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E-BOOK GRATUITO - @bomnodireito

COMO VENCER A 2ª FASE ENCANTANDO


O EXAMINADOR.

www.portalbnd.com.br
Valter Ventura (000.000.000-00) COMO VENCER A 2ª FASE ENCANTANDO O EXAMINADOR. www.portalbnd.com.br

Índice

1. Encartes 3
1.1 COMO VENCER A 2ª FASE ENCANTANDO O EXAMINADOR (2ºEdição) 4

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Encartes

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COMO VENCER A 2ª FASE ENCANTANDO O EXAMINADOR

(2ºEdição)

ÍNDICE

1. UM ALERTA INICIAL 05

2. A HISTÓRIA POR TRÁS DA HISTÓRIA 07

3. A ETAPA SUBJETIVA: SEU PRIMEIRO ENCONTRO COM O EXAMINADOR 11

4. OS NOVOS PARADIGMAS DA ETAPA SUBJETIVA. A ERA DA COESÃO,


15
COERÊNCIA E FLUIDEZ TEXTUAIS.

5. PEQUENAS FALHAS QUE CORROEM A PONTUAÇÃO E ELIMINAM AS CHANCES


18
DE APROVAÇÃO

6. POSTURAS DE SUCESSO E AS NOVAS HABILIDADES EXIGIDAS NA 2ª FASE 30

7. O MITO DO “NINGUÉM APRENDE A ESCREVER” 39

8. COMO SAIR DA MÉDIA NA ETAPA SUBJETIVA 43

MODELO DE DEVOLUTIVA BND 47

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1. UM ALERTA INICIAL

No presente e-book vou te contar os principais erros cometidos por quem não consegue obter
aprovação na etapa discursiva, ou até consegue êxito, mas o rendimento é insuficiente e perde
tantas posições que deixa escapar a chance de posse.

Vou além! No decorrer do livro você encontrará um catálogo das novas habilidades assimiladas
e melhores práticas seguidas pelos aprovados, bem como vários pontos de reflexão que talvez
nunca tenham passado pela sua cabeça, mas que certamente despertarão o sentimento de
surpresa e a certeza de que há um caminho para ser melhor na construção de textos
discursivos.

Enfim, aqui você perceberá que não está sozinho. Vamos nessa?

Quem sou eu?

Meu nome é Valter Ventura (@valterventurav). Sou Procurador da Fazenda Nacional, Master
Coach, professor em cursos preparatórios para concursos, palestrante e co-fundador do Bom no
Direito - BND. Fui aprovado em 5 concursos de nível superior (procuradorias), em dois
ciclos de estudo distintos, separados por uma década de diferença (2 aprovações em
2005/2006 e 3 aprovações em 2015/2016). Esses foram os concursos em que passei:

1. Procurador da Fazenda Nacional (2005/2006)


2. Procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas do Ceará (2007).
3. Procurador do Estado do Rio Grande do Norte (2014/2015).
4. Procurador da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (2015).
5. Procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas dos Municípios/GO (2016 –
3º lugar).

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Logo após o encerramento do meu segundo ciclo de estudo para concursos públicos, que se
deu precisamente em 2016 com a realização de prova oral no certame para o cargo de
Procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas dos Municípios/GO, decidi
aproveitar o momento e compartilhar gratuitamente minhas experiências como concursando, e
principalmente conteúdo jurídico relevante.

Para tanto, criei despretensiosamente um perfil no Instagram – o perfil @bomnodireito. Era lá


que quase diariamente eu resolvia questões discursivas e de prova oral, com o único intuito de
fazer com que aqueles textos pudessem auxiliar os “ainda concursandos”.

Peço permissão para - muito brevemente (sei que o tempo do leitor é curto!) - compartilhar um
“pedaço” dessa história. Vamos lá?

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2. A HISTÓRIA POR TRÁS DA HISTÓRIA

Contar histórias é sempre algo desafiador. Mas nesse caso não há como fugir do desafio, pois a
história do presente e-book se confunde com a própria história do @bomnodireito,
carinhosamente conhecido como BND.

Em meados de 2016, eu havia acabado de encerrar o segundo ciclo de estudo para concursos
públicos e tinha o desejo de compartilhar minhas vivências na área. O Instagram foi a
ferramenta escolhida...e Jorge Ottoni o parceiro de caminhada.

Ficávamos até tarde escrevendo postagens, principalmente respostas às questões discursivas e


de prova oral que encontrávamos por aí, dos mais diversos concursos. Depois, era só ir lá no
perfil e compartilhar. Como era bom ler os comentários, sentir que havia uma troca com os
leitores.

A coisa foi ganhando corpo. Em pouco tempo já haviam alguns milhares de seguidores. Como
eram muitos os pedidos para que fizéssemos um material voltado à preparação para a etapa
discursiva, decidimos profissionalizar o trabalho e criamos um site com o intuito de fornecer
questões discursivas por meio de periódicos, que chamamos de Revistas Quebrando a Banca!.

Curiosamente, em apenas 15 dias do lançamento das Revistas, recebemos um contato


inusitado e surpreendente. Uma querida leitora, que acompanhava o perfil no Instagram, nos
encaminhou uma mensagem via direct. Perguntou se tínhamos interesse em montar um curso
de resolução de questões discursivas para o concurso da Magistratura Federal (TRF da 5ª
Região). Disse que participava de um grupo no WhatsApp, com aproximadamente 130
interessados.

Aquilo foi uma grande surpresa, na verdade um imenso susto. Ficamos atônitos. Não sabíamos
como conciliar a elaboração das Revistas, que já consumia bastante energia, com a montagem
de um curso nesses moldes...e para tantas pessoas.

Mas Jorge e eu compartilhamos do mesmo “defeito”: adoramos um desafio.

Lembro-me como se fosse hoje. Eu estava de férias e passamos um dia inteiro discutindo sobre
a viabilidade do curso, e como montar um programa que pudesse ser diferente de tudo o que
havia no mercado. Batemos o martelo e aceitamos o convite.

Nosso propósito era claro: não íamos ofertar um simples curso de correção “personalizada”
(cara-crachá), como a maioria dos cursinhos se limita a fazer, mas sim um verdadeiro programa
de transformação em termos de habilidade redacional.

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Tudo foi “milimetricamente” pensado, inclusive a equipe. Me coube o papel de elaborar o


método de trabalho e a ficha de avaliação.

Especificamente sobre a ficha de avaliação, a famosa “devolutiva”, montei orientado pelo mais
puro sentimento de empatia, ou seja, como se eu fosse um dos participantes do programa.
Pensei em cada detalhe, e principalmente em um método avaliativo que pudesse ser sistêmico
e englobasse aspectos formais (estéticos), textuais e ligados ao conteúdo técnico.

A primeira versão da devolutiva foi compartilhada com o nosso time, que a debateu
amplamente. Juntos, fizemos os devidos aprimoramentos e incrementos...e assim nascia o
MÉTODO BND DE CORREÇÃO CONSTRUTIVA.

Mas o que é isso?

Como já dito, é uma metodologia que promove a avaliação das respostas por meio de
devolutivas completas, que asseguram uma análise sistêmica dos participantes e engloba não
apenas os aspectos jurídicos; vai além, aprofunda também nos aspectos morfossintáticos, de
correção gramatical e de paralelismo textuais (confira um modelo de devolutiva BND ao final
deste e-book).

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O mais legal disso tudo foi perceber o estado de encantamento e a transformação daqueles que
acreditaram no método e nos deram um voto de confiança. Vejamos algumas manifestações:

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Os depoimentos acima vieram de pessoas que tinham muita dificuldade em provas discursivas,
seja porque estavam fazendo a etapa subjetiva pela primeira vez, seja porque sentiam a
necessidade de aprimorar a habilidade de escrever textos discursivos. Tivemos até mesmo
situações inusitadas...de alunos que estavam participando da 2ª fase pela décima segunda vez.

É justamente sobre essas dificuldades comuns que falaremos nos próximos tópicos.

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3. A ETAPA SUBJETIVA: SEU PRIMEIRO ENCONTRO COM O EXAMINADOR

Na 1ª fase basta lembrar o que a lei, doutrina ou jurisprudência afirmam para marcar
corretamente as “bolinhas” do gabarito, cujas respostas são aferidas automaticamente por uma
máquina. A bem da verdade, você nem entra em contato com o seu examinador...

A partir da 2ª fase, porém, o jogo muda completamente! Isso porque o conhecimento do


candidato passa a ser aferido diretamente por outro ser humano e, desse modo, você precisa
dominar a arte de se comunicar com o examinador dentro dos limites e tensões da prova
subjetiva.

