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A Importância da análise financeira na tomada

de decisão: um estudo de caso em


microempresas da cidade de Cedro-CE

Tatiana Pereira da Silva de Sousa tatiana.eng.producao@gmail.com URCA


Maycky Kennedy da Silva engenharia029@gmail.com
Paula Jayanne Silveira Leite paulaleite224@gmail.com FJN
Isis da Silva Vieira isis_sw_@hotmail.com URCA
Maikia Mickaella Maciel maika.micka21@gmail.com URCA

Resumo
Vive-se em uma época que a quebra das fronteiras do atual mercado deu origem
a globalização caracterizada pela alta competitividade entre as empresas, provo-
cando constantes reformulações financeiras e econômicas. A concorrência entre
as organizações faz crescer a importância de gestores manterem-se rotineiramen-
te atualizados, para a tomada de decisões rápidas e eficaz. Desta forma é impos-
sível alcançar êxito em empreendimentos sem que tenha em mãos, ferramentas
importantes em tempo hábil. Ao considerar a importância do planejamento fi-
nanceiro e os fatores que direcionaram os empresários das microempresas para
um empreendimento próspero surge a seguinte problemática: como se caracteriza
a gestão financeira nas microempresas e quais os principais fatores que impedem
os atuais empresários a conquistarem o seu sucesso empresarial? Assim, a pes-
quisa teve como objetivo diagnosticar a gestão financeira nas microempresas e
como a mesma pode auxiliar os empresários no controle e tomada de decisão.
Teve como tipo de estudo o descritivo utilizando-se abordagem do método quan-
titativo. A coleta de dados foi composta pela aplicação de um questionário, e os
dados foram coletados para construção e análise da pesquisa realizada em mi-
croempresas da cidade de Cedro-CE. Por fim, a partir dos dados coletados con-
clui-se que a gestão financeira é de suma importância para a utilização de um
planejamento atual e futuro. Grande parte das microempresas ainda possuem di-
ficuldades para a realização desta gestão financeira, sejam por falta de conheci-
mento técnico, seja por desconhecimento de seus objetivos e benefícios para um
processo de gestão como um todo.
Palavras chaves
Gestão financeira, Microempresas, Planejamento financeiro.

Águas de Lindóia - São Paulo, maio de 2019 1 II SENGI - Simpósio de Engenharia, Gestão e Inovação
1. Introdução

O cenário econômico atual encontra-se cada vez mais competitivo exigindo das suas
empresas mais flexibilidade e reeducação nas adversidades de mercado. A constante modifi-
cação do ambiente de negócios tem como consequência a concorrência global e as inovações
tecnológicas (GASPAR et al., 2015). Onde, tal concorrência entre as organizações faz crescer
a importância de gestores manterem-se rotineiramente atualizados, para a tomada de decisões
rápidas e eficazes. Desta forma é impossível alcançar êxito em empreendimentos sem que te-
nha em mãos, ferramentas importantes em tempo hábil.

Associado a isto, o mercado passa variadas crises econômicas desestabilizando às ve-


zes os planos de negócios projetados pelas as empresas: o que era provável para certo mo-
mento, terá de ser revisto. Baseando-se em fases como esta, se faz necessário a obtenção de
um planejamento estratégico, sejam em empresas privadas ou públicas, de pequeno ou grande
porte, com ou sem fins lucrativos.

Ao se administrar uma empresa, para que a mesma se obtenha sucesso, pode haver va-
riados pontos críticos no decorrer de seu empreendimento, um deles, e talvez o mais sensível,
seja o setor de finanças. Sem capital disponível em curto ou longo prazo, a empresa não tem
como honrar seus compromissos, seja ele para uso diário ou tão pouco financiar seu próprio
crescimento. Tornando-se indispensável para a continuidade da empresa, procurar de forma
ordenada, um planejamento financeiro e orçamentário que antecipe as visualizações de seus
resultados.

O controle das decisões financeiras na empresa pode possibilitar a maximização da


rentabilidade, sem colocar em risco a sua continuidade (FERNANDES et al., 2016). Em su-
ma, o planejamento financeiro, alinhado as metas e estratégias da empresa, auxilia os gestores
em suas tomadas de decisões contribuindo para o alcance de seus objetivos operacionais, fi-
nanceiros e econômicos. Nas microempresas, o controle efetuado por meio da gestão finan-
ceira, é primordial para a sobrevivência da entidade, em um cenário de frequentes e significa-
tivas mudanças na economia.

