Volume
APOSTILA
de
COMUNICAÇÕES
ÓPTICAS
Parte 1:
I- INTRODUÇÃO AS COMUNICAÇÕES ÓPTICAS
Parte 2:
II- CÁLCULO DOS ENLACES SOBRE FIBRAS ÓP TICAS
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INDICE:
I- INTRODUÇÃO AS COMUNICAÇÕES ÓPTICAS 3
I.1 INTRODUÇÃO 3
I.2 CONCEITO DE COMUNICAÇÕES ÓPTICAS 5
I.3 LEIS BÁSICAS DA PROPAGAÇÃO ÓPTICA 6
I.4 INDICE DE REFRAÇÃO 7
I.5 LEI DE SNELL 8
I.6 LEI DE REFRAÇÃO 9
I.7 ANGULO CRITICO 10
I.8 REFLEXÃO INTERNA TOTAL 11
I.9 DISPERSÃO 12
I.10 TECNOLOGIA DAS FIBRAS OPTICAS 14
I.11 TIPO DE FIBRAS OPTICAS 16
I.12 ATENUAÇÃO EM UMA FIBRA OPTICA 25
I.13 ACOPLAMENTO DA FONTE LUMINOSA À FIBRA ÓPTICA 28
I.14 TECNICAS DE FABRICAÇÃO DAS FIBRAS OPTICAS 31
I.14.1 CABOS OPTICOS 32
I.14.2 TIPOS DE CABOS 33
I.14.3 MODO SOLTO 34
I.14.4 MODO COMPACTO 34
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I- INTRODUÇÃO AS COMUNICAÇÕES ÓPTICAS
I.1 INTRODUÇÃO
A aproximadamente 100 anos foram iniciados os primeiros testes de transmissão de
sinais elétricos via pares metálicos. De um único sinal transmitido, nos últimos anos passou-
se a 10.800 canais simultâneos transmitidos via um par de cabos coaxiais.
Entretanto as características físicas dos condutores de cobre fazem aumentar a
atenuação do sinal rapidamente com o aumento da frequência e o aumento da atenuação
obrigam a diminuir proporcionalmente a distância entre repetidores necessários à regeneração
do sinal. Ao mesmo tempo é conhecida a perturbação que os sinais sofrem por influencia dos
campos eletrostáticos nas proximidades.
Com o advento das FIBRAS ÓPTICAS (que não é um condutor elétrico, pois em lugar
de transmitir sinais elétricos transmite sinais de luz com comprimentos de onda na região do
infravermelho), e portanto imune à perturbações elétricas e magnéticas.
Considerando que a frequência da luz é elevada, a largura de banda do sinal
transmitido é praticamente irrelevante já que sempre será muito menor que a frequência da
luz.
A atenuação da FIBRA ÓPTICA é determinada exclusivamente pelo comprimento de
onda da luz utilizada e, como esta é pequena apresenta inúmeras vantagens em relação aos
outros meios físicos de transmissão.
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Algumas vantagens das Fibras Ópticas sobre outros sistemas
- Grande largura de banda
- Baixa atenuação
- Ausência de diafonía
- Grande distância entre repetidores
- Imunidade a interferência eletromagnética
- Cabos leves e de diâmetro reduzido
- Disponibilidade ilimitada de matéria prima
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I.2 CONCEITO DE COMUNICAÇÕES ÓPTICAS
Sistema óptico
Tx Rx
F.O
Prod. Conv. Conv. Tratam.
Fonte Sinal eletro/ Óptico/ do sinal Usuário
Elétrico óptico elétrico elétrico
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I.3 LEIS BÁSICAS DA PROPAGAÇÃO ÓP TICA
3x108 C
f 6
3x1014 300THz
1x10
Atenuação em dB/Km
10
0,85
0
0,6 0,8 1,0 1,2 1,3 1,4 1,55 1,6 1,8 2,0
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I.4 INDICE DE REFRAÇÃO
A forma mais simples de se conduzir luz dentro de uma fibra óptica e evitar que ela se
escape, é construir um guia de onda óptico constituído de duas camadas concêntricas com
índices de refração diferentes, chamados NÚCLEO e CASCA , como mostrado na figura 4.
Saliente-se que o núcleo é sempre constituído por um material de refração maior que o
material usado na casca.
n2 casca
n1 núcleo
C
n
C1
onde :
C é a velocidade da luz no vácuo (300.000 km/s)
C1 é a velocidade da luz no meio (ou material)
n é o índice de refração
O que caracteriza um meio dielétrico cristalino, do ponto de vista óptico é seu índice
de refração (n) e é ele que define o comprimento da luz ao passar de um meio para outro.
Se o índice de refração de um material é n = 1,5 então sua velocidade no meio será de:
3x10 8
C1 200 .000 Km / s
1,5
Concluímos então que a velocidade da propagação da luz varia de acordo com o meio.
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I.5 LEI DE SNELL
Consideremos um raio de luz se propagando no vácuo fazendo um ângulo de
sen i
n
sen r
i = 700 r = 37,30
nA = 1,55
Sabemos agora que o índice de refração “n” também pode ser determinado pela lei de
Snell e portanto, se quisermos saber a velocidade da luz neste material, basta aplicar a
fórmula:
C 3 x10 8
C1 193 .550 Km / s
nA 1,55
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I.6 LEI DE REFRAÇÃO
normal
n2
n1
n1 sen = n2 sen
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I.7 ÂNGULO CRÍTICO
n2 = 1,475
1,475
sen crit 0,986
1,496
crit 80,30
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I.8 REFLEXÃO INTERNA TOTAL
Consideremos um raio de luz num certo meio (vidro por exemplo), incidindo sobre
uma superfície além da qual existe um meio com índice de refração n menor que o primeiro
(ar). Verifica-se que , a medida em que o ângulo de incidência aumenta, chega-se a uma
situação (raio e) em que o raio refratado sai tangente à superfície de refração igual a 90º.
