OUTONO 2016
Nº 296 – R$ 10,00
ISSN 2318-7107
n MENSAGEM
Saudações Rosacruzes!
É com satisfação que apresento esta edição de outono de O Rosacruz.
A beleza da revista pode ser observada na composição das suas ilustrações
em seu objetivo de elucidar o conteúdo apresentado.
Selecionamos assuntos de interesse de nossos membros e do leitor não
rosacruz evidenciando a universalidade dos nossos ensinamentos.
O pensamento do nosso Imperator remete-nos ao tema da força represen-
tada pela espiritualidade e pelo domínio de si no seu pensamento, nas suas
palavras e ações. Uma lição a ser praticada.
O artigo do Frater Zaneli Ramos procura levantar o véu numa abordagem
mística do mistério da vida. Deve ser relido muitas vezes.
O artigo do Frater Nicholas Roerich foi traduzido de uma edição do Rosicrucian
Digest de 1933 e convido-os a avaliarem o quanto continua atual após 80 anos.
Conheci o Frater Lino Mensato Filho em suas palestras sobre acupuntura eletrônica na década de 80. Didático,
esclarecedor o Frater Lino “falava” como médico e como membro vibrante da Ordem. Seu tema do lado místico
da acupuntura demonstra isto.
Como estudante rosacruz temos interesse pelo aspecto não convencional das artes e o Frater Gilbert, músico de
profissão traz informações não comuns da teoria e da história da música que todos devemos conhecer.
Temos muitos membros que contribuíram para a história da Ordem nestes últimos 60 anos. Sem eles, o brilho
e o crescimento da Ordem Rosacruz, AMORC na Jurisdição Portuguesa não seria o mesmo. Temos um número
relevante nestas condições, mas neste momento refiro-me ao Frater Adilson Rodrigues, Orador oficial da Grande
Loja do Brasil nos primórdios da GLB, ex-diretor Adjunto, ex-diretor de Planejamento e Patrimônio, médico psi-
quiatra, palestrante competente e leal servidor da Rosacruz. Neste seu artigo – Relacionamento humano, ele coloca
um pouco do seu conhecimento como membro da Ordem e profissional da Medicina.
A importância do imaginário é didaticamente explorada pelo Frater Christopher sobretudo por sua surpre-
endente conclusão. Deve ser objeto de nossa reflexão.
Este ano lançaremos as monografias virtuais da Ordem e da OGG – Ordem Guias do Graal, como já acon-
tece nas jurisdições inglesa, americana e francesa.
O caminho para o acesso é a ÁREA DO AFILIADO em nosso Portal. Entretanto, é muito importante o
recadastramento de todos os membros para atender ao novo sistema e a circular 3.656/2013 do Banco Central
que exige o CPF (Cadastro de Pessoas Físicas) para a emissão de boletos a partir de 2017. Seus dados atuali-
zados permitirão acessar as revistas virtuais como O Rosacruz, o Fórum, o AMORC-GLP e a OGG. Peço que
leiam com atenção as instruções das páginas 42 e ss.
A Oração é inspiração e refúgio de todo místico. O Dr. H. S. Lewis sabia como poucos ensinar e praticar a oração.
Reeditamos este artigo por seu caráter útil para quem está sendo treinado para encontrar refúgio e inspiração no
silêncio do seu coração.
Vamos comemorar juntos os 60 anos da Ordem no Brasil.
Espero revê-los(as) em Curitiba em nossa XXIV Convenção Nacional Rosacruz.
Paz Profunda a todos!
Sincera e Fraternalmente
AMORC-GLP
04 A força
Por CHRISTIAN BERNARD, FRC – Imperator da AMORC
04
06 O mistério da vida
Por ZANELI RAMOS, FRC
10 Mutatis mutandis
Por NICHOLAS ROERICH, FRC
32 Relacionamento humano
Por ADILSON RODRIGUES, FRC
36 Geografia do Imaginário
Por CHRISTOPHER AUGUSTO CARNIERI, FRC
16
42 Portal AMORC
MONOGRAFIAS VIRTUAIS, REVISTAS DIGITAIS E OUTRAS FACILIDADES PARA OS ROSACRUZES
50 Sanctum Celestial
“COMO ORAR” Por H. SPENCER LEWIS, FRC
56 Ecos do passado
UMA HOMENAGEM À HISTÓRIA DA AMORC NO MUNDO
22
2 O ROSACRUZ · OUTONO 2016
O
s textos dessa publicação não representam a palavra oficial da
AMORC, salvo quando indicado neste sentido. O conteúdo dos
artigos representa a palavra e o pensamento dos próprios autores
Publicação trimestral da e são de sua inteira responsabilidade os aspectos legais e jurídicos que
ORDEM ROSACRUZ, AMORC
possam estar interrelacionados com sua publicação.
Grande Loja da Jurisdição de Língua Portuguesa
Bosque Rosacruz – Curitiba – Paraná Esta publicação foi compilada, redigida, composta e impressa na Ordem
Rosacruz, AMORC – Grande Loja da Jurisdição de Língua Portuguesa.
Todos os direitos de publicação e reprodução são reservados à Antiga
e Mística Ordem Rosae Crucis, AMORC – Grande Loja da Jurisdição de
Língua Portuguesa. Proibida a reprodução parcial ou total por qualquer meio.
As demais jurisdições da Ordem Rosacruz também editam uma revista
do mesmo gênero que a nossa: El Rosacruz, em espanhol; Rosicrucian
Digest e Rosicrucian Beacon, em inglês; Rose+Croix, em francês; Crux
Rosae, em alemão; De Rooz, em holandês; Ricerca Rosacroce, em italiano;
Barajuji, em japonês e Rosenkorset, em línguas nórdicas.
CIRCULAÇÃO MUNDIAL
Propósito da expediente
Coordenação e Supervisão: Hélio de Moraes e Marques, FRC
Ordem Rosacruz n
A Ordem Rosacruz, AMORC é uma orga- n Editor: Grande Loja da Jurisdição de Língua Portuguesa
nização internacional de caráter templário,
místico, cultural e fraternal, de homens e
n Colaboração: Estudantes Rosacruzes e Amigos da AMORC
mulheres dedicados ao estudo e aplicação
como colaborar
prática das leis naturais que regem o uni-
verso e a vida.
