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O espetáculo da Raça

A cultura brasileira é diversificada, o que não exclui a evidente desigualdade


social. A desigualdade social, uma característica marcante de nosso país, é
atestada pela evidente hegemonia de uma classe social nos processos de
divisão social do trabalho e de divisão da renda, além de fatores como o
acesso à saúde, educação, saneamento e segurança.

É comum escutarmos que o Brasil é um país miscigenado, de cultura vasta e


crenças religiosas sincréticas. De fato, a formação étnica do povo brasileiro
ocorreu, primeiramente, com a miscigenação entre povos africanos,
portugueses (que já tinham em sua linhagem traços de miscigenação entre
povos diversos do continente europeu) e indígenas.

Os homens brancos, com os olhos azuis senhores das grandes fazendas


violentavam as mulheres negras, e elas acabavam gerando filhos, naquele
tempo, não havia métodos contraceptivos, nascendo várias crianças, com
cabelos duros nariz de batata e pele escuras.

A miscigenação que Freyre utiliza como dado para atestar a sua teoria nada
mais foi que fruto de abusos sexuais e estupros de homens brancos contra as
suas escravas e contra as mulheres indígenas. Quando se relativiza a
dominação branca durante o período colonial, tende-se a apoiar um racismo
estrutural que perdura até hoje. Durante muito tempo, a Antropologia formulou
teorias que tentaram justificar a existência de culturas superiores e inferiores,
de acordo com o desenvolvimento fenotípico dos povos que criaram essas
culturas. Uma dessas teorias é o darwinismo social que passou a ser
questionado por Franz Boas, no fim do século XIX, e somente caiu de vez a
partir do estruturalismo de Claude Lévi-Strauss.

As crianças geradas por atos violentos não sabiam das suas origens e cultura,
e se sentiam rejeitadas no convívio e ondem viviam.

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