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Introdução
As empresas sentem a necessidade de desenvolver e fabricar produtos com mais
qualidade para garantir sua sobrevivência no mercado. A competitividade, inovações
tecnológicas e a busca pela qualidade total motivam a implantação de programas de
melhoria contínua. Neste sentido, uma prática bastante utilizada pelas empresas para iniciar
um processo de mudança é o Programa 5S. É uma metodologia que pode promover
mudança de comportamento dos colaboradores e preparar a empresa para a introdução de
conceitos de qualidade. Para o sucesso do programa é necessário envolver os
colaboradores da organização, principalmente, a alta gerência, para que esta possa motivar
os funcionários e disseminar os novos hábitos dentro da empresa.
A sigla 5S refere-se às iniciais de cinco palavras japonesas: Seiri, Seiton, Seiso,
Seiketsu e Shitsuke (OSADA, 1992). Essas palavras podem ser traduzidas como: Senso de
Utilização, Senso de Ordenação, Senso de Limpeza, Senso de Saúde e Senso de Disciplina
(SILVA, 1996). O SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas)
propôs uma variação do programa, conhecido como D-OLHO NA QUALIDADE, no qual
Cartilhas e cartazes são disponibilizados para a divulgação do programa na empresa.
A aplicação do Programa 5S ajuda a combater a desordem e condições inseguras, a
organizar os materiais que precisam estar rapidamente à disposição dos usuários e a deixar
de ‘apagar incêndios’, ou seja, partir para a prevenção de problemas (TONTINI, 1998).
Neste trabalho, será descrito a implantação do Programa 5S em uma empresa do
setor de confecção. Especificamente, o projeto é conduzido no almoxarifado central da
Cort’Screen Industrial Têxtil, localizada no município de Paiçandu/PR. Trata-se de uma
indústria de médio porte que fabrica camisetas promocionais. O principal objetivo do
programa é organizar a área física e criar procedimentos de recebimento e retirada de
materiais. Além disso, estimular o compromisso dos colaboradores e iniciar um processo de
melhoria da qualidade dos produtos.
Materiais e métodos
O projeto teve início em junho de 2009 e é previsto para terminar em novembro de
2009. É coordenado por colaboradores da empresa e conta com o apoio do Departamento
1
lii_akemi@yahoo.com.br; ² julia_msoares@hotmail.com; – Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Engenharia
de Produção.
de Engenharia de Produção da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Além disso,
recebe recursos do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica (BITEC/CNPq/IEL). A
seguir, são descritas as principais etapas ou atividades desenvolvidas e executadas pela
equipe do projeto:
1. Planejamento do Projeto: Definir atividades específicas para cada etapa, prazos e
registrar a situação do almoxarifado através de fotos e questionários.
2. Formação da Equipe: Criar equipe de apoio; fornecer treinamentos referentes ao
Programa 5S; montar um quadro de informações; confeccionar o kit 5S composto por:
camiseta personalizada, cartilha do SEBRAE, flanela e sacola de TNT.
3. Planejamento e Implantação dos Sensos do Programa 5S no Almoxarifado Central:
a. Senso da Utilização: definir a área e os critérios para o descarte; dividir os
colaboradores em equipes de trabalho; classificar os materiais a serem descartados.
Esta etapa terá início com o “Dia D” – Lançamento do Programa. Ao final desta etapa
efetuar um balanço completo dos itens descartados, com quantidades e seus
destinos.
b. Senso da Ordenação: utilizar a curva ABC; definir formas de armazenamento de
materiais e propor mudanças no arranjo físico. Este senso pode ser considerado o
mais trabalhoso, pois demanda tempo e mão-de-obra para seu planejamento.
c. Senso da Limpeza: identificar as causas da sujeira e propor sugestões para eliminá-
las; reservar um dia para realizar uma limpeza intensa em todo almoxarifado; delegar
responsáveis da limpeza no almoxarifado.
d. Senso da Padronização: proporcionar condições favoráveis de trabalho ao
colaborador; criar procedimentos para padronizar os sensos anteriores e estabelecer
métodos para controle visual, por exemplo: avisos de perigo e instruções.
e. Senso da Disciplina: verificar se as atuais regras estão sendo cumpridas pelos
clientes internos do almoxarifado e caso contrário, propor soluções; elaborar um
manual de manutenção dos outros quatro sensos para os colaboradores.
4. Manutenção e Avaliação: Fotografar o setor; efetuar balanços dos resultados obtidos;
criar plano de manutenção do programa e elaborar avaliações periódicas para
acompanhamento do Programa 5S.
Resultados e discussão
O projeto encontra-se na etapa de implantação dos Sensos do Programa – Etapa 3.
Até o momento foi implantado o senso de Utilização. O almoxarifado central da Cort’Screen
possui uma área física de aproximadamente 290m². Dentre os principais materiais
armazenados constam: aviamentos; produtos químicos; embalagens; etiquetas; peças de
manutenção mecânica e elétrica; entre outros. As malhas são armazenadas em outro local.
A partir dos treinamentos e do “Dia D” foi possível notar o envolvimento de todos e
motivação dos colaboradores, assim como o espírito de equipe. Outra melhoria visível foi a
liberação de espaço nos corredores e nas prateleiras, conforme registros realizados pela
equipe do programa - Figura 1. Um dos resultados alcançados com a implantação do Senso
de Utilização é a redução da desordem e desorganização dos materiais do Almoxarifado.
Referências
OSADA, T. Housekeeping, 5S’s: Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu, Shitsuke. Cinco pontos-
chaves para o ambiente da qualidade total. 3ª Ed. São Paulo: IMAN, 1992.
SILVA, J.M. O ambiente da qualidade na prática – 5S. Belo Horizonte: QFCO, 1996.
TONTINI, G. Mantendo o programa 5S em sua empresa. Revista de Negócios, v. 3, n. 1, p.
43-54, 1998.