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Atualmente existem três tipos de terras indígenas: as ocupações tradicionais, e são estas as tratadas pela Constituição
Federal; as reservas indígenas, as terras doadas, adquiridas ou desapropriadas pela União para posse permanente por
povos indígenas (não se submetem aos procedimentos comuns de demarcação); terras interditadas, que são as áreas
protegidas pela Fundação Nacional do Índio (Funai) para preservar grupos indígenas isolados, restringindo o trânsito de
não índios às terras.
A demarcação de terras deve cumprir legalmente quatro fases: identificação e delimitação, demarcação física,
homologação e o registro das terras indígenas (a oficialização da posse tão aguardada pelas comunidades indígenas).
Para as comunidades indígenas, a terra não se resume ao espaço ocupado. Trata-se do local necessário para a
sobrevivência de sua cultura. O encontro com seu território ancestral. Assim, o acompanhamento do procedimento de
demarcação de terras é feito criteriosamente e com muita atenção por parte dos grupos indígenas, para que não se
concretize o cerceamento dos seus direitos à posse de territórios de origem.
Sobre a investida da especulação imobiliária em terras indígenas, o povo Tremembé da Barra do Mundaú
(Itapipoca/CE) fez, durante a audiência, denúncia da volta das ameaças e conflitos com o grupo empresarial
que, desde 2002, deseja construir um complexo turístico chamado Nova Atlântida em cima de todo o território
Tremembé em Itapipoca. No último dia sete de maio uma estrutura construída pelos indígenas na divisa da
terra indígena com a praia da Baleia foi incendiada. “Nossa resistência não vai calar. O litoral, e não só as
terras indígenas, tem sido protegido pelo nosso povo”, afirma Ezequiel Tremembé.
Por: Amanda Sampaio. Brasil de Fato | Fortaleza (CE), 24 de Maio de 2019 às 13:17
Fonte: https://www.brasildefato.com.br/2019/05/24/a-maior-bandeira-de-luta-e-pela-terra-afirmam-povos-indigenas-em-
audiencia-publica/ Acessado em: 03/07/2019.