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PRONATEC AQUICULTURA

DISCIPLINA - REPRODUÇÃO NA AQUICULTURA

REPRODUÇÃO DE
PEIXES TELEÓSTEOS
Introdução e Biologia da
Reprodução

Eduardo Rodrigues
T1 – 28/02/2018
INTRODUÇÃO
 Peixes representam 50% dos vertebrados

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 28.500 espécies
 96% teleósteos
INTRODUÇÃO
 90% dos teleósteos são ovulíparos
- fecundação e desenvolvimento externo

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INTRODUÇÃO
A grande maioria das espécies
ictiológicas reproduz-se por

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fecundação externa,
 Exceções - tubarões, cavalos marinhos.

 tubarões bambu copulando.mp4


REPRODUÇÃO (FERTILIZAÇÃO)
 Ovulíparos – maioria das spp
 Ovíparos – algumas raias  fecundação interna
mas embrião se desenvolve em ambiente externo;
 Ovovivíparos – bobós  embrião se desenvolve
internamente em ovos.
 Vivíparos – Mustelus laevis (cação)

 Hermafroditismo – Serranidae

 Aquicultura Ilhabela-SP.mp4
DIMORFISMO SEXUAL
 Maioria das spp não apresentam
 Fêmeas maduras – ventre abaulado

 Algumas espécies apresentam dimorfismo:


 Papila urogenital
 Excrescências cutâneas
 Coloração
 Tamanho
 Gonopódio
ESTRATÉGIAS E TÁTICAS REPRODUTIVAS

ESTRATÉGIA REPRODUTIVA é o conjunto de


características (padrão) que uma espécie deverá
manifestar para ter sucesso na reprodução, de modo a
garantir o equilíbrio da população.

TÁTICAS REPRODUTIVAS são aquelas


características variáveis no padrão, em resposta a
flutuações do ambiente.
TÁTICAS REPRODUTIVAS
1. o modo como a espécie se utiliza dos recursos
energéticos canalizados do ambiente, via alimentação,
e que determina sua estratégia de ciclo de vida;

2. o desencadeamento do processo hormonal, por ação


de estímulos de fatores ambientais (temperatura e
fotoperíodo, principalmente);

3. os aspectos envolvidos nos "modos reprodutivos",


como a presença ou ausência de caracteres sexuais
secundários, de acasalamento, de cuidado parental,
refletidos no ambiente selecionado para a deposição
dos produtos sexuais;
4. o tipo de fecundação (externa ou interna) e de
desenvolvimento do novo organismo (externo ou interno),
que determinam várias possibilidades de variações;

5. o estilo reprodutivo, (não guardadores, guardadores e


carregadores), cada um com amplas variações;

6. o comprimento (e idade) de primeira maturação gonadal;

7. a proporção entre indivíduos de ambos os sexos, ao longo


do ano e para as diferentes fases de desenvolvimento;

8. a(s) área(s) de desova, que pode(m) variar entre anos, em


função da ocorrência das condições ambientais exigidas pela
espécie ou população;

9. a(s) época(s) de desova, que varia(m) de acordo com a


distribuição da espécie;
ESTRATÉGIAS TÁTICAS REPRODUTIVAS

10. o número de períodos reprodutivos durante o tempo de


vida da espécie;

11. o tipo de desenvolvimento ovocitário;

12. o tipo de desova;

13. a fecundidade;

14. o tempo de incubação e o período de eclosão


MATURIDADE SEXUAL

Espécie
Idade
Tamanho
Hereditariedade
Alimentação
Temperatura
Fotoperíodo
DESENVOLVIMENTO GONADAL
• Ovários
– Pares / longitudinais
– Suspensos por ligamento mesovárico
– Até 70% do peso corporal
– Oviduto na maioria das espécies
– Salmonidae – poro abdominal
– Óvulos
• Diâmetro entre 0,8 a 5 mm
• 100 a 3.000.000 / desova
OVÁRIO DE BIJUPIRÁ
DESENVOLVIMENTO GONADAL
 Testículos
 Pares / longitudinais
 Até 12% do peso corporal
 Ducto espermático na maioria das espécies
 Salmonidae – poro abdominal
 Espermatozóides – 2 a 130 micras
 Água – estimula movimento, mas é espermicida
TESTÍCULO DE BIJUPIRÁ
Espermatozoide de Bijupirá (Rachycentron canadum) – 1000X
REPRODUÇÃO (PRINCÍPIOS)

