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EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DA POLÍCIA MILITAR AMBIENTAL DE

SANTA CATARINA: VISÃO ALÉM DA OSTENSIVIDADE.

Carlos Roberto da Silva1

RESUMO

Diante da problemática atual e emergente no que tange as questões ambientais, que vem se
arrastando ao longo de anos, e em especial ao chamado desenvolvimento sustentável, foi
mobilizado a nível mundial organizações para debater as formas de minimizar os impactos
ambientais que vem ocorrendo em grande escala através de ações antrópicas. Uma das
questões levantadas foi a possibilidade das tratativas do tema no ambiente escolar. Percebe-se
que nos tempos hodiernos contempla-se a Educação ambiental nos espaços escolares, através
do que se entende por “Temas Transversais”. Baseado na interpretação da UNESCO, que
entendia que a temática da Educação Ambiental, não seria eficaz se contemplada como uma
disciplina específica, senão permeada em todo o currículo. Neste viés, percebemos que a
tratativa da educação ambiental nos espaços formais, não obstante ter se tornado um avanço
para a conscientização do público infante do universo escolar, ainda ocorre de forma tímida.
Ou seja, o Tema da Educação ambiental, dada a relevância e a necessidade emergente de
inculcar valores, deveriam não somente se limitar a abordagens aproveitando oportunidades
esporádicas que acontecem nas disciplinas, mas incorporá-las a um labor mais exaustivo,
capaz de impactar a clientela escolar para a necessidade urgente de se construir um processo
capaz de minimizar as ações degradantes ao meio ambiente. Criar no público infante o senso
crítico e ativo, possibilitando-o construir as noções básicas de cidadania. É neste
entendimento que a Polícia Militar Ambiental, entra em cena, propondo além da sua atividade
ostensiva e repressiva, uma ação educativa visando alcançar o público infante escolar, para a
conscientização no sentido de estimular a mudança de comportamentos, hábitos e atitudes.

Palavras-chave: Polícia Militar Ambiental, educação ambiental, transversalidade.

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho objetiva contemplar o estudo da Educação ambiental nos espaços


escolares formais bem como trazer a luz as ações da educação nos espaços não formais, em
especial através das ações educativas da Polícia Militar ambiental do Estado de Santa
Catarina. Contempla-se que a ação antrópica no meio ambiente tem causado danos que ao
longo dos anos foram se tornando quase que irreversível. Alguns recursos naturais que jamais
poder-se-ia imaginar esgotável, já dão sinais de esgotamento. É preocupado com tais
circunstâncias que abordamos as tratativas da educação ambiental no universo escolar, na
plataforma da transversalidade, ao tempo em que pretendemos consolidar a ação educativa

1
Aluno do curso de Especialização em Gestão Ambiental da FUCAP – Faculdade Capivari
proposta pela Polícia Militar Ambiental de Santa Catarina, quer nos espaços formais ou não-
formais de ensino, visando proporcionar um amadurecimento no indivíduo e, por conseguinte
inculcar valores, princípios éticos e morais, ainda, uma visão de mundo que contemple a
necessidade de fazer uma releitura na conduta consoante a forma de entender e a tratar o meio
ambiente.

2. METODOLOGIA

A abordagem realizada na efetivação do presente Artigo acadêmico teve a


predominância do caráter qualitativo, sendo que entendemos que é desta forma que se torna
possível atender os objetivos desta atividade. Aliás, neste entendimento frisou Ludke &
André(1986, p. 11 );
A pesquisa qualitativa tem ambiente natural como sua fonte direta e o pesquisador
como seu principal instrumento [...]. Os dados coletados são predominantemente
descritivos [...]. A preocupação com o processo é muito maior do que com o produto
[..]. O significado que as pessoas dão as coisas e a sua vida são focos de atenção
especial pelo pesquisador [...] a análise dos dados tende a seguir um processo
indutivo.

A abordagem qualitativa nos permite realçar algumas especificidades, que vão além
dos formatos conclusos e tecnicamente elaborados. Contudo lançamos mão também da
pesquisa bibliográfica, eis que ela contribui para solidificar o entendimento deste autor.

3. NUANCES PEDAGÓGICOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL


Iniciamos este artigo, fazendo menção do tema da transversalidade na plataforma do
ensino formal. É sabido que o Ministério da Educação e Cultura lança mão do sistema da
transversalidade objetivando alcançar maior desenvolvimento do ensino. Não obstante, nos
parece não ser familiar a proposta da transversalidade e poucos são os que, juntamente com
sua escola, efetuam sua aplicabilidade.
Para entender plenamente como surgiu e o que é a transversalidade, bem como sua
aplicação Gallo(2001,p.28), alerta:
No contexto da cientificidade da pedagogia, a organização curricular encontrou
terreno fértil na disciplinarização. O modelo arbóreo ou radicular de capilarização
do conhecimento científico serviu muito bem de planta para a fixação dos currículos
escolares.

