saúde, em razão derativos em relação às atualizações realizadas na RE-
do compartilhamento da gestão; e NASES;
III - das diretrizes nacionais, do financiamento e das VIII - investimentos na rede de serviços e as respectivas
questões operacionais das Regiões de Saúde situadas em responsabilidades; e
fronteiras com outros países, respeitadas, em todos os IX - recursos financeiros que serão disponibilizados por
casos, as normas que regem as relações internacionais. cada um dos partícipes para sua execução.
Parágrafo único. O Ministério da Saúde poderá instituir
Seção II formas de incentivo ao cumprimento das metas de saúde
Do Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde e à melhoria das ações e serviços de saúde.
Art. 37. O Contrato Organizativo de Ação Pública de
Art. 33. O acordo de colaboração entre os entes fede- Saúde observará as seguintes diretrizes básicas para fins
rativos para a organização da rede interfederativa de de garantia da gestão participativa:
atenção à saúde será firmado por meio de Contrato I - estabelecimento de estratégias que incorporem a ava-
Organizativo da Ação Pública da Saúde. liação do usuário das ações e dos serviços, como ferra-
Art. 34. O objeto do Contrato Organizativo de Ação menta de sua melhoria;
Pública da Saúde é a organização e a integração das II - apuração permanente das necessidades e interesses
ações e dos serviços de saúde, sob a responsabilidade do usuário; e
dos entes federativos em uma Região de Saúde, com III - publicidade dos direitos e deveres do usuário na saú-
LEGISLAÇÕES DO SUS
a finalidade de garantir a integralidade da assistência de em todas as unidades de saúde do SUS, inclusive nas
aos usuários. unidades privadas que dele participem de forma com-
Parágrafo único. O Contrato Organizativo de Ação plementar.
Pública da Saúde resultará da integração dos planos Art. 38. A humanização do atendimento do usuário será
de saúde dos entes federativos na Rede de Atenção à fator determinante para o estabelecimento das me-
Saúde, tendo como fundamento as pactuações esta- tas de saúde previstas no Contrato Organizativo de
belecidas pela CIT. Ação Pública de Saúde.
Art. 39. As normas de elaboração e fluxos do Contrato
Organizativo de Ação Pública de Saúde serão pactua- #FicaDica
dos pelo CIT, cabendo à Secretaria de Saúde Estadual
coordenar a sua implementação. A lei 8080 e 8142 são de extrema impor-
Art. 40. O Sistema Nacional de Auditoria e Avalia- tância por serem as Leis Orgânicas de Saú-
ção do SUS, por meio de serviço especializado, fará o de que regulamentam o Sistema Único de
controle e a fiscalização do Contrato Organizativo de Saúde (SUS).Essa lei aborda as condições
Ação Pública da Saúde. para promover, proteger e recuperar a
§ 1o O Relatório de Gestão a que se refere o inciso IV saúde, além da organização e o funciona-
do art. 4o da Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, mento dos serviços também relacionados
conterá seção específica relativa aos compromissos à saúde.
assumidos no âmbito do Contrato Organizativo de
Ação Pública de Saúde.
§ 2o O disposto neste artigo será implementado em
conformidade com as demais formas de controle e fis- EXERCÍCIOS COMENTADOS
calização previstas em Lei.
Art. 41. Aos partícipes caberá monitorar e avaliar a 1. (Pref. Itupeva/SP- 2016 -Técnico de Enfermagem-
execução do Contrato Organizativo de Ação Pública BIORIO) De acordo com a Lei 8080/90, as afirmativas a
de Saúde, em relação ao cumprimento das metas es- seguir estão corretas, EXCETO:
tabelecidas, ao seu desempenho e à aplicação dos re-
cursos disponibilizados. a) A saúde é um direito fundamental do ser humano, de-
Parágrafo único. Os partícipes incluirão dados sobre vendo o Estado prover as condições indispensáveis ao
o Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde seu pleno exercício.
no sistema de informações em saúde organizado pelo b) O dever do Estado de garantir a saúde consiste na
Ministério da Saúde e os encaminhará ao respectivo formulação e execução de políticas econômicas e so-
Conselho de Saúde para monitoramento. ciais que visem à redução de riscos de doenças e de
outros agravos e no estabelecimento de condições
CAPÍTULO VI que assegurem acesso universal e igualitário às ações
e aos serviços para a sua promoção, proteção e recu-
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS peração.
c) O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família,
Art. 42. Sem prejuízo das outras providências legais, o das empresas e da sociedade.
Ministério da Saúde informará aos órgãos de controle d) Os níveis de saúde não expressam a organização social
interno e externo: e econômica do País.
I - o descumprimento injustificado de responsabilida- e) A saúde tem como determinantes e condicionantes,
des na prestação de ações e serviços de saúde e de entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento
outras obrigações previstas neste Decreto; básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educa-
II - a não apresentação do Relatório de Gestão a que ção, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso
se refere o inciso IV do art. 4º da Lei no 8.142, de aos bens e serviços essenciais.
1990; Resposta: Letra D. Os níveis de saúde expressam mui-
III - a não aplicação, malversação ou desvio de recur- to a organização social e econômica do País.
sos financeiros; e
IV - outros atos de natureza ilícita de que tiver conhe- 2. (Pref. Itupeva/SP- 2016- Técnico de Enfermagem-
cimento. BIORIO) De acordo com o Art. 6º da Lei 8080/90, estão
incluídas no campo de atuação do Sistema Único de Saú-
Art. 43. A primeira RENASES é a somatória de todas as
de (SUS), entre outras, EXCETO:
ações e serviços de saúde que na data da publicação
deste Decreto são ofertados pelo SUS à população, por a) a execução de ações de vigilância sanitária.
meio dos entes federados, de forma direta ou indireta. b) a execução de ações de vigilância epidemiológica.
Art. 44. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá c) execução de ações de assistência terapêutica integral,
as diretrizes de que trata o § 3o do art. 15 no prazo excluída a farmacêutica.
de cento e oitenta dias a partir da publicação deste d) a participação na formulação da política e na execução
Decreto. de ações de saneamento básico.
Art. 45. Este Decreto entra em vigor na data de sua e) a vigilância nutricional e a orientação alimentar.,
publicação.
Resposta: Letra C. Art. 6º Estão incluídas ainda no
LEGISLAÇÕES DO SUS
Brasília, 28 de junho de 2011; 190o da Independência campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS):
e 123o da República. I - a execução de ações:
DILMA ROUSSEFF a) de vigilância sanitária;
Alexandre Rocha Santos Padilha b) de vigilância epidemiológica;
c) de saúde do trabalhador; e
Este texto não substitui o publicado no DOU de d) de assistência terapêutica integral, inclusive farma-
29.6.2011 cêutica;
14
II - a participação na formulação da política e na exe- IV - avaliação do impacto que as tecnologias provo-
cução de ações de saneamento básico; cam à saúde;
III - a ordenação da formação de recursos humanos na V - informação ao trabalhador e à sua respectiva en-
área de saúde; tidade sindical e às empresas sobre os riscos de aci-
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar; dentes de trabalho, doença profissional e do trabalho,
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele bem como os resultados de fiscalizações, avaliações
compreendido o do trabalho; ambientais e exames de saúde, de admissão, periódi-
VI - a formulação da política de medicamentos, equi- cos e de demissão, respeitados os preceitos da ética
pamentos, imunobiológicos e outros insumos de inte- profissional;
resse para a saúde e a participação na sua produção; VI - participação na normatização, fiscalização e con-
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e trole dos serviços de saúde do trabalhador nas insti-
substâncias de interesse para a saúde; tuições e empresas públicas e privadas;
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças
bebidas para consumo humano; originadas no processo de trabalho, tendo na sua ela-
IX - a participação no controle e na fiscalização da pro- boração a colaboração das entidades sindicais; e
dução, transporte, guarda e utilização de substâncias e VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de re-
produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; querer ao órgão competente a interdição de máquina,
X - o incremento, em sua área de atuação, do desen- de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho,
volvimento científico e tecnológico; quando houver exposição a risco iminente para a vida
XI - a formulação e execução da política de sangue e ou saúde dos trabalhadores.
seus derivados.
§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto 3. (Pref. Itupeva/SP-2016/Técnico de Enfermagem/
de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos BIORIO) Avalie, com base na Lei 8080/90, se as ações e
à saúde e de intervir nos problemas sanitários decor- serviços públicos de saúde e os serviços privados con-
rentes do meio ambiente, da produção e circulação de tratados ou conveniados que integram o Sistema Único
bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, de Saúde (SUS) obedecem, entre outros, aos seguintes
abrangendo: princípios:
I - o controle de bens de consumo que, direta ou in- I. Universalidade de acesso aos serviços de saúde em to-
diretamente, se relacionem com a saúde, compreen- dos os níveis de assistência.
didas todas as etapas e processos, da produção ao II. Integralidade de assistência, entendida como conjunto
consumo; e articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e
II - o controle da prestação de serviços que se relacio- curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso
nam direta ou indiretamente com a saúde. em todos os níveis de complexidade do sistema.
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um III. Preservação da autonomia das pessoas na defesa de
conjunto de ações que proporcionam o conhecimen- sua integridade física e moral.
to, a detecção ou prevenção de qualquer mudança IV. Igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos
nos fatores determinantes e condicionantes de saúde ou privilégios de qualquer espécie.
individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar Estão corretos os itens:
e adotar as medidas de prevenção e controle das do-
enças ou agravos. a) I e III, apenas.
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins b) II e IV, apenas.
desta lei, um conjunto de atividades que se destina, c) II, III e IV, apenas.
através das ações de vigilância epidemiológica e vigi- d) I, II e III, apenas.
lância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos e) I, II, III e IV.
trabalhadores, assim como visa à recuperação e rea-
bilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos Resposta: Letra E. Esta Lei regula em todo o territó-
riscos e agravos advindos das condições de trabalho, rio nacional as ações e serviços de saúde, executados
abrangendo: isolada ou conjuntamente, em caráter permanente,
I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito
trabalho ou portador de doença profissional e do tra- público ou privado.
balho;
II - participação, no âmbito de competência do Sis- 4. (IDECAN – MG - Concurso público de Técnico de
tema Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, enfermagem/2013) Regula, em todo o território nacio-
avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à nal, as ações e os serviços de saúde, executados isolada
ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual,
LEGISLAÇÕES DO SUS
16
pelo cuidado de si nos tratamentos, assumindo posição COMO FAZER?
protagonista com relação a sua saúde e a daqueles que Implica prestar um atendimento com resolutivida-
lhes são caros. de e responsabilização, com uma postura de escuta e
compromisso em dar respostas às necessidades de saú-
Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos de trazidas pelo usuário que inclua sua cultura, saberes
sujeitos e coletivos (rompimento com a lógica da exclusão) e capacidade de
Qualquer mudança na gestão e atenção é mais con- avaliar riscos. É construir uma proposta com a equipe lo-
creta se construída com a ampliação da autonomia e cal orientando, quando for o caso, o paciente e a família
vontade das pessoas envolvidas, que compartilham res- em relação a outros serviços de saúde para continuidade
ponsabilidades. Os usuários não são só pacientes, os tra- da assistência estabelecendo articulações com estes ser-
balhadores não só cumprem ordens: as mudanças acon- viços para garantir a eficácia desses encaminhamentos.
tecem com o reconhecimento do papel de cada um. Um (em rede)
SUS humanizado reconhece cada pessoa como legítima
cidadã de direitos e valoriza e incentiva sua atuação na Gestão Participativa e cogestão
produção de saúde. O QUE É?
Cogestão significa a inclusão de novos sujeitos nos
Método processos de gestão (análise de contexto e problemas;
O HumanizaSUS, aposta na INCLUSÃO de trabalha- processo de tomada de decisão). Sendo exercida não por
dores, usuários e gestores na produção e gestão do cui- poucos ou alguns, mas por um conjunto mais ampliado
dado e dos processos de trabalho. A comunicação entre de sujeitos que compõem a organização, assumindo-se
esses três atores do SUS provoca movimentos de pertur- o predicado de que ―todos são gestores de seus proces-
bação e inquietação que a PNH considera o ―motor‖ de so de trabalho‖. O prefixo ―co‖, nesta perspectiva, indica
mudanças e que também precisam ser incluídos como para o conceito e a experimentação da gestão um duplo
recursos para a produção de saúde. movimento: a adição de novas funções e adição de no-
Humanizar se traduz, então, como inclusão das dife- vos sujeitos.
renças nos processos de gestão e de cuidado. Tais mu-
danças são construídas não por uma pessoa ou grupo COMO FAZER?
isolado, mas de forma coletiva e compartilhada. Incluir
A organização e experimentação de rodas é uma di-
para estimular a produção de novos modos de cuidar e
novas formas de organizar o trabalho. retriz da cogestão. Rodas para colocar as diferenças em
Mas incluir como? contato de modo a produzir movimentos de desestabi-
As rodas de conversa, o incentivo às redes e mo- lização que favoreçam mudanças nas práticas de gestão
vimentos sociais e a gestão dos conflitos gerados pela e de atenção. A PNH distingue arranjos/dispositivos de
inclusão das diferenças são ferramentas experimentadas cogestão em dois grupos: o primeiro grupo diz respeito
nos serviços de saúde a partir das orientações da PNH. à organização do espaço coletivo de gestão que permi-
Incluir os trabalhadores na gestão é fundamental para ta o acordo entre necessidades e interesses de usuários,
que eles, no dia a dia, reinventem seus processos de tra- trabalhadores e gestores; o segundo grupo refere-se
balho e sejam agentes ativos das mudanças no serviço aos mecanismos que garantem a participação ativa de
de saúde. Incluir usuários e suas redes sócio familiares usuários e familiares no cotidiano das unidades de saúde.
nos processos de cuidado é um poderoso recurso para Deverão ser organizados espaços coletivos de gestão
a ampliação da corresponsabilização no cuidado de si. para a produção de acordos e pactos entre usuários,
trabalhadores e gestores. Ex.: Colegiados Gestores de
Diretrizes e dispositivos Hospitais, de Distritos Sanitários e Secretarias de Saú-
Diretrizes para a implementação do HumanizaSUS de, Colegiado Gestor da Unidade de Saúde, Mesas de
A Política Nacional de Humanização atua a partir de Negociação Permanente, Contratos de Gestão, Contra-
orientações clínicas, éticas e políticas, que se traduzem tos Internos de Gestão, Câmara Técnica de Humanização
em determinados arranjos de trabalho. Entenda melhor (CTH), Gerência de Porta Aberta, entre outros, são arran-
alguns conceitos que norteiam o trabalho da PNH: jos de trabalho que permitem a experimentação da co-
gestão no cotidiano da saúde.
Acolhimento
O QUE É? Ambiência
Processo constitutivo das práticas de produção e O QUE É?
promoção de saúde que implica responsabilização do Organização de espaços saudáveis e acolhedores
trabalhador/equipe pelo usuário, desde a sua chegada de trabalho, tendo, como um dos seus dispositivos, a
até a sua saída. Ouvindo sua queixa, considerando suas elaboração de Projetos Cogeridos de Ambiência, como
LEGISLAÇÕES DO SUS
preocupações e angústias, fazendo uso de uma escuta proposta de mudança das práticas, dos processos e das
qualificada que possibilite analisar a demanda, colocan-
relações de trabalho pautada na construção coletiva e
do os limites necessários, garantindo atenção integral,
participativa. A Ambiência é a ―Diretriz Espacial‖ para as
resolutiva e responsável por meio do acionamento/
demais diretrizes da PNH, apontando-se um duplo de-
articulação das redes internas dos serviços (visando à
horizontalidade do cuidado) e redes externas, como ou- safio que é o de sintonizar ―o que fazer‖ com o ―como
tros serviços de saúde, para continuidade da assistência fazer‖, ou seja, o conceito de Ambiência e o método para
quando necessário. a construção coletiva dos espaços de saúde.
COMO FAZER? Defesa dos Direitos dos Usuários
Modo de fazer: o método da tríplice inclusão da PNH. O QUE É?
Na produção do espaço de saúde devem interceder os Os usuários de saúde possuem direitos garantidos
saberes que potencializam mudanças. A intercessão de por lei e os serviços de saúde devem incentivar o conhe-
diferentes campos do saber e das profissões, tais como cimento desses direitos e assegurar que eles sejam cum-
dos arquitetos, dos engenheiros, dos médicos, dos nu- pridos em todas as fases do cuidado, desde a recepção
tricionistas, dos enfermeiros, dos usuários, entre outros, até a alta.
embora muitas vezes provoque tensionamentos, valoriza
o processo de construção coletiva a partir de diferentes COMO FAZER?
olhares. Trata-se, assim, de um modo de fazer que afirme Todo cidadão tem direito a uma equipe que cuide
as especificidades do saber de cada um em uma relação dele, de ser informado sobre sua saúde e também de
de interferência para a produção de um objetivo comum. decidir sobre compartilhar ou não sua dor e alegria com
sua rede social.
Clínica ampliada e compartilhada
Formação e intervenção
O QUE É?
… e intervenção é mudança
Prática interdisciplinar com a proposta de entender o
Através de cursos e oficinas de formação/interven-
significado do adoecimento e tratar a doença no contex- ção e a partir da discussão dos processos de trabalho, as
to de vida propõe qualificar o modo de se fazer saúde. diretrizes e dispositivos da PNH são vivenciados e rein-
Ampliar a clínica é aumentar a autonomia do usuário do ventados no cotidiano dos serviços de saúde. Em todo o
serviço de saúde, da família e da comunidade. É integrar Brasil, os trabalhadores são formados técnica e politica-
a equipe de trabalhadores da saúde de diferentes áreas mente e reconhecidos como multiplicadores e apoiado-
na busca de um cuidado e tratamento de acordo com res da PNH, pois são os construtores de novas realidades
cada caso, com a criação de vínculo com o usuário. A em saúde e poderão se tornar os futuros formadores da
vulnerabilidade e o risco do indivíduo são considerados PNH em suas localidades.
e o diagnóstico é feito não só pelo saber dos especia-
listas clínicos, mas também leva em conta a história de
quem está sendo cuidado, de modo a possibilitar deci-
sões compartilhadas e compromissadas. ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E SAÚDE
COLETIVA: ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍ-
COMO FAZER? LIA: ORGANIZAÇÃO E PRÁTICA. VIGILÂN-
Utilizando recursos que permitam enriquecimento CIA EPIDEMIOLÓGICA.
dos diagnósticos (outras variáveis além do enfoque or-
gânico, inclusive a percepção dos afetos produzidos nas
relações clínicas) e a qualificação do diálogo (tanto en- 1.2.5 Estratégia Saúde da Família
tre os profissionais de saúde envolvidos no tratamento
quanto destes com o usuário), de modo a compreender A estratégia Saúde da Família (eSF) tem como obje-
a doença e se responsabilizar na produção de sua saú- tivo reorganizar a Atenção Básica no Brasil, segundo os
de, possibilitando decisões compartilhadas e compro- preceitos do Sistema Único de Saúde (SUS).
missadas com a autonomia e a saúde dos usuários do É considerada, pelo Ministério da Saúde e pelos ges-
SUS. Para implantar essa diretriz da PNH é importante tores estaduais e municipais, a estratégia prioritária para
também que sejam discutidas outras orientações, como expansão, qualificação e consolidação da Atenção Básica
o Projeto Terapêutico Singular, Equipe de referência e no país.
apoio matricial, co-gestão e o acolhimento. Por meio da atenção integral e contínua, a eSF busca
promover a qualidade de vida da população e intervir
Valorização do Trabalhador nos fatores de risco para a saúde, se fortalecendo como
O QUE É? porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS).
É importante dar visibilidade à experiência dos Ligada às Unidades Básicas de Saúde (UBS), as equi-
trabalhadores e incluí-los na tomada de decisão, pes Saúde da Família atuam em maior proximidade com
apostando na sua capacidade de analisar, definir e os usuários. Isso permite conhecer as pessoas e as famí-
qualificar os processos de trabalho. lias da comunidades, garantindo uma maior adesão aos
tratamentos e intervenções propostas.
COMO FAZER? Como resultado, a maioria dos problemas de saúde
O Programa de Formação em Saúde e Trabalho e a da população acabam sendo resolvidos na Atenção Bási-
LEGISLAÇÕES DO SUS
Comunidade Ampliada de Pesquisa são possibilidades ca, dispensando a necessidade de intervenções de média
que tornam possível o diálogo, intervenção e análise do e alta complexidade.
que gera sofrimento e adoecimento, do que fortalece o
grupo de trabalhadores e do que propicia os acordos de 1.2.5.1 Equipes da eSF
como agir no serviço de saúde. É importante também as-
segurar a participação dos trabalhadores nos espaços co- A estratégia Saúde da Família (eSF) é constituída por
letivos de gestão. equipes multiprofissionais. Para garantir ações de cuida-
18
do integral da saúde da população, cada equipe deve do mundo todo. Transmitida, principalmente, pelo
contar, no mínimo, com: contato direto com secreções contaminadas pelo
a) médico generalista ou especialista em saúde da fa- vírus (esperma, secreção vaginal, sangue e leite
mília ou médico de família e comunidade; materno), a doença também pode acontecer: pela
b) enfermeiro generalista ou especialista em saúde da recepção de órgão ou sangue contaminado; pelo
família; compartilhamento de seringas e agulhas; por aci-
c) auxiliar ou técnico de enfermagem; dentes com materiais perfurocortantes contamina-
d) agentes comunitários de saúde (ACS). dos; e durante a gestação (quando a mãe é porta-
dora do vírus). Ao ser adquirido, o vírus HIV ataca
Em alguns casos, as equipes Saúde da Família ainda as células de defesa do corpo (linfócitos), compro-
podem possuir profissionais de saúde bucal, dentre os metendo de forma significativa o sistema imuno-
quais estão: lógico do indivíduo doente. Consequentemente, a
a) o cirurgião-dentista generalista ou especialista em pessoa se torna mais susceptível a outras doenças.
saúde da família; Essa manifestação clínica, em conjunto com os re-
b) o técnico em saúde bucal (TSB); sultados de exames laboratoriais, serve de base
b) o auxiliar em saúde bucal (ASB). para diagnosticar a Aids. Embora não tenha cura,
a doença pode ser tratada com medicamentos que
Para atender de forma adequada toda a população reduzem a quantidade de vírus no sangue, melho-
cadastrada, as equipes Saúde da Família também preci- rando/prolongando a qualidade de vida do doente.
sam contar com uma quantidade suficiente de agentes
comunitários da saúde (ACS). Nesse caso é recomen- Quando a pessoa tem o vírus, mas não apresenta si-
dado que: nais e sintomas da doença, ela é chamada de portadora
a) cada equipe de Saúde da Família conte como 12 do HIV ou soropositiva para HIV. A partir do momento em
ACS; que a pessoa portadora do HIV passa a apresentar sinais
b) cada ACS seja responsável por, no máximo, 750 e sintomas, se diz que ela tem Aids.
pessoas. Portadores do HIV devem ser orientados a:
a) viver normalmente, seguindo as orientações da
Recomenda-se ainda que cada equipe Saúde da Fa- equipe de saúde;
mília seja responsável por, no máximo, 4.000 pessoas (a b) usar preservativo em todas a relações sexuais (evita
média ideal é de 3.000 pessoas por equipe). outras doenças);
c) não compartilhar agulhas e seringas;
As jornadas de trabalho das equipes Saúde da Famí- d) não doar órgãos ou sangue;
lia, assim como os horários e dias de funcionamento da e) passar regularmente por avaliação na UBS;
Unidade Básica de Saúde (UBS) devem ser organizadas f) adotar hábitos saudáveis.
de maneira que assegurem: Já para as pessoas doentes de Aids, é recomendado:
a) o maior acesso possível da população;
a) seguir todas as orientações citadas anteriormente;
b) a construção de vínculo entre a equipe e os usuá-
b) aderir ao tratamento da doença, usando os medica-
rios;
mentos de forma correta.
c) a continuidade, coordenação e longitudinalidade
do cuidado.
b) Sífilis: causada pela bactéria Treponema pallidum, a
sífilis é uma DST que pode ser adquirida (transmiti-
1.2.6 Prevenção e controle das doenças sexual-
da pelo contato sexual ou transfusão sanguínea) ou
mente transmissíveis e da Aids
congênita (transmitida da mãe doente para o feto
As doenças sexualmente transmissíveis (DST), tam- durante a gestação). Seus sinais e sintomas variam
bém conhecidas como doenças venéreas ou doenças da conforme a fase de desenvolvimento da doença
rua, são causadas por microrganismos (como vírus, bac- (sífilis primária, sífilis secundária, período latente
térias, fungos e protozoários) e podem se manifestar por e sífilis terciária ou tardia), servindo de base para
sinais (o que a pessoa vê) e sintomas (o que a pessoa o diagnóstico. Os casos confirmados são tratados
sente), como: feridas, coceira, corrimentos, verrugas, ar- com antibióticos..
dência urinária e dor durante as relações sexuais. O desenvolvimento da sífilis ocorre em fases distintas:
Assim como outras doenças infecciosas, as DST po- 1) Sífilis primária: nessa primeira fase surge uma lesão
dem ser transmitidas. Normalmente, essa transmissão indolor denominada cancro duro, que desaparece
ocorre por meio de relações sexuais sem camisinha e/ou em 4 semanas sem deixar marcas.
do compartilhamento de agulhas e seringas (comum en- 2) Sífilis secundária: essa fase ocorre de 4 a 8 sema-
LEGISLAÇÕES DO SUS
tre os usuários de drogas injetáveis). A seguir estão lista- nas após o aparecimento com cancro duro. Nela, a
das alguns exemplos de doenças que fazem parte desse bactérias causadora da doença é disseminada pela
grupo: corrente sanguínea promovendo o aparecimento
de lesões pelo corpo, além do inchaço de linfo-
a) Aids: causada pelo vírus HIV, a Aids, também co- nodos. Ainda nessa fase podem ocorrer sintomas
nhecida como Sida (Síndrome da Imunodeficiência como febre, mal estar, náuseas, cansaço, dor de
Adquirida), é uma doença grave que atinge pessoas cabeça, distúrbios visuais etc.
3) Período latente: nessa fase, geralmente o paciente
não apresenta sinais e sintomas, apenas a presença FIQUE ATENTO!
de anticorpos para sífilis. Em períodos de recaída, Pessoas diagnosticadas com cancro mole de-
as lesões podem voltar a aparecer. vem ser acompanhadas pelo médico respon-
4) Sífilis terciária ou tardia: nessa fase, parte dos pa- sável até o completo desaparecimento das
cientes não tratados passam a apresentar manifes- lesões. Durante o período de tratamento, é
tações ósseas (ossos), cardiovasculares (coração e indicada a abstinência sexual. Além disso, é
vasos) e nervosas (sistema nervoso). fundamental que os parceiros sexuais do do-
ente também sejam tratados, uma vez que
c) Gonorreia: causada pela bactéria Neisseria gonor- algumas pessoas podem ter a doença sem
rhoeae, a gonorreia é uma doença transmitida pelo apresentar os sintomas.
contato sexual sem proteção, que se manifesta de
diferentes formas em homens (coceira em toda a
g) Herpes genital: causada pelo Herpes simplex ví-
uretra, ardência ao urinar e corrimento purulento)
rus (HSV), dos tipos I e II, o herpes é caracterizado
e mulheres (inflamação do colo do útero, corri- pelo surgimento de lesões (em forma de bolhas)
mento vaginal e ardência ao urinar, podendo cau- em qualquer parte do corpo, principalmente nos
sar dor pélvica, esterilidade e gravidez ectópica). órgãos sexuais. Seu diagnóstico é feito a partir dos
Seu diagnóstico é feito com base nos sinais e sin- sinais clínicos observados. A doença não tem cura.
tomas apresentados pelo doente e nos resultados As lesões regridem espontaneamente e o trata-
de exames laboratoriais. Já o tratamento é realiza- mento é voltado apenas para o alívio dos sintomas.
do com o uso de medicamentos. Como o vírus permanece no organismo, as lesões
d) Condiloma acuminado: causada pelo vírus HPV podem voltar a aparecer em situações de estresse,
(papilomavírus humano), o condiloma acuminado, exposição ao sol, queda de imunidade e outros.
também conhecido como crista de galo ou verru- h) Candidíase: causada pelo fungo Candida albicans,
ga genital, é uma doença infecciosa de transmissão a candidíase (também conhecida como sapinho
sexual, que se manifesta pelo surgimento de pe- ou candidemia) é uma micose que afeta homens
quenas verrugas nas regiões anal e perianal, po- e mulheres, podendo atingir a mucosa oral (candi-
dendo até obstruir o canal vaginal da mulher. Seu díase oral), a mucosa vaginal (candidíase vaginal),
diagnóstico é feito a partir dos sinais clínicos apre- as áreas com dobras como virilha e axila (intertri-
sentados pelo doente e confirmado por biópsia. O go), as áreas ao redor da unha, (paroníquia) e as
tratamento da doença envolve a cauterização (quí- unhas (onicomicose). Caracterizada por lesões se-
mica ou térmica) da lesões. melhantes a placas brancas na boca (aftas) ou pla-
e) Linfogranuloma venéreo: causada pela bactéria cas vermelhas, a doença pode ser adquirida pelo
Chlamydia tracomatis, o linfogranuloma venéreo contato direto com a mucosa ou com as secreções
é uma doença infecciosa de transmissão sexual, infectadas do doente. Seu diagnóstico é feito a
que acomete os vasos linfáticos e se desenvolve partir dos sinais clínicos observados e confirmado
em três fases: fase primária (surgimento de lesões por exames laboratoriais. Já o tratamento envolve
indolores no local de entrada da bactéria), fase o uso de medicamentos.
secundária (inflamação dos gânglios linfáticos da i) Tricomoníase: causada pelo protozoário Tricho-
virilha - bulbão -, acompanhada ou não de febre monas vaginalis, a tricomoníase é uma doença de
e mal estar) e fase terciária (eliminação de secre- transmissão sexual (mais frequente em mulheres),
ção purulenta, com ou sem sangue, por orifícios do que pode se manifestar pela presença de ardên-
bulbão). Seu diagnóstico é feito a partir dos sinais cia e coceira na região genital, além de corrimento
clínicos apresentados pelo doente e confirmado amarelado e espesso, de odor fétido. Assim como
por exames laboratoriais. O tratamento da doença outras DST, seu diagnóstico é feito a partir dos si-
é realizado com o uso de medicamentos e com a nais clínicos observados e confirmado por exames
drenagem do gânglio linfático inflamado (bulbão). laboratoriais. Já o tratamento envolve o uso de
f) Cancro mole: causada pela bactéria Haemophilus medicamentos.
ducrey, o cancro mole ou cancro venéreo simples
é uma doença de transmissão sexual que se mani- A maior parte das DST tem cura. No entanto, para ob-
festa pelo surgimento de lesões dolorosas (lesões ter um bom resultado, é necessário realizar o tratamento
do tipo úlcera com borda irregular, cobertas por de forma correta, sem interrupções.
um líquido de coloração amarela e odor fétido) na A fim de controlar as DST/Aids em todo o país, o Mi-
LEGISLAÇÕES DO SUS
genitália masculina e feminina. Seu diagnóstico é nistério da Saúde estruturou programas com ações que
feito a partir dos sinais clínicos apresentados pelo visam prevenir a ocorrência de novos casos, detectar pre-
doente e confirmado por exames laboratoriais. Já cocemente a doença e tratar os doentes e seus parceiros.
o tratamento da doença é realizado com o uso de Essas ações se concretizam na rede de saúde pela
medicamentos. realização de atividades como educação em saúde, en-
caminhamento de gestantes ao pré-natal e busca por
doentes que não apresentam sintomas.
20
diabetes também está associado a presença de
#FicaDica fatores de risco, dentre os quais estão: a obesida-
de; o histórico familiar da doença; o sedentarismo;
Muitas DST podem ser evitadas com a ado- a hipertensão arterial; e o colesterol/triglicerídeos
ção de medidas, como: elevados.
a) usar preservativos em todas as relações
sexuais; Dependendo das características que apresenta, o diabe-
b) reduzir o número de parceiros sexuais; tes pode ser classificado em três tipos: diabetes tipo 1,
c) realizar frequentemente o autoexame dos diabetes tipo 2 e diabetes gestacional.
genitais; a) Diabetes tipo 1: representa de 5 a 10% dos casos
d) não compartilhar seringas e agulhas da doença. Nele, acontece a destruição das células
beta do pâncreas e, consequentemente, a insulina
não é produzida no organismo. Pode afetar crian-
1.2.7 Prevenção e controle das doenças crônicas
ças, adolescentes e adultos sem excesso de peso,
se manifestando por sintomas como vontade de
Doenças crônicas são aquelas que se desenvolvem ao
urinar várias vezes ao dia, fome e sede constan-
longo do tempo, levando de meses a anos para se ma-
nifestar. Nesse grupo de doenças, estão a hipertensão tes, perda de peso, fraqueza, cansaço, nervosismo,
arterial e o diabetes mellitus. alterações de humor, náuseas e vômito. Após ser
diagnosticado, o diabetes tipo 1 é tratado com a
a) Hipertensão arterial: a hipertensão arterial, tam- administração de insulina, aliada a fatores como
bém conhecida como pressão alta, é uma doença planejamento alimentar e prática de atividades
crônica que se manifesta pela elevação da pressão físicas, que ajudam a controlar a quantidade de
arterial. Quando não controlada, pode afetar di- glicose no sangue no paciente.
versos órgãos e gerar graves complicações, como b) Diabetes tipo 2: representa cerca de 90% dos ca-
acidente vascular cerebral (AVC), infarto e morte. sos da doença. Esse tipo pode acontecer quando o
Geralmente de origem genética (maior parte dos organismo produz a insulina, porém não consegue
casos), o aumento da pressão arterial também usá-la de forma adequada ou quando o organis-
pode estar relacionado: a distúrbios da tireoide ou mo não produz quantidade suficiente de insulina
em glândulas endocrinológicas; ao consumo de para controlar as taxas de glicose. O diabetes tipo
bebidas alcoólicas; a obesidade; a idade avançada 2 se manifesta com maior frequência em adultos
(a hipertensão acomete principalmente indivíduos com excesso de peso, mas também pode aparecer
com mais de 50 anos); ao consumo elevado de sal; em crianças. Normalmente de início assintomático
e ao sedentarismo. (sem sintomas), a doença pode se manifestar por
sinais e sintomas como infecções frequentes, re-
FIQUE ATENTO! tardo na cicatrização de feridas, alterações visuais,
formigamento nos pés, vontade de urinar várias
Uma pessoa é considerada hipertensa quan-
vezes no dia e fome/sede constantes. O tratamen-
do apresenta pressão arterial igual ou maior
to do diabetes tipo 2 consiste em controlar as ta-
que 140/90 mmHg (14 por 9).
xas de glicose no sangue e evitar o surgimento
de possíveis complicações da doença. Para isso, é
b) Diabetes mellitus: o diabetes mellitus consiste em indicado praticar exercícios físicos, planejar a ali-
um grupo de doenças metabólicas resultantes da mentação, monitorar a glicemia entre outros.
falta ou do mau funcionamento da insulina no or- c) Diabetes gestacional: ocorre durante a gestação
ganismo. A insulina é um hormônio produzido pelo quando o pâncreas da mulher grávida não produz
pâncreas que permite a entrada da glicose (carboi- insulina em quantidade suficiente para manter os
drato obtido a partir da ingestão dos alimentos) níveis de glicemia estáveis. Nem sempre a doen-
nas células. Dentro das células, a glicose passa por ça apresenta sintomas. Assim, é importante que,
uma série de processos metabólicos que geram a a partir do 6º mês de gestação, a mulher realize
energia necessária para a manutenção de todas as exames para verificar sua glicemia (nível de glicose
funções vitais do corpo. Quando o organismo não no sangue). Na maior parte das vezes, o controle
produz a insulina ou não consegue utilizá-la, ocor- do diabetes gestacional é realizado com a adoção
re o aumento da quantidade de glicose no san- de uma dieta adequada, com a quantidade ideal
gue, causando o que chamamos de hiperglicemia. de nutrientes calculada para cada período da ges-
LEGISLAÇÕES DO SUS
Caso os níveis de glicose no sangue não voltem ao tação. Outra medida eficaz é a prática de atividade
normal, os órgãos e vasos sanguíneos são com- física, feita somente após uma minuciosa avaliação
prometidos, resultando em uma série de proble- médica dos riscos (por exemplo, parto prematuro)
mas de saúde, como insuficiência renal, cegueira, e contraindicações para cada caso. O uso de in-
amputação de membros inferiores, doenças car- sulina é indicado apenas para os casos em que a
diovasculares e até a morte. Assim como aconte- glicemia da gestante não é totalmente controlada
ce na hipertensão arterial, o desenvolvimento do com dieta e atividade física.
