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RESUMIDA
Sistema�Imune
Autores
Evelyn Moura De Assis
Pedro Eustáquio Urbano Teixeira
Revisora Técnica
Denise Carneiro Lemaire
Imunidade Inata
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1. CASO CLÍNICO
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1.2 PALAVRAS-CHAVE
1.3 OBJETIVOS
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2. INTRODUÇÃO
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3. IMUNIDADE INATA
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Imunidade Inata
Microrganismos
Microrganism
osdiferentes
diferentes
Receptores de
manose
idênticos
Imunidade Adquirida
Microrganismos
Microrganism
osdiferentes
diferentes
Moléculas de
anticorpo
distintas
Imagem 3: Especificidade
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Imagem 4: Localizações celulares das moléculas de reconhecimento de padrões do sistema imune inato.
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REFERÊNCIAS IMAGENS:
1. ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia celular e
molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier. 2015.
2. ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia celular e
molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier.
3. Imagem Adaptada de ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv.
Imunologia celular e molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier.
4. ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia celular e
molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier.
5. ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia celular e
molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier.
6. ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia celular e
molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier.
REFERÊNCIAS
7. ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia celular e
molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier.
8. MURPHY, K.; TRAVERS, P.; WALPORT, M. Imunobiologia de Janeway. 7 ed.
Porto Alegre: ArtMed. 2010.
9. KUMAR, V. et al. Patologia básica. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
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1. CASO CLÍNICO
Paciente N.S.O., sexo masculino, 6 anos, cursa com febre baixa intermi-
tente há 1 mês, associado a astenia e hipoatividade. Genitora relata que
exame de sangue realizado na UPA há 2 semanas evidenciou anemia leve.
Foi prescrito dipirona para a febre e sulfato ferroso para a anemia. Há 1
semana, o paciente apresenta piora da febre, além de tosse produtiva e
dispneia. Atualmente, recusa ingestão de alimentos.
Ao exame: T axilar = 38ºC. Dispneico e taquipneico, pálido (hipocromia
2+/4). Chama atenção umas pequenas petéquias em MMII.
Cabeça e pescoço: orofaringe levemente hiperemiada, linfonodos pal-
páveis em cadeias cervicais e submandibulares, doloridos, móveis e não
aderidos. Um linfonodo cervical, à direita, apresenta-se indolor, imóvel e
aderido, medindo 2,5 cm.
Tórax: Macicez à percussão do terço inferior do hemitórax D, com abo-
lição do frêmito toracovocal e do murmúrio vesicular nessa localização.
Crépitos inspiratórios e expiratórios acima do local de abolição do mur-
múrio.
Abdome: leve esplenomegalia
Extremidade: petéquias em MMII e palpação óssea discretamente do-
lorida.
Dr. Kevin, o pediatra de plantão, suspeita de pneumonia, solicita radio-
grafia de tórax, exames laboratoriais e inicia antibioticoterapia.
Radiografia de tórax: pneumonia lobar à direita associada a derrame
pleural.
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1.2 PALAVRAS-CHAVE
1.3 OBJETIVOS
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2. INTRODUÇÃO
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Imagem 1: Visão geral da ativação dos linfócitos e da resposta imunológica desde a entrada de agentes
infecciosos até a migração de células efetoras aos locais de infecção.
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Sei que você está ansioso para iniciarmos a discussão sobre linfócitos T
e B, mas há outros conceitos que precisamos aprender antes. O que é linfó-
cito? O que é linfócito naïve, virgem ou imaturo? O que é linfócito ativado?
Linfócitos T e B são as únicas células capazes de reconhecer e distinguir os
determinantes antigênicos. Por isso são as responsáveis pela especificidade da
resposta imune adquirida. Desempenham, portanto, o papel de sensores do
sistema imune adquirido e, também, o de mediadores das imunidades humoral
e celular. Essas células se originam do precursor linfoide, na medula óssea. Volta-
remos a este assunto adiante, neste capítulo, mas desde já é bom comentar que
alguns linfócitos terminam seu processo de maturação em outros órgãos linfoi-
des. Acontece que desenvolvimento e maturação não são iguais a ativação. Um
linfócito plenamente desenvolvido e maduro ainda não entrou em contato com
seu antígeno específico. Assim, não iniciou ainda a resposta imune adquirida.