A especialização do conhecimento conduziu os professores também à uma plataforma


de especialização, bem como do material e espaço pedagógico. De outro viso, a fragmentação
do conhecimento levou ao fracionamento do tempo escolar em aulas estanques. E tudo isso
possibilitou que o processo pedagógico pudesse passar pelo crivo de um rígido controle, que
pôde, por sua vez, dar à pedagogia a ilusão de que logrou êxito em seu afã de se constituir
como ciência.
A disciplinaridade, numa gênese inquestionável, passou a ser questionada. Primeiro,
no âmbito epistemológico. Se a especialização conseguiu, num primeiro momento, responder
aos problemas humanos e à sede de saber científico, em fins do século XIX e no início do
século XX ela começa a apresentar desgastes, e foi com a mais antiga das ciências modernas,
a física, que os desgastes começaram a aparecer.
No âmago de uma ciência fundamentada na perfeição do cosmos, na precisão das
medidas e na certeza das previsões, apareceram os princípios da indeterminação, da incerteza,
da relatividade. Problemas que já não podiam mais ser resolvidos pela especialidade de uma
única ciência começaram a aparecer: um acidente ecológico remete para a biologia, a química,
a física, a geografia, a política.
Os cientistas, preocupados e curiosos, começam então a explorar as fronteiras por
entre as ciências, e dessa exploração surge a proposta da interdisciplinaridade, uma tentativa
de transcender limites, de estabelecer comunicabilidade, de reconectar as ligações desfeitas ou
perdidas com o movimento da especialização.
A perspectiva interdisciplinar não tarda a chegar ao campo da pedagogia, quando não
pelos mesmos motivos, mas pelas mostras de esgotamento do modelo disciplinar de currículo.
Aquilo que em princípio se mostrava como o fundamento da cientificidade e da produtividade
no processo educativo começa a ser questionado como estanque e linear. Em outras palavras,
os professores começam a se incomodar com o fato de os alunos não serem capazes de
estabelecer as conexões entre as diferentes disciplinas como eles gostariam que acontecesse.
Nesse modelo, a maioria dos alunos não consegue estabelecer as relações entre a matemática
e a física, entre a geografia e a história, para citar apenas dois exemplos.
A interdisciplinaridade vai justamente ser pensada no âmbito da pedagogia como a
possibilidade de uma nova organização do trabalho pedagógico que permita uma nova
apreensão dos saberes, não mais marcada pela absoluta compartimentalização estanque das
disciplinas, mas pela comunicação entre os compartimentos disciplinares. Assim como
epistemologicamente a interdisciplinaridade aponta para a possibilidade de produção de
saberes em grupos formados por especialistas de diferentes áreas, pedagogicamente ela indica
um trabalho de equipe, no qual os docentes de diferentes áreas planejem ações conjuntas
sobre um determinado assunto.
Muitas são as propostas de interdisciplinaridade, uma das mais atuais são os
Parâmetros Curriculares Nacionais preparados pelo MEC.
Eles introduzem a idéia dos temas transversais. Esses temas são uma forma de se
tentar viabilizar a interdisciplinaridade, introduzindo assuntos que devem ser tratados pelas
diversas disciplinas, cada uma a sua maneira. O currículo passa a ser organizado em
disciplinas (ou áreas disciplinares, no caso do Ensino Fundamental em sua primeira fase) e em
temas transversais.
BUSQUETS (1997) afirma que a experiência espanhola, na qual a nossa está baseada,
é ousada, ao colocar os temas voltados para o cotidiano, como centro de organização do
currículo, articulando as disciplinas em torno deles.
A educação para a cidadania requer, portanto, que questões sociais sejam apresentadas
para a aprendizagem e a reflexão dos alunos. Nessa perspectiva, fica evidente que os temas
transversais devem ganhar destaque no currículo e ser levados a sério. Não basta que cada
professor, no contexto de sua área ou disciplina, toque em questões eleitas como socialmente
relevantes, seja o meio ambiente, a diversidade cultural ou a sexualidade; É preciso, na
verdade, que todo o currículo esteja organizado em torno dessas questões. Para dizer de outra
maneira, não é suficiente que os temas transversais sejam um apêndice das áreas e das
disciplinas curriculares; ao contrário, eles devem passar a ser o eixo em torno do qual as
disciplinas e as áreas se organizem, ressignificando as próprias disciplinas.
Afirmo que mesmo aos educadores que atuam em projetos de educação ambiental do
ensino não-formal é necessária a interdisciplinaridade. Esta deve permear toda elaboração do
projeto.

4. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NUMA VISÃO CONTEXTUALIZADA

Ao falarmos de contextualização, definimos como a forma de integrar a educação


ambiental na realidade da comunidade do local onde terá sua aplicabilidade concreta. Este
contexto é cultural, social, laboral, religioso, técnico e científico.
Entendemos que a Educação Ambiental decorre de uma visão reestruturada de
conceber o mundo; uma forma plena de ler a realidade e de estabelecer uma ação sobre ela.
Sob este paradigma, a proposta educativa envolve a visão de mundo como um todo e não
pode ser reduzida a apenas um departamento, uma disciplina ou programa específico. Ela
deve estar inserida na vida e no cotidiano de todos os indivíduos.
Educação Ambiental é uma proposta de filosofia de vida que resgata valores éticos,
estéticos, democráticos e humanistas. Seu objetivo é assegurar a maneira de viver mais
coerente com os ideais de uma sociedade sustentável e democrática. Conduz a repensar velhas
fórmulas e a propor ações concretas para transformar a casa, a rua, o bairro, as comunidades.
Parte de um princípio de respeito à diversidade natural e cultural, que inclui a especificidade
de classe, de etnia e de gênero. Em se falar em diversidade cultural, tem-se a ressaltar que este
tem papel relevante no processo de inculcar valores, conforme nos diz FLORIANI e
KNECHTEL(2003,p.40):
A cultura é constituída pelo conjunto de hábitos, costumes, práticas, saber-fazer,
saberes, regras, normas, proibições, estratégias, crenças, idéias, valores, mitos,
perpetuando-se de geração em geração, reproduzindo-se em cada indivíduo, gerando
e regenerando a complexidade social. A cultura acumula o que ela conserva,
transmite, aprende, comportando princípios de aquisição, programas de ação.

