Você está na página 1de 5

FMU – FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

GIOVANA SANCHES, 6180039


LÍVIA ALVES, 7293452
LUANA GOMES, 6712789
LETÍCIA SOUZA, 6606040
NAYARA NATALLY, 6897160

RESENHA MAQUIAVEL
TEXTO DE RAQUEL KRITSCH

SÃO PAULO
2020
GIOVANA SANCHES, 6180039
LÍVIA ALVES, 7293452
LUANA GOMES, 6712789
LETÍCIA SOUZA, 6606040
NAYARA NATALLY, 6897160

RESENHA MAQUIAVEL
Trabalho apresentado na matéria de
Ciências Políticas, em São Paulo, na FMU
– Centro Universitário das Faculdades
Metropolitanas Unidas.
Orientado pelo Prof. Felipe Calabrezza.

SÃO PAULO
2020
Ao falar de Maquiavel, nota-se que abordar e analisar o assunto “política” passa a
contar com aspectos indissociáveis. O Príncipe é um exemplo disso, apesar de por
longas datas ser tratado como um manual de instruções de como se comportar e agir
quando se trata de poder. No livro, Maquiavel deixa claro a unificação da Itália e a
expulsão dos estrangeiros como sua meta prática e imediata como autor da obra.
No fim do livro encontra-se uma mensagem que serve de ponto final e ponto de partida.
O texto se trata de um incentivo ao príncipe a redimir a Itália.
A intenção de Maquiavel não ilumina só o fim do livro, mas sim ele como um todo; É a
partir dela que o autor desenvolve suas técnicas de acesso ao poder e principalmente
maneiras de se manter nele.
O Príncipe, além de ter uma finalidade prática é um pequeno tratado de como alcançar e
se manter no poder. Maquiavel trabalha com a abordagem da tipologia de governantes
que de alguma forma decretam a tipologia dos Estados. Ele aborda a necessidade da
divisão política em duas categorias: repúblicas e principados, afirma que deixará de lado
as repúblicas e divide os principados em dois grupos de acordo com a sua forma de
poder: hereditários e novos, a partir dessa divisão pode existir um terceiro tipo de
principado: os mistos. Segundo Maquiavel o poder pode ser acessado através de quatro
fatores: A virtude, a fortuna, a violência e o consentimento da população.
Os principados dominados com armas e fortuna próprias se tornam mais difíceis de
conquistar, porém mais fácil de manter. Os que são dominados pelas armas e virtude
próprias são difíceis de conquistar e também mais fáceis de manter. Os menos estáveis
são aqueles que são conquistados com armas e fortuna dos outros e os que são frutos de
violência extrema.
No caso da conquista pela fortuna, a manutenção do poder depende pouco da postura do
príncipe, a menos que o tirano saiba se utilizar bem da aplicação da crueldade.
O exemplo utilizado por Maquiavel como ilustração dessa última abordagem é o de
Agátocles, que não foi um governante virtuoso por conta da falta de glória em sua
virtude. Não há virtude em um príncipe incapaz de conquistar a honra e a glória.
Maquiavel escreveu "O Príncipe" no intuito de mostrar a realidade política através de
suas experiências e deu ênfase na diferenciação da moral cristã da época.
É apresentado a ideia de "boas armas", ou seja, juntamente com as leis, as armas irão
garantir a eficácia, assegurando o poder soberano. Ele, então, irá dizer que todo bom
governante — não em seu sentido moral e sim no propósito de ser efetivo — deve usar
da sagacidade, malicia e crueldade para exercer o cargo, pois o oposto da ordem é a
violência discriminada; se não houver a crueldade ou violência, desde que seja
conveniente, não haverá segurança.
A argumentação se conclui em: violência administrada, visto que, com a força das
armas se mantém a ordem e se torna o ponto de limite necessário.
Maquiavel faz uma análise sobre o comportamento humano e como isso pode
influenciar na política, seria tolice discutir sobre o ponto de vista Maquiavélico, sem
levar em conta como o homem age e como combate, pois o combate é a definição
básica de política. Com base em seus estudos, é possível notar que os seres humanos,
segundo ele, tem dupla natureza: ora animais, ora como homens. Para ele, é necessário
saber utilizar ambas naturezas para que não haja instabilidade sobre o indivíduo.
Maquiavel entra em outro questionamento relevante para a discussão sobre a política:
a bondade e a maldade humana; entrando na linha de conflito entre a ética tradicional do
