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1 SÉRIE
ENSINO MÉDIO
Volume 2

EDUCAÇÃO
FÍSICA
Linguagens

CADERNO DO PROFESSOR
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO

MATERIAL DE APOIO AO
CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO
CADERNO DO PROFESSOR

EDUCAÇÃO FÍSICA
ENSINO MÉDIO
1a SÉRIE
VOLUME 2

Nova edição

2014 - 2017

São Paulo
Governo do Estado de São Paulo
Governador
Geraldo Alckmin
Vice-Governador
Guilherme Afif Domingos
Secretário da Educação
Herman Voorwald
Secretária-Adjunta
Cleide Bauab Eid Bochixio
Chefe de Gabinete
Fernando Padula Novaes
Subsecretária de Articulação Regional
Rosania Morales Morroni
Coordenadora da Escola de Formação e
Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP
Silvia Andrade da Cunha Galletta
Coordenadora de Gestão da
Educação Básica
Maria Elizabete da Costa
Coordenadora de Gestão de
Recursos Humanos
Cleide Bauab Eid Bochixio
Coordenadora de Informação,
Monitoramento e Avaliação
Educacional
Ione Cristina Ribeiro de Assunção
Coordenadora de Infraestrutura e
Serviços Escolares
Dione Whitehurst Di Pietro
Coordenadora de Orçamento e
Finanças
Claudia Chiaroni Afuso
Presidente da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação – FDE
Barjas Negri
Senhoras e senhores docentes,

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo-
radores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que
permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula
de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com
os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor-
dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação
— Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste
programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização
dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações
de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca
por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso
do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.

Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orien-
tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São
Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades
ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias,
dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade
da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas
aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam
a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia-
ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a
diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico.

Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu


trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar
e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história.

Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo.

Bom trabalho!

Herman Voorwald
Secretário da Educação do Estado de São Paulo
A NOVA EDIÇÃO
Os materiais de apoio à implementação f incorporar todas as atividades presentes
do Currículo do Estado de São Paulo nos Cadernos do Aluno, considerando
são oferecidos a gestores, professores e alunos também os textos e imagens, sempre que
da rede estadual de ensino desde 2008, quando possível na mesma ordem;
foram originalmente editados os Cadernos f orientar possibilidades de extrapolação
do Professor. Desde então, novos materiais dos conteúdos oferecidos nos Cadernos do
foram publicados, entre os quais os Cadernos Aluno, inclusive com sugestão de novas ati-
do Aluno, elaborados pela primeira vez vidades;
em 2009. f apresentar as respostas ou expectativas
de aprendizagem para cada atividade pre-
Na nova edição 2014-2017, os Cadernos do sente nos Cadernos do Aluno – gabarito
Professor e do Aluno foram reestruturados para que, nas demais edições, esteve disponível
atender às sugestões e demandas dos professo- somente na internet.
res da rede estadual de ensino paulista, de modo
a ampliar as conexões entre as orientações ofe- Esse processo de compatibilização buscou
recidas aos docentes e o conjunto de atividades respeitar as características e especificidades de
propostas aos estudantes. Agora organizados cada disciplina, a fim de preservar a identidade
em dois volumes semestrais para cada série/ de cada área do saber e o movimento metodo-
ano do Ensino Fundamental – Anos Finais e lógico proposto. Assim, além de reproduzir as
série do Ensino Médio, esses materiais foram re- atividades conforme aparecem nos Cadernos
vistos de modo a ampliar a autonomia docente do Aluno, algumas disciplinas optaram por des-
no planejamento do trabalho com os conteúdos crever a atividade e apresentar orientações mais
e habilidades propostos no Currículo Oficial detalhadas para sua aplicação, como também in-
de São Paulo e contribuir ainda mais com as cluir o ícone ou o nome da seção no Caderno do
ações em sala de aula, oferecendo novas orien- Professor (uma estratégia editorial para facilitar
tações para o desenvolvimento das Situações de a identificação da orientação de cada atividade).
Aprendizagem.
A incorporação das respostas também res-
Para tanto, as diversas equipes curricula- peitou a natureza de cada disciplina. Por isso,
res da Coordenadoria de Gestão da Educação elas podem tanto ser apresentadas diretamente
Básica (CGEB) da Secretaria da Educação do após as atividades reproduzidas nos Cadernos
Estado de São Paulo reorganizaram os Cader- do Professor quanto ao final dos Cadernos, no
nos do Professor, tendo em vista as seguintes Gabarito. Quando incluídas junto das ativida-
finalidades: des, elas aparecem destacadas.
Além dessas alterações, os Cadernos do possibilitando que os conteúdos do Currículo
Professor e do Aluno também foram anali- continuem a ser abordados de maneira próxi-
sados pelas equipes curriculares da CGEB ma ao cotidiano dos alunos e às necessidades
com o objetivo de atualizar dados, exemplos, de aprendizagem colocadas pelo mundo con-
situações e imagens em todas as disciplinas, temporâneo.

Seções e ícones

Leitura e análise Aprendendo a


aprender
Para começo de Você aprendeu?
conversa

?
!

Pesquisa individual Lição de casa

O que penso Situated learning


sobre arte?

Learn to learn Pesquisa em grupo

Homework Roteiro de
experimentação

Pesquisa de Ação expressiva


campo
Para saber mais Apreciação
SUMÁRIO
Orientação sobre os conteúdos do volume 8

Tema 1 – Esporte – Sistemas de jogo e táticas em modalidade coletiva: o rúgbi e o


futebol americano 10

Situação de Aprendizagem 1 – Flagball: o futebol sem contato 15

Situação de Aprendizagem 2 – Compreensão e aplicação dos sistemas de jogo no


rúgbi 18

Situação de Aprendizagem 3 – Elaboração de táticas no futebol americano 21

Atividade Avaliadora 24

Proposta de Situações de Recuperação 25

Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do


tema 25

Tema 2 – Corpo, saúde e beleza – Conceitos: atividade física, exercício físico e saúde 27

Situação de Aprendizagem 4 – É ativo quem quer? 30

Atividade Avaliadora 36

Proposta de Situações de Recuperação 39

Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão


do tema 40

Tema 3 – Ginástica: práticas contemporâneas – Ginástica aeróbica 42

Situação de Aprendizagem 5 – Relembrar, calcular e caminhar 45

Situação de Aprendizagem 6 – Assistir, comparar e praticar 52

Situação de Aprendizagem 7 – Competir 54


Atividade Avaliadora 57

Proposta de Situações de Recuperação 59

Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão


do tema 59

Tema 4 – Luta – Esgrima 60

Situação de Aprendizagem 8 – Touché! Lutar com espadas 64

Atividade Avaliadora 72

Proposta de Situações de Recuperação 74

Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão


do tema 74

Quadro de conteúdos do Ensino Médio 76


ORIENTAÇÃO SOBRE OS CONTEÚDOS DO VOLUME
Professor, este Caderno foi elaborado para identificar e discriminar esses conceitos, bem
servir de apoio ao seu trabalho pedagógico co- como estabelecer relações entre eles e os padrões
tidiano com a 1a série do Ensino Médio. Os te- de beleza corporal vigentes em nossa sociedade,
mas deste volume são enfocados com base na com o objetivo de capacitá-los a construir uma
concepção teórica da disciplina, já explicitada argumentação crítica a respeito do tema, rela-
anteriormente, fundamentada nos conceitos cionando-o cada um com sua própria vida.
de Cultura de Movimento e Se-Movimentar.
No tema Ginástica, a ginástica aeróbica
Assim, pretende-se que as Situações de será tomada como exemplo em Situações de
Aprendizagem aqui sugeridas para os temas Aprendizagem que buscam aprofundar ao me-
Esporte; Corpo, saúde e beleza; Ginástica e nos uma modalidade de ginástica contemporâ-
Luta possibilitem aos alunos confrontarem nea. Pretende-se que os alunos a compreendam
suas experiências de Se-Movimentar com im- como um tipo de exercício aeróbio cujo princi-
portantes dimensões do mundo contemporâ- pal objetivo é melhorar a condição cardiorres-
neo, gerando conteúdos mais próximos de sua piratória, contrastando-a com a ginástica aeró-
vida cotidiana. Espera-se, desse modo, con- bica esportiva, de caráter competitivo.
tribuir para a construção de uma autonomia
crítica e autocrítica no âmbito da Cultura de Em relação ao tema Luta, serão analisados
Movimento. Há ainda a expectativa de que o os princípios orientadores e as regras de uma
enfoque adotado para o desenvolvimento dos luta ainda não conhecida dos alunos, a esgri-
conteúdos deste volume seja compatível com ma. Suas técnicas e táticas serão relacionadas
as intencionalidades do projeto político-peda- ao desempenho e à apreciação do espetáculo
gógico de cada escola. esportivo. É importante destacar que o projeto
político-pedagógico da escola poderá optar por
No tema Esporte, serão abordados os siste- outra manifestação gímnica (inclusive de outros
mas de jogo e as táticas de duas modalidades países) e/ou por outra modalidade de luta.
coletivas ainda não conhecidas pelos alunos
– o rúgbi e o futebol americano –, com ên- As estratégias escolhidas – que incluem
fase na análise das táticas e sua importância a realização de gestos/movimentos, a elabo-
no desempenho esportivo. Pretende-se que os ração de exercícios ginásticos, o relato das
alunos consigam discriminar as diferenças e próprias percepções, a busca de informações,
semelhanças entre os sistemas táticos dessas a análise de vídeos, o debate e a reflexão –
duas modalidades, a fim de capacitá-los para possibilitam aos alunos a reflexão com base
uma apreciação mais qualificada do espetá- no confronto de suas próprias experiências
culo esportivo. É importante destacar que o de Se-Movimentar com a sistematização e o
projeto político-pedagógico da escola poderá aprofundamento dos conhecimentos no âm-
optar por outra modalidade esportiva. bito da Cultura de Movimento.

Em Corpo, saúde e beleza, serão tratados Os procedimentos propostos para a avalia-


os conceitos de atividade física, exercício físi- ção caminham na direção de uma avaliação in-
co e saúde, de modo que os alunos consigam tegrada ao processo de ensino e aprendizagem,

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Educação Física – 1a série – Volume 2

sem estabelecer procedimentos isolados e for- como professor, para outras atividades ou
mais. As Atividades Avaliadoras devem favore- variações de abordagem dos mesmos temas.
cer a geração, por parte dos alunos, de informa-
ções ou indícios, qualitativos e quantitativos, Neste mesmo sentido, o Caderno do Aluno
verbais e não verbais, que serão interpretados é mais um instrumento para servir de apoio
pelo professor, nos termos das competências ao seu trabalho e ao aprendizado dos alunos.
e habilidades que se pretende desenvolver em Elaborado a partir do Caderno do Professor,
cada tema/conteúdo. Privilegia-se a proposição este material adicional não tem a pretensão de
de Situações de Aprendizagem que favoreçam restringir ou limitar as possibilidades do seu
a aplicação dos conhecimentos em situações fazer pedagógico.
reais e a elaboração de textos-síntese relacio-
nados aos temas abordados. São também prio- De acordo com o projeto político-pedagó-
rizados os questionamentos dirigidos aos alu- gico da escola e do planejamento do compo-
nos ao longo das aulas, para que se verifique a nente curricular, é possível que os temas nele
compreensão dos conteúdos e a aquisição das elencados, selecionados dentre os propostos
competências e habilidade propostas. no Caderno do Professor, não coincidam com
as atividades que vêm sendo desenvolvidas na
A quadra é o tradicional espaço da aula de escola. Neste caso, a expectativa é subsidiar o
Educação Física, mas algumas Situações seu trabalho para que as competências e habi-
de Aprendizagem aqui sugeridas poderão ser lidades propostas, tanto no Caderno do Pro-
desenvolvidas na sala de aula, no pátio exter- fessor quanto no Caderno do Aluno, sejam
no ou em outro espaço da escola, na biblio- alcançadas.
teca, na sala de informática ou de vídeo, bem
como em espaços da comunidade local, des- Para otimizar o tempo pedagogicamente
de que compatíveis com as atividades progra- necessário para a aula, o Caderno do Alu-
madas. Algumas etapas podem ser realizadas no apresenta as Situações de Aprendizagem,
pelos alunos como atividade extra-aula (pes- também propostas no Caderno do Professor,
quisas, produções de textos etc.). como sugestões de pesquisa e atividades de
lição de casa. Além disso, traz, em todos os
As orientações e sugestões a seguir têm volumes, dicas sobre nutrição e postura, a
por objetivo oferecer-lhe subsídios para o fim de contribuir para a construção da au-
desenvolvimento dos temas apresentados. tonomia dos alunos, um dos princípios do
Não pretendem apresentar as Situações de Currículo da disciplina.
Aprendizagem como as únicas a serem rea-
lizadas, nem restringir a sua criatividade, Isto posto, professor, bom trabalho!

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TEMA 1 – ESPORTE – SISTEMAS DE JOGO E TÁTICAS
EM MODALIDADE COLETIVA: O RÚGBI E O FUTEBOL
AMERICANO
O rúgbi tem sua origem diretamente as- antes da autorização. Essa “linha” separava
sociada ao processo de escolarização na In- as duas equipes e, assim como ocorre no mo-
glaterra, em meados do século XIX, quando mento do passe/lançamento no futebol, ela é
as regras do futebol foram formalmente in- também imaginária no rúgbi, dependendo de
troduzidas em sete escolas públicas daquele cada situação de jogo. Não era permitido pas-
país. Seis dessas escolas estavam praticando o sar a bola com as mãos para um jogador po-
mesmo tipo de esporte, mas na Rugby School sicionado à frente. Nesse caso, o chute faz-se
(fundada em 1567) parecia haver uma versão necessário para realizar o passe.
completamente diferente.
© Wallace Kirkland/Time & Life Pictures/Getty Images
As seis escolas associaram-se e prossegui-
ram na formalização do esporte, chamando-o
de Football Association (que é a modalidade
esportiva mais popular no Brasil, o futebol,
atualmente regulamentada pela Fédération
Internationale de Football Association, a Fifa),
enquanto a modalidade praticada na Rugby
School se desenvolveu de modo diferente. Há
controvérsia e incerteza sobre os motivos dessa
diferenciação, mas ela é comumente atribuída
à insistência dos alunos em correr com a bola
nas mãos, o que era válido nas regras anteriores.
Sabe-se que, na década de 1830, esse tipo de jo-
gada era comum entre os alunos daquela escola.
Figura 1 – Tentativa de chute ao gol no rúgbi.
Algumas regras estabelecidas naquele
período permaneceram, como as pontuações Entretanto, as regras foram registradas
por chutar a bola entre duas traves (verticais) apenas em 1863, quando os alunos da Rugby
e acima de um travessão (horizontal), permi- School começaram a disputar competições
tindo tentativas de gol de longa distância, e com outras escolas e clubes. Com o aumento
o direito ao “prêmio” de uma tentativa extra da competitividade, ocorreram algumas mu-
de chutar, caso o jogador consiga invadir a danças, sobretudo para minimizar as lesões
defesa adversária com a bola em mãos. Era e acidentes mais graves e, por volta de 1893,
comum entre os defensores a permanência em as regras do rúgbi tornaram-se praticamen-
grupo próximo às traves como tática. Por isso, te as mesmas utilizadas até hoje e o esporte
a formação inicial do ataque e da defesa em profissionalizou-se.
cada jogada e a regra do impedimento foram
tópicos definidos na época. O impedimento O futebol americano, derivado do rúgbi e do
ocorria quando um jogador ultrapassava a li- futebol, também teve sua origem vinculada ao
nha demarcatória do local de início da jogada, processo de escolarização nos Estados Unidos

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Educação Física – 1a série – Volume 2

no decurso do século XIX, mas a partir das agressividade no contato entre os jogadores
faculdades e fraternidades de estudantes uni- ou à velocidade no jogo. Na Universidade
versitários. Um jogo que parece ter influencia- de Harvard, um jogo semelhante era dispu-
do a modalidade foi o ballown, disputado por tado entre calouros e veteranos, marcando
grupos de alunos na Universidade de Princeton, a confraternização dos estudantes no início
em que os jogadores deveriam transpor a defesa do ano letivo. O jogo era disputado em uma
adversária, conduzindo a bola com os punhos segunda-feira chamada “sangrenta” por cau-
e os pés. Não havia regras registradas quanto à sa das condições da disputa.

© Photo and Co/The Image Bank/


Getty Images
© Creasource/Corbis/Latinstock

© Yellow Dog Productions/Stockbyte/Getty Images

Figuras 2, 3 e 4 – Linguagens e códigos do futebol: rúgbi, futebol americano e futebol,


respectivamente.

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Jogos semelhantes tornaram-se populares As mudanças ocorreram principalmente pela
na região de Boston e as universidades passa- pressão das fraternidades e dos patrocinado-
ram a organizar disputas entre suas equipes, até res das universidades, cujos filhos praticavam
que em 1867 as primeiras regras foram forma- a modalidade, para reduzir a incidência de le-
lizadas por iniciativa de Princeton. O esporte sões graves. Logo depois, o futebol americano
mantinha características comuns ao rúgbi e ao tornou-se profissional.
futebol, mas várias modificações foram feitas,
principalmente a regulamentação do passe dire- As regras e a sua institucionalização nas
cionado à frente com as mãos, e em 1906 foram duas modalidades têm semelhanças e diferen-
estabelecidas as regras conhecidas atualmente. ças. A seguir estão algumas:

Rúgbi Futebol americano

Origem nas escolas públicas do sistema de Origem nas faculdades do sistema privado de
Educação Básica da Inglaterra. Ensino Superior dos Estados Unidos.

Duas equipes com 15 ou 7 jogadores em Duas equipes com 11 jogadores em campo,


campo que não podem fazer passes com as que só podem fazer passes com as mãos para a
mãos para a frente. Nesse caso, os passes frente antes de ultrapassar a “linha” inicial de
podem ser feitos com os pés. Geralmente cada cada jogada. Geralmente cada equipe tem dois
equipe tem jogadores polivalentes: os mesmos times: os jogadores que atacam não são os mes-
jogadores atacam e defendem, podendo haver mos que defendem. Obs.: quando uma equipe
cinco substituições no caso do jogo de 15 e joga com os mesmos jogadores no ataque e
três no jogo de 7. na defesa, diz-se que ela tem o estilo iron men
(“homens de ferro”).

A equipe não é obrigada a avançar duran- Cada equipe tem quatro tentativas para avançar
te todo o tempo, mas cada tentativa de fazer determinada distância (10 jardas, equivalente a
gol recebe uma pontuação diferenciada (cada 9,14 metros) e manter a posse da bola; caso não
try vale cinco pontos), valendo mais caso seja avance, a bola passa para a equipe adversária.
convertida (cada conversion vale dois pontos).

Se o jogador conseguir invadir o espaço do gol Se o jogador conseguir invadir o espaço do


adversário portando a bola nas mãos e tocá-lo gol e tocar o solo (touchdown) com a bola em
no solo (touchdown) com a bola em mãos, ga- mãos, marca gol (seis pontos), tendo direito a
nha uma “tentativa de gol” (try); caso ocorra um chute extra ao gol (um ponto).
uma infração às regras, há o chute de pênalti
(três pontos).

O jogador pode chutar a bola para o gol O jogador pode chutar a bola para o gol (field
fazendo transpor o travessão entre as traves goal), fazendo-a transpor o travessão entre as
durante as partidas (droap goal), marcando traves (três pontos).
três pontos ou, ainda, optar pelo chute, no
caso de cobrança de penalidade (três pontos).
Quadro 1 – Comparativo entre características do rúgbi e futebol americano.

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Educação Física – 1a série – Volume 2

© Dave King/Dorling Kindersley/Getty Images


Figura 5 – Equipamentos do rúgbi.

© Dave King/Dorling Kindersley/Getty Images

Figura 6 – Equipamentos do futebol americano.

Os sistemas de jogo no rúgbi refletem sua Zelândia (chamados “all blacks”) e de ou-
organização estratégica e também caracte- tros países da Oceania, que incorporaram
rísticas culturais e antropológicas das equi- uma celebração aborígine na preparação
pes, como no caso dos jogadores da Nova para as partidas.

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Figura 7 – A Haka – celebração aborígine da tribo Maori


realizada pelos jogadores de rúgbi da Nova Zelândia.

