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Anaisa Alves de Moura
Adriana Pinto Martins
Neudiane Moreira Felix

ARTE E EDUCAÇÃO

1ª Edição
Sobral/2017

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Sumário

Palavra das Professoras autoras


Sobre as autoras
Ambientação
Trocando ideias com os autores
Problematizando

UNIDADE 01: A HISTÓRIA DA ARTE NO BRASIL

O que é arte?
O Surgimento da Arte desde a Pré – História a Contemporaneidade;
LDB e PCN: uma visão legal sobre arte e educação

UNIDADE 02: DESENVOLVENDO ARTE E EDUCAÇÃO

O Compromisso em saber e ser Professor de Arte


O Ensino da Arte na Educação Infantil e Séries Iniciais
O Professor de Arte X O Ensinar X Aprender Arte
Música e Dança na escola
A Representação Teatral e a Arte
Artes Visuais e o Professor de Arte
O Professor de Arte no Século XXI
Planejando as aulas de arte
Avaliação em Arte

UNIDADE 03: OFICINAS E VIVÊNCIAS

O desenvolvimento das crianças no ensino de artes


Brincadeiras para ensinar reciclagem às crianças

Explicando melhor com a pesquisa


Leitura obrigatória
Pesquisando na internet

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Saiba mais
Vendo com os olhos de ver
Revisando
Autoavaliação
Bibliografia
Bibliografia Web
Vídeos

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Palavra das Professoras

Olá estudantes!

É com muito prazer que escrevemos este material como quem escreve uma
carta ao futuro. Enquanto escrevemos pensamos: o que estará acontecendo no
mundo no exato momento em que você estuda esta disciplina? Se abrirmos a
página de um computador tão logo perceberemos diversos acontecimentos no Brasil
e no mundo: descobertas científicas, guerras, inventos tecnológicos, o lançamento
de novas músicas e muitos outros fatos que certamente poderão influenciar no que
pensamos, na forma como agimos e nas escolhas que fazemos. E talvez você esteja
perguntando: o que tudo isso tem a ver com Arte?

Enquanto produzíamos cada unidade de estudo deste material, o nosso


agora, o nosso hoje, combinado a todas as nossas experiências anteriores, em
especial com a Arte, estavam nos influenciando, nas escolhas dos artistas, das
obras, dos movimentos, das oficinas e vivências na sala de aula, no trabalho
docente, enfim, tudo o que apresentaríamos a você. Da mesma forma com o que
está acontecendo com você no seu agora, no seu hoje, em conjunto com tudo o que
já viveu inclusive suas experiências artísticas, vai interagir com a sua leitura, com as
atividades que realizará com tudo o que vivenciará a partir de agora.

Foi pensando nisso que construímos este material, como uma ferramenta
indispensável para sua formação profissional enquanto educador ou futuro docente
para que você se relacione com ele, junto com seus colegas na sala virtual, seu tutor
e professor, até mesmo em sua comunidade para que interaja e assim descubra
novos assuntos, novas experiências, novas possibilidades, novos caminhos e
construa novos conhecimentos, em um ciclo constante de interações e
transformações.

As autoras!

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Sobre as autoras
Anaisa Alves de Moura, mestre em Ciências da Educa-
ção - Lusófona - Lisboa/Portugal (2016). Especialista em
Psicopedagogia Institucional, Clínica e Hospitalar - INTA
(2016). Especialista em Educação a Distância pela
Universidade Norte do Paraná - UNOPAR (2015).
Especialista em Psicopedagogia e Educação Especial pela
Universidade Cândido Mendes - UCAM - Rio de Janeiro
(2014). Especialista em Ciências da Educação pelas Faculdades INTA (2013).
Especialista em Gestão Escolar pelas Faculdades INTA (2009). Graduada em
Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (2006). Atua como
professora ministrando aulas pelo Instituto de Estudos e Pesquisas Vale do Acaraú -
IVA, PARFOR/CAPES/UVA como Professora Pesquisadora I desde 2013 pela
Universidade Estadual Vale do Acaraú e Instituto Superior de Teologia Aplicada -
INTA (Pós- graduação). Atualmente, exerce a função de Revisora Crítica/Analista de
Qualidade, na produção de material didático, na área de Educação a Distância para
os cursos de Licenciatura em Pedagogia, História e Educação Física - INTAEAD.

Adriana Pinto Martins, especialista em Gestão Escolar


e Biologia pelo Instituto EDUCAR (2014). Especialista em
Literatura e Português. Pedagoga pela Universidade
Estadual Vale do Acaraú- UVA (2003). Tem experiência
com a Educação de Jovens e Adultos-EJA (2012-2014).
Desenvolveu trabalhos como Supervisora Pedagógica
pela Secretaria de Educação do município de Ipu/Ce
(2009). Atuou como Tutora Educacional do curso de PROLETRAMENTO, na
formação continuada de professores das séries iniciais no município de Pires
Ferreira/Ce e do PROGRAMA GESTÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR -
GESTAR II, nos anos finais do Ensino Fundamental II em Ipu/Ce. Atualmente
compõe a Equipe de Transposição Didática das Faculdades INTA na organização de
material didático para os cursos em Educação a Distância – EAD.

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Neudiane Moreira Felix, Especialista em Gestão e Docência
da Educação Superior pela Universidade Estadual Vale do
Acaraú - UVA (2014). Possui graduação em Letras pela UVA
(2009). Ministra disciplinas pelo Instituto de Estudos e
Pesquisas do Vale do Acaraú – IVA /Sobral – CE desde 2010.
Professora Pesquisadora II do Plano Nacional de Articulação e
Formação de Professor da Educação Básica -
PARFOR/UVA/CAPES. Atualmente atua na área de Educação
a Distância do Instituto Superior de Teologia Aplicada - INTA.

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Ambientação

Bem vindos à disciplina de Arte e Educação!

A arte está presente em todas as sociedades humanas. O interesse pela arte


é um dos elementos que nos caracteriza como espécie. Essas manifestações podem
ser muito individuais, mas dificilmente conseguiriam isolar-se completamente de seu
contexto cultural e social. É por isso que a arte pode ser estudada do ponto de vista
de várias áreas do conhecimento: da Filosofia, da História, da Sociologia,
Antropologia etc. Nenhuma delas, de fato, consegue analisar a arte
independentemente. Não é possível encontrar apenas uma definição para qualquer
tipo de manifestação artística. A arte existe de muitas formas, com diferentes
conceitos. Cada civilização produz arte e a define dependendo de seus costumes,
valores e história.

A partir das leituras e dos diálogos com os teóricos, descobrimos que são
unânimes em afirmar que a arte trás grandes contribuições para educação. É preciso
considerar também as dificuldades enfrentadas pelos professores de arte em seu dia
a dia, essa questão está relacionada à falta de formação adequada aos professores
e implica no despreparo desse professorado para lidar e superar as dificuldades
cotidianas. Para tal empreitada no contexto educacional, o ensino de arte é o espaço
mais propício embora não seja o único.

Bons estudos!

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Trocando ideias com os autores

Agora é o momento de você trocar ideias com os autores

Sugerimos que leia a obra Arte na Educação Escolar, uma


obra fascinante e indispensável sobre o ensino e a
aprendizagem de arte, enfocados pelo prisma da educação
estética e artística. As autoras dirigem-se aos professores
em formação ou atuando, propondo que reflitam sobre sua
teoria e prática, como organizadores do conhecimento
estético e artístico dos estudantes. Para atingir tais
finalidades, apresentam o ensino de arte com estudos da
linguagem da arte, da teoria e da história da arte. Enfatizam que tais conhecimentos,
pelos estudantes, são imprescindíveis à sua formação artística e estética,
principalmente quando mediados pelo fazer artístico, a apreciação estética e a
comunicação na sociedade.

FERRAZ, Maria Heloísa C. de; FUSARI, Maria F. de Rezende. Arte na educação


escolar. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2010.

Propomos também a leitura do livro A História da Arte do


autor GOMBRICH, uma obra maravilhosa que busca
introduzir o leitor ao mundo da arte, apresentando desde as
pinturas rupestres da pré-história até a arte experimental
contemporânea. O desenvolvimento da pintura e da escultura
é tratado tendo como pano de fundo os sucessivos estilos de
arquitetura. Na obra, o autor descreve seu objetivo como
sendo o de trazer alguma ordem compreensível à riqueza de
nomes, períodos e estilos que preenchem as páginas. Usa a sua percepção da
psicologia das artes visuais a fim de fazer o leitor ver a história da arte como uma
tela contínua e uma mudança de tradições, em que cada obra reflete o passado e
aponta para o futuro.

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GOMBRICH, E. H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2013.

Guia de Estudo: Após a leitura das obras, realize uma comparação entre as ideias
dos autores, em seguida faça um texto dissertativo-argumentativo sobre o que mais
lhe chamou atenção e disponibilize na sala virtual.

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Problematizando

Convidamos você para analisar a seguinte situação - problema: Silvana é


professora da disciplina Arte e Educação para as turmas do 5° ano do Ensino
Fundamental. Vamos analisar a hipótese que os estudantes têm demonstrado falta
de interesse pelas aulas de Arte.

O que está acontecendo que essas aulas não estão atrativas? Que tipo
de erros este educador está cometendo? De que forma o educador poderia
inverter esta situação? Apresente uma solução para motivação dos estudantes
no ensino da arte.

Guia de Estudo: Considerando a situação mencionada como ponto de partida para


a reflexão, propomos que discuta e responda às interrogativas acima descritas, de
acordo com os conceitos e assuntos que serão aqui estudados. É importante
dialogar com seus colegas na Sala Virtual, sobre suas considerações frente aos
questionamentos apresentados.

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A HISTÓRIA DA ARTE NO
BRASIL

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Conhecimentos
.
Compreender a arte como fato histórico contextualizado nas diversas culturas, bem
como os diferentes conceitos de arte e suas implicações
no processo de compreensão da sociedade.
Entender os aspectos legais da arte na LDB enquanto disciplina no
currículo escolar e a importância da reestruturação das propostas curriculares
(PCNs).

Habilidades

Identificar a arte e a cultura como determinações sociais no processo de educação,


observando a existência de diferenças nos padrões artísticos e estéticos.
Reconhecer as Leis de Diretrizes que regem e amparam o ensino de artes no
Brasil.(LDB)
.
Atitudes
Apreciar a arte, contribuindo tanto para o processo pessoal de criação dos
estudantes como também para o conhecimento do significado que ela desempenha
nas culturas humanas. Saber aplicar os critérios legais incentivando o ensino de
artes e sua importância nos dias atuais.

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O que é Arte?

Cada sociedade, em épocas e lugares diversos, define seus padrões


artísticos, e entende a arte de modo diferente. Para responder de forma direta a esta
pergunta é preciso um pouco de reflexão e cuidado, pois sabemos que não exista
somente um único jeito de se entender a vida e o mundo. Neste material você não
vai encontrar um conceito pronto e acabado como única definição para esta
pergunta, mas vai encontrar x respostas. Sabe por quê? O que é arte para uma
cultura pode não ser para outras. Arte não é simplesmente um componente qualquer
que foi pintado ou esculpido e nos causou admiração pela sua beleza estética. Com
tantos conceitos, eis aí a nossa tentativa de definição:

Arte é toda manifestação humana imposta a partir da percepção, emoção e


ideias, com o objetivo de estimular esse interesse de consciência em um ou mais
espectadores, e cada obra de arte possui um significado único e diferente.

Toda atuação educacional inicia-se por uma significação clara das ideias
que a norteiam e fundamentam, estabelecendo os parâmetros que orientam as
tomadas de decisões. Nesse sentido, a primeira definição que devemos construir é
a de “Arte”. Nesse significado, temos de estabelecer de pronto o que entendemos
por arte, de quais tipos de arte estamos falando neste texto. Partamos do sentido
comum, que envolve as artes como o conjunto das antigas “belas Artes”: a pintura,
a escultura, a poesia, a arquitetura e a música.

Mas também é comum ouvir declarações com significados derivados: arte


de amar, arte de viver, arte de cozinhar. Dessas expressões, pode-se deduzir que
“Arte” seria um modo de fazer, um jeito de cozinhar, de viver ou de amar. Mas
seria a arte apenas a desenvoltura de fazer algo? Arte seria apenas um bem
fazer? Se assim fosse, poderíamos falar de tantas artes, quantos seriam os
fazeres humanos.

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Com todos os questionamentos expostos até agora, temos a certeza que
você estudante entenderá o que é a arte. Vamos continuar refletindo ?

Arte seria então, uma maneira simbólica de fazer pinturas, desenhos? Um


aspecto de dançar ou de cantar? Um modo especial de instalar espaços
arquitetônicos? É claro que não! Não podemos restringir a ideia de arte a um modo
de fazer as coisas.

O que poderia nos aliviar é que essa dúvida vem desde a antiguidade. A
palavra “Arte” já teve, e ainda poderá ter muitos significados. No tempo dos gregos
e romanos, arte era indústria, ofício e também o mesmo que hoje, em senso
comum, entendemos como Arte. A arte era tudo que era feito com uma habilidade
especial. Daí vem a ideia que está contida na frase “A Arte de cozinhar” que nesse
sentido seria um domínio dos fazeres da culinária.

Essa situação de indefinição pode levar a dois comportamentos adversos:


por um lado, estaria os que veem a arte como algo que não se pode ter acesso,
uma espécie de conhecimento inacessível. Por outro lado, estariam os que
acreditam que este campo, o da Arte, é um terreno sem dono, facultando a
qualquer um dizer sem o menor receio: “Acho que isto é arte” ou “Isto não é arte”.

Essa ilusória confusão, talvez seja provocada de início porque não nos
ensinam que a arte é viva e está em constante mudança. A forma com que ela se
apresentava ontem, por certo não é a mesma de hoje. Confiar que a aparência das
artes hoje deveria ser semelhante às artes do passado, é o mesmo que idealizar
que as pessoas de hoje deveriam vestir-se iguais aos costumes e modas do
passado.

Podemos então acrescentar que a arte não é simplesmente uma execução,


uma produção, uma inspiração, criação de objetos, desenhos e telas ou ainda
cantar, encenar, contar histórias de modo interessante. O fazer ou o saber fazer

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não considera a complexidade ou a totalidade do que aprendemos por arte, nem
alcançam a perfeição de sua essência.

Arte é muito mais do que podemos imaginar. Arte é também invenção.


Porém não é apenas o implementar ou a realização de um projeto, a fabricação de
algo dado, segundo regras apresentadas ou preparadas. A Arte é um improvisar
que, enquanto se faz, imaginamos o que estamos realizando e o modo que
estamos fazendo. A Arte é uma atividade onde:

 A execução e invenção acontecem simultâneas, uma não se separa da


outra.

 O incremento de realidade é constituído de um valor original.

Nos afazeres artísticos, concebe-se executando, projeta-se fazendo,


encontra-se a regra operando, já que a obra só existe quando é acabada. Só
escrevendo, pintando ou contando é que ela é encontrada, concebida e inventada.

Perceba então: arte não é apenas o que admiramos pela agilidade de


execução ou pela engenhosidade. Arte é aquilo que nos ajuda a perceber e
compreender o mundo e que pode ser feito por muitas técnicas distintas.

De acordo com o pensamento de Tzvetan Tudorov (1999), essa é uma


visão do mundo ocidental. A Arte ocidental difere profundamente de outras
tradições artísticas importantes, como a indiana, a chinesa e a árabe, que não dão
a importância que nós ocidentais damos à inovação, invenção e originalidade. Se
para nós a arte está em permanente mutação, para eles a arte é perene, imutável.

