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DIREITO TRIBUTÁRIO

REVISÃO – CONCURSO DE OUTORGA DE SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS -


TJCE
DIREITO TRIBUTÁRIO
• SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO - conjunto de princípios e regras que estabelece o sistema de
tributação brasileiro

• CF não criou tributos – traz estrutura do direito tributário – dispõe de 5 pontos fundamentais:

• DEFINIÇÃO DE TRIBUTO - Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor
nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.

• # prestação pecuniária – entrega de dinheiro

• # prestação compulsória – independe de vontade do devedor – obrigação tributária é ex lege (por força de
lei) – não é ato de vontade

• # não é sanção por ato ilícito – logo, fato gerador da obrigação tributária será sempre ato LÍCITO
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• # atividade administrativa plenamente vinculada - atuação do fisco não possui margem de juízo de
discricionariedade – ocorrendo o fato gerador, a exação deverá ser deflagrada

• FUNÇÕES DOS TRIBUTOS

• # fiscal – arrecadatória

• # extrafiscal – intervenção no mercado

• # parafiscal – arrecadação em favor de entidades paraestatais, que cobram e ficam com os tributos

• 1) COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA – habilidade privativa e constitucionalmente atribuída ao ente político para que
este, com base na lei, proceda à instituição da exação tributária (Sabbag) – princípio do federalismo – delimitação
entre as pessoas políticas do poder de tributar – É INDELEGÁVEL – o que pode ser delegável é a sujeição ativa, ou
seja, a titularidade da cobrança (parafiscalidade)
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• 2) CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS – STF – Teoria Pentapartida

• Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
• I - impostos; (CTN - Art. 16. Imposto é tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte)
• # não vinculado a atividade estatal específica – CUIDADO – art. 167 CF – determina observância à
repartição do produto, destinação de parte de recursos para serviços de saúde e educação,
destinação às atividades da administração tributária e garantia às operações de crédito por
antecipação de receita
• # criação por lei ordinária – elementos gerais por lei complementar (CTN ou outra) – CF - Art. 146.
Cabe à lei complementar III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,
especialmente sobre:
• a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados
nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
• Quando não tivermos regulamentação pelo CTN? – aplica-se o art. 24, §3º, da CF
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• II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de
serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
• # vinculação a atuação estatal específica
• # tributo de competência comum, mas cuja instituição dependerá da competência específica de
cada ente
• # serviço público específico – direcionamento a um ou a um número determinado de usuários –
possibilidade de identificação de quem usufrui
• # serviço divisível – mensuração do grau de utilização por cada usuário
• # utilização efetiva ou potencial – uso de fato ou posto à disposição – serviço potencial, a taxa só
poderá ser cobrada se tratar de serviço de utilização compulsória (obrigatória)
• # Taxa de iluminação pública – inconstitucional – SV 41-STF: O serviço de iluminação pública não
pode ser remunerado mediante taxa.
• # STF Súmula Vinculante no 29 É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou
mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral
identidade entre uma base e outra.
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• TAXA - Não há autonomia - Relação de subordinação Estado x Indivíduo (vertical) - Relação


tributária (Direito Público) - É tributo, logo haverá aplicação das regras do sistema constitucional
tributário - Prestação compulsória, ou seja, a taxa não é paga em função de exercício de vontade,
mas sim porque a lei assim determina - Receita Derivada (ato de império – imposição estatal) -
Sujeito ativo: Sempre PJ de DIREITO PÚBLICO – Ex: taxa de lixo

• PREÇO PÚBLICO ou TARIFA - Há autonomia - relação de coordenação Indivíduo X Indivíduo


(horizontal) - Relação contratual (Direito Privado) - Não é tributo, logo, aplicação das regras de
direito privado - Prestação “voluntária”, ou seja, decorre do exercício da autonomia do indivíduo -
Receita originária (atividades do estado como particular) - Sujeito ativo: Pode também ser PJ de
DIREITO PRIVADO – tarifa de telefonia
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• III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
• # fato gerador – valorização do imóvel – BC – quantum da valorização OU valor da obra- não pode
ser superior a qualquer delas – art. 81 CTN
• # só pode ser exigida ao final obra
• # STF – não é cabível taxa se possível a instituição de contribuição de melhoria
• # Sujeito Passivo – proprietário do imóvel – inquilino – tem apenas força contratual e não é
oponível à Fazenda Pb – art. 123 CTN
• Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
• I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa
ou sua iminência; despesa extraordinária – esgotamento de forças + anormalidade fática –
desnecessária decretação de estado de calamidade pública
• II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional,
observado o disposto no art. 150, III, "b".
• Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será
vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
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• Contribuições especiais – Art. 149, caput e art. 149-A, ambos da CF.

• Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e
de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas,
observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6o, relativamente às
contribuições a que alude o dispositivo.
• Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o
custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
• Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia
elétrica.

• Divide-se em:
• • Sociais: compreende: gerais (U) e de seguridade social*
• • De intervenção no domínio econômico (U) Art. 149, caput
• • De interesse de categorias profissionais/econômicas (U)
• • CIP/COSIP – art. 149-A
• *A contribuição social de seguridade social para fins de previdência social poderá ser instituída pela União,
Estados, DF e Municípios.
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• 4) REPARTIÇÕES TRIBUTÁRIAS

• PARA ESTADOS E DF - O art. 157 da CF trata da repartição direta das receitas pertencentes aos Estados e ao
DF, a primeira hipótese refere-se ao IR sobre os servidores (100% para o vai para o referido ente, que retém
na fonte) e a segunda hipótese refere-se aos impostos residuais (20% será destinado aos Estados e ao DF) -
Súmula 447 do STJ – Os Estados e o DF são partes legítimas na ação de restituição de IR retido na fonte
proposta por seus servidores

• PARA MUNICÍPIOS - O art. 158 da CF trata da repartição de receitas destinadas aos municípios, ficando com
100% do valor de IR retido dos seus servidores e dos servidores de suas autarquias - Além disso, receberá,
no mínimo, 50% do ITR dos imóveis localizados em seu território, bem como 50% do valor arrecadado com
IPVA licenciados em seu território. E, por fim, 25% do que for obtido com ICMS – BENEFÍCIOS FISCAIS
CONCEDIDOS PELO ESTADO – NÃO INTERFERE NO DIREITO DE REPASSE INTEGRAL PARA O MUNICÍPIO
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• ART. 159 – participação em fundos a ser repassado da União para os estados,


DF e municípios - tem-se a repartição do IR e do IPI para os Estados e DF, na
fração de 49%. Além disso, conforme as exportações, a União repartirá 10%
do IPI, não podendo ultrapassar 2% por Estado. Por fim, 29% do que for
arrecado com a CIDE combustíveis ou CIDE petróleo, serão distribuídos aos
Estados e DF

• Repartições de receita tributária – MATÉRIA AFETA A LEI COMPLEMENTAR


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• 5) LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR

• # por lei complementar – art. 146, II, CF

• # são os princípios constitucionais tributários + imunidades tributárias – art. 150 CF – rol


exemplificativo

• # objetivos – proteção da: segurança jurídica; justiça tributária; liberdade; federação

• 5.1) PRINCÍPIOS

• 5.1.1 LEGALIDADE – Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo
sem lei que o estabeleça – aplica-se também para extinguir ou minorar – v. art. 150, § 6º CF
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• # regra – LO – LC apenas em casos de: Empréstimos Compulsórios (art. 148); Impostos sobre grandes fortunas
(art. 153, VII) e; Impostos residuais (art. 154, I e 195, §4º)
• # ressalvas ao princípio da legalidade
• – atualização monetária da BC
• – prazo de recolhimento de tributo (Súmula Vinculante 50: norma legal que altera o prazo de recolhimento da
obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade)
• – obrigações acessórias (decorre de legislação tributária – art. 113, § 2º, CTN)
• - II, IE, IPI e IOF e reduzir e restabelecer a alíquota da CIDE combustível: é possível a alteração da alíquota via
decreto do executivo, observados os limites e condições estabelecidas em lei. Todos esses tributos têm uma
função regulatória (são tributos extrafiscais) não tendo como única finalidade a mera arrecadação de recursos.
• - ICMS monofásico para combustíveis – deliberação do CONFAZ
• - Resolução do Senado Federal para fixar alíquota do ICMS em operações interestaduais
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• 5.1.2 ISONOMIA - Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se
encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função
por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos – O STF
afirmou que é possível que sejam estabelecidas exclusões do regime simplificado com base em critérios
subjetivos. Dessa forma, não há óbice para que o legislador crie restrições de ordem subjetiva para a adesão
ao Simples

