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CAPACIDADE TÉRMICA E CALOR ESPECÍFICO

OBJETIVOS

- Verificar experimentalmente, como ocorre o equilíbrio térmico, utilizando um calorímetro.


- Medir a capacidade térmica do calorímetro.
- Determinar os calores específicos dos materiais (Ferro, Alumínio, Cobre) e comparar com os
valores teóricos já conhecidos.

MATERIAL

- Calorímetro com agitador


- Água
- Amostras de ferro, alumínio e cobre.
- Balança
- Termômetro
- Fonte de calor

INTRODUÇÃO TEÓRICA

Capacidade térmica ou capacidade calorífica é a grandeza física que determina a


variação térmica de um corpo ao receber determinada quantidade de calor. O valor da
capacidade térmica é correspondente à quantidade de calor necessária para elevar a
temperatura do corpo em uma unidade de variação de temperatura. A unidade usada no SI é
J/K (Joule por Kelvin).
A capacidade térmica caracteriza o corpo, e não a substância que o constitui. Dois
corpos de massas e de substâncias diferentes podem possuir a mesma capacidade térmica.
Dois corpos de massas diferentes e de mesma substância possuem capacidades térmicas
diferentes.A grandeza que caracteriza uma substância é o calor específico.A capacidade
calorífica está também relacionada com as interações intermoelculares, a estabilidade de uma
fase, a condutividade térmica e a capacidade de armazenar energia.
Calor específico é uma grandeza física que define a variação térmica de determinada
substância ao receber determinada quantidade de calor. Também é chamado de capacidade
térmica mássica. É constante para cada substância em cada estado físico. Pode-se dizer que o
calor específico caracteriza uma substância (em determinado estado físico).
A unidade no SI é J/kg.K (Joule por Quilograma Kelvin). Uma outra unidade mais usual
para calor específico é cal/g.°C (Caloria por Grama Grau Celsius).
Fórmulas:
É possível calcular o calor específico de uma substância ( ) a partir da capacidade
térmica de um corpo composto por ela ( ) e da massa desse corpo ( ).

Também é possível determinar o calor específico de uma substância a partir da


quantidade de calor cedida a um corpo dessa substância ( ), da massa desse corpo, e da
variação térmica ( ) que ele sofre (temperatura final - temperatura inicial).

O calorímetro é utilizado na medição de calor envolvido numa mudança de estado de