indivíduo, ética cristã e a ação política. Ele sustenta que a política tem exigência
própria, indo contra os valores da moralidade cristã - frisando que o mesmo não recusa
os valores cristãos - Maquiavel somente se opõe a visão ética e põe como princípio a
questão da eficácia, pois sem a mesma para ele a política não tem sentido. Maquiavel
admite que tanto a política quando a moral se entrelaçam até certo ponto, porém, se
distinguem por terem critérios diferentes de avaliação. O critério de julgamento de ação
moral, é com base em uma norma indiscutível, ou seja, de acordo com as leis. O critério
de julgamento de ação política por sua vez, é com base na ação praticada em nome do
grupo, sendo assim, o homem político leva em consideração os limites que a sociedade
está disposta a aceitar como lícito.
A ação política tem princípios e condições de eficácia que não se confundem com as
condições da ação individual. Não se trata então de fazer distinção de éticas, e sim na
forma de pensar sobre o que é a ética e como uma se difere da outra, e levar em
consideração as condições de eficácia da ação política em âmbito social. Quando a
necessidade impõe, o homem pode recorrer ao que chamamos de Razão do Estado, isto
é, a razão pelo qual o governante por segurança ao estado, pode ser levado a infringir a
moral em virtudes de segurança externa, já que o mesmo é detentor do uso da força.
Sabendo que o príncipe é detentor exclusivo da força, não existem conflitos de moral,
pois a vontade do estado é suprema e não existe outro modo de controlar os súditos
senão essa.
Maquiavel justifica tais atos dizendo que a criação de uma autoridade estatal é uma
condição indispensável para que o estado possa exercer sua função ordenadora e
civilizadora e é uma condição indispensável para o estado.
O tratamento moral dado pelo autor se baseia em três níveis, começando em recusar
qualquer ética individual especialmente a ética cristã e, passando pela
instrumentalização da moral corrente e terminando na reintegração dos fins morais na
ação política.
Dentro dos textos de Maquiavel encontramos também o compromisso de realismo que
engloba dois fatores, sendo o primeiro deles o epistemológico que corresponde a
determinação de espaço da própria política enquanto objeto de reflexão científica
teórica e o segundo fator que é o sentido prático, que se refere as condições de eficácia
da ação e é iluminado pelo primeiro.
A ciência não pode indicar os fins, mas serve para indicar os meios, e o meio especifico
da ação política, que norteia a vida do estado é a força, ou como formularia Max Weber
alguns séculos mais tarde: O que diferencia o estado das demais associações é o fato de
ser ele o detento exclusivo do monopólio legitimo da violência sobre um determinado
território. A fortuna e a virtu, que deve ser utilizada para controlar a mesma, deste modo
quanto maior a fortuna, maior a gloria do príncipe que a domina.
O fim mínimo da política, para Maquiavel, pode ser reduzido a dois aspectos: a
manutenção da ordem pública nas relações internas; e a defesa da integridade da pátria
nas relações externas. Portanto, uma vez que o Príncipe tiver controlada a Fortuna, seu
objetivo deve ser Manter o Estado.
Maquiavel não tem uma teoria do príncipe, e sim uma teoria do jogo do qual o príncipe
deve participar.
Maquiavel parte com base de dois pressupostos: 1)a ideia de uma constância da
natureza humana, uma certa tendência humana à maldade e ao egoísmo; 2) o poder do
interesse próprio na determinação dos comportamentos: o conflito está dado
imediatamente na vida social e é parte dela.
A fortuna e a virtu, que deve ser utilizada para controlar a mesma, deste modo quanto
maior a fortuna, maior a gloria do príncipe que a domina.
Constituir o Estado ordenar a vida do povo e grupos, organizando interesses
potencialmente conflitantes, para abafa-los por meio de canalização ou regulamentação,
faze-lo requer um poder baseado na força.
Virtu e fortuna vão conferir qualidade e durabilidade às relações políticos-institucionais.
Liberdade, virtu e fortuna são portanto predicados da ordenação política. Entre cálculo e
desencanto, ganhava corpo uma teoria que faria escola no pensamento político do
Ocidente: a tradição do realismo político.

Você também pode gostar