 22.000 spp

 Variabilidade de características reprodutivas

 Época e local de desova


 Características fisico-químicas do ambiente
 Fisiologia reprodutiva
BRASIL

 80’s – técnicas aprimoradas da Hungria


 90’s – pesque-pagues e reprodução induzida

 50 espécies reproduzidas e cultivadas


 Maioria em ambientes de água doce
 Disponibilidade de alevinos e insumos
 Demanda do mercado
DESOVA TOTAL E DESOVA PARCELADA
Desova total Desova parcelada
Uma vez / ano Várias vezes / ano
Aos jatos na água Ninhos, raízes, pedras, etc
Milhões de óvulos Centenas a milhares de óvulos
Óvulos pequenos < 1mm Óvulos grandes 2-5mm
Aproveitamento 3-5% Aproveitamento > 70%
Período de incubação 3-12 horas Período de incubação 2-3 dias
Larvas pequenas com pouco Larvas grandes com muito vitelo
vitelo
Embriões e larvas mais ágeis Embriões e larvas maiores e
lentas
Prole sem proteção dos pais Algumas spp – pais protegem a
prole
Não reproduzem em Reproduzem em viveiros
confinamento
Reprodução natural e reprodução induzida
CONDIÇÕES PARA DESOVA

 Maturação sexual
 Presença de ambos os sexos

 Oxigênio

 Temperatura

 Luminosidade

 Alimento

 Ausência de inimigos naturais


QUANTIDADE DE OVOS

 Varia com a espécie, o ambiente e o tamanho dos


ovos:
 ovos pequenos (0,3-0,5 mm) – 500.000-1,000,000 ovos/kg pv
(tambaqui)
 ovos médios (0,8-1,1 mm) – 100,000- 500,000 ovos/kg pv
(carpa)
 ovos grandes (1,5-2,5 mm) – 1,000-100,000 ovos/kg pv
(tilápia)
 Bijupirá – 1 a 4 milhões de ovos/femea; aproximadamente
100,000 a 500.000 ovos/kg pv.
MECANISMO ENDÓCRINO DA REPRODUÇÃO
Indutores que atuem
sobre a hipófise

GnRH (+)
Estímulos Hipotálamo Hipófise
Ambientais Dopamina (-)

GtH II
GtH I Maturação final,
Vitelogênese, ovulação,
Indutores com atuação sobre as gônadas Espermatogênese espermiação

Gametas (oócitos Gônadas


ou (ovários ou
espermatozóides) testículos)
Ob: 1g de hipófise custa cerca de 300 dólares
PRINCIPAIS INDUTORES REPRODUTIVOS

Local de atuação Principais formas de indução


Hipotálamo Manipulação do ambiente (fotoperíodo,
temperatura, salinidade,etc.), anti-estrógenos,
stress, presença de machos e fêmeas
conjuntamente
Hipófise Antagonistas da dopamina (domperidona,
pimozida, metroclopramida), análogos de GnRH
Gônadas Hipófises desidratadas, gonadotropinas de peixes,
gonadotropina coriônica humana (hCG)
RETIRADA DA
HIPÓFISE
PROCESSAMENTO DA GLÂNDULA
DOSAGEM
 1ª - 10% | 2ª - 90% | Dose única para machos
 1 hipófise ≈ 3mg
TABELA: DOSES HORMANAIS UTILIZADAS PARA MACHOS E FÊMEAS DE ALGUMAS ESPÉCIES
DE PEIXES EMPREGADAS NA REPRODUÇÃO INDUZIDA
 Locais de aplicação do indutor:

 Músculos abaixo da nadadeira dorsal


 Nadadeira caudal
 Cavidade do corpo
ESPAÇO DE TEMPO ENTRE A SEGUNDA INJEÇÃO E
O MOMENTO DA EXTRUSÃO
TÉCNICAS DE EXTRUSÃO
 Na mesa
 Segurando na mão

 Sucção
PROTOCOLO DA REPRODUÇÃO INDUZIDA
PROTOCOLO DA REPRODUÇÃO INDUZIDA
PROTOCOLO DA
REPRODUÇÃO
INDUZIDA
COLHEITA DE SÊMEN (TAMBAQUI)
INCUBAÇÃO

 Luz
 Temperatura
 Gases dissolvidos
 Unidades têrmicas acumuladas (UTA) = somatório do tempo e
da temperatura da água necessários para a eclosão dos ovos
 Horas X Temperatura, em Horas-graus
 Dias X Temperatura, em Dias-graus
Lênticos - > 1000HG
Reofílicos - < 500 HG
EXEMPLO:

Curimbatá – 200 HG

Se a temperatura média da água


= 25°C,
qual o tempo de eclosão = ?
DESENVOLVIMENTO DOS EMBRIÕES
 Desenvolvimento irregular e deformidades – normalmente
3,5-10%

 Características:
 falta de cabeça ou cauda
 cauda curta ou curva

 cabeça ou cauda pouco desenvolvidas

 tumor aquoso do embrião

 anomalias do saco vitelino

 Causas:
 reprodutores

falta de oxigênio no desenvolvimento inicial

temperatura oscilante

choques mecânicos
OBRIGADO!

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