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O Surgimento da Arte desde a pré-história a
contemporaneidade

Podemos dizer que tudo tem história: nós, nossas famílias, nossas casas,
os objetos que nos pertencem, até os modos de pensarmos. Todavia, somos
obrigados a reconhecer a incapacidade de explicarmos os motivos que
contribuíram para um acontecimento ainda que ele nos envolva diretamente, Mas,
independentemente desse fato, temos de reconhecer a importância da história e,
em especial, a história das Artes. E por que devemos nos preocupar com a história
das Artes? A história serve afinal para quê?

A história não é a reconstrução de um passado, mas um discurso de como


imaginamos o passado. Talvez, só possamos verdadeiramente conhecer o
presente com os fragmentos que sobreviveram do passado real e que nos
permitem imaginar, de forma incerta, como foi o passado.

É quase impossível para um historiador avaliar, compreender e explicar os


acontecimentos sócio-político-econômicos do passado, sem ser influenciado por
sua visão pessoal de mundo, imagine a dificuldade de se investigar a produção
artística de um tempo ou determinado lugar.

Uma boa recomendação para quem deseja conhecer sobre a História da


Arte, será a partir da observação das próprias obras de Arte. (BRASIL, 1997). Elas
são documentos inteirados para se trabalhar, algumas afrontas são cognitivas e
imprescindíveis para o docente na sala de aula com os estudantes, são elas: O que
nos diz a obra, o que ela nos fala? Com quais materiais, como foi feita? Qual
época, tempo e ano? Quem a fez? De que modo e quais procedimentos foram
empregados na sua elaboração? A obra pode falar tudo isso se for adequadamente
investigada.

Essas interrogativas não devem se limitar aos historiadores. Todos nós,


professores, estudantes e amantes das artes, devemos ter essa visão de

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pesquisador se pretendemos “ler” e captar o que a obra de arte nos diz. Podemos
sugerir uma boa dica: tentemos escutar seu diálogo conosco. Em outras
pesquisas, devemos procurar como ela foi recebida pela sociedade em seu tempo.
E qual a relação da obra, no momento de sua produção, com a realidade mais
ampla da sociedade onde ela foi inserida.

A justificativa mais simples as indagações acima se baseiam na pulsão


humana de conhecer os caminhos já trilhados no passado. E, mesmo que não
tenhamos uma imagem perfeita de espaço de tempo, já nos satisfaz, pelo menos
provisoriamente, saber a direção, o sentido e qual o caminho por onde se deve
seguir.

Observemos, como exemplo, a ilustração abaixo: trata-se da urna marajoara,


pertencente a um grupo humano que viveu numa ilha chamada de Marajó,
localizada no Pará, antes da colonização. Não se sabe com absoluta exatidão o
significado da peça para sociedade que a produziu, visto que é um objeto
arqueológico. Não temos nem mesmo informações de qual era a ideia de arte dessa
cultura ou se possuíam um vocábulo equivalente a “arte” em sua linguagem. Ao
considerar sua forma, no entanto, pode-se compreender que é um objeto com
alguma utilidade prática, lembra um grande vaso. Estudos arqueológicos indicam
que é uma urna funerária, ou seja, objeto que servia para conservar os restos
mortais de uma pessoa. Essa urna lembra o formato humano e possui figuras
geométricas em sua altura. Quem a produziu preocupou-se, além de dar forma à
função pretendida, em atribuir-lhe elementos que podem ser alegóricos. O que nos
leva a pensar que, para essa sociedade, a arte devia ser admirável no momento de
atribuir um significado, possivelmente religioso, à morte.

Fonte: https://br.pinterest.com/pin/289215607293473132/

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Com a história das artes, podemos notar os inícios e motivos de cada
época que ilustram o desenvolvimento temporal dos modos de fazer arte. A arte
pode apresentar diferentes funções em cada sociedade. Ela pode contar histórias,
educar, provocar reflexão; representar a realidade ou criticá-la; ser manifestação
dos sentimentos do artista, do sonho, imaginação ou fervor religioso; e também
não ter função alguma, bastando-se por si mesma. Quando entra em contato com
o público, pode também gerar interpretações muito diferentes das pretendidas pelo
artista.

Podemos afirmar de uma forma mais geral que, as manifestações de arte possuem
em comum seu caráter estético. Mas você sabe o que é estética? Compreende
essa palavra? O que ela significa? Vamos aprender agora!

O termo origina do grego [aisthésis], que significa “percepção”. Essa


expressão equivale àquilo que nos chega pelos olhos, boca, tato, olfato e paladar,
mas alcançar algo pelos sentidos gera reações além de sensações físicas, o que faz
com que a experiência estética envolva também a explicação feita pela mente, a
memória, imaginação e as associações com que se conhece. Uma obra pode
despertar experiências muito adversas nas pessoas.

A estética é uma área de estudo também da Filosofia, que busca refletir


sobre experiências relacionadas à arte e ao belo. Para várias culturas e épocas, a
arte é entendida como uma representação da beleza, por isso a associação é
comum até hoje. Mas não é só beleza que interessa à arte. O feio, o grotesco, o
brusco também provocam experiências estéticas. Entre as obras que você viu nesta
unidade, por exemplo, há uma do artista espanhol Francisco de Goya (1746 – 1828)
que é parte de uma série que ficou conhecida “Os desastres da guerra”. Note o
destaque da imagem, em nada bonita ou agradável, mas perturbadora. Isso não
subtrai seu caráter artístico ou estético.

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Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Los_Desastres_de_la_Guerra

Atualmente, a palavra estética é muito associada a salões de beleza,


tratamentos corporais, cirurgias etc. Seu uso não está errado, porque a palavra tem
realmente relação com a ideia de beleza, mas para arte, a estética assume um
significado muito mais abrangente. Aquele que entra em contato com uma obra de
arte, por exemplo, costuma-se dizer que passa por uma experiência estética.
Também pode ser usada para se referir às características de uma obra ou
movimento artístico, ou seja, os elementos que a definem.

Mas de onde vem a necessidade e vontade de criar, de se manifestar


artisticamente? Como surgiram as formas de arte? Como já comentamos
anteriormente, existem muitas conceptualizações para se explicar o que é arte, ou
mesmo diferentes motivações que levam os artistas a fazerem o que fazem, mas
não é possível saber com precisão quando o ser humano começou a fazer o que
hoje entendemos por arte. Esse é um dos muitos segredos do passado da
humanidade. No entanto, alguns vestígios arqueológicos, nos dão pistas de como
nossos ancestrais viviam e quais eram suas motivações para criar.

Arte das cavernas

Na pré-história, acredita-se que, tentar entender a morte, a vida, o mundo e


os fenômenos naturais, o ser humano tenha criado mitos e rituais para simbolizar
sua existência e conexão com tudo o que estava em sua volta, que se possa ou não
ver. Esses manifestos aconteceram entre vários povos do mundo, durante os
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milhares de anos desse período, acompanhando os processos de povoamento dos
continentes. As primeiras manifestações de arte teriam suas origens a partir desses
rituais.

As manifestações de arte mais remotas que temos conhecimento hoje tratam


de aproximadamente 40 mil anos atrás, do período da Pré-história conhecido como
Paleolítico Superior. Conhecidas como arte “rupestre”, termo este que faz menção
às rochas, paredes das cavernas onde se encontram grande parte desses registros.
De acordo com a figura abaixo é representado o uso de materiais da natureza,
presentes no ambiente, como: carvão, pedras, sangue de animais e pós-minerais.

Fonte: http://vovomoina.blogspot.com.br/2012_05_01_archive.html
Essas imagens ao contrário do que poderíamos supor, nos mostram que o ser
humano, nesse período, havia desenvolvido um avançado domínio técnico, criando
imagens que imitavam a realidade e algumas representações, que transmitem a
impressão de movimento. Estudos de investigação também indicam que, ás vezes,
numa mesma caverna, grupos humanos separados por muitos séculos deixaram
seus registros.

As pinturas rupestres preservaram-se ao longo de milhares de anos e se


caracterizam, por serem materiais, ou seja, concretas. Isso permite que imaginemos
como surgiu a arte e como era a vida desses nossos ancestrais, o mundo que os
rodeava, seus mitos e crenças.

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Na Antiguidade

No ocidente, em Atenas aparece a música como definição de educação,


um artifício de busca do incremento tranquilo das pessoas, em seus apegos
físicos, intelectuais, estéticos e morais. A música tinha uma seriedade superior às
outras artes, por ser uma declaração independente como linguagem e não uma
simples cópia do mundo visível.

Contudo, o primeiro método artístico a ser ensinado, ainda no século IV a.C.,


foi o desenho, com a finalidade de permitir uma melhor arbitragem da beleza.
Observe-se que o desenho é um método muito ativo de leitura do mundo. Você só
desenha o que reconhece e compreende. Depois, percebeu-se que para a
concepção de líderes era admirável o domínio da retórica, e que, nesse campo,
era importante distinguir e estudar os poetas antigos. Aristóteles considerava que
a música e a poesia eram educacionais no sentido moral e anunciava a
capacidade cognitiva do teatro e outras artes.

Fonte: http://cienciaestelar.blogspot.com.br

Observemos na imagem acima: representação de um ritual sagrado,


praticado na Grécia antiga, em homenagem ao deus Dionísio, deus do vinho e da
fertilidade. Com a valorização e absorção da cultura e da arte dos gregos, levadas
a efeito pela elite romana, surgem ateliês de reprodução de objetos artísticos
gregos, principalmente de esculturas. Durante o império romano, pouca coisa
mudou na concepção dos valores artísticos e nos processos de ensino das artes.
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Pode-se imaginar que esse processo de reprodução, foi promovido pelo
surgimento do colecionismo entre os romanos, torna-se um importante meio de
transmissão de técnicas e modos de execução artística. Entretanto, como é
admissível supor que o uso abusivo de reproduções se tenha tornado um inibidor
dos procedimentos artísticos criativos propriamente ditos, é cabível considerar o
executor das cópias escultóricas apenas como um artesão.

Na Idade Média

Se levarmos em consideração o insignificante nível de alfabetização da


população, vamos entender a necessidade da utilização de imagens e pinturas
nos processos de catequese e comunicação das ideias e valores da religião. Era
impossível a cada povoado não dispor de um ateliê para a fabricação de utensílios
de uso cotidiano, inclusive religioso.

Outro importante fator na manutenção das atividades artísticas na Idade


Média foi a Regra Beneditina, que declarava, em sua norma 47, que “a ociosidade
era o pior inimigo da alma” e especificava que os monges deveriam dedicar sete
horas diárias às atividades manuais, e duas horas à leitura das Sagradas
Escrituras. Esse costume fazia com que os religiosos se dedicassem as várias
atividades criativas, como: vidraçaria, caligrafia, miniaturismo, bordados,
marcenaria, ourivesaria, marroquineria, etc. Vale advertir a visão de Santo
Agostinho, que percebia a dificuldade de se alcançar o conhecimento apenas
pelos caminhos da razão, sem as boas obras.

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Observe a imagem abaixo S. Bento entregando a Regra aos monges.

Fonte: http://www.snpcultura.org/pedras_angulares_vida_monastica_4.html

Com o passar do tempo, com o objetivo de controlar a demanda de


aprendizes que podiam se dedicar ao ofício, surgem os grêmios artesanais, que
unem trabalhadores da mesma profissão. O objetivo dos grêmios na verdade, era
a distribuição do trabalho e controlar o fluxo de produtos no mercado. Depois de
cinco ou seis anos de trabalho duro, pagando ou recebendo soldo, aprovados num
teste da agremiação, alguns poucos aprendizes recebiam o certificado de mestre e
podiam abrir o seu próprio ateliê. Ter aprendizes era privilégio exclusivo dos
mestres. O processo de ensino se baseava no preparo de materiais, trabalhos
iniciais, execução de pequenos serviços e, finalmente, na imitação do trabalho do
mestre. Esse tipo de ensino não buscava o desenvolvimento da originalidade, mas
apenas o desenvolvimento das habilidades técnicas de realização artesanal.

No Renascimento

No período Renascentista surgem as preocupações humanistas, as obras


de arte adquirem uma posição mais respeitável e a educação passa a ser
compreendida como um direito de todos, e não apenas de religiosos e
governantes.

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Leonardo da Vinci foi uma das pessoas que mais contribuíram para o
desenvolvimento das artes e das ciências no Renascimento (1452-1519).
Acreditava que a sabedoria era obra da observação do mundo verdadeiro e
experiências. Observe a famosa imagem da pintura Monalisa:

Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/artes/monalisa.htm

Com as artes plásticas já separadas do artesanato, os processos de ensino


sofreram profunda mudança. Com a ampliação do contingente de pessoas que
frequentavam as escolas, o debate e a disputa oral – característicos do ensino
medieval, vão paulatinamente sendo substituídos pela leitura silenciosa e pela
escrita. E, através da ampliação do uso dos livros, os estudantes são levados a
admirar a beleza da literatura, da poesia, do teatro e das artes. Os artistas passam
a ser reverenciados como possuidores de qualidades especiais e são admitidos
como membros da elite intelectual.

Na área do ensino das artes, constituem-se as bases dos sistemas de


formação acadêmica: somente após se obter um completo domínio da execução
de detalhes, inicia-se o estudante pela reprodução de obras realizadas por
mestres e continuamente em papéis auxiliares na execução de obras completas,
até obter condições de realizar obras com autonomia.

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No Tempo do Absolutismo

A proibição do ensino fora das academias foi um dos


modos de estabelecer o domínio sobre os valores
estéticos. Os artistas analisaram parte das
organizações de Estado e a orientação da produção e
do consumo era supervisionada pelo governo,
privilegiando os artistas que utilizavam ao “estilo
oficial”. Era assim que se impunham os estilos hoje denominados Luís XIV, Luís
XV, Dom José, Maria Primeira, Filipino, Império, etc. Observe na imagem acima
mesa de escrever, de transição para o Estilo Luís XVI.

Fonte: http://www.wikiwand.com/pt/Estilo_Lu%C3%ADs_XV

As porcelanas, tapeçarias e tecidos recebiam orientações de


governo na elaboração dos objetos que seriam adquiridos
para uso das cortes. Naquela época, as artes, os ofícios e
artesanatos eram subjugados aos interesses dos
governantes. Veja a figura ao lado Cadeira em estilo Luís
XV, Fauteuil à la reine com braços, estofos em tapeçaria de
Beauvais com cenas inspiradas nas fábulas de La Fontaine.

Fonte: http://www.wikiwand.com/pt/Estilo_Lu%C3%ADs_XV

A estrutura do processo de ensino estabelecido no Renascimento, com


pequenas variações e modificações, persistirá no ensino tradicional até o século
XVII, quando tem início o domínio do pensamento político absolutista. Nesse
século, os temas de caráter religioso são substituídos por valores e interesses das
elites que ocupam os governos. A organização das academias é dominada pelos
eventos esportivos e pela censura política.

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No século XIX o alcance do Romantismo

A originalidade se converteu no principal valor da arte. Tem iniciado a


separação educacional de artistas e artesãos. Os artistas passam a estudar em
universidades. O sistema de mecenato, controlado pelo governo, rejeitou lugar ao
sistema dominado pelo mercado.
Em oposição direta ao ensino acadêmico, é nesse século, que surge a ideia
de permitir ao estudante o máximo de liberdade possível para que ele
desenvolvesse o seu talento, enquanto o professor apenas supervisionaria seu
trabalho.

