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Mie Muhacha
Conceitos básicos
Bio – define-se como o termo que consiste na existência da vida e significa vida.
Climatologia é a ciência que estuda a actividade dos fenómenos meteorológicos nas diferentes regiões
terrestre e explica a repetição dos climas. Esta ciência tem como objecto de estudo o clima e, tem como
importância na relação entre os fenómenos atmosféricos e algumas actividades humanas como a
agricultura.
Clima – è a sucessão de vários estados de tempo ocorridos num mesmo lugar durante um período
longo, normalmente de 30 anos.
Tempo – refere-se ao conjunto dos fenómenos meteorológicos que caracteriza o estado da atmosfera
numa da região.
Biogeografia – é um ramo que estuda a distribuição dos seres vivos na terra e analisa as causas que
determinam. Os biogeógrafos tentam compreender os diferentes padrões de distribuição das espécies
vegetais e animais.
Atmosfera é a camada gasosa que envolve o planeta, constituindo uma das esferas terrestres, tal como
a hidrosfera, a litosfera e a biosfera.
Há mais 200 anos, os gregos criaram o termo “atmosfera” juntando duas palavras: “atmos” que significa
vapor e “esfera”. A atmosfera seria no sentido literal, a esfera do vapor, a esfera de gases.
Com desenvolvimentos nos séculos XV e XVI, os navegadores contactam com novos ventos de carácter
constante: ventos de oeste e os alísios. Edmund Halley descobriu a relação entre a pressão do ar e
altitude e mais tarde, George Hadley desenvolveu o primeiro modelo da circulação geral da atmosfera.
A existência da expansão das estacões climatologias isoladas, criadas nos séculos XVII e XVII, para a sua
constituição em redes, no século XIX, permitiu a elaboração de estudos climáticos de âmbito nacional
(EUA e Reino Unido). São construídos planisférios que representam temperaturas, ventos, pressão
atmosférica e precipitação, fruto de observações realizadas em todo Mundo que inundaram a
comunidade científica de dados.
Voeikov, Koppen e Hann apresentam-se como figuras de destaque durante o período clássico de
climatologia, que ocorreu entre 1855 e 1885. Veoikov e Hann escreveram inúmeros estudos de climas
locais, enquanto o Koppen representou os climas de todas as regiões do Mundo no planisfério
classificando-os em cinco tipos, baseados nas temperaturas medias e nas precita coes totais registadas
ao longo do ano.
A radiação solar e radiação terrestre continuavam a não ser reconhecidas como elementos cruciais no
estudo dos climas, aspecto que iria mudar a partir do final do século XIX.
A partir da IIGM, a climatologia tem novo crescimento. As redes de estacões expandem-se. Os dados
climatológicos são armazenados em computadores conduzindo ao seu tratamento por programas
informáticos. Thornthwaite assume-se como principal mentor da informatização dos dados
climatológicos.
Nos anos 60 do século XX, os satélites artificiais passaram a captar o movimento de vários fenómenos
atmosféricos. Em 1985, foi descoberto a redução da camada de ozono sobre a Antárctida.
A gestão de água, a produção de alimentos e o aquecimento global tornaram-se nos principais alvos dos
estudos climatológicos.
Atmosfera terrestre é uma camada fina de gases sem cheiro, sem cor e sem gosto, presta à terra por
força de gravidade e, tem uma forma aproximadamente esférica e concêntrica.
Troposfera
É a camada em contacto com o solo, cujo ar, portanto respiramos. Tem uma espessura variável a 7km
nas regiões polares, 16km no equador, o seu limite superior é a tropopausa. É a camada mais agitada
nela ocorrendo os principais fenómenos meteorológicos: ventos, nuvens, chuvas, etc. tem
aproximadamente 80% de massa atmosfera, 50% da qual, se concentra nos primeiros 5km, contem todo
vapor de água.
Nesta camada a temperatura diminui com a altitude, cerca de 6,50C por cada quilómetro, igualmente
diminui com a altitude a sua pressão atmosférica.
É possível individualizar nela grandes volumes de ar que se caracterizam pela sua mobilidade e uma
distribuição quase uniforme na horizontal de temperatura e da humidade que são as massas de ar.
Estratosfera
Está compreendida entre a tropopausa e a estratopausa que localiza a 50km de altitude. A temperatura
aumenta com a altitude desde 600Caté 00C. Apresenta uma camada rica de ozono (O3) entre os 20km e
35km.
Supunha-se ser uma zona de calmas de estratos de ar quase imóvel, mas as observações e estudos
recentes vieram mostrar a existência de fortes variações de temperatura e de ventos por vezes
violentos.
Mesosfera
É a terceira camada da atmosfera que se encontra desde a superfície terrestre, o seu limite superior é a
mesopausa.
A temperatura diminui com a altitude até atingir um valor mínimo de 900C junto à mesopausa, é a
temperatura mais baixa de toda a atmosfera, este facto deriva de menor concentração de ozono e da
rarefacção do ar.
Esta camada é conhecida pelo fenómeno das estrelas cadentes que mais não são do que os meteoros,
pequenos corpos rochoso provenientes das cinturas de asteróides ou das partículas sólidas largadas
pelos cometas.
Termosfera
Esta camada tem o limite superior encontra-se a cerca de 500 km de altitude numa área
designadatermopausa. A temperatura para esta camada volta a subir atingindo valores muitos altose
próximos de 20000C na termopausa (gradiente térmico vertical negativo). As moléculas de ar possuem
uma determinadaenergia. Usa-se um termómetro para medir a temperatura as moléculas transferem
para o termómetro a sua energia assim que tocam sua superfície. Às altitudes da termosfera, as
moléculas tem uma energia muito elevada pelo que as temperaturas são efectivamente correctas.
A temperatura da atmosfera é uma medida da energia das moléculas mas não pode ser comparada com
as temperaturas medidas à superfície da terra com um termómetro. A baixa densidade do ar e a intensa
radiação solar provocam uma ionização geral, isto é, a decomposição das moléculas em partículas
electrizadas, chamadas iões.