Esse linfócito é chamado de linfócito naïve. Naïve significa ingênuo em francês.
Podemos chamá-lo de linfócito virgem. Parece estranho, mas algumas fontes
usam a nomenclatura “imaturo” para se referir a estes linfócitos, ainda que estas
células já tenham passado por seu processo de maturação, e isso pode fazer
com que você se confunda. Assim, neste livro, serão usadas as denominações
“virgem” ou naïve. A diferenciação entre linfócitos B imaturos e inativos é feita
com base nos tipos de receptores de Ag (anticorpos de membrana) expressos
na membrana celular. As células B imaturas são aquelas que expressam IgM,
mas ainda não expressam IgD, enquanto as maduras, virgens, expressam am-
bas as classes de anticorpos na membrana celular. Essa informação só foi trazida
para que você não se confunda quando for ler em alguma outra fonte.
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3.LINFÓCITOS T
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4. LINFÓCITOS B
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Imagem 4: Tipos de imunidade adaptativa. Na imunidade humoral, linfócitos B secretam anticorpos que
atuam contra microrganismos intracelulares. Na imunidade celular, linfócitos T ativam macrófagos para
matar microrganismos fagocitados ou linfócitos T citotóxicos destroem células infectadas.
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REFERÊNCIAS
CONFERÊNCIAS
1. CASO CLÍNICO
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1.2 PALAVRAS-CHAVE
1.3 OBJETIVOS
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2. INTRODUÇÃO
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Imagem 1: O sistema linfático. Ilustração dos principais vasos linfáticos e coleções de linfonodos.
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Imagem 4: Vias de recirculação dos linfócitos T. Células T naïves entram no linfonodo pela corrente san-
guínea enquanto as células dendríticas entram pelos vasos linfáticos. Após ativação, as células efetoras
ganham a circulação e migram para os locais de infecção.
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Imagem 6: Morfologia de um linfonodo, contendo as zonas ricas em células T e B e as vias de entrada dos
linfócitos e antígenos.
Nas regiões mais centrais dos folículos, quando ocorre ativação da res-
posta imunológica, observamos estruturas denominadas centro germi-
nativos. Esses são locais de proliferação acentuada de células B. Respon-
dem à estimulação antigênica selecionando células B que se diferenciam
em plasmócitos secretores de anticorpos de alta afinidade e gerando cé-
lulas B de memória.
Agora, como que se dá o encontro entre antígenos e células T e B den-
tro do linfonodo? A resposta é simples: eles saem caminhando aí por den-
tro. Você se lembra que os antígenos foram transportados ao linfonodo
pelas células dendríticas? E também que algumas quimiocinas são leva-
das ao linfonodo enquanto outras são produzidas dentro desses órgãos?
Pois bem, tanto os linfócitos T quanto as células dendríticas têm recepto-
res CCR7 semelhantes. Esses receptores são específicos paras as quimioci-
nas CCL19 e CCL21, que são expressas por células do estroma das zonas de
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Imagem 7: Ilustração das vias pelas quais linfócitos T e B imaturos migram para diferentes áreas nos linfo-
nodos, além da migração das células dendríticas em direção às zonas ricas em células T.
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Imagem 8: Ilustração das zonas de células T e B que formam a polpa branca do baço.
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Imagem 10: Principais componentes celulares do sistema imunológico associado às mucosas no intestino.
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que células T, e essas, assim como nos linfonodos e no baço, também estão
agrupadas em pontos distintos. Existe a interação desse tecido com a cé-
lula M, tipo celular que realiza pinocitose ativamente e transporta macro-
moléculas do lúmen intestinal para os tecidos epiteliais, desempenhando,
portanto, importante papel na condução dos antígenos para o MALT.
