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Capítulo 4 .

4.1 Conceitos, proteção e causas de incên-


dios florestais.

Quando nos tratamos de fogo em mata, esta-


mos falando de Meio Ambiente, desta forma deve-
mos tomar muito cuidado também com sua existe-
nicia de variedade de seres vivos nestes locais, então
definimos como Incêndio
Florestal, toda destruição total ou parcial da vege-
tação, em áreas florestais, ocasionada pelo fogo, sem o
controle do homem ou qualquer que seja sua origem.
Proteção a incêndios florestais é o conjunto de
medidas que visam à preservação das espécies vege-
tais e animais existentes no local.
De forma didática divide-se fogo em mata em
alguns tópicos definidos abaixo:

a) PERÍMETRO: é a borda do fogo, o com-


primento total das margens da área queimando ou
queimada. O perímetro está sempre mudando, até a
extinção do fogo;

b) CABEÇA: é a parte do incêndio que se pro-


paga com maior rapidez. A cabeça ou “frente” ca-
minha no sentido do vento. É onde o fogo queima
com maior intensidade. Controlá-la e prevenir a for-

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mação de uma nova cabeça é, geralmente, a chave do
controle do fogo;

c) DEDO: faixa longa e estreita que se propaga


rapidamente a partir do foco principal. Quando não
controlado dá origem a uma nova cabeça;

d) RETAGUARDA: parte do incêndio que se


situa em posição oposta à cabeça. Queima com
pouca intensidade. Pode se propagar contra o
vento e declives;

e) FLANCOS: as duas laterais do fogo, sepa-


ram a cabeça da retaguarda. A partir dos flancos for-
mam-se os dedos e se houver mudança no vento os
flancos podem se transformar em uma nova cabeça;

f) FOCOS SECUNDÁRIOS: provocados por


fagulhas que o vento leva além da cabeça ou por ma-
teriais incandescentes que rolam em declives. Devem
ser extintos rapidamente ou se transformarão em no-
vas cabeças e continuarão a crescer em tamanho;

g) BOLSA: área não atingida do perímetro


normalmente espaço não queimado entre os dedos;

h) ILHA: pequena área, não queimada, dentro


do perímetro.

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Causas dos incêndios florestais, quanto a natu-
reza da causa, o incêndio florestal pode ser de:

1) natureza química - são os incêndios que têm


origem em uma reação química qualquer;

2) natureza física - são os incêndios que têm


origem por meio de um efeito físico qualquer;

3) natureza biológica - são os incêndios que


têm origem em reações provocadas por bacté-
rias, fermentações.

4.2 Tipos de Vegetação.

Existem vários tipos de vegetação, bem como


diferentes combinações entre si, conforme segue:

a) campo ou campo limpo - é a forma ou ape-


nas um andar de cobertura vegetal, onde raramente
ocorrem formas arbustivas ou arbóreas;

b) campo sujo ou campo cerrado - é a forma-


ção de Campos Limpos, entremeados de arbustos
esparsos e raras formas arbóreas, onde a área de ve-
getação rasteira é sempre dominante;

c) cerrado - é constituído por dois níveis, o pri-

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meiro de vegetação rasteira e o segundo de arbus-
tos e formas arbóreas que raramente ultrapassam 06
(seis) metros de altura;

d) cerradão - é constituído por três níveis, sen-


do os dois primeiros iguais aos dois do Cerrado e
um terceiro formado de árvores que podem atingir
de 18 a 20 metros de altura;

e) campo de várzea: são constituídas de vegeta-


ção de porte baixo, estruturas bastante variáveis, cuja
característica é suportar inundações periódicas por
estar situada nas baixadas que margeiam os rios.