Os estudantes no ensino de artes nas universidades americanas iniciavam


por adquirir conhecimentos teóricos, sem orientação ou ligação com as aplicações
práticas desses conhecimentos, só depois disso é que se iniciavam os estudos
ligados à prática e em seguida à efetiva elaboração para as atividades
profissionais.

Fonte: http://www.grupoescolar.com/pesquisa/autores-do-romantismo.html

Não podemos deixar de citar a revalorização dos artistas e das artes do


passado, já na segunda metade do século XIX, provavelmente por influência dos
valores românticos, a arte é identificada como um processo de elevação moral, em
antagonismo à visão do artista apenas como criador de novidades.

30
O Século XX

No inicio do século XX, uma característica comum às propostas e métodos de


ensino das artes foi a influência da psicologia orientando a busca de uma expressão
libertadora através dos fazeres artísticos. Nesse pressuposto, teve inicio a
assimilação dos valores artísticos experimentados nas propostas de vanguarda, e
ganhou importância a prática da livre expressão. Propunha-se a abolição de todas
as regras que impediam a expressão pessoal no modo de se fazer arte. Abaixo Les
Demoiselles d'Avignon, uma das principais obras de Picasso, um dos maiores
pintores do século XX.

Fonte: http://www.guiadasemana.com.br/arte/noticia/principais-obras-de-pablo-picasso

A livre expressão começa a perder força depois dos anos 1930, e inicia-se o
desenvolvimento das propostas que buscam o entendimento da arte como um modo
de transformar a vida das pessoas. A arte é vista além de um modo de expressão,
como um meio de transformação dos indivíduos e da sociedade

A educação artística nesse sentido incorpora objetivos vinculados à vida


social e a comunidade. A arte somente atingiria maior relevância caso estivesse
relacionada com o cotidiano das pessoas, era o que se imaginava: ajudando, entre
outras coisas, a desenvolver personalidades equilibradas e integradas, o aumento
a sensibilidade e a criatividade, o desenvolver a capacidade de resolver problemas

31
cotidianos relacionados aos valores estéticos eram alguns exemplos de como
funcionava este modelo de ensino.

A Bauhaus

Escola de design, artes plásticas situada na Alemanha, fundada em 1919 e


fechada por pressão do partido nazista em 1932. Um processo educativo de
enorme importância para o desenvolvimento das artes foi o aplicado em Bauhaus,
o seu currículo despertou grande interesse internacional e influiu de modo
marcante em todos os programas de ensino artístico, principalmente para a
formação de artistas plásticos, arquitetos e designers.

Fonte: Fotografia - Bauhaus 1930.

A influência da Bauhaus ainda hoje pode ser percebida na arquitetura, no


mobiliário e no design brasileiro. Sua proposta de ensino era dividida em duas
etapas: a primeira, quando o estudante frequentava vários ateliês de técnicas
artesanais e artísticas: serralheria, vidraçaria, pintura mural, escultura, carpintaria,
cerâmica, tecelagem, etc. Já na segunda etapa, o estudante estudava análise dos
materiais, observação da natureza, técnicas de representação, problemas formais,
teoria do espaço, da cor e do desenho e construção de modelos.

32
Arte Contemporânea

Você conhece a arte contemporânea? Já estudou ou ouviu falar? Artistas


se manifestaram em várias circunstâncias da história, subvertendo a ordem do que
era entendido como arte no momento em que viviam. Esse processo de propor
novas ideias e ações, questionar a tradição é inclusive um dos fatores que
impedem a definição de um único conceito para o que é arte.

A partir da década de 1950, algumas mudanças mais significativas no campo


da produção artística ocidental, questionaram séculos de tradição, e ocorreram,
com mais intensidade, no período de 1960. Elas deram origem ao que titulamos de
arte contemporânea. A palavra “contemporaneidade” além de classificar o que é
atual, refere-se também as manifestações artísticas cujas propostas romperam com
as características comuns às artes até essa época. Muitos artistas não queriam
mais a arte restrita ao espaço dos teatros,
salas de concerto e museus. Como algo
integrado à vida, a arte passou a ser
pensada como própria da vida, do
planeta, acontecendo em lugares não
tradicionais, comuns e convidando o
público a fazer parte da obra.

Fonte: https://br.pinterest.com/pin/289215607293473132/

Da atualidade este é um dos grandes desafios: a busca do


desenvolvimento humano, tendo o crescimento pessoal como principal objetivo de
todas as ações que alargue as chances reais de obtenção de um padrão de vida
digno. Isso somente se adquire através de uma educação de qualidade, porém a
educação formal se tem voltado prioritariamente para a qualificação laboral,
adequada ao sistema produtivo. Nessa situação, nós, artistas, arte-educadores,
não podemos ficar indiferentes à necessidade de engenhar um projeto de interesse
educativo através da arte, com sustentabilidade, contudo tendo o seu principal alvo
no desenvolvimento do ser humano.

33
LDB e PCN: uma visão legal sobre arte e educação

A aprendizagem da arte é obrigatória no Brasil pela Lei de Diretrizes e Bases


da Educação Nacional (LDBN) no ensino fundamental (da educação infantil ao 9º
ano) e no ensino médio. De acordo com Penteado (2009), a partir da LDB de 96,
“[...] introduz-se o novo conceito que compreende Arte como linguagem, cuja
dimensão é social e a função é de comunicação sensível e estética dos seres
humanos” (p.48).

Contudo, segundo a professora Ana Mae Barbosa, algumas escolas estão


incluindo a arte apenas em uma das séries de cada um desses níveis, porque a
LDBN não explicitou que seu ensino é obrigatório em todas as séries e
principalmente, porque não temos professores capacitados para suprir todas as
turmas. Algumas séries, no caso do ensino médio, usam a interdisciplinaridade
como subterfúgio e confiam todas as artes a um único professor, o de língua e
literatura. (BARBOSA, 2007a)

De acordo com a opinião de Ana Mae, essa é uma forma de eliminar as


outras linguagens de arte, fazendo prevalecer o espírito educacional hierárquico
da importância suprema da linguagem verbal e, consequente, o desapreço pelas
outras linguagens. A arte está tão presente na vida cotidiana que, por vezes, não
temos consciência de sua real significação e importância para as nossas vidas.
(BARBOSA, 2007b).

Seguindo as concepções apresentadas na Lei 9.394/96, o Governo Federal


criou os PCN’s, lançados nos anos de 1997, 1998 e 2000 pelo MEC com o objetivo
de trazer as orientações e os referenciais curriculares comuns para a Educação no
país.

Embora os PCN’s tenham reconhecido seu lugar de destaque no currículo,


ao dar à arte a mesma importância que deu às outras disciplinas, mesmo assim
parece que as escolas e principalmente, os pais, ainda não foram tocados pela
significação e importância de sua efetiva e qualificada inclusão no currículo para a

34
formação do estudante, tornando-os aptos para o entendimento da arte na
condição contemporânea.

Segundo os objetivos descritos nos PCN’s de Arte:

O aluno poderá desenvolver seu conhecimento estético e


competência artística nas diversas linguagens da área de Arte
(Artes Visuais, Dança, Música, Teatro), tanto para produzir
trabalhos pessoais e grupais como para que possa,
progressivamente, apreciar, desfrutar, valorizar e emitir sobre os
bens artísticos de distintos povos e culturas produzidas ao longo da
história e na contemporaneidade. (1998, p. 47).

Para Barbosa (1995), uma vantagem trazida pelos PCNs - arte é a


flexibilidade. Ao apresentar a organização dos conteúdos por modalidades ou
linguagens artísticas e não por ciclo como nos documentos das demais áreas,
delega às escolas a indicação das linguagens artísticas e “[...] da sua sequência no
andamento Curricular [...]” (BRASIL, 1998, p. 54).

Contudo, para a autora, o texto dos PCN’s, especialmente o trecho que trata
de “Arte na atualidade” é uma simplificação “medíocre e paternalista”. A autora
defende que os parâmetros deviam ser avaliados periodicamente e que essa
reestruturação das propostas curriculares é fundamental, especialmente, em artes,
pois “[...] as mudanças de conceitos, valores e paradigmas são mais acelerados
nessa área”. (p. 13). De fato a crítica é indispensável tendo em vista o contexto da
atual sociedade no desenvolvimento das novas tecnologias que promovem
mudanças o tempo inteiro.

As artes ainda estão sendo ensinadas em modos arcaicos em muitas


escolas, confundindo improvisação com criatividade. Continuam recorrendo a seus
empregos apenas nas comemorações de datas festivas e na produção de
presentes, muitas vezes estereotipados, para o Dia das Mães ou dos Pais etc.

Daí a necessidade de esclarecimento, qualificação de professores e, até


mesmo, de campanha em favor da arte na escola, porque somente com a ação
inteligente e empática do professor podemos qualificar a arte como ingrediente

35
essencial para formar o indivíduo fruidor de cultura e conhecedor da construção de
sua própria nação.

Portanto, se pretendemos gerações futuras com um desenvolvimento humano


mais significativo e um melhor exercício da cidadania, além de reservarmos um lugar
para a arte no currículo de nossas escolas, de nos preocuparmos como ela é
ensinada, precisamos propiciar meios para que os professores desenvolvam a
capacidade de compreender, conceber e fruir arte. Nenhuma hipótese de arte-
educação será reconstrutora sem a prova do conhecimento artístico, que amplia a
capacidade reflexiva, a imaginação criadora, a sensibilidade, a percepção, além de
favorecer o relacionamento do estudante com as outras disciplinas.

36
37
38
DESENVOLVENDO
ARTE E EDUCAÇÃO

2
Conhecimentos

Conhecer as habilidades artísticas do professor de Arte possibilitando ao estudante


novas formas de pensar o mundo, de se tornar crítico e observador.

Habilidades

Identificar os fundamentos das quatro linguagens artísticas: dança, teatro, música e


artes visuais.

Atitudes

Analisar criticamente como acontece a relação professor aluno dentro da sala de


aula, promovendo o ensino aprendizagem no cotidiano escolar dos estudantes na
disciplina de Artes.

39
40
O Compromisso em saber e ser Professor de Arte

É necessário o empenho do professor em poder oferecer uma disciplina


envolvente para que se tenha um ensino de Artes com qualidade e com estudantes
participativos, desenvolvendo e se apropriando do conteúdo que irá transmitir, com
segurança e confiança, mostrando domínio e habilidade.

O professor de arte necessita ser conhecedor das vertentes da arte, não


necessariamente ser um artista, podendo resultar em uma contribuição positiva na
atuação do educador. Apropriar-se do conhecimento para transmitir da melhor
forma aos seus estudantes, consciente da importância profissional ao preparar
formadores de opiniões e cidadãos futuros. Deve posicionar-se com clareza nas
dimensões estéticas e artística que devem ser integradas na educação escolar.
Respeitar à bagagem cultural dos educandos, incentivando-os a estreitar e ampliar
seu repertório cognitivo e sensitivo, com intuito de melhorar seu próprio mundo
social.

No entanto, é percebido que o sucesso do processo transformador no


ensino da arte depende de um professor cuja teoria prática do saber e do fazer
artístico deve estar conectada a uma concepção de arte e propostas metodológicas
que sejam consistentes e coerentes com o que se pretende formar. Precisa saber
arte ao mesmo tempo em que necessita saber ser professor. Deve aprofundar seu
conhecimento estético, que envolve a compreensão e conhecimento através das
heranças culturais e artísticas da humanidade, unindo o fazer e o refletir, o pensar o
que faz e, conhecimentos artísticos, as vivências das linguagens específicas das
artes, desenvolvendo uma prática pedagógica que aproxime o estudante do
conhecimento cultural e artístico da sua e das demais culturas existentes.

A arte estabelece uma relação de autoconfiança com os outros, trabalhando


a percepção, a criatividade, a imaginação e o envolvimento com o grupo. Os
professores que educam através da arte permitem ao estudante uma educação
integral, que consiste na educação da mente e também do corpo. Esse formato de
ensino mostrando ao mesmo tempo uma visão utilitarista e idealista da arte valoriza

41
principalmente as habilidades manuais, os hábitos de organização e precisão e o
dom artístico.

A Arte se faz presente na sala de aula, visando possibilitar ao estudante


novas experiências, novas vivências, novas formas de pensar o mundo, de se tornar
crítico e observador. Devemos estar aptos a pensar, a sentir, a agir. Por
conseguinte, somos homens do século XXI e, portanto, a Arte, cumpre com
excelência essa função. Necessitamos viver e fazer valer a existência, não apenas
existir e aceitar as imposições externas. Se iniciarmos a nossa reeducação,
aprendendo a explorar o interno e as situações caóticas, construiremos, passo a
passo, a ordem intrínseca à perfeição de nossa constituição como Ser Humano.

Necessitamos reavivar em nós, e em nossos grupos de trabalho, aspectos


adormecidos da constituição individual da personalidade. Sabemos que, ao longo da
caminhada, na condição de professores, arte-educadores, experienciamos
momentos fascinantes, que poderão ser aplicados, retomados e direcionados
conforme as novas perspectivas de trabalho. Estamos certos de que Arte implica em
agir. E, como toda criação, sempre representará pensamentos, sentimentos e visões
de mundo de quem a criou. Em seu fazer, Arte é a materialização da unidade
pensamento/sentimento, significando a própria integração do ser. Nesse contexto,
desejamos trabalhar essa mesma arte de modo a proporcionar momentos de total
significância para os estudantes.

Pretendemos solidificar a compreensão da Arte como procedimento de


extrema cultura. Explorar os múltiplos benefícios por ela oferecidos, como modo de
expressão da vida, associada ao processo de criação e transformação do ser. Deste
modo, desempenharemos, plenamente, a condição de ser humano, de ser total.
Estando cônscios do que somos e da nossa dimensão no mundo, poderemos agir
de forma criativa, e não destrutiva, em relação aos outros e ao planeta.

42
O Ensino da Arte na educação Infantil e Séries Iniciais

Nas escolas brasileiras, o ensino de artes é um tema muito complexo, pois


embora haja no currículo um significativo reconhecimento de sua importância no
processo ensino e aprendizagem, há inúmeras questões impeditivas para sua
efetivação de maneira ampla e contextualizada em sala de aula.

A insegurança de alguns professores é notória, em trabalhar conforme as


orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Artes, em sua amplitude,
englobando Artes Visuais, Teatro, Música e Dança. Entre os fatores, são
questionadas lacunas na formação acadêmica e falta de especialização em áreas
tão distintas.

Devido a essa problemática, geralmente, ainda hoje as aulas de Arte não


ultrapassam os cadernos e, consequentemente, são reproduzidos modelos
tradicionais, onde é deixada de lado a experimentação de diferentes modalidades de
conteúdos de Arte, tão relevantes para a formação humana.

Conforme o exposto acima de que maneira estes profissionais estão


trabalhando a Dança, Teatro, Música e Artes Visuais em sala de aula? Quais os
métodos que estão sendo utilizados para solucionar as dificuldades em se trabalhar
as quatro áreas de Arte? É possível que sem uma especialização em Artes o
professor desenvolva no estudante a competência estética e artística em suas
diversas modalidades? De que forma o Educador pode tornar as aulas de Arte
prazerosa e significativa na formação do estudante? Há possibilidades criativas de
garantir a experimentação da Arte acessível a todos, superando a falta de recursos
matérias ou infraestrutura adequada?

43
A partir de agora você irá compreender como os professores estão
trabalhando o ensino de Arte nas escolas, principalmente com a questão da
influência das Artes que acontece no cotidiano fora da escola, na vida dos
estudantes que fazem parte de uma educação de massa e como estes estão sendo
abordados nas salas de aula.

