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AUTISMO

EM IGREJAS
E COMUNIDADES DE FÉ

Dicas para inclusão


na prática.
AUTISMO
EM IGREJAS
E COMUNIDADES DE FÉ

O que precisamos saber sobre autismo?


1. TEA: o que é e qual a origem da palavra Au smo.
A palavra “Au smo” é de origem grega “autos” e significa “por si
mesmo.”
É um termo usado dentro da Psiquiatria para denominar
comportamentos humanos que se centralizam em si mesmos, voltados
para o próprio indivíduo.

.
O que causa autismo?
As causas do autismo ainda são desconhecidas, mas diversos estudos
sugerem que a causa pode variar entre fatores genéticos ou algo de natureza
externa.

• Fatores genéticos - • Fatores de natureza


complicações durante a externa/ambientais - Sequela
gravidez como: parto de uma infecção provocada por
prematuro, sangramento na um vírus ou até mesmo
gravidez, diabetes gestacional, pessoas que moram em áreas
gravidez de múltiplos, idade com muita poluição,
materna ou paterna avançada, aumentando assim a
principalmente após os 40 anos probabilidade.
de idade.

Quais as principais características?


Cada criança é única. A frase é essencial para
entender o au smo. A pessoa que receber o diagnós co,
não necessariamente vai apresentar todos os sintomas e
uma pessoa com au smo dificilmente irá apresentar o
mesmo comportamento que outras. Mesmo os sinais do
transtorno variando de pessoa para pessoa, há três
comprome mentos que são considerados mais comuns
que são chamados de tríade do au smo: o
comprome mento na linguagem, na socialização e o
interesse restrito e comportamento repe vo.

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AUTISMO
EM IGREJAS
E COMUNIDADES DE FÉ

Quais as principais características?


• Os autistas ainda podem apresentar • Durante a infância, esse distúrbio
distúrbios sensoriais, que fazem costuma ser chamado de autismo
com que tenham uma percepção infantil, uma síndrome de
diferenciada do mundo ao seu redor. comportamento que predomina mais
Exemplo: sensibilidade auditiva. em meninos e faz com que as
• Ressalta-se que o autismo não crianças tenham reações
significa “falta de inteligência”, visto comportamentais diferentes. O
que existem autistas em todos os principal sintoma do autismo infantil é
níveis de QI (alto, médio e baixo). o isolamento.
• A principal barreira enfrentada pelo
autista é a diculdade em se
comunicar e expressar o seu modo
distinto de interpretar o mundo ao seu
redor.

• Dificuldades em se relacionar com outras


pessoas;
• Choro ou risada inadequados
• Hipera vidade ou muita passividade
• Uso de brinquedos de forma incomum

• Sensibilidade a alguns sons


• Atraso ou ausência de fala
• Apego a objetos diferentes

• Dificuldade em aceitar
mudanças
• Falta de consciência do
perigo

Sintomas:
• Os sintomas de autismo costumam variar de acordo com a
gravidade do distúrbio.
• No entanto, a dificuldade em estabelecer contatos sociais e
comportamentos repetitivos são sintomas mais comuns em
todos os graus da doença.
• De modo geral, a pessoa autista pode apresentar os seguintes
sintomas:
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• Comportamento agressivo. • Manifestação de emoções extremas


• Falta de contato visual com outras (em ocasiões onde não deveriam
pessoas. acontecer).
• Irritabilidade. • Perda da fala.
• Repetição de palavras (sem que haja • Falta de atenção.
um sentido). • Interesse intenso em coisas
• Imitação involuntária de movimentos. específicas.
• Hiperatividade. • Depressão.
• Dificuldade de aprendizagem. • Falta de empatia.
• Dificuldade em lidar com mudança • Ansiedade.
(de planos, de casa, de horários, de • Costume de andar na ponta dos pés.
escola, etc.). • Tiques e manias nervosas.
• Atraso na capacidade da fala.