A participação constitui-se em eixo fundamental da Educação Ambiental. Pode ser


considerada a base de transformações que poderão reconstruir a convivência dos seres
humanos, entre si e com o ambiente como um todo.
Mesmo entre os ambientalistas, ainda existe uma falta de clareza consoante ao respeito
de conceitos básicos do que se define por ecologia, quais são utilizados como argumentos
para defender as necessárias medidas de conservação. Embora o objeto de estudo da ecologia
esteja paralelamente ligado ao cotidiano das pessoas, para a maioria delas, a relação com o
meio ambiente, quando existe, ocorre de uma forma descontextualizada e ausente de
informações científicas. Por exemplo, como bem define Golley, Mazzot: ainda são comuns os
slogans do tipo "salve a ecologia", "salve o planeta", "precisamos proteger o equilíbrio
ecológico", entre outras expressões comuns no meio popular (1993, 1997).
Essa informação equivocada reflete no modus operandi da sociedade, que se habitua a
separar o ambiente cultural do ambiente natural. Conforme ressalta Guattari et al; “Isto
dificulta a compreensão das relações humanas com o meio natural, o quanto o influenciamos e
somos influenciados por ele”. (1991).
Portanto, enfatizamos a necessidade do desenvolvimento de novos métodos para
esclarecer a população sobre a crise ambiental e do papel da ecologia neste contexto.
No que se refere à prática da educação ambiental no Brasil, duas tarefas fundamentais,
emergentes e simultâneas colocam-se diante do poder público e da sociedade brasileira como
um todo.
A primeira diz respeito ao direcionamento da abordagem da dimensão ambiental, na
esfera da educação formal e porque não dizer da educação não-formal através de entidades,
órgãos e grupos, como parceiros fundamentais na construção de princípios sólidos
relacionados a conceitos procedimentais e atitudinais na esfera do meio ambiente. , enquanto
a segunda deve voltar-se à recuperação do passivo cognitivo junto à maioria da população
brasileira, por meio de sua participação no processo de gestão ambiental.
Dito isto, reverberamos a dimensão sócio educativa no labor desenvolvido por
Policiais Militares Ambientais em especial no Estado de Santa Catarina, que vai além da
prática ostensiva e repressiva. Os novos desdobramentos que se deram ao longo dos anos, das
condutas humanas ao seu próprio ambiente, causando sérios desajustes, incorporaram novas
responsabilidades a estes profissionais do Meio Ambiente, abrindo a porta para um novo
cenário profissional, a “Educação Ambiental”.
O que era responsabilidade do espaço formal de ensino, através da plataforma da
transversalidade, o que vimos ainda não bem digerido por muitos profissionais da educação,
passou a integrar a rotina dos Policiais Militares Ambientais, na forma de educação
Ambiental. Este novo formato foi se estabelecendo gradativamente na medida em que se
observava a necessidade cada vez maior de orientar cidadãos, grupos, famílias consoante as
práticas relacionadas com o meio ambiente.
Ao Adentrarmos na seara da ‘Educação”, não podemos fazê-lo sem antes defini-lo
para que se possa estabelecer uma compreensão plena do labor exercido na esfera da
“Educação Ambiental”, pelos profissionais da Segurança Pública, em especial, aos Policiais
Militares Ambientais de Santa Catarina.
4.1 Conceitos Fundamentais de Educação sob a ótica pedagógica.
Importante neste momento tentarmos desvencilhar o que significa o termo
“Educação”. Porque entendemos que dessa definição depende todos os demais conceitos e
fundamentações para o exercício da prática pedagógica, neste caso, a “Educação Ambiental”.
Aliás, o próprio ato pedagógico encontra-se intrinsecamente relacionado ao significado ou do
que interpretamos por “Educação”.
É bastante crível, que somente relacionado ao termo ‘Educação”, citaríamos uma
gama de autores, quais versam sobre as mais variadas definições, porém para não se tornar
por demais cansativo, pensamos em atravessar um grande período de tempo, e finalizar
evocando a luz da teoria histórico-crítica, cujo nascedouro se deu na década de 80, que trouxe
nova nuance aos conceitos educacionais. Seu ponto importante é o entendimento de que a
educação é o instrumento de transformação social. Portanto, neste novo contexto, o processo
de ensino e aprendizagem se dá na plataforma das relações históricas e dialéticas. Ainda nesta
linha, o individuo é contemplado como ser histórico suscetíveis a transformações, quer no
âmbito individual, como no meio social em que está inserido, conforme Monte (2011, p. 101).
É neste cenário que vislumbramos a chegada de outras teorias, em especial a de Lev
Vygotsky, que revolucionou todo pensamento consoante a educação, porque conforme
Monte; “sua psicologia atenderia aos propósitos educacionais de formar cidadãos, que seriam
agentes de transformações sociais”. (ibidem).
Como referencial da educação brasileira, Vygotsky defende que o homem é produto
das relações culturais e sociais do contexto em que se está inserido. Ainda assevera que o
processo de aprendizagem se da com a intervenção do ambiente.
O ápice da teoria Vygotskyana é o termo mediação. Segundo se extrai dos seus
estudos, o processo de mediação é fundamental para que ocorra a aprendizagem, portanto, a
educação se solidifica a partir deste desdobramento. Neste sentido Monte (2011, p. 102) leciona:
A mediação é o processo em que entre o objeto de aprendizagem e o sujeito, existe
um elemento intermediário. Esse elemento intermediário pode ser a comunicação
oral, um instrumento como um livro. A mediação permite ao aprendiz ampliar o seu
conhecimento a partir do seu conhecimento prévio.