O Professor de Arte X o Ensinar X aprender Arte

É necessária a sensibilidade por parte do educador sobre o que vem a ser


Arte, e consciência sobre a importância do ensino no desenvolvimento pessoal e
social do estudante, tendo como finalidade, além do conhecimento metodológico,
garantir uma aula consistente e prazerosa.

Recentemente, mudou-se a ideia de que a criatividade é importante somente


no campo da Arte, pois muitas vezes é no momento das aulas de Arte que o
estudante terá a única oportunidade de desenvolvê-la primeiramente. “Desenvolver
o pensamento criativo passou a ser uma meta prioritária na preparação para o
futuro, visto que os conhecimentos adquiridos hoje podem não valer nada amanhã.”
(CUNHA, 2010, p.91).

Mas, afinal, será que todos têm a mesma concepção sobre Arte?

Zagonel (2008) diz que a tarefa de tentar definir a arte gera discussões
problemáticas intermináveis, motivo este de não haver uma definição precisa,
abrangente o suficiente. Esta palavra costuma ser usada com diferentes
significados: a arte de preparar algo ou de dominar alguma técnica, a arte de
executar bem alguma tarefa ou pode ser usada corriqueiramente e popularmente
para definir quando a criança está inventando algo diferente: “Essa criança está
fazendo arte”.

44
Segundo a autora é a partir de códigos particulares que a arte é estruturada
e sua compreensão vem do hábito das pessoas em apreciá-la e dos conhecimentos
adquiridos sobre ela, e as pessoas não familiarizadas com a arte têm uma
propensão à surdez estética ou à cegueira.

A Arte é definida no contexto escolar, como uma forma de promover o


desenvolvimento cultural dos estudantes. É certo que todo cidadão culturalmente
produz ou convive com manifestações artísticas inseridas em seu meio, e, no
entanto nem sempre tais obras são valorizadas, caracterizadas ou apreciadas como
arte, mesmo fazendo parte de sua identidade.

Vygotsky explicitava sobre o assunto, conforme menciona Japiassu em


artigo:
A representação cotidiana e habitual da criatividade não enquadra
suficientemente o seu sentido científico. Quase sempre, a
criatividade é concebida como propriedade privada de uns poucos
eleitos (gênios, talentosos, artistas, inventores e cientistas).
(VYGOTSKY apud JAPIASSU).

A falta de um estímulo ou despertar artístico se deve principalmente a falta


dessa leitura artística presente no cotidiano. Nesse aspecto, a função da escola é
primordial, que por meio da análise, do conhecimento, da apreciação e do fazer arte,
promover essa alfabetização estética, possibilitará a leitura dos estudantes a
diferentes códigos culturais.

Ana Mae Barbosa (2003) menciona que é por meio da Arte que a pessoa
desenvolve a imaginação, a percepção, desenvolve a capacidade crítica, aprende a
realidade do meio ambiente, permitindo ao indivíduo analisar a realidade percebida e
desenvolver a criatividade de maneira a mudar a realidade, que foi analisada.

A área de Arte de acordo com os PCNs de Artes tem uma função importante
a cumprir. Ela situa o fazer artístico como fato e necessidade de humanizar o
homem histórico, brasileiro, que conhece suas características tanto particulares, tal
como se mostram na criação de uma arte brasileira, quanto universais, tal como se
revelam no ponto de encontro entre o fazer artístico dos estudantes e o fazer dos

45
artistas de todos os tempos, que sempre inauguram formas de tornar presente o
inexplicável.

Diante dos conceitos e das diversas definições existentes, todas acordam


basicamente que todo cidadão que desenvolve sua sensibilidade artística e estética
lida melhor com suas expressões e emoções, é autoconfiante e cada vez mais
preparado para fazer parte de uma sociedade que necessita de pessoas, criativas,
críticas e inovadoras.

Alguns professores, atualmente, sentem-se inseguros ao planejar suas aulas


de Artes, dentre os motivos estão: as lacunas no aprendizado de Artes durante o
curso de graduação e a falta de especialização e resquícios de uma formação
escolar tradicionalista. A falta de experiência teórico-prática e a tal insegurança
refletem na postura dos mesmos, o que acarreta em aulas que não ultrapassam os
cadernos, e pouco motivadoras.

O professor que atua de maneira tradicional acaba se limitando a avaliar se


o estudante atingiu o máximo possível do modelo original acreditando que a cópia e
a repetição são as únicas formas de fixar um modelo estabelecido. Até há pouco
tempo atrás, era comum alguns professores se acostumarem com um meio mais
fácil de lecionar, fazendo uso de materiais pedagógicos compostos por atividades
prontas, desenhos, prática comum nas formações em magistério.

No entanto, encarar um modo diferente do aprendido para trabalhar, gera


um pouco de insegurança, principalmente por exigir um pouco mais de reflexão do
professor sobre a prática pedagógica. Para trabalhar as diferentes modalidades
artísticas, a falta de definições também está presente na queixa de muitos
profissionais da área, que acabam deixando de lado as modalidades: teatro, música
e dança. Explorando mais o campo das artes visuais. Nesse contexto, as artes
muitas vezes acabam sendo trabalhadas de forma exaustiva e repetidas com o único
objetivo da criança se apresentar em datas festivas.

46
Sobre o assunto Lis (2009, p. 47) conclui que:

Hoje é grande a preocupação dos professores de Arte em fazer a


integração das quatro áreas artísticas. De modo que, não se deve
colocar os conteúdos no currículo de forma isolada e esperar que o
aluno possa integrá-los na sua cabeça. Há grandes dificuldades em
estabelecer uma relação mais aprofundada entre as linguagens
artísticas, mas mesmo assim, o professor pode compreender os
elementos básicos de cada área da Arte e a partir de seu
conhecimento e experiência, proporcionar aos alunos o contato com
outras linguagens, que não a de sua formação. Os alunos em suas
vidas entram em contato com estas artes e tem suas preferências.

Também há outra problemática que é a visão equivocada de irrelevância do


referido ensino dentre as demais disciplinas que compõem o currículo escolar,
disciplina esta não exigida em processos seletivos e vestibulares.

Para que a Arte faça parte de todas as disciplinas, os PCNs orientam


reconhecendo sua importância como qualquer outra matéria, pois ela traz grandes
benefícios aos estudantes, por exemplo, a compreensão em outras áreas do
conhecimento humano.

A solução para a problemática dos professores de Artes está no próprio


profissional e sua postura. Primeiramente, sua formação não acaba quando conclui
a faculdade devendo romper com esta falsa ideia. A formação do educador ocorre
por meio de incessantes pesquisas e em suas experiências diárias, refletindo,
construindo e reconstruindo sua prática, buscando para sua atuação profissional
suporte pedagógico necessário.

No contexto da educação escolar, a disciplina Arte compõe o


currículo compartilhado com as demais disciplinas num projeto de
envolvimento individual e coletivo. O professor de Arte, junto com os
demais docentes e através de um trabalho formativo e informativo,
tem a possibilidade de contribuir para a preparação de indivíduos que
percebam melhor o mundo em que vivem, saibam compreendê-lo e
nele possam atuar. (FERRAZ, 2001, p.24).

Os PCN’s de Arte fornecem subsídios importantes em suas orientações


didáticas, mas não dão fórmulas prontas. Cabe ao professor desenvolver reflexão
47
pedagógica específica para o ensino das diferentes modalidades artísticas. É
essencial essa busca de aperfeiçoamento para garantir o direito dos estudantes de
experimentar tais modalidades de forma coerente e democrática.

A internet atualmente é uma ótima ferramenta para troca de informações e


experiências entre educadores e um suporte para que estudantes e professores
superem a falta de acesso as obras artísticas.

De acordo com os PCN’s Artes (1997 p.72), “a prática de aula é resultante


da combinação de papéis que o professor pode desempenhar antes, durante e
depois de cada aula”. O professor, antes da aula, desempenha os papéis de:
pesquisador de materiais e técnicas; fontes de informação; apreciador de arte,
escolhendo artistas a serem estudados; estudioso da arte; criador na preparação e
na organização da aula e seu espaço, desenvolvendo seu conhecimento artístico e
um profissional que trabalha junto com a equipe escolar.

Durante a aula, o professor é estimulador de um olhar crítico; incentivador da


produção individual ou grupal; propiciador de um clima que tenha curiosidade,
constante desafio perceptivo; inventor de formas de apreciação da arte; qualidade
lúdica e alegria; acolhedor de materiais, ideias e sugestões trazidas pelos
estudantes; descobridor de propostas de trabalho para desenvolver o processo de
criação, reflexão e apreciação de obras de arte; formulador de destino para os
trabalhos dos estudantes; reconhecedor do ritmo pessoal dos estudantes e analista
dos trabalhos junto com os estudantes.

E depois da aula ele assume os respectivos papéis: avaliador de cada aula


particular; articulador das aulas, uma em relação com as outras; e imaginador do
que está por acontecer na continuidade do trabalho com base no conjunto de dados
adquiridos na experiência das aulas anteriores.

Para superar os desafios deste ensino, a motivação do educador é o eixo


norteador. É a motivação e o compromisso com a educação que servirão de alicerce

48
para que este profissional desempenhe significativamente tantos papéis em sua
atuação, assim, ele poderá romper os mitos que cercam o ensino de Artes.

Existem três mitos pedagógicos no ensino de Arte, segundo reportagem de


Santomauro à revista Nova Escola. O primeiro mito é sobre “reprodução e releitura”.
De acordo com a autora, mostrar uma obra de arte, discutir suas características e
pedir ao estudante que faça o mesmo desenho no caderno não é propor releitura, e
sim reprodução ou cópia. Quando o estudante, partindo de uma obra, interpretando,
transformando e criando uma nova obra é o que chamamos de releitura do
estudante.

O segundo mito que ronda o ensino de Arte é o descrito: “Sem material, não
dá”. De acordo com a autora, quantidade não é qualidade, pois um trabalho que
garanta uma aprendizagem significativa para os estudantes não depende da riqueza
de material, mas estratégia de conteúdo e propostas que ofereçam oportunidades de
participação.

“A Arte estimula a criatividade” é o último mito. Na verdade, a arte


desenvolve a criatividade e outras habilidades, se os conteúdos são aprendidos. O
educador deve encarar como um desafio e não como um problema, as aulas de
Arte. Ele deve romper mitos e paradigmas, assim podendo superar os obstáculos
provenientes do ensino.

Se faltar recursos materiais? Pensando dessa maneira, o educador irá


pesquisar alternativas de promover a arte com reciclagem ou outros materiais
diferentes, é possível explorar locais alternativos no entorno da escola ou promover
visitas a espaços disponíveis, como uma brinquedoteca, por exemplo, caso falte
espaço físico dentro da escola.

Música e Dança na escola


A música sempre esteve presente nas aulas de Arte, já a dança era
contemplada nas aulas de Educação Física. Só a partir de 1997 com os PCN’s é que
passou a fazer parte da disciplina de Arte.

49
Os professores com menos dificuldades em trabalhar os fundamentos das
quatro linguagens artísticas: dança, teatro, música e artes visuais, tiveram menos
dificuldades em trabalhar na escola, pois sua formação fora feita em instituições
onde trabalhavam com estas quatro linguagens. Entretanto, os que tiveram formação
somente em uma especialidade da Arte durante todo o curso, logo terão dificuldades
em desenvolver as outras modalidades na escola.

Apesar da dança ter surgido nos currículos do ensino de Arte há mais de dez
anos, ainda para os professores de Arte é uma disciplina nova, pois não acontece de
um dia para outro. A busca de conhecimentos e informações sobre esta linguagem,
portanto, com leituras, formação continuada, assistir apresentações de danças,
comentários de coreógrafos e até na própria televisão temos apresentações e
concursos de danças.

A dança sempre esteve presente na escola, produzida pelos professores de


Educação Física ou professores do Ensino Fundamental das séries iniciais, para
apresentações de festividades e datas comemorativas, sem, muitas vezes, envolver
toda a turma ou passar o conhecimento básico de dança. Jorge Sergio Pérez
Gallardo diz:

Conhecimento das atividades da cultura corporal (local e regional ) e


participação nelas: identificação das formas das atividades mais
comumente usadas; criação de variações técnicas e estéticas;
combinação de coreografias envolvendo a presença de meninos e
meninas; análise e discussão (beleza, estética, aproveitamento do
espaço e do tempo representação do corpo em movimento, etc.), de
um show ou de uma festa realizados na escola por alunos maiores,
de uma propaganda de tevê ou manifestação folclórica ao ar
livre(carnaval, Folia de Reis, Festa do Divino, Cavalhadas, Rodeio,
entre outros exemplos) .(GALLARDO, 1998,p.101).

Assim como as outras artes, a dança tem sua linguagem de comunicação e


expressão que lhes são próprias. Portanto, devem ser trabalhados esses códigos da
dança na escola, de forma que os estudantes entendam e incorporem em seu dia a

50
dia. Todo conhecimento em arte precisa de fundamentação teórica e não somente a
prática, pois ambos devem andar juntos. Para Débora Sucupira ArzuaTadra:

Não bastam termos em mãos conteúdos desconectados e


aprisionados a currículos e visões de arte das instituições
educacionais. É necessário, como professores, revermos as
atuações que implicam uma ruptura com as práticas que não
dialogam com a realidade social do educando, por que é por meio de
uma profunda compreensão das relações sociais que poderemos nos
aproximar do valor articulador da dança no contexto educacional.
(TADRA, 2009, p.53).

Atualmente, fazer a integração das quatro áreas artísticas é a grande


preocupação dos professores de Arte. De modo que, não se pode esperar que o
estudante possa integrá-los na sua cabeça, deve-se colocar os conteúdos no
currículo de forma contextualizada e não de forma isolada. Mesmo encontrando
grandes dificuldades em estabelecer uma relação mais aprofundada entre as
linguagens artísticas, o professor pode compreender os elementos básicos de cada
área da Arte e a partir de seu conhecimento e experiência proporcionar aos
estudantes o contato com outras linguagens, que vão além de sua formação.

Em suas vidas, os estudantes entram em contato com estas artes e tem


suas preferências. Os professores de arte devem passar os conhecimentos básicos
e experiências artísticas dessas linguagens, pois os estudantes têm o direito de
conhecer mais profundamente todo o tipo de arte e seus códigos e com estes serem
autônomos, sensíveis e criativos. De acordo com a Bernadete Zagonel (2008, p.115)
“que o gosto se constrói. O contato frequente é necessário e a familiarização com o
produto artístico para que isso aconteça."

Nas Diretrizes Curriculares, o estudante da educação básica terá acesso ao


conhecimento presente nessas diferentes formas de relação da arte com a
sociedade, conforme a proximidade com o seu universo.

Também nas DC (2006, p.43), recomenda-se ao professor que no seu


processo pedagógico aborde as seguintes linguagens em música:

51
*Organização dos sons no espaço e no tempo;
*Percepção musical;
*Produção musical;
*Registro de sons;
*Reconhecimento e significação;
*Interpretação dos sons memorizados, organizados e registrados.

Com a interação da música e da dança para o desenvolvimento das aulas, a


Arte será mais fácil para a compreensão do estudante, pois o próprio corpo produz
som, a cada pausa ou movimento muitas vezes bem acentuado ou não. O som faz
parte do corpo, seja no ritmo da respiração, da batida do coração, na própria voz,
tomar banho, no andar, vestir-se, comer, sentar, trabalhar, entre outros.