De forma semelhante à pele, temos que grande parte dos linfócitos
intraepiteliais é célula T CD8+, expressando conjunto restrito de recepto-
res, enquanto que na lâmina própria os linfócitos T, em sua maioria T CD4+,
apresentam fenótipo de célula ativada. Outras células de defesa presentes
nesse sistema são linfócitos B, macrófagos, células dendríticas e mastócitos.
Agora que você já tem uma noção sobre os órgãos e tecidos linfoides,
chegou a hora de mergulharmos fundo nos processos imunológicos que
neles ocorrem.
REFERÊNCIAS IMAGENS
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CONFERÊNCIAS
1. CASO CLÍNICO
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1.2 PALAVRAS-CHAVES
1.3 OBJETIVOS
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2. INTRODUÇÃO
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O que é o MHC? Muita gente tem uma vaga noção sobre esse assunto,
mas é incapaz de responder essa simples pergunta. “É algo relacionado
com transplante”. “Tem a ver com a ligação das células”. “É o Complexo
Principal de Histocompatibilidade”. Essas são algumas respostas que po-
demos escutar, mas nenhuma realmente respondeu à pergunta. Por Com-
plexo Principal de Histocompatibilidade (MHC) entende-se uma região
cromossômica, que contém genes que codificam várias proteínas espe-
cializadas, dentre elas aquelas denominadas “moléculas do MHC clássicas”,
cuja função é apresentar antígenos aos linfócitos T. Os genes que codifi-
cam as moléculas do MHC são denominados antígenos leucocitários hu-
manos (HLA). Quais células expressam algum tipo de molécula do MHC?
Quase todas as nossas células nucleadas. Isso mesmo, praticamente todas
as nossas células, não apenas as células dendríticas. Toda célula que puder
ser infectada por um microrganismo precisa ter o aparato para apresen-
tar esse antígeno ao linfócito T, e esse aparato envolve as moléculas do
MHC. O tipo de molécula do MHC envolvida no processo de apresentação
diferencia patógenos ou antígenos intracelulares, citosólicos daqueles
extracelulares, ou presentes em compartimentos membranares, apresen-
tando-os aos linfócitos T CD8+ e T CD4+, respectivamente.
Os receptores de células T são específicos para as moléculas do MHC.
Como representado na imagem ao lado, o peptídeo, produto do proces-
samento de antígenos proteicos, “encaixa-se” perfeitamente no chamado
bolsão/fenda das moléculas do MHC, mantendo alguns grupamentos do
peptídeo que deverá ser reconhecido pela célula T à mostra.
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Você já ouviu falar em MHC da classe I e da classe II? Cada um desses tipos
tem funções específicas e formas de processamentos distintos que estão en-
volvidos na diferenciação entre patógenos intracelulares e extracelulares. As
moléculas do MHC da classe I estão envolvidas na apresentação e ativação
de linfócitos TCD8+, citotóxicos (CTLs), que irão destruir células infectadas por
vírus ou tumorais. É importante que toda célula nucleada, que pode, poten-
cialmente, evoluir com um tumor ou ser infectada por um vírus, ou outro
patógeno intracelular, possa ativar os CTLs para causar sua própria destrui-
ção. As moléculas do MHC da classe II, por sua vez, são expressas por células
apresentadoras de antígenos, e atuam na ativação de linfócitos T CD4+, que
irão mediar a ativação de macrófagos para destruição de microrganismos
extracelulares fagocitados, ou a ativação de linfócitos B para produção de an-
ticorpos. A expressão dessas moléculas do MHC é aumentada pelas citocinas
que são produzidas durante as respostas imunológicas, tanto inata quanto
adquirida. As citocinas produzidas em resposta a patógenos intracelulares
irão aumentar a expressão de MHC da classe I, enquanto aquelas produzidas
em respostas a patógenos extracelulares o farão com MHC da classe II.