Dessa fase em diante, não basta saber o conteúdo. É necessário saber se expressar de forma
eficiente. Não há um único “roteiro” para você se expressar bem numa prova. Isso dependerá de
uma série de fatores casuais, como o número de questões, número de linhas disponíveis e o
tempo de prova.

Uma comunicação eficiente em uma dissertação de 120 linhas certamente não é a mesma de
uma questão de 15 linhas. Existem estratégias diferentes para cenários diferentes.
É fundamental conhecê-los e praticá-los antes de enfrentar uma prova subjetiva, sob pena de
ter que encarar mais uma reprovação...e na 2ª fase a queda dói mais...

A etapa discursiva costuma ser a maior responsável pela definição das colocações no certame.
De nada adianta acertar 95% da prova na etapa objetiva, se na discursiva o desempenho se
mostrar insuficiente e você perder diversas posições...e assim também a chance de ficar dentro
das vagas....

Aliás, uma das dores mais comuns vindas de alunos que já estão “voando baixo” em provas
objetivas é a seguinte: “Professor, eu estava em primeiro/segundo lugar na objetiva, mas não fui
bem na discursiva. Caí 30 posições e terminei o concurso fora das vagas”.

Tais comentários comprovam que a 2º fase é realmente um “outro mundo”, o jogo muda
completamente, e, portanto, a sua preparação também deve ser adaptada. Você precisa
mostrar que sabe muito mais do que marcar uma “bolinha”.

Mais do que simplesmente saber o tema, você deve demonstrar que possui raciocínio jurídico e
que organiza suas ideias de maneira lógica, entrelaçada e evolutiva. Tudo isso em situações
bastante variáveis em termos de tempo e espaço. Essa é a razão pela qual, para grande parte
dos candidatos, a etapa subjetiva costuma ser a mais difícil e traumática.

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A começar pela metodologia de estudo, pois NÃO SÃO POUCOS os candidatos que sequer
sabem como estudar de maneira eficiente para a etapa discursiva.

Até porque essas diretrizes não costumam ser ensinadas nos livros e manuais. E, mesmo que
fossem, a leitura sem prática não seria suficiente.

Eu, Valter, por exemplo, precisei de algumas reprovações na etapa subjetiva até perceber que
havia um caminho que me levaria a ser melhor na construção de textos discursivos. Vou
compartilhar um pouco da minha história, e talvez você se identifique.

O primeiro grande equívoco que cometi - durante muito tempo - foi o de não conhecer os editais.
Eu simplesmente não fazia ideia dos critérios que podiam orientar a correção das questões
discursivas.

Nunca me esqueço de uma prova subjetiva em que nós (eu era um dos milhares de candidatos)
fomos obrigados a dissertar sobre o controle de constitucionalidade em 30 linhas. O enunciado
foi lançado de maneira propositalmente aberta, sem perguntas tópicas para fins de orientação
(roteiro).

Lembro-me como se fosse hoje. A turma saiu da prova e comentou: “Nossa, viram aquela
questão de controle de constitucionalidade? Como pode a banca examinadora fazer uma
questão dessa, nivelando por baixo? É um desrespeito com a gente, que estuda tanto os
assuntos mais complexos...para cair uma questão fácil dessas...”.

Pois bem. Quando saiu o resultado, praticamente ninguém conseguiu pontuar acima de 50%
naquela questão. De toda a prova, foi de longe a questão em relação à qual os candidatos
tiraram as piores notas. A princípio, todos os candidatos ficaram atônitos. Mas...quando saiu o
espelho, tudo ficou claro!

O examinador elaborou propositalmente um espelho com muitos pontos de abordagem no


espaço de 30 linhas, mediante a utilização de um aprimoradíssimo poder de concisão/síntese.

Praticamente a cada 3 linhas havia uma nova informação relevante, com destaque no espelho e
atribuição de pontuação específica no quadro avaliativo. E a quase totalidade dos candidatos
simplesmente não conseguiu lembrar nem da metade desses pontos, de modo que a pontuação
foi generalizadamente inferior a 50% nessa questão.

Então, pela primeira vez na vida tive a curiosidade de tentar compreender os critérios de
pontuação estabelecidos no edital, e lá pude verificar que haviam cinco tópicos eleitos para fins
de avaliação, cuja pontuação máxima era de 10,00 pontos por questão.

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Os dois primeiros critérios envolviam aspectos materiais e totalizavam 5,00 pontos, a saber:

- seleção relevante do conteúdo (3,00 pontos) e


- fundamentação teórica adequada (2,00 pontos).

Os demais três critérios estavam ligados a aspectos formais/linguísticos e também totalizavam


5,00 pontos, quais sejam:

- clareza na argumentação (2,00 pontos),


- linguagem apropriada ao conteúdo (1,00 ponto) e
- capacidade de análise e síntese (2,00 ponto).

Pude perceber, com um leve aprofundamento de percepção, que o examinador havia criado um
cenário de tensão inimaginável aos olhos dos candidatos – justamente naquela “desdenhada”
questão.

Isso porque, como praticamente nenhum candidato conseguiu lembrar de mais da metade dos
pontos de abordagem constantes do espelho, o examinador teve abertura para, imediatamente,
cortar mais da metade da pontuação nos dois critérios materiais e, automaticamente, zerar a
pontuação no critério “capacidade de análise e síntese”.

Desse modo, matematicamente ficou impossível obtermos pontuação superior a


55%...justamente naquela questão considerada ”tão fácil“ pelos candidatos.

O examinador, a bem da verdade, criou uma verdadeira armadilha...valendo-se tão somente das
regras editalícias, que usualmente são ignoradas durante a preparação para a etapa subjetiva.

Curioso perceber que praticamente todos os candidatos sorriram e desdenharam ao ler aquele
enunciado, achando que certamente gabaritariam a questão, afinal, o tema controle de
constitucionalidade, pelo que comentado nos corredores pós-prova, era ”tranquilo“ e
amplamente dominado.

Essa situação real nos mostra os três primeiros erros fatais dos candidatos, a saber:

- DESCONHECIMENTO DO EDITAL (REGRAS DO JOGO)


- DESCONHECIMENTO DAS POSSÍVEIS TIPOLOGIAS OU PERFIS DE ENUNCIADOS.
- ERRO DE IDENTIFICAÇÃO DO CONTEÚDO RELEVANTE

Mas...não para por aí!

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Há uma série de outros erros que muitos candidatos cometem diariamente, sem qualquer noção
de que estão sendo prejudicados em termos de pontuação.

Isso, por ainda nutrirem a equivocada percepção de que basta citar o artigo de lei exigido pelo
examinador, ou o entendimento jurisprudencial predominante...que a pontuação máxima estará
assegurada.

Sinto informar. Não é bem assim. No próximo tópico darei exemplos concretos de erros
aparentemente banais, mas que na prática corroem a pontuação dos candidatos...como um rato
rói um pedaço de queijo. Isso porque os tempos mudaram! Vejamos!

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4. OS NOVOS PARADIGMAS DA ETAPA SUBJETIVA. A ERA DA COESÃO, COERÊNCIA E


FLUIDEZ TEXTUAIS.

Sem qualquer gracejo de soberba, gostaria de compartilhar que a vida me deu a oportunidade
de algumas vezes ser convidado para atuar como examinador, seja elaborando questões para a
etapa objetiva, seja elaborando e corrigindo questões discursivas em concursos que exigiam
estudo em alto rendimento.

Além disso, após ter desenvolvido o MÉTODO BND DE CORREÇÃO CONSTRUTIVA, pude
aprofundar minhas percepções ao avaliar centenas de respostas em programas de treinamento
reta final envolvendo diversas carreiras jurídicas de alto nível (a exemplo da magistratura e
advocacia pública).

Me dediquei incansavelmente, também, a avaliar questões discursivas oficiais e respectivos


espelhos, e assim tentar compreender como funciona a métrica e o processo de criação de
enunciados diante das variadas tipologias existentes.

O mais curioso disso tudo foi perceber que houve uma severa mudança na mentalidade das
bancas examinadoras ao longo do tempo, circunstância que acabou gerando uma significativa
alteração na própria metodologia de correção empreendida em grande parte das provas de 2ª
fase.

Notei que antes (em um passado não tão remoto assim) as bancas examinadoras privilegiavam
basicamente os aspectos materiais ligados ao conteúdo jurídico propriamente dito, sem
qualquer preocupação mais criteriosa acerca dos aspectos linguísticos e textuais.

Essa configuração, que trazia uma certa “zona de conforto” aos candidatos, vem sendo
paulatinamente desconstruída. A bem da verdade, pode-se dizer que foi praticamente
abandonada.