Na termosfera também ocorre fenómenos luminosos designadas auroras polares que resultam do
impacto de partículas de vento solar com a alta atmosfera das terras canalizadas pelo campo magnético
terrestre. Consoante a região polar onde surgem chamam-se auroras boreais (polo) ou auroras austrais
(polo sul).
Exosfera
É a camada mais externa da atmosfera constituindo a zona de transição com o espaço interplanetário,
não possui um limite superior bem definido.
A temperatura é relativamente estável. Os gases estão muito rarefeitos, não havendo mistura nem
colisão entre eles. Por este motivo, não existe o risco de uma nave ou satélite sofrer aquecimento
excessivo.
Funções da atmosfera
A temperatura da atmosfera depende dos valores da radiação solar se toda radiação solar atingisse o
solo, a vida seria impossível, pois as temperaturas seriam elevadíssimas. Do total da radiação solar que
incide na alta atmosfera poucas percentagens penetram no solo, ai sofrem uma transformação sendo
depois devolvidos às baixas camadas da atmosfera onde são retidos.
Os raios emitidos pela terra, a radiação terrestre são pois, a principal causa do aquecimento da
troposfera.
A radiação solar é composta entre outros, por raios visíveis (luz branca) e raios invisíveis (raios
infravermelhos e raios ultravioletas).
Se toda a radiação ultravioleta atingisse a superfície terrestre destruiria as formas de vida actualmente
existentes. Isto não acontece porque a maior parte destes raios é retida na camada de ozono.
Controla a temperatura
Durante o dia a atmosfera filtra a radiação solar, protegendo deste modo, a terra de um excesso de
calor. Por outro lado, durante o dia armazena o calor que restitui à superfície terrestre durante a noite,
contribuindo assim, para que as noites sejam menos frias.
A atmosfera evita que grande número de corpos oriundos de outros astros atinja a superfície do nosso
planeta, segundo dois processos:
Ø Funcionando como uma superfície de ricochete onde embatem os corpos que assim, não chegam a
entrar na atmosfera;
Ø Incinerando os que conseguem penetrar que reduzidos a cinzas não alcançam o solo, este
fenómeno pode ser facilmente observado em noites de céu descoberto, são as estrelas cadentes, traços
luminosos que riscam a abobada celeste.
O sol é a principal fonte de energia da terra devido ao facto de ser a estrela mais próximo do nosso
planeta.
A variação e a desigual distribuição da energia solar pela superfície terrestre e pela atmosfera geram
diferenças de temperatura e em consequência de diferença da pressão atmosférica que por sua vez
originam os movimentos de ar (vento).
As inter-relações que se estabelecem entre várias esferas da terra partilham o mesmo motor a energia
solar que pressupõe que a quantidade de energia que recebe a radiação solar durante o dia é
equivalente à quantidade de energia que perde a radiação terrestre permitindo assim um equilíbrio
térmico.
Mecanismos da radiação
Ø O sol envia para o espaço interplanetário enormes quantidades de energia sob a forma de radiação
solar, que é definida como a quantidade de energia emitida pelo sol de natureza e intensidade variável
que se propaga por meio de ondas electromagnéticas;
Ø O comprimento da onda é inversamente proporcional a temperatura, isto é, quanto mais curto for
o comprimento de onda maior é a sua temperatura, causando queimaduras graves aos seres vivos;
Ø Difusão é o processo pelo qual a trajectória rectilínea de um feixe solar é alterada pela presença de
partículas difusoras, como os aerossóis e as moléculas de gases e de nuvens que dispersam a energia em
várias direcções;
Ø Albedo é a fracção de energia que uma superfície reflecte em relação ao total de emergia nela
incidente. Este varia de lugar para lugar dependendo de grau de nebulosidade da obliquidade dos raios
solares e da natureza das superfícies;
A quantidade de energia solar recebida à superfície da terra vária de lugar para lugar existindo uma
distribuição desigual desta energia. A intensidade dos raios solares depende de vários factores entre os
quais:
Ø Dia natural é o período durante o qual o sol se encontra acima da linha de horizonte. Quanto mais
tempo o sol estiver acima do horizonte, maior é a duração do dia, logo maior será a quantidade diária de
energia recebida;
Ø Insolação é influenciada pela latitude. As áreas situadas entre os trópicos apresentam valores mais
altos, pois o sol encontra-se mais horas acima da linha do horizonte para além de incidir directamente
nestas regiões.
Temperatura
Para cada dia verifica-se sempre uma temperatura máxima e mínima. A diferença entre temperatura
máxima e a mínima é designada amplitude térmica diurna.
A partirem das médias diurnas, calculam-se as temperaturas médias mensais somando as temperaturas
médias de cada dia e divide-se o resultado pelo número de dias do mês em observação, de igual modo
com as temperaturas médias mensais calcula-se a temperatura média anual.
Com as temperaturas medias mensais extremas calcula-se a amplitude térmica anual que é a diferença
da temperatura do mês mais quente com o mês mais frio.
Isotérmicas são linhas que unem lugares com a mesma temperatura media, estas são usadas nos mapas.
Variação da temperatura
A temperatura vária de lugar para lugar estando o factor latitude evidenciado nos mapas de isotérmicas.
Assim pode se identificar alguns factores da variação da temperatura:
Ø Correntes marítimas: são deslocamentos de grandes massas de água que podem apresentar
diferentes valores de temperatura. Também tem reflexos na temperatura do ar, pois em função das
suas características térmicas provocam um aquecimento ou arrefecimento do ar nas áreas costeiras;
Ø Correntes quentes: são formados nas regiões intertropicais, contribuem para moderar as
temperaturas invernais permitindo a minimização das temperaturas nos lugares situados junto à costa;
Ø Correntes frias: são formados nas regiões polares, contribuem para um maior arrefecimento do ar
no inverno e um maior aquecimento do ar no verão. Estão por isso associadas a uma amplitude térmica
anual mais elevada.
A atmosfera é constituída por gases que vão exercer um determinado peso sobre a superfície da terra.
A pressão atmosférica – é a força que o ar exerce por unidade de superfície. Exprime-se em milibares
(mbar) ou em hectopascais (hpa).
A pressão atmosférica media, que se designa de pressão normal, corresponde a 1013 mbar. Se a pressão
for superior a 1013 mbar, é uma alta pressão, mas se for inferior a este valor, é uma baixa pressão.