A principal diferença entre as moléculas do MHC da classe I e II se en-
contra no processamento de proteínas antigênicas. Essas vias conver-
tem proteínas em peptídeos e os ligam a moléculas do MHC para apresen-
tação aos linfócitos. O objetivo é produzir peptídeos a partir das proteínas
antigênicas que contenham características estruturais necessárias para
que possam se associar às moléculas do MHC. Essa ligação a peptídeos
é processo fundamental na biossíntese das moléculas do MHC e de sua
expressão na superfície celular. Ou seja, os antígenos nativos não estão
aptos a se ligar ao MHC, mas os peptídeos gerados após o processamento
intracelular desses antígenos estão. A principal diferença entre classe I e
classe II está, exatamente, no local da degradação do peptídeo.
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Agora que já falamos sobre o MHC, precisamos falar das células que
efetivamente realizam essa ponte entre as imunidades natural e adquiri-
da. O primeiro conceito que devemos ter em mente é de que a apresenta-
ção de antígenos por células especializadas, além de garantir o contato do
linfócito com o antígeno, garante uma resposta mais efetiva, já que essas
células atuam na ativação dos linfócitos T. Diferentes células atuam como
APCs. São elas: macrófagos, células dendríticas e linfócitos B. Algumas cé-
lulas endoteliais e epiteliais também exercem esse papel, mas vamos focar
nas três iniciais. É importante destacar que as células dendríticas são as
únicas APCs chamadas de profissionais, visto que, a sua principal função
é a ativação de linfócitos T virgens. Já os linfócitos B e os macrófagos não
possuem essa capacidade de estimular linfócitos T virgens. Eles são capa-
zes de ativar apenas linfócitos TCD4+ efetores (Th e Treg).
As APCs liberam citocinas que são essenciais na diferenciação de célu-
las T em células efetoras. Além disso, expressam moléculas denominadas
coestimuladoras cuja função é fornecer sinais adicionais para a ativação
desses linfócitos. Por fim, as APCs também recebem sinais dos linfócitos
que melhoram sua função como apresentadoras de antígenos, num pro-
cesso chamado retroalimentação positiva bidirecional.
Como as respostas primárias dos linfócitos T ocorrem nos órgãos lin-
foides secundários, os microrganismos e antígenos proteicos são condu-
zidos pelas APCs a esses órgãos, como demonstrado na imagem 6 abaixo.
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REFERÊNCIAS IMAGENS
1. ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia celular e
molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier.
2. ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia celular e
molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier.
3. ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia celular e
molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier.
4. ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia celular e
molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier.
5. ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia celular e
molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier.
6. ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia celular e
molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier.
REFERÊNCIAS
1. ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia celular e
molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier.
2. MURPHY, K.; TRAVERS, P.; WALPORT, M. Imunobiologia de Janeway. 7 ed.
Porto Alegre: ArtMed. 2010.
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Antígenos e Anticorpos
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1. CASO CLÍNICO
Pedro é um garotinho de 6 anos que foi levado por sua genitora para
consulta com a pediatra, Dra. Evelyn. No final da consulta, a pediatra tinha
colhido essas informações em sua anamnese:
“Queixa principal: Diarreia há 20 dias.
História da moléstia atual: Paciente vem para consulta acompanhado
da genitora que relata que a criança está apresentando diarreia há 20 dias.
Refere quatro evacuações diárias de consistência mole e gordurosa asso-
ciada a dor abdominal em cólica, flatulências e perda ponderal de 3 kg
nesse período. Relata que ela e o genitor apresentaram esses sintomas
também e foram diagnosticados com giardíase, já tendo iniciado o tra-
tamento. Traz laudo de exame parasitológico de fezes do paciente com
presença de cistos de giárdia.
Interrogatório sistemático: Nega outras alterações.
Antecedentes obstétricos: Nascido de parto natural com 40 semanas,
sem intercorrências. Realizou oito consultas de pré-natal e não apresen-
tou doenças durante o período gestacional. Triagem neonatal completa,
sem alterações.