Tanto a hipertensão quanto o diabetes pode ser pre-
venido com a adoção de medidas simples, como: adotar FIQUE ATENTO!
hábitos alimentares saudáveis; reduzir ou cessar o con-
A lei brasileira permite que mulheres víti-
sumo de bebidas alcoólicas; e praticar atividades físicas
mas de violência sexual interrompa uma
regularmente.
gravidez indesejada, com até 20 semanas
As estratégias utilizadas pelo Ministério da Saúde de gestação. Caso a mulher decida pros-
para controlar a hipertensão e o diabetes no país são seguir com a gestação, mas não queira
desenvolvidas, respectivamente, por meio do Programa assumir a maternidade da criança, ela ser
Nacional de Controle da Hipertensão Arterial e do Pro- orientada sobre o processo de adoção.
grama Nacional de Controle do Diabetes.
Dentre as atividades realizadas nas unidades básicas
de saúde (UBS) para controle das doenças crônicas, es- 1.2.9 Programa de atenção à saúde da criança
tão: a educação em saúde; a aferição da pressão arterial
em pessoas com idade igual ou maior que 20 anos; e a Com o objetivo de reduzir a mortalidade infantil por
verificação da glicemia (nível de glicose no sangue) em doenças (infecciosas ou respiratórias) e/ou distúrbios nu-
indivíduos com idade igual ou maior que 30 anos. tricionais, foi criado o Programa de Assistência Integral à
Saúde da Criança (PAISC).
1.2.8 Programa de atenção à saúde da mulher Esse programa tem como focos de atenção: o cres-
cimento e desenvolvimento da criança, o aleitamento
No Brasil, a atenção à saúde da mulher está organiza- materno, a orientação nutricional, a assistência às doen-
da no Programa de Assistência Integral à Saúde da Mu- ças diarreicas e infecções respiratórias agudas (IRAs) e
lher (PAISM). imunização.
Visando melhorar as condições da mulher e diminuir Para acompanhar as questões relacionadas à saúde
as taxas de morbidade e mortalidade maternas, esse da criança, os profissionais da equipe de saúde contam
programa prevê a assistência à mulher nas várias fases com a Caderneta de Saúde da Criança, um documento
de sua vida (desde a adolescência até a menopausa), in- composto por:
cluindo: a) Dados de identificação e do nascimento: inclui
nome completo, endereço e informações relativas
a) Assistência clínico-ginecológica: destinado, prin- ao nascimento da criança.
cipalmente, para a prevenção do câncer de mama b) Gráficos de crescimento: mostram por meio de
e do câncer do colo de útero, dois graves proble- curvas, se o estado nutricional da criança (peso, al-
mas de saúde pública que causam a morte de um tura e Índice de Massa Corporal - IMC) estão com-
patíveis com os apresentados por outras pessoas
número significativo de mulheres na fase adulta.
com a mesma idade.
b) Planejamento familiar: garante a todas as mu-
c) Atividades: permite avaliar e acompanhar o desen-
lheres, o acesso igualitário à informações, meios,
volvimento da criança de acordo com as atividades
métodos e técnicas para controle da fecundidade
que ela é capaz de realizar em diferentes idades.
(ciclo reprodutivo), incluindo a esterilização volun-
d) Vacinas da criança: permite que o profissional da
tária para homens e mulheres. saúde verifique a situação da criança em relação ao
c) Assistência ao ciclo gravídico-puerperal: acom- calendário vacinal. A vacinação constitui uma das
panha a mulher nas fases de pré-natal e parto, estratégias mais importantes para reduzir o núme-
visando reduzir as complicações durante a gesta- ro de casos e mortes por doenças infecciosas.
ção que podem provocar a morte da mãe e/ou do
bebê. Também garante assistência no puerpério, 1.2.10 Programa de atenção à saúde do adoles-
auxiliando a mulher em relação ao aleitamento cente
materno, ao planejamento familiar e ao retorno à
vida sexual após o parto. A adolescência é a fase de transição entre a infância e
d) Assistência à mulher no climatério: visa garan- a vida adulta que ocorre dos 12 até os 18 anos de idade.
tir maior qualidade de vida à mulheres diante das Durante ela, o adolescente passa por diversas alterações
transformações que ocorrem no climatério (queda físicas, metais e sociais.
hormonal, ressecamento da mucosa vaginal, de- Nessa fase da vida, a promoção da saúde e a pre-
pressão e maior risco de DST/Aids - muitas mu- venção de agravos deve ser desenvolvida pela equipe
lheres no climatério deixam de usar preservativo de saúde em articulação com escolas, grupos de jovens,
por não se preocuparem mais com uma possível grupos de capoeira etc.
gravidez). Para auxiliar nesse processo, foi criado o Programa de
LEGISLAÇÕES DO SUS
e) Assistência à mulher vítima de violência sexual: Atenção à Saúde do Adolescente, que tem como objeti-
atende mulheres vítimas de violência sexual, ga- vos: promover a saúde na adolescência, realizar o diag-
rantindo atendimento psicológico, prevenção de nóstico precoce e o tratamento de doenças e recuperar a
DST/Aids, contracepção de emergência, alívio de saúde do adolescente.
dor, tratamento das lesões, a realização de exames Por meio desse programa, o Ministério da Saúde
laboratoriais e exame de corpo delito. (através do SUS) visa solucionar os principais problemas
identificados na adolescência, dentre os quais estão a(s):
22
a) Violência (sexual, doméstica, homicídios e uso cujo preenchimento correto permite que as equipes de
de drogas): pode ser solucionada com a vigilância saúde realizem ações de prevenção, recuperação e rea-
contínua, a realização de ações educativas/infor- bilitação.
mativas para os jovens, as famílias e a sociedade.
b) Mortes por causas externas (acidentes de trân- 1.2.12 Programa de atenção à saúde bucal
sito, principalmente): pode ser solucionada por
ações integradas com a educação e serviços de Cuidar da saúde bucal é essencial para melhorar a
trânsito. situação atual e prevenir problemas futuros. Por isso, é
c) Gravidez não planejada e o risco de DST/Aids: recomendado:
podem ser solucionados com ações educativas, a) higienizar a boca e os dentes corretamente;
orientação sexual e acesso facilitado e contínuo b) visitar regularmente o dentista, fazendo os trata-
aos métodos contraceptivos, incentivando a dupla mentos indicados quando necessário;
proteção. c) adotar hábitos alimentares mais saudáveis, redu-
d) Baixa escolaridade e inserção precoce no mer-
zindo o consumo de açúcar;
cado de trabalho: podem ser solucionados com
d) evitar o uso de tabaco/derivados/bebidas alcoóli-
inclusão na escola, capacitação profissional e edu-
cas e outras drogas;
cação em saúde.
e) procurar rapidamente o serviço de saúde bucal
sempre que houver cáries, dentes quebrados, pro-
FIQUE ATENTO! blemas com a dentadura, feridas na cavidade bu-
Os casos de violência, as mortes por causas cal, entre outros.
externas, a gravidez não planejada, a ocor-
rência de DST/Aids, a baixa escolaridade e Para facilitar o acesso de toda a população aos servi-
a inserção precoce no mercado de trabalho ços de saúde bucal, as equipes da Atenção Básica contam
durante a adolescência são, muitas vezes, re- com profissionais, como: cirurgião-dentista, técnico em
sultantes da falta de informação e do uso de saúde bucal (TSB) e auxiliar em saúde bucal (ASB).
bebidas alcoólicas e/ou drogas.
Na equipe de saúde, cada profissional desempenha
1.2.11 Programa de atenção à saúde do idoso uma função.
a) Cirurgião-dentista: desenvolve atividades relacio-
Para que, apesar das progressivas limitações, os ido- nadas a saúde bucal. É responsável por definir, jun-
sos possam continuar vivendo ativamente na sociedade tamente com o técnico em saúde bucal, o perfil
com qualidade de vida, dignidade e autonomia, foi cria-
epidemiológico da população sob responsabilida-
do pelo Ministério da Saúde, o Programa de Atenção In-
de da UBS, buscando planejar uma programação
tegral à Saúde do Idoso (PAISI).
Esse programa possui como objetivos: promover a que ofereça atenção individual e coletiva direcio-
saúde do idoso, prevenir agravos e garantir assistência à nadas para promoção da saúde bucal e para a pre-
pessoas com mais de 60 anos. venção de doenças. Sempre que necessário, reali-
a) Atividades relacionadas à promoção da saúde: za atendimento de urgência, pequenas cirurgias e
devem ser voltadas para a divulgação de informa- procedimentos relacionados com a colocação de
ções sobre o processo de envelhecimento e que próteses dentárias. É responsável pela supervisão
estimulem a adoção de hábitos saudáveis (alimen- do técnico e do auxiliar em saúde bucal. Também
tação equilibrada e prática de atividades físicas/de deve participar ativamente, junto dos demais pro-
lazer). fissionais da equipe, do processo de gerenciamen-
b) Prevenção de agravos: deve orientar idosos, fa- to dos insumos essenciais para o funcionamento
miliares e cuidadores sobre a prevenção de doen- da UBS.
ças crônicas (hipertensão arterial e diabetes), DST b) Técnico em Saúde Bucal (TSB): sob a supervisão do
e doenças infecciosas (podem ser evitadas com a cirurgião-dentista, esse profissional é responsável
vacinação) na terceira idade. pelo acolhimento do paciente na unidade de saúde
c) Assistência aos idosos: visa acompanhar a saúde e pela manutenção e conservação dos equipamen-
do idoso, atendendo suas necessidades; identificar tos utilizados na prestação de serviços odontológi-
as situações de risco para pessoas idosas, orien- cos. Também estão entre suas funções, fazer a remo-
tando familiares/cuidadores sobre as modifica- ção do biofilme, realizar a limpeza e a antissepsia do
ções necessárias para evitar acidentes (retirada de campo operatório (antes e após os procedimentos
tapetes, uso de iluminação adequada, sinalização cirúrgicos) e observar as medidas de biossegurança
de produtos e resíduos odontológicos. O técnico
LEGISLAÇÕES DO SUS
24
como a penicilina, ou atuar por mero contato, como a lã. vasão, começam a se multiplicar ativamente, para dar
Alergia e intolerância alimentar, condições que pro- combate aos invasores. Com isso, os gânglios incham,
vocam reações adversas em certas pessoas com a inges- formando as ínguas. É possível, muitas vezes, detectar
tão de determinados alimentos. um processo infeccioso pela existência de gânglios lin-
Alergia aguda alimentar As reações agudas aos ali- fáticos inchados.
mentos são freqüentemente as mais visíveis e perigosas
de todas as alergias. Alguém que seja alérgico a frutas Baço
secas, por exemplo, pode apresentar uma inflamação
grave na língua e no rosto e severos ataques de asma O baço está situado na região do hipocôndrio es-
e, até mesmo, morrer. Essas alergias a alimentos podem querdo, entre o fundo do estômago e o músculo dia-
afetar quase todas as regiões do corpo, dando lugar a fragma. É mole e esponjoso, fragmenta-se facilmente,
alterações como eczema, asma e urticária. e sua cor é vermelho-violácea escura. No adulto, mede
cerca de 13 cm de comprimento e 8 a 10 cm de largura.
Intolerância a alimentos É reconhecido como órgão linfático porque contém nó-
dulos linfáticos repletos de linfócitos.
Significa qualquer reação adversa a um alimento em
que, diferentemente do que ocorre nas reações alérgicas, Fonte: https://naenfermagem.webnode.com.br/ana-
o sistema imunológico não é envolvido. Por exemplo, no tomia/sistema-imunologico/
caso de certas pessoas que não possuem uma substância
química (uma enzima) nas paredes do intestino respon-
sável pela separação dos açúcares. A carência dessa en-
zima específica (lactase) gera uma intolerância à lactose. EXERCÍCIO COMENTADO
2. (Prefeitura de Vitor Meireles/SC – Agente comunitário de saúde - Fundamental – EXATA GG/2010) Doença
que se manifesta inicialmente como uma pequena ferida nos órgãos sexuais, denominada cancro duro, e com ínguas
(caroços) nas virilhas, que surgem entre a 2a ou 3a semana; em geral, entre sete e dez dias após a data de exposição à
situação de risco com pessoa infectada. Estamos nos referindo à(ao):
a) Sífilis.
b) Herpes.
c) Hanseníase.
d) Tuberculose.
e) Sarampo.
Resposta: Letra A. A doença que se manifesta inicialmente pela aparição de uma lesão cutânea, denominada cancro
duro, na genitália é a sífilis. Normalmente, essa lesão desaparece em poucas semanas sem deixar cicatrizes.
3. (SESA/ES – Médico - Superior – CESPE/2013) As atribuições dos profissionais das equipes de atenção básica de-
vem estar de acordo com as disposições legais que regulamentam o exercício de cada uma das profissões. É atribuição
específica do cirurgião-dentista:
Resposta: Letra E. Realizar a atenção em saúde bucal (promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, reabi-
litação e manutenção da saúde) individual e coletiva a todas as famílias é atribuição específica do cirurgião-dentista.
Vigilância epidemiológica
A vigilância epidemiológica tem o papel de identificar e acompanhar a evolução das principais doenças/agravos
que atingem a população.
Esse serviço envolve ações voltadas para a prevenção e o controle de doenças transmissíveis (doenças que podem
ser transmitidas de uma pessoa para outra, como a sífilis, por exemplo), doenças não transmissíveis (câncer, diabetes,
hipertensão e outras) e agravos (violência, acidentes de trabalho, mortes no trânsito e outros).
FIQUE ATENTO!
Os principais indicadores de saúde coletiva são a morbidade, a mortalidade e a letalidade. Esses indicadores
são usados para planejar e organizar as ações e serviços de atenção à saúde.
A morbidade permite conhecer a prevalência (que doenças costumam ocorrer em uma determinada área,
período e população) e a incidência (quais os novos casos da doença na mesma área, período e população)
de doenças. Está relacionada aos seguintes termos:
a) Surto: termo usado quando ocorre um aumento repentino do número de casos de uma determinada
doença em uma área específica.
b) Epidemia: termo usado quando uma determinada doença infecciosa passa a atingir um grande número
de pessoas ao mesmo tempo.
c) Pandemia: termo utilizado quando pessoas de vários países do mundo são afetadas por uma mesma
doença.
d) Endemia: termo usado quando uma doença se manifesta apenas em pessoas de uma determinada
região. Caso essa doença se espalhe e passe a afetar pessoas de outras regiões, a endemia e torna uma
LEGISLAÇÕES DO SUS
epidemia.
26
Vigilância das doenças transmissíveis q) Leptospirose: doença bacteriana causada pelo
contato direto com água ou embalagens de pro-
As doenças transmissíveis, também conhecidas como dutos contaminados com urina de rato.
doenças infecciosas, são aquelas causadas por agentes r) Malária: doença causada pelo protozoário do gê-
como vírus, bactérias, protozoários, fungos e vermes. nero Plasmódio, transmitido pela picada da fêmea
Geralmente, ocorrem por meio do contato direto com do mosquito Anopheles (mosquito que atua como
secreções infectadas (saliva, sangue, esperma, secreção vetor da doença).
nasal etc.), pela ingestão de água e alimentos contami- s) Doença de Chagas: doença causada pelo proto-
nados ou pelo contato com vetores. zoário Trypanosoma cruzi, transmitido pelo in-
Dentre as principais doenças transmissíveis estão: seto conhecido como barbeiro ou chupão (atua
a) Hepatite B: doença causada pelo vírus HBV, trans- como vetor da doença). A doença também pode
mitida por meio do contato com sangue ou outras ser transmitida pelo leite materno, pela placenta e
secreções contaminadas. pelo contato com sangue contaminado.
b) Poliomielite ou paralisia infantil: doença viral t) Esquistossomose mansônica: doença causada
causada pela ingestão de água ou alimentos con- pelo verme Schistosoma mansoni, cujo vetor é o
taminados por gotículas de muco, expelidas pela caramujo do gênero Biomphalaria, encontrado em
fala, tosse ou espirro. fontes de água doce.
c) Tétano: doença causada pelo contato de tecidos u) Escabiose ou sarna: doenças causada pelo Sar-
lesionados com terra, poeira ou objetos contami- coptes scabei, microrganismo que coloniza a pele
nados com esporos da bactéria Clostridium tetani. da pessoa doente.
d) Coqueluche: doença causada pelo contato com
secreções (expelidas pela fala, tosse ou espirro) 1 Prevenção e controle da hanseníase e da tuber-
contaminadas pela bactéria Bordetella pertussis. culose
e) Difteria: doença causada pelo contato direto com
secreções (expelidas pela fala, tosse ou espirro) Hanseníase e tuberculose são doenças transmissíveis
contaminadas pela bactéria Corynebacterium di- que ainda apresentam grande prevalência e incidência
phtheriae. no Brasil.
f) Meningite: doença causada por vírus, fungos ou
bactérias. É transmitida por meio do contato com a) Hanseníase (lepra ou Mal de Hansen): causada
secreções contaminadas pelo microrganismo. pelo bacilo Mycobacterium leprae, a hanseníase é
g) Febre amarela: doença viral causada pela picada transmitida pelo contato com as secreções conta-
do mosquito Aedes aegypti (mosquito que atua minadas eliminadas pelo doente. Seu diagnóstico
como vetor da febre amarela urbana). é realizado com base nos sinais clínicos, na obser-
h) Rubéola: doença viral causada pelo contato direto vação de áreas da pele com alterações de sensi-
com secreções (expelidas pela fala, tosse ou espir- bilidade e na identificação do microrganismo em
ro) contaminadas. exames laboratoriais. Geralmente, o tratamento
i) Sarampo: doença viral causada pelo contato direto da doença é feito em regime ambulatorial com a
com secreções (expelidas pela fala, tosse ou espir- associação de vários medicamentos, selecionados
ro) contaminadas. conforme a classificação do doente, paucibacilar
j) Caxumba: doença viral causada pelo contato direto (apresenta poucos bacilos) ou multibacilar (apre-
com secreções (expelidas pela fala, tosse ou espir- senta muitos bacilos).
ro) contaminadas. b) Tuberculose: causada pela Mycobacterium tuber-
k) Varicela ou catapora: doença viral causada pela culosis, também conhecida como bacilo de Koch
inalação de secreções (gotículas expelidas pela (BK), a tuberculose é transmitida pela inalação de
fala, tosse ou espirro) contaminadas. gotículas de secreção (expelidas pela fala, tosse
l) Raiva humana: doença viral causada por arranhões, ou espirro) contaminadas. Seu diagnóstico é feito
mordidas ou lambeduras (de mucosas ou ferimen- a partir dos sinais e sintomas apresentados pelo
tos) de animais infectados (cães, gatos, morcegos, doente (febre, sudorese, emagrecimento, tosse
macacos etc.). com ou sem sangue e dor no tórax) e do resultado
m) Hepatite A: doença viral causada pela ingestão de exames laboratoriais. Os casos confirmados da
de água ou alimentos contaminados pelas fezes de doença são tratados em regime ambulatorial por
pessoas doentes. vários meses com o uso de antibióticos.
n) Febre tifoide: doença causada pela ingestão de
Tanto a hanseníase quanto a tuberculose são favo-
LEGISLAÇÕES DO SUS
A vacinação constitui uma das estratégias mais eficazes para prevenir a ocorrência de doenças e promover a saúde.
Por isso, o Programa Nacional de Imunização (PNI) disponibiliza para a população, uma grande quantidade de vacinas,
como: BCG (previne casos graves de tuberculose), HPV (protege contra o vírus do papiloma humano), Pneu- mocócica
(protege contra pneumonia), Febre Amarela (previne a febre amarela), VOP (previne a poliomielite), Hepatite B
(previne a hepatite B), Influenza (protege contra gripe), Tríplice viral (previne sarampo, caxumba e rubéola), Dupla
adulto (previne difteria e tétano) e dTpa (protege contra difteria, tétano e coqueluche).
FIQUE ATENTO!
Nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), as vacinas são conservadas e armazenadas em refrigeradores com
temperatura controlada. Essa temperatura pode variar de 2 a 8ºC.
Na tabela ilustrada a seguir estão as vacinas recomendadas para pessoas de 0 a 60 anos ou mais:
LEGISLAÇÕES DO SUS
28
Em síntese, um sistema de informação deve dispo-
nibilizar o suporte necessário para que o planejamento,
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE. decisões e ações dos gestores, em determinado nível
decisório (municipal, estadual e federal), não se baseie
em dados subjetivos, conhecimentos ultrapassados ou
A informação é instrumento essencial para a tomada conjecturas.
de decisões. Nesta perspectiva, representa imprescindível O SIS é parte dos sistemas de saúde; como tal, inte-
ferramenta à vigilância epidemiológica, por constituir fator gra suas estruturas organizacionais e contribui para sua
desencadeador do processo ―informação-decisão-ação‖, missão. É constituído por vários sub sistemas e tem como
tríade que sintetiza a dinâmica de suas atividades que, propósito geral facilitar a formulação e avaliação das
como se sabe, devem ser iniciadas a partir da informação políticas, planos e programas de saúde, subsidiando o
de um indício ou suspeita de caso de alguma doença ou processo de tomada de decisões. Para tanto, deve contar
agravo. com os requisitos técnicos e profissionais necessários ao
Dado − é definido como ―um valor quantitativo re- planejamento, coordenação e supervisão das atividades
ferente a um fato ou circunstância‖, ―o número bruto que relativas à coleta, registro, processamento, análise, apre-
ainda não sofreu qualquer espécie de tratamento estatís- sentação e difusão de dados e geração de informações.
tico‖, ou ―a matéria-prima da produção de informação‖. Um de seus objetivos básicos, na concepção do Sis-
Informação − é entendida como ―o conhecimento tema Único de Saúde (SUS), é possibilitar a análise da
obtido a partir dos dados‖, ―o dado trabalhado‖ ou ―o re- situação de saúde no nível local tomando como referen-
sultado da análise e combinação de vários dados‖, o que cial microrregiões homogêneas e considerando, neces-
implica em interpretação, por parte do usuário. É ―uma sariamente, as condições de vida da população na deter-
descrição de uma situação real, associada a um referencial minação do processo saúde-doença. O nível local tem,
explicativo sistemático‖. então, responsabilidade não apenas com a alimentação
Não se deve perder de vista que a informação em saú- do sistema de informação em saúde mas também com
de é o esteio para a gestão dos serviços, pois orienta a im- sua organização e gestão. Deste modo, outro aspecto
plantação, acompanhamento e avaliação dos modelos de de particular importância é a concepção do sistema de
atenção à saúde e das ações de prevenção e controle de informação, que deve ser hierarquizado e cujo fluxo as-
doenças. São também de interesse dados/informações cendente dos dados ocorra de modo inversamente pro-
produzidos extra-setorialmente, cabendo aos gestores porcional à agregação geográfica, ou seja, no nível local
do Sistema a articulação com os diversos órgãos que os faz-se necessário dispor, para as análises epidemiológi-
produzem, de modo a complementar e estabelecer um cas, de maior número de variáveis.
fluxo regular de informação em cada nível do setor saú- Felizmente, os atuais recursos do processamento
de. eletrônico estão sendo amplamente utilizados pelos sis-
Oportunidade, atualidade, disponibilidade e cober- temas de informação em saúde, aumentando sua eficiên-
tura são características que determinam a qualidade da cia na medida em que possibilitam a obtenção e proces-
informação, fundamentais para que todo o Sistema de samento de um volume de dados cada vez maior, além
Vigilância Epidemiológica apresente bom desempenho. de permitirem a articulação entre diferentes subsistemas.
Dependem da concepção apresentada pelo Sistema de Entre os sistemas nacionais de informação em saúde
Informação em Saúde (SIS), e sua sensibilidade para cap- existentes, alguns se destacam em razão de sua maior
tar o mais precocemente possível as alterações que po- relevância para a vigilância epidemiológica:
dem ocorrer no perfil de morbimortalidade de uma área,
e também da organização e cobertura das atividades de- Sistema de Informação de Agravos de Notificação
senvolvidas pela vigilância epidemiológica. (Sinan)
Entende-se sistema como o ―conjunto integrado de O mais importante sistema para a vigilância epide-
partes que se articulam para uma finalidade comum.‖ miológica foi desenvolvido entre 1990 e 1993, visando
Para sistema de informação existem várias definições, sanar as dificuldades do Sistema de Notificação Compul-
tais como: sória de Doenças (SNCD) e substituí-lo, tendo em vista
o razoável grau de informatização disponível no país. O
• ―conjunto de unidades de produção, análise e divul- Sinan foi concebido pelo Centro Nacional de Epidemio-
gação de dados que atuam integradas e articula- logia, com o apoio técnico do Datasus e da Prefeitura
damente com o propósito de atender às deman- Municipal de Belo Horizonte para ser operado a partir
das para o qual foi concebido‖; das unidades de saúde, considerando o objetivo de co-
• ―reunião de pessoas e máquinas, com vistas à ob- letar e processar dados sobre agravos de notificação em
tenção e processamento de dados que atendam todo o território nacional, desde o nível local. Mesmo
LEGISLAÇÕES DO SUS
30
as características de pessoa, tempo e lugar, particular- loridas, cuja emissão e distribuição para os estados, em
mente no que tange às doenças transmissíveis de notifi- séries prénumeradas, é de competência exclusiva do Mi-
cação obrigatória, além de outros indicadores epidemio- nistério da Saúde. Para os municípios, a distribuição fica
lógicos e operacionais utilizados para as avaliações local, a cargo das secretarias estaduais de saúde, devendo as
municipal, estadual e nacional. secretarias municipais se responsabilizarem por seu con-
As informações da ficha de investigação possibili- trole e distribuição entre os profissionais médicos e insti-
tam maior conhecimento acerca da situação epidemio- tuições que a utilizem, bem como pelo recolhimento das
lógica do agravo investigado, fontes de infecção, modo primeiras vias em hospitais e cartórios.
de transmissão e identificação de áreas de risco, dentre O preenchimento da DO deve ser realizado exclusi-
outros importantes dados para o desencadeamento das vamente por médicos, exceto em locais onde não exis-
atividades de controle. A manutenção periódica da atua- tam, situação na qual poderá ser preenchida por oficiais
lização da base de dados do Sinan é fundamental para de Cartórios de Registro Civil, assinada por duas teste-
o acompanhamento da situação epidemiológica dos munhas. A obrigatoriedade de seu preenchimento, para
agravos incluídos no Sistema. Dados de má qualidade, todo óbito ocorrido, é determinada pela Lei Federal n°
oriundos de fichas de notificação ou investigação com a 6.015/73. Em tese, nenhum sepultamento deveria ocorrer
maioria dos campos em branco, inconsistências nas in- sem prévia emissão da DO. Mas, na prática, sabe-se da
formações (casos com diagnóstico laboratorial positivo, ocorrência de sepultamentos irregulares, em cemitérios
porém encerrado como critério clínico) e duplicidade de clandestinos (e eventualmente mesmo em cemitérios
registros, entre outros problemas frequentemente iden- oficiais), o que afeta o conhecimento do real perfil l de
tificados nos níveis estadual ou federal, apontam para a mortalidade, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste.
necessidade de uma avaliação sistemática da qualida- O registro do óbito deve ser feito no local de ocor-
de da informação coletada e digitada no primeiro nível rência do evento. Embora o local de residência seja a
hierárquico de entrada de dados no Sistema, que torna informação comumente mais utilizada, na maioria das
possível a obtenção de dados confiáveis, indispensáveis análises do setor saúde a ocorrência é fator importan-
para o cálculo de indicadores extremamente úteis, tais te no planejamento de algumas medidas de controle,
como as taxas de incidência, letalidade, mortalidade e como, por exemplo, no caso dos acidentes de trânsito e
coeficiente de prevalência, entre outros. doenças infecciosas que exijam a adoção de medidas de
Roteiros para a realização da análise da qualidade controle no local de ocorrência. Os óbitos ocorridos fora
da base de dados e cálculos dos principais indicadores do local de residência serão redistribuídos, quando do
epidemiológicos e operacionais estão disponíveis para fechamento das estatísticas, pelas secretarias estaduais
os agravos de notificação compulsória, bem como toda e Ministério da Saúde, permitindo, assim, o acesso aos
a documentação necessária para a correta utilização do dados tanto por ocorrência como por residência do fa-
Sistema (dicionário de dados e instrucionais de preenchi- lecido.
mento das fichas Manual de Normas e Rotinas e Opera- O SIM constitui importante elemento para o Sistema
cional). Nacional de Vigilância Epidemiológica, tanto como fonte
Para que o Sinan se consolide como a principal fonte principal de dados, quando há falhas de registro de casos
de informação de morbidade para as doenças de noti- no Sinan, quanto como fonte complementar, por tam-
ficação compulsória, faz-se necessário garantir tanto a bém dispor de informações sobre as características de
cobertura como a qualidade das informações. Sua uti- pessoa, tempo e lugar, assistência prestada ao paciente,
lização plena, em todo o território nacional, possivel- causas básicas e associadas de óbito, extremamente re-
mente possibilitará a obtenção dos dados indispensáveis levantes e muito utilizadas no diagnóstico da situação de
ao cálculo dos principais indicadores necessários para o saúde da população.
monitoramento dessas doenças, gerando instrumentos As informações obtidas pela DO também possibili-
para a formulação e avaliação das políticas, planos e pro- tam o delineamento do perfil de morbidade de uma área,
gramas de saúde, subsidiando o processo de tomada de no que diz respeito às doenças mais letais e às doenças
decisões e contribuindo para a melhoria da situação de crônicas não sujeitas à notificação compulsória, repre-
saúde da população. sentando, praticamente, a única fonte regular de dados.
Indicadores são variáveis susceptíveis à mensuração Para as doenças de notificação compulsória, a utilização
direta, produzidos com periodicidade definida e critérios eficiente desta fonte de dados depende da verificação
constantes. A disponibilidade de dados, simplicidade téc- rotineira da presença desses agravos no banco de dados
nica, uniformidade, sinteticidade e poder discriminatório do SIM. Deve-se também checar se as mesmas constam
são requisitos básicos para sua elaboração. Os indicado- no Sinan, bem como a evolução do caso para óbito.
res de saúde refletem o estado de saúde da população Uma vez preenchida a DO, quando se tratar de óbi-
de determinada comunidade. tos por causas naturais, ocorridos em estabelecimento
LEGISLAÇÕES DO SUS
32
a segunda (amarela) deverá ser entregue ao responsável Reúne informações de cerca de 70% dos internamen-
pela criança, para a obtenção da Certidão de Nascimento tos hospitalares realizados no país, tratando-se, portan-
no Cartório de Registro Civil, onde ficará retida; a terceira to, de grande fonte das enfermidades que requerem in-
(rosa) será arquivada no prontuário da puérpera. Para os ternação, importante para o conhecimento da situação
partos domiciliares com assistência médica, a primeira via de saúde e gestão de serviços. Ressalte-se sua gradativa
deverá ser enviada para a SMS e a segunda e terceira vias incorporação à rotina de análise e informações de alguns
entregues ao responsável, que utilizará a segunda via para órgãos de vigilância epidemiológica de estados e muni-
registro do nascimento em cartório e a terceira para apre- cípios.
sentação em unidade de saúde onde realizar a primeira Seu instrumento de coleta de dados é a Autorização
consulta da criança. Nos partos domiciliares sem assistên- de Internação Hospitalar (AIH), atualmente emitida pe-
cia médica, a DN será preenchida no Cartório de Registro los estados a partir de uma série numérica única defini-
Civil, que reterá a primeira via, a ser recolhida pela SMS, e da anualmente em portaria ministerial. Este formulário
a segunda, para seus arquivos. A terceira via será entregue contém, entre outros, os dados de atendimento, com
ao responsável, que a destinará à unidade de saúde do os diagnósticos de internamento e alta (codificados de
primeiro atendimento da criança. acordo com a CID), informações relativas às característi-
Também nesses casos as primeiras vias da DN deve- cas de pessoa (idade e sexo), tempo e lugar (procedência
rão ser recolhidas ativamente pelas secretarias municipais do paciente) das internações, procedimentos realizados,
de saúde, que após digitá-las envia o consolidado para as valores pagos e dados cadastrais das unidades de saúde,
SES, onde os dados são processados e distribuídos segun- que permitem sua utilização para fins epidemiológicos.
do o município de residência e, a seguir, enviados para As séries numéricas de AIHs são mensalmente for-
o MS, que os reagrupa por estados de residência, sendo necidas pelo Ministério da Saúde às secretarias es-
disponibilizados pela SVS através do site www.datasus.gov. taduais de saúde , de acordo com o quantitativo anual
br e em CD-ROM. Em todos os níveis do sistema, os dados estipulado para o estado, que desde o início de 1995 é
deverão ser criticados. As críticas realizadas visam detectar equivalente ao máximo de 9% da população residente
possíveis erros de preenchimento da Declaração de Nas- (estimada pelo IBGE). Quando se trata de município em
cido Vivo ou da digitação de dados. Sua validação é feita gestão plena do sistema, a cota de AIH definida pela Pro-
pelo cruzamento de variáveis para verificação de consis- gramação Pactuada e Integrada (PPI) é repassada dire-
tência, como, por exemplo, o peso do bebê com o tempo tamente pelo Ministério da Saúde para o município. O
de gestação ou a idade da mãe com a paridade. banco de dados do prestador envia as informações para
A utilização dos dados deste sistema para o planeja- o Datasus, com cópia para a secretaria estadual de saúde.
mento e tomada de decisões nas três esferas de governo Nos municípios em gestão plena de atenção básica, é o
ainda é incipiente. Na maioria das vezes, como denomina- estado que faz a gestão da rede hospitalar.
dor para o cálculo de taxas como as de mortalidade infan- Os números de AIHs têm validade de quatro meses,
til e materna, por exemplo. Apesar disso, alguns indicado- não sendo mais aceitos pelo sistema.
res vêm sendo propostos − a grande maioria voltada à Tal regra permite certa compensação temporal na-
avaliação de risco da mortalidade infantil e a qualidade queles estados em que a sazonalidade da ocorrência de
da rede de atenção à gravidez e ao parto. doenças influencia fortemente o número de internações.
Entre os indicadores de interesse para a atenção à
saúde materno-infantil, são imprescindíveis as informa- O banco de dados, correspondente ao cadastro de
ções contidas na DN: proporção de nascidos vivos de todas as unidades prestadoras de serviços hospitalares
baixo peso, proporção de nascimentos prematuros, pro- ao SUS credenciadas, é permanentemente atualizado
porção de partos hospitalares, proporção de nascidos sempre que há credenciamento, descredenciamento ou
vivos por faixa etária da mãe, valores do índice Apgar qualquer modificação de alguma característica da unida-
no primeiro e quinto minutos, número de consultas pré- de de saúde.
-natal realizadas para cada nascido vivo, dentre outros. Os dados produzidos por este Sistema são ampla-
Além desses, podem ainda ser calculados indicadores mente disponibilizados pelo site. datasus.gov.br e pela
clássicos voltados à caracterização geral de uma po- BBS (Bulletin Board System) do Ministério da Saúde, além
pulação, como a taxa bruta de natalidade e a taxa de de CDROM com produção mensal e anual consolidadas.
fecundidade geral. Os arquivos disponibilizados podem ser de dois tipos: o
―movimento‖, em que constam todos os dados, e o ―re-
Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) duzido‖, em que não aparecem os relativos aos serviços
profissionais.