Através dos barómetros e dos barógrafos, que medem e registam respectivamente os valores de
pressão, constroem-se mapas de isóbaras (são linhas que unem lugares com o mesmo valor de pressão
atmosférica).
As altas pressões subtropicais são anticiclones de origem dinâmica que resultam de um movimento
descendente do ar que tendo subido nas regiões equatoriais, arrefeceu e ficou mais denso, descendo
depois nas regiões tropicais.
As baixas pressões subpolar tem uma origem térmica pelo aquecimento do ar em contacto com
superfícies quentes.
Os anticiclones localizados juntos aos polos são de origem térmica porque resultam das baixas
temperaturas aqui registadas.
A distribuição dos centros de altas e baixas pressões, a nível latitudinal não apresenta uma posição fixa
ao longo do ano.
A intensidade do vento depende de vários factores e quanto maior for a diferença de pressão
atmosférica entre os lugares e a forçado a trito.
A distribuição mundial dos centros de pressão atmosférica origina ventos constantes, isto é, que sopram
com mesma direcção e intensidade ao longo de todo o ano. Ao conjunto dos centros de pressão
atmosférica e dos ventos a eles associados, designamos circulação geral da atmosfera.
Nos centros de altas pressões subtropicais, o ar diverge em direcção ao Equador, convergindo nos
centros de baixas pressões equatoriais. São os chamados ventos alísios. Quando estes ventos
enfraquecem, sobretudo no verão, não chegam a entrar em contacto, surgindo uma área de calma
atmosférica, chamada calma equatorial ou doldrum. São os ventos de oeste, que convergem nos centros
de baixas pressões subpolares.
Nos centros de altas pressões polares, o ar desloca-se para sul, no HemisférioNorte, e para norte, no
Hemisfério Sul, em direcção às depressões barométricas subpolares. São os chamados ventos de leste.
Os ventos de oeste são compensados em altitude pelos Jet-streams. Trata-se de ventos situados na alta
troposfera ou na estratosfera, que se deslocam a grande velocidade. São frequentementeaproveitados
pelos aviões, quando pretendem economizar combustível, na realização de viagens de logo curso.
Os ventos de leste polares, que sopram à superfície, são compensados por ventos deoeste em altitude,
que derivam da ascensão de ar nas baixas pressões subpolares.
Em suma, a circulação geral da atmosfera, numa análise em altitude, compreende três células, desde o
Equador a cada um dos polos: a célula de Hadley, situada entre o Equador e o paralelo 30%, a célula de
Ferrel, entre os paralelos 300 e 600; e a célula polar, localizada entre os 600 de latitude e os polos.
As brisas são o resultado das pequenas diferenças de pressão provocadas por diferenças de
temperaturas.
Durante o dia, nas regiões montanhosas, o ar aquece mais rapidamente nas encostas e no cume,
formando centros de baixas pressões. Em contrapartida, nos vales geram-se centros de altas pressões,
criando a chamada brisa do vale.
Durante a noite, nas regiões onde o relevo é mais acidentado, o cume da montanha arrefece mais
depressa do que o vale gerando a brisa da montanha, que sopra dos centros de altas pressões situadas
nas vertentes, para os centros de baixas pressões situados no vale.
Junto ao mar, durante o dia, como a terra aquece mais rapidamente, surgem centros de baixas pressões,
ao passo que, sobre o oceano, se formam centros de altas pressões, de onde sopra a fresca brisa
marítima.
Durante a noite, assiste-se à formação de centros de altas pressões em terra, em virtude do maior
arrefecimento, soprando o vento para o mar, onde surgem centros de baixas pressões. É a chamada
brisa terrestre.
Quando o ar se mantem estacionário durante muito tempo sobre uma região suficientemente extensa,
tende a adquirir as características de temperatura e de humidade dessa região. Assim, às grandes
porções da atmosfera que, horizontalmente, apresentam a mesma temperatura, humidade e densidade
chamamos massa de ar.
As massas de ar podem ser quentes ou frias. Uma massa de ar torna-se quente se estiver em contacto
com uma superfície quente, ao processo que, uma massa de ar se torna fria quando permanece sobre
uma superfície fria.
Quanto às influências sofridas, as massas de ar podem ser continentais ou marítimas. Esta característica
interfere no grau de humidade. Uma massa de ar formada sobre uma superfície oceânica é muito
húmido e designa-se de massa de ar marítima, enquanto uma que se forme sobre o continente é
relativamente seca e designa-se de massa de ar continental.
Quanto à sua região de origem, as massas de ar podem ser árcticas, polares, tropicais e equatoriais.
As massas de ar árcticas originam-se próximo dos polos, sobre as águas geladas do Oceano Glacial
Árctico e as calotes polares da Gronelândia e da Antárctida. Estasmassas de ar são caracterizadas por
baixas temperaturas e débil conteúdo de humidade, pelo que apresentam escassa nebulosidade e um
risco de precipitação muito reduzido. São massas de ar muito estáveis devido à subsidência do ar nas
regiões de altas pressões.
Apesar do seu nome, as regiões que estão na origem das messas de ar polares situam-se em área
afastadas dos polos, entre os 500 e os 700 de latitude.
As massas de ar tropicais, quer continentais, quer marítimas, derivam das altas pressões subtropicais. O
ar seco procede de extensas áreas desérticas que criam uma subsidência anticiclónica seca, estável e
quente. As massas de ar tropicais marítimas são muito húmidas, proporcionando a formação de neblinas
ou nevoeiros, associados a nuvens de pouca altitude e precipitações fracas. O ar equatorial caracteriza-
se por ter elevadas temperaturas, alto conteúdo de humidade e uma levada instabilidade. Formam-se
grandes torres de nuvens, das quais caiem chuvas intensas por causa da elevada humidade contida no ar
quente. As massas de ar deslocam-se de acordo com o movimento anual aparente do Sol.
A aquisição de determinadas características por parte das massas de ar é um processo lento, pelo que
estas se formam em zonas onde se localizam sistemas barométricos estáveis, como a cintura de altas
pressões subtropicais, a e os polos.
