rêve est la copie de l’idée. Le pincipal est l’idée; la vision n’est qu’accessoire.
Ceci établi, il faut
savior suivre la marche des idées, il faut savoir analyser le tissu des rêves; l’incohérence devientes… alors compréhensible, les conceptions les plus fantasques deviennent des faits simples et parfaitement logiques- Les rêves les plus bizarres trouvent même une explication des plus logiques quand on sait les analyser.” Johan Stärcke (1913, 243) salientou que uma explicação semelhante da incoerência dos sonhos fora proposta por um autor mais antigo, Wolf Davidson (1799, 136), cuja obra me era desconhecida; “Todos os notáveis saltos dados por nossas representações nos sonhos têm sua base na lei da associação; às vezes, contudo, essas conexões ocorrem na mente de maneira muito obscura, de modo que muitas vezes nossas representações parecem ter dado um salto, quando, de fato, não houve salto algum.” A literatura sobre o assunto mostra, assim, uma gama muito ampla de variação quanto ao valor que ela atribui aos sonhos como produtos psíquicos. Essa amplitude se estende desde o mais profundo menosprezo, do tipo com que nos familiarizamos, passando por indícios de uma valorização ainda não revelada, até uma supervalorização que coloca os sonhos numa posição muito mais elevada do que qualquer das funções da vida de vigília. Hildebrandt (1875, 19 e seg.), que, como já soubemos [ver em [1]], enfeixou todas as características psicológicas da vida onírica em três antinomias, vale-se dos dois pontos extremos dessa faixa de valores para compor seu terceiro paradoxo: “trata-se de um contraste entre uma intensificação da vida mental, um realce dela que não raro corresponde ao virtuosismo e, por outro lado, uma deterioração e um enfraquecimento que muitas vezes submergem abaixo do nível da humanidade. No tocante à primeira, poucos há dentre nós que não possam afirmar, por nossa própria experiência, que vez por outra surge, nas criações e tramas do gênio dos sonos, uma tal profundeza e intimidade da emoção, uma delicadeza do sentimento, uma clareza de visão, uma sutileza de observação e um tal brilho do espírito que jamais alegaríamos ter permanentemente a nosso dispor em nossa vida de vigília. Há nos sonhos uma encantadora poesia, uma alegoria arguta, um humor incomparável, uma rara ironia. O sonho contempla o mundo à luz de um estranho idealismo e, muitas vezes, realça os efeitos do que vê pela profunda compreensão de sua natureza essencial. Retrata a beleza terrena ante nossos olhos num esplendor verdadeiramente celestial e reveste a dignidade com a mais alta majestade; mostra-nos nossos temores cotidianos da mais aterradora forma e converte nosso divertimento em chistes de uma pungência indescritível. E algumas vezes, quando estamos acordados e ainda sob o pleno impacto de uma experiência como essa, não podemos deixar de sentir que jamais em nossa vida o mundo real nos ofereceu algo que lhe fosse equivalente.” Podemos muito bem perguntar se os comentários depreciativos citados nas páginas anteriores e esse entusiástico elogio têm alguma possibilidade de estar relacionados com a mesma coisa. Será que algumas de nossas autoridades desprezaram os sonhos disparatados, e outras, os profundos e sutis? E, se ocorrerem sonhos de ambas as espécies, sonhos que justificam ambos os