O SIH/SUS, que possui dados informatizados desde O SIH/SUS foi desenvolvido para propiciar a elabo-
ração de alguns indicadores de avaliação de desempe-
1984, não foi concebido sob a lógica epidemiológica,
LEGISLAÇÕES DO SUS
das análises epidemiológicas, por exemplo: número de Nutricional (Sisvan) – instrumento de políticas federais,
consultas médicas por habitante/ano; número de consul- focalizadas e compensatórias. Atualmente, encontra-se
tas médicas por consultório; número de exames/terapias implantado em aproximadamente 1.600 municípios con-
realizados pelo quantitativo de consultas médicas. siderados de risco para a mortalidade infantil.
Desde julho de 1994 as informações relacionadas a Disponibiliza informações sobre o programa de re-
esse sistema estão disponíveis no site www.datasus.gov. cuperação de crianças desnutridas e gestantes sob risco
br e por CD-ROM. nutricional.
34
Sistema de Informações do Programa Nacional dejetos e lixo, poluição ambiental, condições de
de Imunização (SI-PNI) – implantado em todos os mu- habitação, estudo de vetores;
nicípios brasileiros, fornece dados relativos à cobertura • recursos de saúde e produção de serviços – recursos
vacinal de rotina e, em campanhas, taxa de abandono e físicos, humanos, financeiros, produção na rede de
controle do envio de boletins de imunização. Além do serviços básicos de saúde e em outras instituições
módulo de avaliação do PNI, este Sistema dispõe de um de saúde, vigilância sanitária; no âmbito documen-
subsistema de estoque e distribuição de imunobiológi- tal e administrativo: legislação médico-sanitária,
cos. referências bibliográficas e sistemas administrati-
vos.
Sistema de Informação de Vigilância da Qualida-
de da Água para Consumo Humano (Siságua) – forne- Existem outros dados necessários ao município e não
ce informações sobre a qualidade da água para consumo coletados regularmente, que podem ser obtidos median-
humano, proveniente dos sistemas público e privado, e te de inquéritos e estudos especiais, de forma eventual
soluções alternativas de abastecimento. Objetiva coletar, e localizada.
transmitir e disseminar dados gerados rotineiramente, Contudo, é preciso haver racionalidade na definição
de forma a produzir informações necessárias à prática dos dados a serem coletados, processados e analisados
da vigilância da qualidade da água de consumo humano no SIS, para evitar desperdício de tempo, recursos e des-
(avaliação da problemática da qualidade da água e defi- crédito no sistema de informação, tanto pela população
nição de estratégias para prevenir e controlar os proces- como pelos técnicos.
sos de sua deterioração e transmissão de enfermidades)
por parte das secretarias municipais e estaduais de saú- Divulgação das informações
de, em cumprimento à Portaria nº 36/90, do Ministério
A retroalimentação dos sistemas deve ser conside-
da Saúde.
rada um dos aspectos fundamentais para o contínuo
Além das informações decorrentes dos sistemas processo de aperfeiçoamento, gerência e controle da
descritos existem outras grandes bases de dados de inte- qualidade dos dados.
resse para o setor saúde, com padronização e abrangên- Tal prática deve ocorrer nos seus diversos níveis, de
cia nacionais. Entre elas destacam-se: Cadernos de Saúde forma sistemática, com periodicidade previamente de-
e Rede Interagencial de Informação para a Saúde/ Ripsa, finida, de modo a permitir a utilização das informações
da qual um dos produtos é o IDB/Indicadores e Dados quando da tomada de decisão e nas atividades de pla-
Básicos para a Saúde (acesso via www.datasus.gov.br ou nejamento, definição de prioridades, alocação de recur-
www.saude.gov.br), além daquelas disponibilizadas pelo sos e avaliação dos programas desenvolvidos. Adicio-
IBGE (particularmente no que se refere ao Censo Demo- nalmente, a divulgação das informações geradas pelos
gráfico, à Pesquisa Brasileira por Amostragem de Domi- sistemas assume valor inestimável como instrumento
cílios – Pnad e Pesquisa Nacional de Saneamento Básico de suporte ao controle social, prática que deve ser esti-
2000). É também importante verificar outros bancos de mulada e apoiada em todos os níveis e que deve definir
dados de interesse à área da saúde, como os do Minis- os instrumentos de informação, tanto para os profissio-
tério do Trabalho (Relação Anual de Informações Sociais/ nais de saúde como para a comunidade.
Rais) e os do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho
(informações sobre riscos ocupacionais por atividade Perspectivas atuais
econômica), bem como fontes de dados resultantes de
Desde 1992, a SVS vem desenvolvendo, de forma
estudos e pesquisas realizados por instituições como o
descentralizada, uma política de estímulo ao uso da in-
Ipea e relatórios e outras publicações de associações de
formação e da informática como subsídio à implantação
empresas que atuam no setor médico supletivo (medici-
do SUS no país.
na de grupo, seguradoras, autogestão e planos de admi- Para isso, adotou iniciativas junto aos estados e mu-
nistração). nicípios, visando a descentralização do uso do SIM, Sinan
A maioria dos sistemas de informação ora apresen- e Sinasc, financiou cursos de informação, epidemiologia e
tados possui manual instrucional e modelos dos instru- informática, e divulgou os programas EPI-Info e Epimap.
mentos de coleta (fichas e declarações) para implantação Este processo vem avançando, particularmente, a partir
e utilização em computador – disponibilizados pela Se- da implantação da Norma Operacional Básica do
cretaria de Vigilância em Saúde. Sistema Único de Saúde (NOB 01/96) e da instituição da
A utilização dos sistemas de informações de saúde transferência de recursos, fundo a fundo, para o desen-
e de outras fontes de dados, pelos serviços de saúde e volvimento de atividades na área de epidemiologia (Por-
instituições de ensino e pesquisa, dentre outras, pode ser taria MS nº 1.399/99).
LEGISLAÇÕES DO SUS
36
informações sobre o custo das intervenções das quais cas ou sociais, estado de saúde, de anomalia, patolo-
a pessoa se beneficiou; outras informações que forem gia ou deficiência, garantindo-lhe:
necessárias; - identificação pelo nome e sobrenome civil, devendo
- toda pessoa tem o direito de decidir se seus fami- existir em todo documento do usuário e usuária um
liares e acompanhantes deverão ser informados sobre campo para se registrar o nome social, independente
seu estado de saúde; do registro civil sendo assegurado o uso do nome de
- registro atualizado e legível no prontuário, das se- preferência, não podendo ser identificado por número,
guintes informações: motivo do atendimento e/ou in- nome ou código da doença ou outras formas desres-
ternação; dados de observação e da evolução clínica; peitosas ou preconceituosas;
prescrição terapêutica; avaliações dos profissionais da - a identificação dos profissionais, por crachás visíveis,
equipe; e) procedimentos e cuidados de enfermagem; legíveis e/ou por outras formas de identificação de fá-
quando for o caso, procedimentos cirúrgicos e anes- cil percepção;
tésicos, odontológicos, resultados de exames comple- - nas consultas, nos procedimentos diagnósticos, pre-
mentares la- boratoriais e radiológicos; a quantidade ventivos, cirúrgicos, terapêuticos e internações, o se-
de sangue recebida e dados que garantam a quali- guinte:
dade do sangue, como origem, sorologias efetuadas e a integridade física;
prazo de validade; identificação do responsável pelas a privacidade e ao conforto;
anotações; outras informações que se fizerem neces- a individualidade;
sárias; aos seus valores éticos, culturais e religiosos;
- o acesso à anestesia em todas as situações em que a confidencialidade de toda e qualquer informação
for indicada, bem como a medicações e procedimen- pessoal;
tos que possam aliviar a dor e o sofrimento; a segurança do procedimento;
- o recebimento das receitas e prescrições terapêuti- o bem-estar psíquico e emocional;
cas, devem conter: o nome genérico das substâncias - o atendimento agendado nos serviços de saúde, pre-
prescritas; clara indicação da dose e do modo de usar. ferencialmente com hora marcada;
escrita impressa, datilografada ou digitada, ou em ca- - o direito a acompanhante, pessoa de sua livre esco-
ligrafia legível; textos sem códigos ou abreviaturas; o lha, nas consultas e exames;
nome legível do profissional e seu número de registro - o direito a acompanhante, nos casos de internação,
no conselho profissional; e a assinatura do profissional nos casos previstos em lei, assim como naqueles em
e a data; que a autonomia da pessoa estiver comprometida;
- recebimento, quando prescritos, dos medicamen- - o direito a visita diária não inferior a duas horas,
tos que compõem a farmácia básica e, nos casos de preferencialmente aberta em todas as unidades de
necessidade de medicamentos de alto custo deve ser internação, ressalvadas as situações técnicas não in-
garantido o acesso conforme protocolos e normas do dicadas;
Ministério da Saúde; - a continuidade das atividades escolares, bem como
- o acesso à continuidade da atenção no domicílio, o estímulo à recreação, em casos de internação de
quando pertinente, com estímulo e orientação ao au- criança ou adolescente;
tocuidado que fortaleça sua autonomia e a garantia - a informação a respeito de diferentes possibilida-
de acompanhamento em qualquer serviço que for ne- des terapêuticas de acordo com sua condição clínica,
cessário; baseado nas evidências científicas e a relação custo-
- o encaminhamento para outros serviços de saúde -benefício das alternativas de tratamento, com direito
deve ser por meio de um documento que contenha: à recusa, atestado na presença de testemunha;
caligrafia legível ou datilografada ou digitada ou por - a escolha do local de morte;
meio eletrônico; - o direito à escolha de alternativa de tratamento,
resumo da história clínica, possíveis diagnósticos, quando houver, e à consideração da recusa de trata-
tratamento realizado, evolução e o motivo do enca- mento proposto;
minhamento; linguagem clara evitando códigos ou - o recebimento de visita, quando internado, de outros
abreviaturas; profissionais de saúde que não pertençam àquela uni-
nome legível do profissional e seu número de registro dade hospitalar sendo facultado a esse profissional o
no conselho profissional, assinado e datado; e identifi- acesso ao prontuário;
cação da unidade de saúde que recebeu a pes- - a opção de marcação de atendimento por telefone
soa, assim como da Unidade que está sendo encami- para pessoas com dificuldade de locomoção;
nhada. - o recebimento de visita de religiosos de qualquer cre-
Art. 4º Toda pessoa tem direito ao atendimento hu- do, sem que isso acarrete mudança da rotina de trata-
manizado e acolhedor, realizado por profissionais mento e do estabelecimento e ameaça à segurança ou
LEGISLAÇÕES DO SUS
xas denúncias, necessidades, sugestões e outras ma- serviços de saúde e aos diversos mecanismos de par-
nifestações por meio das ouvidorias, urnas e qualquer ticipação.
outro mecanismo existente, sendo sempre respeitado § 1º O direito previsto no caput deste artigo, inclui a
na privacidade, no sigilo e na confidencialidade; e informação, com linguagem e meios de comunicação
- a participação nos processos de indicação e/ou elei- adequados, sobre:
ção de seus representantes nas conferências, nos con- - o direito à saúde, o funcionamento dos serviços de
selhos de saúde e nos conselhos gestores da rede SUS. saúde e sobre o SUS;
38
- os mecanismos de participação da sociedade na for- - promover melhorias contínuas, na rede SUS, como
mulação, acompanhamento e fiscalização das políti- a informatização, para implantar o Cartão SUS e o
cas e da gestão do SUS; Prontuário Eletrônico com os objetivos de:
- as ações de vigilância à saúde coletiva compreendendo otimizar o financiamento;
a vigilância sanitária, epidemiológica e ambiental; e qualificar o atendimento aos serviços de saúde;
- a interferência das relações e das condições sociais, melhorar as condições de trabalho;
econômicas, culturais, e ambientais na situação da reduzir filas; e
saúde das pessoas e da coletividade. ampliar e facilitar o acesso nos diferentes serviços de
§ 2º Os órgãos de saúde deverão informar as pessoas saúde.
sobre a rede SUS mediante os diversos meios de co- Art. 9º Os direitos e deveres dispostos nesta Portaria
municação, bem como nos serviços de saúde que com- constitui em a Carta dos Direitos dos Usuários da Saú-
põem essa rede de participação popular, em relação a:
de.
- endereços;
Parágrafo único. A Carta dos Direitos dos Usuários da
- telefones;
- horários de funcionamento; e Saúde deverá ser disponibilizada a todas as pessoas
- ações e procedimentos disponíveis. por meios físicos e na internet, no seguinte endereço
§ 3º Em cada serviço de saúde deverá constar, em local eletrônico: www. saude.gov.br.
visível à população: Art. 10. Esta Portaria entra em vigor na data de sua
- nome do responsável pelo serviço; publicação.
- nomes dos profissionais; Art. 11. Fica revogada a Portaria nº 675, de 30 de
- horário de trabalho de cada membro da equipe, in- março de 2006, publicada no Diário
clu-
sive do responsável pelo serviço; e Oficial da União nº 63 de 31 de março de 2006, seção
- ações e procedimentos disponíveis. 1, página 131.
§ 4º As informações prestadas à população devem
ser claras, para propiciar a compreensão por toda e
qualquer pessoa.
§ 5º Os conselhos de saúde deverão informar à POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO PER-
população sobre: MANENTE. COAPES, ACOMPANHAR ES-
- formas de participação; TÁGIO PRÁTICO DE ALUNOS DOS CURSOS
- composição do conselho de saúde;
DE GRADUAÇÃO, RESIDÊNCIA E ESPECIA-
- regimento interno dos conselhos;
LIZAÇÃO EM UNIDADES HOSPITALARES
- Conferências de Saúde;
- data, local e pauta das reuniões; e VI - deliberações E OU AMBULATORIAIS, PARTICIPAR DAS
e ações desencadeadas. DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO.
§ 6º O direito previsto no caput desse artigo inclui a
participação de conselhos e conferências de saúde, o
direito de representar e ser representado em todos os Os A Educação Permanente em Saúde (EPS) se confi-
mecanismos de participação e de controle social do gura como uma proposta de aprendizagem no trabalho,
SUS. onde o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano
Art. 8º Toda pessoa tem direito a participar dos conse-
das organizações. A EPS se baseia na aprendizagem sig-
lhos e conferências de saúde e de exigir que os gesto-
nificativa e na possibilidade de transformar as práticas
res cumpram os princípios anteriores.
profissionais. Caracteriza-se, portanto, como uma intensa
Parágrafo único. Os gestores do SUS, das três esferas
vertente educacional com potencialidades ligadas a me-
de governo, para observância desses princípios, com-
prome- canismos e temas que possibilitam gerar reflexão sobre
tem-se a: o processo de trabalho, autogestão, mudança institucio-
- promover o respeito e o cumprimento desses direi- nal e transformação das práticas em serviço, por meio da
tos e deveres, com a adoção de medidas progressivas, proposta do aprender a aprender, de trabalhar em equi-
para sua efetivação; pe, de construir cotidianos e eles mesmos constituírem-
- adotar as providências necessárias para subsidiar a -se como objeto de aprendizagem individual, coletiva e
divulgação desta Portaria, inserindo em suas ações as institucional.
diretrizes relativas aos direitos e deveres das pessoas;
- incentivar e implementar formas de participação dos Nessa perspectiva, o Ministério da Saúde instituiu, no
trabalhadores e usuários nas instâncias e participação ano de 2004, a Política Nacional de Educação Permanente
LEGISLAÇÕES DO SUS
40
b) Apenas afirmativa II está correta. saúde pública expõem os trabalhado- res a uma
c) Apenas afirmativas I e II estão corretas. variedade de riscos associados aos materiais
d) Apenas afirmativas I, II e III estão corretas empregados e aos métodos utilizados. Visando minimi-
zar ou eliminar estes riscos, é essencial o estabelecimento
5. (Pref. Munic. de Itaporã - Enfermeiro – IBFC - 2015 ) de um programa de Biossegurança para os laboratórios.
De acordo com art. 5º da Lei nº 8.080/90, de 19 de se- Neste aspecto, a atuação do Sistema Único de Saúde
configura-se como de vital importância, para tanto prevê
tembro de 1990, são objetivos do Sistema Único de Saú-
em sua Lei Orgânica que, a União, os Estados, o Distrito
de – SUS: Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito admi-
I - divulgação de informações quanto ao potencial dos ser- nistrativo, as seguintes atribuições, entre outras:
viços de saúde e a sua utilização pelo usuário.
II - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes 1. fomentar, coordenar e executar programas e proje-
e determinantes da saúde. tos estratégicos de atendimento na área da saúde,
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de do meio ambiente e do desenvolvimento social.
promoção, proteção e recuperação da saúde, com a reali- 2. elaborar normas técnicas e estabelecer padrões de
zação integrada das qualidade para promoção da saúde do trabalha-
ações assistenciais e das atividades preventivas. dor.
IV - preservação da autonomia das pessoas na defesa de 3. elaborar normas técnico-científicas de promoção,
sua integridade física e moral. proteção e recuperação da saúde.
4. promover articulação com os órgãos de fiscaliza-
Considerando os itens acima, podemos afirmar que: ção do exercício profissional e outras entidades re-
presentativas da sociedade civil para a definição e
a) II e III estão corretos. controle dos padrões éticos para pesquisa, ações e
b) I,II e III estão corretos. serviços de saúde.
c) I e IV estão corretos.
O correto está em:
d) III e IV estão corretos.
a) 2 e 4, apenas.
6. (Pref. Munic. de Itaporã - Enfermeiro – IBFC - 2015 ) b) 2, 3 e 4, apenas.
Analise as assertivas e assinale a alternativa que apresen- c) 1 e 3, apenas.
ta as corretas. Estão incluídas no campo de atuação do d) 1, 2, 3 e 4.
Sistema Único de Saúde (SUS), a execução de ações de:
9. (Pref.Munic.de Londrina-PR – Agente de Saúde –
I . vigilância sanitária. Técnico – VUNESP - 2014) ―Permite transferir a respon-
II. vigilância epidemiológica. sabilidade e os recursos necessários para exercerem a
III. saúde do trabalhador. gestão do Sistema Único de Saúde sobre as ações e os
IV. assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica. serviços de saúde prestados em seu território‖. O concei-
to faz referência à:
a) Apenas I, II e III.
b) Apenas II, III e IV. a) Humanização.
c) Apenas II e III. b) Municipalização.
d) Apenas I, II e IV. c) Estratégia Saúde da Família.
e) I, II, III e IV. d) Comissão Bipartite.
O diagnóstico do paciente traça as diretrizes para o -Explicar ao paciente o que vai ser feito, a fim de ob-
tratamento e cuidado de enfermagem. Para que o diag- ter a sua colaboração;
nostico seguro seja estabelecido há a necessidade de um -Verificar sua higiene corporal;
exame completo, que consta de exame físico e psicoló- -Oferecer-lhe a comadre (se necessário);
gico. Os instrumentos básicos dos exames físicos são os -Levá-lo- para a sala de exame ou cercar a cama com
sentidos humanos da visão, tato, audição e olfato. Certos biombo;
-Dispor o material para o exame sobre a mesa auxiliar;
instrumentos podem facilitar e oferecer maior precisão
-Cobrir o paciente de acordo com o tipo do exame, e
quanto a fenômenos acústicos e visuais como estetoscó-
da rotina do serviço.
pio e oftalmoscópio.
Obs.:
Métodos de Exame Físico - Evitar descobrir o paciente mais do que necessário,
procurando também não atrapalhar o medico:
São quatro os métodos universalmente usados - Usar roupas folgadas ou lençóis para permitir mu-
para exame físico: danças de posição com maior rapidez;
-Inspeção: é a observação do estado geral do pacien- - Não permitir que o paciente sinta frio descobrindo
te, coloração da pele, presença de deformação como só a região a examinar;
edema, estado nutricional, padrão de fala, temperatura - Deixa-lo o mais seguro e confortável possível.
corporal, postura, movimento do corpo.
-Palpação: consiste em sentir as estruturas (tecidos, Prestar Assistência Durante o Exame Físico
órgão), do corpo através da manipulação.
-Percussão: efetuada com leves pancadas das pontas -Certificar-se da temperatura e iluminação da sala.
dos dedos sobre uma área do corpo. O som produzido Fechar janelas se estiver frio e providenciar um foco se a
revela o estado dos órgãos internos. iluminação for deficiente.
-Verificar T.P.R.P. A, peso, altura e anotar no prontuá-
-Ausculta: consiste em escutar ruídos no corpo, es-
rio;
pecialmente para verificar o funcionamento do coração, -Despir a camisola do paciente, cobrindo-o com lençol;
pulmão, pleura e outros órgãos. Para isto utiliza-se o es-
-Avisar o medica que o paciente esta pronto para o
tetoscópio. exame;
No exame físico verificar: -Colocar-se junto à cama do lado oposto aquele que
-Condições Gerais: estado de consciência, aspecto de estiver o medico;
nutrição e hidratação, expressão facial,condições de lo- -Entregar-lhe os objetos à medida que necessitar.
comoção, vícios, peso, altura, idade aparente, alergia a
drogas. Obs.: - Se for o enfermeiro ou auxiliar que for reali-
-Sinais Vitais: Pulso, respiração, pressão arterial, tem- zar o exame físico do paciente ou, colher algum material
peratura. para exame todos os cuidados acima deverão também
-Postura e Aparelho Locomotor Motricidade, mecâni- serem seguidos.
ca corporal e marcha.
-Tórax e Pulmões Contorno, expansibilidade, intensi- Posições para o Exame Físico:
dade de ruídos respiratórios.
-Abdômen: Cicatrizes, lesões. a) Posição Ginecológica
Indicações: (exame vaginal, exame vulvo vaginal, lava-
Atribuições do Auxiliar de Enfermagem no Exame gem vaginal, sondagem vesical, tricotomia).
Físico
Descrição da Posição:
-Colocar a paciente em de decúbito dorsal;
Preparar o material que consiste em:
-Joelhos flexionados e bem separados, com os pés
- Termômetro; sobre a cama;
-Oftalmoscópio; -Proteger a paciente com lençol ate o momento do
- Esfigmomanômetro; exame.
- Otoscópio;
- Estetoscópio; Técnica
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- Proteger o paciente com lençol, expondo apenas o tas ou alguém de sua família. Entrega-los ao responsável
necessário. para guarda-los no cofre do hospital ou conforme rotina
- Recompor a Unidade. da instituição;
- Lavar as mãos. - Levar o paciente ate seu quarto e orientá-lo quanto
- Anotar no prontuário do paciente. às instalações sanitárias e demais dependências da en-
Técnica de verificação de medidas antropométri- fermaria;
cas: - Deixar a campainha ao seu alcance;
- Providenciar para que o paciente conheça a equipe
Definição: e a verificação do peso corporal e altura que lhe dará assistência. Mostrar-lhe o regulamento do
do paciente. hospital quanto à visita, horas de repouso, de refeição,
Finalidade: averiguar o peso e altura do paciente. etc.;
- Encaminhar o paciente para o banho oferecendo o Sintoma Objetivo: E aquele notado ou sentido pelo
material; observador, e sinônimo de sinal. Ex. vomito, edema, etc.
- Arrumar a cama conforme técnica de arrumação de Síndrome: E um complexo de conjunto de sinais e
cama aberta; sintomas.
- Acomodar o paciente e verificar os sinais vitais, fazer
o exame físico conforme a técnica, lavando as mãos em A observação serve não só para descobrir anormali-
seguida; dades, mas também para identificar a potencialidade do
- Anotar na folha de evolução de enfermagem o ho- individuo. A observação global associada a outras obser-
rário da admissão, sinais vitais, exame físico completo, e vações gerais leva a descoberta de aspectos favoráveis,
se o paciente veio sozinho acompanhado, deambulando, podendo indicar ausência de problemas, recuperação, ou
em cadeira de rodas ou de maca; mesmo os recursos físicos e mentais, dos quais o indivi-
- Comunicar o serviço de nutrição a dieta do paciente; duo dispõe para auxiliar na sua própria recuperação.
- Encaminhar pedidos de exames;
- Iniciar o tratamento propriamente dito; Anotações de enfermagem:
-Finalidades Relatar por escrito às observações do pa-
Alta Hospitalar ciente;
-Contribuir com informações para o diagnostico me-
Técnica dico e de enfermagem;
- Verificar se a folha de alta esta assinada pelo me- -Contribuir com informações para fazer o planeja-
dico; mento do plano de cuidados de enfermagem;
- Reunir e entregar os pertences ao paciente; -Servir de elementos para pesquisa;
- Verificar se existem valores do paciente guardados -Fornecer elementos para auditoria de enfermagem;
pelo hospital tais como: dinheiro, joias, documentos etc. -Servir para avaliação dos cuidados de enfermagem
- Se houver necessidade ajudar o paciente a vestir-se
prestados (quanto à qualidade e continuidade);
- Anotar no prontuário o horário e as condições em
-Servir como fonte para a aprendizagem.
que o paciente esta saindo, e as orientações feitas no
momento da alta;
Tomando como base as observações os elementos
- Esperar os familiares ou responsável;
principais a serem anotados são o seguinte:
- Acompanhar o paciente a portaria;
- A aparência;
- Estado físico: queixas, observações em geral, ali-
Obs.: - Em caso de alta por óbito, anotar no prontuá-
mentação, exames, testes, encaminhamento, elimina-
rio a hora, e o medico que constatou e atestou o óbito.
ções, tratamentos dados, resultados dos cuidados pres-
Anotação no prontuário e relatório de enferma- tados, medicamentos, contenções e demais observações
gem. colhidas pelo exame físico;
- A conservação ou a comunicação;
As anotações no prontuário são baseadas em obser- - O comportamento:
vação de enfermagem. -Equilíbrio do pensamento (senso critico, confusão,
Observação e o ato, habito ou poder de ver, notar e expressão de ideias, delírios, localização no tempo e es-
perceber; e examinar, contemplar e notar algo através da paço, etc.);
atenção dirigida. -Equilíbrio do estado perceptivo (alucinações, delí-
rios);
Finalidades: -Equilíbrio de estado afetivo (emoções, sentimentos,
-Contribuir com informações para o diagnostico e capacidade para resolver situações, etc.);
tratamento médico e de enfermagem; -Equilíbrio no ajustamento social (dependência, isola-
-Conhecer o paciente, família e comunidade; mento, reação ao ambiente e pessoa);
-Construir fator decisivo entre a vida e a morte atra- -Capacidade de aprendizagem - inteligência;
vés dos dados colhidos; - Atividades;
-Auxiliar a equipe multiprofissional na tomada de de- - Recomendações.
cisões específicas;
-Verificar os problemas aparentes e inapetentes; Normas para anotações de enfermagem:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
-Planejar cuidados de enfermagem; - Usar termos descritos: Ex. o paciente esta ansioso, o
-Analisar os serviços hospitalares prestados; paciente deambula constantemente no corredor,torcen-
-Analisar os cuidados de enfermagem prestados; do as mãos, apresentando expressão facial de preocu-
-Servir de base para qualquer documentação e ano- pação;
tação. - Usar termos objetivos: aquilo que foi visto ou senti-
O Que Observar: do e não de interpretação pessoal;
- Usar termos concisos;
Sintomas: É uma manifestação perceptível no orga- - Considerar o aspecto legal das anotações: não per-
nismo que indica alteração na saúde física ou mental. mitindo rasuras, linha em branco entre uma e outra ano-
Sintoma Subjetivo: É aquele descrito pelo paciente, tação, colocar nomes de pessoas;
não podendo ser visto ou sentido por outros. Ex.cefaleia. - Considerar o segredo profissional;
- Observar a redação, ortografia, letra: Usar 3ª pessoa Cuidados de enfermagem para hipotermia:
gramatical: Ex. o enfermeiro atendeu imediatamente ao 1. Oferecer alimentos quentes (chocolates, sopas, be-
chamado da campainha; bidas isotônicas);
-Colocar horário; 2. Proporcionar repouso;
- Colocar vias de administração e locais de aplicação 3. Aumentar a quantidade de roupas;
de medicamentos; 4. Oferecer alimentos ricos em vitaminas;
- Fazer assinatura legível; 5. Se der, aquecer o ambiente.
- Nunca anotar medicamentos ou tratamentos feitos
por outras pessoas. -Temperatura Axilar: Apesar de não ser a mais pre-
cisa, é a maneira mais utilizada para se verificar a tem-
Controle de Sinais Vitais peratura.
A temperatura axilar é contraindicada nas queimadu-
Definição: sinais vitais são reflexos ou indícios de ras de tórax porque a circulação fica alteradas), nas fratu-
mudanças no estado do paciente. Eles indicam oestado ras dos membros superiores, na furunculose axilar e em
físico do paciente e ajudam no seu diagnostico e trata- pacientes muito caquéticos.
mento.
-Temperatura Bucal: É contraindicada a verificação
Normas: de temperatura bucal nos casos de comprometimento
- Os sinais vitais deverão ser verificados a cada 06 ho- da boca e face, e em todos os clientes impossibilitados
ras. Quando o caso exigir dever ser visto quantas vezes de manter o termômetro sob a língua, como crianças,
for necessário; clientes inconscientes e doentes mentais. O termômetro
- Ao se verificar qualquer um dos sinais vitais, dever deverá ser de uso individual.
ser explicado ao paciente o que ser realizado; -Temperatura retal: O reto é o local de maior pre-
- Quando houver alteração de alguns dos sinais vitais cisão para verificar a temperatura. É contraindicada a
dever ser comunicado ao enfermeiro da unidade e ao verificação de temperatura retal nos casos de compro-
medico responsável pelo paciente, se for necessário. metimento do ânus, do reto e do períneo. O termômetro
deverá ser de uso individual.
Material
-Bandeja contendo: Pulso (P ou FC): É o nome que se dá à dilatação,
-Termômetro, pequena e sensível, das artérias, produzida pela corrente
-Bolas de algodão seco, circulatória. Toda vez que o sangue é lançado do ventrí-
-Bolas de algodão embebidas no álcool a 70%, culo esquerdo para a aorta, a pressão e o volume provo-
-Estetoscópio, cam oscilações ritmadas em toda a extensão da parede
-Aparelho P.A. arterial, evidenciadas quando se comprime, moderada-
-Esfigmomanômetro; mente, a artéria contra uma estrutura dura.
-caneta
-Relógio, Valores de normalidade:
-Gazes. Homens: 60 a 70bpm
Mulheres: 65 a 80bpm
Temperatura (T): É o grau de calor que atinge um
determinado corpo. É o equilíbrio entre a produção e a Fatores que alteram a frequência do pulso:
eliminação deste calor.
-Axilar: de 36ºC a 36,8ºC -Fatores Fisiológicos: emoções , digestão , banho
-Bucal: de 36,2ºC a 37ºC frio ( porque faz vaso constrição),exercícios físicos (ace-
-Retal: de 36,4ºC a 37,2ºC leram), algumas drogas como osdigitálicos (diminuem).
desaparecimento de todos os sons (cerca de 200 mmHg); ficar a secreção das vias respiratórias tem efeito satisfa-
- Abrir a válvula vagarosamente; tório quando há formação de névoa. Durante o procedi-
- Observar o manômetro. O ponto em que ouvir o mento, o paciente deve inspirar pelo nariz e expirar pela
primeiro batimento e a P.A. sistólica m máxima; boca. As soluções utilizadas no inalador devem seguir
- Soltar o ar do manguito gradativamente ate ouvir exatamente a prescrição médica, o que evita complica-
claramente o ultimo batimento lendo o manômetro (P.A. ções cardiorrespiratórias. Recomenda-se a não utilização
diastólica mínima);
de solução fisiológica, pois esta proporciona acúmulo de
- Retirar todo o ar do manguito. Repetir a operação
cristais de sódio na mucosa respiratória, provocando ir-
se for necessário;
- Remover o manguito e deixar o paciente confortá- ritação e aumento de secreção. A inalação que deve ser
vel; realizada com o paciente sentado - é uma outra maneira
de fluidificar secreções do trato respiratório ou adminis- Pessoas diabéticas podem vir a desenvolver feridas
trar medicamentos broncodilatadores. O inalador possui ulcerativas também causadas por deficiência circulatória
dupla saída: uma, que se conecta à máscara facial; outra, localizada em membros inferiores.
ligada a uma fonte de oxigênio - ou ar comprimido – Quanto à época, a ferida pode ser aguda, quando sua
através de uma extensão tubular. Ao passar pelo inala- ocorrência é muito recente, ou crônica, caso de feridas
dor, o oxigênio - ou ar comprimido - vaporiza a solução antigas e de difícil cicatrização.
que, através da máscara facial, é repassada ao paciente. Quanto à camada da pele lesada, a ferida é classi-
ficada em estágio I quando atinge a epiderme; estágio
Na Infecção de Sítio Cirúrgico II quando atinge a derme; estágio III quando atinge o
subcutâneo e estágio IV quando atinge o músculo e es-
A cirurgia é um procedimento traumático que pro- truturas ósseas.
voca o rompimento da barreira de defesa da pele, tor- Logo após a ocorrência de feridas o organismo ini-
nando-se, assim, porta de entrada de microrganismos. A cia o processo biológico de restauração e reparação dos
infecção do sítio cirúrgico manifesta-se entre 4 a 6 dias tecidos lesados. As feridas podem cicatrizar-se por pri-
após a realização da cirurgia, apresentando localmente meira intenção quando as bordas da pele se aproximam
eritema, dor, edema e secreção. A prevenção da infec- e o risco de desenvolvimento de infecção é mínimo, ou
ção de sítio cirúrgico envolve medidas pré-operatórias por segunda intenção, quando as bordas da pele não se
na Unidade de Internação, tais como, por exemplo, abre- aproximam e a ferida é mantida aberta até ser preen-
viação do tempo de internação, lavagem criteriosa das chida por tecido de cicatrização caso em que há maior
mãos pelos profissionais de saúde, banho pré-operatório possibilidade de infecção.
e tricotomia. No Centro Cirúrgico, as medidas adotadas
relacionam-se à preparação do ambiente, equipe cirúrgi- Os fatores que influenciam a cicatrização de lesões
ca e paciente. Na presente edição, priorizaremos os cui- são:
dados no pós-operatório, especificamente nos aspectos Idade: a circulação sanguínea e a concentração de
pertinentes à prevenção de infecção da ferida operatória. oxigênio no local da lesão são prejudicadas pelo enve-
Como esses cuidados derivam dos mesmos princípios lhecimento, e o risco de infecção é maior.
aplicados às feridas de maneira geral, abordaremos as Nutrição: a reparação dos tecidos e a resistência às
questões de prevenção e tratamento no sentido mais infecções dependem de uma dieta equilibrada e a epi-
genérico - não especificamente relacionado à ferida ci- sódios como cirurgias, traumas graves, infecções e de-
rúrgica. ficiências nutricionais pré-operatórias aumentam as exi-
Ferida é o nome utilizado para designar qualquer le- gências nutricionais;
são de pele que apresente solução de continuidade (rup- Obesidade: O suprimento sanguíneo menos abun-
tura da pele ou tecido adjacente). dante dos tecidos adiposos impede o envio de nutrientes
Para prestar os cuidados adequados a alguém que e elementos celulares necessários à cicatrização normal;
apresente uma ferida, faz-se necessário conhecer o tipo Extensão da lesão:
de lesão, o padrão normal e os fatores que afetam a ci- - lesões mais profundas, envolvendo maior perda de
catrização. Um aspecto importante na abordagem do tecido, cicatrizam mais vagarosamente e por segunda in-
paciente que tem feridas é observar suas condições psi- tenção, sendo susceptíveis a infecções; imunossupressão.
cológicas e oferecer-lhe apoio - muitas vezes, há neces- - a redução da defesa imunológica contribui para
sidade de seu encaminhamento para outro profissional - uma cicatrização deficiente;
como o psicólogo -, pois, dependendo do local e aspecto
da ferida, a sua autoimagem pode estar seriamente com- Diabetes: o paciente portador de diabetes tem alte-
ração vascular que prejudica a perfusão dos tecidos e sua
prometida - situação bastante comum, por exemplo, nos
oxigenação; além disso, a glicemia aumentada altera o
casos de vítimas de queimaduras.
processo de cicatrização, elevando o risco de infecção.