Portanto podemos afirmar que o conhecimento que é construído mediante a


intervenção, é que caracteriza a real aprendizagem, eis que, possibilita o aluno a se apropriar
do conhecimento e posteriormente também promover intervenções através do objeto do
conhecimento aprendido. Assim, conforme Monte (2011, p. 104), “a teoria Vigostkyana
rompe com a forma tradicional de ensino, por entender o sujeito do processo educativo
(professores e alunos) como agentes de construção e transformação social”.
As elucubrações acima se tornam fundamentais para que se compreenda que conforme
proposto nas teorias da aprendizagem na plataforma da Educação, a aprendizagem
significativa de fato acontece através da mediação do meio em que o individuo convive e
através da realidade vivida e contextualizada. Aliás, neste sentido bem ressaltou FLORIANI e
KNECHTEL (2003, p. 37):
O que é efetivamente aprender, em uma sociedade da informação e do
conhecimento? Aprender é antes de qualquer coisa, a possibilidade de reavaliar o
conjunto de informações. Estas são passíveis de reformulação no contexto de sua
produção, daí que são objeto permanente de modificações.

É neste viés que reverberamos que mesmo com os labores diários e não pouco dos
Policiais Militares Ambientais do Estado de Santa Catarina tem incorporado em suas
atividades diárias a “Educação Ambiental”, e compreendido que não se pode “proteger aquilo
que não conhece”. Ou seja, é através da realidade vivida, contextualizada e ainda através da
mediação dos profissionais em questão, é que se dá a real aprendizagem, que é incorporada na
vida da sociedade. Aliás, Esta dimensão da atividade Militar Ambiental, que ocorre na
plataforma da “Educação Ambiental”, se estruturou ao longo dos anos, na medida em que foi
se entendendo necessário, e se percebendo que através do envolvimento do cidadão no
convívio do meio ambiente, sua complexidade e problemática, é que realmente capacita no
indivíduo o senso de pertença e de responsabilidade na manutenção do meio ambiente
equilibrado.
Iniciando os trabalhos de Educação Ambiental nas escolas, restringido-se a datas
Especiais, como “dia da água”, “Semana do Meio Ambiente”, atualmente tem como carro
chefe, o “Projeto Protetor Ambiental”.
5. Um breve histórico da Polícia Militar Ambiental de Santa Catarina
A Polícia Florestal do Estado de Santa Catarina foi criada em 17 de dezembro de
1962, através da Lei Estadual nº 3.147, que fixava o seu efetivo em Pelotão Florestal, sob o
comando de um 1º Tenente PM juntamente com mais 37 policiais militares. No ano de 1963,
através da Lei Estadual nº 3.406, datada de 27 de dezembro, houve alteração no efetivo da
Polícia Florestal.
Através da Lei Estadual nº 5.521, de fevereiro de 1979, a Polícia Florestal é extinta.
Somente no ano de 1983, com a promulgação do Decreto Lei Estadual nº 19.237, de 14 de
março, que era o Regulamento da Lei de Organização Básica, é que surge novamente a
Polícia Florestal como uma das atribuições da Polícia Militar, cabendo a ela o Policiamento
de mananciais e Florestal. Buscando atender o que preceitua a Constituição Estadual em seu
artigo 107, Inciso I, Letras D e G, já citado anteriormente e o Artigo 182 da mesma legislação,
que descreve;
Art 182 – Incumbe ao Estado, na forma da Lei:

[...],
§ 2º - O Estado Instituirá, na Polícia Militar, órgão especial de polícia florestal.

Neste viés, o Estado de Santa Catarina cria em sua estrutura organizacional a então
denominada Companhia de Polícia Florestal para atuar em todo o território catarinense.
Criada pela Lei Estadual nº 8.039, de 23 de julho de 1990, a Companhia de Polícia
Florestal tinha seu efetivo fixado em 192 homens, sendo suas atribuições definidas na mesma
lei, senão vejamos:
Art 2º - Fica criada, como órgão especial que trata o Art 182, Parágrafo 2º da
Constituição do Estado, a Companhia de Polícia Florestal (CPF);

Art 3º - A sede do Comando da CPF é na Capital do Estado, com atuação em todo


Território Estadual, na forma do regulamento;

Art 4º - A ação da CPF será iniciada prioritariamente, na Região da mata Atlântica, e


especialmente na Área do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro e de mananciais.
Toda atuação da Companhia de Policia Florestal está prevista no Decreto Estadual nº
1.017, de Novembro de 1991, que regulamenta a Lei nº 8.039, de 23 de Julho de 1990.

