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Fichamento do Texto – Restall Matthew – Sete Mitos da Conquista Espanhola – CAP 5 “As

palavras perdidas de La Malinche - O mito da má comunicação.

Existe uma ideia, um mito, baseado em alguns escritores como Bartolomé de las Casas, León,
etc. De que Nativos americanos e espanhóis não conseguiam se comunicar.

Algumas imagens como um biombo de 1683 e a pintura de Juan Correa mostram que talvez
não tenha sido uma boa explicação. As imagens trazem movimentos e gestos típicos de um
encontro carregado de questões diplomáticas, explícitas na postura de ambos os personagens.

Haviam vários tradutores, como Doña Marina, ou la Malinche, uma nobre Nahua que havia
sido entregue a Cortez, como parte de um acordo de paz com os Chontals.

Mito da comunicação – Construída pelos conquistadores, predominou no período da conquista


e também no período colonial.

Mito da não comunicação – Bartolomé de las Casas, Todorov...

“Os temas de comunicação e falta de comunicação foram erroneamente utilizados como uma
forma de explicar a Conquista. Tais temas se tornaram mitos e, nem de longe e podem explicar
adequadamente os acontecimentos da Conquista. O que veremos no decorrer do capítulo são
os detalhes de como os conquistadores criaram o mito da comunicação, também examinar os
argumentos do mito da falta de comunicação e finalmente olhar para diversos momentos da
Conquista, sugerindo como o meio termo entre os extremos nos permite entender melhor
como os espanhóis e os nativos perceberam as intenções do outro.” (85)

Observando a importância dos tradutores, assim como Malinche, Martin Pizarro e as


dificuldades de Colombo, seria possível pensar que a falta de comunicação é uma explicação
razoável e não um mito, mas será?

O contradiscurso é utilizado para enaltecer e criar uma imagem distorcida do conquistador


como mestre da comunicação, como afirma o escritor francês Le Clézio, sobre cortês.

“A mais específica dimensão deste argumento se refere à escrita. “há uma ‘tecnologia’ do
simbolismo,” afirma Todorov, “que é tão capaz de evoluir como a tecnologia das ferramentas
e, nessa perspectiva, os espanhóis são mais avançados que os aztecas (ou em termos gerais:
sociedades que possuem escrita são mais avançadas que sociedades que não a possuem)”.
(90)

“Greenblatt se refere a esta passagem também, e se faz necessária a menção de sua sábia
resposta: “Não me parece convincente a evidência que a escrita funcionou nos primeiros
encontros entre os europeus e os povos do novo mundo como uma ferramenta superior para
a percepção precisa ou a manipulação efetiva do outro”.” (91)

“O argumento de Diamond sobre escrita é parte de um mito antigo, com raízes na afirmativa
de Thomás de Aquino que a escrita do alfabeto distinguia pessoas civilizadas de bárbaros.” (92)

“As diferenças entre estes relatos – e outras versões oferecendo ainda variações posteriores –
ilustram de forma vívida as dificuldades que os historiadores tem em deduzir o que
“realmente” aconteceu, em encontrar “algo verdadeiro” sobre um evento. Eles também
mostram quão fértil é a história da Conquista para florear, ou derrubar, os mitos sobre o
passado. Mas o que estas diferenças narrativas não fazem é claramente demonstrar a
aplicabilidade dos temas de comunicação e falta de comunicação, ambos, e seus mitos, são
misturados nestas diferenças.” (94)

“Mas podemos ponderar as similaridades e as diferenças entre as narrativas se as colocarmos


em um contexto cultural e histórico mais amplo, chegar a uma especulação razoável sobre as
palavras do frade – uma básica explicação do dogma cristão e sua relevância política imediata,
como expressa no sumário do Requerimento – e a resposta de Atahualpa – o reconhecimento
tanto do do absurdo do discurso do frade e sua irrelevância para a situação política imediata.
Por entre tudo isso há a falta de comunicação, certamente, mas também uma ameaça
perfeitamente entendida.” (95)

Cortês e Montezuma – Relacionados a ideia Ideia da comunicação.

Pizzarro e Atahualpa – Relacionados a Ideia da falta de comunicação.

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