Portanto, é na escola que o estudante toma consciência desse corpo,


através das várias atividades de integração, entre som, o corpo e artes visuais.
Segundo Mirim Celeste Martins (1998, p.95), "cada movimento tem beleza e uma
significação própria, sendo necessário à compreensão de tudo o que ele envolve".

O corpo é um instrumento, que tem várias posturas nas artes, seja


desenvolvendo, uma escultura, uma pintura, encenando, dançando ou produzindo
música. O estudante também precisa ter essa noção desse processo de
comunicação.

Ele deve “observar e apreciar atividades de dança realizadas por outros


(colegas e adultos), para desenvolver sua fruição, seu olhar, a capacidade analítica,
sensibilidade, estabelecendo opiniões próprias”. Essa é também uma maneira de o
estudante compreender e incorporar a diversidade de expressões, de reconhecer
qualidades estéticas e individualidades. (PCNs, 1997, volume 6, p.69).

A música, ao ser analisada sua composição e seus signos na escola, o


professor de acordo com Isis Moura Tavares (2008, p. 73): "não pode perder de vista
o fato de que os estudantes têm suas vivências e experiências musicais e que estas
devem ser sempre levadas em consideração".

52
Na dança a música integra os dançarinos, e quando estes estão em grupo
devem estar sincronizados, pois o som determina o ritmo e os movimentos. Dessa
forma devemos sempre utilizar os sons e a música em consonância com o
movimento de dança na escola.

A Representação Teatral e a Arte

Ao pesquisar alguns escritores sobre teatro na educação ou mesmo


algumas metodologias desenvolvidas por estudiosos do assunto, o professor, nunca
deverá aplicar os exercícios e as atividades sem antes ter embasamento teórico ou
analisar o pensamento de todo o processo que este desenvolve na vida dos
estudantes. Sem conhecer o todo, se apropriar de ideias soltas, resultará em uma
aula sem o compromisso de realmente ensinar os conteúdos propostos para o
ensino do teatro na escola.

Portanto nas D.C. de Arte:

É fundamental que os conhecimentos específicos do teatro estejam


presentes nos conteúdos específicos da disciplina a fim de contribuir
para a formação da consciência humana e da compreensão do
mundo. Esses elementos permitem que o Ensino de Arte, por meio
do teatro extrapole as práticas que restringem o teatro a apenas uma
oportunidade de produção de espetáculos ou mero entretenimento.
(DC de ARTE, 1998, p. 78)

A revista Nova Escola (março, 2004 p.38) diz: "O contato com a linguagem
teatral ajuda as crianças e adolescentes a perder continuamente a timidez, a
desenvolver e priorizar a noção de trabalho em grupo, a se sair bem de situações
onde é exigido o improviso e a se interessar mais por textos e autores variados".
Ensinar teatro não é apenas representar uma história para festividade como o "Dia
das Mães".

53
Nos PCNs Arte:

O professor deve organizar as aulas numa sequência, oferecendo


estímulos por meio de jogos preparatórios, com o intuito de
desenvolver habilidades necessárias para o teatro, como atenção,
observação, concentração e preparar temas que instiguem a criação
do aluno em vista de processo na aquisição e domínio da linguagem
teatral. (PCNs,1997 ,volume 6, p.86).

Com jogos dramáticos e de improvisação aplicados na sala de aula, o


professor desenvolve as expressões faciais, vocais e corporais onde mais tarde o
estudante trabalha nas apresentações teatrais.

Artes Visuais e o Professor de Arte

O professor, com relação às Artes Visuais, tem um papel fundamental de


ampliar esteticamente o olhar dos estudantes em relação à produção cultural e este
compreender que a expressão artística faz parte do processo da humanização do
homem.

Na prática, educar esteticamente é ensinar a ver, tomando como


ponto de partida o estudo dos diferentes modos de compor com os
elementos formais, não esquecendo que este conteúdo foi construído
ao longo do tempo e sistematizado na forma de História da Arte.
(SEED, 1998, p.9).

O papel do professor quanto ao ensino de Arte é precisamente trabalhar


com a apropriação dos conhecimentos através dos conteúdos estruturantes das
Artes Visuais, para que os estudantes tenham possibilidades de compreensão e
fruição dos saberes artísticos.

Quais são os conteúdos relevantes que o professor precisa saber, para


desenvolver a alfabetização estética dos seus estudantes?

54
Para Luciana Estevam Barone Bueno (2008, p.106) "Os professores tem um
compromisso muito sério no que diz respeito à educação do olhar dos alunos, pois
estes estão constantemente em relação direta com um mundo cheio de imagens que
muitas vezes não são percebidas".

O professor precisa se preocupar com vários caminhos, para escolher uma


metodologia de leitura de imagens, pois não existe uma única forma de apreciar e
interpretar uma obra de arte ou imagem. Será mais fácil a educação do olhar dos
estudantes com conhecimentos básicos das Artes visuais.

A DC (1998, p.72 e 73) além de estabelecer relações das Artes Visuais com
outras áreas artísticas, o professor ao: "Trabalhar com Artes Visuais sob perspectiva
histórica e crítica, reafirma a discussão sobre esta área como processo intelectual e
sensível que permite um olhar sobre a realidade humano social, e as possibilidades
de transformação desta realidade".

É percebido que, a leitura de imagens é muito importante na vida dos


estudantes, mas precisa desenvolver e oportunizar-lhes as próprias produções
artísticas, expressando, vivenciando suas ideias e construindo novo saberes para
transformar o seu mundo, respeitando o seu trabalho e de seus colegas e
valorizando os acervos artísticos, produzidos ao longo da história da humanidade.

O Professor de Arte no Século XXI

O professor precisa estar bem motivado e preparado para dar boas aulas.
Não é tão simples, dar aulas. Por isso ele deve ter conteúdo, se preparar. Quem
estuda, aprende a superar os desafios do dia a dia com mais segurança.

Na revista Nova Escola (maio, 2002, p. 44) menciona: "Ensinar é uma tarefa
mágica, capaz de mudar a cabeça das pessoas, bem diferente de apenas dar aulas"
RUBENS ALVES. É de grande importância a reflexão na construção do processo
pedagógico. Uma metodologia não deve impor limites ao professor, não é algo
fechado. Muitas vezes é necessário refazer, recuar, rever e retomar o processo.

55
Precisa construir um planejamento com abordagens integradas em todas as
áreas da Arte com conteúdos significativos porque muitos planejamentos são feitos
de forma fragmentada. O professor precisa ter clareza sobre o quê e como ensinar e
estar bem seguro. O objetivo de se planejar é ter um ensino de Arte bem orientado.
Quando sai das universidades, a formação é insuficiente para saber como trabalhar
com tanta diversidade. Ao planejar as aulas de Arte, pensar se o que está sendo
proposto em arte é relevante para o estudante, para sua vida e para o futuro. O
professor precisa ter o cuidado de não utilizar métodos ultrapassados.

Há professores dando aula de arte, que nunca leram um livro de arte-


educação ou, pior, que não possuem nenhuma habilidade artística. Como alguém
que nunca fez arte pode se preparar para ser professor na área de Arte?

Consta na revista Nova Escola (Edição Especial PCN’s de 1ª a 4ª série,


1998, p.64) em resposta a esta pergunta:

[...] é importante o professor através de bons cursos tenham


experimentação e criação artística, além de conhecer a história da
arte, da dança, da música e do teatro. E obter atuais informações
sobre a produção artística, participando da sociedade como cidadão
cultivando, ampliando o próprio horizonte e os dos alunos [...]

Saber fazer arte para poder ensinar os conteúdos do ensino de arte, é o que
o professor precisa entender, escolhendo metodologias que correspondam à
realidade escolar de seus estudantes.

Na Proposta Curricular para o ensino de Educação Artística (1998, p.41): "O


professor precisa desenvolver um processo expressivo próprio, o que não implica
em ser artista no sentido corrente do termo, mas sim apoderar-se de sua própria
expressão, exercitar sua possibilidade criadora".

Proporcionar experiências artísticas é o papel fundamental do professor de


arte na escola, fazendo com que o estudante tenha contato com a dança, artes
visuais, teatro e a música, envolvendo-as de maneira integrada, associando, tanto os

56
aspectos formais, quanto aqueles relativos aos conteúdos e, assim, estarão
desenvolvendo uma aula de arte significativa.

Segundo a DC de Arte (1998, p.45), o professor de Arte: "é um sujeito


epistêmico (aquele que tem conhecimento e divide este conhecimento), pesquisa
sua disciplina, reflete sobre sua prática e registrar sua práxis".

Quando se planeja as aulas, deve-se levar em conta o conhecimento trazido


pelo estudante, a faixa etária, local a ser aplicada, disposição de tempo, recursos
tecnológicos e materiais. Escolher uma metodologia condizente a experiência
artística, a ser trabalhada de forma dinâmica, criativa, incentivadora e envolvente,
onde todos os estudantes com suas capacidades individuais possam participar.

A todo instante nas escolas, as mudanças ocorridas apresentam novos


desafios aos professores, exigindo cada vez mais novas habilidades e recursos.
Portanto, na sua formação acadêmica, o conhecimento não adquirido, deverá ser
buscado através de participação em eventos artísticos, leituras, pesquisas, cursos
de formação continuada, trazendo conhecimento profissional e a mudança da prática
docente, pois os estudantes têm o direito de ter conhecimento básico das áreas
artísticas de teatro, dança, música e artes visuais.

O que faltou de informações na sua formação para ser um bom professor de


Arte, não deve ser usado como desculpa para não fazer nada em suas aulas.
Sempre precisamos ser um professor atualizado. Não desistir nas dificuldades, fazer
reformulações necessárias e reconstruir uma nova metodologia para a compreensão
do Ensino de Arte.

O professor pode aproveitar suas habilidades artísticas para contribuir com a


escola, não desviando sua atenção dedicada as aulas de Arte. Na escola, os
professores têm poucos espaços para refletir, discutir e debater a própria prática,
com o objetivo de aperfeiçoá-la. No âmbito escolar se ele não é o único professor de
Arte, eles são em número bastante reduzidos.

57
Na atualidade o professor de Arte tem que ter domínio de conteúdo,
habilidade artística, usar métodos variados e propostas desafiadoras e instigantes,
buscando a cada aula refletir sobre suas propostas de ensino-aprendizagem onde
contribuem para o crescimento individual de seus estudantes, onde possibilite novas
formas de olhar e pensar o mundo.

Planejando as aulas de arte

Refletindo sobre o papel da arte como uma prática humana, na construção


histórica, e no modo como vivemos e pensamos, é preciso estabelecer diferentes
procedimentos e estratégias para a organização do Ensino da Arte, buscando os
conhecimentos necessários, tomando como referências alguns aspectos, abaixo
relacionados. Criar suas próprias estratégias e procedimentos a partir de suas
interpretações na elaboração do planejamento de suas aulas de Arte na Educação
Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental.

No Boletim do Programa Especial de “Um Salto para o Futuro” comenta-se


que: A escola não pode ignorar as funções vitais que as artes desempenham em
nossa sociedade. Elas possibilitam a constituição do pensamento e da consciência;
o autoconhecimento e o desenvolvimento da expressão e criação. Assim, levam-nos
a conhecer mais nosso povo e nossa história, concepções de mundo e suas ideias.
Ao planejarmos o cronograma de conteúdos das aulas de Arte deve-se ter em
mente:

1. O que em arte deve ser ensinado (conteúdos);


2. Os documentos oficiais, que direcionam o Ensino na Educação Básica no
Brasil;
3. A série que os alunos estão;
4. Quais as estratégias que serão utilizadas (metodologias);
5. Qual a finalidade destes conteúdos que serão desenvolvidos na série
(objetivos gerais e específicos)
6. Quais os recursos necessários para o desenvolvimento desses saberes em
arte (tecnologias, espaço, materiais);

58
7. Número de aulas disponíveis para a aplicação das experiências artísticas
(tempo);
8. Critérios para averiguar a aprendizagem dos alunos (formas de avaliação);
9. Referências, pesquisadas e utilizadas.

Quando abordamos os códigos expressivos das linguagens artísticas,


teremos que usar uma maneira simples, de acordo com a faixa etária dos estudantes
e as experiências já adquiridas por eles, para melhor apropriação destes códigos e
como serão absorvidos pelos educandos ao longo do processo de ensino-
aprendizagem.

Nessa perspectiva, Celdon (2008, p.35) indaga que:

[...] ao conhecer as linguagens artístico-culturais em suas


especificidades favorece a articulação do velho em novo, base do
processo criador... os processos de apropriação quanto os de
produção devem ser interligados, compreendidos e intimamente
entrelaçados às possibilidades de autoria dos sujeitos em seu fazer e
pensar, e de autonomia nas suas associações expressões [...]

Em conjunto com a prática, o ensino de Arte, conhecimento e apreciação é o


processo pedagógico mais coerente. Por isso devemos ter bem claro quais os
objetivos da Arte na Educação Básica.

Segundo vários autores, observe alguns objetivos a serem desenvolvidos


em Arte: “Identificar algumas características plásticas e visuais observáveis (cor,
forma, textura...) em elementos naturais e em manifestações artísticas presentes no
meio, e estabelecer relações de semelhanças e diferenças com as próprias
produções”. (HERNÁNDEZ, 2000, p.145).

Representar ideias e sentimentos por intermédio de imagens


(visuais, cênicas, musicais e movimentos corporais), que reflitam a
observação da realidade circundante, a pesquisa e a compreensão
das obras de Arte realizadas por outros povos, outras épocas, outras
culturas. (DUARTE JUNIOR, 1998 p.60).

59
Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro,
posicionando contra qualquer descriminação baseada em diferenças culturais, de
classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e
sociais. (BRASIL, 1998 p.18). “Promover conhecimento sobre diversas áreas de
Arte, possibilitando ao aluno a experiência de um trabalho de criação total e
unitário”.

O processo do trabalho pedagógico em Arte tem por finalidade


trabalhar na prática com jogos teatrais, música, desenho e dança,
levando em conta os elementos formais como estudo sobre cores
primária e secundária (artes visuais), timbre, duração e altura
(música), expressão corporal, facial, e gestual (teatro) e movimento
corporal (dança). (DC DE ARTE, 1998 p. 23)

Devemos fazer a inter-relação das linguagens artísticas (teatro, dança,


músicas, visuais) ao planejar as aulas, seus elementos formais, sua composição,
movimentos e períodos que pertencem. Um conhecimento de Arte sem fazer
artístico, sem articulação, apreciação e fundamentação teórica não tem sentido.

Avaliação em Arte

A avaliação em Arte tem que ocorrer da seguinte forma:

 Através da dificuldade do estudante, quanto o seu sucesso;


 Através do desempenho e participação;
 O produto artístico realizado;
 Vários aspectos: o fazer, participar, agir, produzir, compartilhar,
dedicação;
 O progresso do estudante;
 De modo contínuo, a cada atividade;
 A progressão do estudante, a sua criatividade;
Deve ser diagnóstica e processual, avaliando o processo, não somente
o resultado, sem parâmetro comparativo;
 Avaliar o crescimento e a aprendizagem do estudante;

60
 Diariamente (aula a aula);
 De forma qualitativa, uma construção com o trabalho proposto;
 Analisando individualmente cada um, seu progresso, sua produção e
participação.

Uma avaliação adequada é quando respeitando as individualidades de


aprendizagem de cada criança. Segundo Lakomy:
A avaliação escolar compreende a avaliação do aluno em processo
as perguntas que faz, a identificação das competências mais
desenvolvidas, a reflexão sobre como melhorar as menos
desenvolvidas. Ela também requer um desenvolvimento profissional
do professor, pois a avaliação permite que ele decida como agir em
relação a cada aluno. (LAKOMY, 2008, p.80).