Seu objetivo é promover a evolução da
humanidade através do desenvolvimento
das potencialidades de cada indivíduo e
n Todas as colaborações devem estar acompanhadas pela declaração do
propiciar ao seu estudante uma vida har- autor cedendo os direitos ou autorizando a publicação.
moniosa que lhe permita alcançar saúde,
felicidade e paz.
n A GLP se reserva o direito de não publicar artigos que não se encaixem
Neste mister, a Ordem Rosacruz ofe- nas normas estabelecidas ou que não estiverem em concordância com a
rece um sistema eficaz e comprovado de pauta da revista.
instrução e orientação para um profundo
autoc onhecimento e compreensão dos n Enviar apenas cópias digitadas, por e-mail, CD ou DVD. Originais não
processos que conduzem à Iluminação. serão devolvidos.
Essa antiga e especial sabedoria foi cui-
dadosamente preservada desde o seu n No caso de fotografias ou ilustrações, o autor do artigo deverá providenciar
desenvolvimento pelas Escolas de Misté- a autorização dos autores, necessária para publicação.
rios Esotéricos e possui, além do aspecto
filosófico e metafísico, um caráter prático. n Os temas dos artigos devem estar relacionados com os estudos e práticas
A aplicação destes ensinamentos está ao rosacruzes, misticismo, arte, ciências e cultura geral.
alcance de toda pessoa sincera, disposta a
aprender, de mente aberta e motivação
positiva e construtiva. nossa capa
Hermes, como a personificação da Sabedoria Universal,
é retratado com seu pé sobre as costas do Tifão, o der-
rotado dragão da ignorância e perversão. Para os inicia-
dos egípcios, Tifão, o devorador de almas, representava
o mundo inferior que engole a natureza espiritual do
indivíduo que, sendo imperfeito, é forçado a descer das
esferas mais elevadas e renascer no universo físico. Por-
Rua Nicarágua 2620 – Bacacheri tanto, ser engolido pelo Tifão significa o processo de re-
82515-260 Curitiba, PR – Brasil
nascimento do qual o homem só pode se libertar ven-
Tel (41) 3351-3000 / Fax (41) 3351-3065
www.amorc.org.br
cendo seu Adversário mortal. Pintura de Manly P. Hall.
“ Há vida na pedra,
muito mais abrangente do que no pensamento
mais comum ou generalizado da humanidade.
Com efeito, no pensamento mais comum,
a noção de vida é restrita e exclusivamente
na roseira, no cavalo,
aplicada aos seres que apresentam certas no ser humano e
características e manifestam certas funções
especiais, tais como respiração, metabolismo, talvez em seres
estrutura física celular baseada em compos-
tos de carbono ditos orgânicos, e um ciclo de
ou manifestações
existência tipicamente constituído de nasci-
mento, crescimento, maturidade, degenera-
de dimensões
ção orgânica e morte. Os seres tidos como que transcendem
vivos são os que apresentam essas caracterís-
ticas e funções especiais; todos os demais são nossa capacidade
perceptiva…
”
considerados sem vida ou inanimados.
No pensamento místico, a noção de vida
transcende a que acaba de ser mencionada
ou lembrada. Aqui é interessante atentarmos
para o fato de que transcender significa ul- tido místico, ultrapassa esse caso particular,
trapassar, isto é, passar além de ou exceder os transcende‑o, abrange muito mais.
limites de. A noção mística de vida transcen- Assim, na noção comum, o termo vida é
de a noção comum justamente por ultrapas- reservado à complexa manifestação de fun-
sá‑la, exceder os seus limites. E ultrapassar ções especiais que se observa somente nos
não é passar por fora ou contornar e, sim, reinos vegetal e animal. Já na noção mística,
passar por dentro, por assim dizer, e ir além. esse termo – vida – designa mais essen-
Não se trata, portanto, de que o pensamento cialmente um ATRIBUTO POTENCIAL E
místico negue ou não admita a vida como o TRANSCENDENTE DO PRÓPRIO SER
fenômeno restrito e especial apontado pelo CÓSMICO, manifesto ou não como o com-
pensamento comum. E sim de que, do ponto plexo de fenômenos que constitui o universo
de vista místico, esse fenômeno é justamente que podemos perceber e compreender, em
isso: especial, caso particular; vida, no sen- todos os reinos – do mineral ao humano.
“
esse atributo ultrapassa nossas funções de per-
… o fenômeno cepção sensória e de expressão intelectual, ou
VIDA transcende seja, nossas funções de consciência em geral.
Portanto, um importantíssimo dado a que
nossa consciência; chegamos neste ponto de nossa reflexão é o
de que o fenômeno VIDA transcende nossa
não podemos conhe- consciência; não podemos conhecê‑lo em si
mesmo, em sua natureza absoluta. Depende-
cê-lo em si mesmo, mos sempre de sensações, pensamentos e emo-
em sua natureza ções. Com efeito, alguma combinação de sen-
sações, pensamentos e emoções, é o que cons-
absoluta.
”
titui a nossa consciência num dado instante
da nossa existência como seres humanos.
É válido, portanto, acrescentarmos a
Em outras palavras, na noção comum, há função CONSCIÊNCIA às características
vida numa roseira e num cavalo, por exemplo, já mencionadas para os seres vivos, con-
e num ser humano, mas não há vida numa pe- siderando a vida hierarquizada em níveis
dra. Segundo a noção mística, há vida na pe- de manifestação do potencial cósmico.
dra, na roseira, no cavalo, no ser humano e tal- Com isto passamos a atentar mais espe-
vez em seres ou manifestações de dimensões cificamente para os seres vivos superiores,
que transcendem nossa capacidade perceptiva capazes de autoconsciência, e particular-
ou sejamsubliminares a ela – quem sabe? mente para o ser humano. Em outras pala-
Vale a pena repetirmos a noção mística de vras, reconhecemos a vida do Ser Cósmico
vida em forma concisa: em todos os reinos que percebemos neste
planeta – na pedra, na roseira, no cavalo
VIDA É UM ATRIBUTO POTENCIAL E –, mas não podemos deixar de notar que
TRANSCENDENTE DE MANIFESTA- ocupamos o ápice da pirâmide de estrutu-
ÇÃO DO PRÓPRIO SER CÓSMICO. ras gradualmente mais complexas e mais
capazes de manifestar o potencial cósmico.