Para ângulos maiores que este ângulo critico “2 ” não existe raio refratado, ocorrendo o
fenômeno chamado REFLEXÃO INTERNA TOTAL, conforme mostrado na figura 8.
Raio refratado
2
n2 Ar
n1 Vidro
1 Raio refletido
Quando um raio monocromático incide na substância “a”, faz com este um ângulo de
incidência “ i ”, ao sair de “a”, incide em “b” fazendo um ângulo “a ” e assim sucessivamente
até chegar em “d” onde haverá uma reflexão interna total. Após esta reflexão o raio
monocromático retornará ao centro e sairá para a outra periferia.
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Concluímos que a trajetória deste raio monocromático forma uma forma senoidal,
devido a seu ângulo de incidência e a diferença dos índices de refração.
Periferia
e
d
a b
b
i
c
Periferia
Figura 9 A figura mostra um raio monocromático propagando-se por várias
Substâncias com refringências diferentes
I.9 DISPERSÃO
A maioria dos feixes de luz são misturas de ondas cujos comprimentos variam de um
extremo a outro de espectro visível, como mostrado na figura 10.
Índice de refração
1,7
Vidro Flint de Silicato
Quarzo
Vidro Crow de Silicato
1,5 Quarzo Fundo
Fluorita
1,4 violeta azul amarelo vermelho
Comprimento de onda nm
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Embora a velocidade das ondas de luz no vácuo seja constante, a velocidade da luz
num meio material varia com o comprimento de onda. O índice de refração de uma substancia
é portanto, função do comprimento de onda.
Chamamos de DISPERSÃO, exatamente a propriedade da luz de percorrer um meio
material com diferentes velocidades, conforme seu comprimento de onda.
Consideremos um raio de luz branca mistura de tidas as cores) incidente num prisma.
Como o erro produzido aumenta com o índice de refração, a luz violeta será a mais desviada e
a vermelha a menos, ao sair do prima, a luz se dispersa em forma de leque. Diz –se então, que
a luz foi dispersada em um espectro, conforme mostrado na figura 11.
anteparo
Desvio de luz amarela
vermelho
laranja
verde
azul
violeta
Medida da dispersão
Uma medida conveniente deste desvio é dada pelo desvio da luz amarela, pois o
amarelo está mais ou menos no meio do vermelho e do violeta.
Como o desvio e o índice de refração estão relacionados o desvio do espectro inteiro é
definido pelo índice de refração da luz amarela, enquanto que a dispersão depende da
diferença entre os índices de refração para o violeta e o vermelho.
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I.10 TECNOLOGIA DAS FIBRAS ÓPTICAS
n2 (casca)
n1 (núcleo)
i
crit
Figura 12 Raio refratado i crit
ncasca
sen crit sen
nnucleo
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n2 (casca)
n1 (núcleo)
i
crit
Enquanto o ângulo de incidência for maior que o ângulo critico ( i crit ), o raio de
luz será conduzido dentro do núcleo da fibra por reflexão interna total e será chamado de raio
guiado pelo núcleo, como mostrado na figura 14.
i
crit
Figura 14 Reflexão inte rna total ( i crit)
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I.11 TIPOS DE FIBRAS ÓPTICAS
A principal função da Fibra Óptica é a de conduzir sinais luminosos de um ponto a
outro do sistema.
A primeira fibra desenvolvida foi a fibra MULTIMODO DE ÌNDICE DEGRAU. Em
seguida houve um esforço tecnológico no sentido de diminuir a atenuação óptica e aumentar a
banda de passagem, surgindo então as fibras MULTIMODO DE ÍNDICE GRADUAL e as
FIBRAS MONOMODO, como mostradas na figura 16.
50 m 125 m
50 m 125 m
125 m
5m
Atenuação dB
Fibra Cabo Fibra Fibra
Degrau Coaxial Gradual Monomodo
10 Monomo
do
freqüência
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Fibra Multimodo de Índice Degrau
2a = 60 m
2a 2b = 125 m
2b
V2
N
2
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1
a
V [2 n2 )
2 2 2
].( n
1
Exemplo :
Calcular o número de modos guiados dentro de uma fibra óptica de uma
fibra óptica degrau, cujo diâmetro do núcleo é de 60 m e os índices de refração do núcleo e
da casca são respectivamente n1 = 1,561 e n2 = 1,483 e o comprimento de onda = 0,85
m.
10 6 1
V [6,28 .30 . ].(1,561 2
1,483 2 2
)
0,85 .10 6
V = 108
V2 1082
N 5800 modos aproximadamente
2 2
Nesta fibra, o índice de refração é maior no centro do núcleo e decresce do centro até a
linha divisória entre núcleo e casca, ou melhor, o índice de refração se torna cada vez menor a
medida que se aproxima do centro do núcleo.
Por outro lado, a luz nesta fibra não é mais conduzida por múltiplas reflexões
mas sim refratada de volta ao centro do núcleo, assemelhando-se a uma propagação
ondulatória, como mostrado na figura 18.