• Princípios relacionados
• # não-discriminação tributária em razão da procedência ou do destino dos bens (art. 152, CF) – busca evitar a
guerra fiscal
• # Princípio da uniformidade da tributação da renda das obrigações da dívida pública (inciso II do art. 151 da CF)
• # liberdade de tráfego – art. 150, V, CF – em regra o trânsito de pessoas e mercadorias não pode sofrer restrição
tributária – exceções – ICMS e pedágio
• # não confisco – invasão patrimonial sem contrapartida
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• 5.1.3 CAPACIDADE CONTRIBUTIVA - Art. 145 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios poderão instituir os seguintes tributos: § 1º - Sempre que possível, os impostos terão
caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à
administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar,
respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do contribuinte

• # ASPECTO OBJETIVO – evento de manifestação de riqueza

• # ASPECTO SUBJETIVO – pessoa que se enquadra no evento

• # nem sempre aplicável para os tributos extrafiscais


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• # PROGRESSIVIDADE – técnica de incidência de alíquotas variadas, cujo aumento se dá à medida que se
majora a base de cálculo – pode ter caráter fiscal (função meramente arrecadatória) ou extrafiscal
(modulação de condutas para interesse regulatório) - STF adotou uma tese de que os impostos pessoais
poderiam ser progressivos, mas os impostos reais não, ficando entendido que a progressividade deveria
estar presente na CRFB e que os impostos reais (IPTU e ITBI) não estariam sujeitos à progressividade. A
regra é que impostos reais não seriam progressivos, salvo se autorizados pela CRFB. Com base nesse
raciocínio, seria vedado também no caso do ITCMD. Contudo, no caso do ITCMD, O STF mudou o
entendimento e passou a aceitar que a progressividade pudesse existir na capacidade contributiva, neste
último sem necessidade de emenda constitucional - De acordo com o entendimento atual do STF: (i) todos
os impostos estariam sujeitos ao princípio da capacidade contributiva; (ii) Não haveria necessidade de
emenda constitucional para que o ITCMD fosse progressivo.
• Na primeira fase da PGE AMAZONAS, organizada pela CESPE, considerou-se incorreta a seguinte assertiva: “É inconstitucional a fixação de alíquota
progressiva para o ITCMD”.
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• 5.1.4 IRRETROATIVIDADE/ANTERIORIDADE - Art. 150. Sem prejuízo de outras
garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
• III - cobrar tributos:
• a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei
que os houver instituído ou aumentado - irretroatividade; MARCO
TEMPORAL – ENTRADA EM VIGOR DA LEI
• b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou; (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993) –
anterioridade anual – MARCO TEMPORAL – PUBLICAÇÃO DA LEI
• c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei
que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b –
anterioridade nonagesimal - MARCO TEMPORAL – PUBLICAÇÃO DA LEI
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• CUIDADO! Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
• I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à
infração dos dispositivos interpretados;
• II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
• a) quando deixe de defini-lo como infração;
• b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha
sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
• c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática

• # FATOS GERADORES PASSADOS – CONSUMADOS – não se aplica a lei

• # FATOS GERADORES FUTUROS – aplica-se a lei

• # FATOS GERADORES PENDENTES – início já ocorreu mas não houve perfectibilização de todos os
seus elementos – 2 posicionamentos – 1º tratar como fato gerador futuro – 2º fato gerador
complexivo – análise deve considerar um certo período de tempo – ex: IRPF
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• Irretroatividade: garantia aos fatos geradores ocorridos no