Assim expressa, esta noção nos fornece Uma outra consideração decorrente de
alguns dados importantes que merecem des- nossa constatação da função consciência
taque. Temos a afirmação de que a vida é um diz respeito ao problema existencial que
atributo DO SER CÓSMICO e não de algum nossa própria posição privilegiada, no ápice
ser em particular chamado de vivo, como cer- daquela pirâmide, acarreta. Com efeito, a
ta planta, certo animal, ou determinado indi- autoconsciência de que somos capazes nos
víduo humano. Temos também a afirmação de traz a possibilidade e inevitável propensão
que a vida é um atributo POTENCIAL do Ser de QUESTIONAR A PRÓPRIA VIDA!
Cósmico, ou seja, intrinsecamente indepen- Que somos nós? Que função nossa exis-
dente de alguma manifestação específica. Vale tência cumpre na vida do Ser Cósmico?
dizer que se determinada manifestação física Nosso problema é assim o de buscarmos
cessa, a vida que nela se expressava persiste conhecer cada vez mais, melhor, mais pura
como aquele potencial cósmico. E temos a de- e profundamente a nossa natureza, para
claração de que esse atributo do Ser Cósmico podermos estabelecer mais acertadamente
é TRANSCENDENTE. Isto implica dizer que nossos objetivos na vida, ou nosso objetivo
Retrato de
Nicholas Roerich
pintado pelo seu
filho Svetoslav
Roerich.
A
história nos dá inúmeros exem- dados. Por outro lado, outro historiador, de
plos desde a antiguidade das outra época, pode perceber com a mesma
consequências acarretadas pelas perplexidade e condenação essa preferência
apostas e pelos jogos de azar. óbvia pela especulação e pelos jogos, em vez
Mesmo as páginas mais significativas da his- de se prestar homenagem à figura máxima
tória estão repletas de episódios que contam do império. A mesma história registra a an-
como soberanos se tornaram escravos depois tiga bênção das armas antes de uma batalha
de terem perdido no jogo não só suas esposas mortal em nome do mesmo e único Deus.
e filhos, mas também todo o seu império. Mesmo em tempos mais recentes, podemos
Muitas obras da poesia e da dramaturgia são testemunhar vários países invocando o mes-
construídas sobre essas perversas tentações. mo Deus único para ajudá-los a aniquilar
Até mesmo a grande disputa sobre o tão seus inimigos. Já houve uma época em que
glorioso território de Kurukshetra come- os soberanos de impérios levavam sempre
çou com uma derrota num jogo de dados. consigo seus próprios cozinheiros para evitar
Acreditamos que as condições de vida envenenamento, e tinham uma pessoa espe-
já mudaram há muito tempo. Novos códi- cificamente para provar a comida. Mas, atu-
gos de leis foram elaborados, pressupondo almente, as personalidades de destaque não
atos e suas consequências. No entanto, a têm que lançar mão dos mesmos recursos?
imprensa nos traz a estranha informação Podemos apresentar inúmeras compa-
de que, devido às corridas e ao grande vo- rações desse tipo. Todas elas vão provocar
lume de apostas envolvidas nelas, a come- a mesma exclamação de espanto, mas se
moração do aniversário do Rei foi adiada.
Um historiador pode perceber o fato, com
perplexidade, do ponto de vista do gigantes-
co alcance e consequências de um jogo de
trata exatamente da mesma coisa, quer está se movendo da mesma forma que as
tenha ocorrido na venerável antiguidade, ondas do mar, apenas um pouco mais deva-
quer aconteça atualmente com um aspecto e gar. Seria de se esperar que a humanidade
costume um pouco diferentes. Isso significa tivesse se acostumado, durante sua longa
que não avançamos muito. Talvez, na anti- existência, ao movimento. E é exatamente
guidade, isso tudo tenha até acontecido de este princípio de relatividade e de movimen-
uma forma muito mais franca e pitoresca e, to que deveria acabar atraindo a atenção da
por isso, redimia até certo ponto a hipocrisia humanidade para sua própria evolução. Foi
e o banditismo subjacentes. Além do mais, o iluminado Marcus Aurelius que escreveu
nos tempos antigos, havia menos escritos o sábio contrato: “Estude o movimento das
hipócritas, e as leis de Namu, Hamurabi e dos luminárias como se você participasse desse
primeiros legisladores eram mais sucintas movimento”. Mas este conselho sábio aca-
embora, em muitos casos, bou não sendo praticado.
essa concisão as tornava Se a humanidade pudesse
“ Nas épocas
muito mais marcantes. se elevar em pensamento
Desde aqueles tempos para os mundos superiores,
antigos muitos novos im-
périos surgiram e caíram
das maiores que evolução rápida e bri-
lhante seria conseguida!