um sistema, que pode envolver uma mudança de fase, de temperatura, de pressão, de volume,
de composição química ou qualquer outra propriedade associada com trocas de calor.
O calorímetro é um aparelho isolado termicamente do meio ambiente e muito utilizado
nos laboratórios de ensino para fazer estudos sobre a quantidade de calor trocado entre dois
ou mais corpos de temperaturas diferentes. É um recipiente de formato bem simples,
construído para que não ocorra troca de calor entre o mesmo e o meio ambiente.
Existem vários formatos de calorímetro, mas todos são constituídos basicamente de
um recipiente de paredes finas que é envolvido por outro recipiente fechado de paredes mais
grossas e isolantes. O calorímetro evita a entrada ou saída de calor assim como na garrafa
térmica, por exemplo.
Nesse instrumento de estudo, são colocados dois acessórios: um termômetro e um
agitador. Este último é muito utilizado quando se realiza estudos térmicos com líquidos como a
água, por exemplo. Ele serve para agitar o sistema e fazer com que ele alcance o equilíbrio
térmico mais rapidamente. Ao colocar dois corpos com diferentes temperaturas no interior de
um calorímetro, acontecerá a troca de calor entre os mesmos até que o equilíbrio seja atingido.
É muito comum falar que dentro de um calorímetro o calor cedido por um corpo é igual
ao calor recebido pelo outro corpo. Através desta igualdade, podemos determinar várias
grandezas térmicas de um material como, por exemplo, a capacidade térmica e o calor
específico. Este é constituído por um recipiente onde se coloca água; possui uma tampa que
permite fechá-lo perfeitamente; esta isolada termicamente, o melhor possível, do ambiente
exterior. Um termômetro, que fica sempre imerso, assinala a temperatura da água contida no
calorímetro.
O ideal seria que o aparelho não trocasse calor, de modo algum com o ambiente. Na
prática, porém, o isolamento do recipiente que contém a água apenas reduz a um mínimo a
troca de calor. Quando se emerge um corpo quente na água do calorímetro, ele aquece tanto a
água quanto o recipiente, a parte imersa do termômetro e a camada de material isolante
térmico em contato com o recipiente. Nota-se, assim, que nem todo o calor é utilizado para
aquecimento da água. Costuma-se imaginar, então, que tudo se passa como se houvesse um
pouco mais de água do que a realmente contida dentro do calorímetro.
É possível, desse modo, determinar uma quantidade de água ideal, equivalente àquela
parte do calorímetro que é aquecida. Para medir essa quantidade de calor cedida ao
calorímetro, e então determinar seu equivalente em água, o processo é simples: junta-se ao
aparelho uma quantidade conhecida de calor, vertendo-se, por exemplo, uma determinada
massa de água a certa temperatura. Dessa maneira, é fácil calcular de que quantidade deverá
aumentar essa temperatura. O aumento real, entretanto, será menor, pois o calor dissipa-se
nas paredes do recipiente, do termômetro, da camada de material isolante, etc.
Para conseguir boas medidas, é necessário homogeneizar a temperatura da água do
calorímetro, antes de ler o termômetro. Usa-se um agitador, uma pequena haste de vidro ou
metal colocado dentro do calorímetro e cujo equivalente em água é avaliado juntamente com
os do termômetro e do recipiente.
O calorímetro, descrito a seguir, proporciona esse ambiente dentro de limites
razoáveis. Ele é constituído de um recipiente metálico (vaso de cobre), protegido por um outro
que é isolante térmico (isopor). A tampa do vaso de isopor possui dois furos: um para o
termômetro e o outro para o agitador, que se destina a homogeneizar a temperatura da água.
PROCCEDIMENTO EXPERIMENTAL

PRÉ-LABORATÓRIO
1- Um calorímetro contém 50m1 de água a temperatura ambiente, 25°C. Adiciona-se 50m1 de
água a 35°C ao calorímetro. Após alguns minutos a temperatura estabiliza-se em 29°C.
Determinamos
a) A capacidade térmica do calorímetro.
b) A quantidade de calor absorvida pelo calorímetro.
e) A quantidade de calor absorvida pela água existente previamente no calorímetro.
d) A quantidade de calor cedida pela água quente (35°C) adicionada ao calorímetro.

PROCEDIMENTO 1

Como o vaso de cobre, o agitador e o termômetro absorvem calor com quantidade


significativa, é necessário que se conheça a “capacidade calorifica” (C) do conjunto, também
conhecida como” equivalente em água”, isto é, a quantidade de água que absorverá tanto calor
quanto o conjunto das três peças.
Pode-se determinar a capacidade calorífica sem se conhecerem previamente as
massas e os calores específicos desses componentes, executando o procedimento a seguir:

1.1 Colocamos uma massa m’ 100 gramas de água no calorímetro;

1.2 Depois do equilíbrio térmico (mais ou menos uns sete minutos) anotamos a temperatura t 0
dessa mistura formada pela água, vaso, termômetro e agitador;

t0 = 41º c

1.3 Aquecemos m = 100 gramas de água à temperatura T = to + 10º c, para evitar perda de
calor, e juntamos rapidamente essa água aquecida à água do calorímetro;

T = 24º + 10º = 34º c

1.4 Acionando sempre o agitador, aguardamos o equilíbrio térmico e anotamos a temperatura t


atingida pela mistura (água quente, água fria e os componentes do calorímetro).
Aplicando o princípio da conservação da energia, temos:

Q cedido = Q ganho

Considerando que não houve troca de calor entre calorímetro e meio-ambiente temos:
Calor cedido pela água quente = Calor ganho pela água fria + Calor ganho pelo calorímetro, ou
seja:

mc0 (T - t) = m’c0 (t - to) + C(t - t0)

C = mc0 (T - t) - m’c0 (t - t0) = 100.1(34-28) - 100(28 - 24)


t - t0 28 - 24
C = 50 cal / gº C.