De uns tempos para cá, as próprias instituições públicas (Tribunais Regionais Federais,
Tribunais de Justiça, Ministério Público, Procuradorias, Defensorias etc) sentiram a necessidade
de exigir que, na lista de aprovados, passem a figurar apenas os candidatos que realmente
sabem elaborar textos discursivos de maior impacto, isso considerando todas as possíveis
projeções: estética (visual), formal e material.

A antiga metodologia de correção funcionava com base na lógica do “cara-crachá”. Bastava citar
o dispositivo legal ou o entendimento jurisprudencial predominante para se alcançar a nota 10,
ainda que o texto fosse construído de maneira desorganizada e desconexa. Ou seja, a tessitura
dissertativa, os mecanismos de coesão/coerência e morfossintáticos eram relegados a segundo

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plano.

Esse cenário já não faz parte da realidade atual. Hoje, as bancas examinadoras (sejam próprias
ou profissionais) costumam avaliar as respostas e efetuar as correções segundo o “método
comparativo”, de modo que não basta mais somente acertar o conteúdo jurídico...é necessário –
simultaneamente - construir um texto dissertativo de destaque...que seja fluído, claro e objetivo.

Vivemos, portanto, a era da coesão, coerência e fluidez textuais.

Prova disso é que vários editais passaram a enquadrar os aspectos linguísticos e


morfossintáticos dentro do tópico “conteúdo”, inclusive para fins de pontuação, senão vejamos o
que constou do recente edital do TJ-BA (2018-2019):

Do recorte editalício - acima em destaque - é possível perceber, já no item 9.8.1., que há uma
determinação expressa para que o candidato produza os textos primando pela coerência e pela
coesão.

Um pouco mais abaixo, precisamente no item 9.8.2.2, o edital deixa claro que a apresentação
textual, a estrutura textual e o desenvolvimento do tema comporão a nota relativa ao
domínio do conteúdo (NC).

Veja com os seus próprios olhos, caro leitor, que hoje já não basta simplesmente estudar e
conhecer o conteúdo jurídico em si (leia-se: as disciplinas constantes do edital). É preciso ir
além, e saber construir respostas que sejam apresentáveis e bem estruturadas. Isso significa

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construir textos que tenham tessitura, que sejam corretamente entrelaçados por meio do uso de
conectivos.

A razão é simples. Os aspectos linguísticos e textuais estão passando a fazer parte da NOTA
DE CONTEÚDO, e esse movimento, ao que tudo indica, parece ser irreversível.

No próximo tópico veremos, dentro dessa nova perspectiva, uma série de erros que antes
“passavam batidos” pelas bancas, mas que hoje podem acarretar a perda de preciosos pontos
na hora da correção.

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5. PEQUENAS FALHAS QUE CORROEM A PONTUAÇÃO E ELIMINAM AS CHANCES DE


APROVAÇÃO

“Quanto mais eu me conheço, mais eu me curo e me potencializo”.


José Roberto Marques

Muita gente crê que para ser extraordinário é preciso dar tudo de si, romper todas as barreiras e
limites, se for o caso, chegando inclusive à exaustão física e mental. Diante dessa verdadeira
imposição de que devemos ser praticamente super-heróis, a denominada “Ditadura do
Extraordinário”, as pessoas acabam esquecendo que o maior poder do autoconhecimento está
na simplicidade de conhecer os próprios erros.

No âmbito da etapa subjetiva, por exemplo, muita gente acredita que se ainda não passou...é
porque não estudou o suficiente para passar. Isto é, ainda não leu todas as doutrinas
disponíveis no mercado ou ainda não assistiu as aulas daquele professor “x mitológico”. O
pensamento é sempre o de que está faltando conteúdo.

Mas...como explicar a situação de candidatos que já estão acostumados a avançar para a 2ª


fase entre as primeiras colocações, com média de aproximadamente 90% de acerto na etapa
objetiva, e que já participaram de pelo menos 5 ou 6 etapas subjetivas, leram praticamente
todas as doutrinas relevantes disponíveis, estudam forte há pelo menos 5 anos e, mesmo
assim, sempre perdem muitas posições na etapa subjetiva e ficam longe das vagas?

Talvez o problema dessas pessoas não seja propriamente falta de conteúdo técnico, e sim a
ausência de uma autocrítica adequada, de um mapeamento do que está dando errado. Enfim,
talvez o grande vilão seja a falta de autoconhecimento no que tange aos próprios erros.

Ora, é somente a partir de uma análise mais profunda sobre os próprios erros cometidos que o
ser humano consegue trabalhar os necessários reajustes comportamentais.

No reduto das questões discursivas, pude perceber, após centenas de correções, que há uma
série de erros comuns que, por incrível que pareça, são cometidos de maneira generalizada e
que não tem nada a ver com o conteúdo técnico-jurídico propriamente dito.

São pequenas falhas estéticas, estruturais, textuais ou de estratégia que, somadas, podem
corroer a pontuação e eliminar as chances de aprovação.

Cataloguei algumas mais simbólicas, que agora faço questão de compartilhar com vocês.
Vejamos:

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APONTAMENTOS SOBRE LETRA/CALIGRAFIA

Resposta do aluno:

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Devolutiva do professor:

Veja, caro leitor, que essa aparente “bobeira” pode abrir espaço para que um examinador mal-
humorado (e mais criterioso!) retire preciosos pontos em razão de cada palavra ilegível não
compreendida. Superar isso em recurso, ou mesmo judicializando a correção, nunca é tarefa
fácil. A atuação preventiva é sempre o melhor caminho.

E você, muitas vezes por falta de um feedback sincero e até com vergonha (desnecessária,
frise-se) em aceitar se submeter a uma atividade de caligrafia, acaba sendo prejudicado por
questões laterais – não afetas ao mais importante, que é o conteúdo técnico-jurídico.

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CORTE TEMÁTICO INADEQUADO NA INTRODUÇÃO

Nota preliminar de esclarecimento: O enunciado da questão selecionada exigia que o


participante dissertasse sobre o cabimento do IDPJ em sede de Execução Fiscal, e o aluno
pecou na introdução - ao escrever as 22 primeiras linhas tangenciando exclusivamente o tema
“Execução Fiscal”, em vez de privilegiar o ponto central de abordagem, qual seja, o IDPJ.

Resposta do aluno:

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Devolutiva do professor:

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ABORDAGEM CRONOLÓGICA INADEQUADA.

Nota preliminar de esclarecimento: o exemplo abaixo é bastante corriqueiro em certames nos


quais são exigidas questões estilo “Dissertação”, a exemplo dos concursos para ingresso na
Magistratura Federal e no Ministério Público. Muitas vezes os candidatos desejam impressionar
o examinador e fazer alguma abordagem no tempo (cronológica), mas acabam se perdendo e
invertendo a ordem dos fatos. Vejamos.

Resposta do aluno:

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Devolutiva do professor:

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GESTÃO ESPACIAL INADEQUADA

Enunciado:

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Devolutiva do professor:

Essa talvez seja a situação que mais causa dor e desconforto nos candidatos, justamente
porque a falta de gestão espacial impede que o concursando decline todo o conteúdo que tem
assimilado em sua mente. Os examinadores sabem disso, e não raro elaboram questões
simples sob o ponto de vista temático, entretanto complexas no que tange à gestão do espaço
(muitos pontos de abordagem para poucas linhas disponíveis).

A intenção é uma só: desestabilizar emocionalmente os candidatos!

O que dizer, ainda, das falhas de coesão ou coerência textuais, muitas vezes desconhecidas
por parte dos candidatos. Aliás, boa parte dos estudantes sequer sabe diferenciar, com
precisão, coesão de coerência.

Imagine a seguinte construção feita por determinado candidato, em uma situação hipotética de
questão discursiva versando sobre o tema ”Princípios Tributários“:

A Constituição da República Federativa do Brasil destacou parcela significativa de seu


texto para tratar do sistema tributário nacional. Ela prevê, dentro desse amalgama
normativo, importantes dispositivos de feição principiológica, com grande destaque para
o art. 150.

A passagem imaginária acima transcrita, a rigor não deveria ensejar risco de perda de
pontuação, por não apresentar qualquer incorreção grave ou teratológica. Acontece que nem
toda banca examinadora adota os mesmos padrões de correção. Há instituições mais

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flexíveis...e outras extremamente rigorosas na parte linguística do texto.

No exemplo acima, há dois pequenos detalhes que poderiam ser utilizados como critério de
perda de pontuação por parte de examinadores excessivamente rigorosos, ainda que tal postura
resultasse em recursos administrativos ou, até mesmo, em ações judiciais.

