Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
G e o l o g i a , 1 2 . º ano
Ano letivo 2019/2020
Ficha de Trabalho
Nome: _____________________________________________________________________
Grupo I
1. Leia atentamente o texto seguinte.
Segundo a Teoria Contracionista, as camadas externas do globo terrestre tiveram que
acomodar o colapso resultante do arrefecimento das camadas interiores. Este fenómeno
originou a formação de falhas e dobramentos associados a grandes relevos, como por exemplo
as cadeias orogénicas.
Kelvin, um importante cientista do século XIX, estimou a idade da Terra entre 20 a 80
M.a., baseando-se, para tal, na taxa de arrefecimento das esferas de ferro. Este cientista
também concluiu que, com o arrefecimento, a circunferência da Terra terá diminuído entre 200
a 600 km e que os materiais mais densos migraram da periferia para o interior, enquanto que
os menos densos se acumularam à superfície durante o arrefecimento e contração. A
contração teria sido responsável pelo colapso de determinadas áreas onde s formaram
posteriormente os oceanos, enquanto que áreas altas correspondiam aos continentes. Só se
verificavam movimentos verticais.
No entanto, o desenvolvimento científico e tecnológico que se verificou nas décadas
seguintes colocou em causa a Teoria Contracionista.
1.1. Caraterize as principais teorias da Terra enunciadas até ao início do século XX.
R: As principais teorias eram o Catastrofismo, o Permanentismo e o Contracionismo.
O Catastrofismo foi uma corrente de pensamento cujo principal defensor foi o naturalista Georges
Cuvier, segundo a qual as alterações que ocorriam no nosso planeta deviam-se à ocorrência de grandes
catástrofes naturais, como terramotos e inundações.
O Permanentismo, cujo principal apoiante foi o geólogo Charles Lyell, é uma corrente de pensamento
geológico que defendia a existência de continentes e oceanos como estruturas que permaneciam estáveis,
apresentando sempre a mesma posição desde a sua origem.
O Contracionismo explicava a morfologia e posição dos continentes afirmando que a Terra, inicialmente
quente e incandescente, entrou num processo gradual de arrefecimento, o qual conduziu ao aparecimento de
um certo movimento lateral, com formação de fraturas e dobramentos.
1.2. Qual a importância dos diferentes argumentos utilizados para contrariar a Teoria
Contracionista?
R: A descoberta do decaimento radioativo e da sua importância na produção de calor atual colocaram
em causa o dogma central do Contracionismo, segundo o qual a Terra se encontrava em arrefecimento
significativo, capaz de originar contração.
O Contracionismo também não era capaz de explicar o transporte de blocos e as deformações
detetadas nas cadeias montanhosas, se estes se devessem apenas a movimentos verticais resultantes da
contração do planeta.
1.3. Qual a importância do desenvolvimento tecnológico para a Ciência?
R: O desenvolvimento tecnológico, como por exemplo a descoberta do decaimento radioativo, é
importante para obter novos dados, essenciais para apoiar ou contrariar as explicações vigentes num dado
período.
1
1.4. O Contracionismo tem implícito um movimento horizontal de massa continentais.
Explique, à luz do Permanentismo, esse movimento.
R: Durante o século XX o Permanentismo e o Contracionismo foram as hipóteses mais credíveis para
a explicação dos relevos e da dinâmica terrestre. Na perspetiva permanentista, o Contracionismo explicava a
morfologia e a distribuição dos continentes. Segundo esta hipótese, a contração continuada originava uma
movimentação lateral das massas continentais, não admitindo, contudo, a deriva continental através dos
tempos, mas sim uma deriva limitada e associada à formação do planeta durante o seu processo inicial de
arrefecimento e contração.
1.5. Uma das principais críticas à Teoria Contracionista é a de que esta não explica a
diferença de idade verificada na formação das diferentes cadeias montanhosas.
Comente este facto.
R: Se a formação do relevo terrestre se devesse à contração do planeta, todas as cadeias
montanhosas deveriam possuir uma idade semelhante. A descoberta de montanhas formadas em momentos
distintos nega a existência de um fenómeno simultâneo responsável pela sua formação.
