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A proposta pedagógica de Liddy Mignone para mim deveria ser o ponto de

partida de todo Educador, pois antes de produto final existe todo o caminho a se
percorrer, e a forma como é percorrido altera completamente esse produto. Afinal o
que é o produto que tanto se procura hoje em dia? Para Liddy, nada mais era que
“[...] a criança tivesse a oportunidade de viver a música com alegria e que pudesse
empregar os meios de se expressar através dela.” (PAZ 2013, p. 61).
O trabalho de Liddy mostra como as boas influências podem aperfeiçoar o
seu trabalho, pois é visível e ela mesmo afirma o peso que outras abordagens
trouxeram para a sua experiência com a educação. Sem dúvida, toda a abordagem
Dalcroze em sua origem já traz essa bagagem inclusiva e aberta, e que entra em
completo acordo com a vontade pessoal de Liddy que acreditava que a oportunidade
de viver a experiência musical não estava apenas para os mais habilidosos ou ditos
merecedores, mas sim para todos.
Me inspiro na história dela e na sua batalha por defender sua vontade, seu
sonho e hoje, me encontro justamente nesse nicho das pessoas com necessidades
especiais e erroneamente taxadas como deficientes. Creio que algo que Loddy
percebeu foi que a deficiência não é uma realidade para essas pessoas, pois a
deficiência no seu mais puro sentido, denota uma impotência perante atividades que
para outros é normal, gera um peso de inutilidade e incapacidade, enquanto que por
exemplo, para um surdo, a sua experiência musical vai muito além de um ouvido
escravo do som, mas permeia o espaço das vibrações, da percepção sensorial, da
sensibilidade, do toque.
Com isso, acredito que como disse no início, nosso ponto de partida como
educador é sempre a inclusão, ou melhor, o entendimento de que a música está
para todos, e é para todos, desta forma, não precisaremos mais utilizar da palavra
inclusão, pois não mais haverá sua contraproposta que é a exclusão.

REFERÊNCIA
PAZ, Ermelinda A. ​Pedagogias Musicais Brasileira no Século XX Metodologias e
Tendências​. Ed. Revista e Aumentada - Brasília: Editora MusiMed, 2013.

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