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2a = 60 m
2b = 125 m
2a
2b
Figura 18 Fibra multimodo de índice gradual
( 2n1.a ) 2
N .
(2 )
Onde a diferença relativa entre n1 e n2 é dada por
n1 n2
n1
e, é o número que decide o perfil do índice de refração. Para a fibra óptica de índice
degrau = , e para a fibra de índice gradual = 2.
Vamos calcular para os dois tipos de fibras, o número de modos (aproximado), sendo
que as duas fibras são idênticas tanto no diâmetro do núcleo e da casca como no índice de
refração (usar os números de índice gradual).
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Fibra de Índice Degrau
1
a
V [2 n2 )
2 2 2
].( n
1
V = 83
V2 832
N 3400 modos
2 2
Fibra de Índice Gradual
( 2n1 .a ) 2
N .
(2 )
Note-se que o número de modos guiados nesta fibra é duas vezes menor
(aproximadamente) que na fibra de índice degrau.
As fibras de índice degrau são apropriadas para sistemas de comunicações que
requerem extensa largura de faixa, ou para sistemas de elevadas taxas de bits, sendo usadas
também em redes de comunicações em longas distâncias.
Fibra Monomodo
Neste tipo de fibra, o diâmetro do núcleo 2a = 5 m e é muito menor que o diâmetro
da casca 2b = 125 m. O índice de refração da casca (n2 ) é ligeiramente menor que o índice
de refração do núcleo (n1 ). Valores típicos n1 = 1,471 e n2 =1,457. A figura 19 mostra as
características geométricas da fibra óptica monomodo.
2a = 5 m
2b = 125 m
2a
2b
Figura 19 Fibra Monomodo
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Em geral esta fibra possui um = 0,002 e, como o próprio nome indica suporta
apenas um modo de propagação para um particular comprimento de onda (). Para que isto
aconteça, o padrão normalizado de freqüência é dado por:
(2a )
1
V .(n 2 n 2 )
2 2 2
ns FIBRA OPTICA ns
O
I
U
N
T
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De acordo com a figura anterior, lançando-se pulsos ópticos com duração de
nanosegundos na fibra (gerados por um “laser semicondutor”), observamos o alongamento
que ocorre no perfil do pulso na saída da fibra. Este alongamento cresce ao longo da fibra e,
eventualmente, o pulso irá se sobrepor com seu vizinho, aumentando assim, o número de
erros na saída do receptor. Este fenômeno de alargamento é também chamado de
DISPERSÃO DO PULSO e impõe um limite sobre a largura de banda máxima da fibra.
A técnica de domínio temporal para medir a dispersão do pulso, mostra a mudança no
perfil do pulso após percorrer a fibra, como mostrado na figura 21.
t1 = 0,5 ns t2 = 1,1 ns
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Vários outros termos tem sido usados para se referir à dispersão modal:
Dispersão Intermodal
Dispersão Multicaminho
Dispersão Multimodo
Dispersão Monocromática
A figura 22 ilustra o exemplo de vários modos propagando-se na fibra com
velocidades iguais mas com distâncias diferentes a percorrer.
1 2
Figura 22 - g é completamente dominante numa fibra de índice degrau visto que o
número de modos guiados é extremamente grande
Como o número de modos guiados na fibra de índice gradual é duas vezes menor que
na fibra de índice degrau, e o índice de refração é maior no centro do núcleo, reduzindo-se a
interface com a casca, as velocidades dos modos vão ser diferentes. Desta forma, a dispersão
modal será dramaticamente reduzida como podemos ver na figura 23
1 2
Dispersão Material m
A dispersão material ocorre pelo fato de o índice de refração depender do
comprimento da onda, causando diferenças entre as velocidades dos componentes espectrais
da fonte de luz usada.
Dois outros termos são usados para se referir a m, a saber:
Dispersão Intramodal
Dispersão Cromática
Mesmo quando se usa o Diodo Emissor de Luz (LED) com largura espectral de 40 nm
como fonte de luz, m é insignificante quando comparada com g na fibra degrau, porem, na
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fibra de índice gradual, se usarmos a mesma fonte de luz, m é maior que g. Na figura 24
temos a largura do LED e do LASER.
LED 40 n m
Intensidade LASER 2n m
Relativa
nm
830 850 870
Observe que, se usarmos um LASER como fonte de luz (com largura espectral de 2
nm ) como fonte de luz, e uma fibra multimodo de índice gradual, a dispersão será quase que
totalmente reduzida; porem, se usarmos uma fibra monomodo praticamente não haverá
dispersão modal e nem a dispersão material. Desta forma, a banda de passagem nesta última
fibra, será da ordem de 10 GHz.
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Absorção Material
A absorção material é um mecanismo de atenuação pelo qual parte da energia é
dissipada em forma de calor na fibra óptica. Isto porque o vidro usado nas fibras não é
totalmente puro e freqüentemente contém numerosas impurezas de IONS METÁLICOS com
transições eletrônicas na região visível próximo ao infravermelho (0,5 a 1 m), causando
bandas de absorção. Os principais ions metálicos são: Cromo, Cobre, Ferro e Manganes. Na
figura 25 estão ilustradas as bandas de absorção para os ions de Cr 3+, Cu2+ e Fe2+. Outro ion
muito difícil de ser eliminado é o de Hidroxila (OH). É evidente que a largura das bandas de
absorção varia com o elemento.