No futebol americano, as táticas têm um No Brasil, praticam-se o rúgbi e algumas


papel preponderante na apreciação do espe- variações do futebol americano na areia das
táculo esportivo, especialmente pela possibi- praias e nos campos dos parques. Embora
lidade de as equipes realizarem passes curtos seja mais comum a ocorrência no Rio de Ja-
ou de longa distância. Além dessa incerteza neiro, no litoral paulista também é possível
para os defensores, a dinâmica complexa de observar partidas de beach football e beach
elaboração das jogadas pode ter relação dire- rugby. Nas cidades do Estado de São Paulo,
ta com o contexto original da modalidade no sobretudo na região metropolitana da capi-
Ensino Superior, em que havia uma busca tal, é comum haver jogadores em parques,
por teorias que justificassem os diferentes sis- como o Parque do Ibirapuera, disputando
temas utilizados nesse esporte. flag football, flagball ou mesmo rúgbi.
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© Tom Stewart/Corbis/Latinstock

Figura 8 – Tática no futebol americano – diagrama de Figura 9 – Variação do rúgbi e do futebol americano
uma jogada. jogado no parque.

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Educação Física – 1a série – Volume 2

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Figura 10 – Variação do rúgbi e do futebol americano jogado na praia.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
FLAGBALL: O FUTEBOL SEM CONTATO
O objetivo desta Situação de Aprendiza- americano, sem o contato entre os jogado-
gem é proporcionar a compreensão de carac- res – e, em seguida, analisarão as suas regras.
terísticas importantes do rúgbi e do futebol Depois elaborarão estratégias para colocá-
americano. Os alunos vivenciarão um jogo -las em prática na dinâmica do jogo, perce-
semelhante ao flag football – que apresenta bendo implicações táticas e alternativas para
características comuns ao rúgbi e ao futebol os sistemas de jogadas.

Conteúdo e temas: sistemas de jogo e táticas no flag football.

Competências e habilidades: identificar a sistemática ofensiva e defensiva da modalidade esportiva;


reconhecer aspectos táticos em situações-problema típicas da modalidade esportiva.

Sugestão de recursos: quadra com tabelas de basquetebol (ou com traves de futebol, ou um espaço
equivalente com paredes nas extremidades em que se possa riscar “traves” com giz); bola de futebol
americano ou de rúgbi (ou uma bola murcha com formato irregular); coletes; tiras/fitas de tecido (uma
para cada aluno); folhas de papel sulfite; canetas.

Desenvolvimento da Situação de cilitar o reconhecimento pelos colegas, ou


Aprendizagem 1 que vistam um colete sobre a camiseta. Se
a quantidade de alunos em quadra for mui-
Etapa 1 – Todo jogo de futebol tem contato? to grande, organize subgrupos: dois times
em cada equipe, um para o ataque e outro
Proponha a formação de duas equipes para a defesa.
mistas envolvendo todos os alunos da tur-
ma. Opcionalmente, solicite que as equipes Sorteie a equipe que iniciará o jogo
sejam formadas de acordo com a seme- com a posse de bola e explique as seguintes
lhança na vestimenta dos alunos, para fa- regras para os alunos. Introduza-as aos poucos

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durante a realização do jogo ou modifique-as Professor, solicite que os alunos
conforme as características de cada turma. analisem as imagens e depois res-
pondam às questões presentes na
f O jogo terá início no centro da quadra e seção “Para começo de conversa”,
cada equipe terá quatro chances consecu- no Caderno do Aluno.
tivas para fazer gol; caso não consiga, a
bola passará para a equipe adversária; Você já deve ter visto no cinema ou na TV
f o movimento inicial deve ser feito com a uma modalidade esportiva em que o jogador
bola no solo (jogo parado) e com um joga- corre com uma bola oval nas mãos, tentando
dor passando-a entre os membros inferio- avançar até a linha final do campo, enquan-
res para seu colega (jogo iniciado); to os adversários tentam interceptá-lo. Neste
f para marcar ponto (fazer gol ou touchdown), esporte, além da bola, o jogador também
um jogador deve ultrapassar a linha de pode ser interceptado.
fundo da quadra com a bola nas mãos ou

© Yellow Dog Productions/Image Bank/Getty Images


recebê-la nesse local;
f o contato entre os jogadores não é permi-
tido e apenas o jogador que estiver com
a bola nas mãos poderá ser tocado, in-
terrompendo a jogada no momento em
que ocorrer o toque (semelhante ao “pe-
ga-pega”). Caso o jogador esteja realizan-
do um passe quando for tocado, a jogada
poderá prosseguir;
f são permitidos passes apenas com o uso
das mãos e para frente e quando o joga-
dor com a posse da bola não tiver ultra-
passado o local de início da jogada; essa
é a “linha de impedimento”, que varia de Jogador impedindo a progressão.
acordo com o local inicial de cada tentati-
© Philippe Marchand/The Image Bank/Getty Images

va para marcar ponto;


f a seguinte pontuação é sugerida: seis
pontos para o gol com direito a um chu-
te extra; e três pontos para um chute de
campo. O chute extra, que vale um ponto,
poderá ser realizado na linha de lance li-
vre do basquetebol. E a qualquer momen-
to a equipe com a posse de bola pode op-
tar pelo chute de campo, realizando-o no
ponto em que está com a bola. Em ambos
os casos, solicita-se aos alunos que aguar-
dem o momento do chute, que será livre,
para prosseguir o jogo. O aluno que chu-
tar deverá acertar na tabela de basquete
(ou acima do travessão de futebol, se não
houver tabelas disponíveis) para ganhar a
pontuação do chute extra ou de campo. Jogador à frente da marcação.

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Educação Física – 1a série – Volume 2

Nas imagens anteriores observam-se ca- Organize um debate entre os alunos para
racterísticas semelhantes entre dois esportes: evidenciar os pontos bem-sucedidos de cada
bola oval, jogadores avançando com a bola estratégia utilizada. Questione-os sobre os pon-
na mão e adversários tentando interceptá-los. tos em que ocorreram falhas na expectativa ou
No entanto, são modalidades diferentes. Veja na execução, buscando soluções para resolver
se você sabe a diferença entre elas! os problemas percebidos.

1. As duas imagens representam, respectiva- Etapa 3 – O que é flag football ou flagball ?


mente:
Realize um novo jogo com os alunos,
( ) rúgbi e handebol. procurando manter as mesmas equipes da
( ) futebol americano e handebol. vivência anterior. Solicite-lhes que reelabo-
(X) futebol americano e rúgbi. rem as estratégias e que atribuam funções
( ) flag football e handebol. específicas aos jogadores, tanto no ataque
quanto na defesa.
2. Em qual das modalidades os jogadores uti-
lizam equipamento de proteção? Dessa vez, o jogo será disputado com as
condições do flagball, sendo necessário que os
No futebol americano. alunos prendam uma tira de tecido comum ou
texturizado (ou algo como fitas, coletes, cadar-
3. Os países de origem do rúgbi e do futebol ços, barbantes ou sacolas plásticas) na cintu-
americano são, respectivamente: ra, deixando uma ponta aparente. No flagball,
o jogador com a posse de bola deve manter
( ) Estados Unidos e Inglaterra. sua “flâmula” ou “bandeira”, sendo bloquea-
(X) Inglaterra e Estados Unidos. do quando algum adversário removê-la de sua
( ) Inglaterra e Alemanha. cintura. É importante ressaltar para os alunos
( ) Alemanha e Estados Unidos. que apenas esse contato será permitido.

Etapa 2 – Sem plano, sem chance Faça pausas durante o jogo para a revisão
das estratégias e, depois, discuta as impressões
Solicite aos alunos de cada equipe que dos alunos, caracterizando os planos de ação
discutam e combinem uma estratégia para o para o ataque e para a defesa de cada equipe.
jogo, diferenciando-a no ataque e na defesa. Solicite às equipes que sugiram alternativas
Retorne ao jogo e faça pausas para que as para as táticas elaboradas pelo adversário e
equipes possam rever suas estratégias. É ne- que registrem suas conclusões.
cessário que todas as eventuais alterações no
plano de ação definido pelos alunos sejam re- Professor, chame a atenção dos alunos
gistradas, para viabilizar a discussão posterior para as considerações apresentadas na seção
dos critérios que utilizaram. “Curiosidade”, no Caderno do Aluno.

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Curiosidade
© Marc Serota/The New York Times/Latinstock

Jogo de flag football.

Flag football e beach football

Nem todo mundo gosta de modalidades esportivas com muito contato físico. Logo, o futebol
americano não agrada a todas as pessoas. Por isso, foi criada uma variação desta modalidade: o
flag football.

As regras são praticamente as mesmas, mas nada de interceptar o jogador para que ele perca a
posse de bola! Para que isso aconteça, o adversário deve retirar uma das faixas que ficam presas (com
velcro) ao calção. Você vai vivenciar o flag football nas suas aulas.

Estima-se que o Estado de São Paulo tenha 2,5 mil praticantes dessa modalidade, a maioria na
capital. Se você mora nessa cidade ou a visita com frequência, pode assistir aos jogos nos parques
Ibirapuera, Villa-Lobos, da Juventude e Parque Esportivo dos Trabalhadores (PET, antigo Ceret).

Há também o beach football, a versão de areia da modalidade praticada em praias brasileiras.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2
COMPREENSÃO E APLICAÇÃO DOS SISTEMAS
DE JOGO NO RÚGBI
O objetivo desta Situação de Aprendiza- de regras e condutas do rúgbi, vivenciando-o
gem é proporcionar a compreensão do código e comparando-o a códigos semelhantes de

18
Educação Física – 1a série – Volume 2

outras manifestações do futebol. O propó- jogos baseados em regras elaboradas nas três
sito é que os alunos elaborem estratégias modalidades de futebol, enfatizando os códi-
durante o jogo, adaptando-as a sistemas gos do rúgbi. Depois elaborarão estratégias
coerentes de ações individuais e coletivas, e para colocá-las em prática na dinâmica de um
percebendo as implicações táticas de cada torneio com vários jogos, discutindo impli-
escolha. Após pesquisar e comparar os códi- cações táticas e alternativas para os sistemas
gos de regras do rúgbi, os alunos vivenciarão de jogadas.

Conteúdo e temas: sistemas de jogo e táticas do rúgbi; códigos de regras e condutas do rúgbi, do futebol
e do futebol americano.

Competências e habilidades: identificar a sistemática ofensiva e defensiva no rúgbi; reconhecer aspectos


táticos em situações-problema típicas do rúgbi.

Sugestão de recursos: computadores com internet para pesquisa; quadra com tabelas de basquetebol
(ou com traves de futebol, ou um espaço equivalente com paredes nas extremidades em que se possa
riscar “traves” com giz); bola de futebol americano ou de rúgbi (ou uma bola murcha com formato
irregular); coletes; folhas de papel sulfite; canetas (uma para cada equipe).

Desenvolvimento da Situação de (um do rúgbi e outro do futebol ou do fu-


Aprendizagem 2 tebol americano) e sugira que definam dez
tópicos ou mais que serão obedecidos para
Etapa 1 – Diferentes linguagens e códigos a realização das partidas. Peça-lhes que re-
no futebol gistrem todos os tópicos escolhidos em um
“livro de regras”.
No século XIX, cada escola inglesa tinha
regras próprias para jogar futebol. Antes da Professor, coordene a pesquisa
organização das competições interescolares com os alunos das semelhanças e
com regras comuns, os capitães das equipes diferenças entre o rúgbi e o fute-
encontravam-se e definiam as regras para bol americano, para que na se-
aquela partida. Sugira aos alunos que tratem quência preencham a tabela presente na seção
da mesma situação-problema. “Pesquisa em grupo”, no Caderno do Aluno.

Solicite-lhes que pesquisem previamente Diferentes linguagens e códigos do futebol


as regras do rúgbi, do futebol e do futebol
americano ou, se considerar mais adequa- Pesquise com os colegas de seu grupo as di-
do, acompanhe diretamente a pesquisa dos ferenças e semelhanças entre as duas modalida-
alunos nos computadores da escola duran- des (rúgbi e futebol americano) e, em seguida,
te uma aula. Utilize os sites indicados nes- preencha a tabela.
te Caderno ou outros que tragam as regras
dessas modalidades esportivas. Em seguida, Confira as sugestões de roteiro para pesquisa
escolha dois códigos diferentes de regras na coluna da esquerda:

19
Roteiro Rúgbi Futebol americano

1. Origem. Na escola pública inglesa de rúgbi. Nas faculdades privadas americanas.

2. Qual o número de jogadores Duas equipes com 15 ou 7 jogadores que


não podem fazer passes com as mãos
nas equipes? E em que si- Duas equipes com 11 jogadores que só po-
para a frente. Os passes podem ser feitos
dem fazer passes com as mãos para a frente
tuação (passes, lançamentos, com os pés. Os mesmos jogadores ata-
antes de ultrapassar a “linha” inicial de cada
cam e defendem; são permitidas cinco
chutes ao gol etc.) se devem substituições para o jogo com 15 joga-
jogada.
usar os pés ou as mãos? dores e três para o jogo com 7.

Geralmente cada equipe tem um time de


3. Se na mesma equipe há joga- atacantes e outro de defensores, quando os
Não há obrigação em definir uma equi-
dores que apenas defendem e pe para defender e outra para o ataque.
mesmos jogadores se revezam nas funções
ofensivas e defensivas, diz-se que adotam o
jogadores que apenas atacam. estilo iron men.

Invadir o espaço do gol adversário


Invadir o espaço do gol e tocar o solo
4. Qual é o objetivo do jogo? com a bola nas mãos e tocá-lo no solo
(touchdown) com a bola em mãos.
(touchdown).

A bola chutada para o gol precisa trans-


por o travessão entre as traves durante as A bola chutada na direção ao gol precisa
partidas (droap goal), vale três pontos, transpor o travessão entre as traves. Esse
5. Como se pontua? ou, ainda, no caso de cobrança de pena- lance vale três pontos. O touchdown vale
lidade (três pontos). Cada try vale cinco seis pontos e o chute extra (após cada
pontos, valendo mais caso seja conver- touchdown) vale um ponto.
tido (cada conversion vale dois pontos).

Professor, com base nessa pesquisa, solicite fazer durante o jogo. Organize a vivência e
que os alunos criem um livro com as regras a discuta, ao final ou nos intervalos entre as
serem empregadas nas vivências. partidas, as opções escolhidas por equipe em
função do sistema definido para a disputa.
Etapa 2 – Torneio “híbrido” de rúgbi Compare, junto com os alunos, as estratégias
definidas na Situação de Aprendizagem ante-
Organize equipes com os alunos e, antes de rior (flagball) e as colocadas em prática nas
iniciar cada partida, solicite às equipes que re- partidas. É importante que os alunos elabo-
gistrem suas intenções em um plano de ação, rem argumentos coerentes para justificar suas
estabelecendo os detalhes do que pretendem escolhas e condutas.

20
Educação Física – 1a série – Volume 2

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3
ELABORAÇÃO DE TÁTICAS NO FUTEBOL AMERICANO
O objetivo desta Situação de Aprendi- ciarão jogos semelhantes ao futebol ameri-
zagem é proporcionar a compreensão de cano, elaborando, aplicando e analisando
aspectos táticos ofensivos e defensivos do estratégias. Depois discutirão as implica-
futebol americano. O propósito é que os ções táticas, propondo alternativas para os
alunos elaborem estratégias e as apliquem sistemas de jogadas ofensivas e defensivas,
durante os jogos, percebendo as implica- voltando a colocá-las em prática na dinâmi-
ções táticas de suas escolhas. Eles viven- ca do jogo.

Conteúdo e temas: sistemas de jogo e táticas no futebol americano; o espetáculo esportivo no futebol
americano.

Competências e habilidades: identificar a sistemática ofensiva e defensiva no futebol americano; inter-


pretar aspectos táticos em situações-problema típicas do futebol americano.

Sugestão de recursos: lousa e quadra com tabelas de basquetebol (ou com traves de futebol, ou um
espaço equivalente com paredes nas extremidades em que se possa riscar “traves” com giz); bola de
futebol americano ou de rúgbi (ou uma bola murcha com formato irregular); coletes; folhas de papel
sulfite; canetas (uma para cada equipe).

Desenvolvimento da Situação de utilize a mesma estratégia do “pega-pega” ou


Aprendizagem 3 do flagball. Assim, cada jogada será interrom-
pida com o simples toque no corpo do colega.
Etapa 1 – Saída pela direita, pela esquerda Recomende que, ao tocar os colegas, cada alu-
ou pelo centro? no se preocupe com sua conduta para evitar
acidentes, preservando a si mesmo e os demais.
Organize um torneio com os alunos, envol-
vendo as mesmas equipes da vivência anterior Professor, solicite aos alunos que
(rúgbi) ou organizando outras. Utilizando o observem a imagem (da próxima
código de regras já pesquisado anteriormen- página), utilizando-a como referên-
te sobre o futebol americano, solicite-lhes que cia ao elaborar um esquema com
definam por escrito a função de cada jogador uma jogada de seu time, atividade presente na
para o ataque e para a defesa: quem arremes- seção “Lição de casa”, no Caderno do Aluno.
sará a bola, quem protegerá o arremessador,
quem correrá para receber os passes, quem Saída pela direita, pela esquerda ou pelo
chutará a bola etc., e quem defenderá cada centro
uma dessas situações. Solicite que façam um
gráfico das jogadas que criarem e que no- A tática tem papel relevante e bem defi-
meiem suas variações. nido nessas modalidades. É importante de-
terminar quem ataca, quem defende, quem
É importante reforçar o contato restrito en- arremessa a bola, quem protege o arremes-
tre os jogadores para evitar acidentes, por isso sador, quem recebe o passe, quem chuta etc.

21
© Dorling Kindersley/Getty Images

Formação inicial das equipes no futebol americano.

Observe, na imagem a seguir, que o time função de bloqueá-los, para que o círculo
representado pelos círculos está com a posse atrás deles possa se deslocar e receber o passe
da bola, ou seja, está no ataque. A coluna de do seguinte (o que está mais atrás) e avançar
círculos imediatamente à frente dos X tem a até o espaço de gol para realizar o touchdown.
© Paulo Manzi

22
Educação Física – 1a série – Volume 2

Elabore um esquema com uma jogada de seu individual dos alunos que talvez não tenham
time. Utilize a imagem anterior como referência. marcado pontos, mas que realizaram a pro-
teção para quem pontuou, trabalhando em
Professor, neste momento, há um espaço no Caderno do equipe. Sugira que escolham as jogadas mais
Aluno para que seja preenchido com o esquema solicitado. bem-sucedidas no ataque e na defesa.
Cada aluno deverá representar um esquema tático, confor-
me exemplificado no Caderno do Aluno. Provavelmente, re- Peça que reelaborem suas táticas, aperfei-
presentará uma situação vivida em aula. çoando-as com base no que foi discutido.
Organize outros jogos para que apliquem as
Etapa 2 – Desafiando os estrategistas novas táticas e analise os critérios utilizados
nas inovações.
Peça aos grupos que expliquem suas joga-
das aos demais, utilizando uma lousa, e dis- Professor, solicite aos alunos que localizem
cuta com todos os alunos as implicações tá- na coluna da direita uma palavra que é parcei-
ticas bem-sucedidas e/ou frustradas durante ra na coluna da esquerda; em seguida, que as
o torneio. Valorize tanto as táticas ofensivas registrem no espaço correspondente na seção
quanto as defensivas, inclusive o desempenho “Desafio!”, no Caderno do Aluno.

Desafio!
Palavras parceiras
Localize na coluna da direita uma palavra que é parceira da palavra da coluna da esquerda; em
seguida, registre-a no espaço em branco correspondente. Siga o exemplo. Ao preencher o desafio,
surgirá o nome da principal jogada do futebol americano, na qual a equipe atacante entra na área ao
fundo do campo com a posse da bola.

Ofensiva A T A Q U E Desvio

Fugir C O R R E R Ofensa

Número Q U I N Z E Wilson

Acontece O C O R R E Correr

Atingir C H E G A R Ataque

Atalho D E S V I O Quinze

Injúria O F E N S A Novato

Nome W I L S O N Chegar

Iniciante N O V A T O Ocorre

23
ATIVIDADE AVALIADORA
Observe os alunos durante o desenvolvimen- Com base nas aulas de Educação Física e
to das Situações de Aprendizagem, avaliando nas atividades deste volume, assinale a alter-
suas ações e como expõem sua compreensão nativa correta.
a respeito das atividades. Analise as decisões
tomadas pelos grupos, as ações realizadas, as 1. Um jogador de rúgbi tem direito a um try
diferentes negociações ocorridas em relação às quando:
regras. Analise também o envolvimento de to-
dos na elaboração das estratégias e dos sistemas ( ) é interceptado por um adversário.
de jogo. Verifique a compreensão das posições ( ) deixa a bola cair no chão.
específicas dentro de cada sistema, ofensivo e (X) realiza um touchdown.
defensivo, e a combinação de ambas, como no ( ) executa o field goal.
exemplo do “iron men”, em que os jogadores jo-
gam tanto no ataque quanto na defesa. 2. No futebol americano, quando uma equipe
utiliza os mesmos jogadores para atacar e
Ao longo da realização das atividades, pro- defender, ela adota o estilo:
ponha a redação de textos-síntese sobre aquilo
que foi trabalhado e discutido nos ambientes
( ) ataque e defesa.
de aula. Aproveite os registros das estratégias
elaboradas pelos alunos ou faça questiona- ( ) duplo.
mentos orais, individualmente ou em grupo, ( ) vice-versa.
como forma de verificar suas compreensões. (X) iron men.

