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ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos esses autos em que são partes as acima indicadas,
Documento: 1672405 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 23/05/2019 Página 1 de 5
Superior Tribunal de Justiça
acordam os Ministros da SEGUNDA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade
dos votos e das notas taquigráficas, o seguinte resultado de julgamento: "A Turma, por
unanimidade, negou provimento ao agravo interno, nos termos do voto do(a) Sr(a).
Ministro(a)-Relator(a)." A Sra. Ministra Assusete Magalhães, os Srs. Ministros Francisco Falcão
(Presidente), Herman Benjamin e Og Fernandes votaram com o Sr. Ministro Relator.
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AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.682.249 - ES (2017/0156871-5)
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suscitada nos embargos à execução, relativamente à função principal dos aparelhos importados e
sua repercussão na classificação tarifária. Alega omissão, também, em relação circunstância de
que o ex-tarifário 13 não constar dos embargos à execução, mas apenas da ação anulatória.
Alega também contradição, visto que a Corte a quo teria transcrito os pedidos distintos de ambas
as ações e mesmo assim afirmou que eram idênticos. Alega violação ao art. 471 do CPC/1973
sustentando a impossibilidade de reexame de ofício pela mesma instância julgadora de questão já
decidida anteriormente, mesmo em se tratando de questão de ordem pública na forma do § 3º do
art. 267 da lei adjetiva, de modo que uma vez afastada a litispendência, não seria possível
decretá-la posteriormente.
Sem impugnação.
É o relatório.
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AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.682.249 - ES (2017/0156871-5)
EMENTA
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO. ENUNCIADO
ADMINISTRATIVO Nº 3 DO STJ. VIOLAÇÃO AOS ARTS. 165, 458 E
535 DO CPC/1973. NÃO OCORRÊNCIA. LITISPENDÊNCIA. MATÉRIA
DE ORDEM PÚBLICA. AUSÊNCIA DE PRECLUSÃO PRO JUDICATO.
PRECEDENTES. AFERIÇÃO DA LITISPENDÊNCIA.
IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 7 DO STJ.
1. Merece ser afastada a alegada ofensa aos arts. 165, 458 e 535 do CPC, eis que o
acórdão recorrido se manifestou de forma clara e fundamentada sobre a ocorrência
de litispendência na hipótese.
2. O art. 471 do CPC estabelece a preclusão pro judicato, determinando que
"nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas, relativas à mesma
lide [...].". Todavia, encontra-se consolidado na jurisprudência desta Corte que a
preclusão imposta ao órgão jurisdicional por força do mencionado dispositivo não
deve ser aplicada nas hipóteses em que a matéria objeto da decisão for de ordem
pública, tal qual a litispendência, ou versar sobre direito indisponível, já que o próprio
dispositivo, em seu inciso II, prevê o seu afastamento "nos demais casos prescritos
em lei". Portanto, em razão da exceção legal prevista no inciso II do referido
dispositivo da vetusta legislação processual, não há que se falar em nulidade na
decisão do juiz sucessor que reconheceu a litispendência afastada pelo juiz que o
antecedeu, tendo em vista que se trata de questão de ordem pública não sujeita à
preclusão pro judicato. Nesse sentido: (REsp 1.244.469/RS, Rel. Ministro Mauro
Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 16/05/2011; EDcl no REsp 1.467.926/PR,
Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 16/11/2015). Sobre o tema,
ressalto entendimento adotado pela Corte Especial nos autos do AgRg na Pet
9.669/RJ, Rel. Ministro Og Fernandes, DJe 06/10/2014, que, mutatis mutandis, se
aplica ao caso em análise.
3. Quanto à alegação de ofensa ao art. 302, § 2º, do CPC/2015, o acórdão recorrido
afirmou que "in casu, não paira dúvida quanto à existência da figura
processual da litispendência entre estes embargos e a ação ordinária nº
2000.50.01.006040-2" (fls. 795 e-STJ), não sendo possível a esta Corte aferir o
acerto do julgado no ponto, uma vez que tal desiderato demandaria reexame de
matéria fático-probatória inviável em sede de recurso especial em razão do óbice da
Súmula nº 7 do STJ. Nesse sentido: AgRg no REsp 1.466.628/SC, Rel. Min.
Assusete Magalhães, Segunda Turma, DJe 14/11/2014; AgRg no REsp
1.343.576/RN, Rel. Min. Sérgio Kukina, Primeira Turma, DJe 19/3/2014; e REsp
1.195.063/PR, Rel. Ministro Og Fernandes, Segunda Turma, DJe 25/6/2015.
4. Agravo interno não provido.
VOTO
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A agravante não trouxe nenhum argumento novo capaz de infirmar a decisão agravada,
a qual merece ser mantida.
Com efeito, merece ser afastada a alegada ofensa aos arts. 165, 458 e 535 do CPC, eis
que o acórdão recorrido se manifestou de forma clara e fundamentada sobre a ocorrência de
litispendência na hipótese.