Intensidade Fe 2 +
Relativa Cr 3 +
1,0
0,5
OH –
OH –
nm
0,01
500 600 700 800 900 1000 1100 1200
600 600 0060
Figura 25 Alguns ions metálicos e as bandas de absorção
0
O pico de absorção fundamental para o OH – é próximo de 2,72 m e tem harmônicos
para 1380, 950 e 720 nm. Combinações entre estes harmônicos e a vibração fundamental do
silício (SiO 2 ) resultam em picos em 1130 e 880 nm, portanto é necessário uma pureza
extremamente alta para se alcançar baixas perdas.
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Espalhamento de Rayleigh
Há uma série de mecanismos de espalhamento que podem ocasionar perda. O mais
fundamental é o espalhamento de Rayleigh, que está sempre presente devido a composição da
estrutura do vidro (flutuações térmicas, pressão, pequenas bolhas, etc,.), e que espalha luz em
todas as direções.
Este tipo de espalhamento é fortemente reduzido operando com o maior comprimento
de onda, que é de 1550 nm. Então quando maior o comprimento de onda, menor a atenuação
por espalhamento, como ilustrado na figura 27.
Fibra Óptica
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I.13 ACOPLAMENTO DA FONTE LUMINOSA À FIBRA
ÓPTICA
Abertura numérica
Observamos na fibra que somente uma parte da luz que chega na extremidade desta é
capaz de entrar e ser capturada pela mesma. Esta habilidade de captura (em fibra óptica) é
definida como AN , que é um número que expressa a capacidade de captação luminosa da
fibra óptica, isto é, define os ângulos máximos de entrada para serem propagados, como
ilustrado na figura 28.
a
n0 n2
n1
Observar que a AN também pode ser determinada pelo índice de refração do núcleo e
da casca.
Considere como a diferença relativa de índices de refração entre o núcleo e a casca:
n1 n2
2 2
2
2n1
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Onde para o caso de 1 (hipótese válida para a maioria das fibras ópticas de
interesse em sistemas de transmissão)
n1 n2
n1
Combinando-se esta equação com a equação da AN para o meio “ar” (n0 =1), obtém-
se a seguinte expressão de AN para valores de 1:
AN n1 x 2
A abertura numérica de uma fibra óptica é muito útil para medir a capacidade de
captar e transmitir luz. È interessante notar que essa capacidade independe do diâmetro do
núcleo da fibra óptica.
A fibra de face plana tem como limitação para o cone de aceitação da luz guiada, a
própria abertura numérica, como mostrado na figura 29.
a é o ângulo máximo de aceitação da fibra de face plana.
a n2
n1
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Fibra de Face Esférica
>e n2
R n1 Eixo da fibra
>e
a
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I.14 TÉCNICAS DE FABRICAÇÃO DAS FIBRAS ÓP TICAS
O material dielétrico usado na fabricação de fibras ópticas deve atender aos seguintes
requisitos básicos:
Na classe dos vidros, considerando-se a janela espectral típica das fibras atualmente
entre 0,7 e 1,6 m , destacam-se dois tipos fundamentais:
A distinção entre estes dois tipos de vidros para fibras ópticas reside, principalmente,
nos processos de fabricação. Em ambos os casos, os materiais em questão têm uma estrutura
vítrea isotrópica e são transformados em fibra na forma de um fluido.
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No caso das fibras de vidros multicompostos, principalmente são formados bastões de
vidro multicomposto, um para o núcleo e outro para a casca, pelo processo clássico de
fabricação de vidros a partir de materiais em pó muito puros. Os bastões de vidro
multicopostos assim formatados são, então, utilizados num processo de fusão direta, através
de um mecanismo conhecido como duplo-cadinho, para a formação da fibra óptica. Os vidros
multicopostos constituem-se principalmente de silicatos de baixo ponto de fusão (em torno de
1.000º C).
Os diversos métodos de fabricação das fibras ópticas pode ser ver na literatura
especializada e não serão tratados nesta oportunidade.
O desempenho de um cabo óptico pode diminuir ao longo do tempo, por três razões
principais:
Atenuação crescente em função da presença de hidrogênio, que pode ser gerado
pela corrosão metálica da estrutura de suporte físico do cabo em presença de água
ou pela decomposição de material plástico de revestimento;
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Fadiga estática, podendo fazer com que uma fibra quebre anos após a instalação
do cabo;
Envelhecimento térmico da estrutura do cabo, fazendo com que a atenuação
induzida por microcurvaturas aumente.
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I.14.3 MODO SOLTO
A estrutura de buffering em modo solto é mostrado na figura 31. Um tubo
longo, com o diâmetro interno muito maior que o diâmetro da fibra, isolando-a das tensões no
cabo (forças externas e contrações devido a variações de temperatura). A fibra pode mover-se
livremente com relação as paredes do tubo. O material do tubo de buffering deve ser duro,
liso e flexível. Este tipo de estrutura é vantajosa para cabos submetidos a importantes tensões
durante a sua instalação ou em operação, tais como os cabos aéreos e cabos submarinos.
Também é apropriado para os sistemas de comunicações a longa distância, onde é crítico um
desempenho com baixas perdas a longo prazo.
buffering
Fibra revestida
buffering
Fibra revestida
Co mposto de
preenchimento
A estrutura do modo compacto (tight) é também ilustrada na figura 31. Uma camada
de proteção em plástico duro (nylon ou poliéster) é extrusada diretamente sobre a fibra
revestida. . Ao contrário da estrutura em modo solto, neste caso, as fibras são submetidas
imediatamente ás tensões aplicadas ao cabo. O encapsulamento de fibras em modo compacto
prevê menores dimensões permitindo a realização de cabos multifibras mais densos e maior
resistência a forças de esmagamento.