Considera-se que a atmosfera está estável quando a mesma apresenta uma grande resistência ao
desenvolvimento de movimentos verticais. Quando, por qualquer razão, uma dada porção de ar é
sujeita a um movimento vertical, o seu comportamento difere conforme a temperatura do ar que ira
encontrar ao longo dessa deslocação.
Se uma porção de ar mais fria (mais densa) que o ar que vai encontrar, tendera a descer até recuperar o
seu nível de equilíbrio numa camada em que o ar que a rodeia tenha a mesma densidade que essa
porção de ar. Se a porção de ar ao subir encontra uma atmosfera mais quente, descera e voltara ao nível
a própria porção de ar, esta prosseguira a sua subida (instável.
Quer dizer que o arrefecimento das camadas inferiores da atmosfera tende a aumentar a estabilidade
das massas de ar. Já o aquecimento das camadas mais baixas da atmosfera promove a instabilidade do
ar.
Perturbações frontais
Como a atmosfera tem três dimensões, a separação entre massas de ar é uma superfície inclinada
designada por superfície frontal. As superfícies frontais apresentam uma posição oblíqua relativamente
à superfície terrestre.
A linha determinada pela intersecção da superfície frontal com a superfície terrestre denomina-se
frente. Tal como as massas de ar, também as frentes não permanecem fixas no mesmo lugar durante
muito tempo, dai resultarem vários tipos: frentes frias, frentes quentes, frentes e frentes estacionárias.
O tipo de frente depende da direcção do movimento da frente e das características das massas de ar. As
frentes fazem-se sempre acompanhar por nuvens todos os tipos e, frequentemente, por precipitação.
Ao conjunto de duas ou mais frentes chamamos sistema frontal. Quando encontramos duas frentes
associadas a uma depressão barométrica passamos a designar perturbação frontal.
Existem duas zonas frontais principais em cada hemisfério: uma que separa o ar árctico do ar polar e
outra que divide o ar polar do ar tropical. Estas duas superfícies frontais originam, por intersecção com a
superfície da terra, duas grandes frentes. A primeira é a frente árctica e a segunda a frente polar.
A frente árctica encontra-se praticamente confinada às latitudes polares e não exerce qualquer
influência no tempo da maior parte do planeta.
A frente polar, pelo contrário, é mais importante porque se verificam maiores contrastes de
temperatura e humidade, condicionando o tempo das latitudes medias. A sua posição e intensidade
mudam constantemente e nela tem origem quase todas as depressões barométricas das zonas
temperadas.
Frente fria, quando uma superfície frontal se desloca de tal maneira que é o ar frio que faz deslocar o ar
quente à superfície, dizemos que estamos em presença de uma frente fria. Como a massa de ar frio é
mais densa, “ataca” o ar quente por debaixo, como se fosse uma cunha, levantando-o, desalojando-o e
obrigando-o a deslizar pra cima, ao longo da superfície frontal inclinada. O fenómeno é muito violento e
estas subidas estão na origem de abundantes nuvens de desenvolvimento vertical.
Frente quente, o ar quente avança sobre o frio mas, por este ultimo ser mais pesado e confinar-se junto
ao solo, o ar quente sobe suavemente pela superfície frontal que lhe serve de rampa. Em termos gerais,
formam-se nuvens de desenvolvimento horizontal e as precipitações são menos intensas que nas
frentes frias.
Frente oclusa, dado que as frentes frias se deslocam mais rapidamente que as frentes quentes, aquelas
acaba por as alcançar. Nestas situações, o sector quente desaparece progressivamente da superfície,
existindo apenas em latitude.
Frente estacionária, é aquela que marca a separação entre duas massas de ar, entre as quais não se
manifesta deslocamento de uma sobre a outra. As duas massas de ar acabam apenas por se deslocar
paralelamente uma à poutar.
Humidade atmosférica
Acabamos de ver que o ar na troposfera não apresenta todo ele a mesmas características de
temperatura e humidade, constituindo as massas de ar. É com base nestas massas de ar que se
desenvolve toda a dinâmica da atmosfera.
Um dos componentes mais importantes da atmosfera do ponto de vista climático é o vapor de água,
que provem da evaporação da água dos oceanos, mares, lagos e rios e da evapotranspiração
(evaporação da água do solo e transpiração das plantas) dos seres vivos. Enquanto o vapor de água não
se condensa (passar ao estado liquido), sob a forma de gotículas de água, não é visível aos nossos olhos.
Humidade absoluta
A humidade absoluta é a quantidade de vapor de água por unidade de volume de ar. O aparelho que
permite medir a quantidade de humidade atmosférica num dado lugar chama-se higrómetro,
exprimindo os valores em g/m3.
O ar possui uma capacidade limitada para absorver vapor de água. Esta capacidade está dependente da
temperatura do ar. À quantidade máxima de vapor de água que o ar pode conter a une determinada
temperatura chama-se ponto de saturação.
Assim, a temperatura do ponto de orvalho é sempre inferior ou igual à temperatura do ar. Podemos
então concluir que o arrefecimento do ar é uma das condições necessárias para a condensação. No
entanto, não é a única condição.
Em suma, para que se processe a condensação, por um lado, tem de existe núcleos de condensação em
suspensão na atmosfera e, por outro lado, tem de ocorrer um arrefecimento do ar, que faca diminuir o
ponto de saturação, atingido o ponto de saturação assiste-se à condensação.
Humidade relativa
A humidade relativa varia na razão inversa da temperatura ou seja, quanto maior for a temperatura,
menor será a humidade relativa.
Formas de condensação
Como foi referido, a atmosfera não tem uma capacidade ilimitada para reter vapor de água. Assim, se a
quantidade de vapor de água se mantiver e a temperaturabaixar, ou a temperatura se mantiver e a
quantidade de vapor de água aumentar, a determinada temperatura o vapor de água passa ao estado
liquido. Acondensação é visível através da existência de nuvens, nevoeiro e neblina na atmosfera e de
orvalho e geada no solo.
As nuvens são conjuntos visíveis de gotículas de água e cristais de gelo, mantidos em suspensão na
atmosfera pelas correntes ascendentes de ar. Podem encontrar-se a diferentes altitudes e apresentam
formas distintas conforme os mecanismos de formação.