no esquecimento. Houve
tantas mudanças de gover-
calamidades Sei que se fala das mais
novas descobertas, referin-
nantes que os registros da é preciso do-se a elas como sendo a
história dificilmente conse- coroa da evolução. Fala-se
guiriam abarcar todas elas, mudar muito de teorias brilhantes e iso-
e é apenas pelas evidências
deixadas por artistas que,
rapidamente o ladas que são lidas como
passatempo. Finalmente,
através de uma moeda, de que precisa ser fala-se dos hábitos da assim
”
uma medalha ou de uma chamada “vida civilizada”,
Estela, que nos fornece o mudado. que atualmente disponi-
registro de um nome novo, biliza às grandes massas o
que temos as pistas de um que há algum tempo tinha
ou mais conquistadores que desapareceram. circulação restrita aos governantes e sumos
Mas essas mudanças não são surpreenden- sacerdotes. É verdade que nossas cidades, ao
tes diante das mudanças colossais que estão mesmo tempo em que envenenam o organis-
acontecendo atualmente em toda a superfície mo humano e criam uma geração deformada,
do planeta quando, além da semilegendária, abrem algumas possibilidades de utilização
mas já reconhecida Atlântida, temos todo das novas descobertas. Mas não estamos nos
um grupo de ilhas históricas que desapare- referindo aos sistemas de esgoto da civiliza-
ceram em épocas relativamente recentes. ção. Não estamos nos referindo às verduras
Algumas ilhas desaparecem e outras enlatadas e, muito menos, da música enlata-
praias e montanhas surgem. O solo, que da. Falamos, sim, do que nos impulsiona a
nos parece tão imóvel e firme, na realidade tomar as melhores decisões pela humanidade.
“
tal sonha em receber o prêmio de química do
É preciso que mesmo Comitê que concede o prêmio pela
os melhores, paz? Mesmo nos dias de hoje alguns sonham
com uma determinada conquista da ciência
os Iluminados, como sonhariam – através de um despacho
fratricida – dizimar totalmente certas regiões
se unam num habitadas! E é possível que algum outro cien-
tista “iluminado” sonhe com o envenena-
esforço inadiável mento “bem-sucedido” de todas as fontes de
água, para que tudo que esteja vivo pereça!
para formar um A isso pode-se reagir dizendo que não são os
bloco de oposição cientistas que estão inventando essas forças
assassinas, mas que são os técnicos e os enge-
contra a escuridão, nheiros que o fazem. Não, caros leitores, sem
o conhecimento científico essa brutalidade
a ignorância, a assassina não poderia ser inventada. E, por
acaso, não foi um cientista que descobriu o
distorção e a raio da morte e que, por ordem da própria
traição.
”
justiça especial, partiu para as regiões infer-
nais juntamente com sua invenção venenosa?
Mas as coisas poderiam ser mais sim-
das negociações criminosas por matérias ples se os cientistas fizessem um juramento
podres ou até mesmo inexistentes. É horrível semelhante ao que fazem os médicos no
para a dignidade humana olhar para trás sentido de não permitirem que saiam de
e ver documentos fraudulentos, acusações seus laboratórios quaisquer descobertas
criminosas e ordens que colocaram em pe- prejudiciais. Principalmente porque mui-
rigo a vida de muitos milhares de pessoas. tos desses gases e raios terríveis poderiam
“Mas isso já passou”, poderão dizer. E, – com a adição de um ingrediente – se
desde então, já tivemos um grande número tornar de fato benéficos à humanidade.
de fatos, conferências e acordos econômicos. Mutatis Mutandis! Nas épocas das maio-
Planos desse tipo já foram realizados, mas res calamidades é preciso mudar muito
como resultado temos uma crescente de- rapidamente o que precisa ser mudado. E,
pressão. Navios velhos foram desarmados e em primeiro lugar, deve-se transformar o
mesmo destruídos para serem substituídos que é mais prejudicial ou de menor utili-
por construções ainda mais perniciosas. Até dade em algo que seja benéfico. É aí que
nas lojas tomamos o cuidado para que o ar está a verdadeira arte da transmutação dos
seja ozonizado, mas, ao mesmo tempo, os Rosacruzes. Não façam o papel de bobos,
laboratórios científicos têm utilizado sua como se não soubessem o que é benéfico.
infraestrutura para inventar novos gases No fundo de seu coração, todo homem sabe
venenosos. Não é verdade que o cientista da perfeitamente bem o que é benéfico para to-
área da química que inventou o gás mais le- dos, o que é benéfico para os mais próximos
também se dirige ao órgão correspondente fazer. De modo geral, toda doença tem um
relacionado a esse ponto, que, no presente ponto em sua evolução a partir do qual tor-
caso, é o coração. Assim, é fácil eliminarmos na-se irreversível. Assim, quanto mais cedo
as palpitações por meio de picadas em pon- iniciarmos o tratamento pela Acupuntura,
tos das mãos próximos do dedo mínimo. Isto tanto melhor e mais rápido será o resultado.
não é teoria, e sim um fato de utilidade práti- Quarto: o paciente apresenta a doença há
ca para aqueles que trabalham com esta arte. muitos meses, mas não em estado avança-
A Acupuntura chinesa clássica é uma do. Começamos o tratamento e o paciente
terapêutica artesanal em sua técnica. melhora. Passa bem algum tempo, e torna
Atualmente, porém, já podemos limitar a piorar. O tratamento prossegue. Ele torna
uma sessão de acupuntura a apenas uma a melhorar e, depois, a piorar novamente.
ou duas picadas na pele, graças à eletri- E isto continua, como numa rosca sem fim,
cidade que é ativada pelas agulhas. Os mesmo que o tratamento dure um ano ou
antigos chineses, por não disporem de mais. Analisando o que se passa com pa-
eletricidade, utilizavam dezenas de agu- cientes deste tipo, descobrimos que eles têm
lhas, em sessões bem mais demoradas. uma vida por demais emotiva. Falando mais
Em conclusão, a Acupuntura é uma ma- claramente, podemos dizer que são almas
neira muito eficiente de se dirigir a Força que ainda não descobriram a Paz Interior e
Vital para um local do organismo. Mas, o o contentamento com a Vida. Nestas situa-
que deveremos esperar da Acupuntura? Que ções, nem a Acupuntura ou qualquer outro
pode ela realmente fazer na vida prática? tipo de tratamento pode dar uma solução
Para responder a estas perguntas, tome- permanente ao problema. Não estamos di-
mos o exemplo dos reumatismos, que são as zendo que esses casos não tenham solução.