A avaliação acompanha todo o processo de construção e deve partir da


organização dos conteúdos, da reelaboração do conhecimento adquirido, da
ampliação dos sentidos e da percepção na resolução de uma leitura e de
representação artística, ou seja, a criatividade. Enfim, o estudante deverá ser
avaliado diariamente de forma contínua, bem como de acordo com as suas
mudanças e transformações diante das atividades propostas pelo professor.

61
62
OFICINAS E VIVÊNCIAS

3
CONHECIMENTOS

Compreender o verdadeiro sentindo em ensinar artes.


Entender que existem maneiras para despertar a arte nas crianças.

HABILIDADES
Identificar a criatividade existente nas crianças.
Relacionar a arte e educação como um incentivo a criatividade do estudante em sala
de aula.

ATITUDES
Desenvolver técnicas de como trabalhar a arte dentro da sala de aula.
Saber usar métodos de cultivar no estudante a criatividade existente em cada um.

63
64
O desenvolvimento das crianças no ensino de artes

Com o intuito de contribuir e valorizar a criatividade dos estudantes esta


unidade foi planejado para mostrar a importância das atividades desenvolvidas em
sala de aula e a motivação que os estudantes têm ao despertar essa vivência
proporcionando o interesse pelo prazer de fazer arte e criar um ambiente artístico
intrínseco.

A arte é o instrumento mais usado pelo professor para encantar nossos


estudantes e seduzir a um mundo de prazer e criatividade, motivando a sua
permanência no ambiente escolar. Cabe aos professores observarem o valor e a
contribuição da disciplina de arte para o desenvolvimento cultural, artístico e
principalmente o crescimento do aprendizado dos estudantes. Compreender que a
arte é um dos encantos que ajuda a criança a despertar a criatividade para a vida e
na sala de aula não é diferente.

Percebemos que é possível transformar as crianças através da disciplina de


arte em cidadãos que tenham criticidade, criatividade e habilidades de convivência e
socialização. Além de resgatar o direito à infância, o aprender brincando e a
capacidade de criação possibilita estimular a criatividade e a espontaneidade da
criança. Cabe a nós educadores mostrar-lhe tudo aquilo que ela é capaz de poder
fazer. Proporcionar um espaço em que as crianças possam brincar enquanto
desejarem, desenvolver a criatividade, inteligência, enriquecer a socialização e
desenvolver suas potencialidades é sem dúvida os caminhos para um ensino
dinâmico e mais significativo.

Jean Piaget (apud ANTUNES, 2005, p.25) “retrata que os jogos não são
apenas uma forma de entretenimento para gastar a energia das crianças, mas meios
que enriquecem o desenvolvimento intelectual”. Como bem disse o autor, os jogos
são meios que ajudam no desenvolvimento da aprendizagem dos nossos
estudantes, no entanto a brincadeira se torna bem mais divertida e prazerosa se o
professor deixar os estudantes criarem o produto e depois brincarem com sua
própria criação. É de real aptidão compreender que tudo que for criado pelo próprio
65
indivíduo terá melhores aprendizados e com certeza terá um rendimento satisfatório.
Compreenderemos que praticando se aprende melhor.

Não podemos esquecer que os jogos educativos tem que ter um propósito,
“educar”, logo o professor terá que se planejar para melhor ministrar sua aula e
desenvolver com criatividade e despertar nos estudantes interesse de fazer e
acontecer. O professor tem que saber o que quer alcançar e para quem alcançar
dentro da expectativa da sua aula.

Chegou a hora em que iremos colocar a mão na massa, literalmente. A prática é


fundamental para desenvolvermos um bom trabalho em sala de aula. É importante
que as crianças aprendam com alegria, entusiasmo, instigando a arte a brincadeira,
elas constroem e descobrem o mundo que existente em cada uma delas. Cabe ao
professor ficar atento às descobertas do estudante incentivando e acompanhando,
observar o interesse e a criatividade de descobrir novas ideais e novas artes,
sempre motivando e socializando com os demais para que haja uma interação e
aprendizado.

VAMOS LÁ!!

“[...] A arte que não estiver no presente, jamais será arte!”. Picasso, Pablo

66
Roda de leitura e peça teatral

O professor conta uma história através de um livro Clássico (escolha de acordo com
o nível dos alunos) .

Técnicas que podem ser usadas para contar histórias:

 O próprio livro;
 Ilustrações;
 Flanelógrafo;
 Avental e expressão corporal;
 Álbum seriado;
 Quadro de pregas;
 Quadro-negro;
 Data show, Televisão de caixa ou cineminha;
 Caixa de histórias;
 Teatro (fantoches);

(OBS) Tudo pode ser improvisado e feito usando a criatividade e participação


dos estudantes.

1º passo

Professor mostra a capa do livro e faz a predição, cabe à criatividade para motivar o
interesse do estudante.

 2º passo

Conta à história lendo o livro e se possível fazendo as falas de acordo com o


personagem.

 3º passo

Estimula os estudantes para recontarem a história.

67
 4º passo

Fazer uma peça Teatral através do livro lido. Usa a criatividade e ajuda do professor.
Proporcione um cenário adequado, sua criatividade é muito importante!

 5º passo

Convida o núcleo gestor e estudantes para assistirem a peça teatral.

Dança

Material Necessário

 Som
 Cd ( de acordo com o nível do ano de estudo.)

Como Fazer?

1° passo

Escolha uma música apropriada para idade e nível de estudo;

2º passo

Convidar os estudantes para ouvir a música escolhida e cantar;

3º passo

Convocar um júri, escolha feita pelos estudantes de quem irá compor a mesa de júri.

4º passo

Criar um ambiente de acordo com a criatividade dos estudantes.

5º passo

Hora da dança e disputa do melhor dançarino;

6º passo

68
Escolha do vencedor (a) através do júri e plateia.

Pintura

Torneio de desenho e pintura.


Mobilize todos os estudantes do ensino infantil para promover um torneio com o
melhor desenho e melhor pintura.

Use sua criatividade para promover o evento.

Ideias com papel

Papel ofício
Material:

 Fita crepe
 Tinta aquarela, guache ou lápis de
cor.

Modo de Fazer:

Pegue a fita crepe e pregue no papel como sua imaginação desejar no momento,
em seguida pinte todo o papel ofício uniformemente e com as cores que você
desejar. Terminado de pintar retire a fita crepe e admire sua arte.

Sugestão: Antes de colar a fita crepe no papel, passe num tecido para remover um
pouco da cola e não rasgar o papel quando for retirá-la.

69
Cartolina ou emborrachado

Você vai precisar:

 Cartolina;
 Caixa de ovos de papel;
 Revistas;
 Cola;
 Tesoura;

Esse brinquedo é uma estrada feita com


materiais mais acessíveis, para facilitar o
desempenho do estudante. A ideia é usar a
imaginação, nessa hora sua criatividade
será muito importante.

Faça estradas, gramas, lagos placas, árvores, casinhas, carros, enfim tudo que tiver
direito em uma estrada. O professor pode incentivar os estudantes fazerem uma
viagem ou se já tiverem feito uma viagem que gostou muito, como era a estrada e o
que eles viram. Pode usar gravuras de livros, revistas e colar na cartolina para
ajudar a posicionar no local que vai querer colocar na estrada. Use sua imaginação
e divirta-se!

70
Papel cartão colorido

Para fazer esse lindo trabalho, use


cartolina colorida ou papel cartão
colorido, é bem fácil de fazer. No
primeiro papel, você faz cortes paralelos,
sem completar a linha, como na figura ao
lado. Depois, distribua para as crianças
tiras retangulares coloridas para que elas
possam passá-las por essas entradas do
papel base. Passando por cima e por baixo, como mostra cada tira, você vai criando
uma figura quadriculada. Como sugestão pode usar cartolina branca e pedir que
eles pintem cada retângulo e assim façam as tirinhas, instigue sempre a criatividade
de cada estudante.

Bijuterias em papel

Material necessário:

 Papéis coloridos usados: revistas, papéis de presente, etc.

 Régua;
 Lápis;
 Tesoura;
 Cola branca;
 Linha ou fio de nylon;
 Agulha grande;

71
Etapas:

1. Numa folha de revista ou papel de presente, desenhe


com o lápis triângulos de 3 cm de base e pelo menos 6
cm de altura.

2. Corte os triângulos de papel. Para fazer um colar


curto, você precisa de 15 triângulos.

3. Enrole cada triângulo utilizando a agulha como apoio.

4. Cole a ponta do triângulo com cola branca. Retire a


agulha e pronto: está formada a pérola.

5. Depois de prontas, junte as pérolas com uma linha ou


fio de nylon.

Sugestões para trabalhar:

 Use verniz incolor ou cola branca diluída em água para impermeabilizar as


pérolas.

72
 Faça colares de várias voltas.
 Experimente papéis com coloridos diferentes e faça proveito dos vários
padrões que podem surgir.
 Intercale contas e miçangas entre as pérolas.
 Faça conjuntos de colares e pulseiras.

Caixinha de Presente

Material necessário:

 Embalagens de papelão fino;


 Papel de embrulho de pão;
 Tesoura;
 Cola branca;
 Pincel velho;
 Rolo de papelão grosso;

 Tinta para tecido (diversas; cores)


 Pregador de roupa;
 Furador de papel ou prego grosso;
 Fita de seda;

Fazendo e acontecendo, passo a passo:

1. Abra a embalagem.

73
2. Abra o papel de embrulho e amasse-o bem. Em
seguida abra o papel e repita o processo.

3. Recorte as abas de uma das pontas da embalagem;


deixe apenas uma das abas principais. Passe cola na
parte superior da embalagem e espalhe em toda a
superfície com o pincel.

4. Cole o papel de embrulho de pão na embalagem.

74
5. Com o auxílio de um rolo de papelão grosso prense o
papel na embalagem.

6. Inverta o lado e prense a embalagem no papel.

7. Recorte as sobras de papel. Dilua as tintas em água e


passe-as aleatoriamente na embalagem.

8. Cole a lateral da embalagem e prenda com


pregadores até secar.

9. Monte a caixa e cole a parte inferior (a parte que


contém todas as abas).

10. Pressione o fundo da caixa colocando algum peso


dentro dela até secar. Fure a tampa e a parte superior da
embalagem. Em seguida passe a fita pelos furos e dê um
laço.

75
Sua caixinha de presente será bastante útil para o que precisar. Quer seja dar
um presente ou guardar seus mimos.

Jogo de argolas

Material que vamos precisar:

 Garrafas plásticas com tampa;


 Tesoura;
 Papel alumínio;
 Barbante;

Modo de fazer:

1. Corte as garrafas.

Amarre um barbante com uma bola de papel


alumínio amassado para fazer o bilboquê.

76
2. Corte argolas da garrafa e passe fita crepe
nelas.

Máscaras com caixas de ovos de papelão:

Material necessário:

 Caixa de ovos de papelão;


 Tinta;
 Cola;
 Tesoura;
 Elástico;
 Revistas velhas;

Modo de fazer

1- Corte a caixa de ovos.

2- Recorte, seguindo o modelo da figura abaixo. Em seguida pinte com tinta,


use sua criatividade para colorir bem bonito.

77
3- Corte restos de papel colorido ou use fitas ou recorte TNT. E cole na lateral
da máscara.

Para finalizar fure os dois lados da máscara e coloque elástico.

Loto de imagens

Material necessário:

 Revistas velhas;
 Papelão;
 Régua e lápis;
 Tinta;
 Cola;

78
Modo de fazer:

1. Recorte o papelão em pedaços de 10 x 15 cm e marque com lápis seis


quadrados de 5 x 5 cm formando um tabuleiro.

2. Recorte mais dez quadrados de papelão de 5 x 5 cm para fazer a base


das peças.

3. Procure seis imagens coloridas de revistas em duplicata (ou


semelhantes) que caibam nos quadrados pontilhados do tabuleiro (ex.: dois
barcos, duas pessoas, etc.)

4. Cole em cada quadrado pontilhado do tabuleiro uma imagem de cada


par.

5. Cole o outro par de cada imagem nos seis quadrados recortados.

6. Procure imagens diferentes para colar nos quatro quadrados restantes.

Bolsa de garrafa

Material necessário:

 1 garrafa PET lisa;


 Estilete ou tesoura;
 Fita de seda para fecho e alça (pode-se utilizar alça de silicone);

79
Modo de fazer:

1. Corte o bocal da garrafa.

2. Corte um dos lados até a metade.

3. Faça um furo de cada lado logo abaixo do corte


para inserir a alça. Se for feita mochilinha, deve-se
fazer dois furos na parte de trás. (No caso da alça
de silicone, o ideal é coloca-las com rebites).

4. Faça quatro furos (dois em cima e dois


embaixo) para a colocação do fecho. (Os dois
furos de baixo podem ser substituídos por um
botão grande)

5. Dobre a aba que sobrou para fazer a tampa de


bolsa e feche-a com a fita de seda ou utilize um
botão.

80
6. Pregue a alça da bolsa tiracolo.

Pregue as alças da mochilinha.

Cadeira com garrafas PET

Material necessário:

 Garrafas plásticas de dois litros (200 a 250 para a poltrona


e 40 a 50 para o pufe);
 Tesoura;
 Fita adesiva larga (ou barbante nº 6/8);

Modo de Fazer

Montando a peça de Resistência:

81
1. Separe uma garrafa limpa, vazia e sem rótulo.
Vamos chamá-la de peça "a":

2. Pegue uma garrafa e corte-a ao meio. Vamos


chamar a parte de baixo de peça "b" e a de cima
de peça "c":

3. Corte outra garrafa ao meio. Vamos chamar a


parte de baixo de peça "d" e a de cima de peça
"e":

4. Encaixe a peça "c" dentro da peça "b":

DICA: use uma chave de fenda para ajudar a


encaixar as peças.

5. Encaixe a peça "a" dentro da peça "b+c":

6. Encaixe a peça "d" por cima da peça "a+b+c"

Está pronta a PEÇA DE RESISTÊNCIA !

82
Montando o assento da cadeira

1. Faça 16 peças de resistência e prenda-as, duas a


duas, com fita adesiva, formando oito duplas;

2. Junte novamente os conjuntos de dois em dois,


formando quatro grupos de quatro peças de resistência;

3. Mais uma vez amarre de dois em dois, formando dois


grupos de oito peças de resistência;

4. Amarre os dois grupos de oito peças de resistência


para formar o ASSENTO DA CADEIRA.

83
MONTANDO O ENCOSTO DA CADEIRA

1. Encaixe três peças "b+c" por cima da peça


de resistência, formando um tubo. Faça dois
tubos dessa maneira;

2. Faça mais dois tubos, dessa vez encaixando


quatro peças "b+c" sobre a peça de resistência.
Amarre os quatro tubos com fita adesiva para
formar o ENCOSTO DA CADEIRA;

3. Faça mais dois tubos, dessa vez encaixando


quatro peças "b+c" sobre a peça de resistência.
Amarre os quatro tubos com fita adesiva para
formar o ENCOSTO DA CADEIRA;

84
4. Junte o ENCOSTO ao ASSENTO com várias
voltas de fita adesiva para ficar bem firme.

ESTÁ PRONTA A CADEIRA!