Ø Os cirros são nuvens fibrosas, altas, brancas e finas, que apresentam um desenvolvimento
horizontal;
Em termos de altitude, as nuvens agrupam-se em quatro famílias: nuvens altas, nuvens media, nuvens
baixas e nuvens com desenvolvimento vertical.
As nuvens altas formam-se normalmente acima dos 7000 metros de altitude, sendo constituídas quase
exclusivamente por cristais de gelo.
As nuvens médias formam-se geralmente entre os 2000 e os 7000 metros de altitude e são mais densas
que as nuvens altas, devido à maior concentração de vapor de água a altitudes inferiores. Destacam-se
os altos-cúmulos e os altos-tratos.
As nuvens baixas formam-se abaixo dos 2000 metros de altitude sendo constituídas basicamente por
gotículas de água, o que lhes confere grande densidade. Salientam-se os estratos, os estratocúmulos e
os nimbos tratos;
As nuvens com desenvolvimento vertical, correspondem a nuvens muito espessas, que podem atingir os
12 quilómetros de espessura. Realçam-se os cúmulos e os cúmulos-nimbos.
O nevoeiro é constituído por pequenas gotas de água tão microscopias que flutuam no ar, reduzindo a
visibilidade quanto mais juntas e espessas forem.
Existem dois processos pelos quais as massas de ar arrefecem, o que permite distinguir dois tipos de
nevoeiro:
Ø Nevoeiro por advecção, uma massa de ar desloca-se de uma superfície quente para outra mais fria,
o que faz diminuir a sua temperatura. Os nevoeiros marítimos formam-se, geralmente, por este
processo e surgem quando uma massa de ar quente e húmida encontra ou se cruza com uma corrente
marítima fria. O ar sofre, então, um brusco arrefecimento atingindo o ponto de orvalho, e o vapor de
água existente na massa de ar vai condensar-se em redor dos núcleos de condensação (partículas de sal
neste caso);
Ø Nevoeiro por radiação forma-se sobre terra firme, quando a superfície terrestre arrefece durante o
período nocturno, principalmente durante as noites de céu limpo, ao não existirem nuvens que actuem
como capa isolante.
Neblina é um nevoeiro menos denso, em que o grau de visibilidade é superior a um quilómetro. Consiste
em pequenas gotas de água em suspensão numa camada próxima da superfície terrestre.
Orvalho consiste na condensação sob a forma de pequenas gotas de água sobre superfícies arrefecidas.
Devido a este processo, as camadas de ar em contacto com solo arrefecido acabam por não conseguir
reter todo o vapor de água libertado pela radiação terrestre, pelo que parte desse vapor condensa-se
em gotas de água, sempre que a temperatura seja superior a 00C. Estas pequenas gotas de água
depositam-se directamente sobre os objectos que estão em contacto com o ar frio.
O orvalho assume um papel crucial nas regiões agrícolas onde a chuva é um fenómeno pouco
abundante.
Geada é a formação de cristais de gelo sobre as superfícies expostas ao arrefecimento nocturno, devido
à descida da temperatura para valores inferiores a 00C. Ocorre sobretudo quando o céu está limpo, pois
desta forma a superfície terrestre perde mais calor por radiação.
No interior das nuvens, após a condensação do vapor de água, as gotículas de água movimentam-se ao
sabor de correntes verticais muito fortes, que as mantem em suspensão.
A pluviosidade recebe vários nomes consoante a sua intensidade e duração de ocorrência. Toma a
designação de chuva se a mesma é contínua e regular, apresentando as suas gotas um diâmetro
superior a 0,5 milímetros.
Chuvisco – são gotas que caiem e são mais pequenas, com um diâmetro inferior a 0,5 milímetros, e
ocorrem de forma pulverizada, flutuando no ar.
Aguaceiro – é a chuva que cai de forma brusca e intensa, num curto período de tempo, como acontece
no verão ou nos climas tropicais.
A precipitação, enquanto elemento do clima, é medida por pluviómetros e registado por pluviografos,
exprimindo-se em milímetros (mm). A cada milímetro de altura corresponde um litro por metro
quadrado. O indicador mais usado para quantificar a quantidade total de água precipitada num ano é a
precipitação total anual (PTA), calculada a parir do somatório dos valores de precipitação registados
todos os meses.
Chama-se granizo às “pedras de gelo”, que caem violentamente a partir de nuvens cúmulo-nimbo. O
tamanho dessas partículas varia normalmente entre uns milímetros e dois ou mais centímetros. Se as
recebem o nome de saraiva. O granizo e a saraiva, que que tem a mesma constituição e só se
diferenciam pelo seu tamanho, compõem-se de apresentam um núcleo congelado envolto por varias
camadas de gelo transparente (quando agrega gotas de água que vão congelando lentamente) e opaco
(quando intercepta gotas de água que instantaneamente congelam em contacto com o núcleo gelado da
partícula).
Ao contrário da neve, que ocorre quase sempre no inverno, nas regiões frias ou montanhosas, o granizo
pode ocorrer tanto no inverno como no verão. O processo que desencadeia a precipitação violenta
destas partículas de gelo está relacionado com a instabilidade atmosférica, associada a movimentos
ascendentes de massas de ar, que podem originar aguaceiros (chuva forte mas passageira) e trovoadas.
O granizo e a saraiva têm um efeito destrutivo sobre as culturas agrícolas. Já a neve, nas regiões de
clima rigoroso, evita o congelamento do solo e protege as raízes das plantas.
Uma das condições para a ocorrência de precipitação é a ascensão do ar. Esta é desencadeada por
diversas causas, permitindo assim diferenciar quatro tipos de pluviosidade: chuvas convectivas, chuvas
orográficas, chuvas convergentes e chuvas frontais.
Chuvas convectivas
Quando a superfície terrestre se encontra muito aquecida, origina uma subida brusca do ar. Esta
ascensão traz consigo um arrefecimento, que faz diminuir o ponto de saturação. A humidade relativa
aumenta, assistindo-se à condensação sob a forma de nuvens, que mais tarde provocam precipitação
forte, num curto período de tempo, acompanhada de trovoadas e granizo.