doenças mais comuns em todo o mundo. A A solução existe, mas está dentro da própria
medicina tradicional os tem tratado com me- personalidade. Estas são pessoas que devem
dicamentos e fisioterapia, alcançando certa seguir um caminho de desenvolvimento pes-
margem de sucesso. A Acupuntura também soal e domínio da vida como a nossa Ordem
trata os reumatismos, mas com resultados Rosacruz, AMORC apresenta. Aqui tenho o
superiores. Entretanto, isto não quer dizer prazer de transcrever algumas palavras da
que ela seja infalível. Quando começamos Soror Djicéa Nobre: “Paz Profunda – quanta
um tratamento, a evolução do paciente irá harmonia nestas duas palavras! Nada mais
se enquadrar num dos tipos que a seguir maravilhoso, mais sublime que a mensagem
descrevemos. Primeiro: o paciente apresenta que elas encerram, quando são proferidas do
a doença há apenas alguns meses. Para se fundo do coração. São como uma melodia
obter a cura, serão necessárias cinco ou seis que agrada o ouvido e deleita a Alma! A Paz
aplicações, feitas com intervalos de alguns Interior é realmente o maior bem que pode-
dias. Segundo: o paciente apresenta a doen- mos desejar ao nosso semelhante. Agora que
ça há muitos meses ou alguns anos. Neste conheço o sentido destas palavras, desejo à
caso, serão necessárias trinta ou quarenta humanidade inteira – Paz Profunda”. 4
aplicações semanais. Terceiro: o paciente
apresenta a doença há muitos anos; o reu- * “Conheci o Frater Lino Mensato Filho, médico de formação
na década de oitenta e assisti algumas palestras sobre o
matismo já avançou de tal forma, incluindo tema da Acupuntura, entre elas a de Acupuntura Eletrônica,
deformidades, que não é mais reversível. que ele era especialista.”
Nestes casos, a Acupuntura nada poderá – Hélio de Moraes e Marques, Grande Mestre da GLP.
“O Teclado
Cósmico”, por
Nicomedes
Gómez
“
Todos dispomos do instrumento mais
expressivo, mais acessível e mais cômodo –
mas que é também o mais delicado e, sem
dúvida, o mais difícil de se denominar à
perfeição: nossa voz.
Efetivamente, um som nunca está so-
”
ça com uma inspiração e se termina com o
zinho: ele vibra com toda a sua família de último suspiro. Místicos disseram que uma
harmônicos. Os harmônicos são múltiplos do encarnação humana corresponde a uma res-
som fundamental. São vibrações dentro da piração divina: Deus insufla a vida terrestre
vibração. As proporções desses componentes e a ela põe termo aspirando as criaturas de
constituem aquilo que os músicos chamam volta para seu seio. No intervalo entre seu
de “timbre” de um som. Para simplificar, di- primeiro e seu último respiro, o homem pode
gamos que é aquilo que permite diferenciar deixar a respiração funcionar automatica-
o la do clarinete do la de um trompete e re- mente, mas pode também, quando o desejar,
conhecer uma voz no meio de outras. Além colocá-la sob a direção de sua consciência
disso, um som ressoa num volume sonoro. objetiva e criar com ela vibrações sonoras
Esse volume sonoro – esse ressoador – o harmoniosas por sua intenção expressiva.
afeta bastante conforme suas dimensões, A natureza do ar se articula entre o pla-
sua forma e a natureza de seus componentes no material e o mundo sutil. A respiração
materiais. Este ou aquele harmônico se en- é uma função de nosso corpo que pode ser
contrará dessa forma amplificado ou abafado, voluntária ou involuntária. É, portanto, a
podendo em certos casos manifestarem-se conjugação de dois fatores, cada um deles
harmônicos que não existiam na emissão do bivalente, o ar e a respiração, que dá origem
som em questão. à voz humana. O canto, terceiro ponto ma-
O ar conduz a vibração sonora. Ele é o nifestado, tem, sem dúvida, algumas pro-
veículo do som. É sua vibração num regis- priedades particularmente poderosas.
tro de frequência definido que percebemos Todos dispomos do instrumento mais
como som. Na ausência de atmosfera, o som expressivo, mais acessível e mais cômo-
não existe. No meio humano, o ar é a ma- do – mas que é também o mais delicado e,
nifestação mais tênue da matéria que nos é sem dúvida, o mais difícil de se dominar
perceptível, constituindo uma fronteira aber- à perfeição, pois revela justamente a alma
ta entre o mundo material e o mundo ima- humana: nossa voz. Não dizemos que um
terial (muitas metáforas poéticas se referem choque emocional nos deixa “sem voz”?
a isso…). É um elemento ambivalente que O poder místico do canto é uma realida-
constitui para nós um acesso direto à energia de. Cabe a cada um, por meio de uma prática
cósmica por meio da inspiração. Essa energia regular, desenvolvê-lo e cultivá-lo, pois o
cósmica nos foi transmitida no momento de canto desenvolve seu poder – seja ele profano
nosso nascimento: nossa encarnação come- ou sagrado. Além disso, a busca sincera da
A B C D E F
O “monocórdio
cósmico”, de
inspiração
“ O cantar
simples e
natural já
pitagórica
e conforme
imaginado por
Robert Fludd em
contribui para
1617, ilustrava
uma associação a melhora das
condições
entre o universo
e os intervalos
musicais.
vibratórias.