O primeiro detalhe tem a ver com o fato de a expressão “sistema tributário nacional” ter sido
escrita com as iniciais minúsculas. Embora do ponto de vista ortográfico exista controvérsia
sobre a obrigatoriedade de a aludida expressão ser escrita com as iniciais maiúsculas, o
candidato mais prudente evitaria correr riscos. Para tanto, se “blindaria” contra eventual perda
de pontos e escreveria a expressão com as iniciais maiúsculas.

O segundo detalhe envolve a utilização do pronome pessoal “Ela” ao início do segundo período,
como mecanismo de coesão referencial, ou seja, referindo-se à Constituição Federal, que,
evidentemente, não é pessoa. Aqui, portanto, há uma singela falha de coesão textual, pois não
é adequado utilizar um pronome pessoal para se referir ao que não seja pessoa. A banca mais
rigorosa poderia retirar preciosos pontos do candidato hipotético.

Lembre-se:

Pessoas à Pronomes pessoais


Coisas à Pronomes demonstrativos

Em vez de “Ela prevê...”, o hipotético candidato poderia ter escrito ”A Carta prevê...“.

Parece preciosismo sem importância, contudo, na prática, infelizmente algumas bancas


passaram a agir com esse excesso de rigor. Não custa nada estar atento e adotar posturas
linguísticas de autoproteção.

Vale compartilhar, também, o lamentável episódio de uma aluna que deixou de se tornar
Procuradora da Fazenda Nacional simplesmente pela utilização inadequada de um neologismo.
Isso mesmo! A palavra ”inobstante“ tirou a candidata da disputa, pois foi utilizada 6 vezes em
uma das peças práticas (2015-2016), gerando sucessivas perdas de pontuação por incorreção
ortográfica.

É preciso ter muito cuidado com neologismos, pois mesmo aqueles que possuem forte uso
prático e aptidão para incorporação oficial ao Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa
(VOLP) por meio de reconhecimento conferido pela Academia Brasileira de Letras, poderão
ensejar a perda de pontuação caso ainda não tenha ocorrido a aludida incorporação.
É justamente o caso da palavra ”inobstante”.

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Há, ainda, outros inimigos capitais da coesão textual, a saber:

a) Repetição excessiva das mesmas palavras como mecanismos de coesão


referencial. Ex: Candidato que escreve 8 vezes a palavras “rol” em uma mesma
resposta de até 30 linhas. Isso demonstra evidente pobreza de vocabulário. Poderia
muito bem o aspirante ao cargo público ter se utilizado de pelo menos 3 sinônimos
(acervo, lista, catálogo, listagem, enumeração...).
b) Utilização inadequada de conectivos como mecanismos de coesão sequencial.
Ex: Candidato que utiliza a conjunção “posto que” em sentido causal/explicativo. Erro
crasso! A bem da verdade, a conjunção “posto que” tem feição concessiva, tal como
”embora“ e “conquanto”.

Curiosidade: Talvez a utilização em massa (e de maneira equivocada!) da conjunção “posto


que” com feição causal/explicativa, principalmente no meio jurídico, tenha origem em equívoco
cometido por um de nossos maiores ídolos artísticos, o Poeta e Diplomata Vinícius de Moraes,
que em seu “Soneto de Fidelidade” escreveu a célebre frase “Que não seja imortal, posto que
é chama...mas que seja infinito enquanto dure”.

A lógica estabelecida foi a seguinte:

- O amor não é imortal porque é chama, fogo.


- Já que o amor é chama, morre.

Acontece que, como já dito, a locução “posto que” não é causal, e sim concessiva, ou seja, sua
natural vocação é iniciar uma oração subordinada que exprime oposição ao que é dito na
oração principal, não sendo capaz, porém, de anular ou impedir o fato mencionado.

Vinícius errou, então? Não! Ele se utilizou do que se conhece por licença poética, que é a
liberdade que toma o poeta, algumas vezes, de transgredir as normas da poética ou da
gramática.

Caso ele não se utilizasse dessa prerrogativa e quisesse escrever dentro das normas cultas da
Língua Portuguesa, teria que usar uma conjunção (ou uma locução conjuntiva)
causal/explicativa, que são, por exemplo, as seguintes: porque, porquanto, já que, visto que,
uma vez que etc.

ATENÇÃO MÁXIMA: EM PROVAS DE CONCURSO PÚBLICO NÃO EXISTE LICENÇA


POÉTICA. SE ERRAR, É CORTE NA PONTUAÇÃO!

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Para além dos erros de coesão, existem também as falhas de coerência...que igualmente
corroem a pontuação como a maresia enferruja um pedaço de ferro.

Um dos equívocos mais comuns e que gera corte na pontuação é a POLISSEMIZAÇÃO


INDEVIDA. Imagine o candidato, em uma questão discursiva, chama de réu quem ainda é
indiciado, ou de crime o que é contravenção.

Nessas hipóteses, há evidente FALHA DE COERÊNCIA, que pode acarretar a perda de


preciosos pontos.

Também é possível citar outros inimigos capitais da coerência textual, a saber:

a) Redundância. Ex: O candidato escreve sucessivos parágrafos versando sobre o


mesmo ponto de abordagem constante do enunciado, quebrando, assim, a
progressividade temática e deixando o texto enfadonho e cansativo.
b) Contradição. Ex: O postulante faz afirmações contraditórias.
c) Desconexão temática (a famosa fuga ao tema).

A sequência de erros - acima demonstrada - confirma que a etapa subjetiva exige um


comportamento muito mais ativo por parte dos candidatos. Como dito acima, hoje já não basta
simplesmente estudar e conhecer o conteúdo jurídico em si (leia-se: as disciplinas constantes
do edital). É preciso ir além! Os candidatos têm obrigação de saber construir respostas
apresentáveis e bem estruturadas.

Nos últimos 12 anos da minha trajetória como professor, mentor e examinador, pude perceber
que os aprovados possuem um padrão de comportamento uniforme durante a preparação.
É como se adotassem, de maneira até padronizada, certas POSTURAS DE SUCESSO.

Não só isso. Os concorrentes bem-sucedidos compreendem, de maneira muito clara, que a


etapa subjetiva exige a incorporação de NOVAS HABILIDADES.

Que novas habilidades são essas? É o que veremos no próximo tópico!

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6. POSTURAS DE SUCESSO E AS NOVAS HABILIDADES EXIGIDAS NA 2ª FASE.

Após termos visto uma quantidade significativa de erros mais comuns cometidos pelos
candidatos na etapa subjetiva, chegou o momento de compartilharmos as POSTURAS DE
SUCESSO adotadas por aqueles que costumam ser aprovados.

Como já afirmado, a segunda fase é uma etapa bem diferente do concurso. Nessa etapa o
aluno não será mais tão explorado no conteúdo jurídico geral. O estudo, assim, deve ser
predominantemente estratégico e direcionado.

Em geral, as bancas de concursos para ingresso em carreiras jurídicas são compostas de


membros com boa formação acadêmica. Mas não raro acontece de nem todos os examinadores
serem acadêmicos ou terem experiência na formulação e correção de questões. Tal
circunstância costuma resultar em questões dúbias, mal redigidas/formuladas e complexas.

Por isso, tão importante quanto o conhecimento técnico é saber interpretar os enunciados,
identificar o conteúdo exigido e planejar uma resposta precisa (e, sempre que possível,
concisa).

Para orientá-los a interpretar e responder as questões escritas, reuni as dicas mais preciosas
extraídas de diálogos que tive com vários candidatos aprovados em concursos que exigem
estudo em alto rendimento. Vejamos.

1ª Leitura ativa da questão

Alguns enunciados pouco ortodoxos exigem muita atenção e leitura repetida (embora essas
leituras precisem ser bastante rápidas, em virtude do exíguo tempo). Em regra, o candidato não
deve se limitar a apenas correr os olhos no enunciado. Já na primeira leitura, deve sublinhar as
palavras e conceitos chaves e anotar - à margem - o nome das teorias ou princípios aplicáveis,
sempre lembrando também de destacar fatos relevantes.

Ao refazer a leitura, deve o candidato buscar perceber o problema central da questão.


É importante anotar esse problema na folha de rascunho. Feito isso, é recomendável que o
candidato tente minutar um pequeno sumário, com introdução (expondo conceitos),
desenvolvimento (relatando o problema central e as hipóteses de resolução) e conclusão por
uma das hipóteses, fundamentando com lei, doutrina e jurisprudência.

À primeira vista pode parecer que esse procedimento toma muito tempo, mas com o treino você
vai perceber que é possível se adaptar e entrar na prova preparado para não se espantar com a

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“correria”.