Quando uma massa de ar húmido, proveniente do oceano, encontra uma elevação no terreno, vê-se
obrigada a transpô-la. Esta subida promove o arrefecimento do ar. Após atingir o ponto de saturação, o
vapor de água condensa, formando nuvens que provocam a precipitação nessa vertente da montanha.
Quando ventos de direcções contrárias convergem numa determinada área, o ar é obrigado a ascender.
À medida que sobe, a temperatura diminui, reduzindo o ponto de saturação e promovendo a formação
de nuvens. Este tipo de chuvas ocorre nas regiões afectadas pelos centros de baixas pressões
equatoriais e subpolares.
Chuvas frontais
Quando duas massas de ar com temperatura e humidade distintas se encontram, resulta uma ascensão
do ar, isto porque a massa de ar mais quente eleva-se por cima da massa de ar mais fria.
Na chamada superfície frontal fria, em que a massa de ar fria empurra a massa de ar quente, formam-se
nuvens com desenvolvimento vertical, que provocam aguaceiros fortes, acompanhados de granizo e
trovoada.
Na superfície frontal quente, em que a massa de ar quente cavalga sobre a massa de ar frio, a subida do
ar dá-se mais lentamente, formando nuvens com desenvolvimento horizontal, que ocasionam chuvas de
fraca intensidade de forma ininterrupta. Este tipo de chuva acontece principalmente nas regiões
temperadas.
Através dos mapasisotérmicas linhas que unem lugares com a mesma precipitação), é possível observar
a distribuição mundial da precipitação. Assim, destaca-se uma faixa de valores de precipitação elevados,
próxima do Equador. Também nas regiões temperadas se encontram precipitações elevadas,
principalmente nas áreas próximas do litoral. Em contrapartida, as regiões polares apresentam valores
muito reduzidos de precipitação, juntamente com as regiões tropicais, particularmente as que se
encontram no interior dos continentes.
Podemos concluir que a precipitação apresenta uma distribuição muito irregular no planeta, em virtude
de vários factores. Um dos mais importantes é a localização dos centros de pressão atmosférica.
Na região do Equador, ocorre a convergência de ventos com direcções contrárias (baixas pressões
equatoriais), que originam chuvas do tipo convergente.
Para além disso, as altas temperaturas, que nesta região se registam durante todo o ano, fazem
aumentar a evaporação, resultando chuvas muito abundantes do tipo convectivo.
Nos polos, o frio intenso origina movimentos descentes do ar (altas pressões polares), que não causam
subida do ar e posterior arrefecimento. Desta forma, os níveis de precipitação são muito baixos.
Nas regiões temperadas, a precipitação volta aumentar, fruto dos contactos entre massas de ar distintas
que promovem a ocorrência de chuvas do tipo frontal.
Finalmente, junto aos trópicos, localizam-se zonas de pressão alta, onde o ar apresenta um movimento
descendente, que não potencia a condensação e a consequente precipitação.
Ciclo da água
O ciclo da água é um sistema ininterrupto e fechado (porque não se verificam alterações na quantidade
total de água do planeta), em que ocorrem transferências de águas entre os oceanos, a atmosfera e os
continentes nos seus três estados físicos (gasoso, liquido e sólido).
A radiação solar é a fonte de energia primordial da terra, que origina e mantem a circulação da água ao
longo do ciclo. Assim, graças à radiação solar a água dos oceanos, mares, lagos e rios evapora, passando
do estado liquido para o estado gasoso. Cerca de 84% do vapor de água presente na atmosfera deriva
das grandes superfícies líquidas do planeta.
Os continentes contribuem com 16% do vapor de água da atmosfera, através da evaporação da água
presente no solo e da libertação de água com origem nos processos vitais dos seres vivos (respiração,
transpiração). Este processo designa-se evapotranspiração.
Nas regiões cobertas por gelo (nos polos e no topo das montanhas), assiste-se à sublimação, isto é, à
passagem da água do estado sólido para o estado gasoso. No entanto, este processo tem pouca
expressão no total de vapor de água fornecido pela superfície terrestre.
Os principais factores do ciclo da água são a radiação solar, que promove a evaporação, e a gravidade,
que assegura a precipitação e o escoamento. Para além destes, hás ainda a considerar factores
secundários como a temperatura, a humidade atmosférica, o vento, a nebulosidade, a natureza da
superfície de evaporação e a natureza da área que recebe a precipitação.
Tempo e clima
O tempo num dado local e num dado instante é definido por um conjunto de elementos atmosféricos,
como a temperatura do ar, o vento à superfície, a pressão atmosférica, a nebulosidade, a humidade
relativa do ar, ou seja, é a combinação passageira dos fenómenos atmosféricos numa dada região.
Clima – é uma síntese dos estados de tempo característicos de um dado local ou região num
determinado intervalo de tempo definido, ou seja, é a descrição estatística das condições
meteorológicas (estados de tempo) durante um intervalo de tempo longo convencionalmente de 30
anos.
O tempo e o clima são, portanto, duas formas de descrever as mesmas variáveis mas utilizando
diferentes escalas temporais. Aos meteorologistas interesse descrever o estado de tempo actual e
efectuar previsões para as próximas horas, dias ou semanas. Podemos, pois, afirmar que a Meteorologia
é a ciência do estado do tempo.
As grandezas que descrevem o clima são as mesmas que a meteorologia se serve para estudar os
estados de tempo: temperatura do ar, precipitação, humidade atmosférica, vento, pressão atmosférica.
Os sistemas de classificação climática são de grande importância, pois analisam e definem os climas das
diferentes regiões tendo em consideração vários elementos climáticos ao mesmo tempo, facilitando a
troca de informações e as análises posteriores para diferentes objectivos.
Um dos sistemas de classificação climática mais abrangentes é o de Koppen (1918) que, partindo do
pressuposto que a vegetação natural é a melhor expressão do clima de uma região, desenvolveu uma
classificação que ainda hoje é a largamente utilizada, na sua forma original ou com modificações.