Essa harmonia
produzida
localmente
estende seus
efeitos sem
limites. É
o conjunto
da Criação
que dela se
São sem dúvida os nossos ouvidos hu- foi destinado unicamente à satisfação da
manos que qualificam como cantos os sinais audiência. Longe disso! O consumidor so-
biológicos emitidos sem qualquer intenção berano a quem se deve agradar a qualquer
estética. Ou ainda, em outras palavras, basta custo é um fenômeno recente e, espero,
que uma consciência musical humana escu- efêmero na história das relações entre os
te com interesse emissões sonoras para que que cantam (ou tocam) e os que escutam.
estas mereçam o nome de canto? Um vasto Contudo, não subestimemos o conceito
campo de investigação sobre o qual cada um de estética, cuja origem grega, aisthêtikos,
poderá refletir. A definição de música talvez significa “que tem a faculdade de sentir ou
se esconda na resposta a essa pergunta. perceber a beleza”. Trata-se então de ir além
Os cantos pigmeus, agora facilmente dis- do utilitário. Assim como a dança transcen-
poníveis, dão testemunho de concepções mu- de o gesto funcional do corpo ao produzir
sicais muito elaboradas e bastante agradáveis voluntariamente a beleza, o canto ultrapassa
de se escutar. Mas o que talvez seja mais per- generosamente o sinal vocal portador de uma
turbador são os chamados vocais que enviam mensagem. Ele é uma ação de graças – uma
esses homens quando formam um círculo resposta reconhecedora e jubilosa.
que se fecha ao redor dos animais que eles Após as origens e a natureza do canto,
caçam. Esses chamados são estruturados de abordemos agora o assunto de sua prática.
tal maneira que nossa compreensão musical
encontra neles uma audição digna de inte-
resse. Trata-se para nós de “música”. Os pig- A prática do canto
meus, ao que parece, riram bastante ao sabe- Já estou ouvindo aqui e acolá: “Sou desa-
rem disso, pois para eles aquilo não passa de finado!”, ao que respondo: “Se você não
dispositivos sonoros destinados a assustar os cantar nunca, não estará jamais à vontade
animais e nada mais! Eu pessoalmente testei para cantar! Além disso, muitas pessoas são
a eficácia destes sinais num cão, que ficou de persuadidas a cantar desafinado simples-
fato impressionado pela emissão… mente porque memorizam imperfeitamente
E o que dizer sobre a vontade consciente melodias ouvidas ocasionalmente embora
de se fazer música e que diferença fundamen- sem tê-las trabalhado a sério. Um pouco de
tal existe entre essa vontade e o emprego em- insistência as teria rapidamente convencido
pírico de sons para fins utilitários? Eis aí mais do contrário. A real proporção de pessoas
uma pergunta sem resposta. que cantam desafinado após haver verda-
Aquilo que podemos talvez ousar afirmar deiramente tentado é ínfima, na ordem de
sem muito risco de erro é que o funcional duas a cada mil. De toda maneira, afinados
precedeu o estético. O poder místico do som, ou não, todos temos o direito de cantar,
e mais particularmente o do canto, foi posto uma vez que cantar nos faz bem. Cabe a
em prática muito antes de que se tratasse de nós mesmos reconquistar essa prática”.
se sentar confortavelmente na poltrona para No passado, até meados do século XX,
se preparar para ouvir um concerto vocal. cantar era considerado uma atividade na-
Esse ato que consiste em escutar música num tural. Naturalmente, uns cantavam me-
concerto não se remete à noite dos tempos. lhor do que outros, mas todos cantavam
Pode-se mesmo dizer que ele começou na diariamente. No trabalho, o canto era um
época do Renascimento, ou seja, há cerca companheiro que evitava o remoer de
de meio milênio… O canto nem sempre ideias morosas. Ele distraía da monotonia
N
a história de nossa civilização, Com a evolução do pensamento humano
houve época em que os homens as causas físicas passaram a ser a explicação
acreditavam em forças externas e para as doenças, inclusive das tristezas, an-
invisíveis, causadoras de doenças gústias e de todo sofrimento emocional.
e malefícios e também em forças benéficas Assim, temos uma primeira fase cuja
à humanidade. Naquelas circunstâncias, o explicação para as nossas mazelas são forças
ser humano situava-se em posição passiva e externas e uma segunda onde as causas são
sentia-se manipulado como um fantoche. orgânicas.
“
Se somos afetados sábios antigos de que
pela relação com A palavra não devemos temer o
outros seres huma-
nos porque a inte-
é fundamental que entra pela nossa
boca, mas sim o
ração influencia
o pensamento,
no relacionamento que sai dela. Se a
palavra expressas-
então o relaciona- humano, mas pode se sempre o nosso
mento humano,
por si só, pode- ser também uma verdadeiro senti-
mento e se a pa-
rá ser benéfico, arma quando mal lavra fosse sempre
”
ou não, ao nosso dirigida com bons
equilíbrio emocio- utilizada. propósitos, então não
nal e ao nosso desen- deveríamos temê-la.
volvimento espiritual A palavra é fundamen-
e por si só merece estudos tal no relacionamento huma-
e considerações especiais. no, mas pode ser também uma
O Dr. H. Spencer Lewis, em seu livro arma quando mal utilizada. Por isto,
Envenenamento Mental, de excepcional valor devemos estar atentos ao princípio de que
prático, conta-nos a história de “comadres” toda comunicação verbal traz consigo dois
que, sem conter o germe da maldade, ino- conteúdos: o conteúdo manifesto e o conte-
culam veneno em sua vítima: “Como você údo latente. Como exemplo, podemos citar
engordou!” ou “como você está pálida, está a pergunta de um garoto à sua mãe que sai
doente?”. E a vítima, por ser uma pessoa que para o trabalho: “Mãe, por que você precisa
não se defende muito bem, inculca, remói trabalhar?”. A mãe provavelmente responde:
seus pensamentos, deteriorando seu organis- “Bem, filhinho, precisamos de dinheiro...”.
mo pela desarmonia. O veneno mental foi Neste caso, o conteúdo manifesto é: mãe,
inoculado num relacionamento humano ina- por que você precisa trabalhar? Entretanto,
dequado. Sem muito valor para quem fala, esta pergunta contém outro significado. Se
a mãe tivesse questionado a razão da per- agressão verbal recebida é quase sempre fle-
gunta poderia ter ouvido: mãe, quero ficar cha envenenada dirigida a outra pessoa, com
com você, quero mais carinho e atenção. frequência pai, mãe ou do ambiente familiar.