A título de exemplo, imagine que no seu caderno de prova constam 10 questões de até 30
linhas para resolver em 4 horas. Nessa hipótese, em que você dispõe de uma ”média ideal” de
24 minutos para resolver cada uma das questões, é possível treinar a estratégia 4/20 ou 6/18,
ou seja, de 4 a 6 minutos na montagem do sumário e entre 18 a 20 minutos de escrita efetiva; já
nos casos de questões estilo dissertação de até 180 ou 240 linhas, em que o concorrente possui
entre 1:00 e 1:30 para redigir o texto (acontece com frequência nos concursos de magistratura
federal e Ministério Público), é possível treinar a estratégia 20/70 (aproximadamente 20 minutos
para elaborar o sumário e 70 para a escrita efetiva).

Há uma certa unanimidade entre os aprovados no sentido de que esse tempo utilizado com
BRAINSTORM e montagem do sumário é muito bem gasto, pois permite uma melhor
organização das ideias, evita contradições intrínsecas e permite tratar as questões centrais no
espaço e tempo delimitados, sem esquecer dos pontos/aspectos mais relevantes.

A prática revela que o candidato que começa a escrever o texto sem ter um mínimo de pré-
formatação mental ou minuta temática prévia...acaba abrindo espaço para a construção de um
texto desorganizado e embaraçado.

2ª Escreva como se já ocupasse o cargo almejado

Como já falamos ao longo do presente e-book, os examinadores da atualidade não querem


apenas o preenchimento dos pontos contidos em um possível espelho. Deve haver mais que
isso. O candidato deve mostrar a capacidade de realizar raciocínio jurídico, além de declinar o
conteúdo solicitado na questão. O examinador quer ver, naquela prova, um
Juiz/Promotor/Procurador/Defensor escrevendo, e não somente um estudante que decorou uma
série informações e as despeja na prova.

Aí vem a pergunta: o que significa escrever como Procurador/Juiz/Promotor/Defensor?

Significa construir textos logicamente concatenados, fluídos, apresentáveis e bem estruturados.

Desse modo, mesmo nas questões em que o examinador pergunte qual é a jurisprudência do
STF ou do STJ, o candidato jamais deve começar sua resposta simplesmente colocando
“Conforme STF, STJ...”.

Por mais corrido que seja o tempo, é imprescindível que haja, pelo menos, uma
contextualização/problematização da matéria (ou debate) em um primeiro parágrafo.

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Imaginemos a hipótese em que o examinador pergunta sobre determinado entendimento dos


Tribunais Superiores tangenciando ponto específico de improbidade administrativa. Nesse caso,
é importante que o candidato faça uma breve introdução, podendo lembrar a base constitucional
do combate aos atos ímprobos (citar o art. 37, § 4º, da Constituição Federal), a diferença
doutrinária apontada entre probidade e moralidade e os tipos de atos de improbidade trazidos
pela Lei 8.429/1992. A partir desse ponto, o candidato passa a analisar o quesito específico
perguntado.

Fiquem certos de que toda essa parte conceitual será considerada na resposta.

Lembre-se que a correção, nos dias atuais, vem sendo cada vez mais baseada no chamado
MÉTODO COMPARATIVO, notadamente em certames conduzidos por bancas próprias.

Em concursos para a magistratura, por exemplo, os Tribunais, considerando as contingências


orçamentárias, já costumam definir previamente o número aproximado de aprovados. Muitas
vezes essa quantidade não corresponde ao número de cargos vagos disponibilizados no edital.
Além do mais, os Tribunais não querem em seus quadros apenas um reprodutor de
jurisprudência, mas sim alguém que seja capaz de raciocinar o problema jurídico trazido e
enriquecê-lo com o entendimento das Cortes Superiores. Tanto mais porque o juiz deve
entender a jurisprudência para eventual distinguishing.

É importante, com efeito, que a sua resposta se sobressaia, e não apenas se direcione na
posição adequada. Deve haver um diferencial! Para diferenciar sua resposta, é bastante
relevante fazer uma introdução, ainda que breve (em razão do tempo curto). Em seguida, é
importante que o candidato responda ao que é questionado colocando o raciocínio jurídico
elaborado e, apenas ao fim, é que respalde o posicionamento com a jurisprudência questionada
dos Tribunais.

DICA: São poucas as hipóteses em que não cabe nenhuma introdução e que a resposta deve
ser frontal e direta. Normalmente isso acontece quando a banca confere um número mínimo
de linhas (Ex: 5 linhas) para que um determinado tópico seja abordado.

A problematização do tema objeto de debate, portanto, apresenta-se tão essencial quanto a boa
introdução.

3ª Busque empregar termos e expressões tecnicamente refinados, mas sem exagerar

Os examinadores usualmente são de carreiras públicas de Estado (Advocacia Pública,


Defensoria, Magistratura e MP), advogados renomados ou professores universitários

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(acadêmicos) consagrados, portanto é importante caprichar na linguagem.

Sempre que possível, utilize termos técnicos sofisticados e saia do lugar comum. Use
expressões consagradas pelas cortes superiores e empregue terminologias usadas pela
doutrina de ponta. A leitura dos julgados mais relevantes (ADIs, ADPFs) e da doutrina mais
aprofundada pode ajudar a adquirir um vocabulário adequado.

Não estou querendo dizer que se deve tentar escrever difícil, mas é essencial evitar o uso de
expressões coloquiais (as famosas “marcas de coloquialidade” textuais).

Deve haver clareza e didática, mas o uso de uma linguagem bem elaborada é relevantíssimo.
Trata-se do que já foi falado. O examinador quer ver um Juiz/Promotor/Procurador/Defensor
naquele papel.

4ª Saia na frente

Vale recordar, também, que são muitas provas a serem corrigidas, o que se revela bastante
cansativo para o examinador. Então, coloque-se no lugar dele!

O início da prova é importantíssimo para “ganhar” o avaliador. Se o candidato já começa a prova


de forma açodada, ou embaraçada, há um risco grande de isso contaminar todo o resto.
Podemos exemplificar.

Imaginemos uma prova de sentença.

Candidato “A”, ao não acolher determinada preliminar na sentença criminal, simplesmente


aponta que não merece respaldo o pleito da defesa, por não se coadunar com o entendimento
do STJ. Por sua vez, candidato “B”, enfrentando o mesmo tema, traz a análise do instituto,
apregoa o que entende a doutrina a respeito daquele ponto, realiza o raciocínio no sentido do
não acolhimento e, por fim, estabelece que, inclusive, tal entendimento é corroborado pela
jurisprudência do STJ.

Deu para perceber a diferença?

Em essência, os dois candidatos chegaram na mesma resposta, mas certamente a pontuação


do candidato “B”, nesse caso, será maior. Isso porque, levando-se em consideração que se está
no início da sentença criminal, claramente o examinador vai iniciar a análise com uma visão
mais positivamente admirada para a sentença de “B” do que para a de “A”.

Portanto, o início revela-se muito importante para o sucesso na prova.

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É comum ouvirmos histórias de pessoas que, em razão do exíguo tempo, sequer conseguiram
terminar o texto de uma questão ou peça/sentença, mas, mesmo assim, foram aprovadas. Não
tenham dúvidas de que isso se deve ao excelente início dos textos e à boa fundamentação
declinada.

Como já dito, vivemos a era em que predominam as correções comparativas. Muitas vezes os
espelhos de prova disponibilizados pela banca, mesmo quando interpostos os recursos, são
vagos. Há, portanto, bastante margem para se avaliar.

5ª Encante o examinador

Além da correção da resposta, outros critérios importantes são sempre levados em


consideração, tais como a escrita, a organização e a capacidade de raciocínio.

Os aprovados sabem disso!

É muito improvável que você saiba a resposta de todas as questões de uma prova escrita ou
todos os pontos de uma peça/sentença. Mas não desista ao se deparar com uma matéria
desconhecida. Capriche no texto de tal forma, que mesmo sem acertar a resposta, você consiga
demonstrar conhecimento.

Não se trata de “encher linguiça”, mas de tangenciar o tema. Use um vocabulário técnico,
introduza o tema, apresente os conceitos fundamentais associados (inclusive princípios),
exponha a posição doutrinária e jurisprudencial que se recordar (mesmo que não responda
diretamente ao cerne da questão) e fundamente bem sua posição (se instigado a fazê-lo).
Lembre-se que o recurso aos princípios costuma salvar “vidas” nessas horas de apagão.

6ª Administre tempo e espaço

Antes de iniciar a elaboração das respostas, leia a prova completamente. Identifique as


questões mais fáceis e procure iniciar justamente por essas. Mas não peque por excesso. Seja
objetivo e conciso, e assim ganhe tempo para resolver as demais. Lembre-se que é preciso
expor conhecimento, mas também é preciso dosar o tempo. Mesmo dominando o tema, não é
hora de redigir uma monografia.

Guarde a seguinte lógica: ”O preciosismo em uma questão te fará, quando muito, ganhar alguns
décimos. Deixar de responder a uma questão inteira te fará perder, no mínimo, um ponto.”.