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II- O CÁLCULO DOS ENLACES SOBRE
FIBRAS ÓPTICAS
O dimensionamento de um enlace de fibras ópticas exige o atendimento dos requisitos
de Orçamento de Potência e Dispersão. Uma vez que ambos parâmetros são satisfeitos
podemos confirmar a viabilidade do enlace.
LOCALIDADE
LOCALIDADE
A
B
Figura 1
Cabo Óptico
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NS Numero de emendas no cabo
UCOM Perda no conector (dB)
N COM Numero de conectores
A figura 2 mostra estes parâmetros.
TX RX
(US NS )
emendas
conector
PT - NCON UCON - NS US - UC Lt - PR - M 0
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2.- Sistema STM 4 (622,08 Mbps)
PT = de -1 a 2 dbm
PR = de -37 a -8 dbm
Máxima dispersão D = 800 ps
PT = de -1 a 2 dbm
PR = de -29 a -9 dbm
Máxima dispersão D = 200 ps
II.3.1.2 CÁLCULOS:
Sabendo que: PT - NCON UCON - NS US - UC Lt - PR - M 0
At = Atenuação Total
At = UC Lt + NCON UCON + NS US + M - Ganhos
At = 150x0,22 + 4x0,5 + 38x0,1 + 3 – 0 = 41,8 dB
PT - NCO N UCON - NS US - UC Lt - PR - M 0
Lt
PT - 2 - . 0,1 - 0,22 . Lt - PR - 3 0
4
Onde,
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X 5
Lt onde X = Faixa Dinâmica = P T - PR
0,245
47 5
1.1.- STM 1 Lt 171,4 Km
0,245
PT – PR = 0 –(-47) = 47
39 5
1.2.- STM 4 Lt 138,7 Km
0,245
PT – PR = 2 –(-37) = 39
31 5
1.3.- STM-16 Lt 106,1Km
0,245
PT – PR = 2 –(-29) = 31
II.3.1.3 CONCLUSÃO:
Considerando-se apenas a atenuação omente o enlace STM 1 ( 155 ,52 Mbit/s) é
viável. Para viabilizar os outros enlaces seria necessário melhorar a qualidade da fibra, utilizar
Laser's com maior potência óptica, ou receptores ópticos com melhor sensibilidade, ou ainda
usar repetidores.
Para sistemas de alta capacidade, em geral maiores que 622 M bit/s, os enlaces
tendem agora a ser limitados por problemas relacionados com a dispersão da fibra óptica.
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Para comprovar a viabilidade do enlace sob o ponto de vista da dispersão devemos
aplicar a seguinte fórmula:
0,31.10 6
Lt
D.B.
Onde:
Lt = Comprimento total do enlace
D = Dispersão da fibra em ps/nm.Km
B = Taxa de transmissão em G Bit/s
= Largura espectral da fonte óptica (nm)
o valor 0,31.106 é uma constante.
Considera-se que se esta relação é satisfeita, o sistema de transmissão por fibra óptica
apresenta Penalidade inferior a 1 dB.
Denomina-se em geral, "penalidade" a degradação da sensibilidade original do
receptor óptico devido aos ruídos de batimento. Entretanto a penalidade pode ocorrer também
pela geração de efeitos não lineares na fibra óptica. Estes efeitos aparecem devido a alta
potência que pode estar presente na fibra ( 18 dB) em combinação com espectros de Lasers
muito estreitos ( como os usados nos sistemas DWDM, por exemplo), núcleos de fibras
reduzidos (principalmente em fibras com Dispersão Deslocada) e dispersão próxima de zero.
A penalidade é um fator que deve ser levado em consideração principalmente quando
se utilizam amplificadores ópticos e em geral, está incluído na Margem de Segurança (MS).
A expressão de limitação de dispersão do enlace mostra se bastante dependente dos
fatores acima citados. Dado que a taxa de transmissão é um valor prefixado, para que o enlace
obedeça a condição de dispersão para penalidade mínima devemos projetar o enlace
trabalhando com os parâmetros Dispersão da fibra (D) e Largura espectral da fonte ().
0,31.10 6
Lt
D.B.
Comprovação numérica:
0,31 .10 6
1.- STM 1 Lt 277 Km
18 .0,155 .0,4
0,31 .10 6
2.- STM 4 Lt 138 ,4 Km
18 .0,622 .0,2
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0,31 .10 6
3.- STM 16 Lt 45,92 Km
18 .2,5.0,15
LOC A LOC B
150 km 150 Km
ADM ADM ADM ADM
155 155 155 155
REPETIDOR
costa -a- costa
300 Km
Figura 3 Regeneração costa -a- costa
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2.2.- STM 4
Também do exemplo anterior podemos deduzir que para esta taxa de
transmissão (622 Mbit/s), o enlace fica limitado a 138,6 Km pela atenuação e 138,4 pela
dispersão.
Portanto este enlace só fica viabilizado com dois pontos de regeneração, conforme
mostrado na figura 4 seguinte.