4. Quais os níveis de autismo

Nível leve Nível moderado Nível severo


• No autismo leve a pessoa não apresenta • O autismo moderado tem como • O autismo severo
diculdades motoras ou na linguagem,
como acontece em alguns graus mais principais sintomas os geralmente
graves deste distúrbio. transtornos de comunicação apresenta como
e a deciência de linguagem. principais sintomas
• Veja alguns exemplos: a não verbalização
• Estabelece pouco contato visual com • O autismo moderado é um e a acentuada
meio-termo onde o autista não dependência. Além
outras pessoas; é tão independente como no de apresentar
• Não dá prosseguimento aos diálogos; autismo leve, mas não precisa grande nível de
de tanto suporte como no estresse e
• Não sabe se comunicar por gestos;
autismo severo. diculdade em lidar
• Tem dificuldade em aceitar regras de com mudanças de
imediato; • A pessoa autista de nível dois
apresenta alguma inflexibilidade rotina e apresenta
• É antissocial;
comportamental e pouca comportamentos
• Não costuma responder quando chamado iniciativa de interação social. repetitivos.
pelo nome, entre outras características;

Quais as dificuldades que podemos encontrar ao incluir? Exemplos:


Dificuldades Proposta de intervenção
1. Hipersensibilidade ao som; 1. Fones de ouvido, uma celebração diferente em
alguns dias por meses / ano . Onde a reunião
poderá ser ambientada com um som mais em tom
2. Dificuldade com a interação social baixo, com menor tempo de duração entre outras
adaptações.
2. Conscien zação de todas as partes do grupo.
3. Hipera vidade A vidades em dupla e a turma em roda.
3. Conforme o desenvolvimento da criança,
ir aumentando o tempo com a a vidade.
4. Incompreensão acerca das a vidades que
acontecem no local
4. Ro na visual, recursos de imagens na contação de
história, uso de material estruturado.
5. Irritabilidade 5. Começar devagar e ir aumentando conforme a
aceitação da criança.

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Dois pilares de sustentação para a inclusão


Conscien zação da Igreja
• Palestras e rodas de conversas;
Assuntos a abordar: O que é Au smo, origem, causa, caracterís cas,
como acontece o diagnós co, quais os tratamentos, quais os
profissionais que atuam na área do au smo, mitos e verdades, problemas
enfrentados pelas famílias, questões sociais, e qual a função das Igrejas e
comunidades de fé enquanto espaços públicos e como elas podem
ajudar, acolher e incluir estas pessoas e seus familiares.
• Conscien zação das crianças e dos adolescentes:
É necessário que todos os membros da comunidade seja envolvida e
abrace a causa da inclusão. Por isso é importante que haja também
a vidades sobre o conceito de inclusão com as crianças e adolescentes.
Dinâmicas, teatros, músicas e filmes podem ser u lizados neste processo.

Alguns exemplos de adaptações


necessárias
• Anamnese : Consiste numa entrevista inicial com a família, pais ou
responsáveis com a finalidade de se conhecer sobre o histórico da
criança, se há necessidades mais específicas como alergias
alimentares, hipersensibilidade sonora, necessidades motoras entre
outros aspectos. O obje vo é conhecer o desenvolvimento, as
caracterís cas da criança para melhor atender a família.
• Adaptações ambientais: A par r das informações coletadas, caso seja
necessário re rar excesso de informações visuais, u lizar de imagens
para estabelecer uma ro na visual quando a criança não for verbal e
precisar de um meio de comunicação alterna va, fazer uso de
abafadores quando o som do ambiente for incômodo para a criança.
• Adaptações de conteúdo: Consiste em adaptar o mesmo contéudo
para que seja adequado ao nível de compreensão da pessoa com TEA.
Por exemplo: uma pessoa que se enquadra no nível leve de au smo e
tem dificuldade com a abstração, deverá ser subs tuído termos
abstratos como “fogo do céu”, “céu na terra” entre outros bordões que
causem esta dificuldade de compreensão. Podendo ser subs tuído
“Céu na terra” como “algo muito bom” e “Fogo do céu” como “ação de
Deus”. É importante haver adaptação para todos os níveis de au smo.
Começando o conteúdo pelo que pode ser representado fisicamente e
ir evoluindo conforme o alcance de entendimento.