Outra dica essencial: treinem, tanto quanto possível, com o cronômetro ligado!

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Quanto ao espaço, lembre-se da importância de um sumário prévio. Ele organiza as ideias e


evita esquecer pontos. Também ajuda a adequar a resposta ao espaço permitido. Não repita o
raciocínio e não transcreva dispositivos legais. Isso toma espaço desnecessário e gera
indisposição no examinador.

É muito comum o candidato repetir ideias como desejo de reforço, usando expressões como:
"em outras palavras", "vale dizer", "em suma"... A repetição torna o texto cansativo e prejudica o
bom manuseio dos fatores tempo e espaço.

Também evite poluir o texto com exemplos. A não ser que o examinador peça exemplos, limite-
se a conceituar os institutos e a responder ao que foi inquirido.

Quando muito relevante, o exemplo é cabível, mas lembre-se que a exemplificação sem o
conceito expõe despreparo e falta de conhecimento.

7ª Seja, antes de tudo, um bom estrategista

Como visto no item anterior, na etapa subjetiva o candidato sempre precisará orientar sua
estratégia de resolução de prova com base no confronto entre os fatores TEMPO x ESPAÇO.

Embora não exista uma regra precisa e absoluta, é relevantíssimo partir desse referencial...e ir
fazendo as necessárias adaptações na hora da prova com base pelo menos nas seguintes
variáveis: (i) as tipologias de enunciado percebidas no momento da prova, (ii) o seu grau de
domínio em relação aos conteúdos exigidos e (iii) a pontuação atribuída a cada uma das
questões.

DICA PRECIOSA: Sabendo que não há uma regra absoluta, durante a prova o candidato pode
trabalhar com a distribuição de tempo entre questões, a depender da tipologia lançada. Por
exemplo, em questões mais conceituais o candidato pode tentar responder mais rápido...e
assim deixar um pouco mais de tempo para responder as questões nas quais há necessidade
de forte consulta à legislação.

LEMBRETE IMPORTANTE: Os candidatos que costumam obter melhor performance são


aqueles que estão mentalmente preparados para mudar de estratégia na hora da prova, sob
pressão. A título de exemplo: se em determinada questão você perceber que a intenção do
examinador foi exigir a citação de um enorme número de dispositivos legais, automaticamente
é recomendável que tente realinhar o tempo de prova para gastar mais minutos na consulta à
lei. Assim, em vez de destacar apenas 6 minutos à montagem do sumário, você pode até
dobrar o tempo nessa questão específica. Em contrapartida, você pode diminuir o tempo a ser
gasto com outra questão que seja mais conceitual.

É preciso, acima de tudo, treinar o atributo da FRIEZA!

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Se perceber que está extrapolando o tempo e ainda não achou a resposta, passe para a
próxima e depois volte para a que menos domina. O importante é aproveitar bem o tempo e
acertar o máximo de conteúdo possível.

8ª) Jamais desista da sua prova

O circo pode estar “pegando fogo”...mas siga firme até o final. Jamais desista da sua prova!

Há relatos de candidatos que tiveram que reescrever uma folha inteira, e mesmo assim foram
aprovados. Outros tiveram que responder a uma questão em apenas 5 minutos, e ainda assim
ganharam alguns pontinhos e obtiveram êxito.

Enfim, são inúmeros os exemplos de candidatos que se viram numa situação de altíssima
tensão durante o momento da prova, todavia respiraram fundo e seguiram firmes até o
final...sem desistir da prova.

Essa é a melhor postura a ser seguida! Acreditem!

Após essas breves considerações, fica claro que os concorrentes bem-sucedidos compreendem
– com muita clareza - que a etapa subjetiva exige a incorporação de NOVAS HABILIDADES,
que nada mais são do que princípios básicos, boas práticas, técnicas e pontos de cuidado que
se esperam de um candidato no momento da prova subjetiva.

Ainda que sem a pretensão de esgotamento, peço licença para sintetizá-las abaixo:

1) Ao abrir o caderno, dar primeiramente uma olhada básica (por alto) em todas as
questões e começar pela que mais domina (foco: ganhar confiança);

2) Aprimorar, quando possível, a técnica das 3 leituras do enunciado; a primeira para


identificar a(s) temática(s) central(ais) e eventual interdisciplinaridade entre ramos do
direito, a segunda com o objetivo de pontuar tudo o que achar pertinente e catalogar os
pontos específicos de abordagem, e a terceira para ver se não faltou nada;

3) Se conscientizar da impossibilidade de fazer rascunho (não dá tempo), contudo


tentar fazer uma esquematização preliminar da resposta (projeto básico de texto) por
meio de um brainstorming (tempestade de ideias). É o momento adequado para se
pontuar tudo o que surgir na mente a respeito do assunto central, fazendo-se, em
seguida, uma “filtragem” à luz dos contornos do enunciado para fins de estruturação da
resposta, sempre levando em conta: (i) o perfil da questão, por exemplo, se versa sobre
um assunto mais conceitual ou se exige intensa consulta ao código (ênfase normativa),

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(ii) identificação de eventuais conceitos, princípios e institutos a serem mencionados,


(iii) identificação de possíveis teses doutrinárias em contraposição e do cenário
jurisprudencial específico;

4) Produzir um texto seguindo a lógica de afunilamento na estruturação da resposta, de


modo contemplar introdução, fundamentação e conclusão. Embora nem sempre seja
possível (vai depender do perfil do enunciado e da quantidade de linhas ofertadas pela
banca), é importante assimilar a seguinte sequência básica já conhecida pelos
candidatos mais experientes: (i) abordagens ontológicas/principiológicas, (ii)
conceito/natureza jurídica, (iii) características, (iv) divergências doutrinárias, caso
existentes e (v) cenário jurisprudencial, se possível abordado de modo mais específico;

5) Evitar começar a resposta com SIM ou NÃO, salvo se, pelo perfil do enunciado, a
resposta precisar ser declinada de maneira extremamente objetiva e frontal;

6) Prestar atenção à tendência de se adotar posições e teses alinhadas aos interesses


do cargo pleiteado;

7) Priorizar a redação coesa em texto único sempre que a questão for desmembrada
em subtópicos e estiver claro que os pontos de abordagem são passíveis de
entrelaçamento textual e concatenação. Ainda assim, vale o seguinte alerta: se você
estiver muito inseguro (a) e o enunciado não exigir expressamente a redação em texto
único, ou se os subtópicos objeto de avaliação forem excessivos ou não guardarem
qualquer conexão entre si, escreva a resposta dividindo em itens e não corra o risco de
elaborar uma resposta sem coesão ou incoerente.

8) Atentar com a linguagem utilizada, evitando marcas de oralidade ou de


coloquialidade no texto.

9) Ter muito cuidado com a gestão dos fatores TEMPO e ESPAÇO. Com relação ao
tempo, não se pode pecar por excesso ou preciosismo. É essencial trabalhar cada
questão de maneira a se desincumbir integralmente tratando de todos os pontos de
abordagem constantes do enunciado, contudo com objetividade e concisão, e assim
evitar perder tempo na resolução das demais questões ou peça/sentença. Se por um
lado é preciso expor o conhecimento, por outro é essencial dosar o tempo global de
prova. Mesmo dominando o assunto, não é hora de redigir uma monografia. Quanto ao
espaço, é fundamental lembrar da importância de um sumário prévio (como já frisado
acima). Ele organiza as ideias e evita esquecer pontos. Também ajuda a adequar a
resposta ao espaço permitido, além de assegurar que cada ponto de abordagem seja
tratado de maneira equânime (Ex: numa questão de 30 linhas contendo 4 pontos de

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abordagem, nada de destacar 9 linhas para escrever sobre os 3 primeiros e deixar


apenas 3 linhas para tratar do último). Ademais, deve-se evitar a repetição de raciocínio
e transcrição de dispositivos legais. Isso toma espaço desnecessário. É muito comum o
(a) candidato(a) repetir ideias como mecanismo de reforço temático, usando
expressões como: "em outras palavras", "vale dizer", "em suma", etc. A repetição torna
o texto cansativo e toma tempo e espaço. Para o espelho, basta uma vez! Também é
preciso evitar a poluição do texto com exemplos, salvo se o examinador expressamente
exigi-los no enunciado. Limite-se a conceituar os institutos e a responder o que
inquirido. Quando muito relevante, o exemplo é cabível, mas lembre-se que a
exemplificação sem o conceito expõe despreparo e falta de conhecimento. É preciso,
enfim, assimilar a seguinte lógica: “O preciosismo em uma questão te fará, quando
muito, ganhar alguns décimos. Deixar de responder a uma questão inteira te fará perder
um ou mais pontos”.