Numa abordagem mais simplificada, podemos agru-
par as feridas de acordo com sua causa, época de ocor-
Curativo: É o tratamento utilizado para promover a
rência e camada da pele lesada.
cicatrização de ferida, proporcionando um meio adequa-
Quanto à causa, a ferida pode ser classificada como
do para este processo. Sua escolha dependerá do tipo e
intencional, para fins de tratamento, como a incisão ci-
condições clínicas da ferida. Os critérios para o curativo
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Antissépticos
São derivados de algas marinhas e, ao interagirem
com a ferida, sofrem alteração estrutural: as fibras de São formulações cuja função é matar os microrga-
alginato transformam-se em um gel suave e hidrófilo à nismos ou inibir seu crescimento quando aplicadas em
medida que o curativo vai absorvendo a exsudação. Esse tecidos vivos. Os antissépticos recomendados são álcool
tipo de cobertura é indicado para feridas com alta ou a 70%, clorexidina tópica e PVP-I tópico. Atualmente,
moderada exsudação e necessita de cobertura secundá- não são recomendados o hexaclorofeno, os mercuriais
ria com gaze e fita adesiva. orgânicos, o quaternário de amônia, o líquido de Dakin,
Carvão ativado a água oxigenada e o éter.
orientar os pacientes quanto a seu uso, é
Realizando o Curativo
imprescindível termos um pouco de conhecimento
sobre farmacologia - ciência que estuda os
Realizando Curativo Através de Irrigação com So-
medicamentos e suas ações no organismo.
lução Fisiológica Denomina-se droga qualquer substância capaz
de produzir alterações somáticas ou funcionais no
Hoje, os especialistas adotam e indicam a limpeza de organis- mo vivo, resultando em efeito benéfico,
feridas através de irrigação com solução fisiológica mor- na caso dos antibió- ticos, ou maléfico, a cocaína, por
e sob pressão, utilizando-se seringa de 20 ml conecta- da à exemplo.
agulha de 40 x 12, o que fornece uma pressão capaz de Dose refere-se à quantidade de medicamento
remover partículas, bactérias e exsudatos. que deve ser ministrada ao paciente a cada vez.
Para completa eficácia, a agulha deve estar o mais Dose míni- ma é a menor quantidade de um
próximo possível da ferida. Após a limpeza por esse mé- medicamento capaz de produzir efeito terapêutico;
todo, deve-se secar apenas a pele íntegra das bordas e dose máxima, a maior, capaz de produzir efeito
aplicar a cobertura indicada no leito da ferida, usando terapêutico sem, contudo, apresentar efeitos
técnica asséptica. indesejáveis. Dose terapêutica é aquela capaz de
produzir o efeito desejado; dose de manutenção é
Realizando Curativo com Pinças aque- la necessária para manter os níveis desejáveis
de medi- camento na corrente sangüínea e nos
tecidos, durante o tratamento.
Material necessário: bandeja, pacote de curativo
Uma droga pode agir como medicamento ou
composto por pinças anatômicas e Kely estéreis, gazes
como tóxico, dependendo de certos fatores, como a
estéreis, adesivos (micropore, esparadrapo ou similar), cuba-
dose utili- zada, as vias de administração e as
rim, solução fisiológica morna, cobertura ou solu- ção condições do pacien- te. A margem de segurança
prescrita, luvas de procedimento (devido à presença de refere-se aos limites existen- tes entre a dose
secreção, sangue.). terapêutica e a dose tóxica. Por exemplo, os
Executar o procedimento em condições ambientais digitálicos possuem pequena margem de segurança
favoráveis (com privacidade, boa iluminação, equipa- porque o paciente, mesmo fazendo uso de dose
mentos e acessórios disponíveis, material devidamente tera- pêutica, pode, com relativa facilidade,
preparado, dentre outros), que evitem a disseminação de apresentar sinais de intoxicação digitálica.
microrganismos. Preparar o paciente e orientá-lo sobre o O paciente tem o direito de saber seus valores
procedimento. pres- sóricos.
No desenvolvimento de um curativo, observar o prin- Nunca lhe negue esse direito nem diga frases
cípio de assepsia, executando a limpeza da lesão a partir da como ―está ótima!‖. As alterações devem ser
área menos contaminada e manuseando o material (pacote comunicadas ao paciente e/ ou familiar de modo
de curativo, pinças, luvas estéreis) com técnica asséptica. Ao adequado.
realizar curativo com pinça, utilizar luvas estéreis se a ferida Nos casos de hipertensão ou hipotensão, a
for extensa ou apresentar muita se- creção ou sangue. enfermei- ra ou o médico devem ser imediatamente
Para realizar um curativo de ferida limpa, inicie a lim- avisados.
peza de dentro para fora (bordas); para um curativo de Os medicamentos também podem ser
ferida contaminada o procedimento é inverso, ou seja, de classificados segundo seu poder de ação, que pode
fora para dentro. ser local ou sistê- mica. A ação local, como o
Orientar o paciente quanto à técnica de realização do próprio nome indica, está cir- cunscrita ao próprio
curativo e suas possíveis adaptações no domicílio é im- local de aplicação. Exemplos: cremes e pomadas,
supositórios de efeito laxativo, colírios. Na ação
prescindível à continuidade de seu tratamento e estimula o
sistêmica, o medicamento é absorvido e veiculado
autocuidado.
pela corrente sangüínea até o tecido ou órgão
Quando do registro do procedimento, o profissional
sobre o qual exercerá seu efeito. Exemplos:aplicação
deve caracterizar a reação do paciente, condições da pele, de vasodila- tador coronariano sublingual,
aspectos da ferida e tipo de curativo aplicado, des- tacando administração de diurético via oral.
as substâncias utilizadas. Comumente, os medicamentos são encontrados
nos estados sólido,semi-sólido, líquido e gasoso,
Administração de medicamentos fabricados em diversas apresentações
inativar os microrganismos que se instalam no or- ganismo. cresci- mento de microrganismos ou destruí-los.
Adicionalmente,são prescritos medicamentos do grupo dos Constituem um grupo de medicamentos com ação
analgésicos, antitérmicos e antiinflamató- rios, indicados bactericida/fungicida, causando a destruição das
principalmente para aliviar sintomas que acompanham bactérias/fungos, pois desen- cadeiam alterações
processos infecciosos, como hipertermia, mal-estar geral e incompatíveis com sua sobrevida e ação
dor. bacteriostática/fungistática, promovendo a inibição
do crescimento e reprodução bacteriana/fúngica,
Para que possamos administrar os
sem necessariamente provocar sua morte imediata.
medicamen- tos com a segurança necessária e
O efeito pode ser reversível se o uso da droga for líbrio e perda de audição, muitas vezes irreversível - no
suspenso. sistema nervoso periférico, alguns grupos de antibióticos
A produção dos antibióticos pode ocorrer de for- atingem o nervo auditivo, interferindo em sua função,
ma natural, ou seja, originária de microrganismos caso dos aminoglicosídeos;
como fungos do gênero Penicillium e – comprometimento da função renal – provocada por
Cephalosporium e de bactérias do gênero Bacillus antibióticos nefrotóxicos, como os aminoglicosídeos e
e Streptomyces; de forma semi-sintética, obtida a
anfotericina B;
partir de modificações dos anti- bióticos naturais
por intermédio de processos químicos; e sintética, – astenia, anorexia, náuseas, vômitos, hipertermia, ar-
através de processos químicos. tralgias, acolia, colúria e icterícia - causadas por alterações
Um dos grandes desafios da medicina moderna é o controle das da função do fígado, que podem ser transitórias, desapa-
infecções provocadas por bactérias multir- resistentes, capazes recendo com a supressão do medicamento;
de sobreviver à ação dos antibióticos mais potentes atualmente – anemia hemolítica, leucopenia, entre outras - os an-
existentes. Produtos antes efi- cazes acabam não tendo efeito tibióticos podem afetar o sistema hematopoiético, alte-
sobre elas, pois através de mudanças em sua constituição rando a composição sangüínea;
desenvolveram um processo de resistência aos mesmos. Dessa Choque anafilático - é a reação exagerada do organis-
forma, dize- mos que uma bactéria é resistente a determinado mo a substâncias as quais está sensibilizado.
an- tibiótico quando tem a capacidade de crescer in vitro, em Flebite - processo inflamatório das veias, com apre-
presença da mesma concentração que o antibiótico alcança na sentação de sinais e sintomas de dor, calor e rubor. A veia
corrente sangüínea. inflamada torna-se palpável, dando a sensação de cordão
Ressaltamos a importância da enfermagem na mini-mização do endurecido.
problema, cumprindo com rigor as normas para o preparo e
– hipotensão, arritmias e parada cardiorrespiratória
administração de antibióticos. Durante o preparo destes
medicamentos na forma injetável, de- ve-se ter o cuidado de não – causados pela administração de antibióticos como a
dispersar aerossóis no meio ambiente ao desconectar a agulha Anfotericina B, por exemplo, em infusão rápida, por via
do frasco-ampola e ao retirar o ar da seringa. endovenosa.
Outro aspecto relevante é propiciar a manutenção relativamente Sobre o metabolismo e sistema imunológico, a ad-
estável dos níveis de medicamentos na corrente sangüínea, ministração oral de antibióticos de amplo espectro, por
administrando- os no horário esta- belecido. período prolongado, provoca efeitos que podem alterar
Todos os antibióticos apresentam grande potencial de produzir a flora intestinal e causar distúrbios na absorção do com-
efeitos colaterais - efeitos secundários e in- desejáveis da plexo B. Persistindo tal situação, o paciente pode manifes-
utilização dos antibióticos, resultantes de ações tóxicas ou tar sinais de hipoavitaminose.
irritantes inerentes à droga, ou de into- lerância do paciente. Os principais antibióticos de ação bactericida ou bac-
Os antibióticos podem desencadear manifestações alérgicas por teriostática são:
reações de hipersensibilidade, com efeitos benignos, como
• Penicilinas
urticária, ou graves, como choque anafi- lático.
Termo genérico que abrange grande grupo de fárma-
Podem também desencadear efeitos colaterais de na- tureza
cos. A penicilina é uma droga bactericida, de baixa to-
irritativa, derivados da natureza cáustica do pro- duto, atingindo
basicamente os locais de contato com o medicamento. Na xidade. Por ser capaz de desencadear reações de sensi-
mucosa gastrintestinal provocam dor, sensação de queimação, bilização, o profissional deve estar atento a esse tipo de
náuseas, vômitos e diarréia. Es- sas manifestações clínicas são manifestação.
aliviadas quando o medi- camento é administrado com – Penicilina G cristalina - possui ação rápida, devendo-
alimentos ou leite. -se repetir a dose a cada 4 horas. Em adultos, a adminis-
tração deve ser feita por infusão venosa, por aproximada-
Exemplo: Ampicilina. mente 30 minutos, em 50 a 100ml de solução;
Nos músculos, a aplicação de antibióticos (por via intramuscular) – Penicilina G procaína e penicilina G benzatina - veri-
provoca reações que variam desde dor e enduração local até ficam-se ações mais prolongadas nos casos de utilização
formação de necrose e abscesso. Exemplo: Benzetacil®. Na dos medicamentos Wycillin® (penicilina G procaína) e
administração endovenosa as reações mais freqüentes são dor e Benzetacil® (penicilina G benzatina). Devem ser aplica-
flebite ocasionadas pelo contato do medicamento com o das exclusivamente por via intramuscular profunda, com
endotélio vascular cautela, para evitar administração acidental intravenosa,
- medicamentos como a anfotericina B, penicilina G cris- talina e intra-arterial ou junto a grandes nervos.
vancomicina exigem diluição em grande quan- tidade de solução
Lesões permanentes podem resultar de aplicações nas
e aplicação intermitente, gota a gota.
proximidades ou no nervo;
Os antibióticos são indicados para agir sobre a célula bacteriana,
– Outras penicilinas: oxacilina (Oxacilina®, Staficilin
porém, quando introduzidos no organismo, podem interferir
também nas próprias células, causando graus variáveis de lesão N®), ampicilina (Ampicilina®, Ampicil®, Amplofen®,
tecidual em diversos órgãos, pro- duzindo efeitos colaterais de Binotal®), amoxicilina (Amoxil®, Clavulin®, Larocin®,
natureza tóxica tais como: Novocilin®), carbenicilina (Carbenicilina®) - podem pro-
– cefaléia, convulsões, alucinações, delírios, agitação, vocar reações alérgicas e, na administração oral, irritação
depressão,confusão mental - provenientes da ação no sistema gástrica.
nervoso central;
– zumbidos, tonturas, vertigem, alterações do equi-
• Cefalosporinas Durante sua administração não se devem infundir
As cefalosporinas constituem um dos grupos de anti- outras soluções concomitantementee, para evitar trom-
bióticos mais prescritos no nosso meio e têm a vantagem boflebite, o acesso venoso deve ser seguro. Podem ocor-
de ser agentes bactericidas e gerar poucos efeitos cola- rer sinais gastrintestinais como anorexia, náuseas,gosto
terais. De maneira geral, são drogas bem toleradas pelo metálico na boca, dor epigástrica, vômitos e diarréia. As
organismo mas devem ser usadas com cautela em pa- bebidasalcoólicas não devem ser consumidas durante o
cientes penicilino-alérgicos e/ou com história de doença tratamento, devido àpossibilidade de surgirem cólicas
gastrintestinal. As principais cefalosporinas são: cefalexi- abdominais, náuseas, vômitos, cefaleia e rubor facial.
na (Keflex®,Cefaporex®), cefalotina (Keflin®), cefadro- • Sulfametoxazol-trimetoprima
xil (Cefamox®), cefoxitina (Mefoxin®), cefuroxina (Zina- São bacteriostáticos, usualmente administrados por
cef®), ceftriaxona (Rocefin®), ceftazidima (Kefadim®, via oral e comercializados sob o nome Bactrim®. A so-
Fortaz®), cefoperazona sódica (Cefobid®). lução para infusão deve ser utilizada nas primeiras 6 ho-
• Aminoglicosídeos ras após preparação, e administrada em 30 a60 minutos.
A grande maioria das drogas que compõem este gru- Se durante a administração surgir turvação ou cristali-
po é bactericida. zação,a infusão deve ser interrompida. A infusão venosa
Os aminoglicosídeos são fármacos que apresentam de Bactrim® exigediluição conforme orientação do fa-
índice terapêutico e tóxico muito estreito, com alto grau bricante – não devendo em hipótesealguma ser injetada
de ototoxidade (irreversível) e nefrotoxidade e pouca ab- diretamente na veia em sua forma pura – e requeracesso
sorção por via oral. Os principais aminoglicos ídeos são:
venoso exclusivo.
sulfato de gentamicina (Garamicina®), sulfato de amica-
Os principais antibióticos de ação fungicida ou fun-
cina (Novamin®, Briclin®), estreptomicina (Climacilin®,
Sulfato de Estreptomicina®) e outros aminoglicosídeos gistático são: Anfotericina B (Fungizon®) - só deve ser
(Neomicina, Kanamicina, Kantrex®, Netromicina, Tobra- infundida em solução glicosada a 5%, pois a adição de
micina). eletrólitos causa precipitação. Devido à sua ação tóxica,
• Cloranfenicol há necessidade de monitorar a freqüência cardíaca. Sua
São drogas bacteriostáticas, contra-indicadas para aplicação rápida pode causar parada cardiorrespiratória.
portadores de depressão medular ou insuficiência hepá- Deve-se observar o aparecimento de sinais de alterações
tica e recém-nascidos. Podem ser utilizadas por via tópi- urinárias, devido à nefrotoxidade. Geralmente, os pacien-
ca, oral e parenteral. Sua formulação apresenta-se sob a tes submetidos a tratamento com esse medicamento
forma de pomadas, colírios, cápsulas, drágeas e frascos precisam ser hospitalizados. A piridoxina é indicada para
em pó. Comercialmente conhecidas como Quemiceti- minimizar ou evitar os sintomas de neurite periférica.
na®, Sintomicetina®. Manifestações como febre, calafrios, náuseas, vômi-
• Tetraciclinas tos, cefaleia e hipotensão são freqüentes durante a in-
Possuem ação bacteriostática. Seu uso em mulhe- fusão na primeira semana, diminuindo posteriormente.
res grávidas, em processo de lactação e em crianças A droga provoca hipopotassemia e é altamente irritativa
menores de 8 anos é contra-indicado porque provoca para o endotélio.
descoloração dentária permanente (cor cinza-marrom, . A anfotericina B deve ser mantida sob refrigeração
cinza-castanho) e depressão do crescimento ósseo. Não e protegida contra exposição à luz; Nistatina (Micosta-
devem ser administradas com antiácidos que contenham
tin®) - indicado para tratamento de candidíase; Flucona-
alumínio, cálcio ou magnésio, nem associadas a medica-
zol (Zoltec®) - utilizado para prevenção e tratamento de
mentos que possuam ferro na fórmula, porque interfe-
rem na sua absorção. A administração concomitante com infecções fúngicas em pacientes imunodeprimidos.
leite e derivados provoca sua inativação pelo cálcio. As
principais tetraciclinas são: tetraciclina (Tetrex®); oxite- Medicamentos antivirais
traciclina (Terramicina®); doxiciclina (Vibramicina®).
• Vancomicina Expressivo número de medicamentos antivirais foi ul-
Deve ser administrada por via endovenosa (Vanco- timamente desenvolvido para o tratamento de pessoas
micina®), em infusão intermitente, em 100 a 200ml de portadoras do vírus HIV ou Aids. São conhecidos pelo
solução salina ou glicosada, por 60 minutos. A infusão rá- nome de anti-retrovirais e capazes de eliminar grande
pida provoca a reação ―síndrome do pescoço vermelho‖, parte dos vírus circulantes na corrente sangüínea. O es-
caracterizada por rubor de face, pescoço, tórax prurido, quema de tratamento compreende a associação de vá-
hipotensão e choque anafilático - sintomas que costu- rios medicamentos, sendo conhecido como ―coquetel‖. A
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
mam cessar com a interrupção da infusão. É irritante para maioria desses medicamentos apresenta efeitos colate-
o tecido, podendo causar dor e até necrose em adminis- rais que causam muito desconforto, dificultando a ade-
trações intramusculares ou quando de extravasamento são ao tratamento. As mais freqüentes são dor de cabe-
acidental nas aplicações endovenosas. A ocorrência de ça, náusea e vômito, diarréia, fraqueza, formigamentos,
tromboflebite pode ser minimizada com aplicações len- perda de apetite, febre.
tas e bem diluídas.
Os principais anti-retrovirais são: zidovudina ou azi-
• Metronidazol
dotimidina (AZT®, Retrovir® ), didanosina (ddl, Videx®),
Bactericida específico para os germes anaeróbios,
zalcitabina (ddC, Hivid®), lamivudina (3TC, Epivir®), sa-
comercializado sob os nomes Flagyl® e Metronix®. Sua
quinavir (Invirase®), ritonavir (Norvir®), delavirdina (Res-
administração deve ser realizada por infusão venosa,
criptor®).
numa velocidade de 5ml/minuto, por 30 minutos.
Outro medicamento antiviral é o aciclovir (Zovirax®), a morfina e análogos causam vasodilatação periférica;
utilizado para tratamento de herpes genital, orolabial manifestações crônicas: dependência física e psicológica;
primária e recorrente, encefalite herpética e infecção por desenvolvimento de tolerância: os usuários de opióides
vírus varicela-zoster em pacientes imunodeprimidos. toleram grandes doses, bem maiores do que a habitual-
Analgésicos, antipiréticos e antiinflamatórios mente utilizada. por induzir à dependência física e psí-
Uma das características do ser humano é sua capaci- quica, a morfina e análogos são rigidamente controlados
dade de manter a temperatura corporal constante, por e devem ser guardados em armários ou gavetas devida-
mente trancadas.
ação dos centros termorreguladores do hipotálamo. Na
Os opióides podem causar toxicidade de forma agu-
ocorrência de hipertermia, certas drogas são capazes de
da ou crônica: na forma aguda, pupila puntiforme, de-
agir sobre o hipotálamo, abaixando a temperatura febril. pressão respiratória e coma, secura da boca, analgesia,
Em geral, as doses terapêuticas dessas drogas são inca- hipotensão arterial, cianose, hipotonia muscular, respi-
pazes de alterar a temperatura corporal normal. Os me- ração de Cheyne-Stokes; na forma crônica, dependência
dicamentos analgésicos/antipiréticos, além de abaixa- física e psicológica. A falta da droga provoca síndrome
rem a temperatura febril, possuem atividade analgésica de abstinência caracterizada por nervosismo, ansiedade,
e muitos deles atuam como excelentes antiinflamatórios. sonolência, sudorese, pele arrepiada, contrações mus-
Os principais analgésicos/antipiréticos estão incluí- culares, dores acentuadas nas costas e pernas, vômitos,
dos nos seguintes grupos: diarréia, aumento de pressão arterial, aumento de tem-
Opióides - também conhecidos como hipnoanalgé- peratura, sofrimento psicológico. Ressalte-se que um
sicos ou narcóticos, pela capacidade de proporcionarem avançado grau de dependência faz com que o indivíduo
sonolência e analgesia. Derivados do ópio ou análogos, procure compulsivamente a droga, utilizando qualquer
são indicados nas dores moderadas e intensas, especial- meio para obtê-la.
mente nos casos de câncer.
O ópio possui cerca de 25 alcalóides farmacologica- Princípios da administração de medicamentos
mente ativos, cujos efeitos devem-se principalmente à
A administração de medicamentos é uma das ativida-
morfina. Os principais medicamentos opióides são: mor-
des que o auxiliar de enfermagem desenvolve com muita
fina (Dimorf®); meperidina (Demerol®, Dolosal®, Do-
freqüência, requerendo muita atenção e sólida funda-
lantina®); fentanil (Fentanil®) ; fentanil associado (Ino- mentação técnico-científica para subsidiá-lo na realiza-
val®) ; codeína + paracetamol (Tylex®); ção de tarefas correlatas, pois envolve uma seqüência de
– Derivados do ácido salicílico - eficientes para dimi- ações que visam a obtenção de melhores resultados no
nuir a temperatura febril e aliviar dor de baixa a modera- tratamento do paciente, sua segurança e a da instituição
da intensidade. na qual é realizado o atendimento. Assim, é importante
São indicados no tratamento da artrite reumatóide e compreender que o uso de medicamentos, os procedi-
febre reumática. Além de possuírem efeito irritante sobre mentos envolvidos e as próprias respostas orgânicas de-
a mucosa gástrica, podem provocar aumento do tempo correntes do tratamento envolvem riscos potenciais de
de coagulação. Exemplo: ácido acetilsalicílico (AAS®, As- provocar danos ao paciente, sendo imprescindível que
pirina®, Endosprin®); o profissional esteja preparado para assumir as respon-
– Derivados do para-aminofenol seu principal repre- sabilidades técnicas e legais decorrentes dos erros que
sentante é o paracetamol. Possuem ação antipirética e possa vir a incorrer.
analgésica e pouco efeito antiinflamatório. Os efeitos co- Geralmente, os medicamentos de uma unidade de
laterais são pouco significativos quando usados em do- saúde são armazenados em uma área específica, dispos-
ses terapêuticas, porém podem ocorrer reações cutâneas tos em armários ou prateleiras de fácil acesso e organi-
alérgicas. Exemplo: paracetamol (Tylenol®, Parador®); zados e protegidos contra poeira, umidade, insetos, raios
solares e outros agentes que possam alterar seu estado
– Derivados da pirazolona - o que apresenta ação
– ressalte-se que certos medicamentos necessitam ser
predominantemente analgésica e antipirética é a dipiro- armazenados e conservados em refrigerador.
na, cujo uso intravenoso pode provocar hipotensão arte- Os recipientes contendo a medicação devem possuir
rial. Exemplo: dipirona (Novalgina®); tampa e rótulo, identificados com nome (em letra legível)
– Derivados dos ácidos arilalcanóicos - caracterizam- e dosagem do fármaco.
-se por sua ação analgésica, antipirética e antiinflama- A embalagem com dose unitária, isto é, separada e
tória e baixa incidência de efeitos colaterais. Exemplo: rotulada em doses individuais‖, cada vez mais vem sendo
diclofenaco (Voltaren®, Biofenac®, Cataflan®). adotada em grandes centros hospitalares como meio de
• Cuidados de enfermagem promover melhor controle e racionalização dos medica-
Os profissionais de enfermagem devem estar atentos mentos.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
aos cuidados que devem ser prestados ao paciente que Os pacientes e/ou familiares necessitam ser esclare-
faz uso de analgésicos, antipiréticos e antiinflamatórios. cidos quanto à utilização dos medicamentos receitados
Medicamentos como ácido acetilsalicílico, por exemplo, pelo médico, e orientados em relação ao seu armazena-
devem ser administrados por via oral, com leite, para mi- mento e cuidados - principalmente se houver crianças
nimizar a irritação gástrica. em casa, visando evitar acidentes domésticos.
Com relação ao grupo dos opióides, a enfermagem Os entorpecentes devem ser controlados a cada tur-
deve estar atenta para os seguintes sinais e sintomas: no de trabalho e sua utilização feita mediante prescrição
analgesia; sonolência; bnubilação; náuseas e vômitos; al- médica e receita contendo nome do paciente, quantida-
terações de humor (variando de torpor a intensa euforia); de e dose, além da data, nome e assinatura do médico
sinais de depressão respiratória; miose, que pode indicar responsável. Ao notar a falta de um entorpecente, notifi-
toxicidade do medicamento; hipotensão ortostática, pois que tal fato imediatamente à chefia.
A administração de medicamentos segue normas e Deixar os medicamentos para que tome mais tarde
rotinas que uniformizam o trabalho em todas as unida- ou permitir que dê medicação a outro são práticas inde-
des de internação, facilitando sua organização e controle. vidas e absolutamente condenáveis; efetuar o registro do
Para preparar os medicamentos, faz-se necessário veri- que foi fornecido ao paciente, após administrar o medi-
ficar qual o método utilizado para se aviar a prescrição camento.
- sistema de cartão, receituário, prescrição médica, fo- Objetivando reduzir a ―zero‖ o erro na administração
lha impressa em computador. Visando administrar me- de medicamentos, preconiza-se seguir a regra dos cin-
dicamentos de maneira segura, a enfermagem tradicio- co certos: medicamento certo, via certa, dose certa, hora
nalmente utiliza a regra de administrar o medicamento certa e paciente certo.
certo, a dose certa, o paciente certo, a via certa e a hora Todo medicamento administrado deve ser registrado
certa.
e rubricado na prescrição. Nas aplicações parenterais é
Durante a fase de preparo, o profissional de enferma-
importante anotar o local de administração.
gem deve ter muita atenção para evitar erros, assegu-
rando ao máximo que o paciente receba corretamente Alguns medicamentos pressupõem a coleta de in-
a medicação. Isto justifica porquê o medicamento deve formações e cuidados específicos antes ou após sua ad-
ser administrado por quem o preparou, não sendo reco- ministração, tais como a medida da freqüência cardíaca
mendável a administração de medicamentos preparados antes da administração de cardiotônicos ou antiarrítmi-
por outra pessoa. cos, o controle da temperatura após a administração de
As orientações a seguir compreendem medidas de antitérmicos, etc. – episódios que devem ser devidamen-
organizativas e de assepsia que visam auxiliar o profis- te anotados na papeleta do paciente, para acompanha-
sional nesta fase do trabalho: lavar sempre as mãos antes mento de possíveis alterações.
do preparo e administração de medicamentos, e logo A omissão inadvertida de um medicamento deve ser
após; preparar o medicamento em ambiente com boa registrada e comunicada à enfermeira e/ou ao médico
iluminação; concentrar-se no trabalho, evitando distrair tão logo seja detectada. Algumas omissões são delibera-
a atenção com atividades paralelas e interrupções que das, como, por exemplo, medicamento oral em paciente
podem aumentar a chance de cometer erros; que vai submeter-se à cirurgia de emergência. Em caso
Atualmente, muitas farmácias hospitalares têm im- de recusa do medicamento, o profissional de enferma-
plantado as chamadas ―doses individuais‖, que são o for- gem deve relatar imediatamente o fato à enfermeira e/
necimento dos medicamentos por turno de trabalho, por ou ao médico, e anotá-lo no prontuário.
paciente e por horário (com as doses prescritas para os Em nosso meio, convencionalmente, quando o me-
horários determinados), facilitando o trabalho da equipe dicamento não foi administrado por algum motivo o
de enfermagem e o reconhecimento dos medicamentos horário correspondente deve ser circundado (rodelado,
pelo paciente. ―bolado‖) à caneta e a justificativa devidamente anotada
– realizar o preparo somente quando tiver a certeza no prontuário do paciente.
do medicamento prescrito, dosagem e via de administra- É importante verificar o(s) motivo(s) de recusa do pa-
ção; as medicações devem ser administradas sob pres- ciente e tentar reorientá-lo quanto à importância do(s)
crição médica, mas em casos de emergência é aceitável medicamento(s) em seu tratamento.
fazê-las sob ordem verbal (quando a situação estiver sob É comum o paciente queixar-se dos efeitos que al-
controle, todas as medicações usadas devem ser prescri- guns medicamentos produzem no seu organismo, e a
tas pelo médico e checadas pelo profissional de enfer- equipe de enfermagem pode ajudá-lo avaliando e pro-
magem que fez as aplicações);
curando alternativas que melhorem a situação de acordo
– identificar o medicamento preparado com o nome com os problemas apresentados. Às vezes, o simples fato
do paciente, número do leito, nome da medicação, via de
de desconcentrar os medicamentos em horários diferen-
administração e horário;
tes pode oferecer resultados satisfatórios.
– observar o aspecto e características da medicação,
Administrando medicamentos por via oral e sublin-
antes de prepará-la;
gual
– deixar o local de preparo de medicação em ordem e
Material necessário:
limpo, utilizando álcool a 70% para desinfetar a bancada;
– bandeja
utilizar bandeja ou carrinho de medicação devidamen-
– copinhos descartáveis
te limpos e desinfetados com álcool a 70% quando da
– fita adesiva para identificação
preparação de medicamentos para mais de um paciente,
– material acessório: seringa, gazes, conta-gotas, etc.
é conveniente organizar a bandeja dispondo-os na se-
– água, leite, suco ou chá
quência de administração.
Avaliar o paciente antes de preparar os medicamen-
Similarmente, seguem-se as orientações relativas à
tos, verificando as condições e os fatores que influenciam
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
mento, com o paciente em decúbito lateral, realiza essa higiene íntima. Com a mão enluvada, o profissional deve
tarefa. encher o aplicador com o creme (ou inserir o óvulo) e,
A formulação líquida, também denominada enema, mantendo a paciente em decúbito dorsal, introduzi-lo
consiste na introdução de uma solução no reto e sigmói-
aproximadamente 7,5 cm e pressionar o êmbolo para
de. As indicações variam, mas sua maior utilização é a
promoção da evacuação nos casos de constipação e pre- aplicar o medicamento . A paciente deve ser orientada
paro para exames, partos e cirurgias - porém, há enemas para permanecer deitada logo após a aplicação, visando
medicamentosos para terapêuticas específicas, como à evitar o refluxo do medicamento. As mulheres com con-
base de neomicina, visando reduzir a flora bacteriana in- dições de auto-aplicar-se devem ser instruídas quanto ao
testinal. procedimento.
Administrando medicamentos por via parenteral As precauções para administrar medicamentos pela
A via parenteral é usualmente utilizada quando se de- via parenteral são importantes para evitar danos muitas
seja uma ação mais imediata da droga, quando não há vezes irreversíveis ao paciente.
possibilidade de administrá-la por via oral ou quando há Antes da aplicação, fazer antissepsia da pele, com ál-
interferência na assimilação da droga pelo trato gastrin- cool a 70%.
testinal. A enfermagem utiliza comumente as seguintes É importante realizar um rodízio dos locais de aplica-
formas de administração parenteral: intradérmica, sub- ção, o que evita lesões nos tecidos do paciente, decor-
cutânea, intramuscular e endovenosa. rentes de repetidas aplicações.
Material necessário: Observar a angulação de administração de acordo
– Bandeja ou cuba-rim com a via e comprimento da agulha, que deve ser ade-
– Seringa quada à via, ao tipo de medicamento, à idade do pacien-
– Agulha te e à sua estrutura física.
– Algodão Após a introdução da agulha no tecido e antes de
– Álcool a 70% pressionar o êmbolo da seringa para administrar o medi-
– Garrote (aplicação endovenosa) camento pelas vias subcutânea e intramuscular, deve-se
aspirar para ter a certeza de que não houve punção de
– Medicamento (ampola, frasco-ampola)
vaso sangüíneo. Caso haja retorno de sangue, retirar a
A administração de medicamento por via parenteral
punção, preparar novamente a medicação, se necessário,
exige prévio preparo com técnica asséptica e as orienta-
e repetir o procedimento.
ções a seguir enunciadas visam garantir uma maior segu-
Desprezar a seringa, com a agulha junta, em recipien-
rança e evitar a ocorrência de contaminação. te próprio para materiais perfurocortantes.
Ao selecionar os medicamentos, observar o prazo de Via intradérmica
validade, o aspecto da solução ou pó e a integridade do
É a administração de medicamentos na derme, indi-
frasco.
cada para a aplicação de vacina BCG e como auxiliar em
Certificar-se de que todo o medicamento está con-
testes diagnósticos e de sensibilidade.
tido no corpo da ampola, pois muitas vezes o estreita-
Para testes de hipersensibilidade, o local mais utili-
mento do gargalo faz com que parte do medicamento
zado é a região escapular e a face interna do antebraço;
fique retida.
para aplicação de BCG, a região deltóide do braço direito.
Observar a integridade dos invólucros que protegem
Esticar a pele para inserir a agulha, o que facilita a
a seringa e a agulha; colocar a agulha na seringa com cui-
introdução do bisel, que deve estar voltado para cima;
dado, evitando contaminar a agulha, o êmbolo, a parte
visando atingir somente a epiderme, formar um ângulo
interna do corpo da seringa e sua ponta.
de 15º com a agulha, posicionando-a quase paralela à
Desinfetar toda a ampola com algodão embebido em superfície da mesma. Não se faz necessário realizar aspi-
álcool a 70%, destacando o gargalo; no caso de frasco- ração, devido à ausência de vaso sangüíneo na epiderme.
-ampola, levantar a tampa metálica e desinfetar a bor-
O volume a ser administrado não deve ultrapassar
racha.
a 0,5ml, por ser um tecido de pequena expansibilidade,
Proteger os dedos com algodão embebido em álcool
sendo utilizada seringa de 1ml e agulha 10x5 e 13x4,5.
a 70% na hora de quebrar a ampola ou retirar a tampa
Quando a aplicação é correta, identifica-se a forma-
metálica do frasco- ampola. Para aspirar o medicamento
ção de pápula, caracterizada por pequena elevação da
da ampola ou frasco ampola, segurá-lo com dois dedos
pele no local onde o medicamento foi introduzido.
de uma das mãos, mantendo a outra mão livre para rea- Via subcutânea
lizar, com a seringa, a aspiração da solução (figura 2 e 3).
É a administração de medicamentos no tecido sub-
No caso do frasco-ampola, aspirar o diluente, intro-
cutâneo, cuja absorção é mais lenta do que a da via intra-
duzi-lo dentro do frasco e deixar que a força de pressão
muscular. Doses pequenas são recomendadas, variando
interna desloque o ar para o interior da seringa. Homo-
entre 0,5ml a 1ml. Também conhecida como hipodérmi-
geneizar o diluente com o pó liofilizado, sem sacudir, e
ca, é indicada principalmente para vacinas (ex. anti-rábi-
aspirar. Para aspirar medicamentos de frasco de dose
ca), hormônios (ex. insulina), anticoagulantes (ex. hepari-
múltipla, injetar um volume de ar equivalente à solução
na) e outras drogas que necessitam de absorção lenta e
e, em seguida, aspirá-lo.
contínua.