Ao longo das situações de aula, você pode 3. Quando um jogador realiza um touchdown,
apresentar algumas questões, como: sua equipe marca seis pontos e ele tem di-
reito a um chute extra ao gol, valendo um
f Quais são as principais características das ponto. A que modalidade se aplica esta
modalidades esportivas vivenciadas? afirmação?
f Dessas características, quais são as seme- Futebol americano.
lhantes e quais são as diferentes?
f Como podemos compreender o desempenho 4. Quando um jogador consegue passar pela
e o espetáculo esportivo do ponto de vista defesa adversária, ao atravessar o espaço
dos praticantes das modalidades analisadas? do gol e tocar o solo com a bola em mãos,
f Se algum aluno já assistiu na TV a uma parti- ele realiza um:
da de rúgbi ou de futebol americano, ou a al-
gum filme ou seriado que retrate jogos dessas (X) touchdown.
modalidades, indague se as vivências realiza- ( ) field goal.
das nas aulas corresponderam às expectati- ( ) flag football.
vas de desempenho e de espetáculo esportivo ( ) conversion.
mostrados pela mídia.
5. Uma equipe marca quatro pontos quan-
Professor, solicite aos alunos do um jogador, em um chute, consegue
que assinalem a alternativa que a bola transponha o travessão entre
correta nas questões presentes as traves. A que modalidade se aplica esta
na seção “Você aprendeu?”, afirmação?
no Caderno do Aluno. Rúgbi.

24
Educação Física – 1a série – Volume 2

PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO


Durante o percurso pelas várias Situações las ou em outros momentos e podem envolver
de Aprendizagem, alguns alunos poderão não todos os alunos ou apenas aqueles que apresen-
apreender os conteúdos ou desenvolver as habi- taram dificuldades na compreensão dos temas.
lidades da forma esperada. É necessário, então, Por exemplo:
professor, propor outras Situações de Aprendi-
zagem em que as táticas, os sistemas de ataque f roteiro de estudos referentes às táticas e
e defesa e a apreciação do desempenho e do aos sistemas de jogo das modalidades es-
espetáculo esportivo possam ser questionadas. portivas estudadas, e posterior apresenta-
Essas situações devem ser diferentes daquelas ção em registro escrito;
que geraram dificuldade nos alunos. Tais estra- f pesquisas em sites ou outras fontes para
tégias podem ser desenvolvidas durante as au- posterior apresentação.

RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR


E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA
Artigo
FRONTELMO, Paulo Antônio C. S.; RIBEI- de eventos e competições, além de uma biblio-
RO, Carlos Henrique de V. Futebol america- teca para entender melhor a modalidade.
no no Brasil: estratégias e limitações no país do
futebol. Lecturas, Educación Física y Deportes, Filmes
Buenos Aires, v. 11, n. 102, nov. 2006. Dispo-
nível em: <http://www.efdeportes.com/efd102/ Desafiando gigantes (Facing the giants). Di-
futebol.htm>. Acesso em: 12 nov. 2013. Trata reção: Alex Kendrick. EUA, 2006. Drama.
da origem e do contexto mais recente do fute- 111 min. Livre. Trata da história de um téc-
bol americano praticado nas praias do Rio de nico de futebol americano de uma escola de
Janeiro. Comenta a influência da mídia na di- Ensino Médio que, em seis anos, jamais con-
vulgação da modalidade esportiva. seguiu levar seu time a um campeonato. Sua
vida profissional não é muito diferente de sua
Sites vida pessoal, o que o faz pensar em desistir do
esporte. Sua visão começa a mudar quando
Confederação Brasileira de Rugby. Disponível percebe que o poder da perseverança poderá
em: <http://www.brasilrugby.com.br>. Aces- lhe dar a chave para que os alunos da equipe
so em: 12 nov. 2013. Apresenta informações possam vencer.
sobre o rúgbi, processo histórico no Brasil e
no mundo, calendário de competições e equi- Duelo de titãs (Remember the Titans). Dire-
pes dos países que praticam a modalidade. ção: Boaz Yakin. EUA, 2000. Drama. 113
min. Livre. O filme narra uma história de in-
Federação Paulista de Rugby. Disponível em: tegração racial no início dos anos de 1970,
<http://www.portaldorugby.com.br/fprugby>. em Virgínia. O técnico do time de futebol
Acesso em: 28 abr. 2014. Apresenta calendários americano é substituído por um técnico

25
afro-americano, gerando desconforto entre Homem trabalha como ajudante em uma
os jogadores racistas. Mas a força de vonta- equipe de futebol, servindo os atletas, que
de do técnico tentará fazer unir os jogadores constantemente o humilham. Ele busca es-
de ambas as etnias para um objetivo maior: paço em uma equipe com menos prestígio e
superar as diferenças e vencer o campeonato. passa a jogar profissionalmente.

Invictus (Invictus). Direção: Clint Eastwood. Um domingo qualquer (Any given Sunday).
EUA, 2009. Drama. 120 min. Livre. Baseado Direção: Oliver Stone. EUA, 1999. Drama.
em fatos reais, o filme retrata por meio do rúgbi 162 min. 18 anos. Trata das vitórias e das
a tentativa do então presidente sul-africano, derrotas de uma equipe de futebol ameri-
Nelson Mandela, de unir a população de seu cano, focando os interesses financeiros en-
país para uma reflexão sobre o racismo e as volvidos no esporte profissional e as conse-
desigualdades socioeconômicas. quências para a vida pessoal de jogadores,
técnicos e dirigentes. Este filme é indicado
O rei da água (The waterboy). Direção: Frank para o professor devido à restrição da classi-
Coraci. EUA, 1998. Comédia. 90 min. Livre. ficação etária.

26
Educação Física – 1a série – Volume 2

TEMA 2 – CORPO, SAÚDE E BELEZA – CONCEITOS:


ATIVIDADE FÍSICA, EXERCÍCIO FÍSICO E SAÚDE

© JLP/Sylvia Torres/Corbis/Latinstock
Os conceitos de atividade física, exercício
e saúde sempre estiveram presentes na Edu-
cação Física escolar brasileira desde a sua
origem. A atividade física inclui toda movi-
mentação produzida pela musculatura esque-
lética com gasto expandido de energia, como
nas atividades domésticas, laborais e de lazer,
exercícios e esportes.

A atividade física previamente planejada,


orientada e proposta para a manutenção ou Figura 11 – Jovem medindo a cintura com fita
melhora dos componentes da aptidão física re- métrica.
lacionada à saúde (resistência aeróbia, resistên-

© B. Pepone/Corbis/Latinstock
cia anaeróbia e força muscular, flexibilidade e
composição corporal), realizada repetidamente,
é denominada exercício físico. Portanto, o exer-
cício é uma subcategoria da atividade física.

Já o debate sobre o conceito de saúde


encaminha-se para duas visões que se con-
trapõem. Por um lado, há o viés biológi-
co (considera a saúde como a ausência de
doença) e individualizado (responsabiliza
o sujeito pela prevenção aos fatores de ris-
co). De outro, o entendimento da saúde em
sua dimensão coletiva, que leva em conta a Figura 12 – Autonomia física para as
história do indivíduo e sua relação com a tarefas diárias.
sociedade. Os defensores desta última pers-
© James Clarke Images/Alamy/Glow Images

pectiva criticam os que culpam a pessoa por


não evitar a doença em virtude do pouco
controle sobre seus hábitos relacionados à
saúde, já que esta é fortemente vinculada a
variáveis socioeconômicas, como alimenta-
ção, moradia, renda, trabalho e transporte,
entre outros.

O envolvimento da comunidade para a


melhoria da saúde é privilegiado no concei-
to de promoção da saúde, que propõe a ca-
pacitação dos indivíduos e grupos para que
reconheçam suas aspirações e necessidades Figura 13 – Jovem correndo em parque.

27
© Fernando Favoretto

Figura 14 – Jovem fazendo abdominal.


© Steve Prezant/Corbis/Latinstock

Figura 15 – Jovem fazendo alongamento em parque.

e reivindiquem ambientes favoráveis ao de- indivíduos ou naquelas voltadas ao cole-


senvolvimento de um estado de completo tivo e ao ambiente. O autor acrescenta a
bem-estar multifatorial; físico, mental e so- importância do conceito de “empodera-
cial (Carta de Ottawa, 1986). mento”, que significa a aquisição de poder
técnico e consciência política para atuar na
Segundo Buss (2003), a participação so- direção de assuntos de saúde por intermé-
cial está na base dessa formulação concei- dio da capacitação popular.
tual que valoriza o conhecimento popular
nas atividades que podem ser dirigidas à Na Educação Física, pode-se pensar o co-
transformação dos comportamentos dos nhecimento técnico como referente à prescrição

28
Educação Física – 1a série – Volume 2

e formas de execução dos exercícios, ao passo mentos adequados (materiais esportivos e de


que a consciência política pode ser estimulada ginástica, vestimenta, equipamentos adaptados
por meio do questionamento e da reflexão que e de segurança) e espaços acessíveis (academias,
levem à reivindicação dos recursos e condições clubes, parques, praças, ruas seguras, limpas e
necessários ao exercício físico, como equipa- arborizadas).

© PM Images/Iconica/Getty Images

© David Madison/Photographer’s Choice/Getty Images


Figura 16 – Jovem exercitando-se em academia. Figura 17 – Jovem exercitando-se ao ar livre.
© Richard Schultz/Corbis/Latinstock

© Richard Hamilton Smith/


Corbis/Latinstock
Figura 18 – Exercício físico praticado em parque. Figura 19 – Atletismo paraolímpico.
© Kevin Dodge/Corbis/Latinstock

Figura 20 – Exercício em barra paralela.

29
Tal concepção contrapõe-se ao conceito de A saúde também é relacionada aos pa-
saúde, pautado em estudos epidemiológicos drões de beleza da sociedade. A obesidade,
sobre os fatores de risco para doenças dege- por exemplo, que em determinados períodos
nerativas cardiovasculares, como o sedenta- históricos foi sinônimo de saúde, beleza e
rismo e a obesidade. Tais estudos enfatizam a sedução, hoje é sinônimo de doença e falta
presença de fatores de risco no estilo de vida de controle sobre o corpo. Os atuais padrões
das pessoas, inclusive de crianças, e tendem a de beleza, estabelecidos em grande parte
valorizar a transmissão de informações rela- pelos meios de comunicação, têm levado a
cionadas à importância da prática de ativida- uma busca desenfreada por um corpo ma-
des físicas e exercícios por toda a vida. gro, com adesão a práticas alimentares e
de exercitação física que ameaçam a saúde
Todavia, autores como Farinatti (2002) cri- orgânica e psicológica, como já tratado no
ticam as campanhas de prevenção e educação volume 1.
em saúde que visam à promoção de estilos de
vida ativos, pois se concentram de forma exa- Os padrões estéticos da sociedade também
gerada na transmissão de informações, negli- têm pressionado o consumo de produtos e ser-
genciando projetos pessoais como a motiva- viços por parte da população que está envelhe-
ção e adesão para a prática de atividade física, cendo. A pele enrugada e os cabelos brancos,
além de responsabilizar o indivíduo pela práti- por exemplo, têm sido manipulados como ten-
ca de sua atividade física, independentemente tativa de negar o envelhecimento como parte
de condições ambientais adversas. do ciclo da vida, estimulando a ideia de que ter
o corpo eternamente jovem é um requisito para
Tais críticas não desmerecem a importância a felicidade.
dos estudos epidemiológicos, mas é necessário
que a Educação Física escolar adote estraté- Por outro lado, a prática sistemática e ade-
gias didáticas adequadas na utilização dessas quada de atividades e exercícios físicos, ao oti-
informações, de modo que os alunos realmente mizar o potencial de plasticidade presente no
consigam mudanças de condutas a longo pra- organismo humano, contribui para a preven-
zo, e não um acréscimo ao seu repertório de ção de doenças associadas ao envelhecimento
informações sobre saúde. Por sinal, tais infor- e melhora a qualidade de vida na chamada
mações estão amplamente disponíveis a todos terceira idade. E a Educação Física pode con-
nos meios de comunicação – o que parece não tribuir decisivamente para isso, ao fornecer
ser condição suficiente para levar as pessoas a informações e parâmetros para sua prática, du-
mudarem seus hábitos de vida. rante os vários ciclos de escolarização.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4
É ATIVO QUEM QUER?
O objetivo desta Situação de Aprendizagem é física ou exercício. Os dados serão comparados
demarcar a diferença, do ponto de vista da prá- e analisados à luz da concepção de saúde cole-
tica de exercícios físicos, entre saúde individual e tiva, com identificação de fatores e motivos que
coletiva. Os alunos apontarão atividades físicas e dificultam ou impedem sua participação nas prá-
exercícios realizados com frequência, bem como ticas apontadas como favoritas. Em seguida, na
suas práticas favoritas, quer as realizem ou não, perspectiva da saúde individual, os alunos elabo-
classificando-as quanto ao conceito: atividade rarão exercícios para estimular componentes da

30
Educação Física – 1a série – Volume 2

aptidão física (resistência aeróbia, força muscular, dos, individualmente, com material adaptado e
flexibilidade), que possam ser facilmente realiza- em locais acessíveis.

Conteúdo e temas: conceitos – atividade física, exercício, saúde individual e coletiva.

Competências e habilidades: identificar e diferenciar atividade física e exercício; diferenciar e reconhe-


cer as características dos conceitos de saúde individual e coletiva e suas implicações para a prática de
exercícios físicos; identificar a relação entre condições socioeconômicas e acesso a programas e espaços
para a exercitação física; reconhecer e valorizar a necessidade de espaços adequados e acessíveis para
a prática de exercícios físicos.

Sugestão de recursos: folhas de papel sulfite; canetas; materiais alternativos como garrafas PET conten-
do areia, cabos de vassoura ou outros.

Desenvolvimento da Situação de f Em caso afirmativo, com frequência


Aprendizagem 4 maior ou menor do que as realizadas co-
tidianamente?
Etapa 1 – Atividade física ou exercício? f Quais são as práticas favoritas mais fre-
quentes?
Solicite aos alunos que citem, em uma
folha de papel, atividades físicas, exercícios Peça-lhes ainda que apresentem e discutam
e práticas esportivas que realizam com mais possíveis motivos e fatores que dificultam ou
frequência em seu dia a dia, como varrer a impedem a participação nas práticas favoritas.
casa, lavar louça, caminhar, jogar futebol etc. Ao final, cada grupo deverá apresentar seus
Solicite-lhes também que identifiquem quais dados e conclusões para toda a turma.
são suas práticas favoritas e quais são aque-
las que gostariam de realizar, mas que por Questione os alunos se no bairro em que
algum motivo não as realizam. Em seguida, eles moram há locais e programas (centros
explique os critérios que diferenciam ativida- esportivos públicos, academias particulares
de física e exercício e peça-lhes que classifi- etc.) ou espaços públicos adequados (praças,
quem as práticas apontadas. ruas e terrenos) para a prática dos exercícios
ou esportes escolhidos e que tipo de público
Solicite aos alunos, divididos em grupos os frequenta (faixa etária, sexo, camada socio-
de sete a oito integrantes, que comparem suas econômica etc.). Você pode ainda sugerir aos
listagens e busquem encontrar semelhanças e alunos que, divididos em grupos, visitem tais
diferenças entre elas. Por exemplo: locais e pesquisem seu público, as exigências
que as instituições apresentam para aceitar os
f Aparecem mais práticas classificadas interessados em participar dos programas ofe-
como atividade física ou exercício? recidos, os custos financeiros e a viabilidade
f Em qual grupo aparecem mais práticas de sua própria participação, apresentando os
classificadas como exercício físico: no das resultados também nesta etapa.
práticas cotidianas ou no das favoritas?
f As práticas favoritas são ou não efetiva- Procure concluir, destacando as característi-
mente realizadas? cas das práticas favoritas mais citadas – se são

31
© Hans Neleman/Stone/Getty Images
esportes ou outros tipos de atividades físicas e
exercícios; se são atividades individuais ou co-
letivas; se exigem ou não materiais e locais es-
pecíficos para a prática –, assim como os fato-
res que dificultam ou impedem a participação
dos interessados: tempo livre; acesso a locais
e materiais; qualidade dos locais disponíveis;
orientação especializada; impossibilidade fi-
nanceira ou outros.

Professor, faça uma reflexão com os


alunos sobre as considerações apre- Se pensarmos bem, o discurso da saúde atrela-
sentadas na seção “Para começo de do ao padrão de beleza vigente deixa as pessoas à
conversa”, no Caderno do Aluno. vontade para fazer comentários sem sentido, sem
nenhuma preocupação em saber os motivos pelos
O discurso veiculado pelas mídias, sobre quais a pessoa se encontra em tais condições.
saúde, está impregnado pelo padrão de bele-
za vigente. Falando em saúde, basta estar livre de
doenças para que uma pessoa esteja saudável?
São incontáveis as reportagens que con- Neste Caderno, você conhecerá um pouco
denam comportamentos considerados inade- mais sobre como as atividades e os exercícios
quados: alimentação errada, sedentarismo, físicos estão relacionados com o conceito de
peso acima do padrão estabelecido. saúde. E o mais importante: as intervenções
sociais possíveis para que as práticas que au-
Você já estudou que a obesidade tem diver- xiliam na manutenção e/ou na aquisição da
sas causas. Com essa informação, você acredi- saúde estejam disponíveis a todos.
ta que qualquer pessoa seja capaz de reverter
esse quadro apenas a partir dessas críticas, Discuta com seus colegas:
sem ajuda profissional ou sem modificar hábi-
tos alimentares? 1. Quais são os fatores que contribuem para
promover a saúde individual? E a saúde da
© Randy Faris/Corbis/Latinstock

comunidade?

2. Quais são as condutas relacionadas à saú-


de que vocês adotam com base nas infor-
mações veiculadas pela mídia?

Esta é uma sondagem inicial para identificar as condutas dos


alunos em relação à saúde individual e à coletiva, bem como
a influência da mídia na escolha dessas condutas.

Professor, solicite aos alunos que


completem as tabelas e depois
respondam às questões presentes
na seção “Lição de casa”, no Ca-
derno do Aluno.

32
Educação Física – 1a série – Volume 2

Atividade física ou exercício físico? Há alguma atividade que você gostaria de


realizar, mas por algum motivo não pode? In-
1. Indique, na tabela a seguir, as atividades dique-a a seguir.
que você realiza com maior frequência
– desde as cotidianas, como arrumar a Atividade que gostaria de realizar: Resposta
cama, até as esportivas – e classifique-as pessoal.
como exercício físico ou atividade física.
Impedimento: Resposta pessoal.

© Tom & Dee Ann McCarthy/Corbis/Latinstock


2. Indique suas atividades favoritas e classi-
fique-as como exercício físico ou atividade
física.

Atividade Exercício Atividade


favorita físico física

Treino de
X
vôlei
© Yuri Dojc/The Image Bank/Getty Images

3. Observe as tabelas anteriores e responda:

a) Você realiza suas atividades favoritas?

b) Em caso afirmativo, você desempenha


suas atividades favoritas com maior ou
menor frequência do que as demais ati-
vidades realizadas cotidianamente?

c) Entre as atividades que você registrou,


Exercício Atividade são mais frequentes as classificadas como
Atividade físico física exercício físico ou como atividade física?

Arrumar a d) O exercício físico é mais frequente nas


X
cama atividades cotidianas ou nas favoritas?
Musculação X Com base nas respostas da turma, seu
professor promoverá uma discussão sobre
as atividades mais citadas como favoritas e
os impedimentos mais apontados para sua
prática.