Onde:

- m = massa de água, quente 100g


- m’= massa de água fria 100g
- c0 = calor específico da água 1 cal / gº C
- T = temperatura da água quente 34º C
- t0 = temperatura da água fria 24º C
- t = temperatura final da mistura 29ºC
- C = capacidade calorífica do calorímetro 50 cal / gº C.

PROCEDIMENTO 2
Para calcular o calor específico de uma substância qualquer, conhecendo-se
previamente o equivalente em água do equipamento, a fórmula nos dá:
Calor cedido pelo corpo aquecido = calor ganho pela água e pelo calorímetro, ou seja:

M.c.(T - t) = (m’ + mo). c0 (t - t0)

Assim;

c = (m’ + mo). c0 (t - t0)


M(T - t )

onde:
- c = calor específico da substância cm teste
- c0 = calor específico da água
- m’= massa de água no calorímetro
- M = massa da substância em teste
- T = temperatura inicial da substância em teste
- mo = massa equivalente em água, do
calorímetro (numericamente é igual a C da
fórmula.
- t = temperatura de equilíbrio da “mistura”
- t0 = temperatura da água fria

2.1 Colocamos no calorímetro urna massa m’ = 200 gramas de água, à temperatura ambiente
to anotamos na Tabela abaixo.

2.2 Aquecemos a uma temperatura T (temperatura de ebulição da água) a substância cujo


calor específico e se queira determinar. Para isso deixamos imersas em água fervente por
alguns minutos a fim de que entre em equilíbrio térmico. Anotamos a temperatura T na Tabela.

2.3 Colocamos no calorímetro, com rapidez, a substância em teste, para não houvesse perda
de calor;

2.4 Acionando sempre o agitador, esperamos uniformizar a temperatura da “mistura” e


anotamos na tabela a temperatura de equilíbrio (t).

TABELA

MATERIAL M(g) m’(g) m0(g) T ºC t0(g) t(g) C(Cal/gºC)


AÇO 150,8 200 50 94 25 29 0,10
ALUMINÍO 60,8 200 50 96 25 29 0,24
COBRE 164,6 200 50 91 25 27 0,094

OBS: Há outros métodos para determinar os calores específicos de sólidos, líquidos e de


gases.

QUESTIONÁRIO

1- Lembrando que o calor específico da água é maior que o da areia, explique por que as
brisas marítimas sopram, durante o dia, do mar para a terra, e, à noite, em sentido contrário.
Discuta’ a influência destes fatos sobre o clima das regiões à beira-mar.

R- A brisa marítima é um fenômeno diário, sopra do mar para a terra durante o dia e em
sentido contrário à noite. Durante o dia a temperatura da terra se eleva mais rapidamente que a
da água. Isso acontece porque o calor específico da água é maior que o da terra. Ou seja, é
necessária maior quantidade de calor para elevar de 1º C a temperatura de certa massa de
água, do que elevar de 1º C a temperatura da mesma massa de areia.
As camadas de ar que estão em contato com a areia se aquecem mais, ficam menos
densas e sobem. Seu lugar é ocupado pelo ar frio que está em contato com a água. Surge
assim uma brisa, do mar para a praia.
À noite, o movimento se inverte. Devido, ainda, aos diferentes valores de calor
específico, a terra esfria mais rapidamente. A água demora mais para esfriar. Assim, à noite, o
ar mais quente é o que está em contato com a água. Por ser menos denso, ele sobe, dando
lugar ao ar mais frio que está em contato com a praia. Produz-se então a brisa da terra para o
mar. A descrição e explicação desses fatos sobre o clima dessas regiões é simples: nas
regiões onde a temperatura é mais alta, o fluido é menos denso e tende a subir, por causa do
empuxo. Nas regiões onde a temperatura é mais baixa, o fluido é menos denso e tende a
descer. Esse sobe-e-desce dificilmente é apenas vertical, sobretudo quando se trata do ar.
Nesse caso, quase sempre a convecção provoca o aparecimento de correntes de ar que se
movimentam lateralmente das regiões mais aquecidas e de baixa pressão para as regiões mais
frias e de alta pressão.