O procedimento de introduzir o ar da seringa para
Seus locais de aplicação são a face externa do braço,
o interior do frasco visa aumentar a pressão interna do
região glútea, face anterior e externa da coxa, região pe-
mesmo, retirando facilmente o medicamento, haja vista
riumbilical, região escapular, região inframamária e flan-
que os líquidos movem-se da uma área de maior pressão
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
co direito ou esquerdo.
para a de menor pressão. Portanto, ao aspirar o medi-
Para não ultrapassar o tecido, deve-se primeiramen-
camento, manter o frasco invertido. Após a remoção do
te observar a constituição do tecido subcutâneo do pa-
medicamento, retirar o ar com a agulha e a seringa vol-
ciente, definindo o ângulo a ser administrado conforme a
tadas para cima. Recomenda-se puxar um pouco o êm-
agulha disponível (se agulha de 10x5, aplicar em ângulo
bolo, para remover a solução contida na agulha, visando
evitar seu respingo quando da remoção do ar. de 90º; se de 25x7, aplicar em ângulo de 45º).
Quando da introdução da agulha, fazer uma prega
A agulha deve ser protegida com o protetor e o êm-
no tecido subcutâneo, para facilitar sua localização. Para
bolo da seringa com o próprio invólucro.
Identificar o material com fita adesiva, na qual deve promover a absorção gradativa do medicamento, efe-
constar o nome do paciente, número de leito/quarto, tuar leve compressão sem friccionar ao retirar a agulha
medicamento, dose e via de administração. da pele.
Locais de aplicação pela via intradérmica Ângulos de Para a aplicação de injeção no deltóide, recomenda-
aplicação 15 graus. -se que o paciente esteja em posição sentada ou deitada.
Via intramuscular Medir 4 dedos abaixo do ombro e segurar o músculo
A via intramuscular é utilizada para administrar medi- durante a introdução da agulha .
camentos irritantes, por ser menos dolorosa, consideran- O músculo vasto lateral encontra-se na região ante-
do-se que existe menor número de terminações nervo- ro-lateral da coxa.
sas no tecido muscular profundo. A absorção ocorre mais Indica-se a aplicação intramuscular no terço médio
rapidamente que no caso da aplicação subcutânea, de- do músculo, em bebês, crianças e adultos
vido à maior vascularização do tecido muscular. O volu- A região ventroglútea, por ser uma área desprovida
me a ser administrado deve ser compatível com a massa de grandes vasos e nervos, é indicada para qualquer ida-
muscular, que varia de acordo com a idade, localização de, principalmente para crianças.
e estado nutricional. Considerando-se um adulto com Localiza-se o local da injeção colocando-se o dedo
peso normal, o volume mais adequado de medicamento indicador sobre a espinha ilíaca antero-superior e, com a
em aplicação no deltóide é de aproximadamente 2ml; no palma da mão sobre a cabeça do fêmur (trocanter), em
glúteo, 4 ml e na coxa, 3 ml35, embora existam autores seguida desliza-se o adjacente (médio) para formar um
que admitam volumes maiores. V. A injeção no centro do V alcança os músculos glúteos
De qualquer maneira, quantidades maiores que 3ml Para aplicar medicamentos muito irritantes por via in-
devem ser sempre bem avaliadas pois podem não ter tramuscular, a técnica em Z é indicada, pois promove a
uma adequada absorção36. vedação do trajeto e a manutenção do medicamento no
Locais de aplicação pela via subcutânea
espaço intramuscular.
Ângulos de aplicação 90º 45º
Neste caso, a pele é deslocada lateralmente para lon-
As complicações mais comuns da aplicação intramus- ge do local previamente escolhido para aplicação da inje-
cular são a formação de nódulos, abscessos, necrose e ção (figura 7). Penetra-se a agulha no músculo, injetando
lesões de nervo. a medicação lentamente. Retira-se a agulha e solta-se a
Administrando medicamentos por via intramuscular
pele, formando o Z (figura 8). O local da injeção não deve
Preparar o medicamento, atentando para as reco-
ser massageado, pois isto pode provocar lesão tecidual.
mendações da prescrição e do fabricante. Para aplicação • Via endovenosa
em adulto eutrófico, as agulhas apropriadas são 25x7, A via endovenosa é utilizada quando se deseja uma
25x8, 30x7 e 30x8. No caso de medicamentos irritantes, ação rápida do medicamento ou quando outras vias
a agulha que aspirou o medicamento deve ser trocada, não são propícias. Sua administração deve ser feita com
visando evitar a ocorrência de lesões teciduais. muito cuidado, considerando-se que a medicação entra
Orientar o paciente para que adote uma posição con- diretamente na corrente sangüínea, podendo ocasionar
fortável, relaxando o músculo, processo que facilita a in- sérias complicações ao paciente caso as recomendações
trodução do líquido, evita extravasamento e minimiza a preconizadas não sejam observadas. As soluções admi-
dor. nistradas por essa via devem ser cristalinas, não-oleosas
Evite a administração de medicamentos em áreas e sem flocos em suspensão.
inflamadas, hipotróficas, com nódulos, paresias,paraple- Para a administração de pequenas quantidades de
gias e outros, pois podem dificultar a absorção do me- medicamentos são satisfatórias as veias periféricas da
dicamento. prega (dobra) do cotovelo, do antebraço e do dorso das
Num movimento único e com impulso moderado, mãos. A medicação endovenosa pode ser também apli-
mantendo o músculo com firmeza, introduzir a agulha cada através de cateteres intravenosos de curta/longa
num ângulo de 90º, puxar o êmbolo e, caso não haja permanência e flebotomia.-
retorno de sangue administrar a solução. Após a intro- Locais de aplicação pela via intramuscular e a técnica
dução do medicamento, retirar a agulha - também num em Z.
único movimento – e comprimir o local com algodão O medicamento pode ainda ser aplicado nas veias su-
molhado com álcool a 70%. perficiais de grande calibre: região cubital, dorso da mão
Os locais utilizados para a administração de medica- e antebraço.
mentos são as regiões do deltóide, dorsoglútea, ventro- Material necessário:
glútea e antero-lateral da coxa. – bandeja
A região dorsoglútea tem o inconveniente de situar- – bolas de algodão
-se próxima ao nervo ciático, o que contra-indica esse
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
– álcool a 70%
tipo de aplicação em crianças. A posição recomendada – fita adesiva hipoalergênica
é o decúbito ventral, com os pés voltados para dentro, – garrote
facilitando o relaxamento dos músculos glúteos; caso – escalpe(s) – adequado(s) ao calibre da veia do pa-
não seja possível, colocar o paciente em decúbito lateral. ciente)
O local indicado é o quadrante superior externo, cerca – seringa e agulha
de 5cm abaixo do ápice da crista ilíaca. Outra maneira Deve-se, preferencialmente, administrar o medica-
de identificar o local de aplicação é traçando uma linha mento no paciente deitado ou sentado, já que muitos
imaginária da espinha ilíaca póstero-superior ao trocan- medicamentos podem produzir efeitos indesejáveis de
ter maior do fêmur; a injeção superior ao ponto médio da imediato; nesses casos, interromper a aplicação e comu-
linha também é segura (figura 1) .
nicar o fato à enfermeira ou ao médico.
Inspecionar as condições da rede venosa do paciente Os pacientes que deambulam devem ser orientados
e selecionar a veia mais apropriada; garrotear o braço a manter o frasco elevado, para promover gotejamen-
aproximadamente 10cm acima da veia escolhida. Para fa- to contínuo, evitar refluxo e coagulação sangüínea com
cilitar a visualização da veia de mão e braço, solicitar que possível obstrução do cateter.
o paciente cerre o punho durante a inspeção e a punção Na administração de soluções, não deve haver pre-
venosa. Esticar a pele durante a introdução da agulha, sença de ar no sistema, para evitar embolia gasosa.
com o bisel voltado para cima mantendo um ângulo de Quando a solução do frasco estiver acabando, ficar aten-
15º a 30º. Observar o retorno do sangue, soltar o garrote to para promover a troca imediata após seu término, evi-
e injetar o medicamento lentamente; ao retirar a agulha, tando a interrupção e perda da via de acesso.
comprimir o local. Recomenda-se que os acessos periféricos sejam tro-
Na administração de soluções, não deve haver pre- cados em intervalos de 72 horas e sempre que necessá-
sença de ar na seringa, o que evita embolia gasosa. rio.
• Venóclise Coleta de materiais para exames
Venóclise é a administração endovenosa de regular
quantidade de líquido através de gotejamento controla- Orientação para a coleta de exames:
do, para ser infundido num período de tempo pré-deter-
minado. É indicada principalmente para repor perdas de Caso esteja fazendo uso de medicamentos, não es-
líquidos do organismo e administrar medicamentos. As queça de relatar no guichê de atendimento, no momento
soluções mais utilizadas são a glicosada a 5% ou 10% e a de cadastro da fatura.
fisiológica a 0,9%. A utilização ou suspensão de medicamentos deve se-
Antes de iniciar o procedimento, o paciente deve ser guir orientação do médico que trata o paciente.
esclarecido sobre o período previsto de administração, O paciente não deve deixar de beber água, ainda que
correlacionando-o com a importância do tratamento e tenha que fazer exames que necessitem de jejum.
da necessidade de troca a cada 72 horas. O profissional Para coletas de crianças e gestantes, a orientação
deve evitar frases do tipo ―não dói nada‖, pois este é um quanto ao jejum deve ser dada pelo médico.
procedimento dolorido que muitas vezes requer mais de O teste alérgico de contato deve ser realizado pre-
uma tentativa. Isto evita que o paciente sinta-se engana- ferencialmente, de segunda à quarta-feira, visto que a
do e coloque em cheque a competência técnica de quem leitura do exame leva 48 horas.
realiza o procedimento. Exames de sangue em geral
Material necessário: A coleta de sangue deve ser realizada preferencial-
– o mesmo utilizado na aplicação endovenosa, acres- mente com o paciente em jejum, de acordo com o exame
centando- se frasco com o líquido a ser infundido, su- a ser realizado:
porte, medicamentos, equipo, garrote, cateter periférico - 4h para coleta de sangue que tenha cortisol, lem-
como escalpe, gelco ou similar, agulha, seringa, adesivo brando que a mesma deverá ser feita até às 8h da manhã,
(esparadrapo, micropore ou similar), cortado em tiras e além de ser imprescindível informar os medicamentos
disposto sobre a bandeja, acessórios como torneirinha e em uso, principalmente glicocorticóides (inclusive poma-
bomba de infusão, quando necessária. das e cremes), dia e hora da última dose;
No preparo da solução, atentar para a correta identi- - 4h para dosagem de prolactina, recomendando-se
ficação, registrando no rótulo do frasco o nome do pa- um repouso de 30 minutos antes da coleta, para quem
ciente, a solução a ser injetada, os medicamentos, tempo fez exercícios físicos;
em que a solução deverá correr, número de gotas/minu- - 8h para dosagem de glicose;
to, início e término, data e assinatura. - 12h para dosagens que incluam colesterol, triglice-
A punção venosa deve ser feita em local longe de arti- rídios e lipidograma;
culações e de fácil acesso, visando facilitar a manutenção - 06h para as demais coletas.
da via e oferecer conforto ao paciente. Jamais puncionar Coleta para a glicemia pós-prandial
veias esclerosadas, devido à deficiência circulatória. Este exame exige duas coletas de sangue: a primeira
Realizar a punção com técnica asséptica, mantendo deve ser feita com o paciente em jejum de 08 horas. Após
todo o conjunto de punção limpo, inclusive sua fixação, esta coleta, o paciente deverá fazer uma refeição normal
para prevenir infecção local. do seu dia a dia ou então, dependendo do horário, um
Manter as conexões do sistema bem adaptadas, evi- lanche contendo pão francês com manteiga e queijo, lei-
tando extravasamento de solução, contaminação, refluxo te adoçado a gosto e suco de laranja. Duas horas após
sangüíneo e entrada de ar. esta refeição, deve proceder-se à segunda coleta de san-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A fim de detectar precocemente a infiltração de so- gue. No intervalo entre as duas coletas, o paciente deve
lução nos tecidos adjacentes, manter constante obser- aguardar sentado.
vação do local. Na presença de sinais de flebite, retirar o
dispositivo de punção e providenciar outra via de acesso. PSA Total e Livre
Para garantir a infusão do volume e dosagem dentro A coleta de sangue deve ser feita com o paciente em
do tempo estabelecido, controlar constantemente o go- jejum de 4 horas. A coleta só deve ser feita observando
tejamento da infusão. Estes cuidados visam evitar dese- as seguintes instruções:
quilíbrio hidroeletrolítico e/ou reações adversas. - Após ejaculação, aguardar 48 horas;
O gotejamento não deve ser alterado em casos de - Após exercícios pesados, aguardar 24 horas;
atraso de infusão, para que não haja sobrecarga cardíaca - Após ter andado de bicicleta (inclusive ergométrica),
por aumento brusco de volume. motocicleta ou cavalo, aguardar 48 horas;
- Após toque retal, aguardar 72 horas; Coleta de Escarro (Pesquisa de BAAR Cultura para BK
- Após biópsia de próstata, aguardar 04 semanas; Pesquisa direta de fungos Bacterioscopia - GRAM)
- Após massagem na próstata, aguardar 04 semanas; A coleta deve ser feita preferencialmente pela manhã
- Após realizar ultrassom transretal, aguardar 07 dias. ao acordar, antes da ingestão de alimentos sólidos ou
líquidos. Fazer higiene oral com bochechos e gargarejos
Coleta de fezes (Exame parasitológico de fezes - EPF) somente com água. Inspirar profundamente algumas ve-
Realizar a coleta preferencialmente pela manhã no zes e tossir procurando expectorar a quantidade máxima
dia da entrega ao laboratório. Se for preciso coletá-las de secreção dos pulmões. Recolher o catarro diretamen-
no dia anterior, mantê-las armazenadas na geladeira. te no recipiente estéril adequado, tampando-o imediata-
Colocar as fezes em recipiente adequado, sem enchê-lo, mente. é importante lembrar da necessidade de coletar
pois a quantidade de amostra necessária para a análise escarro e não saliva, para não invalidar o resultado do
é pequena. exame.
Coleta de fezes para pesquisa de sangue oculto
Pesquisa e coleta para fungos
Realizar a coleta preferencialmente pela manhã no
Suspender o uso de medicamentos antimicóticos, de
dia da entrega ao laboratório. Se for preciso coletá-las esmalte (caso a coleta seja nas unhas), cremes e loções
no dia anterior, mantê-las armazenadas na geladeira. no local com, no mínimo, 15 (quinze) dias de antecedên-
Colocar as fezes em recipiente adequado, sem enchê-lo, cia.
pois a quantidade de amostra necessária para a análise Coleta de Esperma para espermocultura
é pequena. O material deve ser colocado em recipiente A coleta deve ser realizada com o uso de recipien-
limpo e seco. Não coletar durante o período menstrual te estéril, fornecido pelo Instituto, o qual só deverá ser
ou quando houver sangramento local. Medicamentos aberto no momento da ejaculação, devendo-se não to-
proibidos: car a parte interna do recipiente. Deve-se tomar os cui-
-Medicamentos irritantes do trato gastrointestinal dados necessários a fim de evitar a perda do material no
(analgésicos, antiinflamatórios e vitamina C). momento da coleta.
OBS: A técnica laboratorial utilizada atualmente não
Coleta de Esperma para espermograma
obriga dieta alimentar para realização do exame, como
Manter abstinência sexual (não fazer sexo ou mastur-
era recomendado no passado. bação) por 05 (cinco) dias. A coleta deve ser realizada
Coleta de fezes com conservante (Exame parasitoló- com o uso de recipiente estéril, fornecido pelo Instituto,
gico de fezes - MIF) o qual só deverá ser aberto no momento da ejaculação,
Coletar em recipiente específico, contendo líquido devendo-se não tocar a parte interna do recipiente. De-
conservante, 03 (três) amostras de fezes em três dias ve-se tomar os cuidados necessários a fim de evitar a
consecutivos ou alternados, cada uma delas do tamanho perda do material no momento da coleta.
de uma colher do coletor cheia, misturando as amostras
ao líquido conservante. ATENÇAO: O líquido conservante Coleta de urina de 24 horas
contido no recipiente de coleta é tóxico (não ingerir). Pela manhã, esvaziar a bexiga desprezando toda
Coleta para dosagem de gordura fecal a urina e marcando a hora exata em que terminou de
O paciente não pode estar fazendo uso de suposi- urinar. A partir da hora marcada, coletar todas as urinas
eliminadas pelas próximas 24 horas em recipientes plás-
tórios ou laxantes e deve evitar contaminação das fezes
ticos, do tipo garrafa de água mineral sem gás, tantos
com urina. Acrescentar à dieta habitual do paciente:
quanto forem necessários, mantendo as amostras cole-
03 (três) colheres de sopa de azeite;
tadas refrigeradas em geladeira. Por exemplo, se a coleta
03 (três) fatias de presunto gordo; teve início às 08:00 horas, deve-se coletar a urina até às
03 (três) colheres de sopa de creme de leite; 08:00 horas da manhã seguinte, inclusive..
01 (uma) colher de sopa de manteiga (não pode ser
margarina); Coleta de urina jato médio (Pesquisa e cultura para
01 (uma) fatia de queijo. BK)
Esta dieta deverá ser iniciada 48 horas (dois dias) an- Fazer a higiene da região genital com bastante água
tes do início da coleta do material, e mantida durante o e sabão (não usar antisséptico). Colocar em recipiente
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
transcurso da coleta, que deverá ser feita por 72 horas (garrafa de água mineral sem gás) toda a primeira mic-
(três dias), colocando todo o volume de todas as evacua- ção matinal. Fazer a entrega da urina no Setor de Recep-
ções em um único recipiente plástico próprio, que pode- ção de Material até 01 (uma) hora após a coleta. Se isto
rá ser guardado na geladeira. Se o início da coleta se der não for possível, acondicionar o recipiente contendo a
urina em saco com gelo.
às 10h do dia 17, por exemplo, seu término se efetuará às
10h do dia 20. Para sua própria orientação, não esqueça Coleta para exame de urina (EAS) / Cultura de Urina
de assinalar no recipiente a data e a hora de cada coleta A amostra deverá ser coletada pelo paciente na ma-
realizada, observando que é de extrema importância o nhã do dia destinado a entrega do mesmo (primeira
exato registro dos horários para a realização do exame. urina do dia). Fazer a higiene da região genital apenas
com água e sabão. Desprezar o primeiro jato urinário e
colher o restante o suficiente para encher o recipiente - Exame Preventivo do câncer do colo do útero
adequado. Fazer a entrega do material no laboratório até - Ultrassonografia transvaginal
1h após a coleta. Caso não seja possível, acondicionar o - Densitometria óssea
recipiente em um saco com gelo. Para cultura de urina, A rotina básica de exames na primeira consulta da
deve ser adquirido na farmácia o frasco coletor estéril. mulher no climatério consta de exames para prevenção
de doenças, detecção precoce ou mesmo para a avalia-
Cultura e contagem de colônias (Urocultura) ção da saúde em geral. Deve ser repetida com regulari-
A amostra de urina para exame deverá ser coletada dade (semestral, anual, bianual, trianual) de acordo com
necessariamente na manhã do dia destinado a entrega os protocolos específicos em vigor, o que pode ser mo-
do material (primeira urina do dia). Fazer a higiene da dificado na presença ou não de intercorrências ou alte-
região genital com bastante água e sabão (não utilizar rações.
qualquer antisséptico). Coletar, no recipiente estéril, so-
mente o jato médio da urina, desprezando a primeira Exames Laboratoriais
porção da micção. Fazer a entrega da urina no Setor de A instalação do climatério é gradativa e se eviden-
Recepção de Amostras até 01 (uma) hora após a coleta. cia clinicamente em maior ou menor grau a depender
Se isto não for possível, acondicionar o recipiente con- de vários fatores. Porém a ocorrência da menopausa é
tendo a urina, em saco com gelo. eminentemente clínica, caracterizada pela cessação das
menstruações por um período de 12 meses ou mais.
Exames Complementares Não há, portanto, necessidade de dosagens hormo-
nais a não ser quando a menopausa for cirúrgica e/ou
Preventivo ginecológico houver dúvidas em relação ao quadro hormonal. A dosa-
gem do FSH é suficiente para o diagnóstico de hipofun-
Conforme descrito anteriormente, a inspeção da vul- ção ou falência ovariana, quando o resultado for maior
va deve ser realizada rotineiramente uma vez ao ano, du- do que 40 mUI/ml.
rante o exame físico e caso haja anormalidades, deve-se Os exames laboratoriais de rotina para o acompanha-
proceder à genitoscopia e à biópsia. mento do climatério constam no quadro abaixo e de-
A coleta do material para citopatologia deve abranger vem ser colhidos após 12 horas de jejum, à exceção da
a ectocérvice e endocérvice, e nas mulheres histerecto- pesquisa de sangue oculto nas fezes (PSO), que requer
mizadas, o fundo-de-saco vaginal. A ocorrência de hipo orientações dietéticas para os dias anteriores ao exame.
ou atrofia da mucosa pode comprometer a qualidade do As solicitações de exames relacionados com investiga-
material citológico, podendo ocorrer sangramentos por ções mais específicas devem seguir as indicações preco-
traumatismos e processo inflamatório que são comuns nizadas para cada caso e sua possibilidade de realização.
nesta fase. A JEC (Junção Escamo Colunar) migra para o Rastreamento mamário
interior do canal endocervical, causando entropia e difi- A detecção precoce é a principal estratégia para con-
culdade de obtenção das células glandulares na amostra. trole do câncer de mama. Segundo as recomendações
O pH vaginal também sofre alterações, com tendência do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o rastreio para
à alcalinização e mudança da flora, predispondo muitas detecção precoce do câncer mamário, em mulheres as-
vezes ao crescimento bacteriano com ocorrência de va- sintomáticas, assim como as condutas clínicas a serem
ginite ou vaginose. As lesões suspeitas identificadas de- adotadas para o diagnóstico e tratamento.
vem ser biopsiadas e tratadas. A presença de atrofia que
comprometa a qualidade do exame ou traga desconforto Ações recomendadas:
importante à mulher, indica a utilização prévia de estro- 1. Exame Clínico das Mamas
gênio vaginal. Preferencialmente utiliza-se estriol ou pro- O exame clínico das mamas faz parte do exame físico
mestriene, aplicando-se 2 cc do creme durante sete dias de rotina, e deve ser realizado conforme as recomenda-
e aguardando de três a cinco dias (ideal) para a coleta. ções técnicas do Consenso para o Controle do Câncer de
Quando a atrofia for intensa, pode ser utilizado creme Mama/
à base de estrogênios conjugados, (1 a 2 cc do creme Diretrizes Nacionais para Condutas Clínicas do Câncer
durante sete dias, aguardando de três a cinco dias para da Mama;
coleta), sempre atentando para possíveis alterações en- Deve ser realizado em todas as mulheres, em qual-
dometriais, sangramentos ou mastalgia nas mais idosas quer idade, durante a consulta, por profissional qualifica-
ou mais sensíveis ao tratamento hormonal. do, médico ou enfermeiro;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
comprometa a qualidade do exame ou traga desconforto ficações dos ciclos menstruais, as hemorragias e o corri-
importante à mulher, indica a utilização prévia de estro- mento vaginal.
gênio vaginal. Preferencialmente utiliza-se estriol ou pro- A dor é um sintoma muito frequente em ginecologia,
mestriene, aplicando-se 2 cc do creme durante sete dias quase sempre subjetiva e inconstante. É importante iden-
e aguardando de três a cinco dias (ideal) para a coleta. tificar a origem, o tipo, a intensidade e em que momento
Quando a atrofia for intensa, pode ser utilizado creme ou situação ocorre. As modificações ou perturbações dos
à base de estrogênios conjugados, (1 a 2 cc do creme ciclos menstruais podem se caracterizar em diferentes
durante sete dias, aguardando de três a cinco dias para formas:
coleta), sempre atentando para possíveis alterações en-
a) Alterações no volume: hipermenorreia (aumento
dometriais, sangramentos ou mastalgia nas mais idosas
do volume sanguíneo) ou hipomenorreia (diminuição do
ou mais sensíveis ao tratamento hormonal.
volume sanguíneo).
b) Período dos ciclos: polimenorreia (ciclos mens- -Deve-se testar a temperatura da água, antes do ba-
truais frequentes), oligomenorreia (diminuição dos ciclos nho do paciente. Geralmente se usa água morna.
menstruais) ou amenorreia (ausência de menstruação).
As amenorreias podem ser primárias quando aparecem 1.2. Higiene oral
na adolescência, e secundárias, quando presentes em
mulheres ou adolescentes que já menstruaram e cujos Definição: consistem na limpeza dos dentes, gengivas,
ciclos se interromperam por pelo menos três meses. bochechas, língua e lábios.
c) A menorragia representa o aumento quantitativo
dos sangramentos menstruais, com alongamento fre- Condições patológicas que predispõem a irritação e a
quente da duração das menstruações. As menorragias se lesão da mucosa oral: estado de coma, hipertermia.
diferenciam da metrorragias, que são sangramentos que
aparecem fora dos ciclos menstruais. Finalidades Promover conforto ao paciente:
d) A dismenorreia ou menstruação dolorosa pode - Evitar halitose,
surgir antes, no desencadeamento ou durante o ciclo - Prevenir carie dentaria,
menstrual. Em seu mecanismo estão presentes fenôme- - Conservar a boca livre de resíduos alimentares.
nos espasmódicos, vasculares, congestivos e, com fre-
quência, também psicológicos. 1.2.1. Higiene oral (em pacientes impossibilitados
As hemorragias genitais podem ser provenientes de de cuidar de si)
qualquer ponto do aparelho genital, mas geralmente
procedem do útero e de seus anexos e através do canal Material:
vaginal exteriorizam-se na vulva. Têm valor diagnóstico -Solução antisséptica - solução bicarbonatada (para
muito grande. Por isso, deve-se especificá-las consideran- cada 1 colher de chá, 500 ml de água);
do principalmente as características abaixo relacionadas: -Espátula envoltas em gazes;
- Cor vermelho vivo ou escurecido, com ou sem coá- -Lubrificante (vaselina liquida);
gulos; -Toalha;
- Volume; -Copo para colocar solução antisséptica;
- Associação com outros sintomas, notadamente do- -Luvas;
res, leucorreias e menstruação; -Cuba-rim
- Tempo de aparecimento, duração e periodicidade;
Técnica
- Associação com outras doenças;
- Lavar as mãos;
- Existência de outros elementos, como as secreções - Explicar ao paciente o que ser feito;
purulentas, urina (no caso de fistulas vesico-uterinas) e/ - Calcar luvas;
ou tecido necrótico ou embrionário. - Reunir o material na mesa de cabeceira;
O corrimento vaginal, chamado leucorreia, é represen- - Colocar o paciente em posição confortável, com a
tado pela saída de secreção de coloração e abundância cabeceira elevada. Em pacientes inconscientes, co-
variável. A leucorreia fisiológica é uma secreção normal- loca-los em decúbito lateral;
mente produzida pelas mucosas vulvares, endocervical, - Colocar a toalha na parte superior do tórax e pescoço
ectocervical e sobretudo vaginal que pode ocasionar cor- do paciente, com forro plástico, se necessário;
rimento sem dar motivo para inquietação e/ou tratamen- - Proceder a limpeza de toda a boca do paciente usan-
to. As leucorreias patológicas estão ligadas a inflamações do as espátulas envoltas em gazes, embebidas em
vulvovaginais, e pela sua relevância e frequência devem solução antisséptica diluído em água;
ser diagnosticadas e tratadas. - Utilizar cuba-rim para o paciente ―bochechar‖;
- Limpar a língua, para evitar que fique seborreica;
1. Higiene do paciente - Enxugar os lábios com a toalha;
- Lubrificar os lábios com vaselina liquida, para evitar
1.1. Normas para os Cuidados de Higiene e Con- rachaduras;
forto - Retirar luvas;
- Lavar as mãos;
-A higiene do paciente fica a cargo da Equipe de En- - Recompor a unidade;
fermagem; - Anotar no prontuário o que foi feito e anormalidades
-Explicar sempre ao paciente o que vai ser feito; detectadas.
-Preferencialmente realizar a higiene oral do paciente,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
antes do banho e apos as refeições, com solução de Obs: Em pacientes neurológicos, com lesão cervical,
Bicarbonato de Sódio, e quando se fizer necessário; usar a espátula com gaze, para retirar o excesso de liquido
da solução antisséptica, sem mobilizar a cabeça;
-Ao lidar com o paciente, de maneira direta, e impres-
- Em pacientes conscientes, ele próprio deve escovar
cindível o uso de luvas para procedimentos;
os dentes.
-Cuidar durante o banho, para não expor, desnecessa-
riamente, o paciente. A privacidade contribui muito 1.2.2. Higiene oral em paciente entubado
para o conforto mental do paciente;
-Secar bem toda a superfície do corpo do paciente, Material
principalmente as dobras; - Solução antisséptica - solução bicarbonatada,
-As portas do banheiro não devem ser trancadas, du- - Espátula envoltas em gazes,
rante o banho; - Lubrificante (vaselina liquida),
- Copo para colocar solução antisséptica, Técnica
- Seringa de 20 ml, - Lavar as mãos;
- Aspirador montado, - Explicar ao paciente o que vai fazer;
- Cânula de guedel (estéril), se necessário, - Reunir o material na bandeja e colocar sobre a mesa
- Toalha, de cabeceira do paciente
- Luvas, - Proteger o leito com biombo;
Técnica: - Colocar toalha sobre o tórax do paciente;
- Lavar as mãos; - Colocar o paciente em Fowler ou sentado quando
- Explicar ao paciente o que ser feito; for permitido;
- Calcar luvas; - Calcar as luvas;
- Reunir o material na mesa de cabeceira;
- Pedir ao paciente que remova a prótese com o uso
- Colocar o paciente em posição confortável, com a da toalha de papel. Se o paciente não puder remo-
cabeceira elevada ou em decúbito lateral se estiver ver as próteses sozinho, a enfermagem dever fazê-
inconsciente. Caso o paciente esteja com sonda -lo em seu lugar, lenta e cuidadosamente;
nasogástrica, abri-la, para evitar náuseas e refluxo - Colocar as próteses na cuba-rim, forrada com toalha
do conteúdo gástrico para a boca; de papel. Levar ao banheiro;
- Colocar a toalha na parte superior do tórax e pesco- - Colocar a pasta dental ou sabão liquida sobre a es-
ço do paciente, com forro plástico, se necessário; cova;
- Verificar se o cuff da cânula endotraqueal esta insu- - Segurar as próteses na palma da mão e escova-la
flado, para evitar que a solução antisséptica ou sa- com movimentos firmes da base dos dentes para
livação penetre na traqueia, durante a higienização; as pontas;
- Instilar água com auxilio da seringa, pelo orifício - Escovar a área de acrílico em toda sua extensão;
da cânula de guedel, e fazer aspiração ao mesmo - Lava-la sob jato de água fria;
tempo; - Desprezar o papel toalha da cuba-rim e colocar ou-
tro;
- Retirar a cânula de guedel e lava-la em água corren- - Colocar a prótese limpa na cuba-rim;
te na pia do quarto e recoloca-la, ou proceder asua - Lavar a escova com água corrente e coloca-los na
troca por outra estéril, caso, seja necessário ou que cuba-rim;
conforme rotina, já tenha dado 24 horas após a sua - Lavar as mãos enluvadas;
colocação; - Oferecer copo com solução antisséptica bucal, para
- Proceder a limpeza de toda a boca do paciente, que o paciente enxague a boca;
usando as espátulas envoltas em gazes embebidas - Entregar a prótese ao paciente ou coloque-a por
em solução antisséptica. Limpar o palato superior ele, no caso de impossibilidade do mesmo;
e toda a arcada dentaria; - Colocar o paciente em posição confortável;
- Limpar a também a língua;
- Desprezar as luvas;
- Enxugar os lábios com a toalha e lubrifica-los com - Limpar e guardar todo o material;
vaselina;
- Lavar as mãos;
- Retirar luvas;
- Lavar as mãos; - Anotar no prontuário.
- Recompor a unidade;
Obs: Quando o paciente retirar a prótese ou recoloca-
- Anotar no prontuário o que foi feito e anormalida-
-la, a Enfermagem dever observar se ha alguma anorma-
des detectadas.
lidade em cavidade bucal. Se houver, relata-la no pron-
Obs: A troca do cadarço da cânula endotraqueal deve tuário.
ser feita pelo Técnico/Auxiliar a cada 12 horas, ou quando
se fizer necessário, acompanhada do reposicionamento 1.3. Banho no Leito (Paciente com Dependência
da cânula endotraqueal, que dever ser feito pela Enfer- Total)
meira da unidade;
- A higiene oral do paciente entubado deve ser feita Normas
01 vez a cada plantão. - Trocar a água do banho sempre que necessário;
- Quando houver colostomia e/ou drenos, esvaziar as
1.2.3. Higiene das Próteses Dentarias bolsas coletoras antes do banho ou troca-la, depois tro-
car as luvas e iniciar o banho;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- Afastar os grandes lábios e lavá-la no sentido ante- cio, glande, corpo do pênis, depois região escrotal
roposterior, primeiro de um lado, desprezando a e por ultimo a região anal;
gaze e depois do outro lado; - Despejar o conteúdo da jarra sobre a região pubia-
- Lavar por ultimo a região anal; na, pregas inguinais, pênis e bolsa escrotal;
- Despejar a água da jarra, sobre as regiões ensabo- - Tracionar o escroto, enxaguando a face inferior no
adas; sentido escroto perineal;
- Retirar a comadre; - Retirar todo o sabão líquido ou P.V.P.I. degermante;
- Enxugar a região lavada com a toalha de banho ou - Retirar a comadre;
com o forro que esta sob a região glútea do pa- - Enxugar a região lavada com a toalha de banho ou
ciente; com o forro que esta sob a região glútea do pa-
ciente;
- Posicionar o prepúcio; - Elevar a cabeça do paciente e espremer os cabelos
- Colocar a paciente em posição de conforto; com cuidado, fazendo escorrer água;
- Desprezar as roupas no Harper (toalha, forro); - Retirar a bacia que esta sob a cabeça do paciente;
- Lavar a comadre no banheiro, juntamente com o - Descansar e envolver a cabeça do paciente na to-
balde e jarra e guardá-los; alha;
- Retirar a luva; - Secar os cabelos com toalha de banho ou forro;
- Lavar as mãos; - Pentear os cabelos do paciente;
- Anotar no prontuário. - Recolocar o travesseiro e voltar o paciente a posição
inicial;
Obs: Se houver presença de secreção purulenta na - Retirar a toalha, recompor o material no carro de
região uretral, limpá-la com gaze, antes de proceder a banho, deixando paciente em posição confortável;
limpeza com água e sabão. - Lavar as mãos;
- Anotar na prescrição do paciente.
1.6. Lavagem dos Cabelos
1.6.1. Tratamento de Pediculose e Remoção de
Material Lêndeas
- Shampoo,
- Balde, Material
- Bacia, - Solução indicada para pediculose,
- Toalha de banho, - Luvas para procedimento,
- Luvas para procedimento, - Atadura de crepe,
- Esparadrapo,
- Forro e saco plástico,
- Forro e saco plástico,
- Pente,
- Pente fino,
- Algodão em bola (02 unidades). - Biombo,
- Vaselina Liquida.