Essas inundações provocadas pelas estações


chuvosas depositam grande quantidade de material
orgânico nas margens dos rios, aumentando a ferti-
lidade de seus solos, que aliados à topografia plana,
tornam estas áreas muito procuradas pela agricultura
intensiva. As várzeas menos alteradas podem possuir
vegetação arbórea, neste caso, podendo ser chamada
de Floresta de Várzea. A vegetação característica de
campo de várzea é a taboa;

f) mangue: formação típica de litoral, sob ação


direta das marés, em solos com limosidade de regi-
ões estuarinas. Constituí-se de único estrato de porte
arbóreo e diversidade muito restrita. Neste ambiente

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salobro desenvolvendo-se espécies adaptadas a essas
condições, ora denominada por gramíneo o que lhe
confere uma fisionomia herbácea; ora denominadas
por espécies arbóreas. O mangue abriga grande va-
riedade de espécies da fauna brasileira, como tapi-
curu, guará, crustáceos, sapos, insetos, garça, entre
outros. O mangue devido ao acúmulo de material
orgânico, característica importante desse ambiente,
garante alimento e proteção para a reprodução de
inúmeras espécies marinhas e terrestres;

g) restinga: vegetação que recebe influências


marinhas, presentes ao longo do litoral brasileiro,
que depende mais da natureza do solo, do que do
clima.
Ocorre em mosaico e encontra-se em praias,
cordões arenosos, dunas e depressões, apresentando
de acordo com o estágio de desenvolvimento, es-
tratos herbáceos, arbustivos e arbóreos, este último
mais interiorizado.

h) floresta - é constituída por árvores de grande


porte em uma área relativamente extensa e, dependen-
do de sua origem, podemos ter, floresta natural, que
surgiu em determinada área, sem interferência do ho-
mem; e floresta artificial, que é aquela, plantada pelo
homem, também conhecida como reflorestamento,
geralmente constituída por poucas espécies vegetais.

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Combustíveis
Vegetação, leve e pesado, umidade interna da
vegetação, fase de pré-aquecimento; o calor elimina
o vapor d’água e continua aquecendo o combustível
até a temperatura máxima imediatamente anterior ao
ponto de ignição, fase da destilação ou combustão
dos gases; fase da incandescência ou do consumo
do carvão.

Os combustíveis são divididos em 02 tipos:


a) COMBUSTÍVEIS PESADOS: são os que
queimam lentamente em decorrência do seu volume
e da umidade que retém.

b) COMBUSTÍVEIS LEVES: são os que quei-


mam com maior facilidade, permitindo uma propagação
rápida do fogo. Fornecem calor para que os combustí-
veis pesados entrem em combustão e para que os com-
bustíveis verdes sequem e queimem com facilidade.

São exemplos de combustíveis leves: grama


seca, folhas mortas, arbustos, gravetos.

4.3 Prevenções e Combate a Incên-


dios Florestais.

Podemos definir prevenção de incêndios flores-

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tais nas medidas adotadas de um conjunto de ações
realizadas e tendentes a evitar o surgimento do in-
cêndio, detectar e informar sua posição, facilitando
as ações de combate e salvamento e diminuindo as
condições de propagação.
Neste conceito destacamos alguns aspectos
importantes, que são: ações educativas, preparo de
aceiros preventivos, montagem de sistema preventi-
vo de vigilância, preparação do pessoal de combate,
disponibilização dos materiais para ações de detec-
ção e combate ao incêndio.

Principais medidas para evitar as causas


de incêndios:
a) apagar as pontas de cigarros e colocá-las no
cinzeiro;

b) fumar somente em áreas seguras;

c) fazer acampamentos em locais apropriados;

d) não acumular lixo em lugares impróprios;

e) fazer queima de lixo em área limpa aceirada;

f) quebrar o palito de fósforo antes de jogá-lo;

g) tomar cuidado com qualquer fogo;

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h) ao deixar um acampamento, apague o fogo
totalmente com água ou terra;

i) lembrar-se sempre que o homem é o princi-


pal causador de incêndios florestais;

j) construir aceiros de segurança em área de


risco elevado;

k) capinar os terrenos, fazendo o corte preven-


tivo e remoção do mato, impedindo as queimadas.