Koppen construiu a sua classificação climática com base nos cincos grupos de vegetação determinados
pelo botânico de Candolle, atribuindo uma letra maiúscula a cada zona terrestre zona equatorial (A),
zona árida (B), zona temperada com invernos suaves (C), zona temperada com invernos rigorosos (D) e
zona polar €. Em seguida, é atribuída uma segunda letra que considera a precipitação, ao passo que a
terceira letra se refere à temperatura do ar.
Thornthwaite
Em 1931, Charles WarrenThornthwaite introduziu uma nova classificação e em 1948 ampliou os estudos
ao encarar o balanço de água como um factor do clima, dando origem à classificação climática de
Thornthwaite. Dessa forma, um tipo de clima é definido como seco ou húmido no que respeita às
necessidades hídricas das plantas.
Segundo ele, o clima de local pode ser descrito por quatro parâmetros que se referem, ao índice hídrico
(Ih), à evapotranspiração potencial no ano (EP), ao índice de aridez (Ia) ou ao índice de humidade (Iu) e à
eficácia térmica no verão(C).
O estudo do clima de uma região pode ser realizado com base na construção de gráficos
termopluviométricos, um tipo de gráfico que relaciona a temperatura e a precipitação registadas ao
longo de um ano. Podemos caracterizar o clima da estacão registadas em causa, observando a variação
da temperatura (linha) e da precipitação (barras) e identificando os meses secos, isto é, meses em que a
curva da temperatura é superior às barras da precipitação. Para a determinação dos meses ecos, aplica-
se o critério de Gaussen, em que um mês é considerado seco se o total de precipitação mensal, em
milímetros, é igual ou inferior ao dobro da temperatura média mensal, em graus celsius.
Ø Climas quentes;
Ø Climas temperados;
Ø Climas frios;
Ø Climas de altitude.
Climas quentes
Os climas quentes, chamados assim por causa de elevada temperatura média anual, acima dos 200C,
localizam-se preferencialmente na região intertropical. Contudo, podem ultrapassar as latitudes
superiores a 300.
O que distingue claramente os vários climas quentes são os comportamento da precipitação, pois a
temperatura mantem-se elevada em toda a região intertropical. Já a precipitação apresenta uma
tendência para diminuir à medida que nos afastamos do equador.
Clima equatorial
As regiões de latitudes mais baixas apresentam um clima muito quente e muito húmido. Trata-se do
clima equatorial, caracterizado por uma regularidade térmica e pluviométrica, em que não se
diferenciam estacões do ano.
A elevada temperatura que se regista ao longo do ano, associada a uma reduzida amplitude térmica
anual, fica a dever-se à pequena inclinação dos raios solares. Já a precipitação abundante justifica-se
pela localização dos centros de baixas pressões equatoriais nestas regiões.
A floresta que predomina é a uma floresta estratificada, isto é, apresenta três estratos:
Estrato arbóreo, as árvores constituem autênticos gigantes das florestas chegando a medir mais de 50
metros de altura. A espécie castanheira é das mais altas do mundo. Todas as árvores desta floresta são
de folha persistente, mantendo as folhas sempre verdes.
Estrato arbustivo, competem entre si pela luz solar disponível. Os fetos gigantes são uma das espécies
mais comuns.
Estrato herbáceo, o solo da floresta equatorial por vezes está submerso de água, em virtude das chuvas
frequentes. Este facto permite o desenvolvimento de heras baixas adaptadas excesso da água.A vida
animal também é muito abundante e diversa, mas é raro haver nestas florestas animais de grandes
dimensões não se conseguem movimentar com facilidade.
Clima tropical
O clima tropical pode ser dividido em dois subtipos, tropicais húmido e tropical seco, consoante a
quantidade de precipitação.
O clima tropical húmido apresenta uma temperatura elevada ao longo de todo o ano, no entanto a
amplitude térmica anual é ligeiramente superior à do clima equatorial.
A precipitação é abundante, apesar de ser inferior à do clima equatorial. Para além disso, regista-se uma
irregularidade na distribuição da precipitação ao longo do ano, reconhecendo-se duas estacões: uma
húmida e uma estacãoseca. A estão húmida é mais longa que a estacão seca.
O clima tropical seco apresenta uma temperatura elevada ao longo de todo o ano, no entanto a
amplitude térmica anual é superior à do clima equatorial, pois é possível distinguir um período com
temperatura mais alta.
A precipitação não é abundante concentrando-se num reduzido número de meses. A influência dos
centros de altas pressões subtropicais traz consigo uma estacão seca, bem mais longa que a estacão
húmida.
A floresta tropical, predominante nas regiões de clima tropical húmido, é menos densa, menos húmida e
mais baixa do que a floresta equatorial. Apresenta algumas árvores de folha caduca. É muito comum nas
margens dos rios, onde recebe a denominação de floresta galeria.
As regiões de clima desértico quente vêem situações de extremos climáticos. Por um lado, a
temperatura é das mais elevadas do mundo, sobretudo quando o sol incide directamente no hemisfério
onde se localiza a região em causa. Por outro lado, a precipitação é extremamente rara. Por estas
razões, trata-se de um clima com uma sóestacão, quente e seca. Salientam-se ainda as fortes amplitudes
térmicas diurnas, por vezes superiores a 300C.
A maioria das plantas do deserto é tolerante à seca. Chamam-se por isso xerófitas.
A fauna dos desertos é representada por pouco exigentes em água e alimentos: algumas são aves,
camelo, dromedário.
Climas temperados
Os climas temperados fazem a transição entre os climas quentes e os frios. São conhecidos também por
climas das quatro estacões do ano. Esta irregularidade ao longo do ano deve-se essencialmente ao
movimento aparente do sol e à inclinação do eixo terrestre.
Clima temperado marítimo
O clima temperado marítimo, como a própria designação indica, encontra-se em regioes próximas do
mar, sendo este um factor determinante na variabilidade climática.
A temperatura ao longo do ano mantem-se amena por acção do factor proximidade do mar, o que é
possível testemunhar na fraca amplitude térmica anual.
Nas regiões de clima temperado marítimo, a cobertura vegetal é composta por árvores de folha caduca.
Dai designação floresta caducifólia. As árvores são predominantemente altas, existindo uma grande
diversidade de espécies. No entanto, a variedade é menor que a das florestas equatoriais.