33
Professor, as respostas aqui são subjetivas. No entanto, a in- grupos que elaborem exercícios relacionados
tenção é provocar uma reflexão sobre os impedimentos para aos diferentes componentes de maneira que
as práticas que o aluno gostaria de realizar. Em geral, a dificul- todos eles sejam abordados. Leve alguns
dade ocorre devido a fatores socioeconômicos, e a intenção materiais alternativos para facilitar a ela-
deste tema é que se discuta a necessidade de reivindicar es- boração dos exercícios, como garrafas PET
paços e condições para a prática dos exercícios físicos. contendo areia em várias quantidades (para
obter variação de peso), cabos de vassoura
Etapa 2 – A saúde é da minha conta etc. Se necessário, reapresente os conceitos
das diversas capacidades físicas, já aborda-
Retome o conceito de saúde que destaca dos no Ensino Fundamental.
os aspectos biológicos e a responsabilidade
pessoal sobre os fatores de risco. Em seguida, A seguir, proponha que os grupos apresen-
proponha aos alunos que, em grupos, elabo- tem os exercícios para que toda a turma os
rem e apresentem exercícios que estimulem vivencie. Auxilie-os a analisar cada um deles,
alguns componentes da aptidão física rela- quanto à adequação em relação à capacidade
cionada à saúde (força, resistência e flexibi- física que se propõe estimular e à viabilidade
lidade) e que possam ser realizados indivi- em termos de execução individual, bem como
dualmente, em espaços acessíveis. Sugira aos locais para práticas acessíveis a todos.

f Força: no campo da atividade física, representa o nível de tensão exercido por um músculo contra
determinada resistência (carga). Resulta da contração ou tensão muscular, que pode ser máxima ou
não, com ou sem movimentação e/ou variação do comprimento do músculo. Pode ser classificada
em diferentes tipos: (a) conforme o trabalho produzido pelo músculo, em estática (isométrica) ou
dinâmica (isotônica); (b) quanto à forma de aplicação motora, em máxima (pura), rápida (explosiva
ou potência muscular) e de resistência.

f Resistência: é a capacidade que permite sustentar determinada carga de trabalho pelo período de tem-
po mais longo possível, até o surgimento dos sinais/sintomas de fadiga, sem perda da qualidade de
execução dos movimentos. Possui diversas formas de manifestação: (a) quanto à demanda metabólica
predominante, divide-se em aeróbia e anaeróbia; (b) quanto à cota de participação muscular, diferen-
cia-se em geral e local (localizada); (c) quanto ao tempo de duração, em curta, média e longa.

f Flexibilidade: é a capacidade que permite “a amplitude máxima de um movimento, em uma ou mais


articulações” (GOBBI; VILLAR; ZAGO, 2005, p. 53), sem causar lesão.

Professor, analise o texto em A saúde é da minha conta


conjunto com os alunos e, de-
pois, coordene a pesquisa dos As capacidades físicas que se relacionam
exercícios relacionados com as diretamente à saúde são: força, resistência
capacidades físicas para que completem a ta- e flexibilidade. Elas são importantes para a
bela na seção “Pesquisa individual”, no Ca- manutenção da autonomia física do indiví-
derno do Aluno. duo. Uma vez que você já conhece as capa-

34
Educação Física – 1a série – Volume 2

cidades físicas, elabore dois exercícios para cos, bastões feitos com cabo de vassoura etc.)
cada capacidade, que possam ser realizados para a aula a fim de enriquecer a apresenta-
individualmente e em espaços acessíveis. ção dos exercícios! Registre na tabela a seguir
Combine com seu professor e leve material os dois exercícios elaborados para cada capa-
alternativo (garrafas PET com areia, elásti- cidade. Siga o exemplo.

Capacidade Exercício Material


Força Abdominal Colchonete

Professor, faça uma reflexão com os alunos sobre as considerações apresentadas na seção
“Você sabia?”, no Caderno do Aluno.

Você sabia?

Se você acredita que saúde é ausência de doença e que é possível uma pessoa reverter sozinha o seu
quadro de obesidade, seu conceito de saúde aproxima-se do chamado viés biológico (saúde é ausência
de doença) e individualizado (o sujeito é responsável pela prevenção de fatores que põem em risco
sua saúde). Mas o que se busca discutir aqui é o conceito de saúde coletiva, que contribui para o que
chamamos de promoção da saúde.

Pense em seu bairro. Se alguém quiser fazer caminhadas antes ou depois do trabalho, encontrará
ruas iluminadas? A jornada de trabalho das pessoas permite-lhes algum tipo de lazer? Há espaços
públicos que ofereçam atividades físicas orientadas e ações preventivas de saúde?
© Andy Sacks/Photographer’s Choice/Getty Images

© Ivania Sant’Anna/Kino

Lazer. Local adequado para a prática esportiva.

35
Quando se fala em autonomia com relação ao “Se-Movimentar”, entende-se que ela não pode se
restringir à aquisição do conhecimento das técnicas trabalhadas na disciplina de Educação Física,
embora estas sejam importantes para o desenvolvimento da aptidão física pessoal. Ao compreender
a importância dos exercícios físicos para a saúde, reconhece-se que eles não podem fazer parte da
vida apenas no período escolar. Dessa maneira, é necessário refletir sobre esse assunto e reivindicar
recursos e condições para a prática de exercícios físicos.

Organize-se com outras pessoas do bairro a fim de discutir ações que permitam otimizar a prática
de exercícios físicos para todos. Aos poucos, você perceberá os amplos benefícios da saúde coletiva.

Professor, solicite aos alunos ( AF ) Jogar futebol com os amigos no do-


que relacionem as alternativas mingo.
e depois respondam às ques- ( EF ) Treinar futebol no clube do bairro.
tões presentes na seção “Você
aprendeu?”, no Caderno do Aluno. 2. Quais são as limitações, na sua comunida-
de, para a prática de exercícios físicos? O
1. Nas atividades relacionadas a seguir, clas- que você poderia fazer para melhorar ou
sifique: atividade física (AF) ou exercício reverter essa situação?
físico (EF).
3. Você acredita que as condições socioeco-
Observação: pela definição apresentada nômicas interferem no acesso à prática de
no início do Caderno, pode-se deduzir que o exercícios físicos? Por quê?
exercício físico é uma subcategoria da ativi-
dade física. Contudo, a intenção é que você 4. Você cria algum tipo de alternativa para a
perceba os benefícios da sistematização das prática de exercícios individuais visando à
práticas físicas para a promoção da saúde. melhoria de sua aptidão física? Qual?
Assim, classifique as práticas que requerem e
as que não requerem sistematização. Espera-se que, ao final do Tema, os alunos já tenham iden-
tificado os impedimentos para a prática de exercícios fí-
( AF ) Varrer a casa diariamente. sicos na comunidade, bem como alternativas para mudar
( EF ) Fazer alongamentos, sob orientação, essa situação.
três vezes por semana.

ATIVIDADE AVALIADORA
Durante as diversas etapas, procure verifi- coletiva, e suas implicações na prática de
car se os alunos, em suas manifestações verbais exercícios físicos;
e escritas, individualmente ou em grupo: f diferenciam atividade física de exercício
físico, tanto em suas próprias experiên-
f diferenciam e reconhecem as caracterís- cias de Se-Movimentar como em práticas
ticas dos conceitos de saúde individual e descritas pelo professor ou colegas;

36
Educação Física – 1a série – Volume 2

f associam condições socioeconômicas ao espaços disponíveis em sua própria comu-


acesso a espaços, programas e práticas de nidade para a prática de exercícios físicos.
exercícios físicos;
f viabilizam alternativas para prática de Professor, neste momento, faça
exercícios individuais, visando a melho- uma reflexão com os alunos sobre
ria da própria aptidão física; as considerações apresentadas na
f reconhecem possibilidades e limitações nos seção “Aprendendo a aprender”,
no Caderno do Aluno.

“Boneco articulado”

© Matthew Steigbigel/Photodisc/Getty Images

© Hiroshi Watanabe/Photodisc/Getty Images


A expressão “boneco articulado” tem a ver com a estrutura do esqueleto que sustenta os seres
humanos. Se você fosse uma peça só, não poderia sentar ou se locomover como nas figuras anterio-
res. Pense em uma árvore ou um pedaço de madeira. O que acontece quando se tenta dobrá-los
para modificar seu formato?
© Image Source/IS2/Latinstock

© Inspirestock/Latinstock

Um galho provavelmente se dobrará até certo ponto, mas depois quebrará. Outro detalhe: o
galho verde é mais flexível que o galho seco, que se quebra com mais facilidade. Faça a experiên-
cia em casa.

Neste Caderno, vamos abordar alguns aspectos sobre a coluna vertebral. Ela é formada por 33
pequenos ossos, chamados de vértebras. Como os ossos são rígidos, eles costumam quebrar quan-
do são forçados.

37
Entre as vértebras, há outro tipo de estrutura (disco intervertebral), com certo grau de flexibi-
lidade, que funciona como um “amortecedor” e protetor das vértebras. Essa estrutura evita tanto
o atrito entre as vértebras como os impactos que a coluna sofre no dia a dia (andando, correndo,
saltando e flexionando o corpo, por exemplo).

© Kumar Sriskandan/Alamy/Glow Images


Disco
intervertebral

Vértebra

Vértebras (visão anterior).

O conjunto chamado de coluna vertebral funciona como as colunas de um edifício, dando sus-
tentação ao tronco. Observe o esqueleto da figura a seguir e veja que à coluna prende-se a caixa
torácica e que, equilibrando-se no topo, há a cabeça.
© Alfred Pasieka/SPL/Latinstock
© Medical.com RF/Getty Images

Visão anterior, lateral e posterior da


coluna vertebral.

38
Educação Física – 1a série – Volume 2

O que evita a queda dessas “peças”?

Na verdade, há uma espécie de cinturão que envolve as vértebras e procura mantê-las no lu-
gar. Ele é formado por músculos e ligamentos (imagem da esquerda), estruturas flexíveis e resis-
tentes que permitem a mobilidade do tronco para flexionar-se, inclinar-se lateralmente e virar-se
para o lado.

Ao observar uma coluna vertebral sadia, em diferentes ângulos (imagem da direita), nota-se
que ela não tem curvas quando vista de frente ou de costas, o que não ocorre quando observada
lateralmente.

As curvas vistas lateralmente são naturais em todo ser humano, mas não devem ser exageradas.
Quando olhamos uma coluna de frente e observamos algum tipo de curvatura, chamamos essas
curvas de desvios da coluna vertebral.

Muitos desvios são resultantes de posturas inadequadas. Há outras razões para esses desvios
que necessitam de tratamento médico.

No Tema 4 serão abordados os desvios posturais. Enquanto isso, seguem algumas dicas para
que você mantenha uma postura adequada.

Dicas!

f Faça exercícios regularmente para fortalecer os músculos que sustentam seu corpo.
f Evite sobrecargas unilaterais, pois alteram a postura e sobrecarregam determinadas regiões
do corpo, causando fadiga muscular. Com o excesso de peso, os ombros costumam ficar
desalinhados, com um lado mais baixo que o outro.
f Alinhe seu corpo, principalmente os ombros, colocando-os para trás, evitando as “corcundas”.
f Mantenha o abdome e os glúteos contraídos o maior tempo possível, o que ajuda a alinhar
a região lombar, evitando dor nas costas.
f Use saltos baixos. Os saltos muito altos alteram o alinhamento da pélvis e de toda a coluna,
além de sobrecarregarem as estruturas dos pés.
f Controle sua postura ao sentar, deitar ou ficar em pé. Vale a pena ficar atento. Uma boa
postura impressiona e transmite mensagem de confiança e firmeza, além de trazer mais au-
toconfiança e desenvolver a autoestima.

PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO


Durante o percurso pelas várias etapas tar o processo de outra maneira. Essas situa-
da Situação de Aprendizagem, alguns alu- ções devem ser diferentes daquela que gerou
nos poderão não apreender os conteúdos da dificuldade a eles. Tais estratégias podem ser
forma esperada. É necessário, então, profes- desenvolvidas durante as aulas ou em outros
sor, que outras Situações de Aprendizagem momentos, serem realizadas em grupo ou in-
sejam propostas, permitindo ao aluno revisi- dividualmente, envolver todos os alunos ou

39
apenas aqueles que apresentaram dificul- f reelaboração individual de algumas tare-
dades. Por exemplo: fas anteriormente realizadas em grupo:
investigação sobre espaços para a prática
f roteiro de estudos sobre os conceitos de exercícios físicos na comunidade, pro-
abordados, para posterior apresentação posição de outros exercícios para melho-
em registro escrito ou outra forma; ria da aptidão física.

RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR


E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA
Livros Disponível em: <http://www.seer.ufrgs.br/index.
php/Movimento/article/view/2665/1298>.
BUSS, Paulo M. Uma introdução ao concei- Acesso em: 12 nov. 2013. Aborda o corpo,
to de promoção da saúde. In: CZERESNIA, principalmente o feminino, como um constru-
D.; FREITAS, C. M. (Org.). Promoção da to histórico, social e cultural, apresentando as
saúde: conceitos, reflexões, tendências. Rio de transformações nas representações de saúde e
Janeiro: Fiocruz, 2003. p. 15-38. Aborda as beleza durante o século XX.
principais ideias que permeiam o conceito de
promoção da saúde, apresentando uma linha FARINATTI, Paulo de Tarso V. Atividade
histórica das conferências que o definiram. física, envelhecimento e qualidade de vida.
In: Seminário internacional sobre ativida-
GOBBI, Sebastião; VILLAR, Rodrigo; des físicas para a terceira idade: educação
ZAGO, Anderson S. Bases teórico-práticas do física e envelhecimento. Anais... São Paulo:
condicionamento físico. Rio de Janeiro: Gua- Universidade de São Paulo, Escola de Edu-
nabara Koogan, 2005. Conceitua, classifica e cação Física, n. 5, 2002. p. 79-86. Faz uma
evidencia a importância das capacidades fí- crítica ao discurso de prevenção de doenças,
sicas ao longo da vida e apresenta formas de em contraposição ao ideário da promoção
administrar e planejar um programa de con- da saúde.
dicionamento físico.
GONÇALVES, Aguinaldo; PIRES, Giovani de
SABA, Fabio. Mexa-se: atividade física, L. Educação física e saúde. Motriz, Rio Claro,
saúde e bem-estar. São Paulo: Takano, v. 5, n. 1, p. 15-17, jun. 1999. Disponível em:
2003. Evidencia os benefícios da prática de <http://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.
exercícios físicos, abordando temas como br/index.php/motriz/article/view/6620/4823>.
saúde, bem-estar, qualidade de vida, nutri- Acesso em: 12 nov. 2013. Denuncia concepções
ção, aptidão física, lesões, envelhecimento, e práticas que consideram a atividade física
estética etc. como “passaporte mágico” para a saúde, e dis-
cute as contribuições da epidemiologia para o
Artigos tratamento crítico do tema.

ANDRADE, Sandra dos Santos. Saúde e be- PALMA, Alexandre. Atividade física, proces-
leza do corpo feminino – algumas representa- so saúde-doença e condições socioeconômi-
ções no Brasil do século XX. Movimento, Por- cas: uma revisão de literatura. Revista Paulis-
to Alegre, v. 9, n. 1, p. 119-143, jan./abr. 2003. ta de Educação Física, São Paulo, v. 14, n. 1,

40
Educação Física – 1a série – Volume 2

p. 97-106, jan./jun. 2000. Disponível em: <http:// temas da saúde e aptidão física (inclusive os de
citrus.uspnet.usp.br/eef/uploads/arquivo/v14%20 exercício e atividade física), explorando os pos-
n1%20artigo8.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2013. síveis efeitos de variáveis relacionadas à saúde,
O autor apresenta vários estudos que associam como diferentes modalidades esportivas, parâ-
as condições socioeconômicas ao processo de metros de desenvolvimento pubertário e aspec-
saúde-doença e à atividade física. tos socioculturais, sobre os padrões de aptidão
física de escolares do Ensino Médio.
Periódico
Outros documentos
Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Cam-
pinas, v. 27, n. 3, p. 7-202, maio 2006. Disponí- Carta de Ottawa. Disponível em: <http://
vel em: <http://rbceonline.org.br/revista/index. bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartas_
php/RBCE/issue/view/108>. Acesso em: 12 nov. promocao.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2013.
2013. Publicação periódica do Colégio Brasi- Documento resultante da Primeira Conferência
leiro de Ciências do Esporte (CBCE), que de- Internacional sobre Promoção da Saúde, reali-
dicou essa edição ao tema saúde, sociedade e zada em Ottawa, Canadá, em 1986. Trata do
educação física/ciências do esporte, apresen- conceito de promoção da saúde, abordan-
tando vários artigos sob várias abordagens. do temas como pré-requisitos para a saúde,
capacitação, políticas públicas de saúde, ação
Dissertação comunitária, serviços de saúde etc.

MONTEIRO, Henrique L. Saúde coletiva e Declaração de Jacarta. Disponível em: <http://


aptidão física de escolares de segundo grau. bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartas_
Campinas, 1993. Dissertação (Mestrado em promocao.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2013.
Educação Física) – Faculdade de Educação Documento resultante da Quarta Conferência
Física, Universidade de Campinas (Unicamp). Internacional de Promoção da Saúde, realiza-
Disponível em: <http://cutter.unicamp.br/ da em Jacarta, Indonésia, em 1997. Aprofunda
document/?code=vtls000062611>. Acesso em: a proposição de estratégias e prioridades para a
12 nov. 2013. Revisa conceitos relacionados aos promoção de saúde no século XXI.

41
TEMA 3 – GINÁSTICA: PRÁTICAS CONTEMPORÂNEAS –
GINÁSTICA AERÓBICA

No Brasil, os espaços privados para a prá- do que ficou conhecido como Método Cooper),
tica da ginástica, que hoje conhecemos por e pelos vídeos de ginástica (com ênfase na gi-
“academias”, surgiram na década de 1930, nástica localizada) produzidos pela atriz esta-
na cidade do Rio de Janeiro, sob influência dunidense Jane Fonda. Contudo, caracterizada
de métodos ginásticos europeus do início do pela excessiva presença de saltos, saltitos e gi-
século XX. Na década de 1960, além da ca- ros, realizados sem a devida preocupação com
listenia, muitas academias dedicavam-se ao a postura, a ginástica aeróbica dos anos 1980
“levantamento de peso”, prática associada levou ao aparecimento de lesões articulares em
ao halterofilismo. seus praticantes – daí a denominação “ginásti-
ca de alto impacto” pela qual ficou conhecida.
Nos anos 1980, a ginástica aeróbica ganhou Surge então a ginástica aeróbica de baixo im-
grande espaço nas academias, beneficiando-se pacto, que busca minimizar os efeitos lesivos às
da popularidade do conceito de “exercício ae- articulações, seguida do step training, ginástica
róbio”, difundido na década anterior pelo mé- que alterna movimentos de subida e descida de
dico estadunidense Kenneth Cooper (criador um pequeno degrau.
© John Henley/Corbis/Latinstock

Figura 21 – Step.

42
Educação Física – 1a série – Volume 2

As esteiras rolantes e bicicletas ergométricas nhamento musical. Sempre preservando seus


logo chegaram como alternativas à exercitação princípios básicos, ela tem experimentado di-
aeróbia. A hidroginástica (ginástica realizada versas modificações ao longo do tempo, entre as
na piscina) agrega exercícios da ginástica loca- quais se destaca a associação de seus princípios
lizada e da ginástica aeróbica, com a vantagem básicos aos movimentos de lutas, como boxe,
de a água minimizar o impacto na articulação tae kwon do e outras (aerofighting, power kick ou
dos joelhos e tornozelos e servir, ao mesmo bodyboxe), e à diversificação dos ritmos utiliza-
tempo, de fator de resistência para os movi- dos (cardiofunk, aeroaxé, aerofunk, aerodance,
mentos, potencializando o efeito dos exercícios. aerolambada, bodyboxe, lambaeróbica, zumba),
facilitando a adesão de novos praticantes.
Podemos então caracterizar a ginástica ae-
róbica, modalidade contemporânea de ginás- Considerada uma modalidade esportiva
tica, como uma atividade rítmica (ritmo que é (ginástica aeróbica esportiva), ligada às Fede-
determinado por uma música) que mobiliza os rações/Confederações de Ginástica, a ginástica
grandes grupos musculares com o objetivo de de- aeróbica conta também com ligas e federa-
senvolver a capacidade aeróbia dos praticantes. ções próprias, que promovem competições nas
Por utilizar exercitação de intensidade baixa/mé- quais rotinas coreográficas são avaliadas com
dia por um período prolongado e contínuo, a gi- base em referenciais de desempenho padroni-
nástica aeróbica é frequentemente indicada para zados, por meio de um código de pontuação.
melhoria da capacidade e do funcionamento dos As coreografias, apresentadas individualmente,
sistemas cardiovascular e respiratório, por exigir em duplas, trios ou grupos, são compostas de
grande demanda de oxigênio, assim como para a exercícios de diferentes graus de dificuldade,
diminuição ou controle da gordura corporal, por oriundos, em sua maioria, da ginástica aeró-
implicar gasto calórico relativamente grande. bica tradicional e executados com alta intensi-
dade, em sincronia com o estilo e estrutura da
A ginástica aeróbica é geralmente praticada música escolhida. Exigem a demonstração, por
em grupos nas academias, mas há variações que parte do praticante, de elevados níveis de força,
permitem sua prática inclusive em ambientes agilidade, flexibilidade, coordenação, equilíbrio
domésticos, sem a obrigatoriedade de acompa- e criatividade do ponto de vista coreográfico.