Não há que se falar, portanto, em negativa de prestação jurisdicional, visto que tal
somente se configura quando, na apreciação de recurso, o órgão julgador insiste em omitir
pronunciamento sobre questão que deveria ser decidida, e não foi.
De comum sabença, cabe ao magistrado decidir a questão de acordo com o seu livre
convencimento, utilizando-se dos fatos, provas, jurisprudência, aspectos pertinentes ao tema e da
legislação que entender aplicável ao caso (c.f. AgRg no AREsp 107.884/RS, Rel. Ministro
Humberto Martins, DJe 16/05/2013), não estando obrigado a rebater, um a um, os argumentos
apresentados pela parte quando já encontrou fundamento suficiente para decidir a controvérsia
(c.f. EDcl no AgRg no AREsp 195.246/BA, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, DJe
04/02/2014). Relembre-se, conjuntamente, que a motivação contrária ao interesse da parte não se
traduz em maltrato ao artigo 535 do CPC (v.g.: REsp 686.631/SP, Rel. para acórdão Min. Sidnei
Beneti, DJe 01/04/2009 e REsp 459.349/MG, Rel. Min. Castro Filho, DJ de 18/12/2006).
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É que o art. 471 do CPC estabelece a preclusão pro judicato, determinando que
"nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas, relativas à mesma lide [...].".
Todavia, encontra-se consolidado na jurisprudência desta Corte que a preclusão imposta ao órgão
jurisdicional por força do mencionado dispositivo não deve ser aplicada nas hipóteses em que a
matéria objeto da decisão for de ordem pública, tal qual a litispendência, ou versar sobre direito
indisponível, já que o próprio dispositivo, em seu inciso II, prevê o seu afastamento "nos demais
casos prescritos em lei". Portanto, em razão da exceção legal prevista no inciso II do referido
dispositivo da vetusta legislação processual, não há que se falar em nulidade na decisão do juiz
sucessor que reconheceu a litispendência afastada pelo juiz que o antecedeu, tendo em vista que
se trata de questão de ordem pública não sujeita à preclusão pro judicato. Nesse sentido: (REsp
1.244.469/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 16/05/2011; EDcl
no REsp 1.467.926/PR, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 16/11/2015).
Sobre o tema, ressalto entendimento adotado pela Corte Especial nos autos do AgRg na Pet
9.669/RJ, Rel. Ministro Og Fernandes, DJe 06/10/2014, que, mutatis mutandis, se aplica ao caso
em análise. Confira-se o seguinte trecho do julgado:
(...)
2. A preclusão, instituto de direito processual, busca tornar o processo mais
rápido, pois é um instituto que visa a levar o processo para frente, impedindo
eternos retornos no curso do procedimento. É meio que visa garantir que o
processo caminhe para frente, não em círculos. Não obstante, tratando-se de
matéria de ordem pública, como é o caso da competência absoluta (ratione
personae), pode o juiz ou tribunal rever decisão anterior, por provocação ou
oficiosamente. É o que dispõe os arts. 471 e 113, caput, ambos do CPC.
(...)
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEGUNDA TURMA
AgInt no
Número Registro: 2017/0156871-5 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.682.249 / ES
Relator
Exmo. Sr. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro FRANCISCO FALCÃO
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. JOSÉ ELAERES MARQUES TEIXEIRA
Secretária
Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : EXIMBIZ COMÉRCIO INTERNACIONAL S/A
ADVOGADO : RAFAEL VALENTIM NOGUEIRA - ES009918
RECORRIDO : FAZENDA NACIONAL
AGRAVO INTERNO
AGRAVANTE : EXIMBIZ COMÉRCIO INTERNACIONAL S/A
ADVOGADO : RAFAEL VALENTIM NOGUEIRA - ES009918
AGRAVADO : FAZENDA NACIONAL
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"Adiado por indicação do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)."
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEGUNDA TURMA
AgInt no
Número Registro: 2017/0156871-5 REsp 1.682.249 / ES
Relator
Exmo. Sr. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro FRANCISCO FALCÃO
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. JOSÉ ELAERES MARQUES TEIXEIRA
Secretária
Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : EXIMBIZ COMÉRCIO INTERNACIONAL S/A
ADVOGADO : RAFAEL VALENTIM NOGUEIRA - ES009918
RECORRIDO : FAZENDA NACIONAL
AGRAVO INTERNO
AGRAVANTE : EXIMBIZ COMÉRCIO INTERNACIONAL S/A
ADVOGADO : RAFAEL VALENTIM NOGUEIRA - ES009918
AGRAVADO : FAZENDA NACIONAL
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, nos termos do voto
do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)."
A Sra. Ministra Assusete Magalhães, os Srs. Ministros Francisco Falcão (Presidente),
Herman Benjamin e Og Fernandes votaram com o Sr. Ministro Relator.
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