1.6. Com base nos exemplos do texto, podemos afirmar que as teorias científicas são
entidades que permanecem estáveis no tempo? Justifique.
R: Com base nos exemplos, podemos concluir que as teorias científicas sofrem ajustes permanentes,
pelo que não permanecem estáveis no tempo. A evolução do conhecimento científico é uma das principais
caraterísticas da construção da ciência.
2.1. Qual o principal argumento usado pelos apoiantes da Teoria das Pontes
Continentais?
2
R: A semelhança ao nível do registo paleontológico dos continentes africano e sul-americano.
2.2. Indique a corrente científica onde se inclui Eduard Suess. Justifique a sua
resposta.
R: As plantas do género Glossopteris são típicas de ambientes glaciares de latitudes elevadas e indicam
que os continentes sul-americano e africano já estiveram em latitudes superiores, o que possibilitou a
formação de glaciares, tendo-se deslocado desde esse momento.
A posição atual dos dois continentes não permitiria a existência de Glossopteris, impossibilitando a sua
dispersão por hipotéticas pontes continentais.
2.4. O estudo dos fundos oceânicos permitiu constatar a ausência de estruturas que
pudessem estar relacionadas com as pontes continentais. Com base no exemplo,
explique a relação entre o desenvolvimento científico e o desenvolvimento
tecnológico.
R: O desenvolvimento tecnológico, ao possibilitar o estudo dos fundos oceânicos, permitiu reunir dados
para refutar a existência de pontes entre diversos continentes no passado, contribuindo para o
desenvolvimento científico.
2.5. Compare as explicações que Wegener e Suess deram para justificar a distribuição
das espécies fósseis.
R: Eduard Suess apoiava a existência de pontes continentais que permitiam a migração e dispersão de
organismos entre os continentes, os quais, segundo ele, sempre ocuparam as posições atuais. Wegener,
pelo contrário, considerava que os continentes estiveram juntos no passado formando um supercontinente, a
Pangeia, com fauna e flora semelhantes, e que, após a sua fragmentação, os continentes derivaram para as
posições atuais.
3. A Teoria da Deriva dos Continentes de Wegener causou muita discussão quando foi
apresentada (1912), acabando por ser rejeitada pela comunidade científica da época.
3.1. Estabeleça a correspondência correta entre os termos da coluna I e as afirmações
da coluna II.
Coluna I Coluna II
4
Figura 2 – Distribuição dos sismos (A) e paleomagnetismo (B, C e D)
4.1. Analise atentamente a imagem A.
a. Quais as regiões do globo que apresentam maior sismicidade?
R: As dorsais oceânicas e as fossas oceânicas, principalmente as que se localizam no Oceano Pacífico.
b. Qual a importância dos estudos sismológicos para apoiar a expansão dos
fundos oceânicos?
R: Os estudos sismológicos permitem constatar que as regiões de maior atividade tectónica
correspondem às dorsais médio-oceânicas, em que ocorre expansão dos fundos oceânicos, gerando uma
5
intensa atividade sísmica. Por sua vez, o consumo de crusta nas fossas oceânicas gera também atividade
sísmica muito significativa.
4.2. Observe as figuras B, C e D respeitantes aos estudos efetuados na década de
sessenta.
a. Como varia a idade das rochas do fundo oceânico com o afastamento em
relação ao rifte?
R: A idade das rochas é maior com o aumento da distância do rifte.
b. Em que medida a existência de rochas com diferentes registos magnéticos
suporta a expansão dos fundos oceânicos?
R: A existência de rochas com magnetismo diferente indica que as mesmas se formaram em momentos
diferentes, suportando a ocorrência contínua de produção de crusta oceânica e consequente expansão dos
fundos oceânicos.
c. Compare a idade e o magnetismo registados nas rochas nos dois lados do
rifte.
R: A idade e o registo magnético dos dois lados do rifte são iguais, formando um padrão de bandas com
a mesma idade e registo magnético.
d. Qual a importância de estudar o relevo, a idade e o paleomagnetismo das
rochas da crusta oceânica?