O que são exercícios aeróbios?

São exercícios destinados à melhoria das funções cardiovascular e respiratória “que envolvem a uti-
lização de grandes grupos musculares, e que possam ativar todo o sistema orgânico de oxigenação: co-
ração, pulmões, sangue e vasos sanguíneos, e incluem esforços de média e longa duração (maior que 5
minutos), de caráter dinâmico, em ritmo constante e de intensidade moderada” (GUEDES & GUEDES,
1995, p. 18). Para se conseguir benefícios com esse tipo de esforço, o treinamento aeróbio deve ser reali-
zado de três a cinco vezes por semana.
Portanto, pode-se falar em exercício aeróbio não apenas na chamada “ginástica aeróbica”, mas
também em atividades como caminhada, corrida e andar de bicicleta, desde que sejam esforços de
longa duração, com intensidade moderada e sem que o praticante apresente sinais de fadiga (hiperven-
tilação). Em outras palavras, pode-se dizer que, se durante uma atividade você conseguir conversar um
pouco, isso pode ser indício de que se trata de uma atividade predominantemente aeróbia.

43
© Luca DiCecco/Alamy/Glow Images

Figura 22 – Aula de bodyboxe.

Trata-se de mais um exemplo em que se treinamento (intensidade e volume), de modo


pode verificar o fenômeno da esportivização, que estimule o aumento das capacidades fun-
ou seja, a assimilação de diversas formas da cionais do organismo. Ou seja, significa obede-
Cultura de Movimento ao modelo do esporte cer à progressividade da carga de trabalho, com
espetáculo. No caso, a de uma ginástica ini- base no volume e na intensidade do programa,
cialmente composta pela combinação de mo- objetivando o alcance de novos níveis de adap-
vimentos simples (saltitos, corrida e marcha tações morfofisiológicas, não alcançados com a
estacionária, giros etc.), de intensidade baixa/ utilização de cargas constantes.
média, acessível a grande número de pessoas
e com repercussões positivas na condição ae- A progressividade da carga deve considerar
róbia e cardiovascular, transformada em uma tanto a individualidade do praticante quanto
modalidade competitiva, de grande intensi- a sua condição orgânica, de recuperação pós-
dade, com exigências técnicas de execução e -esforço e de adaptação a novos estímulos.
agregação de movimentos (alguns oriundos da Em linhas gerais, o volume e a intensidade
ginástica artística), mais complexos e com de- no início de qualquer programa devem ser
mandas físicas mais elevadas. baixos, e aumentados de acordo com a evo-
lução da condição física de cada pessoa. Tal
A prática da ginástica aeróbica exige espe- princípio também atende a necessidade de
cial atenção ao Princípio da Sobrecarga, que diz adaptação dos músculos e dos tendões, para
respeito à gradação adequada dos fatores do prevenir lesões.

44
Educação Física – 1a série – Volume 2

Intensidade é o grau de esforço momentâneo necessário à realização de um exercício, traduzido pela


quantidade de energia utilizada na sua execução e representado, no caso da ginástica aeróbica, pelo
percentual da frequência cardíaca máxima (FCM).
Volume é a quantidade de trabalho realizado, representado pela duração e frequência das sessões.

Na ginástica aeróbica, é importante aten- Além disso, é preciso cautela com os chama-
tar para os seguintes parâmetros: dos “exercícios de alto impacto”, que são aque-
les em que os dois pés saem do solo, de modo
f frequência (três a cinco vezes por semana); alternado ou simultâneo, e que, ao provocar
f intensidade (60% da frequência cardíaca alta força de impacto, quando executados con-
máxima para iniciantes, 70% para interme- tinuamente podem causar lesões articulares nos
diários e 85% para treinados); tornozelos e joelhos.
f duração (de 20 a 60 minutos por sessão).

Tipos de movimentos utilizados na ginástica aeróbica

Baixo impacto: são aqueles em que pelo menos um dos pés permanece em contato com o solo ou
bem próximo dele. Exemplos: marcha, saltitos, elevação de joelhos, grapevines (deslocamento lateral
cruzado, deslocamento lateral em quatro tempos).
Alto impacto: movimentos em que os dois pés saem do solo, alternada ou simultaneamente, e que, quan-
do realizados em alta velocidade, com elevado número de repetições, excessiva amplitude de movimentos
e/ou má postura (como hiperextensão dos joelhos) podem causar lesões articulares. Exemplo: corrida esta-
cionária, polichinelos, twists (toque do pé à frente, no calcanhar), pêndulo lateral (troca de apoio da perna,
transferindo o peso do corpo de um lado para o outro), saltito alternado.
Esses movimentos podem ser utilizados a partir de diferentes repetições, associados à movimenta-
ção de braços e interligados por transições de movimentos simples, como giros e saltos.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5
RELEMBRAR, CALCULAR E CAMINHAR
O objetivo desta Situação de Aprendiza- Os objetivos e os princípios orientadores
gem é possibilitar aos alunos a compreensão dos exercícios aeróbios serão apresentados a
do conceito de exercício aeróbio, por meio da partir de exemplos de atividades aeróbias. A
realização de um programa de caminhada. seguir, propõe-se que os alunos realizem um
Com base nos conteúdos dos volumes anterio- programa de caminhada, com base em parâ-
res, os alunos serão estimulados a relacionar metros de intensidade, frequência e duração.
exercícios de longa e baixa/média duração, Para tal, os alunos calcularão sua frequência
com o desenvolvimento da capacidade de re- cardíaca máxima e a zona-alvo de treinamen-
sistência aeróbia, a melhoria do sistema car- to, buscando estabelecer o ritmo em que de-
diovascular e respiratório e o emagrecimento. verão caminhar, e ajustando-o em função da

45
frequência cardíaca apurada ao final de cada nhada, os alunos relatarão as mudanças que
caminhada. Ao final do programa de cami- perceberam em sua condição física.

Conteúdo e temas: exercício aeróbio.

Competências e habilidades: identificar as características do exercício aeróbio, em termos de intensi-


dade, frequência e duração; relacionar o exercício aeróbio ao desenvolvimento da capacidade física
de resistência, melhoria do sistema cardiorrespiratório e diminuição ou controle da gordura corporal;
perceber seu próprio ritmo de caminhada em função da intensidade exigida na exercitação aeróbia.

Sugestão de recursos: relógio com marcação de segundos ou cronômetro.

Desenvolvimento da Situação de Professor, faça uma reflexão com


Aprendizagem 5 os alunos sobre as considerações
apresentadas no texto e solicite
Etapa 1 – Relembrar que assinalem as alternativas cor-
retas nas questões presentes na seção “Para
Professor, inicialmente retome os conteúdos começo de conversa”, no Caderno do Aluno.
desenvolvidos no volume anterior sob o tema
Corpo, saúde e beleza: padrões e estereótipos A ginástica aeróbica teve seu auge na déca-
de beleza corporal; balanço energético e custo da de 1980, impulsionada pelos vídeos de gi-
calórico do exercício físico; alimentação, exer- nástica produzidos pela atriz Jane Fonda e pela
cício físico e obesidade; exercício físico e saúde divulgação dos resultados das pesquisas do
etc. Tais conteúdos darão suporte ao desen- médico Kenneth Cooper, que difundiu o con-
volvimento do tema Ginástica. Questione os ceito de exercício aeróbico e criou o método
alunos sobre as relações entre diferentes tipos que leva o seu nome.
de exercício físico no que diz respeito a: obje-
tivos pretendidos pelos praticantes, padrões de Esse tipo de ginástica apresentava em sua
beleza corporal, custo calórico do exercício e execução grande número de saltos, saltitos e
balanço energético, obesidade e emagrecimen- giros, que a caracterizavam como ginástica
to. Encaminhe a discussão a fim de levar os de alto impacto. Não é difícil concluir que,
alunos a perceberem a relação entre exercício sem a preocupação com o amortecimento e
aeróbio (longa duração e baixa/média intensi- a postura, a prática tenha acarretado lesões
dade) e desenvolvimento da capacidade física articulares aos seus praticantes em um pri-
(ou resistência aeróbia), melhoria dos sistemas meiro momento.
cardiovascular e respiratório, e diminuição ou
controle da gordura corporal. Rapidamente, a indústria de material es-
portivo desenvolveu todo o aparato para a
A seguir, faça uma apresentação, ainda prática desta ginástica: tênis, roupas e aces-
introdutória, dos objetivos e dos princípios sórios, encontrados em profusão dentro e
orientadores dos exercícios aeróbios, forne- fora das academias. Estas, por sua vez, cria-
cendo exemplos. Procure destacar a relação ram a ginástica aeróbica de baixo impacto
dos exercícios aeróbios com os benefícios para a fim de que os alunos pudessem usufruir
o sistema cardiovascular e para a diminuição dos benefícios do exercício aeróbio de forma
ou controle da gordura corporal. menos lesiva.

46
Educação Física – 1a série – Volume 2

© José Luis Pelaez/Corbis/Latinstock


Mas será que essas são as únicas opções
para quem deseja praticar um exercício aeró-
bio? Observe as características desse tipo de
exercício, apresentadas a seguir.

O exercício aeróbio tem por objetivo me-


lhorar as funções cardiovascular e respira-
tória. Para tanto, deve mobilizar grandes
grupos musculares em esforços contínuos de
longa duração (acima de 5 minutos) e com
intensidade moderada. Uma dica para saber
se a intensidade é moderada: se você conse-
guir conversar durante a atividade (sem pa-
recer estar em crise asmática), é sinal de que
Típico exercício de uma a intensidade está moderada ou baixa, o que
sessão de ginástica aeróbica. caracteriza a atividade predominantemente
aeróbia.
Esse tipo de ginástica é indicado para au-
mento da capacidade cardiorrespiratória e para Vamos ver o que você já conhece sobre gi-
diminuição ou controle da gordura corporal. É nástica aeróbica e exercício aeróbio nas questões
também uma opção para as pessoas que prefe- que se seguem:
rem praticar atividades coletivamente e aliar o
exercício aeróbio a uma atividade rítmica, uma 1. A ginástica aeróbica é também indicada
vez que as aulas são coreografadas. para melhoria da capacidade aeróbia.
Portanto, os benefícios esperados dessa
Uma variação da ginástica aeróbica é a gi- prática são:
nástica aeróbica esportiva (GAE). A exemplo
das outras ginásticas, conta com exercícios a) aumento da massa muscular.
obrigatórios, ligas e federações próprias, além b) aumento da velocidade e da agilidade.
de um código de pontuação. Sincronismo, cria- c) aumento da flexibilidade e da força.
tividade e alto grau de desenvolvimento das d) aumento da capacidade dos sistemas
capacidades físicas são demonstrados nas co- cardiorrespiratório e vascular.
reografias (sempre executadas em alta intensi-
dade) dessa modalidade. 2. A GAE apresenta, em suas competições,
coreografias executadas em alta intensida-
© Paulo Manzi

de e com curta duração. Pode-se afirmar


que, do ponto de vista da solicitação ener-
gética, essa modalidade competitiva é:

a) aeróbia, pois movimenta grandes grupos


musculares simultaneamente.
b) anaeróbia, pois é executada em alta
intensidade e curta duração.
c) aeróbia, do contrário se chamaria gi-
nástica anaeróbica esportiva.
Ginástica aeróbica esportiva (GAE).

47
3. São atividades predominantemente aeróbias: horário extraclasse, preferencialmente, com
diferentes velocidades e intensidade de esfor-
a) caminhada. ço variando entre 60% da FCM para alunos
b) esteira. sedentários e 85% para alunos que praticam
c) bicicleta ergométrica. regularmente algum tipo de esporte/exercício.
d) musculação.
e) aerofunk. Defina a duração das caminhadas: 20 mi-
f) aeroboxe. nutos para a primeira semana, 25 minutos
para a segunda e 30 minutos para a semana
Etapa 2 – Calcular e caminhar final. Para isso, é necessário que os alunos en-
contrem a sua frequência cardíaca máxima e a
Proponha a realização de um programa de zona-alvo de treinamento. Oriente os alunos
caminhada a ser realizado durante três ou qua- em relação ao uso de vestuário adequado, lo-
tro semanas (de acordo com o número de aulas cais de percurso e horários (para que evitem
previsto para o desenvolvimento do tema) que horários em que a temperatura é muito ele-
siga os princípios orientadores da exercitação vada). Oriente-os também para que se certifi-
aeróbia. O programa constará de caminhadas quem das condições de segurança do percurso
a serem realizadas pelo menos três vezes por se- escolhido, caso optem por vias públicas, pra-
mana (de preferência em dias alternados) e em ças, parques etc.

Resistência aeróbia: capacidade de realizar movimentos por um período prolongado de tempo, com utili-
zação predominante de mecanismos aeróbios (que ocorrem na presença de oxigênio) de produção de energia.

Como calcular a zona-alvo de treinamento


Exemplo: zona-alvo de treinamento para um aluno de 17 anos de idade e FCrep de 60 bpm (batimentos
por minuto).
FCr = (220 – idade) – FCrep
FCr = frequência cardíaca de reserva
FCrep = frequência cardíaca de repouso

A FCrep deve ser tomada pela manhã, logo ao despertar, antes de se levantar da cama.
FCr = (220 – 17) – 60 A FCr = 203 – 60 A FCr = 143 ( 10 bpm
A intensidade do treinamento varia de 50% a 85% do VO* máximo (50 a 85 % da FCr), logo:
2

FCT 50% = (50 x 143) 8 100 A 50% FCr = 7150 8 100 A 50% FCr = 71,5 bpm
FCT 50% = 50% FCr + FCrep A FCT 50% = 71,5 + 60 A 131,5 bpm
FCT 85%= (85 x 143) 8 100 A 85% FCr = 12155 8 100 A 85% FCr = 121,55 bpm
FCT 85% = 85% FCr + FCrep A FCT 85% = 121,55 + 60 A 181,55 bpm

Para esse aluno, a zona-alvo de treinamento deverá ser de, no mínimo, 131,5 bpm e, no máximo, de
181,55 bpm com base na FCr, em que FCT corresponde à FC de treinamento.

* Consumo máximo de oxigênio.

48
Educação Física – 1a série – Volume 2

Uma vez calculada a zona-alvo de treina- caminhada, provavelmente estão realizando


mento, proponha uma caminhada de 10 ou um exercício caracterizado como aeróbio.
15 minutos, a ser realizada durante a aula,
para que cada aluno encontre o seu ritmo de Os alunos cuja FC indicar que ficaram
caminhada. Este deve ser compatível com a abaixo da zona-alvo deverão repetir a ca-
zona-alvo de treinamento e será verificado minhada ainda durante a aula. Aqueles que
pela medida da frequência cardíaca (FC) to- ficaram acima deverão repetir a caminha-
mada pelo pulso ao final da caminhada, ou a da no dia seguinte, ou assim que possível,
cada 5 minutos, de modo que adéque a velo- em horário extra-aula. Oriente os alunos a
cidade da caminhada à zona-alvo. Uma dica tomar sua frequência cardíaca sempre que
que você pode dar aos alunos é: se eles são realizarem as caminhadas programadas,
capazes de conversar um pouco durante a ajustando o ritmo aos valores encontrados.

Pulso: o que é?
Corresponde à pulsação arterial que se faz sentir em várias regiões do corpo, caracterizando uma
representação da frequência cardíaca a distância.

Como se verifica a frequência cardíaca?


A frequência cardíaca é detectada por meio da palpação, preferencialmente, da artéria radial
e carótida. O indivíduo deve permanecer parado e a região a ser verificada deve manter-se em
repouso, de preferência apoiada sobre uma mesa, cama ou outro local. A palpação é realizada
pressionando-se levemente a artéria com o dedo médio e o indicador. Escolhido o local, conta-
-se o número de pulsações que ocorrem no espaço de um minuto, ou no de 15 ou de 20 segundos,
multiplicando-se o valor encontrado por quatro ou três, respectivamente, de modo a obter o valor
correspondente a um minuto.

Procure garantir que ao menos uma das Ao final do programa de caminhadas,


caminhadas semanais seja realizada durante o indague os alunos sobre os resultados.
horário de aula (desde que haja espaço dispo-
nível e adequado), a fim de que você, professor, Como o gasto calórico do exercício pro-
possa orientar os alunos em relação à medição posto não produzirá diminuição do peso cor-
da FC e à adequação do ritmo e da duração poral para muitos alunos, retome o conceito
da atividade à zona-alvo de treinamento. A de balanço energético para explicar os resul-
tendência esperada é que a FC aferida diminua tados obtidos.
à medida que o programa avance; portanto,
oriente os alunos a aumentarem o ritmo e/ou Professor, faça uma reflexão com
o tempo de duração da caminhada ao longo os alunos sobre as considerações
do programa, de modo que a FC esteja sempre do texto “Calcular e caminhar”;
adequada à zona-alvo de treinamento. depois mostre como calcular sua

49
zona-alvo de treinamento, para que registrem atividade, você verifica que sua FC é de 130
os dados na tabela presente na seção “Lição bpm (batimentos por minuto); o que isso sig-
de casa”, no Caderno do Aluno. nifica? Que diferença faria se ela fosse 120 ou
140 bpm?
Calcular e caminhar
Calculamos a zona-alvo de treinamento,
Treinamento exige planejamento. Você já pois, dependendo do objetivo desejado du-
sabe que uma pessoa que deseja se submeter a rante esse tipo de prática, sua frequência car-
treinamento físico regular deve passar por uma díaca deverá estar em determinada faixa, ou
orientação e avaliação de um professor de Edu- seja, entre x (mínimo) e y (máximo) batimen-
cação Física e também médica. tos por minuto. Se estiver abaixo do mínimo,
você deve acelerar, se estiver acima do máxi-
Quem decidirá o que, quando e como iniciar mo, você deve reduzir o ritmo. A frequência
o treinamento será o professor de Educação verificada durante a atividade é chamada de
Física. Na escola, seu professor está capacita- frequência cardíaca de treinamento (FCT).
do para tirar todas as dúvidas que você tiver.
Correr, por exemplo, pode ajudar no emagre- Para realizar o seu programa de cami-
cimento e na melhora da condição cardiorres- nhadas, seu professor vai ensiná-lo a calcu-
piratória e da velocidade. Será que para todos lar sua zona-alvo de treinamento, por meio
esses objetivos a corrida deve ser praticada com de uma fórmula. Para este cálculo, você
a mesma intensidade? precisará da sua frequência cardíaca de re-
pouso (FCrep), medida ao acordar, e da sua
Lembre-se de que intensidade é o grau de frequência cardíaca máxima (FCM), lem-
vigor físico que empreendemos na ativida- brando que FCM = 220 − idade.
de. Por que será que vemos as pessoas nos
parques correndo com frequencímetros ou De posse do cálculo, inicie o programa de
realizando a palpação para medir a frequên- caminhada, orientado pelo seu professor, e re-
cia cardíaca (FC)? Digamos que, ao final da gistre na tabela a seguir seu progresso.

PROGRAMA DE CAMINHADA

Nome do aluno: Idade:


Pratica exercícios/esportes regularmente Sim ( )
(pelo menos três vezes por semana, durante 30 minutos)? Não ( )
Peso inicial (em kg): Peso final (em kg):
FCT (zona-alvo): ____ a ____ bpm
Datas da caminhada Duração FC Medida

1a semana / / minutos
bpm

/ / minutos
bpm

50
Educação Física – 1a série – Volume 2

/ / minutos
bpm

2a semana / / minutos
bpm

/ / minutos
bpm

/ / minutos
bpm

3a semana / / minutos
bpm

/ / minutos
bpm

/ / minutos
bpm

Obs.:

Assim que você concluir as três semanas de caminhada, responda:

1. Você percebeu alguma mudança em sua 3. Perdeu peso? Quanto?


condição física?
Espera-se que os alunos compreendam a utilidade do cálcu-
2. Você se sente menos cansado? Mais dis- lo da zona-alvo de treinamento, bem como os efeitos produ-
posto? zidos pelo treinamento.