Em se tratando de combate a incêndios flores-


tais poderemos definir assim: O
Combate a incêndios florestais é o conjunto de
medidas tomadas no sentido de eliminar o incêndio
florestal, por intermédio de sua completa extinção
ou de se impedir sua propagação.
Principalmente de caráter físico-mecânico que
se observa no ambiente. É a situação do fogo de um
Incêndio Florestal ou queima controlada, ou seja,
como se comporta o fogo no terreno que está sen-
do afetado, sua forma de propagação, velocidade de
avanço nas diferentes frentes, o dinamismo da colu-
na convectiva e a quantidade de energia calórica que
se transfere ao ambiente.
O comportamento do fogo depende das carac-
terísticas da área respectiva, representada pelos fatores:

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topografia, condições atmosféricas e tipos de vegetação.

Fatores influenciadores da propagação


dos incêndios

São estes os fatores:


a) CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS: to-
dos os aspectos do tempo têm efeito sobre o compor-
tamento do fogo em mata. São alguns desses fatores:

• VENTO: quanto mais forte for o vento, mais


rápida será a propagação do incêndio, isto porque o
vento traz consigo um suprimento adicional de oxi-
gênio. Pode também levar fagulhas além da linha do
fogo e iniciar, com isto, focos secundários. Ventos
mudam a direção do fogo rápida e inadvertidamente.
Estas mudanças colocam em risco tanto a segurança
no trabalho quando o próprio controle do incêndio.
Visto que o sol aquece o solo, o ar junto ao solo
aquecido sobe. Assim, as correntes de ar geralmente
erguem-se pelos vales e aclives durante o dia.
Durante a tarde e a noite, o solo se refresca e
as correntes de ar invertem sua direção, descendo
aos vales de declives. Portanto é importante verificar
a direção do vento nos vales e declives para que se
planeje o ataque ao incêndio.
Outros dos efeitos do vento no comportamen-
to do fogo é que ele seca os combustíveis, fazendo

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com que queimem melhor e mais rapidamente.

• TEMPERATURA: os combustíveis pré-


-aquecidos pelo sol ardem com maior rapidez do
que os combustíveis frios. A temperatura do solo
também influi na movimentação das correntes de ar.
A temperatura do solo tem influência direta sobre os
bombeiros, tornando-os mais estafados e cansados
para o combate.

• UMIDADE: a umidade em forma de vapor


d’água está sempre presente no ar. A quantidade de
umidade que está no ar afeta a quantidade que está
no combustível. O conteúdo de umidade dos com-
bustíveis é uma consideração importante no comba-
te a incêndios, visto que os combustíveis leves são
os que têm maior facilidade em umedecer; úmidos,
estes combustíveis queimam lentamente e não pro-
duz calor suficiente para incendiar os combustíveis
pesados, tornando mais lenta a propagação.

b) TOPOGRAFIA DO TERRENO: os aci-


dentes do terreno desempenham um papel impor-
tante na propagação do fogo que, ao contrário das
condições meteorológicas, constitui um fator cons-
tante. A topografia favorece o pré-aquecimento da
vegetação à frente do fogo, conforme:

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• ACLIVE: o fogo queima com mais rapidez
para cima, onde as chamas encontram maior quanti-
dade de combustível, aliada a convecção produzida
por gazes quentes;

• DECLIVE: o fogo é lento porque as corren-


tes de convecção vão no sentido oposto ao combus-
tíveis não os aquecendo.

Em declives íngremes, troncos incandescentes


podem rolar, causando riscos para os bombeiros, quer
pelo impacto com o material, quer pela possibilidade
de que este tem de conduzir o fogo para a retaguarda
dos bombeiros, colocando-os entre duas frentes.
Para acontecer um incêndio florestal quatro fa-
tores devem ocorrer simultaneamente, o que pode
ser chamado de tetraedro do incêndio florestal: To-
pografia, Clima, Combustível e reação em cadeia,
onde temos os seguintes aspectos:

Topografia, declividade – altitude, forma do


terreno, tipo de terreno,

Clima (condições atmosféricas), temperatura;


horários críticos: das 12 às 16 h - Umidade relativa
do ar: crítica - abaixo de 20%, pressão atmosférica;
quanto menor, mais facilita a expansão dos gases,
direção e velocidade do vento.

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