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Pontos importantes a serem considerados

No início
• Ter sempre em mente que cada criança é única, uma pessoa com au smo não
apresentará as mesmas demandas que a outra, algumas precisam de mediação, de
abafadores de sons por causa da sensibilidade sonora. Alguns au stas muito
severos terão muita dificuldade em estar frequentando estes espaços. No começo

pode ser pensado na hipótese de reuniões domés cas e celebrações caseiras com
alguns membros da equipe. Assim o vínculo poderá ser estabelecido e enquanto
isso a igreja, ( ou comunidade de fé) deverá ser preparada para o processo da
inclusão. As reuniões nos lares podem con nuar durante o processo e por toda a
vida da pessoa, porém não deve esgotar em si. O obje vo principal deve ser a
comunhão, socialização. É um processo que demanda tempo e amor. Em todas as
etapas.
• É importante observar quais as pessoas do corpo da Igreja que a criança se sente
mais a vontade. Se possível, marcar encontros fora o espaço da comunidade de fé,
encontros assim facilitam o estabelecimento do vínculo e es mulam a interação.
• Qual o horário que a criança demonstrou ficar mais a vontade. Algumas
comunidades tem reuniões em mais de um dia da semana e em horários
diferentes. Pode ser que a criança fique mais a vontade no horário matu no, outras
no horário vesper no. Algumas tem em sua ro na o pensamento que só devem
sair de casa de segunda a sexta e nos finais de semana não aceitam o fato de
saírem uma vez que não faz parte do quadro de horários dela. Por isso é necessário
que se faça uma inves gação e que os horários de sono, ou de ro na sejam
respeitados.
• Se há algum objeto que ofereça maior segurança para a pessoa com TEA: garrafa
de água, celulares, brinquedos ou objetos simples como uma colher de pau, podem
trazer muita segurança para estas pessoas. Desse modo é fundamental que se
estude a possibilidade de que elas possam estar nos templos com estes objetos. Essas fotos exemplificam o
Esses objetos servem como reforçadores para a criança. apego a um objeto: a garrafa de
água, que acompanhava o
tempo inteiro. Fonte: Acervo
pessoal.

Durante o processo de inclusão


• Procurar observar algum ponto posi vo por menor que seja.
As vezes o desenvolvimento de uma criança com au smo
comparada as outras pode parecer lento, devagar e isso dar a
impressão aos cuidadores de que nada está acontecendo.
Procurar ver pontos posi vos é um grande es mulo para
con nuar na inclusão. Um sorriso, uma palma, um tempo
maior de permanência serve de renovo para aquele que
busca ajudar.

• Quando o processo es ver em fase mais adiantada, conhecer


quais as a vidades/ assuntos que despertam mais interesse é
fundamental para o bem estar da criança e servirá de base
para incen va-lo a par cipar da comunidade.
• É necessário que haja revezamento da equipe que atende a
criança/ pessoa com TEA. O trabalho nas comunidades de fé
em sua maioria são trabalhos voluntários e o trabalho de As fotos mostram exemplos de a vidades que
despertam o interesse: livros. Então pode ser
inclusão consome tempo, disposição e energia dos uma opção dispor em casa, livros com a
temá ca a ser trabalhada na comunidade de
cuidadores. É necessário que haja um grande número de fé durante toda a semana em casa. Fonte:
Acervo pessoal.
pessoas envolvidas e que se revezem entre si.

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Mayara Coelho | Assistente Social e Mãe Azul


Assistente social e pós-graduada em Psicopedagogia. Mãe do Guilherme e do
Fernando, ambos diagnosticados com TEA, Mayara percebeu a necessidade
de compartilhar informações de qualidade para ajudar outras famílias. De suas
dicas práticas sobre o ensino de habilidades infantis, surgiu o livro digital 40 dias
para agir em família, de sua autoria. Além dos estudos e de toda dedicação com
os filhos.

Aryan Marquês | Psicóloga


Graduada em Psicologia pela Universidade Veiga de Almeida e em Serviço
Social pela Universidade Estácio de Sá. Pós graduanda pela Faculdade Dom
Alberto em Psicopedagogia e Análise do Comportamento. É membro da
Academia do Autismo e Psicóloga na Clínica Innova Psy.

Andrea Lopes | Psicopedagoga


É graduada em Pedagogia pela UERJ, pós graduada em Psicopedagogia
institucional e clínica pela Universidade Cândido Mendes. Pós graduanda
em Psicomotricidade relacional e clínica pela Única , mediadora de leitura
pela universidade federal do Ceará e cursando formação avançada em
terapia comportamental no Autismo pela academia do Autismo. É
Psicopedagoga na clínica Innova Psy .

Este material é gratuito sendo proibido a sua reprodução


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