51
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 6
ASSISTIR, COMPARAR E PRATICAR
O objetivo desta Situação de Aprendi- princípios gerais que as orientam. A seguir,
zagem é levar os alunos a perceberem que apresente aos alunos a estrutura básica de
os princípios da ginástica aeróbica estão uma sessão de ginástica aeróbica tradicio-
associados ao exercício aeróbio, o qual lhe nal. Na etapa seguinte, eles realizarão uma
empresta o nome, assim como identificar rotina de ginástica aeróbica, após a qual to-
exercícios e técnicas comuns às várias mo- marão a frequência cardíaca (FC), que será
dalidades de ginástica aeróbica. Inicialmen- avaliada em função da sua zona-alvo de
te, os alunos assistirão a vídeos curtos em treinamento. Ao final, os alunos verbaliza-
que possam ser observadas rotinas (sequên- rão suas sensações durante a realização da
cias) de diversas modalidades de ginástica prática, em termos de percepção do esfor-
aeróbica, ou as observarão em academias, ço, motivação, dificuldades etc. Motive-os
buscando identificar os exercícios/movi- a discutir também aspectos relacionados ao
mentos comuns a todas elas, bem como os acesso à prática da ginástica aeróbica.

Conteúdo e temas: ginástica aeróbica – princípios orientadores, técnicas e exercícios.

Competências e habilidades: associar os princípios gerais da ginástica aeróbica ao conceito de exercício


aeróbio; identificar princípios, exercícios e técnicas comuns às várias modalidades de ginástica aeróbi-
ca; reconhecer suas sensações de esforço, motivação, facilidades e dificuldades na prática da ginástica
aeróbica; identificar e analisar os fatores implicados na acessibilidade à prática da ginástica aeróbica;
selecionar, relacionar e interpretar informações e conhecimentos para construir argumentação consis-
tente e coerente que justifique a preferência por uma modalidade de ginástica.

Sugestão de recursos: aparelho de DVD/televisão ou computador.

Desenvolvimento da Situação de de é solicitar-lhes que, divididos em grupos,


Aprendizagem 6 observem sessões de diversas modalidades de
ginástica aeróbica em uma academia, anteci-
Etapa 1 – Assistir e comparar: ginástica padamente contatada por você. Neste caso,
aeróbica no plural oriente previamente os alunos sobre o que de-
vem observar nas sessões. Considere a possibi-
Inicialmente, proponha aos alunos que lidade de os alunos filmarem parte das sessões,
assistam a vídeos curtos, provenientes da com a devida autorização dos envolvidos. Em
internet ou de outras fontes, em que rotinas aula, cada grupo deverá descrever a modali-
de diversas modalidades de ginástica aeróbi- dade observada e apresentar os dados de sua
ca possam ser observadas. Outra possibilida- observação.

52
Educação Física – 1a série – Volume 2

A seguir, peça aos alunos que busquem que os princípios, os exercícios e as técnicas das
identificar os exercícios/movimentos comuns diferentes modalidades observadas são muito
a todas as modalidades, bem como os princí- parecidos, com diferenças maiores apenas no
pios gerais que as guiam (em termos de tipo ritmo musical e na combinação de exercícios
de esforço, intensidade, tempo de duração). O das rotinas. Ao final da etapa, apresente a es-
objetivo aqui pretendido é levá-los a perceber trutura de uma sessão de ginástica aeróbica.

Sessão de ginástica aeróbica

Com duração aproximada de 60 minutos, organiza-se nas seguintes partes:


Aquecimento (5 a 10 minutos)
Objetiva o aumento da temperatura corporal e da pressão sanguínea, preparando o organismo
para o esforço que se seguirá. Exercícios indicados: balanceios e passos de baixo impacto. Exercícios
de alongamento também podem ser incluídos.
Trabalho aeróbio principal (10 a 40 minutos)
Privilegia os exercícios que envolvem os membros inferiores, que propiciam aumento da frequência
cardíaca. Objetiva melhora da resistência aeróbia geral, força e flexibilidade. A intensidade deve
variar de acordo com o grau de condição física de cada aluno. Para iniciantes, essa parte da sessão não
deve ultrapassar 15 minutos. Exercícios indicados: corrida, corrida estacionária, chutes, elevação de
joelhos, saltito com contratempo, polichinelo, pêndulo lateral, saltito alternado.
Esfriamento (3 a 10 minutos)
Objetiva a diminuição do trabalho cardiorrespiratório. Utiliza movimentos de menor intensidade.
Exercícios indicados: movimentos de soltura e de baixo impacto com amplitudes menores (balanceios,
transferências de peso, movimentos suaves de membros superiores), como toques laterais com os pés, giro
de ombros, transferência de peso do corpo de um pé para o outro, soltura de tronco e braços.
Alongamento/relaxamento (5 a 10 minutos)
Utilização de exercícios de alongamento, de baixa intensidade e pouca amplitude articular, que
buscam a redução da frequência cardíaca e respiratória aos níveis iniciais da sessão.
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Figura 23 – Pessoas realizando exercício aeróbio. Figura 24 – Típico exercício de


uma sessão de ginástica aeróbica.

53
Etapa 2 – Praticar: quando experimentei, eu... Ao final, solicite aos alunos que verbali-
zem suas sensações durante a prática: como
Proponha aos alunos a execução de uma sentiram o esforço realizado (variação dos
rotina (sequência) de ginástica aeróbica, com batimentos cardíacos, ritmo, nível de esforço
música e movimentos típicos da atividade, exigido etc.), se ficaram motivados a aderir
com duração de 10 a 15 minutos, precedida a essa modalidade de ginástica, do que mais
da fase de aquecimento. Você mesmo poderá gostaram e do que menos gostaram nela,
elaborar a rotina, tomando como base alguns quais as dificuldades sentidas etc. Há tam-
dos vídeos apresentados aos alunos. Consulte- bém outros aspectos que podem ser levanta-
-os sobre qual modalidade de ginástica prefe- dos, como:
rem. Se quiser, demonstre uma rotina ou peça
a um dos alunos, que pratique habitualmente f Essa modalidade de ginástica é acessível a
a ginástica aeróbica, que a demonstre, sob sua todos?
orientação. Outra opção é convidar um profis- f Eu tenho acesso a essa prática?
sional de academia para apresentar a rotina. f A quem se destina prioritariamente? Com
O importante é garantir que os alunos viven- que objetivos?
ciem uma prática de ginástica aeróbica. f É possível ser praticada em qualquer local?

Após a prática, solicite aos alunos que rea- Caso haja interesse e motivação por par-
lizem a contagem da frequência cardíaca e a te dos alunos, uma rotina de outra variação
avaliem em função da zona-alvo de treina- da ginástica aeróbica poderá ser vivenciada a
mento, já calculada na Situação de Aprendi- seguir, evidenciando-se suas semelhanças e di-
zagem anterior. ferenças com a anterior.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 7
COMPETIR
Nesta Situação de Aprendizagem, preten- curtos com apresentações de coreografias de
de-se levar os alunos a perceberem as dife- GAE em eventos, buscando identificar seme-
renças entre a ginástica aeróbica tradicional, lhanças e diferenças em relação à ginástica
praticada com objetivos de melhoria do siste- aeróbica tradicional. A seguir, realizarão
ma cardiorrespiratório, e a ginástica aeróbica uma pesquisa em sites, com o objetivo de
esportiva (GAE), modalidade competitiva. aprofundar seus conhecimentos sobre essa
Inicialmente, os alunos assistirão a vídeos modalidade esportiva.

Conteúdo e temas: ginástica aeróbica esportiva – princípios, exercícios, provas.

Competências e habilidades: reconhecer características do esporte na ginástica aeróbica esportiva; iden-


tificar e comparar os princípios e exercícios da ginástica aeróbica esportiva com a ginástica aeróbica
tradicional.

Sugestão de recursos: aparelho de DVD e televisão ou computador.

54
Educação Física – 1a série – Volume 2

Desenvolvimento da Situação de ginástica aeróbica, além de associá-las ao


Aprendizagem 7 exercício aeróbio. No segundo momento,
será preciso identificar as diferenças entre a
Etapa 1 – Assistir e comparar: ginástica aeróbica tradicional e a ginástica
saúde × competição aeróbica esportiva.

© Luca DiCecco/Alamy/Glow Images


Inicialmente, os alunos assistirão a vídeos
curtos com apresentações de diversas provas
de GAE (individual, em dupla, em grupo etc.)
em eventos competitivos. Os vídeos poderão
ser localizados na internet por você, professor,
ou pelos próprios alunos.

Auxilie os alunos a comparar as rotinas e


os movimentos/exercícios da ginástica aeró-
bica esportiva (GAE) com os da ginástica
aeróbica tradicional, em termos de duração,
capacidades físicas envolvidas, intensidade Bodyboxe.
e amplitude dos movimentos, entre outros
possíveis aspectos. O objetivo é fazer que 1o Momento – Vocês podem assistir a ví-
os alunos percebam que, na ginástica aeró- deos na internet ou observar as diversas mo-
bica tradicional, predominam os interesses dalidades de ginástica aeróbica nas academias
de melhoria do sistema cardiorrespiratório (bodyboxe, cardiofunk, step, aerojump etc.),
e na GAE, os interesses de uma competição segundo a orientação do seu professor, que
esportiva, ligados à comparação de desempe- definirá o que for melhor para a turma. Des-
nhos e à busca da vitória. crevam a modalidade observada, comparem
com as observações dos outros grupos e ana-
Professor, coordene a pesquisa lisem: os exercícios são parecidos? No que se
com os alunos das semelhanças diferenciam as aulas observadas?
e diferenças entre os exercícios Professor, as respostas poderão variar pois dependerão dos
e as técnicas nas várias modali- vídeos e aulas observadas pelos alunos.
dades de ginástica aeróbica, apresentadas na
seção “Pesquisa em grupo”, no Caderno do Feito isso, elaborem uma sequência de gi-
Aluno. nástica. Combinem com o seu professor como
e quando vocês poderão apresentá-la. A fim
1o Momento – Assistir e comparar: ginás- de auxiliá-los na elaboração da sequência,
tica aeróbica. confiram os elementos que compõem uma ses-
são de ginástica aeróbica.
2o Momento – Competir.
Sessão de ginástica aeróbica
Esta pesquisa terá dois momentos. No
primeiro, você e seus colegas identificarão Este é um exemplo de uma sessão de 60
semelhanças e diferenças entre os exercí- minutos, que você poderá adaptar de acordo
cios e as técnicas nas várias modalidades de com a solicitação do seu professor.

55
1. Aquecimento (5 a 10 minutos) Brasileira de Ginástica. Como sugestão, apre-
sentamos o roteiro a seguir.
É a preparação do organismo para o esforço
que será exigido e se dá pela elevação da tempe- a) Exercícios: passos básicos e elementos
ratura corporal. Exercícios indicados: balanceios de dificuldade.
e passos de baixo impacto com intensidade cres- b) Código de pontuação.
cente, mobilizando o maior número de grupos c) Equipamentos.
musculares possível. Exercícios de alongamento d) Provas e níveis.
também podem ser incluídos.
e) Desempenho do Brasil na modalidade.
f) Histórico.
2. Trabalho aeróbio (10 a 40 minutos)
Agora respondam: quais são as principais di-
A intenção é elevar a frequência cardíaca ferenças entre a ginástica aeróbica tradicional e
para aumento da resistência aeróbia: exercí- a ginástica aeróbica esportiva?
cios de força podem aparecer nesta etapa. A Espera-se que os alunos percebam a diferença entre a ginás-
intensidade deve variar de acordo com o grau tica aeróbica e a ginástica aeróbica esportiva (GAE), voltadas
de condição física de cada aluno. Para inician- respectivamente à melhoria da saúde e à competição, e a par-
tes, esta parte da sessão não deve ultrapassar tir da pesquisa reúnam elementos para a composição de uma
15 minutos. sequência.

Exercícios indicados: corrida, corrida es-


tacionária, chutes, elevação de joelhos, saltito Etapa 2 – Saber mais
com contratempo, polichinelo, pêndulo late-
ral, saltito alternado. Solicite aos alunos que se organizem em
grupos e realizem uma pesquisa em sites so-
bre a ginástica aeróbica esportiva (GAE), com
3. Esfriamento (3 a 10 minutos) o objetivo de aprofundar seus conhecimentos
sobre a modalidade. Oriente-os a buscar infor-
O objetivo aqui é diminuir a intensidade. mações sobre: definição de GAE, exercícios
Para tanto, são indicados movimentos de sol- (passos básicos e elementos de dificuldade),
tura e de baixo impacto: toques laterais com os critérios de arbitragem e código de pontua-
pés, giro de ombros, pescoço, balanceios, trans- ção, equipamentos, categorias, provas e níveis.
ferência de peso do corpo de um pé para o ou- Apresente aos alunos a opção de pesquisar so-
tro, soltura de tronco e braços. bre o desempenho do Brasil nessa modalidade.

4. Alongamento/relaxamento Oriente-os também a evidenciar, quando


(5 a 10 minutos) for o caso, as diferenças em relação à ginástica
aeróbica tradicional. Os resultados da pesqui-
São indicados exercícios de alongamento, sa poderão ser entregues por escrito ou apre-
de pouca amplitude articular. Esses movimen- sentados em aula pelos respectivos grupos.
tos suaves auxiliarão no retorno à frequência
cardíaca e respiratória do início da sessão. Professor, solicite aos alunos
que assinalem a alternativa
2o Momento – Façam uma pesquisa (em sites correta nas questões presentes
ou outras fontes) sobre a GAE. No item “Para na seção “Você aprendeu?”,
saber mais”, indicamos o site da Confederação no Caderno do Aluno.

56
Educação Física – 1a série – Volume 2

Se você cumpriu todas as tarefas, não 3. Após determinar o objetivo do seu treina-
terá dificuldade para responder às questões mento aeróbio, uma faixa de frequência
seguintes: cardíaca de exercício foi determinada. A
essa faixa, que determina um número mí-
1. Composta por 7 passos básicos e 4 grupos nimo e um número máximo de batimentos
de elementos de dificuldade, a coreografia por minuto, damos o nome de:
apresentada deve ser de 1 minuto e 45 se-
gundos. Essa frase se refere à: a) frequência cardíaca de repouso.
b) frequência cardíaca de reserva.
a) ginástica aeróbica. c) frequência cardíaca máxima.
b) ginástica aeróbica esportiva. d) zona-alvo de treinamento.
c) ginástica acrobática.
d) ginástica alternativa. 4. Uma pessoa de 20 anos e Frequência Cardía-
ca de Repouso (FCrep) de 60 bpm pede sua
2. Atividade largamente difundida pelas aca- ajuda para o cálculo da zona-alvo de treina-
demias, trazida para o Brasil na década de mento. Qual a Frequência Cardíaca Máxima
1980. Essa frase se refere à: (FCM) e a Frequência Cardíaca de Reserva
(FCr) dessa pessoa?
a) ginástica aeróbica.
b) ginástica aeróbica esportiva. a) FCM = FCM = 220 – idade Ȼ 220 – 20 = 200 bpm
c) ginástica acrobática.
d) ginástica alternativa. b) FCr = FCr = FCM – FCrep Ȼ 200 – 60 = 140 bpm

ATIVIDADE AVALIADORA

Procure, ao longo do programa de cami- Além das informações obtidas nas aulas,
nhada, avaliar se os alunos conseguem adequar eles poderão também consultar outros tex-
seu ritmo às frequências cardíacas aferidas, tos e/ou sites, a fim de aprofundar o tema.
mantendo-se dentro da intensidade desejada. Será necessário que os grupos conversem
Ao final do programa, procure avaliar com entre si, de modo que os distintos momen-
os alunos, com base na análise de seus depoi- tos da aula relacionem-se com os propósitos
mentos e dos dados registrados, se eles conse- de cada grupo. O plano da sessão poderá
guem identificar melhorias em sua condição ser apresentado por escrito e previamente
física, dificuldades encontradas e ideias para avaliado por você, que fará as correções e
programar e realizar com maior eficácia um os ajustes necessários. Posteriormente, ele
novo programa de caminhada. será vivenciado na quadra, com a partici-
pação de todos os alunos. Observe, em rela-
Organize os alunos em quatro grupos. ção à modalidade de ginástica em questão,
Cada grupo será responsável por diferentes se as partes da sessão atendem os objetivos
partes de uma sessão de ginástica aeróbica. preconizados e se os exercícios/movimentos
Um grupo será responsável pelo aqueci- são adequados.
mento; outros dois, pela parte do trabalho
aeróbio (este deve ser dividido em duas par- Com relação à ginástica aeróbica espor-
tes – exercícios aeróbios propriamente ditos tiva, procure avaliar se os alunos conseguem
e exercícios localizados); e o último, pelo explicitar as diferenças entre essa modalidade
alongamento/relaxamento. e a ginástica aeróbica tradicional, em termos

57
de duração, capacidades físicas envolvidas, Professor, faça uma reflexão com os alunos
intensidade e amplitude dos movimentos, en- sobre as considerações apresentadas na seção
tre outros aspectos possíveis. “Curiosidade”, no Caderno do Aluno.

Curiosidade

Movimentos utilizados na ginástica aeróbica

Alto impacto: os saltos são considerados exercícios de alto impacto e, para que se caracterizem
como tal, é necessário que haja uma fase aérea, ou seja, os dois pés devem perder o contato com o solo
alternada ou simultaneamente. São exemplos desses movimentos: corridas (em deslocamento ou esta-
cionária), polichinelos e suas variações, pêndulo lateral (alternância de apoio da perna, transferindo o
peso do corpo de um lado para o outro) e twists (toque do pé à frente, no calcanhar).

Quando esses movimentos são executados em alta velocidade, em postura inadequada (como hi-
perextensão dos joelhos, ou rotações e flexões bruscas do tronco), com elevado número de repetições e
excessiva amplitude de movimentos, podem causar lesões articulares.

Baixo impacto: pelo menos um dos pés permanece em contato com o solo ou bem próximo dele.
Exemplos: marcha, saltitos, elevação de joelhos, grapevines (deslocamento lateral cruzado, desloca-
mento lateral em quatro tempos). Na composição da sequência, os exercícios de alto e baixo impacto
são associados à movimentação de braços e interligados por giros e saltos.

Há, também, outras opções de ginástica de baixo impacto. Um exemplo é a hidroginástica, que alia
exercícios da ginástica aeróbica com os da ginástica localizada na piscina. Além de aliviar o impacto
nas articulações, ainda oferece maior resistência (já que a água oferece mais resistência do que o ar),
aumentando o efeito do exercício.
© Klaus Rose/F1 Online/Glow Images

Hidroginástica: atividade de baixo impacto.

58
Educação Física – 1a série – Volume 2

PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO

Durante o percurso pelas várias Situações grupo ou individualmente, envolver todos ou


de Aprendizagem, alguns alunos poderão não apenas aqueles que apresentaram dificuldades.
apreender os conteúdos da forma esperada. É Por exemplo:
necessário então que outras situações de apren-
dizagem sejam propostas, permitindo ao aluno f reelaborar, individualmente, a sessão de
revisitar o processo de outra maneira. Essas ginástica apresentada (no todo ou em
situações devem ser diferentes, de preferência, partes);
daquelas que geraram dificuldades para os f realização de um circuito que contemple
alunos. Tais estratégias podem ser realizadas exercícios/movimentos de diversas modali-
durante as aulas ou em outros momentos, em dades de ginástica aeróbica.

RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR


E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA
Livro <http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/
index.asp?id_projeto=27&ID_OBJETO=102125
NAHAS, Markus Vinícius. Aptidão car- &tipo=ob&cp=BC6D0A&cb=&n1=&n2=Orie
diorrespiratória: disposição para a vida. In: nta%C3%83%C2%A7%C3%83%C2%B5es%20
______. Atividade física, saúde e qualidade de %C3%83%C2%A7%C3%83%C2%A3o%20
vida: conceitos e sugestões para um estilo de F%C3%83%C2%ADsica&b=s>. Acesso em:
vida ativo. 4. ed. Londrina: Midiograf, 2006, 12 nov. 2013. Texto com finalidades didáticas.
p. 47-67. Apresenta conceitos e orientações re- Apresenta informações básicas e orientações so-
lativos à elaboração e ao desenvolvimento de bre diversas atividades aeróbias, que podem ser
um programa de exercícios aeróbios. praticadas nas academias ou fora delas.