Se observarmos bem, vamos verificar Como exemplo podemos citar o marido que
que o conteúdo latente muitas vezes é o chega em casa furioso com o chefe e briga
mais importante, sendo a ele que devemos com a esposa; esta frustra-se e descarrega nos
responder, já que o conteúdo manifesto é filhos e talvez até no cachorro da família.
apenas um disfarce. Até aqui vimos três pontos importantes
Outro exemplo: Zezinho quebrou o vidro que devemos considerar:
da porta de propósito. Seu pai pode agredi-lo
com palavras ou perguntar por que ele fez 1. A importância do pensamento;
aquilo e então descobrir o conteúdo latente
da comunicação, neste caso não verbal. Esta 2. A importância do relacionamento humano;
é uma questão para reflexão. Quem solicita
comida se está fartamente alimen- 3. A importância dos conteúdos manifestos e
tado? Quem, abastecido de latentes da comunicação com outras pessoas.
amor, solicita guerra?
Lembremos que a Se pensarmos em ambientes onde deva
comunicação não estar presente a fraternidade, e considerando
verbal, um olhar, as diferenças e dificuldades humanas, todos
um sorriso, temos que cuidar, todos somos terapeutas. E
um gesto, tem todos somos pacientes também, porque não
tanto ou mais somos perfeitos. Nosso ambiente nos trata e
significado nos dá oportunidade de tratarmos dos outros.
do que a pa- Se compreendemos o que foi dito aci-
lavra. Uma ma, poderemos ser mais tolerantes. E se
criança, a quisermos ser mais tolerantes ainda, então
partir dos nos comuniquemos mais, sem defesas e
primeiros armaduras, pois nos filmes de super-heróis
momentos de só torcemos para o mocinho porque desco-
vida, tem per- nhecemos a história dos bandidos. É fácil
cepção verda- amá-los ou pelo menos sermos mais tole-
deira se é amada rantes se conhecermos sua história: seus
ou rejeitada. pais, suas privações, seu ambiente, suas
Lembramos que a dificuldades, seu grau de evolução. Tole-
maioria das agressões é rância é uma virtude experimentada com a
o resultado de descarregar- maturidade e adquirida com a experiência.
mos ou deslocarmos (termo usa- É oportuno lembrar que para uma criança
do na Psicologia médica) nossas frustrações de 1 a 5 anos, que enxerga um adulto, princi-
e aborrecimentos no “primeiro que passa”, palmente seus pais, como criatura onipoten-
se não estivermos vigilantes. te, tudo o que lhe for transmitido será regis-
Podemos conseguir um bom controle trado em seu subconsciente como Verdade.
da agressividade conhecendo os conteúdos Se isto é fato, que responsabilidade a nossa!
latentes e manifestos da comunicação. A Em A República, de Platão, obra escrita há
Johann Baptist
Homann: “Planiglobii
Terrestris Cumutroq
Hemisphaerio Caelesti
Generalis Exhibitio”,
Nuremberg 1707
sempre é conce-
limitada por- bida como uma profunda
que mesmo a maior camaradagem horizontal. A tal ponto
delas possui fronteiras finitas que que foi essa fraternidade que tornou pos-
para além das quais existem outras nações. sível, nestes dois últimos séculos, tantos
Imagina-se a nação soberana porque o con- milhões de pessoas terem se sacrificado a
ceito nasceu na época em que o Iluminismo morrer por essas criações imaginárias.
e a Revolução Industrial estavam destruindo O principal símbolo da cultura moderna
a legitimidade da monarquia de ordem divi- do nacionalismo são os famosos túmulos
na. E, por último, ela é imaginada como uma dos soldados desconhecidos, comuns em
comunidade porque, independentemente várias nações. Normalmente as pessoas não
da desigualdade e da exploração efetivas percebem que vivem em uma comunidade
que possam existir dentro dela, a nação imaginada, porém esse pertencimento só
V
isando atender melhor os seus membros, a Gran-
de Loja está disponibilizando, através de seu por-
tal, uma área exclusiva para Afiliados Rosacruzes.
Esta área permitirá que o próprio rosacruz
acompanhe o andamento dos seus estudos, atualize seu
cadastro e tenha acesso a informações restritas a membros,
à revista “O Rosacruz” digital e outras funcionalidades.
O acesso a esta área se dá pelo Portal Rosacruz
www.amorc.org.br. Logo na primeira página, o estu- Caixa de login.
dante vai encontrar uma janela intitulada “Área do Afilia-
do”, a qual dará acesso a informações exclusivas em confor-
midade com o grau de estudos que o membro em questão tiver alcançado na AMORC.
Muito importante
ATUALIZAÇÃO DE CADASTRO ONLINE: Este é mais um benefício
do novo sistema. O Frater e a Soror deverão checar e atualizar seu cadastro
de maneira fácil e ágil. Verifique se os seus telefones e e-mails estão atual-
izados, pois muitos dos nossos membros deixam de receber notícias impor-
tantes ou contatos da Grande Loja por esquecerem de atualizar seus dados.
Monografias virtuais
Lançamento na XXIV
Convenção Nacional Rosacruz
As Grandes Lojas das jurisdições de língua francesa e ingle-
sa para as Américas já disponibilizam o acesso às monogra-
fias em formato virtual, com excelente aceitação por parte
dos rosacruzes daqueles países.
Monografia aberta
Perguntas
e respostas
Abaixo, respondemos algumas questões que nos foram
direcionadas sobre esta nova modalidade de estudos:
Esperamos que os
benefícios desta nova
modalidade de estudo
sejam visíveis no seu
relacionamento com a sua
Grande Loja, cuja existência tem por
objetivo servir aos buscadores rosacruzes.