Embora essas NOVAS HABILIDADES admitam importantes aprofundamentos, conhecer a


síntese acima já constitui um excelente ponto de partida para perceber que o aprendizado
dessas competências exige TREINO e CONTATO com temas e questões de 2ª fase.

Mais que isso. O que pretendo por meio do presente e-book é deixar claro que essa história de
“Jamais serei aprovado, pois não sei escrever!” é um verdadeiro mito.

É o que falaremos no próximo tópico!

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7. O MITO DO “NINGUÉM APRENDE A ESCREVER”

“O êxito da vida não se mede pelo caminho que você conquistou, mas sim
pelas dificuldades que superou no caminho”.
Abraham Lincoln

Certo dia eu conversava com um amigo Juiz Federal, e falávamos especificamente sobre
concursos públicos. Comentei que estava com um novo projeto nessa área, e compartilhei que
estava muito feliz com os resultados que o BOM NO DIREITO (BND) vinha obtendo na
preparação para a etapa discursiva em vários concursos de ponta, inclusive magistratura
federal.

Foi aí que ele me interpelou e fez a seguinte afirmação:

-Essa história de aprender a escrever é mentira! Ninguém aprende a escrever!

Discordei imediatamente e retruquei com veemência.

Contei-lhe uma situação particular, que representou um dos maiores aprendizados que tive na
vida.

Pouco antes do MÉTODO BND DE CORREÇÃO CONSTRUTIVA ser idealizado, fui sondado
para preparar presencialmente, no segundo semestre de 2016 e no final do primeiro semestre
de 2017, 7 candidatos à prova oral de Procurador da Fazenda Nacional, 2 à prova oral de
Advogado da União e 2 à Prova Oral de Juiz Federal do TRF da 3ª Região.

Aquela experiência foi muito simbólica e mudou a minha vida para sempre. Isso porque, em um
determinado momento dessas mentorias, percebi que as demandas dos alunos já não
guardavam qualquer relação com o conteúdo técnico. Eles me perguntavam tudo, menos sobre
os pontos do edital. A indagação mais recorrente era a seguinte:

-Valter, como faço para conseguir dormir?

Aquele cenário me chamou tanta atenção, que resolvi buscar conhecimento para poder ajudá-
los com mais propriedade, afinal, eu não tinha quase nenhuma expertise nesses assuntos
comportamentais.

Foi então que decidi fazer todas as qualificações em coaching disponíveis no mercado
brasileiro, e algumas no mercado estrangeiro. Basicamente, eu queria entender como o ser
humano pode traçar estratégias de otimização comportamental, quais são os melhores

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caminhos para se alcançar o nível da proficiência e quais eram as métricas que eu deveria
seguir para ampliar minha performance nas mentorias.

E adivinhem só o que aconteceu?

Logo no primeiro dia da formação, ouvi do treinador a seguinte afirmação:

-O sucesso é treinável!

Aquilo me marcou profundamente. E, agora, me faz lembrar de dois grandes amigos da época
de faculdade que, quando prestávamos concurso, sempre ficavam nas primeiras colocações na
etapa objetiva, mas rodavam na subjetiva. Eles simplesmente tinham uma aguda dificuldade em
construir textos discursivos.

Lembro-me como se fosse hoje. Todo mundo procurando cursinho preparatório para concursos
e eles em busca de um curso de Língua Portuguesa e Redação. E foi assim que deu certo!
Cuidaram do principal ponto de deficiência, que era a parte escrita, e obtiveram a tão sonhada
aprovação. Há alguns anos um se tornou Procurador do Estado do Ceará e o outro Juiz do
Trabalho.

E sabe o mais legal disso tudo?

É que conseguimos provar, na prática e em pouco tempo de BND, que É POSSÍVEL


APRENDER A ESCREVER MELHOR.

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Os relatos acima evidenciam que há um caminho para escrever respostas discursivas de alto
impacto, encantar o examinador e obter uma pontuação superior.

Para tanto, basta que o candidato assuma uma postura ativa de protagonismo dentro desse
processo, e compreenda que o sucesso é treinável e que é possível sair da média na etapa
subjetiva. Basta ousar e se permitir fazer uma preparação sistêmica.

É sobre essa preparação sistêmica que falaremos no próximo tópico.

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8. COMO SAIR DA MÉDIA NA ETAPA SUBJETIVA

Não acredite que a única solução para obter a aprovação na etapa subjetiva está na leitura de
milhares e milhares de páginas de doutrina ou resumos, com a fixação de metas severas
ligadas ao cumprimento de um programa de estudo excessivamente rigoroso.

Vários candidatos, mesmo com uma maior disponibilidade de tempo e com disposição para ler
calhamaços de materiais, ainda assim continuam sem obter a tão sonhada aprovação na
segunda fase.

Por que isso acontece?

Pela minha experiência, tal dificuldade é apenas um sintoma de um problema mais profundo, o
que se conhece como “síndrome do conhecimento disperso”. Trata-se da situação em que o
examinando conhece o conteúdo exigido no enunciado, todavia o declina de maneira
desestruturada e "solta" na hora de efetivamente escrever o texto.

Como contei nas primeiras páginas deste Guia, ensinar concursandos sobre a construção de
textos discursivos de alto impacto está no DNA do BND... Faz parte de nossa história.

Nos últimos meses, desenvolvi um treinamento cujo propósito é ir além da mera avaliação de
domínio do conteúdo, adentrando, também, nas estratégias de estudo eficiente e análise do seu
nível de habilidade redacional. Tudo isso de maneira sistêmica!

Percebi que parcela significativa dos alunos que tutelei nos últimos anos apresentaram sempre
as mesmas deficiências, a saber:

i) Não saber como estudar de maneira eficiente para a etapa subjetiva;


ii) Não saber escrever um texto com a devida fluidez e entrelaçamento textual (a
famosa “tessitura dissertativa”), por meio do uso adequado de conectivos ou
substituição de palavras dentro de um mesmo campo semântico/lexical;
iii) Dificuldade em saber como lidar com enunciados dentro de diversos cenários e em
saber antecipar os principais pontos de abordagem (conteúdo) esperados pelo
examinador, de modo a permitir a construção de um texto afunilado e progressivo.

Para superar essas dificuldades - comuns a uma enorme gama de candidatos -, desenhei o
Programa Discursiva de Alto Impacto (PRODAI-BND) pensando detalhadamente em como eu
gostaria de ser orientado, ou seja, como se eu fosse um dos alunos. Usei do mais forte senso
de empatia e montei uma metodologia singular de preparação sistêmica, que contemplará 6
pilares:

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1) Gerenciamento de conteúdo a ser assimilado, ou seja, como estudar de maneira


mais eficiente;
2) Compreensão aprofundada das nuances que envolve a etapa subjetiva;
3) Entendimento sobre como funciona a mente dos examinadores;
4) Técnicas de interpretação de enunciados, aprofundamento no conhecimento das
tipologias, elaboração de sumário e resolução de prova;
5) Estratégias linguísticas de otimização textual (Ex: uso dos melhores conectivos,
incremento dos mecanismos de coesão referencial a fim de evitar contradição ou
redundância etc);
6) Treinamento direcionado ao enfrentamento de diferentes condições de prova.

Para que isso se materialize, trabalharemos forte na MENTORIA AVANÇADA e no


compartilhamento de erros e boas práticas por meio de videoaulas de técnicas e estratégias,
ministradas à luz do mapeamento de centenas de provas passadas aplicadas para as carreiras
jurídicas de maior envergadura institucional.

Além do mais, teremos VAGAS LIMITADAS para participação em um módulo opcional de


treinamento avançado em vários cenários de prova, com a possibilidade de avaliação sistêmica
e personalizada segundo o MÉTODO BND DE CORREÇÃO CONSTRUTIVA, que é um
verdadeiro sinônimo de sucesso e reconhecimento por parte de nossos alunos conforme
mensagens abaixo:

Não é, portanto, um simples curso de correção personalizada. Vai muito além disso! É uma
verdadeira imersão em estratégias e conhecimento avançado específicos direcionados ao

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alcance da vitória em provas discursivas, para que você vivencie uma transformação e evolução
efetivas por meio de uma PREPARAÇÃO SISTÊMICA E COMPLETA.

A minha meta é que o PRODAI sirva de ponte para que você construa textos discursivos de alto
impacto e assim obtenha a tão sonhada aprovação.

Veja o que alguns participantes têm falado sobre o PRODAI.

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Como você pode perceber, a Turma 1 foi um verdadeiro sucesso e já rendeu frutos! Demos o
nosso melhor para que por meio das técnicas certas de coesão, coerência e fluidez os alunos
incrementassem as habilidades voltadas ao enfrentamento da etapa subjetiva.