Flor de garrafa PET

Material necessário:

 Garrafa pet;
 Tampinhas variadas;
 Palitos para churrasco;
 Fita mimosa;
 Verniz Acrílico Brilhante;
 Tinta Acrílica verde, branca e preta;
 Giz de cera vermelho para as
bochechas e cola quente

Modo de fazer:

1. Primeiro pinte as tampinhas fazendo carinhas.

85
2. Deixe secar e passe o verniz.
3. Pinte os palitos de churrasco de
verde e depois passe o verniz.
4. Corte os fundos das garrafas PET,
cole as carinhas feitas de
tampinhas com cola quente.
5. Faça lacinhos com a fita mimosa e
cole nas flores;
6. Cole o palito de churrasco nas
costas das flores;
7. Por último faça folhas com a garrafa verde e fure com “prego” quente, passe
pelo palito e cole com cola quente.

Boliche de monstro

Material necessário:

 Fita adesiva;
 Retalhos de fita adesiva;
 Frascos de xampu;
 Folhas de jornal;

(OBS) Risque e recorte cada parte no verso do vinil adesivo, para fazer os
olhos.

Pegue uma embalagem vazia de xampu e lave bem para


retirar todo o xampu, deixe secar, quando estiver
totalmente seco, em seguida comece a colocar os
elementos para formar seu monstro-boliche.

86
Cole os olhos e o nariz feito com papel,
deixe um espaço para colar boca, não se
esqueça de colar os dentes na boca.

Após fazer todos os monstros com a embalagem do xampu, vamos fazer a


bola. Amasse bem umas folhas de jornal, depois de amassada cubra com fita
adesiva toda a bola feita com o jornal. Faça várias bolas. Jogo pronto agora é só
aproveitar. Use sua imaginação para aproveitar o jogo e fazê-lo educativo.

Sugestão: Cole letras ou palavras nos monstros, e a cada derrubado peça ao


estudante para dizer qual é a letra ou palavra. Divirta-se!

Mosaico

O Mosaico é uma antiga arte de


revestimento e decoração que
continua nos tempos atuais. Dê asas
à imaginação e solte sua
criatividade. São propostos dois
tipos de materiais distintos: azulejos
e pastilhas de vidro, papel colorido,
enfim use sua criatividade.
87
Com a arte do Mosaico use a imaginação e explore a arte que existe nos
estudantes, Comece o trabalho e veja as maravilhas que sairá:

Artesanato com tampinhas de garrafas pet: Mosaico

A reciclagem é um tema que amamos. Ao


reciclar um material você evita que ele
seja destinado para o lixo e ainda trabalha
a mente instigando a criatividade que
possa estar adormecida em alguém.
Consequentemente há a diminuição dos
impactos ambientais causados por esse
material. Isso é ser consciente e
inteligente.

A ideia a seguir é criar um lindo artesanato com tampinhas de garrafas pet.


Vamos lá, continuar praticando? Motivação é muito importante, incentive os
estudantes para criar, pois a arte tem esse caráter individual cada um descobre a sua
forma de fazer, o importante é que todos façam e tudo ficará lindo.

Arte com tampinhas

Para fazer o artesanato com tampinhas de garrafas pet é necessário juntar


várias tampinhas. Feito isso, pegue uma base de madeira e simplesmente vá
colando as tampinhas formando desenhos.

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Tampinhas de garrafa

Aproveite também para pegar não só tampinhas de garrafas pet, mas todos
os tipos de tampinhas de garrafa que você tiver inclusive aquelas de metal.

Brinquedos reciclados para as crianças

Vamos aprender a cuidar do nosso planeta e aproveitar alguns materiais


recicláveis, coisas que provavelmente iriam para o lixo e você nem sabia que faria
coisas belíssimas. Com a imaginação e a arte que existe em cada um faremos
brinquedos maravilhosos.

Sugestão: Para aprofundar seus conhecimentos e por em prática suas habilidades


acesse o link: http://www.hospitaldocancer.org.br/oficina-com-materiais-reciclaveis-
diverte-e-ensina-pacientes-infantis/

Vejamos mais ideias:

89
Tudo pode ser aproveitado, reciclar é uma maneira de ajudar a nós seres
humanos e ao nosso planeta viver melhor. As crianças adoram brinquedos
diferentes, e todas com certeza têm muito que aprender com a reutilização de
materiais recicláveis. O legal de reaproveitar embalagens está na possibilidade de
você professor poder construir um brinquedo com a ajuda do seu estudante e ao
mesmo tempo ensiná-lo de forma natural a ser cuidadoso e zeloso com o meio
ambiente. Como já dizia Lavoisier: "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo
se transforma".

Barquinho feito com caixinha de suco

Pegue caixinhas de suco de 200 ml e um pouco de


criatividade você será capaz de criar barquinhos
divertidos. Só tome cuidado com a ponta do palito,
que pode machucar as crianças. Como medida de
segurança você pode encapar a ponta do palito com
fita ou até mesmo cortar essa sobra.

Robô feito com tampinhas plásticas

Junte várias tampinhas de garra pet, vá construído


amarrando uma tampinha na outra com arame
maleável. Você pode fazer um furo no meio de
cada tampinha e ir passando o arame. Sua
criatividade é muito importante nesta hora.

90
Carrinhos com embalagens de amaciante

Carrinhos variados feitos com embalagens de


plástico e tampinhas. Pegue embalagens de
amaciante e de suco e monte carrinhos bem legais,
em temas e cores variadas. Com essa ideia você
pode fazer ambulância, carro do corpo de
bombeiros e outros

Trenzinho feito com embalagens de papelão e tampinhas

Esse artesanato reciclável é bem


interessante de fazer. Iremos precisar: 1
caixa de leite, caixa de pasta de dente,
rolo de papel higiênico, papelão reciclado
e tampinhas de plástico. Um belo
brinquedo. Um lindo trenzinho. Cabe o
professor ir orientando e ajudando o aluno
a confeccionar, é muito importante que o
professor deixe prevalecer às ideias dos estudantes, com essa liberdade as ideias
fluirão.

Porquinho feito com lata de refrigerante

Esse é um lindo porquinho feito com uma latinha de


refrigerante amassada. Veja que para fazer essa peça
basta pintar e decorar a latinha para ter um brinquedo
super alegre e divertido. Os detalhes em feltro e os

91
olhinhos móveis dão o maior charme. Caso não tenha os olhos móveis, retire de
alguma revista e cole na latinha, pode ser feito os olhos e o focinho.

Sugestão: Pode usar TNT que é bem fácil recortar e fazer a arte que precisar
para construir o porquinho.

Binóculo com rolos de papelão

Usando rolos de papel higiênico podemos transformá-los em um binóculo


muito interessante para as crianças. Para fazer esse brinquedo você vai precisar de
rolinhos, cola, papel colorido (opcional) e barbante. Certamente as crianças vão
adorar. Dê ares à imaginação.

Submarino de garrafa pet

A ideia é fazer esse lindo submarino, ele foi feito com


garrafa pet pintada de preto, tampinhas plásticas e muita
criatividade. Desperte nessa atividade um mundo criativo
que existe através da arte.
92
Bonequinha com materiais reciclados

Usando uma garrafa de Iogurte grande de 1 litro, copo


descartável e tampinhas de garrafa pet você irá realizar
um belo artesanato, bonecos bem fáceis de fazer, basta o
professor usar a criatividade e deixar os estudantes
criarem a sua imaginação também, o importante é ir
orientando-os.

SUGESTÃO: Os cabelos podem ser de papel cortado ou lã, os olhos podem ser
de TNT. Agora é a hora de trabalhar a imaginação e deixar as coisas
acontecerem com muita arte e ideias.

Carrinho de garrafa PET

Esse é um carrinho totalmente


ecológico, feito basicamente com garrafas de
refrigerante de 2 litros que foram devidamente
cortadas e encaixadas. Além de ajudar a tirar
o lixo do meio ambiente, essa é uma proposta
de brinquedo bastante durável que pode ficar
ao ar livre sem problema algum.

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Carrinho reciclado feito com rolos de papel e papelão

Hoje em dia a educação das crianças é um


desafio. Ter valores sólidos quanto à
reutilização de materiais, cuidado com meio
ambiente e utilização sustentável de
recursos é importante para qualquer
pessoa. Para ajudar formar o cidadão
quanto à questão ambiental, hoje trazemos um belíssimo trabalho para você realizar:
um carrinho reciclado feito com papelão e rolo de papel higiênico. Construir esse
belo trabalho em conjunto com a criança vai ensiná-la valores indispensáveis!

Material necessário

 Tesoura;
 Rolo de papel higiênico;
 Papelão;
 Tinta guache ou acrilex;
 Cola branca;

Como fazer o carrinho?

1) Pegue o papelão e corte 5 círculos, de


aproximadamente 3 cm de diâmetro, quatro
deles para formar as rodas e um para ser o
volante;

2) Faça um corte circular mais ou menos no


meio do rolo de papel higiênico, para ser o
compartimento do motorista.

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3) Fixe as quatro rodas com cola branca;

4) Coloque o volante no lugar, fazendo um corte reto e


encaixando;

5) Depois de montar tudo, é hora de pintar o carrinho.


Esse é o melhor momento para as crianças;

Não desperdice a evolução de seus estudantes dê um tempinho para eles


curtirem sua arte, elogie, monte uma exposição.

Porquinho reciclado feito com jornal

Material Necessário:

 Balão (tamanho pequeno);


 Rolhas de garrafa de vinho;
 1 tampinha de garrafa plástica;
 Pedaços de jornal;
 Cola branca
 Fita adesiva dupla face
 Tinta PVA ou tinta guache
 Feltro
 Caneta esferográfica preta

95
Modo de Fazer:

1) Encha o balão para fazer o corpo do


porquinho.

2) Depois de encher o balão, corte as rolhas


em um tamanho que você considere ideal
para a sustentação do porquinho e cole-as
com o auxílio da fita dupla face na parte
inferior do balão. Logo após, fixe a tampinha
de garrafa plástica na frente do balão para
dar início à criação do nariz do porquinho.

3) Misture cola branca com água para


que ela fique mais rala. Corte tiras dos
pedaços de jornais e mergulhe-as na
mistura de cola branca. Retire as tiras
e o excesso de cola e coloque uma por
vez sobre o balão, as rolhas e a
tampinha, até cobrí-los inteiramente.
Após cobrir inteiramente o porquinho,
tenha certeza de que não há nenhuma bolha de ar. Isso é importante para dar
consistência e um aspecto uniforme ao seu porquinho.

96
4) Deixe a primeira camada
secar completamente e depois
adicione outra camada de jornal.
Adicione mais camadas se você
achar necessário. Tudo depende
da consistência do seu
porquinho. Assim que todas as
camadas estiverem secas, pinte
o seu porquinho com tinta guache ou PVA, à sua maneira.

Para finalizar, você pode criar orelhinhas com feltro e marcar os olhos e nariz
com caneta esferográfica preta, ou usar TNT para fazer os olhos e nariz. Nesse
momento use muita criatividade, você é capaz!

Flores de Papel Crepom

Material necessário:

 Papel crepom,

 Palito de churrasco,

 Cola branca,

 Fita adesiva

 Tesoura

Modo de Fazer:

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Para fazer as pétalas, corte uma tira de 8 cm de papel crepom, esse tamanho
é opcional, você pode fazer tanto maior ou menor. Arredonde uma das pontas da tira
para ficar com o formato de pétalas.

Passe um pouquinho de cola no palito de churrasco e comece a colar o papel


crepom, para ficar com o formato de flor é preciso franzir o papel crepom no palito.
Passe um pouquinho de cola e começa a franzir o papel crepom, repita esse
processo várias vezes.

Depois de ter franzido todo o papel, passe fita adesiva para selar as pétalas.
Para fazer o caule, recorte uma tirinha de papel crepom verde e reserve. Passe cola
na parte da flor que tem fita adesiva e cole a tirinha verde, em seguida só enrole a
tirinha de papel verde até o final do palito, para finalizar cole com cola a pontinha
final do papel no palito.

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Carimbo de flor de cerejeira

Material:

 Garrafa de refrigerante (vários tamanhos);


 Tinta guache (várias cores);
 Cartolina ou outro papel;
 Um recipiente de papel ou plástico; para colocar a
tinta e que caiba uma garrafa pet;

Passo a passo

Coloque a tinta no recipiente, pegue o papel desenhe a raiz da planta (flor)


em seguida coloque o fundo da garrafa na tinta e vá carimbando o papel, monte sua
arte do jeito que desejar.

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Brincadeiras para ensinar reciclagem às crianças

Nesta unidade elaboramos algumas brincadeiras para ensinar a prática de


reciclagem para as crianças, e para ajudar nas aulas de arte e educação,
despertando assim a arte que existe em cada uma e que provavelmente está
adormecida e falta florescer para abrilhantar as aulas.

Acertando o cesto

Essa brincadeira ensina às crianças quais os materiais que os objetos são


feitos e qual é o cesto correto da coleta seletiva para cada um deles. Com um toque
de velocidade e competição saudável, as crianças irão se divertir e aprender
brincando! Para essa brincadeira é necessário no mínimo duas crianças; 5 cestos
coloridos e com os nomes dos materiais: metal, plástico, vidro, papel e madeira e
vários objetos feitos com todos esses materiais. Cada jogador terá um minuto para
colocar os objetos nos devidos cestos. Ganha a rodada quem conseguir colocar o
maior número de objetos nos cestos corretos em menor tempo!

Jogo de boliche

Daqui pra frente, as brincadeiras já colocam em prática a reciclagem, pois


alguns objetos serão transformados e ganharão uma nova função a partir de outros:
a função de entreter e divertir! O primeiro deles é o jogo de boliche feito a partir dos
seguintes materiais: 8 garrafas pet de 600 ml, areia, papel crepon, jornais e fita
adesiva.

100
Como fazer:

Encha cada garrafa com um pouquinho de areia e tirinhas do papel crepom


colorido até a tampa. Feche as garrafas. Para a bola, amasse folhas de jornal e as
envolva com fita adesiva para dar firmeza e forma definida. O objetivo do jogo é
arremessar a bola em direção às garrafas e derrubar o máximo de garrafas possível

Jogo de damas

O tabuleiro pode ser feito com uma placa de madeira ou mesmo com uma
folha de cartolina, e o seu desenho deverá compreender 64 quadradinhos, 8 na
vertical e 8 na horizontal, coloridos de forma intercalada. As 24 pecinhas serão feitas
com tampinhas de metal ou de plástico, metade de uma cor e metade de outra. E
pronto! Basta posicionar as tampinhas, uma de cada lado nos quadrinhos coloridos,
e começar a jogar!

Instrumentos musicais

A construção de instrumentos musicais a partir de material reciclado é


divertida e instrutiva.

Os instrumentos serão os seguintes:

 Tambor: pegue uma lata de leite em pó ou achocolatado vazia. Cole tiras de


fita isolante por toda a boca destampada da lata, até cobri-la por completo.
Pegue um pedaço de cartolina ou outro papel colorido e envolva a parte
cilíndrica da lata. Decore-o como quiser! Para as baquetas, pegue dois lápis e
envolva suas pontas com lenços de papel prendidos com fita adesiva. Está
pronto o tambor para as crianças começarem a batucar!
 Chocalho: encha 1/3 de uma latinha de molho de tomate ou uma latinha de
refrigerante com pedrinhas pequenas ou sal para churrasco. Passe fita

101
adesiva colorida na tampa, para decorar e evitar que se abra. Está pronto o
chocalho! Basta balançá-lo no ritmo da música.