Após a sua criação em lei, a Companhia de Polícia Florestal começou a ser implantada
gradativamente, tendo no início o Senhor Major PM Valdir Baldessari como seu Supervisor e
como seu primeiro comandante o então Capitão PM Abel Antunes de Mello.
Seu efetivo era de 70 (setenta) Policiais Militares, sendo 1 (um) Major PM, 1 (um) 1º
Tenente PM, 2 (dois) 2º Tenentes PM, 7 (sete) 3º Sargentos PM, 20 (vinte) Cabos PM e 39
(trinta e nove) Alunos Soldados.
Sua instalação se deu no dia 06 de Maio de 1992, tendo a sede provisória da
Companhia no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, na Baixada do Maciambú, município
de Palhoça, sendo seu primeiro Comandante o Major PM Valdir Baldessari.
Neste mês também houve a mudança do nome, de Companhia de Polícia Florestal
para Companhia de Polícia de Proteção Ambiental, através do Decreto Estadual nº 1783 de 19
de Maio de 1992, haja vista sua dinâmica operacional que por ser abrangente à luz da
Constituição Estadual de 1989, compreende a proteção do Meio Ambiente em todas as suas
modalidades: Flora, Fauna, Poluição, Recursos Hídricos, Mineração etc.
Em 1993 a Companhia de Polícia de Proteção Ambiental contava com um efetivo de
91 (noventa e um) homens, sendo 1 (um) Major PM, 1 (um) Capitão PM, 1 (um) 1º Tenente
PM, 6 (seis) 2º Tenentes PM, 1 (um) Sub Tenente PM, 4 (quatro) 1º Sargentos PM, 4 (quatro)
2º Sargentos PM, 12 (doze) 3º Sargentos PM, 16 (dezesseis) Cabos PM e 45 (quarenta e
cinco) Soldados PM.
No dia 04 de Março de 1993, foi instalado o 4º Pelotão de Polícia de Proteção
Ambiental, sediado na cidade de Joinville, com o efetivo de 21 (vinte e um) Polícias
Militares, sob o comando de um 2º Tenente PM.
Através do Decreto Estadual nº 3.569, de 27 de Março de 1993 a Companhia de
Polícia de Proteção Ambiental passou a denominar-se Companhia de Polícia de Proteção
Ambiental “Dr. Fritz Müller” pai da ecologia catarinense, justa homenagem ao “Príncipe dos
Observadores”.
No dia 08 de Dezembro de 1993, foi instalado o 5º Pelotão de Polícia de Proteção
Ambiental, sediado na cidade de Laguna, com efetivo de 16 (dezesseis) Policiais Militares,
sob comando de 1 (um) 2º Tenente PM.
No dia 18 de Agosto de 1994, foi realizada a passagem de comando da Companhia de
Polícia de Proteção Ambiental do Major Valdir Baldessari ao Major Antônio Carlos
Hartmann.
No dia 14 de Setembro de 1994, foi assinado o Decreto Estadual nº 4.815 pelo senhor
Governador do Estado, cedendo a sede Administrativa do Parque Estadual do Rio Vermelho,
para que a Companhia de Polícia de Proteção Ambiental pudesse instalar seu comando em
suas dependências.
No dia 02 de Janeiro de 1995, o comando da Companhia de Polícia de Proteção
Ambiental instala-se definitivamente no Parque Estadual do Rio Vermelho, iniciando as
atividades do 1º Pelotão da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental. O 2º Pelotão de
Proteção Ambiental do Município de Palhoça passa a ser responsável pela Baixada do
Maciambú.
No dia 17 de Março de 1995, formou-se a primeira turma de soldados com
Especialização em Policiamento Ambiental formado pela Companhia de Polícia de Proteção
Ambiental, sendo que as turmas anteriores foram formadas no 7º Batalhão de Polícia Militar
em 1991, 1993, e no 4º Batalhão de Polícia Militar em 1992.
Em continuidade ao plano de expansão de Policiamento de Proteção Ambiental, foi
implantado na data de 02 de Junho de 1995, um Grupo de Polícia de Proteção Ambiental no
município de Blumenau, contando com um efetivo de 1 (um) 1º Tenente PM, 3 (três)
Sargentos PM e 9 (nove) Cabos e Soldados PM, todos pertencentes ao 10º BPM, tendo como
jurisdição a área operacional do respectivo Batalhão, sendo hoje o 6º Pelotão da Companhia
de Polícia de Proteção Ambiental.
Nos mesmos moldes do primeiro, foi implantado na data de 19 de Agosto de 1995, um
Grupo de Polícia de Proteção Ambiental no município de Rio do Sul, contando com um
efetivo de 1 (um) 1º Tenente PM, 3 (três) Sargentos PM e 9 (nove) Cabos e Soldados PM,
todos pertencentes ao 13º BPM, tendo como jurisdição a área operacional do respectivo