Antecedentes patológicos: Genitora refere que desde um ano de ida-
de, o paciente apresenta infecções de via respiratória recorrentes (apro-
ximadamente 10 IVAS ao ano), tendo que fazer uso de antibióticos. Nega
internamentos prévios. Nega antecedentes transfusionais. Calendário va-
cinal completo.
História famiiar: Genitores portadores de HAS.
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1.2 PALAVRAS-CHAVE
1.3 OBJETIVOS
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2. INTRODUÇÃO
Desde a infância, todo mundo aprende que para cada chave existe uma fe-
chadura, pois elas são específicas uma para outra. Usando esse conhecimen-
to, podemos pensar em antígeno (Ag) e anticorpo (Ac). Os anticorpos são
proteínas circulantes, produzidas em resposta à exposição a antígenos que
medeiam a imunidade humoral contra todas as classes de microrganismos.
Desempenham diversas funções efetoras no controle de infecções e elimina-
ção de patógenos que serão discutidas com mais detalhes em capítulos sub-
sequentes. Ou seja, o anticorpo é um componente do sistema imunológico
que é específico para um antígeno, assim como a chave é para a fechadura.
Nesse capítulo, iremos focar em sua estrutura e interação com os antígenos.
Essas moléculas são sintetizadas somente pelos plasmócitos (“linfóci-
tos B em um estágio mais avançado”), produtores de anticorpos, e podem
existir ligados à membrana dos linfócitos B ou livres no plasma. Quando
ligados à membrana, agem como receptores de antígenos, ativando os
linfócitos e estimulando-os a se proliferarem e se diferenciarem em plas-
mócitos secretores de anticorpos de mesma especificidade do receptor;
quando secretados na forma solúvel, neutralizam toxinas e eliminam mi-
crorganismos por diversos mecanismos efetores.
O reconhecimento do antígeno por parte do anticorpo se dá de forma
muito específica, com grande habilidade em discriminar diferentes antíge-
nos. Assim, um anticorpo apresenta alta especificidade para um único epí-
topo (região da molécula do antígeno que se liga ao anticorpo). A elimina-
ção do antígeno geralmente requer a interação do anticorpo com algum
outro componente do sistema imune, como os fagócitos.
3. ESTRUTURA DO ANTICORPO
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4. TIPOS DE ANTICORPOS
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Vamos dar uma pausa nas características gerais dos anticorpos para
apresentarmos um tipo específico de anticorpo desenvolvido em labora-
tório que vem ganhando importância clínica e, principalmente, no âmbito
da pesquisa científica: anticorpos monoclonais (mAbs). Afinal, o que são
anticorpos monoclonais? Diferentemente dos anticorpos presentes nos
líquidos corporais, que são produzidos por vários clones de plasmócitos
(policlonais) e têm diversas especificidades, os mAbs são produzidos por
um único clone celular e são idênticos. A forma mais fácil de entender é a
partir da forma como esses anticorpos são desenvolvidos.
Primeiro, é importante compreender que um tumor de plasmócitos,
como um mieloma (clone de plasmócitos), é capaz de gerar anticorpos de
uma mesma especificidade. Essas células, como são células tumorais, são
“imortais”, podendo secretar esses anticorpos de forma continuada. Quando
se realiza a fusão dessas células tumorais com células B de um animal imu-
nizado, é possível obter o que chamamos de hibridomas, que são clones ce-
lulares com características das duas células que os originaram, imortalidade
e especificidade para um determinado Ag. Esses hibridomas são capazes de
secretar anticorpos continuamente, assim como as células tumorais, porém
esses anticorpos secretados são de especificidade herdada pelas células B
do animal imunizado. Esses são os anticorpos monoclonais, que podem ser
selecionados de acordo com a especificidade e a classe de Ac produzido. A
imagem 5 a seguir descreve, de forma ilustrada, todo esse processo.
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Dois conceitos que dizem respeito à força dessa ligação são afinidade e
avidez. A força da ligação entre o sítio de ligação do anticorpo e o epítopo
é a afinidade, e é determinante para a estabilidade da interação Ag-Ac.
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7. CURIOSIDADES
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REFERÊNCIAS
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