LOC A LOC B
100 Km 100 Km 100 km
ADM ADM ADM ADM
ADM ADM
622 622 622 622
622 622
REPETIDOR REPETIDOR
costa -a- costa costa -a- costa
300 Km
2.3.- STM 16
ADM ADM
2,5 Gb it/s 2,5 Gb it/s
42,5 43 43 43 43 43 42,5
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II.5 INTRODUÇÃO A AMPLIF ICAÇÃO ÓPTICA
Fundamentalmente os parâmetros dominantes que influenciam o alcance dos sistemas
de comunicações por fibras ópticas são: a potência do transmissor a sensibilidade do receptor
a atenuação da fibra óptica utilizada e a dispersão da mesma. A limitação que estes
parâmetros impõem tanto em distância como em taxas de transmissão, é superada pela
regeneração periódica do sinal. Em geral a regeneração consiste na conversão optica-eletrica-
óptica (tipo back to back ou costa a costa)do sinal para cada sistema transmitido pelo par de
fibras, e obviamente torna-se cara e tecnicamente complexa, já que, ao aumentar a taxa de
transmissão os pontos de regeneração, em geral , não são os mesmos. A regeneração do sinal
óptico foi e ainda é, comum mente utilizada tanto em sistemas limitados pela atenuação
como pela dispersão.
Entretanto, nos últimos anos a substituição dos amplificadores eletrônicos por
amplificadores ópticos, potencialmente mais baratos e simples foram popularizados.
Conforme a localização dos amplificadores ópticos , os mesmos recebem diferentes
denominações. Quando instalados em substituição de regeneradores eletrônicos, isto é, ao
longo do enlace, são denominados Amplificadores de Linha. Esta substituição pode ser
empregada sempre que o desempenho do sistema não seja comprometido pelo efeito
cumulativo da dispersão e ruídos gerados nos amplificadores em cascata. Esta solução é
particularmente atrativa na moderna introdução de sistemas WDM (e DWDM) e suas
múltiplas portadoras. A figura 6 ilustra o principio do WDM.
AD AD
linhas de M M
transmissão AD AD
separadas M M
AD
. AD
.
M. M.
AD AD
M M
W DM 1
AD AD
Uso mú ltiplo de M. 1 ..n M.
amp lificadores . .
ópticos e fibras . .
. .
n
AD AD
M M
Figura 6 Principio do WDM
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Similarmente, também são empregados com o subsistema de recepção, de modo a aumentar a
sensibilidade na recepção. Nesta configuração são chamados de Pré-Amplificadores.
laser de bombeamento
Nd Er, Er.Yr
Pr
Outra parte dos íons retornam espontaneamente ao estado natural emitindo uma
energia luminosa não combinada coerentemente com o sinal, esta energia luminosa é também
amplificada e é conhecida como Emissão Espontânea Amplificada (ASE) e constitui na
verdade um Ruído Óptico que acompanha o sinal amplificado na saída da fibra dopada. Em
algumas situações parte da potência de bombeamento remanescente pode também
acompanhar o sinal amplificado. Dependendo do sentido de bombeio pode-se ter as seguintes
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configurações: co-propagante, contra-propagante, duplo bombeio co-propagante e duplo
bombeio bidirecional, conforme ilustrado na figura 8 seguinte.
A função do WDM é combinar na fibra dopada, tanto a potência do sinal a ser
amplificado como a potência de bombeamento.
Er3
WDM
M sinal
a) sinal
fibra dopada
laser de bombeamento
Er3
WDM
b) M
sinal sinal
laser de bombeamento
Er3 Er3
WDM WDM
c) M
sinal sinal
bombeamento bombeamento
Er3
WDM WDM
d) M M
sinal sinal
bombeamento bombeamento
Figura 8 As configurações básicas de um Amp lificador à Fib ra Dopada com Erbio (AFDE). a)
copropagante b) contra-propagante c) duplo bombeio copropagante d) duplo bombeio
bidirecional.
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retorno de reflexões de luz provenientes das extremidades do amplificador. Tais reflexões
tornam o amplificador instável em várias situações de utilização. A função do filtro é deixar
passar apenas o sinal amplificado e bloquear as potências de ASE e de bombeamnento que
acompanham o sinal. São adicionados também ao circuito óptico dos amplificadores ópticos a
fibra dopada , acopladores ópticos para retirada de uma pequena parcela de sinal amplificada
que é utilizada para monitorar seu desempenho. A figura 9 ilustra uma composição de um
AOF com os componentes mencionados.
filtro
fibra dopada Er3 óptico
isolador spliter
WDM SPL
sinal sinal
conectores det
laser de detetor
bombeamento
Conforme mostrado na figura 10.a, nesta aplicação o AOF é colocada logo após o
equipamento de transmissão com o objetivo de elevar a potência óptica antes de seguir para o
enlace de fibra óptica.
A vantagem desta utilização, está no fato de que o AOF pode ser instalado na mesma
estação que o transmissor, podendo ter as mesmas facilidades de manutenção e supervisão. A
desvantagem, é que nesta aplicação, o ganho liquido proporcionado por seu uso não é tão
elevado.
Esta é a aplicação mais clássica dos AOF onde são obtidos ganhos líquidos mais
expressivos. Como ilustrado na figura.10.b, os AOF são colocados na linha para manter o
nível de sinal elevado de maneira a vencer a atenuação total do enlace. Os Amplificadores de
Linha substituem os regeneradores eletrônicos com muitas vantagens pois os mesmos
possuem elevada largura de Banda Elétrica, elevada largura de Banda Óptica, transparência a
taxa e ao formato de transmissão (amplificam tanto sinais analógicos como digitais), opera
com muitos comprimentos de onda, vantagem principalmente importante em sistemas WDM,
opera em forma bidirecional, possui baixo consumo e dimensões reduzidas.