Em termo de fauna, existem diversos mamíferos, como veados, lobos, raposas, javalis, martas, esquilos
e coelhos.
O clima temperado continental, como o próprio nome indica, é típico de regiões temperadas localizadas
no interior dos contentes. A temperatura e a precipitação apresentam irregularidades ao longo do ano.
Nas regiões mais pluviosas, predomina uma floresta mista e nas regiões mais secas e frias, predomina a
pradaria.
Quanto à fauna destas formações vegetais, ele é constituída por grandes herbívoros.
O clima temperado mediterrânico é o clima que sucede, em latitude, aos climas quentes. As
perturbações atmosféricas causadas pelas baixas pressões subpolares tornam os invernosos mais
chuvosos, ao passo que, as altas pressões subtropicais provocam Verões secos.
As suas principais características não deixam dúvidas: temperatura média anual moderada; precipitação
reduzida e irregular e ocorrência de meses secos.
Climas frios
Os climas frios, caracterizados por temperaturas baixas, por vezes inferiores a 00C, localizam-se a
latitudes elevadas, em torno dos polos.
Clima subpolar
O clima subpolar é o primeiro tipo de clima a encontrar-se após os climas temperados, à medida que
aumenta a latitude. Na realidade, trata-se de um intensificado do clima continental. Os Verões são
pouco quentes e curtos. Os invernos são rigorosos, secos e longos. A precipitação é reduzida em virtude
dos ventos secos que assolam estas regiões. Nos meses mais frios ocorre sob a forma de neve. Os climas
frios podem favorecer o desenvolvimento de florestas densas.
Clima polar
As regiões de latitudes mais elevadas apresentam um clima muito frio e muito seco. Trata-se do clima
polar, caracterizado pela existência de duasestacões do ano: um inverno muito longo e muito frio e um
verão muito curto, com temperaturas um pouco mais altas. Devido à s reduzidas temperaturas e à
ausência de precipitação, as regiões polares são considerados autênticos desertos gelados.
Climas de altitude
O clima de altitude encontra-se nas áreas que, independentemente da sua localização em latitude,vêem
alteradas as características climáticas, devido à existência de montanhas.
Repara nestas duas estacões climatológicas, uma situada em África, próxima do Equador, e outra
localizada na Europa, em plena zona temperada. Ambas se situam a mais de 2000 metros de altitude,
haileSelasse, ao contrário das regiões equatoriais de baixa altitude, apresenta uma temperatura entre
15 e 200C. Apesar da regularidade térmica, isto é, uma amplitude térmica anual reduzida, típica das
regiões do Equador, as temperaturas são inferiores em 100C.
A grande variabilidade climática que se observa na superfície na superfície terrestre determina uma
igual variação nas condições de habitabilidade da terra, tanto a flora e a fauna, como para o próprio ser
humano. De facto, a cada tipo de clima corresponde um bioma (conjunto de formas de vida dominantes)
característico. Por isso, os grandes biomas apresentam uma distribuição geográfica em faixas
sensivelmente paralelas ao Equador.
Região intertropical
Podemos encontrar o clima desértico quente nas regiões localizadas entre os 150 e os 350 norte e sul de
latitude. Os principais exemplos de regiões de clima desértico quente são: o Sara (norte de África), o
deserto da Arabia, a região africana do Calaári, o interior da Austrália e outras na fachada ocidental do
continente americano (Arizona e Atacama).
Região temperada
Entre os trópicos e os círculos polares, em ambos os hemisférios situam-se as zonas temperadas, onde
predominam os climas temperados.
O clima marítimo encontra-se ao longo de uma faixa que abrange toda a Europa Ocidental, desde o
norte da PenínsulaIbéricaaté Noruega, a fachada ocidental da América do Norte (desde o norte da
Califórnia ao Alasca), o sul do Chile e a Nova Zelândia.
O clima continental localiza-se às mesmas latitudes que o clima marítimo. No entanto, predomina no
interior dos continentes e na fachada ocidental dos oceanos, como a costa leste dos EUA e o nordeste
da Asia.
Região fria
Para lá dos 600 de latitude norte e sul, encontramos as regiões mais frias do planeta, também chamadas
de regiões polares e subpolares.
O clima subpolar situa-se sensivelmente entre as latitudes 550 e 750 do Hemisfério Norte, marcando a
sua presença no Alasca, no norte da Escandinávia, na Sibéria e norte do Canada.
O clima polar localiza-se nas altas latitudes (acima dos 700), estendendo-se pela Antárctica, pela
Gronelândia e pelas costas norte da Asia e da América.
Os Andes (América do Sul), as Montanhas Rochosas (América do Norte), os Alpes (Europa), os Himalaias
(Asia) e o Planalto da Etiópia (África) são alguns exemplos regiões com este tipo de clima.
A matéria orgânica existente no solo, ao ser decomposta, liberta para a atmosfera quantidades
consideráveis de metano e dióxido de carbono.
Porem, a poluição de origem humana traz consigo problemas atmosféricos mais graves, derivados da
actividade industrial, do trafego automóvel, da agricultura, dos equipamentos de aquecimento
domestico e dos dejectos urbanos.
A intensificação do efeito de estufa (aquecimento global) é uma das consequências mais graves da
poluição atmosférica. Uma das consequências do aquecimento global é a subida do nível médio das
águas do mar.
O aquecimento global, para além de conduzir à subida do nível médio das águas do mar, provoca
alterações climáticas.
A nível local, tem-se assistido a uma elevação das temperaturas nos meios urbanos. As principais causas
são:
Ø Energia calorífica libertada pelos transportes, pelos aparelhos de ar e pela iluminação de ruas e
edifícios.
Ø Evitar a erosão;
Ø Evitar o desflorestamento;
Ø Evitar a Poluição;
Ø Criar áreas de protecção para preservar as espécies de flora e fauna em vida de extinção entre
outros.
Bibliografia
NANJOLO, Luís; ABDUL, Ismael. A terra processos e fenómenos, Geografia 11a classe, Moçambique,
Diname, 2002.PINHO, Hélio. Geografia, 11a classe, Maputo, 2010.SEMEDO, Énio; QUEIROZ, José.
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