Batalhão, que hoje é o 7º Pelotão da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental.
No dia 31 de Agosto de 1995, foi realizada a passagem do Comando da Companhia de
Polícia de Proteção Ambiental do Tenente-Coronel Antônio Carlos Hartmann ao Major
Ivanor Francisco Schneider.
No dia 14 de Setembro de 1996, foi inaugurado o 8º Pelotão Ambiental, com sede no
Município de Chapecó, contando com um efetivo de 1 (um) 1º Tenente, 3 (três) Sargentos e
15 (quinze) Cabos e Soldados.
No dia 26 de Fevereiro de 1997, foi realizada a passagem de Comando da CPPA do
Major Ivanor Francisco Schneider ao Major Rogério Rodrigues, que era Sub-Comandante da
Companhia de Polícia de Proteção Ambiental e fora promovido.
No dia 06 de Janeiro de 1998, foi implantado o 9º Pelotão Ambiental, sediado no
Município de Lages, contando com um efetivo de 1 (um) 2º Tenente, 3 (três) Sargentos e 16
(dezesseis) Cabos e Soldados.
No dia 17 de Dezembro de 1998, foi implantado o 11º Pelotão Ambiental, sediado no
Município de São Miguel D’Oeste, contando com um efetivo de 1 (um) 1º Tenente, 4 (quatro)
Sargentos e 4 (quatro) Cabos.
No dia 18 de Dezembro de 1998, foi implantado o 12º Pelotão Ambiental, sediado no
Município de Canoinhas, contando com um efetivo de 1 (um) 2º Tenente, 3 (três) Sargentos, 5
(cinco) Cabos e 13 (treze) soldados.
Em 29 de Dezembro de 1998, foi implantado o 10º Pelotão Ambiental, sediado no
Município de Criciúma, contando com um efetivo de 1 (um) 2º Tenente, 3 (três) Sargentos, 3
(três) Cabos e 5 (cinco) soldados.
No inicio de fevereiro de 2001, o Comando da Companhia de Polícia de Proteção
Ambiental transferiu-se do Parque Florestal do Rio Vermelho, para o 3º andar do Prédio do
IBAMA, no centro de Florianópolis.
O 2º Grupo do 13º Pelotão de Policia Militar de Proteção Ambiental com sede no
município de Caçador, foi inaugurado em 21 de setembro de 2001, com efetivo de quatro
Policiais Militares, sendo: 1(um) 1º Sargento, 1 (um) Cabo e 2 (dois) Soldados, sendo que
hoje o Grupo de Caçador encontra-se instalado em uma sala na sede da 4ª Companhia de
Polícia Militar de Caçador.
No dia 11 de Outubro de 2001, foi implantado o 13º Pelotão Ambiental, sediado no
Município de Herval do Oeste, contando com um efetivo de 1 (um) 1º Tenente, 1 (um)
Sargento, 1 (um) Cabo e 3 (três) soldados.
No mês de janeiro de 2002, o Comando da Companhia de Polícia de Proteção
Ambiental transferiu-se novamente para o Parque Florestal do Rio Vermelho, ficando nas
mesmas instalações do 1º Pelotão Ambiental.
No mês de março de 2002, mais uma vez a sede do Comando da Companhia de
Polícia de Proteção Ambiental deixa o Parque Florestal do Rio Vermelho para ocupar
provisoriamente o auditório do 4º BPM, para acompanhar mais de perto o processo de
construção da sede da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental em terreno próprio, no
bairro Estreito, em Florianópolis.
O 1º Grupo do 13º Pelotão de Polícia de Proteção Ambiental de Videira iniciou suas
atividades em 1º de novembro do ano de 2001, mas sua criação oficial se deu através da
Portaria nº 521 de 04 de dezembro do ano de 2002.
Em 04 de Dezembro de 2002, através da mesma Portaria Nº 521/PMSC, o
Comandante Geral da Polícia Militar de Santa Catarina, Coronel Sérgio Wallner, altera o
quadro de organização da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental, subordinando
administrativa e operacionalmente todos os 13 Pelotões ao comando da Companhia de Polícia
de Proteção Ambiental.
Neste norte, O 1º Grupo do 8º Pelotão com Sede em Concórdia iniciou suas atividades
informalmente no dia 22 de setembro de 2001, quando foram selecionados, 5 (cinco) Policiais
Militares da 4ª Companhia de Polícia Militar de Concórdia para atender as ocorrências
ambientais, após terem recebido treinamento na área. Sua efetivação ocorreu somente em
março de 2003, de acordo com a Portaria 521/PM/SC de 04 de dezembro de 2002.
A Portaria nº 521/Cmdo Geral/2002, alterou as denominações, sendo que o 9º Pelotão