passado

• Anterioridade: garantia aos fatos geradores a ocorrerem no


futuro

• Exercício financeiro equivale a ano civil


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• Aplicação da anterioridade – art. 150, III, b e c. (anual e nonagesimal)
• ITR. Art. 153, VI.
• IGF. Art. 153, VIII.
• Imposto residual. Art. 154, I.
• ITD. Art. 155, I.
• ICMS. Art. 155, II, com exceção do art. 155, §4º, IV.
• IPVA e IPTU. Arts. 155, III e 156. Exceto nos casos de majoração decorrente de alteração
da base de cálculo.
• ITBI. Art. 156, II.
• ISS. Art. 156, III.
• Taxas. Art. 145, II.
• Contribuição de Melhoria. Art. 145, III
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• APLICAÇÃO SOMENTE DA ANTERIORIDADE ANUAL
• IR.
• IPVA e IPTU (alteração da base de cálculo)
• APLICAÇÃO SOMENTE DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL
• IPI: a anterioridade nonagesimal do IPI deve ser observada tanto nas alterações
materializadas por lei, quanto nas alterações de alíquotas materializadas por decreto do
Poder Executivo.
• ICMS e CIDE: restabelecimento de alíquotas
• EXCEÇÕES À ANTERIORIDADE
• II. Art. 153, I.
• IE. Art. 153, II.
• IOF. Art. 153, V.
• IEG. Art. 154, II.
• EC. Art. 148, I – OBS – o empréstimo compulsório do inciso II do art. 148 CF se submete
à anterioridade nonagesimal
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• 5.1.5 VEDAÇÃO AO CONFISCO - confisco representa a perda da propriedade sem a


correspondente indenização

• - análise do caráter confiscatório não precisa abrange um único tributo

• - STF entende que a vedação ao confisco também pode ser aplicado no caso de multas tributárias

• 5.1.6 NÃO LIMITAÇÃO AO TRÁFEGO DE BENS E PESSOAS

• - PEDÁGIO – NATUREZA JURÍDICA – 3 POSIÇÕES – taxa ou preço público ou taxa (quando cobrada
pelo Poder Público) e preço público (quando cobrado pelo particular) – STF ADI 800 – entendeu
que pedágio é preço público – existência de vias alternativas – RE 645.181 – repercussão geral
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• OBS 1:PRINCÍPIOS APLICÁVEIS APENAS À UNIÃO

• # uniformidade geográfica - Art. 151. É vedado à União: I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o
território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a
Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o
equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País

• # Isonomia na tributação de renda – dívidas públicas e agentes públicos dos Estados, DF e municípios em
níveis superiores ao que estabelece para os seus

• # vedação à concessão de isenções heterônomas

• OBS 2 – VEDAÇÃO À DISCRIMINAÇÃO POR PROCEDÊNCIA OU DESTINO – aplicável apenas aos Estados, DF
e municípios
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• 6) IMUNIDADES

• (Eduardo Sabbag) Imunidade tributária é uma norma constitucional de exoneração tributária, justificada no
conjunto de caros valores proclamados na Carta Magna, inibe negativamente a atribuição de competência
impositiva e credita ao beneficiário o direito público subjetivo de “não incomodação” perante o ente
tributante

• # norma de incompetência – não incidência do tributo – geralmente tratadas pelas expressões “são/estão
imunes” ou “não incidirão

• # a imunidade não afasta as obrigações relativas à responsabilidade tributária, nem o dever de


cumprimento das obrigações acessórias

• # Súmula 591 STF - A imunidade ou a isenção tributária do comprador não se estende ao produtor,
contribuinte do imposto sobre produtos industrializados
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• Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios VI - instituir impostos sobre:
• a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
• - IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA – não se restringe apenas às hipóteses de patrimônio, renda ou
serviços
• – é extensível para autarquias e fundações públicas (excluem-se as EP e SEM) + vinculação à finalidade da
instituição (ônus da prova do ente tributante)
• - restringe-se apenas aos impostos e não às demais espécies tributárias
• – ECT e INFRAERO também gozam de imunidade desde que no exercício de atividade pública em sentido
estrito + sem intuito lucrativo
• CUIDADO! STF já decidiu que a imunidade recíproca não atinge concessionárias de serviços público, que
cobram tarifas dos usuários, nem de registros públicos, cartorários e notariais delegados
• b) templos de qualquer culto;
• restringe-se apenas aos impostos e não às demais espécies tributárias
• atinge a venda de bens relacionados ao direito de culto
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• Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios VI - instituir impostos sobre:
• c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
• - restringe-se apenas aos impostos e não às demais espécies tributárias
• - não atinge entidades sindicais PATRONAIS
• – SV 52 STF - Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a
qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da Constituição Federal, desde que o valor
dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas
• - Súmula 724 STF - Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel
pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da Constituição, desde que o
valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidade
• - Súmula 730 STF - A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins
lucrativos pelo art. 150, VI, "c", da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de
previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários
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• Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios VI - instituir impostos sobre:
• d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
• - abrange II, IPI, ICMS relativos à compra de papel, produção e comercialização desses bens
• - livros e periódicos – qualquer publicação, independentemente do conteúdo
• - abrange o livro eletrônico mas não o equipamento
• - não há imunidade para os insumos da impressão
• e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de
autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais
ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a
laser. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013)
• - proteção de produção nacional
• OUTRAS IMUNIDADES –
• # CS e CIDE sobre receita decorrente de exportação – art. 149, § 2º, I, CF
• # CS de entidades beneficentes de assistência social – art 195, § 7º, CF
• # CS sobre aposentadoria e pensão do RGPS – art 195, II, in fine, CF
• # ITR sobre pequenas glebas – art. 153, § 4º, II, CF
• # ITBI sobre alterações societárias – art. 156, § 2º, I, CF
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• IMUNIDADE X ISENÇÃO