 Xilofone: você vai precisar de 5 garrafas de vidro do mesmo tamanho, uma


vareta de madeira, água, funil e tinta guache. Encha a primeira garrafa até o
gargalo. Para a segunda, e assim sucessivamente, vá enchendo com dois
dedos de água a menos. Você vai colorir a água de cada garrafa com
gotinhas da tinta guache e mexer bem. Está pronto! Basta você bater cada
garrafa com a varetinha para ver a diferença nos sons de cada uma, uns mais
agudos e outros mais graves.

Fantoches

Os fantoches de meias velhas ou


sem par são uma brincadeira tradicional e
fácil de fazer.

Material Necessário:

 Meias usadas; ;;

 Botões de roupa;

 Novelos de lã coloridos;

 Pincel canetinha;

 Potinhos de iogurte ( limpo).

Modo de Fazer

Para a confecção dos fantoches vale a criatividade. Nós sugerimos os botões


para os olhos, a lã para fazer os cabelos, os potinhos de iogurte para um chapéu e
102
as canetinhas para desenhar outros detalhes. É possível fazer vários personagens e
montar uma peça de fantoches reciclados com seus pequenos. Vamos lá, capriche
no seu.

Dica: Pode substituir a meia por sacola de papel.

Ideias de jogos com material reciclado

Muitas das brincadeiras e ideias de reaproveitamento e reciclagem podem


ser feitas em casa e na escola, principalmente em sala de aula, isso irá tornar suas
aulas prazerosas e jamais esquecidas, porque tudo que é produzido pelos
estudantes ficarão guardados na memória e claro despertará o gosto pela arte e
desenvolverá uma socialização e aprendizado na sala de aula. Não esquecendo que
ajudará a manter os estudantes na escola e evitar faltas e evasão escolar.

Veja as ideias para reciclar as garrafas pet:

Boliche

Com algumas garrafas e uma bola você pode fazer um jogo de boliche cheio de
graça. As crianças não vão se cansar de brincar e você não precisa de muito
material para deixar esse jogo pronto!

Material Necessário:

 Garrafas vazias;
 Cartolinas coloridas;
 EVA branca e preta;

103
 Pinceis;

Modo de Fazer:

Com a cartolina você corta um retângulo e cola na garrafa, em seguida faz


dois círculos no EVA branco, dois círculos menores no EVA preto (feito os olhos)
colem na cartolina que já está colada na garrafa. Sempre olhe a gravura para ir lhe
orientando, faça a boca como desejar e as sobrancelhas também. Enfeite como
achar melhor.

Nesse brinquedo Educativo o que vai prevalecer é a sua criatividade.


Observe as garrafas abaixo e tente fazer.

Jogo das argolas

As mesmas garrafas que você


usa para fazer o jogo de boliche podem
ser usadas para um jogo de argolas. As
argolas podem ser feitas usando fita
adesiva e jornal ou usar pedaços de
mangueira colorida. Use a criatividade,
você pode colocar letras para o
estudante dizer qual letra foi lançada

104
pela argola e assim trabalhar a decodificação das letras, pode trocar com números
também, palavras enfim use sua imaginação.

Esse brinquedo Educativo é excelente para ensinar a criança a ler e escrever,


principalmente produzido por eles.

Bilboque

Material Necessário:

 Garrafa Pet;
 Barbante ou linha de crochê;
 Revista ou jornal;

Modo de Fazer:

Corte a garrafa ao meio, amarre o barbante ou linha de crochê na bola feita


com papel de revista ou jornal em seguida amarre na garrafa.

Divirta-se e torne sua aula a maior atração!

Jogo da Memória

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Material Necessário:

 Tampas de garrafa do mesmo tamanho e se possível mesma cor;


 Lápis de cor;
 Papel branco;

Vamos montar o jogo!

As tampinhas das garrafas de refrigerante, ou também das garrafas de leite,


que são um pouco maiores, podem ser transformadas em jogos de memória. Se
tiver habilidade de desenho, pode fazer os desenhos você mesmo, mas se seus
dons artísticos não forem bons como os nossos, é só escolher as imagens na
internet e imprimir ou em livros velhos que nas escolas servem para banco de apoio.

Sugestão: Caso queira pode trocar as gravuras por palavras, letras ou


números.

Esse jogo se torna mais interessante e atrativo quando é feito pelos


estudantes e eles possam jogar, providencie um ambiente favorável para que isso
ocorra. Não podemos deixar de lado as técnicas, que podem ser usadas para cobrar
e haver um aprendizado. Esse jogo pode ser trabalhado a leitura, os números, basta
analisar sua aula e o que você quer alcançar dentro do que planejou.

Jogo da velha e jogo de dama

 Jogo da Velha usando palitos de picolé e reciclando tampinhas de garrafa pet.

 Jogo de dama usando caixa de papelão, tinta guache e tampinha de garrafa


pet.

106
Siga o modelo que está na gravura abaixo:

Bonecos e fantoches

Fica muito legal o resultado final deste


artesanato feito com várias tampinhas
coloridas. E para fazer é bem fácil basta furar
as tampinhas no meio para depois interligá-las
com um fio de náilon.

Alfabeto e Calculadora

Material Necessário:

 Tampinhas de refrigerante ou qualquer tampinha de várias cores;


 EVA;
 Tesoura e Cola;
 Pincel.

Brincadeiras educativas são sempre


legais e esta é uma delas! É só imprimir cada
letrinha (ou sílaba) e depois colar em cima
das tampinhas. Deixe que as crianças

107
possam criar palavras e frases com as letrinhas. Sua aula vai ser muito divertida e
rica em aprendizado.

Calculadora de brinquedo

Use a imaginação das crianças com este lindo


brinquedinho. É só colocar os números em cima de
cada tampinha e depois colar os números no papelão,
como se fosse à base da calculadora. Muito bacana!

Já que estamos falando em ser Criativos, que tal fazermos uma casinha de
caixa de papelão? Use a imaginação, peça aos estudantes para trazer uma
caixa grande de casa e faça da sua aula uma atração. Com a caixa também
pode ser feito geladeira, pia, fogão... Enfim o importante é deixar a mente criar
e imaginar.

Desafio!

Use sua imaginação e faça esse lindo carrinho.


Vale preparar e enfeitar de acordo com sua
criatividade.

108
Explicando melhor com a pesquisa

Caro estudante, sugerimos que leia o artigo As Tendências Pedagógicas no


Ensino de Artes da autoria de Danieli E. F. Wroblesvski. Uma leitura
enriquecedora que facilitará a compreensão de como vem sendo trabalhadas artes
nas séries iniciais.

Guia de Estudo: A partir da leitura, existem características próximas ou comuns, às


de algum autor ou teorias estudadas antes? Quais? Escreva um pequeno texto
explicando o quê e por que identificaram essas características.

109
Leitura obrigatória

Propomos a leitura do livro Arte – Educação: leitura no


subsolo da autora Ana Mãe Barbosa, a obra é uma coletânea
de ensaios resultados de uma pesquisa acerca das influências
estrangeiras na mudança do ensino modernista da arte para o
seu ensino contemporâneo. Essa pesquisa efetuou-se pela
análise de dissertações de mestrado e teses de doutorado
defendidas entre 1981 e 1993, nas universidades brasileiras.
Apresentamos, assim, uma listagem da produção de pós-graduação na área de arte-
educação e os ensaios mais frequentemente citados para justificar o ensino da arte
como expressão e cultura, isto é, a ideia de se aliar no ensino o fazer "espontâneo" e
a apreciação, análise e decodificação da obra de arte.

BARBOSA, Ana Mae (ORG.). Arte-educação: leitura no subsolo. 6. ed. São Paulo:
Cortez, 2005.

Guia de estudo: Após a leitura da obra, elabore um fichamento bibliográfico em


seguida disponibilize na sala virtual.

110
Pesquisando na Internet

A arte está presente em várias veemências da vida: no objeto cotidiano,


utilitário, nos objetos usados nos rituais, nas pinturas corporais, na decoração dos
instrumentos musicais etc.

Guia de Estudo: Realize uma pesquisa sobre atividade reciclável, a partir das
descobertas, faça um levantamento de várias atividades que possam ser
trabalhadas em sala de aula. Compartilhe com seus colegas na sala virtual através
do fórum de debates.

111
Saiba mais

Sugerimos que leia a Entrevista: o ensino de arte no Brasil, com Ana Mãe
Barbosa, uma das principais referências no Brasil em arte-educação, organizada
pela edição do Boletim da Democratização Cultural através do Blog Acesso.

Guia de Estudo:
Após a leitura da entrevista elabore um texto breve, enfocando quais temas foram
mais relevantes no transcorrer das perguntas. Escreva todas as suas impressões,
em seguida compartilhe com seus colegas na sala virtual.

112
Vendo com olhos de ver
Caro (a) estudante! Sugerimos que assista aos filmes para compreender a
Arte numa abordagem da narrativa do cinema! A obra fílmica é um potente
instrumento de introjeção de valores e visões de mundo.

O filme mostra uma lição de vida. Um garoto que foi tratado


com respeito por um professor, que soube valorizar e
entender as diferenças usa como forma de expressão a arte,
incentivando-o e mostrando-o que seu problema pode ser
superado. O jovem professor de educação artística vem de
uma escola especial em que desenvolve um trabalho de
superação com crianças deficientes. Sua trajetória e seu bom
humor são fundamentais na construção da empatia entre ele
e Ishaan (a empatia professor\aluno é fundamental no
processo de aprendizagem da criança, principalmente aquelas que têm problemas
de aprendizagem.
Uma superprodução para compreender a arte em interação,
a bela e mitológica Helena é o centro de uma das maiores
histórias de amor de todos os tempos. Raptada por Páris,
líder dos troianos, Helena se torna pivô de uma batalha entre
duas grandes civilizações – Tróia e Esparta – que duraria
quase uma década. Baseado no poema épico de Homero, a
Ilíada, Helena de Tróia apresenta uma nova abordagem para
alguns dos mais importantes episódios da epopeia grega.

Guia de estudo: Observando a realidade em que vivemos e as temáticas


abordadas nos filmes, escolha um e elabore uma síntese relacionando os conteúdos
estudados da disciplina, comentando se acrescentou informações ou despertou
curiosidades, quais? Justifique.

113
Revisando

Nesta proposta de estudo, visualizamos alguns elementos primordiais à


construção do conhecimento sobre Arte – Educação, objetivando compreender seu
real significado para o convívio escolar e social. Ainda, procuramos oportunizar o
entendimento sobre as origens das manifestações artísticas desde a pré-história aos
dias de hoje e as principais razões para consolidação dos diferentes tipos de arte em
períodos distintos nas diversas sociedades e classes sociais, além de discutir a
divisão das artes, suas influências estéticas, suas implicações legais enquanto
disciplina no currículo escolar e o texto dos Parâmetros Curriculares Nacionais como
referenciais para melhor direcionar o ensino e aprendizagem da arte na escola.

Intencionalmente, abordamos alguns aspectos sobre a relevância do estudo


da arte, enquanto ciência, podendo ser estudada do ponto de vista de outras áreas
do conhecimento, a saber: a Filosofia, Sociologia, História, Antropologia etc. De
maneira que oportunizasse a compreensão da Arte – Educação para o
desenvolvimento de habilidades em áreas distintas, sobretudo, no âmbito escolar da
educação infantil e séries iniciais.

Para tanto, neste livro, expusemos alguns momentos a leitura de autores


que consideramos importantes como: Gombrich (2013), que nos faz compreender
os caminhos da história do mundo da arte, Ferraz e Fusari (2010), que
apresentam o ensino de arte para uma reflexão teórica e prática aos docentes e
futuros educadores, Cunha (2010), que nos faz repensar sobre o professor de
arte, o ensino e a aprendizagem, Zagonel (2008), oferecendo um enfoque curioso
quando adverte que a partir de códigos particulares e dos conhecimentos
adquiridos sobre arte, as pessoas não familiarizadas com ela e têm uma
propensão à surdez estética ou à cegueira, entre outros teóricos que são mestres
no assunto. Destacamos a indispensável contribuição da autora Ana Mae
Barbosa, pioneira nos assuntos relacionados à arte, vimos que sua proposta é
comprometida com a democratização dos saberes artísticos, foi e é ainda hoje de
vital importância para a forma de ensinar arte no Brasil.

114
Autoavaliação

1- Defina o que é arte em sua concepção.


2- Explique o surgimento da arte desde a pré-história até a contemporaneidade.
3- Fale através do seu olhar observador, como os professores de arte estão
trabalhando nas escolas, e como essa disciplina é vista diante das demais
disciplinas?
4- Explique como funciona a arte da música e da dança na escola?
5- Quais os pontos necessários para planejar o cronograma de conteúdos das
aulas de arte?
6- Como pode ocorrer a Avaliação da disciplina de Arte?

115
Bibliografia

ANTUNES, C. Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências: os jogos e


os parâmetros curriculares nacionais. Campinas: Papirus, 2005.

__________. O jogo e educação infantil: falar e dizer/ olhar e ver/ escutar e ouvir.
Petrópolis. Vozes, 2003.

BARBOSA, ANA MAE. A imagem do ensino da arte: anos oitenta e novos tempos.
São Paulo: Perspectiva, 2005. 134 p. ISBN 85-273-0047-8.

__________. Arte-educação: leitura no subsolo. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2005.

_________ . Metodologia do ensino de arte. São Paulo: Cortez, 1993.

__________. (Org.) Inquietações e mudanças no ensino da arte. 2 ed. São Paulo:


Cortez, 2003.

__________. (ORG.) Inquietações e mudanças no Ensino da Arte. São Paulo,


Cortez, 2007.

__________. Parâmetros curriculares em geral e para artes plásticas em particular.


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BIASOLA, Carmem Lúcia Abadie. A formação do professor de Arte: do ensaio à


encenação. Campinas: Papirus,1999.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Diretrizes Curriculares de Arte


para Educação Básica. Curitiba: SEED, 1998.

116
__________. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares
Nacionais 5ª a 8ª séries Arte, MEC, 1998.

__________. Ministério da educação e do desporto> Parâmetros curriculares


nacionais (1ª à 4ª série): Arte. Brasília, 1997. V.6.

__________. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional – Lei nº 9.394/96. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação
Nacional. 1996.

__________.Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares


nacionais: artes – Brasília, 1997.

BONK, Miriam Cornélia. A arte e seu ensino na escola. Curitiba, PR: 2002.

BUENO, Luciana Estevan Barone. Linguagem das artes visuais. Curitiba: Ibepx,
2008.

CELDON FRITZEN, Janine Moreira (orgs). Educação e arte. Campinas SP, 2008.

CORRÊA DE TOLEDO. Arte-educação: vivência, experiência ou livro didático?. São


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CUNHA, Nylse Helena Silva. Brinquedoteca. Um mergulho no brincar. Aquariana,


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CUNHA, Susana Rangel Viera. Cor, som e movimento. Porto Alegre: Mediação;
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DUARTE JUNIOR, João Francisco. Porque a arte-educação? 6 ed. Campinas, SP,


1998.

117
FERRAZ, Heloísa C. Toledo; FUSARI, Maria F. de Rezende. Arte na Educação
(Coleção Magistério 2º grau. Série formação geral) – São Paulo: Cortez, 2001.

FERRAZ, M. C. T; FUSARI, M. F. R. Metodologia do ensino da arte. São Paulo,


SP: Cortez, 2001.

FERRAZ, Maria Heloísa C. de; FUSARI, Maria F. de Rezende. Arte na educação


escolar. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2010. 157 p.

GALLARDO, Jorge Sergio Perez. Didática de educação física: São Paulo: FTD,
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