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TEMA 1.

INTRODUÇÃO A RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

1.1.Forças

O conceito de força é introduzido na mecânica em geral. As forças mais conhecidas são os pesos, que tem
sempre sentido vertical para baixo, como por exemplo, o peso próprio de uma viga, ou o peso de uma laje
sobre esta mesma viga. As forças podem ser classificadas em concentradas e distribuídas. Na realidade todas
as forças encontradas são distribuídas, ou seja, forças que atuam ao longo de um trecho, como os exemplos
citados anteriormente e ainda em barragens, comportas, tanques, hélices, etc. Quando um carregamento
distribuído atua numa região de área desprezível, é chamado de força concentrada. A força concentrada,
tratada como um vetor, é uma idealização, que em inúmeros casos nos traz resultados com precisão
satisfatória. No estudo de tipos de carregamentos, mais adiante, retornaremos a este assunto.

No sistema internacional (SI) as forças concentradas são expressas em Newton[N]. As forças distribuídas ao
longo de um comprimento são expressas com as unidades de força pelo comprimento [N/m], [N/cm],
[N/mm],etc. A força é uma grandeza vetorial que necessita para sua definição, além da intensidade, da direção,
do sentido e também da indicação do ponto de aplicação.

Duas ou mais forças constituem um sistema de forças, sendo que cada uma delas é chamada de componente.
Todo sistema de forças pode ser substituído por uma única força chamada resultante, que produz o mesmo
efeito das componentes.

Quando as forças agem numa mesma linha de ação são chamadas de coincidentes. A resultante destas forças
terá a mesma linha de ação das componentes, com intensidade e sentido igual a soma algébrica das
componentes.

Fresultante= F1+F3-F2

1.2.MOMENTO ESTÁTICO

Seja F uma força constante aplicada em um corpo, da distância entre o ponto de aplicação desta força e um
ponto qualquer P. Por definição, o momento “M” realizado pela força F em relação ao ponto P é dado pelo
seguinte produto vetorial:
M = F ⋅l ⋅sen a

Quando a = 90 o

M= F⋅ d

1.2.1. Condições de equilíbrio estático

Para que um corpo esteja em equilíbrio é necessário que o somatório das forças atuantes e o somatório dos
momentos em relação a um ponto qualquer sejam nulos.

∑ 𝐹𝑥 = 0 → (+)

∑ 𝐹𝑦 = 0 ↑ (+)

∑𝑀 = 0 (+)

1.3.TIPOS DE CARREGAMENTOS

1.3.2. Tipos de carregamentos

 Forças concentradas

 Carga uniforme distribuída

 Carga uniformemente variável


 Momento concentrado

1.3.1. Tipos de suportes (ou apoios).


 Articulação (Apoio simples): (Resiste à uma força em apenas uma direção)

 Pino (Apoio duplo): (Resiste à uma força que age em qualquer direção)

Engastamento (Encastramento): (Resiste à uma força que age em qualquer direção e à um momento)
1.3.3. Classificação de vigas
 Simplesmente apoiadas

 Bi-engastada (fixa)

 Engastada- Apoiada

 Em balanço

 Em balanço nas extremidades

1.3.4. Tipos de estruturas

I. GRAUS DE LIBERDADE (GL)

DEFINIÇÃO: Graus de liberdade são o número de movimentos rígidos possíveis e independentes que um
corpo pode executar.
II. VÍNCULOS

A. DEFINIÇÃO:

É todo o elemento de ligação entre as partes de uma estrutura ou entre a estrutura e o meio externo, cuja
finalidade é restringir um ou mais graus de liberdade de um corpo.

A fim de que um vínculo possa cumprir esta função, surgem, no mesmo, reações exclusivamente na direção
do movimento impedido.

OBS 1: Um vínculo não precisa restringir todos os graus de liberdade de uma estrutura, quem o fará será o
conjunto de vínculos.

OBS 2: As reações desenvolvidas pelos vínculos formam o sistema de cargas externas reativas.

OBS 3: Somente haverá reação se houver ação, sendo as cargas externas reativas dependentes das ativas,
devendo ser calculadas.

B. CLASSIFICAÇÃO

Os vínculos podem ligar elementos de uma estrutura entre si ou ligar a estrutura ao meio externo e,portanto,
se classificam em vínculos internos e externos.

B.1. VÍNCULOS EXTERNOS: São vínculos que unem os elementos de uma estrutura ao meio externo e se
classificam quanto ao número de graus de liberdade restringidos.

B.2. VÍNCULOS INTERNOS

São aqueles que unem partes componentes de uma estrutura. No caso plano podem ser de 2a e 3a espécie.

Ex 1: Vínculo de 3a espécie

Sejam duas barras livres no espaço com carregamento plano:

Cada barra tem 3 GL, portanto, juntas somam 6 GL.

Unindo-as rigidamente, por exemplo, através de uma solda, o número de GL do conjunto passa a ser 3,
portanto 3 GL restringidos. Se chamarmos de RT o número de movimentos restringidos de um sistema
teremos neste caso RT = 3 (vínculo de 3a espécie)

RÓTULAS:

São vínculos que tem reações internas verticais e horizontais podendo transmitir forças nestas direções que
se anulam internamente. Permitem apenas o giro relativo entre as barras por ela unidas.

III. CLASSIFICAÇÃO ESTRUTURAL

De acordo com a sua estaticidade uma estrutura pode ser:

A. HIPOSTÁTICAS:

Quando o número de movimentos restringidos (RT) for menor do que o número de movimentos rígidos
possíveis e independentes (GL). Uma estrutura hipostática está em equilíbrio instável.
B. ISOSTÁTICA:

Quando o número de restrições (RT) for igual ao número de movimentos possíveis (GL). Uma estrutura
isostática está em equilíbrio estável. A eficácia da vinculação deve ser examinada.

C. HIPERESTÁTICA:

Quando o número de restrições (RT) for maior do que o número de movimentos possíveis (GL). Uma
estrutura hiperestética está em equilíbrio estável.

Exemplo:

Para as estruturas abaixo, classifique de acordo com a sua estaticidade.

a) Caso de Pórticos e Vigas

Estrutura isostática:
𝑁𝑢𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑞𝑢𝑎𝑐𝑜𝑒𝑠 𝑑𝑎 𝑚𝑒𝑐𝑎𝑛𝑖𝑐𝑎 = 𝑁𝑢𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑣𝑖𝑛𝑐𝑢𝑙𝑜𝑠 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜𝑠
Ou seja:
∑ 𝐹𝑥 = 0
{∑ 𝐹𝑦 = 0}=𝑁𝑢𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑉𝑖𝑛𝑐𝑢𝑙𝑜𝑠 𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜𝑠
∑𝑀 = 0
Assim sendo: 𝐺ℎ = (3 ∙ 𝑎 − 𝑏) + (𝑐 − 3)
Onde: a=Numero de anéis fechados
B=Numero de Rotulas
C=Numero de Vínculos Externos

b) Caso de Treliças

2∙𝑛 = 𝑎+𝑏
Sendo:
n= numero de nós
b= numero de barras
a= numero de reações de apoio
1.3.5. Cálculo das reações nas vigas

Equações de equilíbrio estático (forças aplicadas em um plano):

Σ Fy = 0, Σ F x = 0 e Σ M = 0

Exemplo:

Para a estrutura abaixo, calcular as reações nos apoios

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