2- O calor pode ser absorvido por uma substância sem que esta mude sua temperatura?

R- Não. Um sistema pode absorver calor e utilizar essa energia na realização de um


trabalho; a temperatura do sistema não muda e não é violado o princípio da conservação da
energia.

3- Quando um objeto quente esquenta um frio, suas mudanças de temperatura são iguais em
magnitude? Dê exemplo extraído desta prática.

R- Quando colocamos um objeto quente em contato com outro objeto frio, depois de certo
tempo ambos ficam mornos. Em outras palavras, quando dois objetos com temperaturas
diferentes são postos em contato um com o outro, depois de certo tempo eles chegam a uma
temperatura comum. Dizemos, então, que os objetos atingiram o equilíbrio térmico.
Exemplo: quando colocamos a água no calorímetro a uma temperatura ambiente e
acrescentamos um quente notamos que as duas água entram em equilíbrio marcando no
termômetro 29º C ambas.

4- Dois sólidos de massas diferentes, a uma mesma temperatura, recebem iguais quantidades
de calor e sofrem a mesma variação de temperatura. Que relação há entre seus calores
específicos?

R- As capacidades térmicas dos dois sólidos são iguais, mas entre os calores específicos
são diferentes, pois cada substância tem seu próprio valor para esse calor especifico, ou seja,
a grandeza que caracteriza uma substância é o calor específico. A capacidade calorífica está
também relacionada com as interações intermoelculares, a estabilidade de uma fase, a
condutividade térmica e a capacidade de armazenar energia. Calor específico é uma grandeza
física que define a variação térmica de determinada substância ao receber determinada
quantidade de calor. Também é chamado de capacidade térmica mássica. É constante para
cada substância em cada estado físico. Pode-se dizer que o calor específico caracteriza uma
substância (em determinado estado físico).

5- Consultar a Literatura Científica de modo a obter os calores específicos das substâncias


abaixo:
Obs.: Citar a fonte consultada.
Pelo site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Calor_espec%C3%ADfico

Alumínio 0,22Cal/gº
Cobre 0,094Cal/gº
Latão 0,092Cal/gº
Ferro 0,11Cal/gº
Ouro 0,032Cal/gº
Prata 0,056Cal/gº
Água 1,00Cal/gº
Mercúrio 0,033Cal/gº
CONCLUSÃO

Pode-se concluir que o calorímetro usado apresenta uma capacidade térmica


c = 50 cal / gº C. Nesta experiência não existe a possibilidade de se calcular o erro uma vez
que não há um “valor exato” da capacidade térmica para ser usado como referência. E,
podemos tirar de conclusão que calor específico define a variação de temperatura de qualquer
substância desde que ela receba qualquer quantidade de calor e que a unidade de medida do
calor específico é Joule/Quilograma Kelvin ou Caloria/Grama Grau Celsius. Podemos notar
também que os dados calculados coincidem um pouco com os dados da literatura cientifica
devido a variáveis espúrias não controláveis ou controladas e imprecisão nas leituras dos
instrumentos. Tendo em vista o que aconteceu na experiência e nos cálculos calor específico é
a capacidade que cada material tem de receber calor, de como dizemos em nosso dia-a-dia,
“puxar” calor. Por isso que alguns materiais parecem ser mais “gelados” que outros num
mesmo meio e a uma mesma temperatura.
 A experiência foi, portanto, muito importante para resolver e tirar todas as nossas
dúvidas sobre o assunto. 

BIBLIOGRAFIA

- http://pt.wikipedia.org/wiki/Calor_espec%C3%ADfico
- TOPICOS DA FISICA 2 (Termologia); Autor Newton,Helou,Gualter: Editora Saraiva
- ROTEIRO DE AULAS PRATICA DE FISICA 2008: Autor Prof. Nildo Loiola Dias.Laboratório de
Física Experimental UFC

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE TECNOLOGIA

RELATÓRIO

CAPACIDADE TÉRMICA E CALOR ESPECÍFICO

NOME: Renato Bezerra Evangelista


MATRICULA: 0288852
CURSO: Engenharia Metalúrgica
TURMA: R TURNO: Tarde
PROF (a): Germana

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