Artigos Sites
GUEDES, Dartagnan Pinto; GUEDES, Jo- Confederação Brasileira de Ginástica. Disponí-
ana Elisabete R. P. Atividade física, aptidão vel em: <http://cbginastica.com.br/cbg/>. Aces-
física e saúde. Revista Brasileira de Atividade so em: 12 nov. 2013. Aborda diversos aspectos
Física e Saúde, Londrina, v. 1, n. 1, p. 18-35, relativos à ginástica aeróbica esportiva (GAE):
1995. Aborda as relações entre atividade fí- definições, histórico, exercícios, critérios de
sica, aptidão física e saúde, alertando para o arbitragem e código de pontuação, categorias,
fato de que apenas uma atividade física, que provas e níveis.
propicie melhoria dos componentes da apti-
dão física (como a resistência aeróbia), causa Cooperativa do Fitness. Disponível em: <http://
impacto positivo sobre a saúde orgânica. www.cdof.com.br/aulas.htm>. Acesso em:
12 nov. 2013. Em diversos links, apresenta
TEIXEIRA, Aleluia H. L. Orientação pedagógi- conceitos, princípios, exercícios e estrutura
ca: a ginástica da escola e a ginástica da academia. de uma sessão de ginástica aeróbica, dicas
Currículo Básico Comum – Educação Física para montar coreografias e sugestões de
Ensino Médio. Centro de Referência Virtual exercícios para sessões de ginástica aeróbi-
do Professor – SEE/MG/2005. Disponível em: ca e localizada.

59
TEMA 4 – LUTA – ESGRIMA
A luta sempre esteve presente na vida do ser Enfim, há modalidades de lutas tão conhecidas
humano, obtendo distintos interesses e signifi- e apreciadas quanto outros esportes considera-
cados ao longo do tempo, ligados à sobrevivên- dos de massa, como o futebol ou o voleibol.
cia, espetáculo, hobby e violência, e por vezes
relacionada a aspectos religiosos e culturais. Apresentando a esgrima

Embora haja diferentes enfoques em rela- Esgrima significa “arte de jogar ou lutar
ção aos interesses e significados das lutas, é com armas brancas”. É uma luta antiga, que
possível observar invariantes, ou seja, aspec- ao longo dos tempos experimentou diversas
tos comuns entre uma e outra luta, como a transformações, principalmente com a influên-
semelhança de objetivos de combate, a relação cia da tecnologia. Existem vestígios de que as
dos movimentos e demais ações, tais como a lutas com espadas existem desde 1170 a.C. e que
forma de atacar, defender-se e preparar-se. desde essa época, na antiga Roma, havia escolas
que formavam especialistas para o combate com
Os alunos do Ensino Médio certamente já armas brancas (RIBEIRO & CAMPOS, 2007).
conhecem algumas lutas, seja pela intervenção A esgrima se faz presente nos Jogos Olímpicos
das mídias ou vivência própria. Mas o que se da Era Moderna desde o seu início, em 1896.
deve discutir são a forma e a intencionalidade
do “lutar”, para evidenciar a complexidade A esgrima foi introduzida no Brasil no pe-
das questões sobre eficácia, resolução de pro- ríodo imperial, com a intervenção de D. Pedro
blemas, aspectos técnicos e táticos que englo- II. Em 1906, foi criado o Curso de Formação
bam a luta. em Ginástica e Esgrima, no Batalhão de Caça-
dores de São Paulo (RIBEIRO & CAMPOS,
Frequentemente há resistência à aceitação 2007). Em 1909, surgiu o curso de esgrima na
das lutas no âmbito escolar, principalmente Escola de Educação Física da Força Pública de
pela sua forma de treinamento analítica e até São Paulo. Por sua vez, o Exército Brasileiro
mesmo dolorosa. A indústria cinematográfica contratou os serviços de um mestre francês cha-
é, em parte, responsável por essa visão, já que mado Gauthier, instrutor de esgrima da Escola
muitas vezes atribui o êxito do combate ao trei- Joinville le Point, na França, para ministrar
namento pautado na eficiência dos movimentos esgrima aos militares no Brasil. Atualmente, a
e no esforço físico dos lutadores, extremamente Escola de Educação Física do Exército realiza
submissos aos personagens dos “mestres”. Há o “Curso de Mestre d’Armas”.
de se considerar também a formação das “gan-
gues” e a própria história de algumas modali- Em busca de maior valorização e reco-
dades, como o boxe, que em seu início causou a nhecimento da esgrima no país, a Federação
morte de muitos praticantes devido à ausência Paulista de Esgrima e a Federação Carioca de
de materiais e regras que auxiliassem na preser- Esgrima se uniram e criaram a União Brasi-
vação da saúde e da vida. leira de Esgrima em 1927, que, logo depois, se
filiou à Federação Internacional de Esgrima.
As lutas, assim como outras manifestações
da Cultura de Movimento, foram “esportiviza- Em 1936, pela primeira vez, a esgrima bra-
das” e hoje compreendem grandes espetáculos, sileira disputou os Jogos Olímpicos, em Ber-
inúmeros campeonatos com mobilização de fãs. lim; a partir daí, consolidou-se no Brasil e

60
Educação Física – 1a série – Volume 2

passou a participar de inúmeros campeonatos os praticantes possuem roupas de combate


internacionais. interligadas a um sistema elétrico que indica
a pontuação sem a necessidade de contagem
Atualmente, a esgrima é realizada em um feita por árbitros.
corredor de aproximadamente 14 m de com-
primento por 2 m de largura e é considerada A modalidade utiliza três armas distintas:
uma luta altamente sofisticada, uma vez que florete, espada e sabre.

Florete Espada Sabre

Fotos: © Fernando Favoretto

Figura 25. Figura 26. Figura 27.


É considerada a arma Pode atingir qualquer parte do cor- Possui a lâmina mais flexí-
mais comum entre os es- po do adversário, sendo indicada vel de todas as apresentadas.
grimistas. Possui uma lâ- para esgrimistas altos e que even- Permite uma luta mais rápida
mina flexível, mede apro- tualmente possuam pouca agilida- e emocionante, exigindo mui-
ximadamente 90 cm e é de. É a lâmina mais dura de todas ta agilidade e preparo físico
indicada para iniciantes. as três armas apresentadas. do esgrimista.

Quadro 2.

61
© Conexão Editorial 4

2
3 6

1
5

Figura 28 – Vestes da esgrima: 1 – Jaqueta; 2 – Luva; 3 – Fios elétricos; 4 – Arma; 5 – Calça; 6 – Máscara;
7 – Plastron, um objeto de proteção para o membro superior direito e para a região do tórax.

As vestes utilizadas na esgrima geralmente alunos a compreensão da organização tá-


são brancas, pois quando não havia a possi- tica da luta, sem valorizar a realização de
bilidade de praticar a esgrima com fios elétri- gestos técnicos perfeitos, mas sim atentar
cos, os esgrimistas tinham que molhar com para suas funções na ação de lutar. Por
tinta colorida a ponta de suas espadas para exemplo, a melhor forma de posicionar
o combate. Atualmente, a Federação Inter- o corpo para atacar e defender-se do ad-
nacional de Esgrima permite o uso de outras versário, o momento certo para atacar, o
cores além da branca, já que a tecnologia fez modo eficaz de defesa com uso da espada
que esse detalhe perdesse a importância. ou apenas da esquiva, as possíveis formas
de ludibriar o adversário para acertá-lo
Quando não existiam sensores eletrônicos com a espada.
para marcar os golpes e os pontos, o esgrimis-
ta gritava touché! (toquei!) para dizer que ti- A esgrima possui algumas combinações
nha acertado o adversário. de movimentos que não precisam necessa-
riamente ser treinadas pelos alunos, mas que
O que se pretende com a Situação de podem ser conhecidas para sua apreciação e
Aprendizagem a seguir é possibilitar aos identificação. São elas:

62
Educação Física – 1a série – Volume 2

Movimento Descrição Visualização

Ilustrações: © Conexão Editorial


Conjunção de um salto
a frente, seguido de um
Balestra
afundo golpeando o
adversário.
Figura 29.

Golpe com a ponta da


Estocada
arma.

Figura 30.

Corrida curta e rápida


sobre o adversário, a
partir da posição de
guarda. O movimento
Flecha dos pés é curto e a
posição corporal
praticamente não se
modifica durante a
aproximação. Figura 31.

Nova ação de ataque


(por exemplo uma
Reprise
balestra ou um simples
(de ataque)
afundo), depois de
retomar a guarda.
Figura 32.

Ofensiva após um
Resposta bloqueio de ataque
adversário.

Figura 33.
Quadro 3.

63
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 8
TOUCHÉ! LUTAR COM ESPADAS
O objetivo desta Situação de Aprendizagem das lutas com material adaptado e, por fim,
é apresentar a esgrima aos alunos, propiciando será simulada a realização de uma competição
vivências da luta. Inicialmente serão apresenta- oficial de esgrima, com exploração dos aspec-
das algumas imagens que marcam o processo tos técnicos e táticos da luta, e da apreciação da
histórico da esgrima. A seguir, serão vivencia- esgrima como espetáculo.

Conteúdo e temas: processo histórico da esgrima; adaptação de materiais e regras; aspectos táticos e
técnicos da esgrima.

Competências e habilidades: compreender o processo de “modernização” da esgrima; identificar os


movimentos básicos da esgrima; reconhecer e valorizar as diferentes características pessoais e interpes-
soais na prática da esgrima; reconhecer e valorizar as técnicas e táticas no desempenho esportivo e na
apreciação do espetáculo esportivo.

Sugestão de recursos: jornais; fita adesiva; tinta guache de várias cores; colchonetes; giz.

Desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem 8
Etapa 1 – Identificando o processo as suas primeiras manifestações aos dias de
histórico da esgrima hoje. O objetivo é apresentar a modalidade e
evidenciar o processo de modernização que
Professor, inicialmente você pode apre- ela experimentou. Atente para os comentá-
sentar aos alunos algumas imagens que mar- rios e opiniões dos alunos, como forma de
cam o processo histórico da esgrima, desde identificar o que já sabem sobre a esgrima.
Ilustrações: © Conexão Editorial

Figura 34 – Esgrima: processo histórico. Figura 35 – Esgrima: processo histórico.

64
Educação Física – 1a série – Volume 2

© Conexão Editorial
Figura 36.

Professor, faça uma reflexão com os do pelo uso em combate até chegar à esgrima
alunos sobre as considerações apre- esportiva de hoje.
sentadas no texto e solicite que assi-
nalem a alternativa correta nas Você sabe o que significa o termo esgri-
questões presentes na seção “Para começo de ma? Quais os implementos usados nessa
conversa”, no Caderno do Aluno. luta?
© Nice One Productions/
Corbis/Latinstock

1. Esgrima significa:

a) arte de jogar ou lutar com armas coloridas.


b) arte de jogar ou lutar com armas brancas.
c) arte de jogar ou lutar com os punhos.
d) arte de jogar ou lutar com os pés.

2. O vestuário do esgrimista é composto de:

a) camiseta, calção, arma e tênis.


Esgrima.
b) calção, colete, luvas e capacete.
Você provavelmente já assistiu a algum filme c) jaqueta, luva, máscara e calça.
ou desenho animado em que houvesse cenas de d) jaqueta, luva, fios elétricos, armas, calça,
lutas com espadas. Muitos dos filmes ou dese- máscara, plastron.
nhos mostram piratas, samurais ou guerreiros
da Idade Média em combate utilizando espadas. 3. A palavra francesa touché! está associada à
esgrima e era empregada pelos esgrimistas
Segundo alguns autores, há vestígios de lu- antes do surgimento dos sensores eletrônicos.
tas com espadas desde 1170 a.C., e, na Roma O seu significado literal é:
Antiga, já existiam escolas para formar espe-
cialistas em combate com espadas. a) ataquei!
b) golpeei!
A esgrima registrou várias fases, desde a c) toquei!
utilização para caça e sobrevivência, passan- d) defendi!

65
4. As armas utilizadas na esgrima são: d) sabre, espada e garrucha.

a) florete, espada e sabre. Professor, chame a atenção dos alunos


b) espada, bengala e saibro. sobre as considerações apresentadas na se-
c) espingarda, revólver e bazuca. ção “Curiosidade”, no Caderno do Aluno.

Curiosidade
Esgrima é uma luta com armas brancas. A esgrima esportiva é praticada em uma área de 14 m
de comprimento por 1,5 a 2 m de largura, e seu principal objetivo é tocar o adversário com a arma e
evitar ser tocado. As armas utilizadas nas competições masculinas e femininas são a espada, o florete
e o sabre, que diferem entre si no desenho e também na pontuação.
Fotos: © Fernando Favoretto

As armas utilizadas na esgrima.

Equipamento: jaqueta, máscara, luva, florete elétrico,


fio de corpo (elétrico), calça e plastron.

Segundo a Federação Paulista de Esgrima, a espada tem a lâmina de seção triangular de no má-
ximo 90 cm. O comprimento total da arma não pode ultrapassar 110 cm. Durante a luta, o toque é
dado com a ponta da arma, e pontua-se quando qualquer parte do corpo é tocada. Já o florete tem
a mesma medida da espada, mas a lâmina é mais fina e é de seção quadrangular. O toque também

66
Educação Física – 1a série – Volume 2

é feito com a ponta da arma, mas para ser válido só pode tocar o tronco. O sabre é uma arma cuja
lâmina de seção retangular mede no máximo 88 cm (o comprimento total da arma não pode ultra-
passar a medida de 105 cm), mas o toque é de ponta e de corte (lado), valendo da cintura para cima,
incluindo os membros superiores.

Atualmente a pontuação nas competições é eletrônica e, para tal, a vestimenta dos esgrimistas é
especial, com sensores nas armas e nas vestimentas. Mas, como isso não existia no passado, o esgri-
mista gritava touché! (“toquei!”) quando acertava o adversário. O uso das roupas brancas, que surgiu
posteriormente, e o mergulho das armas em tintas foram introduzidos para deixar as roupas marca-
das pelos golpes e facilitar a visualização dos juízes.

Fotos: © Fernando Favoretto


A ponta do florete elétrico (à esquerda) e a conexão elétrica sob a empunhadeira (à direita).

A roupa dos esgrimistas atualmente é composta de uma jaqueta branca acolchoada, de manga
comprida; protetor acolchoado de axilas (para as mulheres, protetor acolchoado de seios); luva bran-
ca; máscara de tela metálica com aba acolchoada para cobrir o pescoço e calças brancas. Para a pon-
tuação eletrônica são incluídos os fios de corpo, armas elétricas e vestimentas metálicas conhecidas
como plastrons, usadas sob a jaqueta.

Professor, faça uma reflexão com os alunos sobre as considerações apresentadas na seção “Você
sabia?”, no Caderno do Aluno.

Você sabia?

Você sabia que a esgrima faz parte dos Jogos Olímpicos da Era Moderna desde 1896? Que a partici-
pação brasileira nessa modalidade nos Jogos Olímpicos se deu pela primeira vez quarenta anos depois,
em Berlim, em 1936? Que no Brasil a esgrima foi introduzida no período imperial devido ao interesse de
D. Pedro II pela modalidade?

67
Etapa 2 – Vivenciando a esgrima (2) Aplicar a fita adesiva para que a “es-
pada” fique rígida, evitando que as folhas de
Solicite aos alunos que tragam folhas de jornal se soltem.
jornal e que venham trajados com camisetas
de cor clara, de preferência brancas. Providen- (3) Por fim, basta “molhar” a ponta da es-
cie fita adesiva e tinta guache de várias cores. pada com a tinta guache.

Oriente os alunos na construção de “espa- Divida, então, os alunos em grupos de qua-


das”, que serão utilizadas para vivências de tro, propondo a seguinte dinâmica para a vi-
esgrima, da seguinte forma: vência da luta:

(1) Enrolar o jornal de modo a montar “ca- f dois alunos lutam, e outros dois marcam
nudos” grandes que pareçam uma espada. a pontuação; cada toque da ponta da es-
pada na camisa vale um ponto (lembran-
© Conexão Editorial

do que a ponta da espada estará molhada


com tinta, que deve ser de cor diferente da
camiseta dos alunos). Decida em quantos
pontos acaba a luta;
f quando um aluno voltar a lutar, será preci-
so trocar a cor da tinta para que a visuali-
zação do toque seja percebida;
f todos devem lutar com todos, no mesmo gru-
po, a fim de facilitar a percepção da influên-
cia de características pessoais e interpessoais
no desenvolvimento da luta.
Figura 37 – Construção das “espadas”.
© Estúdio Amarelo

Figura 38 – O cenário de uma competição oficial de esgrima.

68
Educação Física – 1a série – Volume 2

Professor, solicite aos alunos que Escreva abaixo da imagem qual é a arma
analisem as imagens e completem a (espada, florete ou sabre) utilizada pelos
tabela apresentada na seção “Lição esgrimistas e quais são os toques válidos
de casa”, no Caderno do Aluno. na competição com essa arma.

Arma Toques válidos

Fotos: © Fernando Favoretto


a)

Sabre. Acima da cintura.

b)

Florete. Apenas no tronco.

c)

Espada. Em todo o corpo.

69
Professor, solicite aos alunos que Pesquise com seus colegas os nomes dos
preencham a tabela relacionando movimentos (golpes) básicos da esgrima (ba-
os movimentos com a descrição lestra, estocada, flecha, reprise e resposta).
correspondente na seção “Pes-
quisa em grupo”, no Caderno do Aluno. Descrição dos golpes básicos da esgrima:

f ofensiva após um bloqueio de ataque ad-


© Jose Miguel Gomez/
Reuters/Latinstock

versário;
f movimento das pernas, rápido e curto,
para frente, ou seja, um salto curto em di-
reção ao adversário;
f ataque em que a ponta da arma toca o ad-
versário;
f progressão ofensiva, rápida e agressiva
contra o adversário;
f golpe à frente, depois de o lutador estender
Confronto entre dois esgrimistas. a perna dianteira.

Assim como em outras lutas, na esgrima Preencha os espaços vazios com a des-
existem ações como atacar, defender-se e crição anterior correspondente a cada mo-
preparar-se. vimento.

Movimento Descrição do movimento

Balestra Movimento das pernas, rápido e curto, para frente, ou seja, um salto curto em direção ao adversário.

Estocada Ataque em que a ponta da arma toca o adversário.

Flecha Progressão ofensiva, rápida e agressiva contra o adversário.

Reprise Golpe à frente, depois de o lutador estender a perna dianteira.

Resposta Ofensiva após um bloqueio de ataque adversário.

Etapa 3 – Construindo o cenário Proponha a realização de lutas em equi-


pes, com presença de torcida, árbitro e pla-
Construa, em colaboração com os alunos, car para marcação dos pontos. Aproveite
um “cenário” de luta que se aproxime da prá- para discorrer sobre a inclusão da esgrima
tica oficial da esgrima, composto por um ou nos Jogos Olímpicos e Pan-Americanos, bem
mais espaços de 14 m de comprimento por como sobre a participação brasileira nestes
2 m de largura, para o qual possam ser utili- eventos. A organização das regras em rela-
zados colchonetes, ou apenas a demarcação ção ao tempo de combate ou número de gol-
com giz. pes pode acompanhar as regras originais ou

70
Educação Física – 1a série – Volume 2

seja, o combate começa com os alunos a uma a) em qualquer parte do corpo.


distância de 2 m um do outro e só termina b) apenas no tronco.
quando um dos alunos der cinco toques em c) apenas acima da cintura.
seu colega. Ou quando se passarem quatro d) para derrubar o adversário.
minutos jogados.
4. Na modalidade sabre, para ser válido, o to-
Após algumas lutas, sugira tanto aos que da arma deve ser:
que assistiram quanto aos que praticaram
que elaborem comentários sobre os movi- a) em qualquer parte do corpo.
mentos criados, as estratégias utilizadas, e b) apenas no tronco.
se houve a tentativa ou realização efetiva de c) apenas acima da cintura.
um ou mais golpes, como balestra, flecha, d) para derrubar o adversário.
resposta etc.
5. Quando o esgrimista grita touché!, ele está
Professor, solicite aos alunos avisando que:
que assinalem a alternativa
correta nas questões presentes a) derrubou o adversário.
na seção “Você aprendeu?”, no b) foi derrubado pelo adversário.
Caderno do Aluno. c) foi tocado pela arma do adversário.
d) tocou o adversário com a arma.
Assinale a alternativa correta.
6. Na atualidade, para facilitar o trabalho do
1. A esgrima é uma luta realizada com: juiz, a pontuação na esgrima esportiva é
realizada de que forma?
a) os punhos.
b) armas brancas. a) Visual: por marcas de tinta deixadas
c) armas coloridas. nas roupas dos esgrimistas com as ar-
d) armas de fogo. mas que foram mergulhadas na tinta.
b) Sonora: por grito de touché! emitido
2. Na modalidade florete, para ser válido, o pelo esgrimista ao tocar o adversário.
toque da arma deve ser: c) Eletrônica: por sensores colocados nas
armas e vestimentas dos esgrimistas.
a) em qualquer parte do corpo. d) Subjetiva: por interpretação dos golpes
b) apenas no tronco. pelo juiz.
c) apenas acima da cintura.
d) para derrubar o adversário. Professor, solicite aos alunos que unam as
letras por uma linha e formem diferentes pala-
3. Na modalidade espada, para ser válido, o vras, registrando-as no espaço corresponden-
toque da arma deve ser: te na seção “Desafio!”, no Caderno do Aluno.