sediado em Lages passa a denominar-se 5º Pelotão, ficando o Pelotão aquático de
Florianópolis com a denominação de 9º Pelotão. Já o então 5º Pelotão que era sediado em
Laguna passa a denominar-se 3º Pelotão.
No dia 12 de Fevereiro de 2003, o Major PM Rogério Rodrigues deixa o comando da
Companhia de Polícia de Proteção Ambiental, assumindo em seu lugar o Major PM Fred
Harry Schauffert.
Em 15 de Setembro de 2003, o Tenente Coronel PM Fred Harry Schauffert deixa o
comando e assume em seu lugar o Major PM Dirceu Antônio Oldra.
No dia 05 de Janeiro de 2004, a Sede da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental
foi transferida para o Complexo situado junto a Secretária da Segurança Pública, no Bairro
Capoeiras, na Avenida Ivo Silveira nº 2320.
O 10º Pelotão de Polícia Ambiental que tinha sua Sede em no 9º Batalhão de
Criciúma, é transferido para seu prédio próprio no dia 13 de maio de 2004, no município de
Maracajá-SC, no interior do Parque Municipal daquele município.
O 1°Grupo do 12º Pelotão, com Sede em Porto União foi criado pela Portaria n°
521/PMSC DE 04/12/2002. Na data de 19 de maio de 2003, com a apresentação do 2°
Sargento PM Ênio Sérgio Nedochetko, foram iniciadas as atividades plenas do Grupo,
ocupando uma sala do então 1ª Pelotão da 3ª Companhia PM de Porto União.
O Tenente Coronel Adilson Alves assume no dia 11 de novembro de 2004, através da
Portaria nº 471/Cmdo Geral/2004, o Comando da Companhia de Polícia de Proteção
Ambiental (POLICIA MILITAR, 2009).
Em 21 de fevereiro de 2005 foi criado através da Portaria nº 048/PMSC/2005, o 1º
Grupo do 9º Pelotão de Polícia de Proteção Ambiental com sede no município de Tijucas. A
transferência de 9 (nove) Policiais Militares, sendo 1 (um) 1º Sargento, 4 (quatro) Cabos e 4
(quatro) Soldados, se deu no dia 02 de março de 2005 (POLICIA MILITAR, 2009).
Em 04 de agosto de 2005, através do Decreto-Lei Estadual nº 3.379 a Companhia de
Polícia de Proteção Ambiental passa a ser denominada de Guarnição Especial de Polícia
Militar Ambiental – Gu Esp PMA, com status de Batalhão.
Nesta mesma data foi inaugurada a nova sede da Guarnição Especial de Polícia Militar
Ambiental, situada a Rua Capitão Euclides de Castro, 1000, Bairro Coqueiros, Florianópolis.
A contar de 06 de julho de 2006, assume novamente o comando da Guarnição Especial de
Polícia Militar, o Sr. Tenente Coronel PM Rogério Rodrigues, através da Portaria Nº 284 de
27de junho de 2006, do Sr. Coronel PM Cmt Geral, Edson Souza (POLICIA MILITAR,
2009).
No dia 31 de julho o comando da Guarnição Especial de Polícia Militar Ambiental,
mudou-se novamente para a sede da Defesa Civil do Estado, localizado na Av Ivo Silveira,
em virtude de problemas estruturais no prédio do comando.
Através da Portaria nº 622, datado de 17 de setembro de 2007, do Comando Geral da
Polícia Militar foi criado o 1º Grupo do 5º Pelotão, com sede no município de Curitibanos.
Em 22 de setembro de 2008, durante solenidade realizada no quartel do Maciambú, foi
assinado pelo Governador do Estado, Luiz Henrique da Silveira, o Decreto Estadual nº 1.682,
que transformou a Guarnição Especial de Polícia Militar Ambiental em Batalhão da Polícia
Militar Ambiental.
Atualmente o Batalhão de Polícia Militar Ambiental conta com um efetivo de 341
policiais militares está distribuído pelo Estado de Santa Catarina. O referido Batalhão
desenvolve suas ações voltadas à educação, prevenção e repressão em todo território
catarinense, através de seus pelotões e grupos, voltados a impedir ações degradadoras do meio
ambiente e com ações práticas de conscientização ambiental, através de um trabalho árduo e
consistente junto a sociedade catarinense.
Conforme consta do Módulo Técnico-Profissional elaborado pelo Comando do
Batalhão de Polícia Militar Ambiental o Batalhão tem como missão “a preservação da Ordem
Pública em todo território catarinense, atuando de forma integrada, através da defesa e
preservação do meio ambiente para as presentes e futuras gerações, visando a melhoria da
qualidade de vida e o exercício pleno da cidadania”.