Para garantir que será avisado sobre a abertura da 2ª Turma do PROGRAMA DISCURSIVA DE
ALTO IMPACTO (PRODAI – BND), faça a sua pré-inscrição gratuita no link abaixo e fique
atento aos meus e-mails.

[QUERO FAZER MINHA PRÉ INSCRIÇÃO GRATUITA]

Obrigado por ter chegado até aqui.

Seguimos juntos,

Valter Ventura

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MODELO DE DEVOLUTIVA BND

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Matéria: Direito
Professores: Jorge/Valter CÓDIGO: R4Q10
Financeiro
Aluno: XXX
Rodada: 4

ASPECTOS FORMAIS

LETRA
XXX, sua letra é legível. Parabéns!

ESTRUTURA FORMAL
Na maior parte do texto, você respeitou as margens. Mas tenha cuidado nos finais das
margens. Algumas estão ficando excessivamente “espremidas” e o examinador
excessivamente criterioso pode se incomodar e tirar pontos na estrutura formal. No mais, o
texto não apresentou rasuras em excesso.

Ponto forte: esteticamente o texto ficou bem agradável.

ASPECTOS TEXTUAIS

FLUIDEZ DO TEXTO
Paragrafação
Os parágrafos foram adequadamente estruturados, não ficaram prolixos. Está no caminho
certo!

USO DO VERNÁCULO
Grafia
Sem erro de grafia, de maneira geral.
ADVERTENCIA: Linhas 13 e 17 (uso do mesmo conectivo: “Assim...”

Vocabulário
Adequado ao cargo de Procurador do Estado.

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INTEGRAÇÃO TEXTUAL (entre parágrafos)


O texto foi construído adequadamente, sem quebra de ideias.

Está com uma excelente noção de conexão entre os parágrafos, utilizando conectivos de
maneira bastante adequada, o que torna o texto fluido. Parabéns!

Pontos de melhoria:
Ponto 1: cuidado ao citar nome de doutrinador! Na linha 6 você citou o doutrinador Rafael de
Oliveira, porém a citação foi feita de maneira direta. E mais: aquela diretriz não é propriamente
do professor Rafael, e sim da própria CRFB. Leve sempre em consideração que o seu
examinador pode não conhecer o professor Rafael (não se enquadra no rol de doutrinadores
clássicos). Além do mais, o seu examinador pode conhecer mas não gostar do professor
Rafael. Enfim, a melhor maneira de citar um doutrinador da “nova geração” é fazendo de
maneira indireta, depois de “preparar o terreno”. Como seria? “Neste contexto, de federalismo
cooperativo, a doutrina contemporânea, a exemplo do estudioso/Doutor/professor Rafael de
Oliveira, informa que a cooperação federativa...”. Com esse simples ajuste de redação você se
blinda em relação a uma possível retirada de pontos.

Ponto 2: pode incrementar um pouco mais a técnica de afunilamento associada à seleção do


conteúdo.
Qual a sacada? Seguinte: você terá apenas 24 minutos por questão na hora da prova. Então
precisa focar em, já nas primeiras linhas (introdutórias), tratar de assuntos que guardem
pertinência direta com o debate exigido no enunciado. Veja que entre as linhas 1 a 12 (2
primeiros parágrafos) você tratou de assuntos introdutórios que até são interessantes, contudo
distantes do assunto central. Os dois primeiros parágrafos poderiam ter sido fundidos, para
que a menção a aspectos gerais não parecesse “cansativa” aos olhos do examinador.

Em um cenário como o da PGE SP, o ideal seria já adentrar diretamente nas questões
conceituais e normativas dos convênios, e em seguida evoluir para a abordagem das
transferências voluntárias.

A título de exemplo, segue introdução elaborada por outro participante:

“No intuito de concretizar o federalismo de cooperação, a Constituição Federal autoriza a


celebração de convênio entre os entes federativos, possibilitando a gestão associada de
serviços públicos, bem como a transferência de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais
à continuidade dos serviços transferidos (CF, art. 241).

Tais convênios são disciplinados de modo geral pelo art. 116 da Lei 8.666/93, que estabelece
algumas exigências, como a prévia aprovação de plano de trabalho, de etapas e fases de

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execução, bem como do cronograma de desembolso. Por outro lado, por se enquadrar no
conceito de transferência voluntária, os recursos repassados no âmbito do convênio devem
obediência ao art. 25, § 1º, da LRF, destacando-se a exigência de dotação específica no
orçamento do ente repassador.”

Enfim, tente aliar progressividade com efetividade na sua resposta!

ASPECTOS JURÍDICOS

ESPELHO DE RESPOSTA E AVALIAÇÃO PONTUAL


Avaliação BND
Espelho
(Obs: ponto a ponto, à luz da resposta do
(Obs: Abordagens esperadas, ponto a ponto,
participante)
desde a introdução até o fechamento)
(Pontuação obtida /Pontuação máxima)

Aspectos formais e textuais: (1,5) (1,5/1,5)


-Letra (0,2)
-Estrutura Formal (0,2) Quero registrar que o seu texto é bem
-Paragrafação (0,2) redigido, sem ressalvas no que se refere aos
-Grafia (0,2) aspectos formais e textuais.
-Vocabulário (0,2)
-Integração textual (0,5)

Argumento 1 (Introdução) (0,0/1,5)


-Natureza pro labore faciendo da gratifição,
constituindo verdadeiro benefício municipal. Esse tópico preliminar não foi abordado, senti
Repasses sujeitos à discricionariedade do falta de mencionar a natureza pro labore
município. (1,5) faciendo da gratificação, bem como a feição
Pontuação obtida: 0,0 municipal do benefício.

Argumento 2 (0,0 /1,5)


Vinculação das verbas transferidas pela
municipalidade aos convênios (art. 116, § Argumento não abordado pela participante.
5º, da Lei nº 8666/93) (1,5)
Pontuação obtida: 0,0 Perceba que um dos pressupostos que
justificam o impedimento de manejo das
verbas transferidas em razão do convênio é
justamente a expressa previsão do art. 116, §
5º, da Lei nº 8666/93.

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Art. 116. Aplicam-se as disposições


desta Lei, no que couber, aos convênios,
acordos, ajustes e outros instrumentos
congêneres celebrados por órgãos e
entidades da Administração.
(...)
§ 5o As receitas financeiras auferidas na
forma do parágrafo anterior serão
obrigatoriamente computadas a crédito
do convênio e aplicadas,
exclusivamente, no objeto de sua
finalidade, devendo constar de
demonstrativo específico que integrará as
prestações de contas do ajuste.

Argumento 3 (1,0/4,0)
Art. 25, III, LRF e art. 167, X, CF
Vedação expressa de transferência voluntária Nesse pormenor, senti falta da citação
de recursos entre entes da federação para específica aos arts. 25, III, LRF e 167, X, CF.
pagamento de despesas com pessoal. Eram o cerne da questão, já que
(4,0) impossível a transferência voluntária entre
Pontuação obtida: 1,0 entes federativos para fins de pagamento
de despesa de pessoal.

Isso não ficou claro na sua resposta.

O conteúdo de linhas 17-25 foi declinado


de maneira oposta ao que se esperava
segundo o Parecer que embasou a
formulação da questão.

Argumento 4 (Fechamento) (0,0/1,5)


Impossibilidade de inclusão do benefício na
folha de pagamentos da Polícia Militar do Você concluiu incorretamente pelo cabimento
Estado de São Paulo e de utilização de da utilização da UG estadual.
unidade gestora ligada a órgão estadual para
tramitação da receita relativa ao repasse de
recursos financeiros municipais.
(1,5)
Pontuação obtida: 0,0

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NOTA FINAL: 2,5


Relatório Final (Outras inconsistências verificadas. Ex.: Definição equivocada de institutos
jurídicos; desconhecimento parcial ou global dos subtemas citados como reforço
argumentativo; fuga do tema etc.)
XXX, em que pese sua nota nessa questão tenha sido baixa, é perceptível que você possui
bastante conhecimento jurídico.
Faltou apenas organizar melhor as ideias.
Em questões versando sobre Convênios, é essencial lembrar do art. 116 da Lei 8666/93.
Gostei da fluidez do texto e da maneira como você evoluiu na construção de texto dissertativo
único.
Basta agora manter esse padrão de redação progressiva.
Seu maior ponto de cuidado já não está mais associado à preparação técnica, e sim à
manutenção da serenidade e tranquilidade na hora da prova.
Enfim, nesses últimos dias busque realizar atividades que te deixem leve e afastam a
ansiedade.
Vai lá, joga duro e arrebenta! Você está pronto para a aprovação!

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