R: O relevo da crusta permitiu detetar a existência de cadeias montanhosas que formam uma dorsal
médio-oceânica, enquanto que a conjugação de estudos de paleomagnetismo e de datação das rochas
permitiu verificar que ocorre a expansão dos fundos oceânicos ao nível dos riftes.
4.3. Distinga polaridade normal e polaridade inversa.
R: Diz-se que uma rocha tem polaridade normal quando apresenta o mesmo magnetismo que o campo
magnético atual. No caso contrário, diz-se que a rocha apresenta polaridade inversa.
R: Só após os estudos da morfologia dos fundos oceânicos, associados à obtenção de rochas e sua
datação, bem como o registo das suas anomalias magnéticas, foi possível obter dados para provar a
ocorrência de expansão dos fundos oceânicos e formular a Teoria da Tectónica de Placas.
6
5. Observe atentamente a figura 3.
6. O fluxo de energia na Terra, sob a forma de calor (fluxo térmico), pode ocorrer por três
mecanismos distintos: radiação, convecção e condução.
7
Figura 4 – Variação do fluxo térmico à superfície da Terra
6.1. Quais as regiões que apresentam:
a. Maior fluxo térmico?
R: As regiões associadas a riftes oceânicos, principalmente as dorsais oceânicas do Pacífico, Índico e
Atlântico.
b. Menor fluxo térmico?
R: Regiões continentais.
6.2. Explique as diferenças encontradas tendo em conta a tectónica de placas.
R: A crusta oceânica, sendo menos espessa do que a crusta continental, apesenta em média um fluxo
térmico superior. Nas regiões de rifte, devido ao estiramento da crusta oceânica e ascensão de elevadas
quantidades de magma, constata-se um elevado fluxo de energia.
6.3. Compare o fluxo térmico existente em Portugal Continental e no arquipélago dos
Açores.
R: O fluxo térmico é superior na região dos Açores.
6.4. Apresente uma explicação para as diferenças detetadas na questão anterior.
R: Os Açores localizam-se na crusta oceânica e na proximidade da dorsal oceânica, enquanto o
território de Portugal Continental é formado por crusta continental, mais espessa e fria, com um menor fluxo
térmico.
6.5. Em que medida os dados apresentados permitem verificar que a maioria do calor
é transferido por mecanismos de convecção e não de condução?
R: Se os mecanismos de condução fossem os mais importantes o fluxo térmico seria semelhante entre
as diferentes regiões do globo. As diferenças presentes na figura 4 implicam a existência de mecanismos de
convecção que permitem a ascensão do material magmático até à superfície em determinadas regiões do
globo.
8
Figura 5 - Tomografia sísmica. O material frio, rígido e denso é identificado pelas cores azuis,
em que as ondas S se propagam mais rapidamente
9
8. Nas camadas interiores da Terra encontram-se ativos fenómenos de convecção e de
condução de energia. A convecção é o
principal mecanismo responsável pelo fluxo
de energia na Terra.
10
9.1. Compare a altitude da montanha
em A e B.
R: A montanha em B apresenta uma altitude
menor.
9.5. Em que medida as propriedades físicas do manto são essenciais para explicar as
diferenças anteriores?
R: O manto, por ser menos rígido do que a crusta, permite a ocorrência de movimentos verticais e
laterais, pois o material pode deslocar-se, embora a velocidades muito reduzidas.
11
9.7. Os sedimentos formados nos continentes são, na sua maioria, transportados para
bacias oceânicas. Quais os impactes ao nível do equilíbrio isostático?
R: Nas bacias sedimentares ocorre a acumulação dos sedimentos removidos das regiões continentais,
provocando o afundamento da crusta, para atingir um equilíbrio isostático (anomalia isostática positiva).
10. Estudos realizados em praias dos países nórdicos, cobertos por glaciares na última
glaciação, permitiram descobrir depósitos marinhos que se podem encontrar 300 m acima
do atual nível do mar. Datações de conchas marinhas fósseis com o isótopo C-14
permitiram verificar que possuem uma idade inferior a 14 000 anos.
Bom trabalho!
13