Técnica
- Explicar ao paciente o que ser feito; Técnica
- Reunir o material no carro de banho e leva-lo próxi- - Lavar as mãos;
mo a cama do paciente; - Trazer a bandeja com o material e coloca-los na
- Lavar as mãos; mesa de cabeceira ou carro de banho;
- Fechar portas e janelas; - Explicar o procedimento ao paciente;
- Abaixar a cabeceira do leito do paciente; - Colocar biombo;
- Retirar o travesseiro; - Colocar o forro protegido com plástico sobre o tra-
- Colocar toalha de banho na cabeceira da cama, sob vesseiro;
o forro com o plástico; - Aplicar vaselina nas bordas do couro cabeludo, para
- Colocar sobre o forro com plástico, a bacia com evitar que a solução queime o rosto;
água morna; - Dividir os cabelos em partes, aplicando a solução
- Colocar o paciente em posição diagonal, com a ca- com gaze, fazendo fricção no couro cabeludo e no
beça próxima ao funcionário; final embeber os cabelos;
- Proteger os ouvidos do paciente com algodão; - Prender o cabelo e colocar a faixa de crepe ao redor
da cabeça, formando um gorro e fixando com
- Colocar outra toalha ao redor do pescoço do pa-
esparadrapo no final;
ciente, afrouxando a camisola, no caso de mulher,
- Conservar o travesseiro com forro;
ou retirando a camisa no caso de homem, cobrin- - Retirar as luvas;
do-o com o lençol; - Lavar as mãos;
- Sustentar a cabeça do paciente com uma das mãos, - Deixar o paciente confortável e a unidade em or-
sobre a bacia com água; dem;
- Pentear os cabelos, inspecionando o couro cabelu- - Levar a bandeja com o material para o local de ori-
do, cabelos e observando condições de anormali- gem;
dade; - Fazer anotações no prontuário do paciente.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
comadre e durante a mudança de decúbito. Pacientes que permanecem muito tempo acamados
requerem uma atenção especial; os inconscientes geral-
Finalidade: mente apresentam reflexos alterados, com diminuição
- Estimular a circulação local; ou abolição de movimentos voluntários.
- Prevenir escaras de decúbito; A imobilização pode facilitar complicações traqueo-
- Proporcionar conforto e bem estar; brônquicas; a circulação pode-se tornar deficiente em
- Possibilitar relaxamento muscular. determinados pontos da área corpórea, onde sofrem
maior pressão, provocando ulcerações (escaras de decú-
Material bito); o relaxamento muscular e a posição incorreta dos
- Álcool 70%, ou creme ou ainda talco. vários segmentos do corpo pode provocar deformida-
des.
A mudança de decúbito, exercícios passivos e mas- gerais , e 88,2% e 27,7 % naqueles em Unidades de Tera-
sagem de conforto, são medidas utilizadas para prevenir pia Intensiva (UTI ), respectivamente . Além disso , uma
deformidades e escaras de decúbito. medida de GS > 180 mg/dL, foi registada em dois terços
dos doentes por dia. Uma alta
Nutrição = Necessidade Humana Básica
proporção de pacientes que foram tratados com in-
A satisfação das necessidades nutricionais pode ser suficientes doses de insulina isolada nas enfermarias ge-
confirmada através de: rais ( 52,0 %) e na UTI (69,2%) , e apenas 35,7 % e 3,9
-bom tônus muscular com reflexos normais;
% receberam terapia com insulina apropriada em enfer-
-balanço energético;
-ritmo e batimentos cardíacos normais; marias gerais ( basal de insulina + bolus ) e em UTI ( IV
-pressão arterial normal; contínuo de insulina ) , respectivamente .
-cliente lúcido e orientado no tempo, lugar e em rela- ESTOMAS
ção a própria pessoa;
-valores laboratoriais normais (albumina sérica, he- A colostomia, conhecida também como estoma di-
moglobina, hematócrito, proteína sérica total, co- gestivo de eliminação, é um procedimento comum nas
lesterol, glicose, creatinina,...); cirurgias do trato digestório para correção de alteração
-fezes moldadas, amolecidas, eliminadas regularmen- intestinal causada por obstruções, neoplasias, traumas e
te com mínimo esforço; doenças intestinais inflamatórias, por meio de uma aber-
-velocidade normal de crescimento para a idade. tura na parede do abdome, para drenagem fecal prove-
niente do intestino grosso.
Graus de dependência do paciente:
-Pacientes independentes;
-Pacientes parcialmente dependentes; Para a colocação da bolsa de colostomia devem-se
-Pacientes dependentes. ter algumas precauções para evitar problemas em rela-
ção à dificuldade de aderência, além de possíveis compli-
Alimentação por sonda: consiste em oferecer alimen- cações, devendo-se evitar locais perto de proeminência
tos ao paciente através de uma sonda nasogástrica (ali- óssea, linha da cintura, dobras cutâneas, umbigo e locais
mento é depositado no estômago), sonda nasoenteral com cicatrizes. Essa terapêutica pode ser temporária ou
(alimento é depositado no intestino) ou por gastrostomia definitiva. A primeira resulta, geralmente, de traumas
(alimentos líquidos no estômago, por sonda através da intestinais ou da proteção de uma anastomose mais
parede abdominal).
distante de estomas digestivos de eliminação, enquan-
to que a segunda, consequente a carcinomas, tem mais
CONTROLE GLICÊMICO. CUIDADOS COM incidência e provoca mudanças na qualidade de vida do
ESTOMAS DE ELIMINAÇÃO. paciente, principalmente quanto à sua autoimagem.
todos os pacientes por revisão de prontuários. Com ên- por se isolar, rompendo relações com amigos e familia-
fase ás informações sobre glicemia sérica (GS) nos dias res.
consecutivos da internação.
Para prestar assistência de qualidade, exige-se do
Resultados profissional de saúde, principalmente de enfermagem,
uma reflexão sobre os aspectos de reabilitação, acei-
No total, 2.399 pacientes foram avaliados em 24 hos-
pitais localizados em 13 cidades de todas as cinco re- tação e recuperação emocional, com conhecimento de
giões brasileiras. A prevalência de pacientes com hiper- suas necessidades que, além de serem diversas, mudam
glicemia (GS > 180 mg/dl) ou hipoglicemia (GS <70 mg/ constantemente.
dL), foi de 89,4% e 30,9 % nos pacientes em enfermarias
Para a enfermagem, a educação em saúde é indispen- Monitorização contínua
sável e de grande importância no processo do cuidado e O estoma recentemente feito deve ser mantido, por
esta resulta em uma assistência de qualidade, pois o en- intermédio da aspiração de secreções adequada. Esta
fermeiro, além de cuidador, é um educador, não apenas deve ser efetuada de cinco em cinco minutos durante
em relação aos demais membros da equipe de enferma- as primeiras horas do pós-operatório. A necessidade de
gem, mas ao paciente e aos seus familiares. Conhecimen- aspiração poderá ser determinada pelo som do ar que
to insuficiente para o autocuidado vem da cânula especialmente se o doente respirar fundo.
Procedimentos
PREPARO E ADMINISTRAÇÃO DE - Observar o doente regularmente quanto ao excesso
MEDICAMENTOS VIA ORAL, VAGINAL, de secreções e fazer aspiração segundo norma do servi-
RETAL, OTOLÓGICA, OFTALMOLÓGICA, ço e com a frequência necessária.
SUBCUTÂNEA, INTRAVENOSA,
INTRAMUSCULAR E INFUSÃO POR - Substituir traqueias, peça em T ou máscara de O2
HIPODERMÓCLISE. sempre que estas caiam ao chão e protegê-las quando
não estão sendo utilizadas pelo doente.
Prezado candidato, não deixe de conferir o material re-
ferente a Fundamentos e Administração de Medicamentos. - Remover a água que condensa na traqueia e não a
introduzir novamente no nebulizador.
A higiene íntima, realizada antes do cateterismo vesi- sonda. Na mulher, a sonda é fixada na face interna da
cal, reduz a colonização local, tornando o meio mais se- coxa; no homem, na região hipogástrica - cuidado que
guro para a introdução do Cateter. A utilização de água reduz a curva uretral e a pressão no ângulo peniano-
morna e sabão promove a remoção mecânica eficiente -escrotal, prevenindo a formação de fístulas. No sexo
de secreções e microrganismos. Por ser um procedimen- masculino, após a sondagem vesical o prepúcio deve
to invasivo e a bexiga um local isento de microrganis- ser recolocado sobre a glande, pois sua posição retraída
mos, todo o material a ser utilizado no cateterismo deve pode vir a causar edema. Com relação ao coletor, deve
ser esterilizado e manuseado estritamente com técnica ser mantido abaixo do nível da bexiga, para evitar o re-
asséptica. Para evitar a contaminação do lubrificante, de- fluxo da urina e, consequentemente, infecção urinária
sinfetar o lacre antes de perfurar com agulha estéril - o ascendente. Nos casos de transporte do paciente, pinçar
o tubo coletor (atualmente, há coletores com válvula an- século XX, mais especificamente 1968, houve a sistema-
tirreflexo). Outros cuidados são fixá-lo ao leito - sem que tização da Nutrição Parenteral através da proposta de
toque no chão e, para possibilitar o fluxo contínuo da Dudrick da Universidade da Pensilvania, a qual provava
urina, evitar dobra. a eficácia e a aplicabilidade segura do uso do método.
Não há indicação de troca rotineira de cateter uriná-
rio; porém situações especiais como presença de grande A Nutrição Parenteral é utilizada normalmente como
terapia de apoio (complementando as necessidades nu-
quantidade de sedimentos, obstrução do cateter ou tubo
tricionais de pacientes em que via enteral não consegue
coletor e outros sinais de infecção urinária podem indicar suprí-las) ou terapia exclusiva (onde uso da via enteral é
a necessidade de troca do cateter vesical. Nestes casos, proibida), sendo que em ambos casos ela pode combater
o cateter e o sistema de drenagem devem ser trocados desnutrição, podendo até reverter quadro imunológico.
simultaneamente.
No cateterismo de alívio o procedimento é similar, só Vias de Administração
que o cateter é retirado após a drenagem da urina. Ao
As vias utilizadas para a administração da alimenta-
término do procedimento, registrar se houve saída de
ção parenteral são a periférica e a central. Na primeira
urina, sua coloração e volume, como também possíveis podem ser somente oferecidas soluções hipoosmolares,
intercorrências tais como sangramento, ausência de uri- hipoconcentradas e as gorduras. Já na segunda há infu-
na, dificuldade na passagem da uretra, várias tentativas são de soluções hipertônicas de glicose e proteínas, vita-
de passagem e outras. minas entre outros.
Quando o paciente está com sonda vesical e há ne- A via mais utilizada é a central, sendo que a canulação
cessidade de coletar urina para exame, deve-se desin- da veia subclávica (por via infraclavicular) é a rotineira-
fetar o intermediário de látex da extensão do sistema mente usada para ter acesso à veia cava superior. O ca-
téter deve posicionar-se no átrio direito, o que deve ser
com álcool a70% e puncionar o mesmo, usando seringa
verificado através de RX.
e agulha fina estéreis. A desconexão da junção sonda-sis-
tema coletor é contraindicada, pois favorece a contami- Estipulada a via de administração, a solução pode ser
nação e, consequentemente, a infecção. instalada, respeitando sempre as condições estabeleci-
Quando o paciente apresenta baixo débito urinário das quanto ao volume e as calorias, situação esta contro-
(choque, desidratação), a saída da urina não serve como lada através da velocidade do gotejamento. As soluções
parâmetro para avaliar a eficácia do cateter de demora. base são hipertônicas, logo necessitam ser infundidas
em veia central.Estas soluções são compostas por 500
Nutrição Parental ml de solução de glicose 50% (fornece aproximadamen-
te1000kcal) adicionados em 500ml solução de aminoá-
A Nutrição Parenteral pode ser utilizada tanto como cido 10% (fornece aproximadamente 200 kcal); há ainda
terapia exclusiva quanto como de apoio, dependendo o acréscimo de eletrólitos e polivitamínicos (em função
basicamente da capacidade fisiológica de digestão e/ou das quantidades insuficientes de ácido fólico e vitamina
absorção de cada paciente. Defini-se pela administração B12 nos polivitamínicos, há necessidade de aplicação in-
tramuscular dos mesmos). Já as gorduras são fornecidas
endovenosa de macro e micronutrientes, por meio da via
sob forma de emulsão 10% (500ml aproximadamente
periférica ou central. 450 kcal) por meio da via periférica, não havendo risco
de flebite. Outra vantagem da emulsão é o seu elevado
As principais indicações são depleção das proteínas aporte energético em volumes reduzidos, além de forne-
plasmáticas, perda significativa ou incapacidade de ma- cer os ácidos graxos essenciais.
nutenção do peso corpóreo, traumas e cirurgias. Indicações
A indicação adequada, a manutenção dos controles Como já foi dito anteriormente, a Nutrição Parente-
bioquímicos, clínicos e antropométricos permitem di- ral pode ser usada como apoio ou exclusivamente, para
minuir as complicações infecciosas, metabólicas ou de aqueles casos em que o uso da via enteral é contra indi-
infusão. O retorno gradual e o mais precoce possível à cada, a seguir os mesmos serão expostos:
alimentação oral é a condição a ser alcançada em toda
terapia de nutrição parenteral. - Traumas: normalmente levam a estados hiperme-
tabólicos (perda elevada de N e alto gasto energético),
Entende-se por Nutrição Parenteral a administração logo a única terapia capaz de suprir tais necessidades é
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
de nutrientes como glicose e proteínas, além de água, a parenteral. Isto é possível através do fornecimento de
eletrólitos, sais minerais e vitaminas através da via endo- emulsões lipídicas que apresentam alto teor calórico.
venosa, permitindo assim a manutenção da homeostase,
- Fístulas Enterocutâneas: a desnutrição é uma das
já que as calorias e os aminoácidos necessários são su-
maiores causas de mortalidade em pacientes com esta
pridos.
patologia, logo a Nutrição Parenteral nesses casos tem
objetivo de recuperar o estado nutricional desses pacien-
Tal método pôde ser observado já no século XIV, po-
tes. Estudos apontam que o tratamento convencional de
rém seus primeiros resultados não se mostraram satisfa-
fístula associada à Nutrição Parenteral tem promovido
tórios. As primeiras soluções glicosadas e hidrossalinas recuperação e fechamento precoces.
apareceram no início do século XVII, mas somente no
- Insuficiência Hepática: todos os nutrientes têm seus - prega cutânea: antes de iniciar e depois semanal
metabolismos alterados, principalmente as proteínas. A
competição entre aminoácidos ramificados e aromáticos - contagem linfocitária
é favorável já que há síntese de proteínas no músculo
(ideal para reparação hepática) e reduzem o catabolismo - testes cutâneos de sensibilidade: antes de iniciar e
(consequente diminui produção de amônia), logo aos depois a cada semana
pacientes com tal patologia são fornecidas altas concen-
trações de aminoácidos ramificados e baixa concentra- - exames laboratoriais :
ção de aromáticos.
- hemograma completo: antes de iniciar; em dias al-
- Insuficiência Renal Aguda: caracteriza-se pela re- ternados na 1a semana e depois semanalmente
tenção nitrogenada e hiperosmolaridade. Apesar disso, a
oferta de proteínas deve ser normal, com intuito de evitar - glicemia: antes de iniciar; em dias alternados na 1a
desnutrição energético proteica. A solução proteica for- semana e posteriormente uma vez por semana
nece aproximadamente 15g de aminoácidos, mantendo
assim o equilíbrio metabólico com os carboidratos. - colesterol total: antes de iniciar e, dependendo do
caso repetidas vezes
- Pancreatite Aguda: a Nutrição Parenteral objetiva,
nesse caso, o repouso pancreático fundamental para re- - triglicerídeos: idem acima
cuperação das funções e evitar hemorragias/necrose te-
cidual. Nestes casos, a emulsão lipídica deve ser utilizada - hemocultura: semanalmente
com cuidado (10% VCT), e as soluções devem ser hiper-
glicídicas e hiperproteicas para fortalecer aporte calórico. - glicosúria: 6/6 horas
· transferina sérica com valores inferiores a 220 mg/ - Metabólicas: são decorrentes de alterações do me-
dL. Controles tabolismo dos nutrientes utilizados nas soluções infun-
didas.
Após a Nutrição Parenteral ser instalada, alguns re-
cursos são usados no controle e/ou na verificação da
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- circunferência do braço: antes de iniciar e, posterior- - Aos lipídeos: deficiência de ácidos graxos essenciais,
mente semanalmente hipertrigliceridemia;
- Aos aminoácidos: hiperamoniemia, acidose meta- Entre lactentes - crianças de um a 12 meses de vida2
bólica hiperclorêmica (resultante da liberação de ácido -, os sinais e sintomas de alterações na eliminação uri-
clorídrico por parte dos aminoácidos cristalinos utiliza- nária não são tão evidentes quanto as alterações do tra-
dos); to respiratório superior, por exemplo. Portanto, muitos
casos podem passar despercebidos devido à dificuldade
- Aos eletrólitos: hipofosfatemia (leva diminuição do de observação, apresentação de sintomas inespecíficos
e ao fato de lactentes serem incapazes de expressar ver-
transporte de oxigênio e da capacidade de coagulação balmente seus sentimentos e sensações, o que dificulta
sangüínea), hipo/hiperpotassemia e hipo/hipernatremia; a detecção do desconforto que podem estar sentindo.3
- Às vitaminas: hipervitaminose A e D (por serem li- Nessa etapa do desenvolvimento, a detecção preco-
possolúveis têm tendência ao acúmulo no organismo), ce de problemas urinários é particularmente importante,
hipovitaminose K, B12 e de ácido fólico; uma vez que em crianças menores de um ano é mais alta
a probabilidade de ocorrência de cicatrizes no parênqui-
- Aos oligoelementos: deficiência principalmente de ma renal por infecções do trato urinário não tratadas em
Cobre, Selênio e Zinco; tempo oportuno, podendo causar danos permanentes
como as cicatrizes renais e evolutivamente essas lesões
podem levar à hipertensão e à insuficiência renal crôni-
- Ao excesso de oferta hídrica.
ca.3,4
Lembrando sempre que, assim que possível o desma- Coletar dados sobre a eliminação urinária do lacten-
me da Nutrição Parenteral, deve ser realizado gradativa- te na rotina da clínica pediátrica possibilita identificar
mente para a alimentação enteral e posteriormente para diagnósticos de enfermagem e planejar adequadamente
via oral, mais fisiológica e menos custosa. ações de cuidado, garantindo uma prática segura e re-
solutiva.
Pode-se observar e concluir que a Nutrição Parente-
ral, se bem aplicada, é um recurso de extrema importân- Assim, espera-se que as características definidoras
cia na manutenção e/ou melhora do estado de saúde dos apresentadas na taxonomia da NANDA-I1 para o diag-
pacientes de pequeno, médio e alto risco, seja em âmbito nóstico de enfermagem eliminação urinária prejudicada
hospitalar quanto domiciliar. representem, de fato, o que é evidenciado pelos lacten-
tes quando ocorre esse tipo de alteração, com vistas a
A Nutrição Parenteral pode ser interpretada como um adequado planejamento das ações e à obtenção de
terapêutica extremamente segura, quando seus proce- registros e parâmetros satisfatórios para a avaliação.
dimentos técnicos e de higienização são seguidos rigo-
rosamente pelos profissionais. Caso contrário, é uma via O presente estudo se justifica diante da necessidade
direta à septicemia e um conseqüente perigo para a so- de aperfeiçoamento e continuidade no desenvolvimento
brevivência dos pacientes. do diagnóstico de enfermagem eliminação urinária pre-
judicada, bem como de adequada abordagem por par-
Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteu- te da enfermagem junto aos lactentes. Seu objetivo foi
do/artigos/conteudo/nutricao/967 identificar as manifestações clínicas relatadas na literatu-
ra para lactentes com alterações na eliminação urinária.
CUIDADOS EM RELAÇÃO A ELIMINAÇÃO
URINÁRIA, UTILIZAÇÃO DE COMPRESSAS. MÉTODO
CUIDADOS DE ENFERMAGEM DURANTE
A LAVAGEM INTESTINAL. CUIDADOS Trata-se de uma revisão integrativa da literatura para
NA PREVENÇÃO DE QUEDAS. SINAIS NA a identificação de evidências sobre manifestações clíni-
REAÇÃO TRANSFUSIONAL. cas relacionadas a problemas na eliminação urinária de
lactentes. Optou-se por esta revisão, por se tratar de um
método que possibilita sumarizar pesquisas realizadas,
O sistema de classificação de diagnóstico de enfer- incluindo simultaneamente pesquisas experimentais e
magem da NANDA-I,1 entre outros diagnósticos de en- não experimentais, chegando à ampla compreensão so-
fermagem relacionados à eliminação urinária, apresenta bre um tópico em particular, além de possibilitar a iden-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
o diagnóstico eliminação urinária prejudicada, que tem tificação de novas informações e atualização acerca do
como definição ―disfunção na eliminação de urina‖.1 tema estudado.5-8
Suas características definidoras são: disúria, frequên- Para a elaboração da revisão integrativa, seguiram-se
cia, hesitação urinária incontinência, noctúria, retenção as etapas propostas por Broome,5 quais sejam: levanta-
urinária e urgência urinária.1 Identifica-se a possibilidade mento da questão da pesquisa; estabelecimento de crité-
de lacunas em suas características definidoras, quando rios do processo de busca; extração das informações; ca-
se trata de lactentes, dadas as particularidades na for- tegorização dos estudos; avaliação crítica das pesquisas.
ma como crianças nessa faixa etária podem manifestar a Após essas etapas a autora ainda apresenta um tópico
ocorrência deste diagnóstico de enfermagem. denominado análise e síntese da revisão integrativa, que
também subsidiou a elaboração desta revisão.
A questão norteadora no presente estudo foi: que cados na íntegra para leitura e categorização. Após a lei-
manifestações clínicas os lactentes com alterações na eli- tura na íntegra, três foram excluídos, por não mostrarem
minação de urina podem apresentar? manifestações clínicas de disfunção na eliminação de uri-
na em lactente, restando 11 estudos que compuseram a
Os critérios de inclusão foram: artigos publicados em amostra dessa base.
inglês, espanhol ou português, que abordavam situações
relacionadas à eliminação urinária prejudicada em lac- Na base CINAHL foi utilizado o formulário de pes-
tentes (crianças de um a 12 meses de idade); publicados quisa avançada. Para a busca utilizaram-se os seguintes
nos últimos cinco anos (de 2008 a 2012). Este último cri- termos: urinary tract OR urologic diseases OR urination
tério foi adotado devido à recomendação da NANDA-I1 disorders AND infant. No item opções de pesquisa fo-
de que para revisão de seus diagnósticos fosse realizada ram selecionados os itens: booleano/frase; infant; excluir
revisão bibliográfica em artigos científicos nesse período. registros MEDLINE e publicações do mês de janeiro de
Os critérios de exclusão foram: artigos que não respon- 2007 a dezembro de 2011. A busca resultou em 45 es-
diam à questão do estudo; resumos; e artigos não obti- tudos. Destes, após a leitura dos títulos e resumos, 20
dos na íntegra após ampla busca realizada. estudos atenderam aos critérios de inclusão e foram
buscados na íntegra para leitura e categorização. Dos
A pesquisa foi realizada em quatro bases de dados selecionados, três não foram encontrados na íntegra e
com significância para a Enfermagem, são elas: Cummu- um foi publicado na língua francesa. Após a leitura na
lative Index to Nursing and Allied Health Literature (CI- íntegra de todos os estudos, seis foram excluídos por não
NAHL), Biblioteca Cochrane, PubMed, serviço da U.S. Na- abordarem situações relacionadas à eliminação urinária
tional Library of Medicine do National Institutes of Health prejudicada em lactentes, restando 10 estudos que com-
e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências puseram a amostra dessa base.
da Saúde (LILACS). Todas foram acessadas por meio do
portal de periódicos CAPES a partir do sistema proxy Na Biblioteca Cochrane foram utilizados os seguintes
oferecido pela biblioteca da Universidade Federal de São termos de busca: ―urinary tract‖ OR ―urologic diseases‖
Carlos (UFSCar), disponível em <http://www.periodicos. OR ―urination disorders‖ AND ―infant‖ Não foram utili-
capes.gov.br/>. zados refinamentos. A busca resultou em 153 estudos e
após a leitura dos títulos e resumos observou-se que os
Para a busca dos descritores controlados foi utiliza- mesmos não atendiam aos critérios de inclusão propos-
do o Medical Subjects Headings (MeSH) para descritores tos. Foram feitas outras combinações nessa base de da-
em inglês (utilizados na PubMed, CINAHL e biblioteca dos visando encontrar estudos elegíveis. Combinaram-
Cochrane) e o Descritores em Ciências de Saúde (DeCS) -se, então: ―urologic diseases‖ AND ―infant‖, resultando
para descritores em português (utilizados na LILACS). em 13 estudos; ―urologic disorders‖ AND ―infant‖ resul-
Foram selecionados os seguintes descritores controla- tando em três estudos; e ―urinary tract‖ AND ―infants‖
dos: urologic diseases, urination disorders, urinary tract, em 333 estudos. Destes, após a leitura dos títulos e re-
infant, doenças do trato urinário, transtornos urinários, sumos, 16 atenderam aos critérios de inclusão e foram
trato urinário e lactente. Para a realização da busca dos buscados na íntegra para leitura e categorização. Após a
leitura na íntegra, 13 foram excluídos por não abordarem
estudos foram feitas combinações entre os descritores
situações relacionadas à eliminação urinária prejudicada
utilizando-se os operadores booleanos AND e OR.
em lactentes, restando três que compuseram a amostra
dessa base.
A busca na base PubMed se deu a partir da estraté-
gia PubMed Search Builder. Primeiramente foi realizado
Na LILACS foram utilizados os seguintes termos:
cruzamento com os seguintes termos: urinary tract AND
doenças do trato urinário, trato urinário, transtornos
urination disorders OR urologic diseases AND infants,
urinários e lactente. A busca se deu por meio de pes-
utilizando-se os limites: publicações dos últimos cinco
quisa via formulário iAH. Primeiramente foi realizado
anos, humanos, artigos em português, inglês e espanhol,
cruzamento com os seguintes termos: doenças do trato
lactentes: 1-23 meses (período estabelecido na base de
urinário OR transtornos urinários OR trato urinário AND
dados PubMed) e com abstracts. Esta pesquisa resultou
lactentes. Esta pesquisa resultou em dois estudos, sen-
em 70 estudos, dos quais 12 atenderam aos critérios pro-
do que nenhum atendia aos critérios propostos. Dessa
postos. forma, optou-se por realizar outro cruzamento com os
seguintes termos: doenças do trato urinário AND lacten-
Optou-se por realizar outro cruzamento com os se-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assim, nessa escala de I a VII, I representa o tipo de As demais manifestações clínicas levantadas na lite-
estudo com mais alto nível de evidência científica e VII ratura como passíveis de serem observadas em lactentes
representa o tipo de estudo com mais baixo nível de com prejuízos na eliminação de urina foram divididas em
evidência científica. Todos os artigos que compuseram manifestações clínicas específicas e inespecíficas (Tabela
a amostra deste estudo foram classificados em relação à 1), assim como sugerem autores.27
sua força de evidência.
As manifestações clínicas mais frequentemente cons-
RESULTADOS tatadas na literatura foram as inespecíficas, quais sejam,
febre (14 ocorrências), irritabilidade (cinco ocorrências),
Compuseram a amostra estudos oriundos da Medici- letargia e vômito (quatro ocorrências). As manifestações
na e da Enfermagem, sendo os mesmos distribuídos da clínicas que retratam especificidades do lactente foram
seguinte forma: Pediatria (26,3%); Nefrologia pediátrica identificadas com menos frequência na literatura, indi-
(21,0%); Urologia pediátrica (10,5%); Cirurgia pediátrica cando a necessidade de maiores estudos nesse sentido.
(10,5%); Medicina geral (10,5%); Enfermagem (10,5%) e São elas: anúria, jato urinário fraco, interrupção na mic-
não identificado (5,2%). ção e choro ao urinar, todas com apenas uma ocorrência.
Os estudos oriundos da Enfermagem eram de atuali- Em relação aos níveis de evidência dos estudos, em
zação sobre infecção do trato urinário, com apresentação sua maioria foram de força de evidência VII (68,4%), se-
dos tipos de infecção, bem como os sinais e sintomas, guido dos estudos de força de evidência IV e VI (10,5%) e
tipos de exames e tratamento, visando dar subsídios para força de evidência V e II (5,2%). Para a composição desta
uma prática assistencial segura10,11 e sobre como o exa- pesquisa não foram encontrados estudos com força de
me de urina pode fornecer condições valiosas sobre a evidência I e III.
condição do paciente, permitindo a detecção de doenças
sistêmicas e infecções.12 A relação entre as manifestações clínicas identificadas
e o tipo de estudo, bem como força de evidência dos
Os estudos oriundos da área de Nefrologia e Nefrolo- mesmos, está demonstrada na Tabela 2.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- 01 Par de luvas de procedimento, gaze não este- - Desprezar o material utilizado no expurgo;
rilizada, 01 sonda retal, solução prescrita, 01 Xylocaína
geléia, 01 comadre, - 01 bandeja e 01 saco plástico - Lavar as mãos;
pequeno, toalha.
- Realizar anotações necessárias.
Pré- Execução:
Avaliação:
- Observar prescrição médica;
- Eficácia do procedimento;
- Aquecer a solução;
- Aspecto e quantidade das fezes.
- Adaptar a sonda ao frasco;
Riscos / Tomada de Decisão:
- Preparar o material;
- Lesão de mucosa: suspender o procedimento e co-
- Lavar as mãos. municar o médico do cliente;
Fonte: https://www.enfermeiroaprendiz.com.br/pre-
vencao-de-queda-8o-passo-para-a-seguranca-do-pa- A reação anafilática
ciente/
Ocorrem sintomas gastrointestinais (náuseas, dor
Sinais na reação transfusional abdominal, vômito) ocorrendo severa hipotensão com
lipotimia, ainda pode ocorrer arritmia cardíaca, tosse,
A transfusão é um fato que ocasiona benefícios e ris- dispneia e urticária. Recomenda-se interromper imedia-
cos possíveis ao receptor. A despeito da indicação preci- tamente a transfusão e infundir solução salina; podem
sa e administração correta, algumas reações às transfu- ser usados epinefrina, anti-histamínicos e corticoides
sões podem acontecer. conforme orientações médicas.
A contaminação bacteriana Para que possamos administrar os medicamen-
tos com a segurança necessária e orientar os pacientes
Nesses casos, a fonte é o próprio doador podendo quanto a seu uso, é imprescindível termos um pouco de
ser da própria pele, no ato da punção venosa ou uma conhecimento sobre farmacologia - ciência que estuda
bacteremia não detectada na triagem clínica. Pode oca- os medicamentos e suas ações no organismo.
sionar choque, coagulação intramuscular e pode evoluir Denomina-se droga qualquer substância capaz de
para óbito.
produzir alterações somáticas ou funcionais no organis-
Suspender transfusão, e deve ser feito amostra da
mo vivo, resultando em efeito benéfico, caso dos antibió-
bolsa e receptor para realização cultura. Antibioticotera-
pia + terapia do choque, coagulação e IRA se presente. ticos, ou maléfico, a cocaína, por exemplo.
Dose refere-se à quantidade de medicamento que
A sobrecarga circulatória deve ser ministrada ao paciente a cada vez. Dose míni-
ma é a menor quantidade de um medicamento capaz de
Insuficiência cardíaca congestiva é mais observada em produzir efeito terapêutico; dose máxima, a maior, capaz
idosos ou pacientes cardiopatas (dispneia, cianose, tosse, de produzir efeito terapêutico sem, contudo, apresentar
hipotensão, taquicardia, intolerância ao decúbito dorsal). efeitos indesejáveis. Dose terapêutica é aquela capaz de
Nesses casos, o sangue deve ser infundido o mais lento produzir o efeito desejado; dose de manutenção é aque-
possível no prazo de quatro horas, devendo o paciente la necessária para manter os níveis desejáveis de medi-
ficar em decúbito elevado + oxigênio + diurético. camento na corrente sangüínea e nos tecidos, durante o
tratamento.
A lesão pulmonar relacionada à transfusão Uma droga pode agir como medicamento ou como
tóxico, dependendo de certos fatores, como a dose utili-
Deve ser considerado que todo receptor pode desen- zada, as vias de administração e as condições do pacien-
volver IPA (edema agudo pulmão, edema pulmonar bila-
te. A margem de segurança refere-se aos limites existen-
teral, taquicardia, febre, hipotensão e cianose) Suspender
imediatamente a transfusão. Suporte ventilatório e O2. tes entre a dose terapêutica e a dose tóxica. Por exemplo,
os digitálicos possuem pequena margem de segurança
Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteu- porque o paciente, mesmo fazendo uso de dose tera-
do/artigos/enfermagem/reacoes-transfusionais-imedia- pêutica, pode, com relativa facilidade, apresentar sinais
tas/21761 de intoxicação digitálica.
O paciente tem o direito de saber seus valores pres-
sóricos.
Nunca lhe negue esse direito nem diga frases como
FARMACOLOGIA APLICADA À ―está ótima!‖. As alterações devem ser comunicadas ao
ENFERMAGEM: PRINCÍPIOS BÁSICOS DE paciente e/ ou familiar de modo adequado.
FARMACOLOGIA; CÁLCULOS E DILUIÇÕES; Nos casos de hipertensão ou hipotensão, a enfermei-
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS; ra ou o médico devem ser imediatamente avisados.
PRINCIPAIS MEDICAMENTOS NAS Os medicamentos também podem ser classificados
ESPECIALIDADES (INDICAÇÕES, CONTRA- segundo seu poder de ação, que pode ser local ou sistê-
INDICAÇÕES, MECANISMO DE AÇÃO mica. A ação local, como o próprio nome indica, está cir-
E EFEITOS ADVERSOS). CÁLCULOS E cunscrita ao próprio local de aplicação. Exemplos: cremes
ADMINISTRAÇÕES DE MEDICAMENTOS e pomadas, supositórios de efeito laxativo, colírios. Na
ação sistêmica, o medicamento é absorvido e veiculado
EM PEDIATRIA E ADULTO. NOÇÕES
pela corrente sangüínea até o tecido ou órgão sobre o
BÁSICAS DE EXAMES CLÍNICOS,
qual exercerá seu efeito. Exemplos:aplicação de vasodila-
POSIÇÕES PARA EXAMES E CUIDADOS tador coronariano sublingual, administração de diurético
DE ENFERMAGEM. SEGURANÇA via oral.
DO PACIENTE: DEZ PASSOS PARA Comumente, os medicamentos são encontrados nos
SEGURANÇA DO PACIENTE. PRÁTICAS estados sólido,semi-sólido, líquido e gasoso, fabricados
SEGURAS NA ADMINISTRAÇÃO DE em diversas apresentações
MEDICAMENTOS.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Antibióticos
descoloração dentária permanente (cor cinza-marrom, urinárias, devido à nefrotoxidade. Geralmente, os pacien-
cinza-castanho) e depressão do crescimento ósseo. Não tes submetidos a tratamento com esse medicamento
devem ser administradas com antiácidos que contenham precisam ser hospitalizados. A piridoxina é indicada para
alumínio, cálcio ou magnésio, nem associadas a medica- minimizar ou evitar os sintomas de neurite periférica.
mentos que possuam ferro na fórmula, porque interfe- Manifestações como febre, calafrios, náuseas, vômi-
rem na sua absorção. A administração concomitante com tos, cefaleia e hipotensão são freqüentes durante a in-
leite e derivados provoca sua inativação pelo cálcio. As fusão na primeira semana, diminuindo posteriormente.
principais tetraciclinas são: tetraciclina (Tetrex®); oxite-
A droga provoca hipopotassemia e é altamente irritativa
traciclina (Terramicina®); doxiciclina (Vibramicina®).
para o endotélio.
A anfotericina B deve ser mantida sob refrigeração e São indicados no tratamento da artrite reumatóide e
protegida contra exposição à luz; Nistatina (Micostatin®) febre reumática. Além de possuírem efeito irritante sobre
- indicado para tratamento de candidíase; Fluconazol a mucosa gástrica, podem provocar aumento do tempo
(Zoltec®) - utilizado para prevenção e tratamento de in- de coagulação. Exemplo: ácido acetilsalicílico (AAS®, As-
fecções fúngicas em pacientes imunodeprimidos. pirina®, Endosprin®);
– Derivados do para-aminofenol seu principal repre-
sentante é o paracetamol. Possuem ação antipiré-
Medicamentos antivirais
tica e analgésica e pouco efeito antiinflamatório.