Desafio!
Una as letras por uma linha e forme diferentes palavras. Quanto maior o número de palavras for-
madas, maior é o seu vocabulário. Depois procure identificar quais palavras podem ser relacionadas
com a esgrima. Exemplo: Plastrons – vestimentas metálicas usadas sob a jaqueta.

71
O C I F P N

A P A L U E

D T S O C H

A E T R O U

O R M E N T

T E B A S O

Florete, arma, sabre, touché, espada, sonoro, corte.

ATIVIDADE AVALIADORA
Durante a realização das Situações de f Quem pode praticar esgrima em nossa so-
Aprendizagem ocorrem oportunidades para ciedade? Por quê?
avaliar os alunos. Algumas questões podem f Como um lutador deve tratar seu adver-
auxiliar a sistematizar a Atividade Avaliado- sário?
ra, podendo ser respondidas oralmente ou por
escrito, de forma individual ou coletiva. Professor, nesse momento, faça
uma reflexão com os alunos sobre
f O que é preciso para vencer uma luta? as considerações apresentadas na
f Quais são as principais características da seção “Aprendendo a aprender”, no
esgrima? Caderno do Aluno.

Os desvios da coluna
© Adam Gault/Digital Vision/Latinstock

Vimos anteriormente que a coluna vertebral, quando observada


de frente ou de trás, deve ser retilínea, ou seja, não deve ter curvas
(desvios). Se o indivíduo apresenta alguma curva nesses planos, ele
tem uma escoliose.

As escolioses podem ser estruturais ou geradas por atitudes


inadequadas (chamadas escolióticas), mas ambas necessitam da
mesma atenção, uma vez que a atitude escoliótica, se não tratada,
poderá vir a ser estrutural.

72
Educação Física – 1a série – Volume 2

Mas como identificar as atitudes estruturais e as escolióticas? Fique ligado nestas informações.

As atitudes escolióticas são desequilíbrios, vícios posturais. São menos graves, pois os desvios são
mais suaves e podem ser corrigidos. Também são chamadas de escolioses funcionais. Já as escolioses es-
truturais não são corrigidas por exercícios, prejudicam a postura das pessoas e podem afetar os órgãos
internos, causando complicações em seu funcionamento. Em alguns casos, há necessidade de cirurgia.

Na fase da adolescência, quando ocorre o estirão do crescimento, é muito comum o surgimento de


escolioses. A instabilidade causada pelo repentino crescimento gera deslocamentos do tronco. O jovem
tem dificuldade em manter-se ereto e se cansa facilmente. Mas, quando é alertado para endireitar-se, o
faz ativamente. Entretanto, é preciso muita atenção, pois a aparente atitude escoliótica do adolescente
pode ser uma deformidade, de causa desconhecida, podendo progredir no período do crescimento.

© Nucleus Medical Art, Inc./Getty Images

Detalhes da escoliose estrutural.

Você deve estar se perguntando: como saber se temos uma escoliose ou não? Se ela é estrutural ou
funcional (atitude escoliótica)?

Existem algumas dicas e um teste muito simples que pode ajudar em uma primeira identificação.
Em caso de dúvidas, peça ajuda a seu professor de Educação Física.

Você deve estar descalço, em pé, relaxado e de costas para quem vai analisá-lo. Visualmente pode
ser, em alguns casos, possível identificar alguns desvios.

Realize na sequência o Teste de Adams: a partir da posição em pé, com pernas e pés unidos, faça uma
flexão do tronco para a frente, deixando a cabeça e os braços bem soltos (caídos). Seu professor ou sua fa-
mília deve verificar se há alguma elevação (gibosidade) em um dos dois lados das suas costas (assimetria).

73
© Hans Neleman/Corbis/Latinstock

© Estelle Klawitter/Corbis/Latinstock
Costas com lados simétricos. Costas com lados assimétricos: apresentando gibosidade.

Se você apresentou uma elevação (giba) no Teste de Adams, faça uma avaliação com um médico
ortopedista, pois os resultados apontam para uma escoliose estrutural.

Se você não tem gibosidades, fique tranquilo e continue a cuidar de sua coluna vertebral para
evitar o aparecimento de possíveis problemas.

Repita esta avaliação pelo menos uma vez por ano, especialmente durante a sua adolescência,
período em que as escolioses costumam se instalar.

PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO


Durante o percurso pelas etapas da Si- ser desenvolvidas individualmente ou em
tuação de Aprendizagem, alguns alunos pequenos grupos, envolver todos os alunos
poderão não apreender os conteúdos e de- ou apenas aqueles que apresentaram dificul-
senvolver as habilidades da forma esperada. dades. Por exemplo:
É necessário, então, professor, que outras
Situações de Aprendizagem sejam propos- f apreciação e análise de lutas de colegas
tas, permitindo ao aluno revisitar de outra que demonstraram melhor compreensão
maneira o processo. Tais estratégias podem do tema.

RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR


E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA
Livro Artigo
BREDA, M.; GALATTI, L.; SCAGLIA, J. A.; RIBEIRO, Jacques C. C.; CAMPOS, Felipe K.
PAES, R. R. Pedagogia do esporte aplicada às D. História da esgrima: da criação à atualida-
lutas. São Paulo: Phorte, 2010. Os autores pro- de. Revista de Educação Física, n. 137, jun. 2007.
põem diversas possibilidades para o ensino e a Disponível em: <http://www.ipcfex.ensino.
aprendizagem das lutas no contexto escolar. eb.br/revista>. Acesso em: 9 abr. 2014. Aborda

74
Educação Física – 1a série – Volume 2

o processo histórico da esgrima desde a Antigui- Sites


dade até a época contemporânea, tratando de
seus usos mais comuns, tanto para a sobrevivên- Confederação Brasileira de Esgrima. Disponí-
cia como para a defesa e a caça, até tornar-se vel em: <http://www.brasilesgrima.com.br>.
prática esportiva. Acesso em: 12 nov. 2013. Apresenta infor-
mações gerais sobre a esgrima: histórico da
Vídeo modalidade no Brasil, regras, equipamentos,
locais de prática etc.
Revista Nova Escola – Os fundamentos da
esgrima. Disponível em: <http://revistaescola. Federação Internacional de Esgrima. Dispo-
ab r i l . c o m . b r / e d u c a c a o - f i s i c a / p rat i c a - nível em espanhol, francês e inglês: <http://
pedagogica/fundamentos-esgrima-471514. www.fie.ch/>. Acesso em: 21 fev. 2014. O site
shtml>. Acesso em: 9 abr. 2014. Há um internacional fornece muitas informações que
vídeo relacionado à matéria sobre a esgrima não ficam restritas aos campeonatos ou even-
que pode auxiliar na confecção da “espada” tos esportivos; há um vasto acervo de material
alternativa. histórico sobre o desenvolvimento da esgrima.

75
QUADRO DE CONTEÚDOS DO ENSINO MÉDIO
1a série 2a série 3a série
Esporte Ginástica Luta
– Modalidade coletiva: basquetebol – Práticas contemporâneas em academias: – Modalidade de luta pouco conhecida
– Sistemas de jogo e táticas em uma ginástica aeróbica, ginástica localizada pelos alunos: boxe
modalidade coletiva já conhecida dos e/ou outras Contemporaneidade
alunos Mídias – Corpo, Cultura de Movimento, diferença,
Corpo, saúde e beleza – Significados/sentidos no discurso das preconceito e expectativas de desempenho
– Padrões e estereótipos de beleza mídias sobre a ginástica e o exercício físico e esportivo como construções
corporal físico culturais
– Consumo e gasto calórico: alimenta- – O papel das mídias na definição de mo- Corpo, saúde e beleza
ção, exercício físico e obesidade delos hegemônicos de beleza corporal – Princípios do treinamento físico:
Volume 1

Atividade rítmica Corpo, saúde e beleza individualidade biológica, sobrecarga e


– Ritmo vital e ritmo como organização – Capacidades físicas: conceitos e ava- reversibilidade
expressiva do movimento liação Atividade rítmica
– Tempo e acento rítmicos Esporte – Manifestações rítmicas ligadas à cultura
Esporte – Modalidade individual: tênis jovem: hip-hop e street dance
– Modalidade individual: ginástica – Técnicas e táticas em uma modalidade Lazer e trabalho
rítmica ainda não conhecida pelos alunos – Ginástica laboral: saúde e trabalho
Corpo, saúde e beleza Corpo, saúde e beleza Contemporaneidade
– Corpo e beleza em diferentes períodos – Efeitos fisiológicos, morfológicos e – Esportes radicais: criatividade sobre
históricos psicossociais do treinamento físico rodas
– Exercícios resistidos (musculação):
benefícios e riscos à saúde nas várias
faixas etárias

Esporte Esporte Atividade rítmica


– Sistemas de jogo e táticas em uma mo- – Modalidade “alternativa” ou popular – Manifestações e representações da
dalidade coletiva ainda não conhecida em outros países: beisebol, badminton, cultura rítmica nacional ou de outros
dos alunos frisbee ou outra países
Corpo, saúde e beleza Corpo, saúde e beleza Lazer e trabalho
– Atividade física, exercício físico e saúde – Fatores de risco à saúde: sedentarismo, – O lazer como direito do cidadão e dever
Ginástica alimentação, dietas e suplementos ali- do Estado
– Práticas contemporâneas: ginástica aeró- mentares, fumo, álcool, drogas, doping e Contemporaneidade
bica, ginástica localizada e/ou outras anabolizantes, estresse e repouso – A virtualização do corpo na contempo-
– Doenças hipocinéticas e relação com raneidade
Luta a atividade física e o exercício físico:
– Princípios orientadores, regras e técni- Esporte, ginástica, luta e atividade rítmica
Volume 2

obesidade, hipertensão e outras


cas de uma luta ainda não conhecida – Organização de eventos esportivos e/ou
dos alunos Mídias festivais (apresentações) de ginástica,
– A transformação do esporte em espetá- luta e/ou dança
culo televisivo e suas consequências
Lazer e trabalho
Ginástica – Espaços, equipamentos e políticas
– Ginástica alternativa: alongamento, públicas de lazer
relaxamento ou outra – O lazer na comunidade escolar e em seu
Corpo, saúde e beleza entorno: espaços, tempos, interesses e
– Atividade física/exercício físico e estratégias de intervenção
prática esportiva em níveis e condições Corpo, saúde e beleza
adequadas – Estratégias de intervenção para promo-
Contemporaneidade ção da atividade física e do exercício
– Corpo, Cultura de Movimento, diferença físico na comunidade escolar
e preconceito

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CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL Química: Ana Joaquina Simões S. de Mattos Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli Soares
NOVA EDIÇÃO 2014-2017 Carvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, João Jacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda
Batista Santos Junior, Natalina de Fátima Mateus e Meira de Aguiar Gomes.
COORDENADORIA DE GESTÃO DA Roseli Gomes de Araujo da Silva.
EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB Área de Ciências da Natureza
Área de Ciências Humanas
Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, Evandro
Coordenadora Filosofia: Emerson Costa, Tânia Gonçalves e
Rodrigues Vargas Silvério, Fernanda Rezende
Maria Elizabete da Costa Teônia de Abreu Ferreira.
Pedroza, Regiani Braguim Chioderoli e Rosimara
Diretor do Departamento de Desenvolvimento Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso, Santana da Silva Alves.
Curricular de Gestão da Educação Básica Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati.
João Freitas da Silva Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio
História: Cynthia Moreira Marcucci, Maria de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marceline
Diretora do Centro de Ensino Fundamental Margarete dos Santos Benedicto e Walter Nicolas
de Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo Roberto
dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação Otheguy Fernandez.
Orlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e Wilson
Profissional – CEFAF Luís Prati.
Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando de
Valéria Tarantello de Georgel
Almeida e Tony Shigueki Nakatani.
Coordenadora Geral do Programa São Paulo Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula
PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO Vieira Costa, André Henrique GhelÅ RuÅno,
faz escola
PEDAGÓGICO Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes
Valéria Tarantello de Georgel
Área de Linguagens M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio
Coordenação Técnica Educação Física: Ana Lucia Steidle, Eliana Cristine Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael
Roberto Canossa Budiski de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel Plana Simões e Rui Buosi.
Roberto Liberato Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes
Smelq Cristina de 9lbmimerime :oeÅe e Silva, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali Química: Armenak Bolean, Cátia Lunardi, Cirila
Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S.
EQUIPES CURRICULARES
Silva, Patrícia Pinto Santiago, Regina Maria Lopes, Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura
Área de Linguagens Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko
Arte: Ana Cristina dos Santos Siqueira, Carlos Ferreira Viscardi, Silvana Alves Muniz. S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M.
Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno e Roseli Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus.
Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia
Ventrella.
Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva,
Área de Ciências Humanas
Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana
Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson
Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt, Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela
Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio
dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba
Rosângela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal.
Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina
Silveira.
dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos,
Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio
Língua Estrangeira Moderna (Inglês e
BomÅm, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza,
Espanhol): Ana Beatriz Pereira Franco, Ana Paula
Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza, Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez,
de Oliveira Lopes, Marina Tsunokawa Shimabukuro
Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos,
e Neide Ferreira Gaspar.
Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de
Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório,
Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos Campos e Silmara Santade Masiero. Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato
Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa, e Sonia Maria M. Romano.
Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Edilene
Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli
Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves História: Aparecida de Fátima dos Santos
Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves.
Ramos, Graciana B. Ignacio Cunha, Letícia M. Pereira, Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete
Área de Matemática de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz,
Silva, Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina
Matemática: Carlos Tadeu da Graça Barros, Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina
de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso
Ivan Castilho, João dos Santos, Otavio Yoshio Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda
Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana
Yamanaka, Rosana Jorge Monteiro, Sandra Maira Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso,
Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de
Zen Zacarias e Vanderley Aparecido Cornatione. Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar
Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo,
Alexandre Formici, Selma Rodrigues e
Priscila Lourenço, Rogerio Sicchieri, Sandra Maria
Área de Ciências da Natureza Sílvia Regina Peres.
Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas.
Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth
Área de Matemática
Reymi Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e
Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis Sociologia: Anselmo Luis Fernandes Gonçalves,
Rodrigo Ponce.
Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi, Celso Francisco do Ó, Lucila Conceição Pereira e
Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli, Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia, Tânia Fetchir.
Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima,
Maria da Graça de Jesus Mendes. Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan Apoio:
Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes Fundação para o Desenvolvimento da Educação
Física: Anderson Jacomini Brandão, Carolina dos Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello, - FDE
Santos Batista, Fábio Bresighello Beig, Renata Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina
Cristina de Andrade Oliveira e Tatiana Souza da Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi, CTP, Impressão e acabamento
Luz Stroeymeyte. Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro, Esdeva Indústria GráÅca Ltda.
GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO CONCEPÇÃO DO PROGRAMA E ELABORAÇÃO DOS Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís
EDITORIAL 2014-2017 CONTEÚDOS ORIGINAIS Martins e Renê José Trentin Silveira.

COORDENAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu


FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DOS Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo e
CADERNOS DOS PROFESSORES E DOS Sérgio Adas.
CADERNOS DOS ALUNOS
Presidente da Diretoria Executiva
Ghisleine Trigo Silveira História: Paulo Miceli, Diego López Silva,
Mauro de Mesquita Spínola
Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e
CONCEPÇÃO
Raquel dos Santos Funari.
GESTÃO DE TECNOLOGIAS APLICADAS Guiomar Namo de Mello, Lino de Macedo,
À EDUCAÇÃO Luis Carlos de Menezes, Maria Inês Fini Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza
coordenadora! e Ruy Berger em memória!.
Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe,
Direção da Área
Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina
Guilherme Ary Plonski AUTORES
Schrijnemaekers.

Coordenação Executiva do Projeto Linguagens


Coordenador de área: Alice Vieira. Ciências da Natureza
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza Coordenador de área: Luis Carlos de Menezes.
Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins,
Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo
Gestão Editorial
Makino e Sayonara Pereira. Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene
Denise Blanes
Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta
Educação Física: Adalberto dos Santos Souza, Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana,
Equipe de Produção
Carla de Meira Leite, Jocimar Daolio, Luciana Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso
Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti, Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo.
Editorial: Amarilis L. Maciel, Ana Paula S. Bezerra,
Renata Elsa Stark e Sérgio Roberto Silveira.
Angélica dos Santos Angelo, Bóris Fatigati da Silva,
Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite,
Bruno Reis, Carina Carvalho, Carolina H. Mestriner, LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto,
Carolina Pedro Soares, Cíntia Leitão, Eloiza Lopes, Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida
Érika Domingues do Nascimento, Flávia Medeiros, Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria
Giovanna Petrólio Marcondes, Gisele Manoel, Fidalgo. Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo
Jean Xavier, Karinna Alessandra Carvalho Taddeo, Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro,
LEM – Espanhol: Ana Maria López Ramírez, Isabel
Leslie Sandes, Mainã Greeb Vicente, Maíra de Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão,
Gretel María Eres Fernández, Ivan Rodrigues
Freitas Bechtold, Marina Murphy, Michelangelo Martin, Margareth dos Santos e Neide T. Maia
Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume.
Russo, Natália S. Moreira, Olivia Frade Zambone, González.
Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol,
Paula Felix Palma, Pietro Ferrari, Priscila Risso,
Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo
Regiane Monteiro Pimentel Barboza, Renata Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet
de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti,
Regina Buset, Rodolfo Marinho, Stella Assumpção Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar,
José Luís Marques López Landeira e João Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell
Mendes Mesquita, Tatiana F. Souza e Tiago Jonas
Henrique Nogueira Mateos. Roger da PuriÅcação Siqueira, Sonia Salem e
de Almeida. Yassuko Hosoume.
Matemática
Direitos autorais e iconografia: Beatriz Fonseca Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse
Coordenador de área: Nílson José Machado.
Micsik, Dayse de Castro Novaes Bueno, Érica Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe
Matemática: Nílson José Machado, Carlos
Marques, José Carlos Augusto, Juliana Prado da Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa
Silva, Marcus Ecclissi, Maria Aparecida Acunzo Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda
Forli, Maria Magalhães de Alencastro, Vanessa Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião.
Bianco e Vanessa Leite Rios. Walter Spinelli.
Caderno do Gestor
Edição e Produção editorial: R2 Editorial, Jairo Souza Ciências Humanas Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de
Design GráÅco e Occy Design projeto gráÅco!. Coordenador de área: Paulo Miceli. Felice Murrie.

* Nos Cadernos do Programa São Paulo faz escola são


indicados sites para o aprofundamento de conhecimen- S239m São Paulo Estado! Secretaria da Educação.
tos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados
e como referências bibliográficas. Todos esses endereços Material de apoio ao currículo do Estado de São Paulo: caderno do professor; educação física,
eletrônicos foram checados. No entanto, como a internet é ensino médio, 1a série / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Jocimar
um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria da Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti. - São Paulo: SE, 2014.
Educação do Estado de São Paulo não garante que os sites v. 2, 80 p.
indicados permaneçam acessíveis ou inalterados.
Edição atualizada pela equipe curricular do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais,
Ensino Médio e Educação ProÅssional ¹ CEFAF, da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica -
* Os mapas reproduzidos no material são de autoria de
CGEB.
terceiros e mantêm as características dos originais, no que
diz respeito à grafia adotada e à inclusão e composição dos ISBN 978-85-7849-628-9
elementos cartográficos (escala, legenda e rosa dos ventos). 1. Ensino médio 2. Educação física 3. Atividade pedagógica I. Fini, Maria Inês. II. Daolio, Jocimar.
III. Venâncio, Luciana. IV. Neto, Luiz Sanches. V. Betti, Mauro. VI. Título.
* Os ícones do Caderno do Aluno são reproduzidos no
Caderno do Professor para apoiar na identificação das CDU: 371.3:806.90
atividades.
Validade: 2014 – 2017

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