• # imunidade é norma constitucional – isenção é norma legal

• # imunidade afasta a competência tributária – isenção pressupõe a competência


tributária

• # na imunidade, não existe norma de incidência – na isenção, ocorre o fato gerador, surge
a obrigação tributária, mas o pagamento é dispensado
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• 7) ITR

• # Com a EC 42/2003 houve a transferência/delegação da CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA do ITR


para os municípios, nos termos do art. 153, §4º, III da CR/88, desde que não implique redução do
imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal – DELEGAÇÃO DE CAPACIDADE TRIBUTÁRIA
ATIVA

• # IMUNIDADE DE PEQUENAS GLEBAS RURAIS - 1) Pequena gleba, assim definida em lei; 2)


Explorada pelo proprietário; 3) Ser o único imóvel do proprietário

• # FATO GERADOR - Propriedade, domínio útil ou posse de imóvel POR NATUREZA, como definido
na lei civil. Bem imóvel por natureza é o solo e demais acessórios e adjacências naturais. O ITR
não incide sobre o imóvel por acessão física (como o IPTU) - caráter extrafiscal – O IMPORTANTE É
A PRODUTIVIDADE DA TERRA
DIREITO TRIBUTÁRIO
• # BASE DE CÁLCULO DO ITR – valor fundiário do bem – valor da terra nua tributável

• # INCIDÊNCIA – imóvel localizado na zona rural ou em zona urbana, desde que com destinação
rural

• # LANÇAMENTO – por homologação

• 8) ITCMD

• # O ITCMD é imposto estadual, de competência dos Estados (Art. 155, I da CF).

• # São sujeitos passivos do ITCMD o herdeiro ou legatário, na hipótese de transmissão causa


mortis, e o doador ou donatário, caso se tratar de doação

• # LANÇAMENTO – por declaração


DIREITO TRIBUTÁRIO

• # O fato gerador do imposto verifica-se com a transmissão gratuita de quaisquer bens (móveis
ou imóveis). Referida transmissão pode se dar mediante contrato de doação ou, ainda em razão
do falecimento de seu titular (causa mortis)

• # Caso se trate de transmissão de bens IMÓVEIS, o imposto será recolhido ao Estado da situação
do bem ou ao DF, nos termos do artigo 155, § 1º, I, da CF. Por outro lado, se houver a transmissão
de bem MÓVEL, o ITCMD competirá ao Estado onde de processar o inventário ou tiver domicílio o
doador, ou ao DF (artigo 155, § 1º, II, da CF)

• # Segundo dispõe o artigo 35 do CTN, a base de cálculo do ITCMD será o valor venal dos bens ou
direitos transmitidos e da doação. A alíquota máxima do imposto será fixada pelo Senado Federal
DIREITO TRIBUTÁRIO

• 9) ITBI

• # O ITBI é imposto municipal, de competência dos Municípios e Distrito Federal (Art. 156, II, CF).
Também chamado de “sisa”.

• # Sujeito passivo - é qualquer das partes da operação tributária de transmissão de bem imóvel.
Geralmente, é o adquirente.