Os efeitos colaterais são pouco significativos quan-
Expressivo número de medicamentos antivirais foi ul- do usados em doses terapêuticas, porém podem
timamente desenvolvido para o tratamento de pessoas ocorrer reações cutâneas alérgicas. Exemplo: para-
portadoras do vírus HIV ou Aids. São conhecidos pelo cetamol (Tylenol®, Parador®);
nome de anti-retrovirais e capazes de eliminar grande – Derivados da pirazolona - o que apresenta ação
parte dos vírus circulantes na corrente sangüínea. O es- predominantemente analgésica e antipirética é a
quema de tratamento compreende a associação de vá- dipirona, cujo uso intravenoso pode provocar hi-
rios medicamentos, sendo conhecido como ―coquetel‖. A potensão arterial. Exemplo: dipirona (Novalgina®);
maioria desses medicamentos apresenta efeitos colate- – Derivados dos ácidos arilalcanóicos - caracterizam-
rais que causam muito desconforto, dificultando a ade- -se por sua ação analgésica, antipirética e antiin-
são ao tratamento. As mais freqüentes são dor de cabe- flamatória e baixa incidência de efeitos colaterais.
ça, náusea e vômito, diarréia, fraqueza, formigamentos, Exemplo: diclofenaco (Voltaren®, Biofenac®, Ca-
taflan®).
perda de apetite, febre.
Os principais anti-retrovirais são: zidovudina ou azi-
Princípios da administração de medicamentos
dotimidina (AZT®, Retrovir® ), didanosina (ddl, Videx®),
zalcitabina (ddC, Hivid®), lamivudina (3TC, Epivir®), sa-
A administração de medicamentos é uma das ativida-
quinavir (Invirase®), ritonavir (Norvir®), delavirdina (Res-
des que o auxiliar de enfermagem desenvolve com muita
criptor®).
freqüência, requerendo muita atenção e sólida funda-
Outro medicamento antiviral é o aciclovir (Zovirax®),
mentação técnico-científica para subsidiá-lo na realiza-
utilizado para tratamento de herpes genital, orolabial
ção de tarefas correlatas, pois envolve uma seqüência de
primária e recorrente, encefalite herpética e infecção por
ações que visam a obtenção de melhores resultados no
vírus varicela-zoster em pacientes imunodeprimidos.
tratamento do paciente, sua segurança e a da instituição
na qual é realizado o atendimento. Assim, é importante
Analgésicos, antipiréticos e antiinflamatórios
compreender que o uso de medicamentos, os procedi-
mentos envolvidos e as próprias respostas orgânicas de-
Uma das características do ser humano é sua capaci-
correntes do tratamento envolvem riscos potenciais de
dade de manter a temperatura corporal constante, por
ação dos centros termorreguladores do hipotálamo. Na provocar danos ao paciente, sendo imprescindível que
ocorrência de hipertermia, certas drogas são capazes de o profissional esteja preparado para assumir as respon-
agir sobre o hipotálamo, abaixando a temperatura febril. sabilidades técnicas e legais decorrentes dos erros que
Em geral, as doses terapêuticas dessas drogas são inca- possa vir a incorrer.
pazes de alterar a temperatura corporal normal. Os me- Geralmente, os medicamentos de uma unidade de
dicamentos analgésicos/antipiréticos, além de abaixa- saúde são armazenados em uma área específica, dispos-
rem a temperatura febril, possuem atividade analgésica tos em armários ou prateleiras de fácil acesso e organi-
e muitos deles atuam como excelentes antiinflamatórios. zados e protegidos contra poeira, umidade, insetos, raios
Os principais analgésicos/antipiréticos estão incluí- solares e outros agentes que possam alterar seu estado
dos nos seguintes grupos: – ressalte-se que certos medicamentos necessitam ser
armazenados e conservados em refrigerador.
Opióides - também conhecidos como hipnoanalgé-
sicos ou narcóticos, pela capacidade de proporcionarem Os recipientes contendo a medicação devem possuir
sonolência e analgesia. Derivados do ópio ou análogos, tampa e rótulo, identificados com nome (em letra legível)
são indicados nas dores moderadas e intensas, especial- e dosagem do fármaco.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
mente nos casos de câncer. A embalagem com dose unitária, isto é, separada e
O ópio possui cerca de 25 alcalóides farmacologica- rotulada em doses individuais‖, cada vez mais vem sendo
mente ativos, cujos efeitos devem-se principalmente à adotada em grandes centros hospitalares como meio de
morfina. Os principais medicamentos opióides são: mor- promover melhor controle e racionalização dos medica-
fina (Dimorf®); meperidina (Demerol®, Dolosal®, Do- mentos.
lantina®); fentanil (Fentanil®) ;fentanil associado (Ino-
Os pacientes e/ou familiares necessitam ser esclare-
val®) ; codeína + paracetamol (Tylex®);
– Derivados do ácido salicílico - eficientes para dimi- cidos quanto à utilização dos medicamentos receitados
nuir a temperatura febril e aliviar dor de baixa a pelo médico, e orientados em relação ao seu armazena-
moderada intensidade. mento e cuidados - principalmente se houver crianças
em casa, visando evitar acidentes domésticos.
Os entorpecentes devem ser controlados a cada tur- Similarmente, seguem-se as orientações relativas à
no de trabalho e sua utilização feita mediante prescrição fase de administração: manter a bandeja ou o carrinho
médica e receita contendo nome do paciente, quantida- de medicação sempre à vista durante a administração,
de e dose, além da data, nome e assinatura do médico nunca deixando-os, sozinhos, junto ao paciente; antes
de administrar o medicamento, esclarecer o paciente
responsável. Ao notar a falta de um entorpecente, notifi-
sobre os medicamentos que irá receber, de maneira cla-
que tal fato imediatamente à chefia. ra e compreensível, bem como conferir cuidadosamen-
A administração de medicamentos segue normas e te a identidade do mesmo, para certificar-se de que está
rotinas que uniformizam o trabalho em todas as unida- administrando o medicamento à pessoa certa, verifican-
des de internação, facilitando sua organização e controle. do a pulseira de identificação e/ou pedindo-lhe para di-
Para preparar os medicamentos, faz-se necessário veri- zer seu nome, sem induzilo a isso; permanecer junto ao
ficar qual o método utilizado para se aviar a prescrição paciente até que o mesmo tome o medicamento.
Deixar os medicamentos para que tome mais tarde
- sistema de cartão, receituário, prescrição médica, fo-
ou permitir que dê medicação a outro são práticas inde-
lha impressa em computador. Visando administrar me- vidas e absolutamente condenáveis; efetuar o registro
dicamentos de maneira segura, a enfermagem tradicio- do que foi fornecido ao paciente, após administrar o
nalmente utiliza a regra de administrar o medicamento medicamento.
certo, a dose certa, o paciente certo, a via certa e a hora Objetivando reduzir a ―zero‖ o erro na administra-
certa. ção de medicamentos, preconiza-se seguir a regra dos
Durante a fase de preparo, o profissional de enferma- cinco certos: medicamento certo, via certa, dose certa,
gem deve ter muita atenção para evitar erros, assegu- hora certa e paciente certo.
Todo medicamento administrado deve ser registra-
rando ao máximo que o paciente receba corretamente do e rubricado na prescrição. Nas aplicações parente-
a medicação. Isto justifica porquê o medicamento deve rais é importante anotar o local de administração.
ser administrado por quem o preparou, não sendo reco- Alguns medicamentos pressupõem a coleta de in-
mendável a administração de medicamentos preparados formações e cuidados específicos antes ou após sua
por outra pessoa. administração, tais como a medida da freqüência car-
As orientações a seguir compreendem medidas de díaca antes da administração de cardiotônicos ou an-
organizativas e de assepsia que visam auxiliar o profis- tiarrítmicos, o controle da temperatura após a adminis-
tração de antitérmicos, etc. – episódios que devem ser
sional nesta fase do trabalho: lavar sempre as mãos antes
devidamente anotados na papeleta do paciente, para
do preparo e administração de medicamentos, e logo acompanhamento de possíveis alterações.
após; preparar o medicamento em ambiente com boa A omissão inadvertida de um medicamento deve ser
iluminação; concentrar-se no trabalho, evitando distrair registrada e comunicada à enfermeira e/ou ao médico
a atenção com atividades paralelas e interrupções que tão logo seja detectada. Algumas omissões são delibe-
podem aumentar a chance de cometer erros; radas, como, por exemplo, medicamento oral em pa-
Atualmente, muitas farmácias hospitalares têm im- ciente que vai submeter-se à cirurgia de emergência.
plantado as chamadas ―doses individuais‖, que são o for- Em caso de recusa do medicamento, o profissional de
necimento dos medicamentos por turno de trabalho, por enfermagem deve relatar imediatamente o fato à enfer-
paciente e por horário (com as doses prescritas para os meira e/ou ao médico, e anotá-lo no prontuário.
horários determinados), facilitando o trabalho da equipe Em nosso meio, convencionalmente, quando o me-
de enfermagem e o reconhecimento dos medicamentos dicamento não foi administrado por algum motivo o
pelo paciente. horário correspondente deve ser circundado (rodelado,
– realizar o preparo somente quando tiver a certe- ―bolado‖) à caneta e a justificativa devidamente anota-
za do medicamento prescrito, dosagem e via de da no prontuário do paciente.
administração; as medicações devem ser adminis- É importante verificar o(s) motivo(s) de recusa do pa-
tradas sob prescrição médica, mas em casos de ciente e tentar reorientá-lo quanto à importância do(s)
emergência é aceitável fazê-las sob ordem verbal medicamento(s) em seu tratamento.
(quando a situação estiver sob controle, todas as É comum o paciente queixar-se dos efeitos que alguns
medicações usadas devem ser prescritas pelo mé- medicamentos produzem no seu organismo, e a equipe
dico e checadas pelo profissional de enfermagem de enfermagem pode ajudá-lo avaliando e procurando
que fez as aplicações); alternativas que melhorem a situação de acordo com os
– identificar o medicamento preparado com o nome problemas apresentados. Às vezes, o simples fato de des-
do paciente, número do leito, nome da medicação, concentrar os medicamentos em horários diferentes pode
oferecer resultados satisfatórios.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
– comadre (opcional)
te confortavelmente posicionado em decúbito dorsal ou
sentado, com o rosto voltado para cima, o profissional
As formulações destinadas para uso retal podem ser
deve expor a conjuntiva da pálpebra inferior e solicitar-
sólidas ou líquidas. A sólida, denominada supositório, -lhe que dirija o olhar para cima, após o que instila a
possui formato ogival e consistência que facilita sua apli- solução com o conta-gotas.Seqüencialmente, orientar o
cação, não devendo ser partida. Dissolve-se em contato paciente para que feche as pálpebras e mova os olhos, o
com a temperatura corporal e é indicada principalmente que espalha uniformemente o medicamento.
para a estimulação da peristalse, visando facilitar a defe- Identicamente, as mesmas orientações devem ser se-
cação – geralmente, os resultados manifestam-se dentro guidas para a aplicação de pomada a ser distribuída ao
de 15 a 30 minutos, mas podem tardar uma hora. longo da pálpebra superior e inferior.
Para a instilação de medicamento nas narinas o pa- Desinfetar toda a ampola com algodão embebido em
ciente deve manter a cabeça inclinada para trás; nesta álcool a 70%, destacando o gargalo; no caso de frasco-
posição, o profissional aproximando conta-gotas e pinga -ampola, levantar a tampa metálica e desinfetar a bor-
o número prescrito de gotas do medicamento. racha.
Na aplicação otológica a posição mais adequada é o Proteger os dedos com algodão embebido em álcool
decúbito lateral. a 70% na hora de quebrar a ampola ou retirar a tampa
A fim de melhor expor o canal auditivo, o profissional metálica do frasco- ampola. Para aspirar o medicamento
deve puxar delicadamente o pavilhão do ouvido externo da ampola ou frasco ampola, segurá-lo com dois dedos
para cima e para trás, no caso de adultos, e para baixo de uma das mãos, mantendo a outra mão livre para rea-
e para trás, em crianças, e instilar o medicamento Para lizar, com a seringa, a aspiração da solução (figura 2 e 3).
maior conforto do paciente, utilizar solução morna. No caso do frasco-ampola, aspirar o diluente, intro-
Os medicamentos intravaginais têm a forma de cre- duzi-lo dentro do frasco e deixar que a força de pressão
me e óvulos, que são introduzidos com o auxílio de um interna desloque o ar para o interior da seringa. Homo-
aplicador de uso individual. O horário de aplicação mais geneizar o diluente com o pó liofilizado, sem sacudir, e
recomendado é à noite, ao deitar, após a realização de aspirar. Para aspirar medicamentos de frasco de dose
higiene íntima. Com a mão enluvada, o profissional deve múltipla, injetar um volume de ar equivalente à solução
encher o aplicador com o creme (ou inserir o óvulo) e, e, em seguida, aspirá-lo.
mantendo a paciente em decúbito dorsal, introduzi-lo O procedimento de introduzir o ar da seringa para
aproximadamente 7,5 cm e pressionar o êmbolo para o interior do frasco visa aumentar a pressão interna do
aplicar o medicamento . A paciente deve ser orientada mesmo, retirando facilmente o medicamento, haja vista
para permanecer deitada logo após a aplicação, visando que os líquidos movem-seda uma área de maior pressão
evitar o refluxo do medicamento. As mulheres com con- para a de menor pressão. Portanto, ao aspirar o medi-
dições de auto-aplicar-se devem ser instruídas quanto ao camento, manter o frasco invertido. Após a remoção do
procedimento.
medicamento, retirar o ar com a agulha e a seringa vol-
tadas para cima. Recomenda-se puxar um pouco o êm-
bolo, para remover a solução contida na agulha, visando
Administrando medicamentos por via parenteral
evitar seu respingo quando da remoção do ar.
A via parenteral é usualmente utilizada quando se de- A agulha deve ser protegida com o protetor e o êm-
seja uma ação mais imediata da droga, quando não há bolo da seringa com o próprio invólucro.
possibilidade de administrá-la por via oral ou quando há Identificar o material com fita adesiva, na qual deve
interferência na assimilação da droga pelo trato gastrin- constar o nome do paciente, número de leito/quarto,
testinal. A enfermagem utiliza comumente as seguintes medicamento, dose e via de administração.
formas de administração parenteral: intradérmica, sub- As precauções para administrar medicamentos pela
cutânea, intramuscular e endovenosa. via parenteral são importantes para evitar danos muitas
vezes irreversíveis ao paciente.
Material necessário: Antes da aplicação, fazer antissepsia da pele, com ál-
– Bandeja ou cuba-rim cool a 70%.
– Seringa É importante realizar um rodízio dos locais de aplica-
– Agulha ção, o que evita lesões nos tecidos do paciente, decorren-
– Algodão tes de repetidas aplicações.
– Álcool a 70% Observar a angulação de administração de acordo
– Garrote (aplicação endovenosa) com a via e comprimento da agulha, que deve ser ade-
– Medicamento (ampola, frasco-ampola) quada à via, ao tipo de medicamento, à idade do pacien-
te e à sua estrutura física.
A administração de medicamento por via parenteral Após a introdução da agulha no tecido e antes de
exige prévio preparo com técnica asséptica e as orienta- pressionar o êmbolo da seringa para administrar o me-
ções a seguir enunciadas visam garantir uma maior segu- dicamento pelas vias subcutânea e intramuscular, deve-
rança e evitar a ocorrência de contaminação. -se aspirar para ter a certeza de que não houve punção
Ao selecionar os medicamentos, observar o prazo de de vaso sangüíneo. Caso haja retorno de sangue, retirar
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
sas no tecido muscular profundo. A absorção ocorre mais Medir 4 dedos abaixo do ombro e segurar o músculo
rapidamente que no caso da aplicação subcutânea, de- durante a introdução da agulha .
vido à maior vascularização do tecido muscular. O volu-
O músculo vasto lateral encontra-se na região ante-
me a ser administrado deve ser compatível com a massa
ro-lateral da coxa.
muscular, que varia de acordo com a idade, localização
e estado nutricional. Considerando-se um adulto com Indica-se a aplicação intramuscular no terço médio
peso normal, o volume mais adequado de medicamento do músculo, em bebês, crianças e adultos
em aplicação no deltóide é de aproximadamente 2ml; no A região ventroglútea, por ser uma área desprovida
glúteo, 4 ml e na coxa, 3 ml35, embora existam autores de grandes vasos e nervos, é indicada para qualquer ida-
que admitam volumes maiores. de, principalmente para crianças.
Localiza-se o local da injeção colocando-se o dedo Inspecionar as condições da rede venosa do paciente
indicador sobre a espinha ilíaca antero-superior e, com a e selecionar a veia mais apropriada; garrotear o braço
aproximadamente 10cm acima da veia escolhida. Para fa-
palma da mão sobre a cabeça do fêmur (trocanter), em
cilitar a visualização da veia de mão e braço, solicitar que
seguida desliza-se o adjacente (médio) para formar um o paciente cerre o punho durante a inspeção e a punção
V. A injeção no centro do V alcança os músculos glúteos venosa. Esticar a pele durante a introdução da agulha,
Para aplicar medicamentos muito irritantes por via in- com o bisel voltado para cima mantendo um ângulo de
tramuscular, a técnica em Z é indicada, pois promove a 15º a 30º. Observar o retorno do sangue, soltar o garrote
e injetar o medicamento lentamente; ao retirar a agulha,
vedação do trajeto e a manutenção do medicamento no comprimir o local.
espaço intramuscular. Na administração de soluções, não deve haver pre-
Neste caso, a pele é deslocada lateralmente para lon- sença de ar na seringa, o que evita embolia gasosa.
ge do local previamente escolhido para aplicação da inje-
• Venóclise
ção (figura 7). Penetra-se a agulha no músculo, injetando
a medicação lentamente. Retira-se a agulha e solta-se a Venóclise é a administração endovenosa de regular
pele, formando o Z (figura 8). O local da injeção não deve quantidade de líquido através de gotejamento controla-
ser massageado, pois isto pode provocar lesão tecidual. do, para ser infundido num período de tempo pré-deter-
minado. É indicada principalmente para repor perdas de
líquidos do organismo e administrar medicamentos. As
• Via endovenosa soluções mais utilizadas são a glicosada a 5% ou 10% e a
fisiológica a 0,9%.
A via endovenosa é utilizada quando se deseja uma Antes de iniciar o procedimento, o paciente deve ser
ação rápida do medicamento ou quando outras vias esclarecido sobre o período previsto de administração,
não são propícias. Sua administração deve ser feita com correlacionando-o com a importância do tratamento e
muito cuidado, considerando-se que a medicação entra da necessidade de troca a cada 72 horas. O profissional
deve evitar frases do tipo ―não dói nada‖, pois este é um
diretamente na corrente sangüínea, podendo ocasionar
procedimento dolorido que muitas vezes requer mais de
sérias complicações ao paciente caso as recomendações uma tentativa. Isto evita que o paciente sinta-se engana-
preconizadas não sejam observadas. As soluções admi- do e coloque em cheque a competência técnica de quem
nistradas por essa via devem ser cristalinas, não-oleosas realiza o procedimento.
e sem flocos em suspensão. Material necessário:
Para a administração de pequenas quantidades de – o mesmo utilizado na aplicação endovenosa, acres-
medicamentos são satisfatórias as veias periféricas da centando- se frasco com o líquido a ser infundido,
suporte, medicamentos, equipo, garrote, cateter
prega (dobra) do cotovelo, do antebraço e do dorso das
periférico como escalpe, gelco ou similar, agulha,
mãos. A medicação endovenosa pode ser também apli- seringa, adesivo (esparadrapo, micropore ou simi-
cada através de cateteres intravenosos de curta/longa lar), cortado em tiras e disposto sobre a bandeja,
permanência e flebotomia.- acessórios como torneirinha e bomba de infusão,
quando necessária.
Locais de aplicação pela via intramuscular e a téc- No preparo da solução, atentar para a correta identi-
nica em Z. ficação, registrando no rótulo do frasco o nome do pa-
ciente, a solução a ser injetada, os medicamentos, tempo
em que a solução deverá correr, número de gotas/minu-
O medicamento pode ainda ser aplicado nas veias su-
to, início e término, data e assinatura.
perficiais de grande calibre: região cubital, dorso da mão A punção venosa deve ser feita em local longe de arti-
e antebraço. culações e de fácil acesso, visando facilitar a manutenção
Material necessário: da via e oferecer conforto ao paciente. Jamais puncionar
– bandeja veias esclerosadas, devido à deficiência circulatória.
– bolas de algodão Realizar a punção com técnica asséptica, mantendo
– álcool a 70% todo o conjunto de punção limpo, inclusive sua fixação,
– fita adesiva hipoalergênica para prevenir infecção local.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Os riscos ergonômicos podem provocar distúrbios Os riscos físicos envolvem agentes com variadas for-
fisiológicos e psicológicos, causando a ocorrência de mas de energia, normalmente gerados por equipamen-
tensão, ansiedade, cansaço físico, problemas na coluna, tos. São alguns exemplos de riscos físicos que podem
dores musculares, taquicardia e alterações do sono, além afetar a saúde do trabalhador:
de doenças como diabetes, hipertensão arterial, úlcera e a) ruídos;
b) vibrações;
gastrite, doenças nervosas e LER (Lesão por Esforço Re-
c) radiações;
petitivo) /DORT (Doenças Osteoarticulares Relacionadas
d) temperaturas extremas;
ao Trabalho).
e) pressões anormais;
Geralmente, esses distúrbios são causados por fato-
f) umidade.
res como:
a) o levantamento de peso;
Nos laboratórios, esses agentes podem ser gerados
b) esforço físico em excesso;
principalmente por equipamentos como autoclaves, for-
c) atividades realizadas com postura inadequada;
nos micro-ondas, incubadoras, lâmpadas infravermelhas,
d) situações de estresse físico e emocional; estufas, bicos de gás e muitos outros.
e) longas jornadas de trabalho sem descanso;
f) trabalhos realizados durante o período noturno;
g) rotina intensa de trabalho; FIQUE ATENTO!
h) trabalhos monótonos ou que exijam a realização Para evitar acidentes, os equipamentos
de movimentos repetitivos. geradores de calor como fornos, estufas,
autoclaves e bicos de gás devem ser insta-
No caso dos laboratórios, os riscos ergonômicos são lados em locais ventilados e afastados de
provocados por fatores como: materiais inflamáveis e voláteis. Também
a) as alturas e distâncias inadequadas de balcões, ca- não devem estar próximos de equipamen-
deiras, gavetas e prateleiras; tos, produtos e materiais termossensíveis
b) falta de espaço para a realização das atividades (sensíveis a alterações de temperatura).
(limpeza, manutenção, exames, etc.)
2.3.1 Ruídos
das pelo sol podem ser reduzidos ou evita- e) alterações nervosas como tontura, paralisia e in-
dos com a adoção de medidas como: consciência;
a) usar protetores solares que confiram pro- f) morte.
teção contra as radiações UVA e UVB;
b) evitar a exposição ao sol durante o perío- 2.3.6 Umidade
do das 10 às 16 horas;
c) usar chapéus; Indivíduos que exercem trabalhos em regiões alaga-
d) optar por camisas de mangas longas para das, encharcadas ou com umidade excessiva estão cons-
proteger os braços. tantemente sujeitos a desenvolver doenças respiratórias,
cutâneas e circulatórias ou sofrer acidentes de trabalho
como quedas.
Por esse motivo, é fundamental adotar medidas de
proteção coletiva e individual como: #FicaDica
a) uso de estrados de madeira;
b) instalação de ralos para escoamento da água; A Ficha de Segurança é um documento,
c) alterações nos processos de trabalho a fim de evitar normatizado pela ABNT (Associação Bra-
a exposição excessiva do trabalhador à umidade; sileira de Normas Técnicas) que contém
d) fornecimento de equipamentos de proteção como informações objetivas e precisas sobre os
luvas, botas e aventais. componentes e os riscos de manipulação,
e) uso adequado dos equipamentos de proteção pe- transporte e estocagem dos produtos quí-
los trabalhadores. micos. Nela também é possível encontrar
medidas de primeiros socorros para serem
2.4 Riscos químicos usadas em casos de acidentes com substân-
cias químicas.
Os riscos químicos são produzidos por agentes como
substâncias capazes de penetrar no organismo do traba-
lhador por meio da via respiratória (quando a substância Caso o produto recebido seja um gás comprimido, é
se apresenta na forma de poeira, gás ou vapor), da ab- importante observar:
sorção através da pele ou pela ingestão. a) o estado do recipiente em que se encontra o gás
Essa exposição (penetração e/ ou absorção) aos (cilindro, botijão, garrafa etc.);
agentes químicos pode causar prejuízos à saúde do tra- b) as válvulas de vedação;
balhador, como: c) o prazo de validade do produto;
a) irritação na pele ou nos olhos; d) a presença de etiquetas de identificação;
b) queimaduras leves ou graves; e) se a cor da tampa de proteção (capacete) de cada
c) doenças respiratórias crônicas resultantes da inala- recipiente atende as normas da ABNT (Associação
ção de vapores tóxicos; Brasileira de Normas Técnicas).
d) doenças do sistema nervoso;
e) doenças renais ou hepáticas; 2.4.2 Identificação de substâncias químicas
f) desenvolvimento de câncer.
Antes de manipular qualquer produto químico é ex-
Para reduzir ou eliminar esses prejuízos, é essencial que tremamente importante verificar as informações contidas
o trabalhador não só utilize equipamentos de proteção, mas no rótulo, na embalagem ou no recipiente da substância.
também, que manipule as substâncias de forma adequada. Nesse momento, é preciso observar a classificação
Para isso, é necessário conhecer as etapas de recebimento, de cada produto quanto ao risco para a saúde que ele
identificação e armazenamento desses produtos. oferece (R) e as medidas de segurança exigidas para seu
armazenamento ou manipulação (S).
#FicaDica Conhecer os códigos de risco (R) e os códigos de
medidas de segurança (S) permitem que o trabalhador
Para evitar danos ao meio ambiente, é manipule os produtos químicos sem que haja danos à
fundamental que as substâncias químicas sua saúde.
sejam descartadas obedecendo as normas
de biossegurança. Códigos de risco (R):
1. Risco de explosão em estado seco.
2.4.1 Recebimento de substâncias químicas 2. Risco de explosão por choque, fricção ou outras
fontes de ignição.
O recebimento é a primeira etapa para a manipula- 3. Grave risco de explosão por choque, fricção ou ou-
ção adequada dos produtos químicos. Nesse momento, tras fontes de ignição.
é fundamental observar o estado e todas a informações 4. Forma compostos metálicos explosivos.
de cada substância. 5. Perigo de explosão pela ação do calor.
De acordo com seu estado físico, os produtos químicos 6. Perigo de explosão com ou sem contato com o ar.
podem ser líquidos, sólidos ou gasosos. Ao receber subs- 7. Pode provocar incêndios.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
tâncias líquidas ou sólidas, o trabalhador deve verificar: 8. Perigo de fogo em contato com substâncias com-
a) o estado da embalagem do produto; bustíveis.
b) a presença de rótulo contendo informações claras 9. Perigo de explosão em contato com substâncias
sobre características físico-químicas, toxicidade e combustíveis.
cuidados para manipulação de cada produto; 10. Inflamável.
c) o prazo de validade do produto; 11. Muito inflamável.
d) a presença de Ficha de Segurança. 12. Extremamente inflamável.
13. Gás extremamente inflamável.
14. Reage violentamente com a água.
15. Reage com água produzindo gases muito infla-
máveis.
16. Risco de explosão em mistura com substâncias 22. Evitar respirar o pó.
oxidantes. 23. Evitar respirar os vapores.
17. Inflama-se espontaneamente ao ar. 24. Evitar o contato com a pele.
18. Pode formar misturas vapor-ar explosivas. 25. Evitar o contato com os olhos.
19. Pode formar peróxidos explosivos. 26. Em caso de contato com os olhos, lavar com bas-
20. Nocivo por inalação. tante água.
21. Nocivo em contato com a pele. 27. Tirar imediatamente a roupa contaminada.
22. Nocivo por ingestão. 28. Em caso de contato com a pele, lavar conforme
23. Tóxico por inalação. especificado pelo fabricante.
24. Tóxico em contato com a pele. 29. Não descartar resíduos na pia.
25. Tóxico por ingestão. 30. Nunca verter água sobre o produto.
26. Muito tóxico por inalação. 31. Manter afastado de materiais explosivos.
27. Muito tóxico em contato com a pele. 32. Manter afastado de ácidos e não descartar na pia.
28. Muito tóxico por ingestão. 33. Evitar a acumulação de cargas eletrostáticas.
29. Libera gases tóxicos em contato com a água. 34. Evitar choque e fricção.
30. Pode inflamar-se durante o uso. 35. Tomar cuidados para o descarte.
31. Libera gases tóxicos em contato com ácidos. 36. Usar roupa de proteção durante a manipulação.
32. Libera gases muito tóxicos em contato com áci- 37. Usar luvas de proteção apropriadas.
dos. 38. Usar equipamento de respiração adequado.
33. Perigo de efeitos acumulativos. 39. Proteger os olhos e rosto.
34. Provoca queimaduras. 40. Limpar corretamente os pisos e objetos contami-
35. Provoca graves queimaduras. nados.
36. Irrita os olhos. 41. Em caso de incêndio ou explosão, não respirar os
37. Irrita o sistema respiratório. fumos.
38. Irrita a pele. 42. Usar equipamento de respiração adequado (fu-
39. Risco de efeitos irreversíveis. migações).
40. Probabilidade de efeitos irreversíveis. 43. Usar o extintor correto em caso de incêndio.
41. Risco de grave lesão aos olhos. 44. Em caso de mal-estar, procurar um médico.
42. Probabilidade de sensibilização por inalação. 45. Em caso de acidente, procurar um médico.
43. Probabilidade de sensibilização por contato com 46. Em caso de ingestão, procurar imediatamente um
a pele. médico, levando o rótulo do frasco ou o conteúdo.
44. Risco de explosão por aquecimento em ambiente 47. Não ultrapassar a temperatura especificada.
fechado. 48. Manter úmido com o produto especificado pelo
45. Pode provocar câncer. fabricante.
46. Pode provocar problema genético hereditário. 49. Não passar para outro frasco.
47. Pode provocar efeitos teratogênicos. 50. Não misturar com substâncias especificadas pelo
48. Risco de sério dano à saúde por exposição pro- fabricante.
longada. 51. Usar em áreas ventiladas.
52. Não recomendável para uso interior em áreas de
Códigos de medidas de segurança (S): grande superfície.
1. Manter fechado.
2. Manter fora do alcance das crianças. Assim, se o rótulo de um produto químico específico
3. Manter em local fresco. mostra os códigos R-10 e S-47, significa que a substância
4. Guardar fora de locais habitados. em questão é inflamável e não deve ultrapassar a tempe-
5. Manter em líquido inerte especificado pelo fabri- ratura especificada.
cante. Além de ler todas as informações, para manipular,
6. Manter em gás inerte especificado pelo fabricante. armazenar, transportar e descartar cada produto com
7. Manter o recipiente bem fechado. segurança, é indispensável que o trabalhador também
8. Manter o recipiente em local seco. conheça o significado dos símbolos de risco presentes
9. Manter o recipiente em local ventilado. na rotulagem de cada substância química.
10. Manter o produto em estado úmido. Conheça a seguir, o significado de alguns símbolos
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A seguir, estão alguns exemplos de substâncias in- c) comprar produtos químicos em quantidade sufi-
compatíveis: ciente para atender as atividades realizadas no am-
biente de trabalho, evitando a aquisição de gran-
a) Ácido acético: incompatível com etileno glicol, des volumes;
óxido de cromo IV, ácido nítrico, ácido perclóri- d) no momento do recebimento, não aceitar produ-
co, permanganatos, anilina, gases combustíveis e tos que estejam com o rótulo danificado ou com a
outros. embalagem violada;
b) Água: incompatível com metais alcalinos terrosos,
e) manipular apenas produtos químicos compatíveis
peróxido de bário, carbonetos, ácido crômico, áci-
do sulfúrico, trióxido de enxofre etc. com os sistemas de ventilação e exaustão do am-
c) Amônia: incompatível com bromo, hipoclorito de biente de trabalho;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
cálcio, cloro, ácido fluorídrico, iodo, mercúrio e f) manter seladas as tampas de recipientes com pro-
prata, metais em pó e ácido fluorídrico. dutos químicos voláteis para evitar a formação de
d) Cloro: incompatível com acetona, acetileno, amô- odores e a deterioração da substância (muitos pro-
nia, benzeno, butadieno, butano e outros gases de dutos são sensíveis ao ar ou a umidade);
petróleo, hidrogênio, metais em pó, carboneto de
g) não estocar recipientes com produtos químicos em
sódio e terebentina.
e) Permanganato de potássio: incompatível com prateleiras muito altas (recipientes grandes devem
benzaldeído, glicerina, etilenoglicol, ácido sulfúri- ser armazenados, no máximo, a 60 centímetros do
co, enxofre, piridina, dimetilformamida, ácido clo- solo;
rídrico e substâncias oxidáveis. h) não estocar produtos químicos no interior de cape-
las nem no chão;
i) armazenar produtos químicos em armários que 13) não usar bermudas, saias ou sapatos aberto no
contenham aberturas laterais ou superiores para laboratório;
evitar o acúmulo de vapores; 14) sempre observar a validade e as especificações
j) estocar os produtos químicos sempre observando de cada EPI, fazendo substituições sempre que ne-
sua compatibilidade; cessário;
k) armazenar substâncias químicas corrosivas, solven- 15) não fumar, beber, comer ou se maquiar no labo-
tes, reativas e oxidantes em locais específicos, se- ratório. Alimentos e bebidas também não devem
paradas de outros produtos; ser armazenados na geladeira ou freezer do local;
l) rotular prateleiras, armários e áreas utilizadas para 16) não trabalhar sozinho no laboratório ou fora dos
estocagem conforme a classe dos produtos que horários de trabalho;
armazenam; 17) nunca pipetar produtos químicos com a boca.
m) não manter grandes quantidades de produtos Essa atividade deve ser realizada com o auxílio de
químicos nas bancadas de trabalho; materiais próprios como peras de sucção, trompas
n) sempre considerar produtos químicos desconheci- de vácuo e bombas especiais;
dos como perigosos. 18) manipular materiais quentes somente com o uso
de luvas de isolamento térmico;
2.4.4 Princípios de segurança para o manuseio de 19) sempre verificar o funcionamento do sistema de
substâncias químicas exaustão do laboratório;
20) avaliar periodicamente equipamentos de segu-
As substâncias químicas são amplamente utilizadas rança, materiais, vidrarias e instalações em busca
nas atividades desenvolvidas em laboratórios de análises de possíveis irregularidades como furos, rachadu-
clínicas, farmacêuticos e industriais. ras e vazamentos;
Para que essas atividades possam ser realizadas de 21) verificar a tensão de cada aparelho antes de co-
forma segura, é fundamental que todos os profissionais nectá-lo a rede elétrica. Para evitar acidentes, apa-
envolvidos sigam alguns princípios de segurança, como: relhos que não estiverem em uso devem permane-
1) conhecer os riscos associados ao manuseio, arma-
cer desconectados da tomada;
zenamento, transporte e descarte dos produtos
químicos utilizados; 22) separar materiais limpos dos contaminados;
2) conhecer os sintomas da exposição aos produtos 23) não armazenar produtos químicos em locais ina-
químicos utilizados e sempre estar atento as nor- propriados;
mas de segurança exigidas para seu manuseio; 24) manter no laboratório apenas a quantidade de
3) conhecer a localização precisa dos equipamentos produto químico necessária;
usados em casos de emergência (alarmes, extinto- 25) não cheirar nem ingerir produtos químicos;
res de incêndios, lava-olhos, chuveiros etc.); 26) não voltar para o frasco os produtos químicos não
4) saber a forma correta de utilizar os extintores de utilizados;
incêndio; 27) não circular pelo laboratório segurando produtos
5) não manusear produtos químicos sem o uso de químicos;
equipamentos de segurança específicos para cada 28) manter o laboratório sempre limpo e organizado;
caso; 29) usar capelas ou locais bem ventilados para fazer
6) não fazer improvisações com produtos químicos;
7) não desviar a atenção de outro profissional no mo- reações químicas;
mento em que ele estiver manipulando algum pro- 30) no caso de derramamento acidental de qualquer
duto químico perigoso; produto químico, proceder imediatamente com a
8) somente utilizar produtos químicos com propósi- limpeza sempre seguindo as orientações do res-
tos específicos; ponsável pelo laboratório;
9) somente utilizar produtos químicos e materiais 31) descartar produtos e materiais de forma correta.
mediante a autorização e orientação do responsá- Nunca jogar materiais insolúveis como sílica e car-
vel pelo laboratório; vão ativo nas pias;
10) se manter atento às condições de segurança, im- 32) inativar resíduos de reações químicas antes de
plementando ações corretivas sempre que neces- realizar seu descarte. O descarte de produtos e
sário; matérias deve ser feito conforme as orientações
11) sempre prender os cabelos antes de iniciar as ati- do responsável pelo laboratório;
vidades e usar corretamente os equipamentos de 33) danos ou defeitos em instalações ou materiais do
proteção individual (EPIs) como óculos de prote-
laboratório que envolvam aspectos de segurança
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
hospitais, consultórios e indústrias. Essa proteção é obti- com o objetivo de proteger os braços e o tronco
da pela construção de estruturas físicas adequadas com- do trabalhador contra a exposição a agentes que
preende e pela rotina adotada no ambiente de trabalho possam comprometer sua saúde.
em relação aos processos de descarte de resíduos, lim- Para atividades realizadas em laboratório, recomen-
peza de desinfecção de materiais etc. da-se que o jaleco tenha mangas compridas e botões
3.2 Equipamentos de segurança que o mantenha fechado, protegendo até a altura dos
joelhos.