A
oração é um pon- Sou um crente firme na e de como usá-la falta de
to grandemente oração e o leitor também tal modo no indivíduo
controverso da poderá ser, se der à oração comum, que é realmente
prática religiosa, seguido a devida oportunidade surpreendente que uma,
ou negado francamente. para demonstrar a sua dentre mil, traga quaisquer
Aqueles que utilizam eficácia. Acusamos erra- resultados. Nas igrejas, são
a oração como argumen- damente muitas coisas de usadas certas preces fi xas
to contra a existência serem ineficientes e recu- feitas por pessoas que pa-
de um Deus inteligente, samos a aceitá-las, depois recem mais interessadas
ou de qualquer Deus, de apenas umas poucas na eloquência florida do
afirmam que as orações tentativas de usá-las ou que na verdadeira oração.
seriam logicamente ra- demonstrá-las. A razão Jesus ensinou aos seus
zoáveis e eficientes se disso é a nossa própria discípulos como orar, e
Deus existisse. São muito ineficiência e ignorância. a versão correta das suas
perspicazes ao declarar Nessas circunstâncias, instruções e os exemplos
que setenta e cinco por surpreende-me que tantas que deu ao mundo são
cento das orações ficam orações sejam atendidas. diferentes das preces pro-
sem resposta ou são apa- A compreensão do feridas por aqueles que se
rentemente negadas. que realmente é a oração afastaram do misticismo
Um Encontro
de Mentes
Para o místico, portanto,
a oração é um encontro
de mentes. Não é ocasião
para pedidos pessoais, mas
para comunhão espiritual,
ocasião em que a alma e a
parte mais íntima de nós
mesmos, reverente, sincera
e tranquilamente, falam a oração e impediria a reali- devo ser atendido? Não é
Deus e expressam os desejos zação do que desejamos. isso concluir que Deus pode
do nosso coração e mente. A prece, portanto, deve não ter pensado em dar-me
Qualquer consideração ser a expressão do desejo vida mais longa ou pode ter
de que a nossa concepção de uma bênção. Tenho eu decidido de outro modo, e
humana das nossas neces- qualquer direito de me di- desejo modificar a decisão e
sidades deve ser exposta rigir a Deus, como faço na decreto da Sua Mente? Não
em detalhes ou feitas su- oração, e exigir ou mesmo é isso uma obstrução ao pró-
gestões ou recomendações, pedir que me seja dada prio efeito que desejo criar
seria tão incompatível uma vida mais longa, por- na consciência de Deus?
com a atitude verdadeira que esse é o meu desejo e Tenho eu qualquer direi-
de orar, que desvirtuaria a cheguei à conclusão de que to de me dirigir ao Criador
”
sua presença para alguns primeiramente, buscar, na
momentos de comunhão, dia? misericórdia de Deus, o
encontrar-nos-íamos, pro-
vavelmente, proferindo,
antes de mais nada, palavras
de agradecimento pelo que
recebemos - acrescentando
que, se fosse da vontade real,
ficaríamos muito felizes se
pudéssemos continuar a
merecer as mesmas bênçãos
ou possivelmente mais.
Nenhum de nós pen-
saria em solicitar bênçãos
específicas sem, primei-
ramente, ter expressado
profundo agradecimento
pelo que já receberemos e
sem declarar que, embora
desejássemos a continuação
dos favores reais, não tínha-
mos direito de pedir mais.
Quantos, dentre nós,
oram com esta atitude?
”
participação na vida e com humilhação; por isso que a
a sublimidade das bênçãos súplica. grandiosidade e a bondade
divinas já desfrutadas, que de Deus, em nós, coloca o
nos esqueceremos das coi- Homem acima da humi-
sas de menor consequência lhação, se ele devidamente
que pretendíamos pedir. É considerar a sua relação
também provável que, se para com Deus. Deverá
analisarmos a nossa vida nas haver, todavia, humildade
últimas vinte e quatro horas de espírito, simplicidade de
e nos julgarmos corretamen- mente, pureza de coração.
te, chegaremos a compreen- Nossas orações deverão
der que não somos dignos ser expressões de desejos de
de maiores bênçãos - já maiores bênçãos, com o pen-
tendo recebido muito mais samento: “Seja feita a Vossa
do que poderemos compen- vontade, não a minha”, do-
sar ou, mesmo, merecer. minando a nossa mente. A
Nosso pecado poderá expressão simples: “Se for da
consistir, principalmente, de vontade do Pai, volte a saúde
omissões. A dádiva e bênção ao meu corpo” é uma súplica
de viver com a consciência muito mais contrita, sincera
2 2
O
Museu Egípcio e Rosacruz foi inaugurado em 17 de outubro de 1990, com o objetivo
de divulgar a história de uma das principais civilizações da antiguidade oriental:
o Egito Antigo. A coleção do museu formou-se a partir da doação de réplicas de
artefatos egípcios realizados pelo artista plástico Eduardo Vilela. São cópias idênticas
aos originais. Com o tempo a coleção foi sendo ampliada e hoje conta com 700 objetos.
Em abril de 1995 somou-se à coleção a múmia de uma dama egípcia com cerca de
2.600 anos e batizada de Tothmea. Foi doada pelo Museu Egípcio e Rosacruz de San Jose –
Califórnia. Em 1999 foi iniciado um projeto no qual foi possível levantarmos sua história
– ela foi descoberta na atual Luxor e atuou possivelmente como cantora ou musicista de um
dos templos da deusa Isis. Foram realizadas duas tomografias computadorizadas avaliando
o processo de mumificação desta egípcia. Em 2012 um artista 3D realizou sua reconstrução
facial forense, concedendo um rosto à Tothmea.
Foto 1: Primeiro prédio do Museu Egípcio e Rosacruz, inaugurado em 17 de outubro de 1990; Foto 2: Frater Charles Vega Parucker, então
Grande Mestre da GLP, inaugurando o museu junto ao artista plástico Eduardo Vilela.
S.I.
A
humanidade recebe de tempos em tempos personalidades-
alma que são “divisoras de águas”, ou seja, o mundo é um
antes delas e outro após elas.
Como verdadeiros mensageiros de Luz a serviço da humanidade,
esses seres receberam do Cósmico a missão de causar uma forte
influência na sociedade em que estavam inseridos, recebendo
postumamente o reconhecimento de sua visão, liderança e
iluminação que abrangeram todo o nosso mundo. Vieram para
mudar, romper paradigmas e deixar os seus pensamentos, palavras e
ações como exemplos de seres humanos especiais.
Esta capa da revista “O Rosacruz” é dedicada a estes Seres de
Luz que, como Mestres, nos ensinaram o Sentido da Vida.