• # Fato gerador - dar-se-á com a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de
bens imóveis (“por natureza” ou por “acessão física”) – A transmissão de direitos reais sobre tais
bens imóveis também representa fato gerador do tributo, ressalvados os direitos reais de garantia
(anticrese e hipoteca).
DIREITO TRIBUTÁRIO

• # A base de cálculo é o valor venal dos bens imóveis transmitidos ou dos direitos reais
cedidos.

• # Há importante imunidade para o ITBI no art. 156, §2º, I, CF, segundo a qual não incidirá
o imposto nas transmissões de bens ou direitos nas realizações de capital, fusões,
incorporações, cisões ou extinções de pessoas jurídicas. Essa regra será excepcionada, isto
é, haverá a incidência do imposto se a atividade preponderante do ‘adquirente’ for o
arrendamento mercantil, a locação ou a compra e venda desses bens imóveis

• # LANÇAMENTO – por declaração


DIREITO TRIBUTÁRIO
• ISS (IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS)
• INTRODUÇÃO
• Trata-se de Imposto municipal previsto no art. 153, III da CF/88.
• Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
• III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II (ICMS), definidos em lei
complementar.

• Duas condições para que o serviço seja tributado (para que seja fato gerador do tributo):
• 1ª Condição: O serviço não pode estar sujeito à incidência do ICMS (vale dizer: não pode ser
serviço de transporte interestadual ou intermunicipal ou de comunicação);
• 2ª Condição: O serviço deve estar previsto em lei complementar. Deve estar previsto em uma lista
anexa à LC que estabelece às normas gerais sobre o ISS.
• Essa Lei existe: trata-se da LC 116/03. Antes dessa lei, o ISS era regulamentado pelo DL 406/68,
complementado pela LC 56/87.
DIREITO TRIBUTÁRIO
• Frise-se: A LC 116 NÃO CRIA/INSTITUI o ISS, pois a competência tributária não é da União. Ela
apenas estabelece, em relação a este imposto, normas gerais. A competência tributária é dos
municípios, ou seja, o ISS é instituído por lei municipal, que deve observância à LC 116, que é
norma geral de caráter nacional.
• A LC 116 apenas obedece ao mandamento constitucional do art. 146, III, ‘a’, in verbis:
• Art. 146. Cabe à lei complementar:
• III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
• a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados
nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
• Qual a natureza da lista de serviços tributáveis prevista na LC? É uma lista TAXATIVA ou
EXEMPLIFICATIVA?
• Taxativa: O município somente pode criar ISS sobre serviço expressamente previsto na lista.
• Exemplificativa: A lista é apenas uma sugestão. O município pode inovar em relação à lista.
• STF: A lista é TAXATIVA, mas, apesar disso, ela comporta interpretação. A lista pode ser
interpretada AMPLIATIVAMENTE pelos municípios. Isso é comum quando a lista se torna antiga,
defasada. (RE 361.829)
DIREITO TRIBUTÁRIO
• ALÍQUOTAS DO ISS
• A definição de alíquota é dada pela lei municipal. No entanto, essa liberdade do legislador
municipal acabou gerando guerra fiscal entre os municípios.
• Com o objetivo de acabar com essa guerra fiscal, vem a EC 37/2002, que altera o art. 156,
§3º da CD.
• Art. 156 § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III (ISS) do caput deste artigo, cabe
à lei complementar:
• I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;
• Ou seja, cabe também à LC nacional definir as alíquotas máximas e mínimas do ISS, a fim
de evitar a guerra fiscal. Prevendo que o legislador iria demorar a criar essa Lei, a referida
EC acrescentou uma disposição transitória, prevista no art. 88 do ADCT.
• BASE DE CÁLCULO DO ISS (LC 116/03, ART. 7º)
• É o preço do serviço.
• Art. 7o A base de cálculo do imposto é o preço do serviço.
DIREITO TRIBUTÁRIO
• CONTRIBUINTE DO ISS (LC 116/03, ART. 5º)
• É o prestador do serviço.
• Art. 5o Contribuinte é o prestador do serviço.
• LANÇAMENTO DO ISS (116/03, ART. 6º)
• Por homologação. É o próprio prestador que calcula o montante e o paga
antecipadamente.
• FATO GERADOR DO ISS (LC 116/03, ART. 1º)
• Art. 1o O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e
do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista
anexa, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador.
• Prestação de Serviços que não sofram incidência do ICMS e que estejam previstos na LC
116/03

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