Os equipamentos de segurança podem ser de dois Quando existe a chance de contato com o fogo, o
tipos: Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e Equi- indicado é que o trabalhador use jalecos de fibras na-
pamentos de Proteção Coletiva (EPCs). turais (algodão), já que materiais de fibras sintéticas se
inflamam com facilidade.
Como muitas vezes o jaleco pode reter microrganis-
mos e produtos tóxicos, o ideal é usá-lo apenas no am-
biente de trabalhado, sendo retirado deste apenas para
lavagem.
Além dos jalecos de tecido, o mercado também ofe-
rece opções descartáveis.
dor contra impactos externos. Já o capuz, tem a abertura frontal, circula em seu interior e, após ser
função de evitar danos na cabeça e no pescoço, filtrado, é eliminado por um condutor existente na
causados por temperaturas extremas e respingos sua parte de trás.
de produtos químicos. 2) Classe II: nessa classe, após passar por um filtro, o
ar entra na cabine e a partir desse momento, 70%
dele recircula e 30% é eliminado após ser filtrado.
Essa classe de cabine é indicada para atividades
que exijam a manipulação de microrganismos das
classes 1 e 2.
#FicaDica
Outra característica importante das cabi-
nes de segurança biológica Classe II é que,
dependendo da velocidade de entrada do
ar e da quantidade que recircula, ela pode
ser dividida em quatro subtipos (A1, A2, B1
e B2).
interior da capela;
10) não colocar a cabeça no interior da capela;
11) não fixar papeis no painel de vidro ou acrílico da e) Extintores de incêndio: são equipamentos de se-
capela para não prejudicar o campo de visão. gurança manual utilizado com a finalidade de com-
bater pequenos focos de incêndios. Dependendo
dos materiais envolvidos, os incêndios podem ser
distribuídos em seis classes: A, B, C, D, E e K.
1) Classe A: o incêndio é causado pela queima de
materiais sólidos combustíveis que geram resí-
duos. Exemplos: papel, madeira, plástico, borracha,
tecido e fibras orgânicas.
2) Classe B: o incêndio ocorre pela queima de
líquidos e gases combustíveis e inflamáveis
que não geram resíduos. Exemplos: gasolina, f) Placas sinalizadoras: são equipamentos de pro-
óleo, graxa etc. teção coletiva usadas como uma importante fer-
3) Classe C: o incêndio acontece pela queima de ramenta de comunicação visual. No ambiente de
equipamentos e instalações elétricas. trabalho, elas servem para:
Exemplos: eletrodomésticos, quadros de 1) sinalizar equipamentos de segurança como extin-
força, fiação elétrica e transformadores. tores e hidrantes;
4) Classe D: o incêndio é gerado pela queima de 2) orientar quanto a necessidade do uso de equipa-
me- tais combustíveis. Exemplos: magnésio, mentos de segurança individual;
titânio, po- tássio, lítio, sódio e zircônio.
3) alertar sobre a existência de degraus, rampas e si-
5) Classe E: o incêndio é causado pela queima
de materiais radioativos. Exemplos: césio, tuações que possam gerar risco de acidentes;
urânio entre outros. 4) indicar a direção de salas, departamentos, sanitá- rios
e saídas de emergência.
6) Classe K: o incêndio é gerado pela queima de
ma- teriais utilizados para cozinhar em
residências e in- dústrias. Exemplos: óleo,
banha e gordura.
#FicaDica
Além de usar o extintor adequado para
cada classe de incêndio, também é impor-
tante:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Em ambientes de trabalho como hospitais, consul-
exijam a manipulação de microrganismos e deve ser usa-
tórios e laboratórios, os trabalhadores estão constante-
da apenas para essa finalidade. Ainda neste caso, a pia
mente expostos a riscos dos mais diversos tipos.
deve contar com torneiras ou comandos que não preci-
Muitas vezes, esses riscos podem ser minimizados ou,
sem das mãos para fechar a água.
até mesmo, eliminados com a adoção de boas práticas e
técnicas laboratoriais, como:
3.3.7 Iluminação
1) conhecer os riscos ambientais (químicos, físicos,
biológicos, ergonômicos etc.);
Além da luz natural proveniente das janelas, o am- 2) receber treinamento em biossegurança;
biente de trabalho também precisa contar com uma boa 3) conhecer e seguir as regras de biossegurança;
iluminação artificial que assegure um ambiente confortá-
vel e agradável para a realização de tarefas.A fim de 4) não trabalhar sozinha com materiais que apresen-
evitar reflexos, superfícies como paredes e pisos tem risco de contaminação por agentes microbio-
precisam ter acabamento fosco. Além disso, os lógicos como fungos, bactérias e vírus. A presença de
computadores utilizados não devem ser instalados pró- outra pessoa durante o trabalho pode ser útil no caso
ximos de janelas ou luminárias e precisam ter tela anti- de acidentes;
-reflexiva. 5) manter a vacinação em dia;
Para que os funcionários não tenha um
cansaço visual desnecessário, é importante que
a iluminação geral do ambiente de trabalho seja
relativamente fraca e que não ocorra o
contraste entre a luz emitida pela tela do com-
putador e a luz que entra pelas janelas.
13) retirar as luvas com cuidado para evitar a forma- ção
15) não tocar o rosto ou qualquer outra parte do
de aerossóis;
cor- po (sem proteção) com as luvas de
trabalho; 14) quando necessário, descontaminar as luvas antes de
16) trocar de luvas todas as vezes em que for descarta-las;
trocar de material;
17) não tocar maçanetas, interruptores e outros FIQUE ATENTO!
com as luvas de trabalho; Lavar as mãos frequentemente, com água
18) descartar as luvas usadas em lixeiras apropriadas; e sabão, e da forma correta é uma das es-
tratégias mais eficazes para impedir e in-
19) retirar o jaleco ou avental no momento de terromper a transmissão de doenças con-
sair do ambiente de trabalho (jaleco e tagiosas.
aventais podem transportar microrganismos
ou outros contami- nantes).
20) usar sapatos fechados para proteger os pés; O processo deve ser repetido sempre:
21) usar óculos de segurança ou protetores a) antes e depois do contato com pessoas doenças;
faciais sempre em que houver o risco de haver b) ao entrar e sair do ambiente de trabalho;
o impacto de partículas/ objetos ou o c) antes e após usar o banheiro;
respingo de secreções contaminadas/ d) antes e depois de calçar as luvas.
produtos químicos; O passo a passo correto para a higienização das mãos é
22) não aplicar maquiagem ou cosméticos no ilustrado e descrito a seguir:
am- biente de trabalho;
23) não retirar canetas ou qualquer outro objeto
con- taminado do ambiente de trabalho sem
antes fazer sua desinfecção;
24) sempre que possível, trocar as lentes de
contato por óculos de grau durante a
realização de ativida- des no ambiente de
trabalho;
25) não manusear lentes de contato no
ambiente de trabalho para evitar sua
contaminação;
26) prender cabelos compridos antes de iniciar
as ati- vidades de trabalho;
27) não usar joias ou bijuterias no ambiente de
tra- balho; a) Umedecer as mãos com água.
28) sempre lavar as mãos após a manipulação de b) Aplicar e espalhar sabão em quantidade suficiente em
ob- jetos e materiais contaminados; toda a superfície das mãos.
29) lavar as mãos após retirar o jaleco/ avental c) Esfregar as palmas das mãos.
ou as luvas; d) Esfregar o dorso da mão esquerda com a palma da mão
30) lavar as mãos antes de deixar o ambiente de direita, entrelaçando os dedos e em seguida repetir o
tra- balho; movimento com a outra mão.
e) Esfregar palma com palma, entrelaçando os dedos.
f) Esfregar o dorso dos dedos com a palma da mão
6) manter o ambiente de trabalho sempre limpo oposta.
e or- ganizado, evitando o armazenamento de g) Esfregar os polegares com movimentos de rotação.
materiais como bebidas e alimentos em locais h) Esfregar as pontas dos dedos.
inapropriados; i) Enxaguar as mãos em água corrente.
7) limitar o acesso ao ambiente de trabalho, j) Enxugar as mãos com o auxílio de uma tolha de papel
impe- dindo a entrada de crianças, mulheres descartável.
grávidas, indivíduos com imunidade k) Fechar a torneira com a ajuda do papel toalha.
comprometida a fim de evitar que sejam l) Verificar se as mãos estão completamente limpas.
expostos aos riscos biológicos;
8) sempre que possível, manter a porta do 31) durante a manipulação de produtos químicos, nunca
ambiente de trabalho fechada; pipetar com a boca (usar pera de borracha ou pipetador
9) usar roupas que confiram proteção (uniformes, automático);
cal- ças, aventais, jalecos etc.); 32) usar agulhas, seringas e objetos perfurocortantes com
atenção;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
43) não armazenar roupas, bolsas e outros objetos no b) oferecer um caminho seguro e eficaz aos resíduos
local de trabalho; gerados.
44) manter as unhas limpas e aparadas;
A Resolução RDC Nº 306 determina que todo gerador
45) usar cabines de segurança biológica para de resíduos precisa elaborar um Plano de Gerenciamento
manipu- lar materiais que apresentem o de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) com base nas
risco de contami- nação por características dos resíduos produzidos. Esse PGRSS deve
microrganismos; ser compatível com procedimentos de biossegurança e
46) instalar cabines de segurança biológica com normas municipais, estaduais e federais de coleta,
em locais tranquilos e com pouco trânsito transporte e destino final dos resíduos.
de pessoas;
47) antes de transportar, armazenar todo o 3.5.1 Etapas do gerenciamento de resíduos de ser-
material contaminado por microrganismos viços de saúde
em recipientes a prova de vazamento;
O gerenciamento de resíduos de serviços de saúde
48) descontaminar todo o material
envolve as etapas de segregação, acondicionamento,
contaminado por microrganismos;
identificação, transporte interno, armazenamento tem-
49) descontaminar aparelhos e
porário, tratamento, armazenamento externo, coleta e
equipamentos antes do serviço de transporte externo e disposição final.
manutenção;
50) conhecer a localização exata de a) Segregação: essa primeira etapa consiste no pro-
equipamentos de segurança como cesso de separação dos resíduos. Essa separação é
chuveiros, lava olhos e extintores de feita no momento e no local em que os resíduos são
FIQUE ATENTO!
De acordo com a Norma Brasileira NBR
9191/20008 os sacos plásticos utilizados
para acondicionamento de resíduos são
classificados em:
a) Classe I: sacos plásticos usados para
acondicionar resíduos domiciliares. Podem
ser de qualquer cor, menos branca.
b) Classe II: sacos plásticos usados para
acondicionar resíduos infectantes. Devem
ter cor branca leitosa.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
5. A decisão para a lavagem das mãos com uso ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL:
de anti-séptico deve considerar o tipo de contato, o PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SISTEMA ÚNICO DE
grau de contaminação, as condições do paciente e o SAÚDE (SUS).
procedi- mento a ser realizado.
5.1 A lavagem das mãos com anti-séptico é recomen-
dada em: PRINCÍPIOS E DIRETRIZES
· realização de procedimentos invasivos;
· prestação de cuidados a pacientes críticos; A primeira e maior novidade do Sistema Único de Saúde
· contato direto com feridas e/ou dispositivos é seu conceito de saúde. Esse ―conceito ampliado de saúde‖,
invasi- vos, tais como cateteres e drenos. resultado de um processo de embates teóricos e políticos, como
visto anteriormente, traz consigo um diagnóstico das
6. Devem ser empregadas medidas e recursos dificuldades que o setor da saúde enfren- tou historicamente e a
certeza de que a reversão deste quadro extrapolava os Com a universalidade, o indivíduo passa a ter direito
limites restritos da noção vigente. Encarar saúde apenas de acesso a todos os serviços públicos de saúde,
como ausência de doenças evi- denciou um quadro assim como aqueles contratados pelo poder pú-
repleto não só das próprias doenças, como de blico de saúde, independente de sexo, raça, ren-
desigualdades, insatisfação dos usuários, exclu- são, da, ocupação ou outras características sociais ou
baixa qualidade e falta de comprometimento profis- pessoais. Saúde é direito de cidadania e dever do
sional.Para enfrentar essa situação era necessário Governo: Municipal, Estadual e Federal.
transfor- mar a concepção de saúde, de serviços de • Equidade: O objetivo da equidade é diminuir desi-
saúde e, até mesmo, de sociedade. Uma coisa era se gualdades. Mas isso não significa que a equidade
deparar com a necessidade de abrir unidades, contratar seja sinônima de igualdade. Apesar de todos terem
profissionais, comprar medicamentos. Outra tarefa é direito aos serviços, as pessoas não são iguais e
conceber a aten- ção à saúde como um projeto que por isso têm necessidades diferentes. Então, equi-
iguala saúde com con- dições de vida. dade é a garantia a todas as pessoas, em igualdade
Ao lado do conceito ampliado de saúde, o de condições, ao acesso às ações e serviços dos
Sistema Único de Saúde traz dois outros diferentes níveis de complexidade do sistema.
conceitos importantes: o de sistema e a ideia de O que determinará as ações será a prioridade epide-
unicidade. A noção de sistema significa que não miológica e não o favorecimento, investindo mais onde a
estamos falando de um novo serviço ou órgão carência é maior. Sendo assim, todos terão as mesmas
público, mas de um conjunto de várias
condições de acesso, more o cidadão onde morar, sem
instituições, dos três níveis de governo e do
privilégios e sem barreiras. Todo cidadão é igual perante o
setor privado contratado e conveniado, que
interagem para um fim comum. SUS e será atendido conforme suas necessidades até o
Na lógica do sistema público, os serviços limite do que o sistema pode oferecer para todos.
contratados e conveniados são seguidos dos • Integralidade: As ações de promoção, proteção e
mesmos princípios e das mesmas normas do reabilitação da saúde não podem ser fracionadas,
serviço público. Os elementos inte- grantes do sendo assim, os serviços de saúde devem reconhe- cer
sistema referem-se, ao mesmo tempo, às ati- na prática que: se cada pessoa é um todo indi- visível
vidades de promoção, proteção e recuperação e integrante de uma comunidade, as ações de
da saúde. Esse sistema é único, ou seja, deve ter promoção, proteção e reabilitação da saúde também
a mesma dou- trina e a mesma forma de não podem ser compartimentalizadas, as- sim como as
organização em todo país. Mas é preciso unidades prestadoras de serviço, com seus diversos
compreender bem esta ideia de unicidade. Em graus de complexidade, configuram um sistema capaz
um país com tamanha diversidade cultural, de prestar assistência integral.
econômica e social como o Brasil, pensar em
organizar um sistema sem
Ao mesmo tempo, o princípio da integralidade pres-
levar em conta essas diferenças seria uma temeridade.
O que é definido como único na supõe a articulação da saúde com outras políticas públi- cas,
Constituição é um conjunto de elementos como forma de assegurar uma atuação intersetorial entre as
doutrinários e de organização do Sistema Único diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e
de Saúde, os princípios da universalização, da qualidade de vida dos indivíduos.
equidade, da integralidade, da descentralização Para organizar o SUS a partir dos princípios doutriná-
e da participação popular. Esses elementos se rios apresentados e considerando-se a ideia de segurida- de
relacionam com as peculiaridades e social e relevância pública existem algumas diretrizes que
determinações locais, por meio de formas orientam o processo. Na verdade, trata-se de formas de
previstas de aproximação de gerência aos cida- concretizar o SUS na prática.
dãos, seja com descentralização político- • Regionalização e hierarquização: Os serviços devem ser
administrativa, seja por meio do controle social organizados em níveis de complexidade tecnológica
do sistema.
crescente, dispostos em uma área geográfica delimitada e
O Sistema Único de Saúde pode, então, ser com a definição da população a ser atendida.
entendido a partir da seguinte imagem: um Planejados a partir de critérios epidemiológicos, implica
núcleo comum (único), que concentra os na capacidade dos serviços em oferecer a uma determinada
princípios doutrinários, e uma forma de população todas as modalidades de assis- tência, bem como
organização e operacionalização, os princípios o acesso a todo tipo de tecnologia dis- ponível,
orga- nizativos. A construção do SUS norteia-se, possibilitando alto grau de resolutividade (solu- ção de
baseado nos seus preceitos constitucionais, problemas).
pelas seguintes doutrinas: A rede de serviços, organizada de forma hierarqui- zada
e regionalizada, permite um conhecimento maior da
• Universalidade: É a garantia de atenção à situação de saúde da população da área delimitada,
saúde, por parte do sistema, a todo e favorecendo ações de atenção ambulatorial e hospitalar em
qualquer cidadão (―A saúde é direito de todos os níveis de complexidade.
todos e dever do Estado‖ – Art. 196 da Deve o acesso da população à rede se dar por in-
Constituição Federal de 1988). termédio dos serviços de nível primário de atenção, que
devem estar qualificados para atender e resolver os segmentos da so- ciedade: gestores, usuários,
prin- cipais problemas que demandam os serviços profissionais, entida- des de classe, etc.); e, por fim, no
de saúde. Os demais deverão ser referenciados para âmbito federal, as políticas do SUS são negociadas e
os serviços de maior complexidade tecnológica. pactuadas na CIT – Comissão Intergestores Tripartite
Estes caminhos somam a integralidade da atenção (compos- ta por representantes do Ministério da
com o controle e a racionali- dade dos gastos no Saúde, das secretarias municipais de saúde e das
sistema secretarias estaduais de saúde).
Sistemas de Saúde no Brasil 7) Os medicamentos básicos são adquiridos pelas
secretarias estaduais e municipais de saúde, de-
1) Todos os estados e municípios devem ter pendendo do pacto feito na região. A insulina hu-
conse- lhos de saúde compostos por mana e os chamados medicamentos estratégicos
representantes dos usuários do SUS, dos - incluídos em programas específicos, como Saúde da
prestadores de serviços, dos gestores e dos Mulher, Tabagismo e Alimentação e Nutrição - são
profissionais de saúde. Os conse- lhos são obtidos pelo Ministério da Saúde. Já os medi-
fiscais da aplicação dos recursos públicos em camentos excepcionais (aqueles considerados de alto
saúde.A União é o principal financiador da custo ou para tratamento continuado, como
saúde pública no país. Historicamente,
metade dos gastos é fei- ta pelo governo para pós-transplantados, síndromes – como Doen- ça de
federal, a outra metade fica por conta dos Gaucher – e insuficiência renal crônica) são comprados
estados e municípios. A União formula pelas secretarias de saúde e o ressar- cimento a elas é
políticas nacionais, mas a implementação é feito mediante comprovação de entrega ao paciente. Em
feita por seus parceiros (estados, municípios, média, o governo federal repassa 80% do valor dos
ONGs e iniciativa privada) medicamentos excep- cionais, dependendo dos preços
2) O município é o principal responsável pela conseguidos pe- las secretarias de saúde nos processos
saúde pública de sua população. A partir do licitatórios. Os medicamentos para DST/Aids são
Pacto pela Saúde, assinado em 2006, o gestor comprados pelo ministério e distribuídos para as
municipal passa a assumir imediata ou secretarias de saúde.
paulatinamente a plenitude da gestão das 8) Com o Pacto pela Saúde (2006), os estados e mu- nicípios
ações e serviços de saúde oferecidos em seu poderão receber os recursos federais por meio de cinco
território. blocos de financiamento: 1 – Aten- ção Básica; 2 –
3) Quando o município não possui todos os Atenção de Média e Alta Complexi- dade; 3 – Vigilância
servi- ços de saúde, ele pactua (negocia e em Saúde; 4 – Assistência Far- macêutica; e 5 – Gestão do
acerta) com as demais cidades de sua região a SUS. Antes do pacto, havia mais de 100 formas de
forma de aten- dimento integral à saúde de repasses de recursos financeiros, o que trazia algumas
sua população. Esse pacto também deve dificuldades para sua aplicação.
passar pela negociação com o gestor estadual
4) O governo estadual implementa políticas Há hierarquia no Sistema Único de Saúde entre as
nacio- nais e estaduais, além de organizar o unidades da Federação?
atendimento à saúde em seu território.A porta
de entrada do sistema de saúde deve ser A relação entre a União, estados e municípios não possui
preferencialmente a atenção básica (postos de uma hierarquização. Os entes federados nego- ciam e entram
saúde, centros de saúde, unidades de Saúde em acordo sobre ações, serviços, organi- zação do atendimento
da Família, etc.). A partir desse primeiro e outras relações dentro do sis- tema público de saúde. É o que
atendimento, o cidadão será encaminha- do se chama de pactuação intergestores. Ela pode ocorrer na
para os outros serviços de maior Comissão Intergestora Bipartite (estados e municípios) ou na
complexidade da saúde pública (hospitais e Comissão Inter- gestora Tripartite (os três entes federados).
clínicas especializa- das). Qual a responsabilidade financeira do governo fede- ral na
5) O sistema público de saúde funciona de forma área de saúde?
re- ferenciada. Isso ocorre quando o gestor • A gestão federal da saúde é realizada por meio do
local do SUS, não dispondo do serviço de que Ministério da Saúde.
o usuário necessita, encaminha-o para outra • O governo federal é o principal financiador da rede pública
localidade que oferece o serviço. Esse de saúde. Historicamente, o Ministério da Saúde aplica
encaminhamento e a refe- rência de atenção à metade de todos os recursos gastos no país em saúde
saúde são pactuados entre os municípios pública em todo o Brasil. Estados e municípios, em geral,
6) Não há hierarquia entre União, estados e contribuem com a outra metade dos recursos.
municí- pios, mas há competências para cada • O Ministério da Saúde formula políticas nacionais de saúde,
um desses três gestores do SUS. No âmbito mas não realiza as ações. Para a realização dos projetos,
municipal, as po- líticas são aprovadas pelo depende de seus parceiros (estados, municípios, ONGs,
CMS – Conselho Munici- pal de Saúde; no fundações, empresas, etc.).
âmbito estadual, são negociadas e pactuadas • Também tem a função de planejar, criar normas, avaliar e
pela CIB – Comissão IntergestoresBi- partite utilizar instrumentos para o controle do SUS.
(composta por representantes das secreta- • Os estados possuem secretarias específicas para a gestão
rias municipais de saúde e secretaria estadual de saúde.
de saúde) e deliberadas pelo CES – Conselho • O gestor estadual deve aplicar recursos próprios, in- clusive
Estadual de Saúde (composto por vários nos municípios, e os repassados pela União.
• Além de ser um dos parceiros para a aplicação de (sobre he- rança e doações).
políticas nacionais de saúde, o estado formula B) Transferências da União: cota-parte do Fundo de
suas próprias políticas de saúde. Participação dos Estados (FPE), cota-parte do IPI-
• Ele coordena e planeja o SUS em nível estadual, -Exportação, transferências da Lei Complementar nº
res- peitando a normatização federal. 87/96 – Lei Kandir.
• Os gestores estaduais são responsáveis pela orga- C) Imposto de Renda Retido na Fonte.
nização do atendimento à saúde em seu território. D) Outras Receitas Correntes: receita da dívida ativa de
Qual a responsabilidade do governo municipal na impostos e multas, juros de mora e correção
área de saúde? A estratégia adotada no país monetária de impostos;
reconhece o município como o principal
Para onde vão e como são fiscalizados esses recur-
responsável pela saúde de sua população.
sos?
• A partir do Pacto pela Saúde, de 2006, o
gestor municipal assina um termo de
A Emenda Constitucional nº 29 estabeleceu que de-
compromisso para assumir integralmente as
veriam ser criados pelos estados, Distrito Federal e mu-
ações e serviços de seu território. nicípios os fundos de saúde e os conselhos de saúde. O
• Os municípios possuem secretarias específicas primeiro recebe os recursos locais e os transferidos pela
para a gestão de saúde. União. O segundo deve acompanhar os gastos e fiscali- zar
• O gestor municipal deve aplicar recursos as aplicações.
próprios e os repassados pela União e pelo O que quer dizer transferências ―fundo a fundo‖?
estado. Com a edição da Emenda Constitucional nº 29, fica clara
• O município formula suas próprias políticas de a exigência de que a utilização dos recursos para a saúde
saú- de e também é um dos parceiros para a somente será feita por um fundo de saúde. Trans- ferências
aplicação de políticas nacionais e estaduais fundo a fundo, portanto, são aquelas realiza- das entre
de saúde. fundos de saúde (ex.: transferência repassada do Fundo
• Ele coordena e planeja o SUS em nível Nacional de Saúde para os fundos estaduais e municipais.
municipal, respeitando a normatização Quem faz parte dos conselhos de saúde?
federal e o planeja- mento estadual. Os conselhos são instâncias colegiadas (membros têm
• Pode estabelecer parcerias com outros poderes iguais) e têm uma função deliberativa. Eles são
municípios para garantir o atendimento fóruns que garantem a participação da população na
pleno de sua popu- lação, para fiscalização e formulação de estratégias da aplicação pú-
procedimentos de complexidade que blica dos recursos de saúde. Os conselhos são formados por
estejam acima daqueles que pode oferecer. representantes dos usuários do SUS, dos prestadores de
• Em setembro de 2000, foi editada a Emenda serviços, dos gestores e dos profissionais de saúde.
Cons- titucional nº 29.
• O texto assegura a co-participação da União, Como funciona o atendimento ao SUS?
dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios no financiamento das ações e O sistema de atendimento funciona de modo descen-
serviços de saúde pú- blica. tralizado e hierarquizado.
• A nova legislação estabeleceu limites mínimos
de aplicação em saúde para cada unidade O que quer dizer descentralização?
federativa.
• Mas ela precisa ser regulamentada por Significa que a gestão do sistema de saúde passa para
projeto de lei complementar que já está em os municípios, com a conseqüente transferência de recursos
debate no Con- gresso Nacional. financeiros pela União, além da cooperação téc- nica.
O novo texto definirá quais tipos de gastos são Os municípios, então, devem ter todos os serviços de
da área de saúde e quais não podem ser saúde?
considerados gastos em saúde. Não. A maior parte deles não tem condições de ofer- tar
Quanto a União, os estados e municípios na integralidade os serviços de saúde. Para que o sistema
devem in- vestir? funcione, é necessário que haja uma estratégia regional de
• A Emenda Constitucional nº 29 estabelece atendimento (parceria entre estado e muni- cípios) para
que os gastos da União devem ser iguais ao corrigir essas distorções de acesso.
do ano ante- rior, corrigidos pela variação
nominal do Produto Interno Bruto (PIB). Como é feita essa estratégia de atendimento?
• Os estados devem garantir 12% de suas • No Sistema Único de Saúde, há o que se chama de
receitas para o financiamento à saúde. referencialização. Na estratégia de atendimento, para
• Já os municípios precisam aplicar pelo menos cada tipo de enfermidade há um local de re- ferência
15% de suas receitas. para o serviço. A entrada ideal do cidadão na rede de
saúde é a atenção básica (postos de saúde, equipes
Quais são as receitas dos estados? do Saúde da Família, etc.).
• Um segundo conceito básico do SUS é a hierarqui-
Elas são compostas por: zação da rede. O sistema, portanto, entende que deve
A) Impostos Estaduais: ICMS, IPVA e ITCMD haver centros de referência para graus de
complexidade diferentes de serviços.
Quanto mais complexos os serviços, eles são pelas instituições credenciadas no SUS. Elas não precisam
organi- zados na seguinte seqüência: unidades de ser públicas, mas devem estar cadastradas e credenciadas
saúde, muni- cípio, pólo e região.Como se decide para realizar os procedimentos pelo serviço público de
quem vai atender o quê? saúde. O pagamento é feito mediante a apresentação de
fatura, que tem como base uma tabela do Ministério da
Os gestores municipais e estaduais verificam Saúde que especifica quanto vale cada tipo de procedi-
quais instrumentos de atendimento possuem mento.
(ambulâncias, postos de saúde, hospitais, etc.). Após
a análise da po- tencialidade, traçam um plano Pode-se, então, gastar o quanto se quiser nesse tipo
regional de serviços. O acerto ou pactuação irá de procedimento?
garantir que o cidadão tenha acesso a todos os
tipos de procedimentos de saúde. Na prática, uma Não. Há um limite para o repasse, o chamado teto
pessoa que precisa passar por uma cirurgia, mas o financeiro.
seu município não possui atendimento hospita- lar, O teto é calculado com base em dados como popula-
será encaminhada para um hospital de referência ção, perfil epidemiológico e estrutura da rede na região.
em uma cidade vizinha. E os convênios? O que são?
Esse tipo de repasse objetiva a realização de ações e
Os municípios têm pleno poder sobre os recursos? programas de responsabilidade mútua, de quem dá o
investimento (concedente) e de quem recebe o dinhei- ro
Os municípios são incentivados a assumir (convenente). O quanto o segundo vai desembolsar
integral- mente as ações e serviços de saúde em seu depende de sua capacidade financeira e do
território. Esse princípio do SUS foi fortalecido pelo cronogramafísico-financeiro aprovado. Podem fazer
Pacto pela Saú- de, acertado pelos três entes convênios com o Ministério da Saúde os órgãos ou
federados em 2006. A partir de então, o município entidades federais, estaduais e do DistritoFederal, as
pode assinar um Termo de Com- promisso de prefeituras municipais, as entidades filantrópicas, as
Gestão. Se o termo for aprovado na Comis- são organizações não-gover- namentais e outros interessados
Bipartite do estado, o gestor municipal passa a ter a no financiamento de projetos específicos na área de saúde.
Os repasses por convênios significam transferências
voluntárias de recur- sos financeiros (ao contrário das
transferências fundo a fundo, que são obrigatórias) e
representam menos de 10% do montante das transferências.
Conceito de Saúde
gestão de todos os serviços em seu território. A Saúde é um direito universal e fundamental do ser humano,
condição permite que o município receba os firmado na Declaração Universal dos Direitos Humanos e
recursos de forma regular e automática para todos assegurado pela Constituição Federal, que estabelece a saúde
os tipos de atendimento em saúde que ele se comodireito de todos e dever do Estado, garantindo mediante
comprometeu a fazer. políticas sociais e econô- micas que visem à redução do risco de
doença e de ou- tros agravos e ao acesso universal igualitário às
Há um piso para o recebimento de recursos ações e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação
da atenção básica?
(BRASIL, art. 196).
Trata-se do Piso da Atenção Básica (PAB), que é
cal- culado com base no total da população da A atual legislação brasileira amplia o conceito de saúde,
cidade. Além desse piso fixo, o repasse pode ser considerando-a um resultado de vários fatores determinantes e
incrementado con- forme a adesão do município aos condicionantes, como alimentação, mo- radia, saneamento
programas do governo federal. São incentivos, por básico, meio ambiente, trabalho, ren- da, educação, transporte,
exemplo, dados ao programa Saúde da Família, no lazer, acesso a bens e serviços essenciais. Por isso, as gestões
qual cada equipe implementada re- presenta um municipais do SUS- em articulação com as demais esferas de
acréscimo no repasse federal. As transferên- cias são governo – devem desenvolver ações conjuntas com outros
realizadas fundo a fundo.
setores gover- namentais, como meio ambiente, educação,
Como são feitos os repasses para os serviços
hos- pitalares e ambulatoriais? urbanismo, dentre outros, que possam contribuir, direta ou
indireta- mente, para a promoção de melhores condições de
A remuneração é feita por serviços produzidos vida e de saúde para população.Vigilância Sanitária: Um
conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou pelo Conselho de Saúde.
prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas Conselhos de Saúde – no artigo 1º da 8142/90 pará-
sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e grafo 2º diz:
circulação de bens e da prestação de ser- viços de - O Conselho de Saúde, é um órgão colegiado de ca-
interesse da saúde, abrangendo: ráter permanente e deliberativo do Sistema Único
I - o controle de bens de consumo que, de Saúde- SUS. O colegiado do Conselho de Saúde
direta ou in- diretamente, se relacionem é composto por:
com a saúde, compre- endidas todas as - 25% de representantes do governo e prestadores de
etapas e processos, da produção ao serviços, 25% de profissionais de saúde e 50% de
consumo; e usuários, atua na formulação e proposição de
II - o controle da prestação de serviços que se estratégias e no controle da execução das políticas de
relacio- nam direta ou indiretamente com saúde, inclusive nos aspectos econômicos e fi-
a saúde. nanceiros, cuja decisões serão homologadas pelo
chefe do poder legalmente constituído em cada
esfera de governo.
Vigilância Epidemiológica: Conjunto de
ações que proporcionam o conhecimento, a A Resolução nº 333 de 04/11/2003, do Conselho Na-
detecção ou prevenção de qualquer mudança cional de Saúde aprova diretrizes para a Criação , refor-
nos fatores determinantes e con- dicionantes de mulação , estruturação e funcionamento dos Conselhos de
saúde individual ou coletiva, com a finali- dade Saúde.
de recomendar e adotar as medidas de
Direitos dos Usuários do SUS
prevenção e controle das doenças ou agravos.
Saúde do Trabalhador: Conjunto de A ―Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde‖ traz in-
atividades que se destina, através das ações de formações para que você conheça seus direitos na hora de
vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à procurar atendimento de saúde. Ela reúne os seis prin- cípios
promoção e proteção da saúde dos básicos de cidadania que asseguram ao brasileiro o ingresso
trabalhadores, assim como visa à recuperação e digno nos sistemas de saúde, seja ele público ou privado. A
reabilita- ção da saúde dos trabalhadores Carta é uma importante ferramenta para que você conheça
seus direitos e, assim, ajude o Brasil a ter um sistema de
submetidos aos riscos e agravos advindos das saúde ainda mais efetivo.
condições de trabalho.
Assistência Farmaceútica: Conjunto de ações Os princípios da Carta são:
voltadas à promoção, proteção e recuperação da 1. Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e or-
saúde individual e coletiva, tendo os ganizado aos sistemas de saúde
medicamentos como insumos es- senciais e 2. Todo cidadão tem direito a tratamento adequado e
visando à visibilização do acesso aos mesmos, efetivo para seu problema
3. Todo cidadão tem direito ao atendimento humani-
assim como de seu uso racional. Envolve a zado, acolhedor e livre de qualquer discriminação
pesquisa, o desenvolvimento e a produção de 4. Todo cidadão tem direito a atendimento que res-
medicamentos e in- sumos, bem como a peite a sua pessoa, seus valores e seus direitos
seleção, programação, aquisição, distribuição, 5. Todo cidadão também tem responsabilidades para que
dispensação, garantia da qualidade dos seu tratamento aconteça da forma adequada
produtos e serviços, acompanhamento e 6. Todo cidadão tem direito ao comprometimento dos
gestores da saúde para que os princípios ante- rior