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Aplicação do AOF como Pré-Amplificador
AOF
a) Tx Rx
AOF
b) Tx Rx
AOF
c) Rx
Tx
Existem vários parâmetros de amplificadores que devem ser analisados sob o ponto de
vista do próprio equipamento(amplificador) e sob o ponto de vista de sua influência na rede.
Entre os parâmetros do equipamento destacamos:
Ganho (GAOF)
Figura de Ruído (NF)
Banda de Amplificação (Bampl)
Potência de ASE (PASE)
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Pout PASE
L
Gamp
Pin
onde:
O sobre índice L indica que a variável é expressa na forma linear. Para obter-se este valor em dB, basta
aplicar a seguinte equação: Var = log (Var L)
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Dentro da banda óptica de amplificação (Bopt ) e para sinais baixos, ( - 30 dBm) os
Amplificadores a Fibra Dopados com Érbio ADFE apresentam dois picos com ganho mais
elevado como pode ser visto na figura 12.
Um pico é centrado em torno de 1536 nm e o outro em torno de 1550 nm. Entre eles
situa-se um vale, ou seja uma região de ganho mínimo. A difere nça entre os ganhos máximo e
mínimo pode chegar a valores superiores a 10 dB. Além de 1560 nm e antes de 1530 nm o
ganho cai rapidamente, portanto estes dois comprimentos de onda praticamente definem a
região de trabalho dos amplificadores, ou seja a Banda óptica de amplificação (Bopt ). Para
sinais de entrada elevador ( 10 dB) a curva do ganho é praticamente plana com o
comprimento de onda, mantendo porém os limites de amplificação entre 1530 e 1560 nm.
Como mostrado na figura 13.
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atenuador de sinal. Para potências acima deste limiar o ganho aumenta rapidamente com o
aumento da potência de bombeamento e depois satura-se, ou seja aumenta muito pouco o
ganho para potências de bombeamento maiores.
Uma característica bastante interessante dos amplificadores de potência, é que eles são
praticamente insensíveis às variações de potência de entrada, como pode ser observado na
figura 15.
A potência de ASE que é o resíduo de potência óptica não aproveitada nos processos
de amplificação apresenta variações idênticas as do Ganho em relação a potência de entrada,
comprimento de onda e potência de bombeio.
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1,66 .10 17.PASE .3
NF L
(G AOF 1).B0
Ruídos de batimentos são ruídos causados pela combinação das potências de ASE com
ela própria e com a potência de sinal no sistema de recepção óptica. Para entendermos como
ocorre a formação destes ruídos devemos lembrar que a potência de ASE pode ser dividida
espectralmente como uma série de portadoras ópticas, como ilustrado na figura 16.
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Figura 17 Batime nto entre portadoras ópticas
Alem das considerações feitas nas paginas 2 e 3, quando do calculo dos enlac es
ópticos convencionais, devemos introduzir agora na utilização dos amplificadores ópticos os
seguintes parâmetros:
Amplificador Óptico
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II.6.1 ORÇAMENTO DE POTÊNCIA
TX RX
(US NS )
amp lificador emendas
conector de potência
Exemplo 1
Lt = 140 Km
Ncom = 4
Ucom = 0,5 dB
N S = 28 (140/5)
US = 0,1 dB
UC = 0,25 dB/Km
PR = - 34 dBm (622 Mbit/s) e
M = 3 dB
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Considerações práticas
Supervisão
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Sistema de Supervisão local
p/centralizado
SSX
Tx
TX RX
amp lificador
(US NS ) Pré-amp lificador
de potência
Exemplo 2
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Resolvendo a equação acima obtemos: P' T 11,6 dBm. Este resultado indica um
amplificador com potência de saída de 13 dBm.
Considerações práticas
A sensibilidade do Pré-amplificador (P'R ) quando não citada pelo fabricante pode ser
calculada utilizando-se a seguinte fórmula:
Supervisão
SSX SSX
Tx Rx
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amplificador óptico, substitui em muitos casos com vantagens, a regeneração elétrica, e se
torna particularmente importante com o advento dos sistemas WDM e DWDM
principalmente.
Exemplo 3
TX RX
Considerações práticas
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Supervisão
AFDE
Tx sinal
Rx
Tx Tx Rx Rx
supervisão
supervisão processamento supervisão
Rx Tx
Tx Rx
Rx Tx
AFDE
PT P' T P'R PR
TX RX
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A seguinte equação poderia ser aplicada para o calculo do orçamento de potência do
enlace:
Exemplo 4
Calcule o número de amplificadores de linha para um enlace de 500 Km com P' T =
16 dBm, P'R = - 25 dBm (para taxa de 2,5 Gbit/s), N S = 100, GAOF = 25 (Potência de
entrada = - 15 dBm) e os demais dados similares ao do exemplo 2.
Considerações práticas
Exemplo 5
Consideremos agora um enlace hipotético de 256. Km (distância aproximada entre
SMA e PAE por exemplo).
Viabilização do enlace
Pela Atenuação:
PT - N CON UCON - NS US - UC Lt - PR - M 0
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2 - 2 - 6,4 - 0,2.Lt + 29 - 3 0
0,2 Lt = 19,6
Lt = 98 Km
Pela Dispersão:
0,31.10 6
Lt
D.B.
0,31 .10 6
Lt 45 Km
18 .2,5.0,15
Conclusão
O enlace é inviável tanto pela atenuação como pela d ispersão. Ainda podemos afirmar
que o emprego de um Booster e de um Pré-amplificador também não resolveriam o problema.