5.1 Protetor Ambiental – Educação Ambiental no espaço não formal de Ensino.


O Programa “Protetor Ambiental”, pertencente ao Batalhão de Polícia Militar
Ambiental de Santa Catarina.
O Programa Protetor Ambiental é constituído por atividades pedagogicamente
definidas e delineadas com o propósito de contribuir na prevenção primária das agressões
humanas ao meio ambiente. Por meio dos adolescentes alcançados pelo programa, busca-se a
reprodução de comportamentos adequados à preservação da vida em todas as suas nuances.
Para tanto, o PROA, sob a premissa de que ninguém preserva o que não conhece,
visa disseminar conhecimentos sobre fatores bióticos e abióticos aos adolescentes na faixa
etária entre 12 e 14 anos, das redes pública e privada de ensino, através de atividades teóricas
e práticas desenvolvidas e/ou coordenadas por policiais militares do BPMA.
Procedendo assim, almeja-se desenvolver nos futuros tomadores de decisão uma
consciência ecológica, que lhes permita ponderar suas atitudes e influenciar as ações e
omissões dos demais integrantes do meio socioeconômico em que estiverem inseridos.
O programa “Protetor Ambiental” acontece anualmente em um ou dois períodos em
que seleciona os alunos de várias escolas do município, mediante a um processo seletivo. O
período de três meses em que se dá a convivência deste publico com os agentes e órgãos
envolvidos com a fiscalização ambiental, desperta o senso de cidadania e de responsabilidade
A convivência dos alunos com os profissionais ambientais no período de três meses
bem como, com o ambiente propício a promoção do despertamento a consciência ambiental,
são os principais fatores que criam nos alunos o sentimento de pertença e envolvimento à
causa do meio ambiente, além de despertá-los para o senso crítico como atores nesta trama em
que se evoca por pessoas compromissadas com a causa ambiental.
Outro ponto favorável é que a atividade conta além dos profissionais ambientais como
instrutores, sendo a grande parte especialista na área ambiental, ainda com formação em
educação, também têm a participação de outros profissionais oriundos de outros órgãos
ambientais, como o IBAMA, FATMA, IPHAN, que somam suas experiências e
conhecimentos através das aulas que são ministradas.
Frisamos estes comentários, para trazer a luz que além de plataforma da
transdisciplinaridade que ocorre no seio do universo escolar, em respeito ao meio ambiente,
existe outras possibilidades mais efetivas por assim dizer, que somam no desenvolvimento, no
constructo de uma consciência ambiental. Que incitam os alunos a criarem um senso crítico e
por conseguinte despertá-los a serem cidadãos dispostos a serem agentes transformadores na
sociedade.
Nossa idéia, neste breve ensaio, é propor uma flexibilização do currículo, através de
uma parceria efetiva entre o universo escolar, a escola propriamente dita, e a Polícia Militar
Ambiental qual também está comprometida com a causa da educação ambiental, para juntos,
sem ferir as competências, construir ações visando o desenvolvimento do senso ambiental na
clientela escolar, os alunos. Para que o próprio projeto do “Protetor Ambiental”, não fique
resumido ao escasso tempo em que ocorre o programa, mas que adentre no ambiente escolar e
traga o projeto para dentro das escolas, num contexto de formação continuada.

6. CONCLUSÃO
Nosso propósito aqui foi tão somente fazer um apanhado de como acontece a
transdisciplinaridade no ambiente escolar, mostrando que as abordagens sobre a temática
ambiental ocorre ainda de forma tímida em vários ambientes e que no formato
transdisciplinar, o tema em questão não tem a primazia efetiva como seria de se pensar. Não
obstante estar recheado de boas intenções, mas entendo que efetivamente, deveria ser dado
mais importância ao tema, visto que, além de emergente, esta intrinsecamente relacionado
com a vida da sociedade, portanto, diz respeito a ela.
Neste viés, objetivamos trazer a luz as atividades da educação ambiental promovida
pelo Batalhão de Polícia Militar Ambiental, na seara da educação não formal, que além dos
seus labores cotidianos, dedicam-se a causa da educação ambiental através de projetos
disciplinares que envolvem o mesmo público da educação formal, os adolescentes.
Observamos a possibilidade de construir uma parceria efetiva entre a escola e a Polícia
Militar Ambiental, quais comungam em parte dos mesmos objetivos, a educação. Ao abrir as
portas da escolas para os profissionais Ambientais e abrir as portas da Instituição Policial
Ambiental para a escola, se constrói uma relação plena e efetiva para se alcançar o objetivo da
conscientização da necessidade de se lutar para preservar o meio ambiente, como da
transformação dos alunos em verdadeiros agentes capazes de transformar e reconduzir os
rumos da sociedade em seu modus operandi de uma visão egoista em que vê o meio
ambiente a parte do cidadão, para uma visão que entende que o meio ambiente é parte
integrante da sociedade e, portanto, necessário se faz lutar por ela, como se lutássemos por
nós mesmos.
7. REFERÊNCIAS

BOFF, Leonardo. Saber cuidar. Ética do Humano – Compaixão pela Terra. 8ª Ed. Petrópolis,
RJ: Vozes, 2002.

BUSQUETS, M.D. et al. Temas transversais em educação – bases para uma formação
integral. São Paulo, Ática, 1997.

CUNHA, Sandra Baptista da; GUERRA, Antônio José Teixeira. A Questão Ambiental.
Diferentes Abordagens. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Beltrand, 2007.

FLORIANI, Dimas; KNECHTEL, Maria do Rosário. Educação Ambiental. Epistemologia e


Metodologias. 21ª Ed. Curituba, PR, Vicentina. 2003.

GALLO, S. Transversalidade e meio ambiente, IN: Ciclo de palestras sobre meio ambiente
/ Secretaria de Educação Fundamental – Brasília : MEC ; SEF, 2001.

GUATTARI, F.; As Três Ecologias. Trad. Maria Cristina F. Bittencourt. 3ª ed. Campinas,
SP: Papirus, 1991.

JUNIOR, Antônio João de Mello. ANÁLISE, SOB A PERSPECTIVA


COMPORTAMENTAL, DA PARTICIPAÇÃO DE EX-INTEGRANTES DO
PROJETO PROTETOR AMBIENTAL NA PRESERVAÇÃO AMBIENTAL.
Monografia. Rio do Sul, 2009.

MAZZOTTI, T.B.; Representação Social de "Problema Ambiental": uma contribuição à


Educação Ambiental. Revista Brasileira Est. de Pedagogia. Brasília. v. 78, n. 188-189-190.
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MELO, Mauro Martini. Capitalismo versus Sustentabilidade. O Desafio de uma nova ética
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SILVA, Marina. Meio Ambiente no Século 21. 21 Especialistas falam da questão ambiental
nas suas áreas de conhecimento. 4ª Ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2005.

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