Portanto teremos que utilizar amplificadores de linha.
31 + n . 26 - 62,6 0
PAE SMA
Tx Rx
83 Km 90 Km 83 Km
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85 13,4
Lt 373Km
0,2
16 - 2 - 6,4 - 0,2 Lt + 27 - ( - 29 ) - 3 0
0,2 Lt = 72 - 11,4
Lt = 303 Km
Conclusão
O enlace é também viável com a utilização de um amplificador de linha e um
amplificador de potência ( de 16 dBm). Terá que verificar-se agora pela dispersão.
Pela Dispersão:
Pela dispersão continuaríamos com a mesma limitação de 45 Km, a menos que
façamos algumas mudanças ou no tipo da fibra escolhida ou na largura espectral da fonte
óptica.
Supondo que a fibra é existente, o único recurso que nos sobra é mudar a fonte óptica.
Escolhemos então um Laser com densidade espectral 0,1 nm. Então:
0,31.10 6
Lt
D.B.
0,31 .10 6
Lt 68,8Km
18 .2,5.0,1
Conclusão:
Como o enlace fica limitado a 68 Km aproximadamente, devemos utilizar 4
repetidores ao longo da rota.
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II.6.2 FIBRA COM DISPERSÃO DESLOCADA
As fibras com dispersão deslocada são fibras projetadas para ter dispersão mínima na
janela de 1550 nm sendo o valor típico da ordem de 2,5 ps/nm.Km. O uso da fibra com
dispersão deslocada pode resolver a primeira vista o problema da dispersão do enlace, porém
outros problemas podem advir do uso deste tipo de fibra. Em primeiro lugar estas fibras são
mais caras que as convencionais. Em segundo lugar estas fibras potencializam os problemas
dos efeitos não lineares já comentados anteriormente (ver pagina 16). Estes efeitos estão
presentes na fibra quando o sinal de transmissão (ou os sinais no caso de transmissão WDM)
é de potência alta. Portanto quando existe a necessidade de utilização de amplificadores de
potência e existem problemas de dispersão a utilização da fibra com dispersão deslocada pode
não ser a melhor opção de projeto.
Supondo hipoteticamente que no nosso exemplo a fibra disponível seja uma fibra com
dispersão deslocada, observamos que agora o enlace ficaria limitado novamente pela
atenuação, já que pela atenuação não haveria necessidade de repetição.
0,31 .10 6
Lt 496 Km
2,5.2,5.0,1
Este pequeno trecho de fibra compensadora pode ser utilizado em qualquer ponto do
enlace para compensar o efeito da dispersão de uma fibra convencional, como mostrado na
figura 26.
Dispersão (ps/.nm.Km)
100
Fibra Convencional
50
0
1,3 1,4 1,5 1,6 Co mprimento de
onda ( m)
- 50
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FCD
Tx
FCD
Rx
Pulso al argado
Núcleo da Fi bra
Grade
Pulso corrigido
Tx
Fibra co m grade
Rx
Circulador
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Modulação Direta vs Modulação Externa
t t
t
Figura 29 Técnicas de Modulação
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multiplex), e amplificadores ópticos permite suprir os usuários de CATV com centenas de
canais de TV.
Os amplificadores ópticos, os mecanismos compensadores de dispersão e as técnicas
de WDM são as ferramentas fundamentais para a construção de redes ópticas multi-
comprimento de onda, redes estas que permitirão o tráfego de todo tipo de informações
simultânea.
Tx Rx
1 s
2
Spliter ou
WDM
n
21 - 2
22 - 1
P P
1 2
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Redes Ópticas Multi-Comprime nto de Onda
1
n
Rx Tx
1
2
n
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AOF 1
Add-Drop
2
TP 1
Tema proposto para o TP1: Planejamento e viabilização de um enlace
óptico através de repetidoras-costa-a-costa
Considerando um enlace hipotético de 500 Km (d istância aproximada entre SANTANA DO
LIVRAMENTO e PORTO ALEGRE como exemplo).Considere emendas a cada 4 Km e
Taxa de transmissão de 155,52 Mbit/s sobre STM_1 (SDH). A Fibra escolhida é similar a
SM - 9/125 da Pirelli porém com Atenuação α = 0,3 dB/Km, Dispersão cromática D ≤ 20
ps/nm.Km e largura espectral da fonte óptica Δλ = 0,15 nm.
Considere ainda Equipamentos Ópticos com PTmax = 0 dBm, PRmin = - 30 dBm para
STM_1 , e dispersão máxima TD = 200 nm.
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TP 2
Tema proposto para o TP2: Planejamento e viabilização de um enlace
óptico utilizando-se um booster e um pré-amplificador óptico.
TP 3
Tema proposto para o TP3: Planejamento e viabilização de um enlace com
amplificadores ópticos de linha
Considerando um enlace hipotético de 500 Km (distância aproximada entre
SANTANA DO LIVRAMENTO e PORTO ALEGRE como exemplo).Considere emendas
a cada 5 Km e Taxa de transmissão de 622,08 Mbit/s sobre STM_4 (SDH). A Fibra
escolhida é similar a SM - 9/125 da Pirelli porém com Atenuação α = 0,25 dB/Km,
Dispersão cromática D = 18 ps/nm.Km e largura espectral da fonte óptica Δλ = 0,20 nm.
Considere ainda Equipamentos Ópticos com PTmax = 2 dBm, PRmin = - 35 dBm (para
STM-4).
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