Com o mercado em recessão, as microempresas, buscam-se permanentemente inovar,


e se atualizar às novas tendências de mercado, para conseguirem se manter (ELIZA, 2014).
Algumas delas, por séries de fatores como: baixo capital de giro e por não ter possuído algum
tipo planejamento, acabam sofrendo com a descontinuidade de suas atividades. Este é, por-
tanto, o momento de repensar, buscar ferramentas inovadoras e competentes de forma efici-
ente e eficaz que as auxiliem a permanecer e a prosperar.

Diante do exposto, ao considerar a importância do planejamento financeiro e os fato-


res que direcionaram os empresários das microempresas para um empreendimento próspero
surge a seguinte problemática: como se caracteriza a gestão financeira nas microempresas e
quais os fatores principais que comprometem os atuais empresários a conquistarem o seu su-
cesso empresarial?

O objetivo principal deste estudo é diagnosticar a gestão financeira nas microempresas


e como a mesma pode auxiliar os empresários no controle e tomada de decisão, apresentando
aqui alguns conceitos, relatando sua importância para os empresários e descrevendo a sua
aplicabilidade dentro da organização.

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2. Referencial teórico

2.1. Administração financeira

Nos dias de hoje, a administração é essencial para a organização das empresas, desde a
sua inclusão no mercado, em sua permanência e sucesso. Em uma empresa é necessário que
todas as decisões passem antes por uma análise financeira que demonstre sua viabilidade, para
que se possa alcançar o objetivo geral da organização (MAXIMIANO 2009).

A administração financeira, hoje conhecida como gestão financeira é uma ferramenta


ou técnica utilizada para controlar da forma eficaz, à concessão de credito para clientes, pla-
nejamento, analise de investimentos e, de meios viáveis para a obtenção de recursos para fi-
nanciar operações e atividades da empresa, visando sempre o melhor desenvolvimento, evi-
tando gastos e desperdícios desnecessários, observando os melhores “caminhos” para a con-
dução financeira da empresa (MORAIS, 2010).

Administração financeira é a disciplina que trata dos assuntos relacionados à adminis-


tração orçamentária das empresas e organizações. Trata-se de um ramo privativo da adminis-
tração e, é o gestor financeiro quem administra e conduz todas as finanças da empresa
(OLIVEIRA, 2005).

Por meio do Administrador Financeiro, a administração financeira desempenha as


mais diversas funções relativas as financias da empresa. Este é o responsável ativo dos negó-
cios financeiros de qualquer tipo de organização, seja ela, financeira ou não, privada ou pú-
blica, de grande ou pequeno porte, com fins lucrativos ou não. Ele realiza diversas tarefas fi-
nanceiras, tais como avaliação de projetos e captação de recursos, planejamento e concessão
de créditos (GITMAN, 2010).

O Administrador Financeiro nos dias atuais, está mais preocupado em como imple-
mentar estratégias empresariais que possam trazer para empresa à maximização de seu lucro,
como objetivo principal o crescimento empresarial e a melhoria de seu desenvolvimento
competitivo (GITMAN, 2009).

2.1.1 Práticas da gestão financeira em microempresas


No momento em que se fala de gestão de empresas, independente do porte e/ou do fa-
turamento de seu investimento, sabe-se que os administradores têm necessidade de munir de
ferramentas que os auxiliem a identificar, prevenir e analisar os resultados que sua organiza-
ção e colaboradores estão transportando. Desta forma, a gestão financeira é o ato de conduzir
e obter resultados positivos dentro da organização através dos objetivos propostos. Para que
tais objetivos sejam alcançados, pode-se contar com algumas práticas financeiras que grande
parte de gestores aplicam ao seus setores, tais como: planejamento financeiro, orçamento,
fluxo de caixa, entre outros (OLIVEIRA, 2003).
Desta forma, o controle financeiro deve ser visto como um instrumento de auxilio e
uma ferramenta de grande importância na gestão empresarial, e não como uma ferramenta ou
um elemento fiscalizador que irá penalizar o contexto da organização. Segundo o autor, se
estes utilizados corretamente, os efeitos financeiros provêm um auxilio crucial no parecer da
viabilidade na empresa em longo prazo e na identificação de métodos que necessitam de

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aperfeiçoamento (ATKINSON, 2000).

2.2. Introdução ao planejamento e controle financeiro

No processo de planejamento e controle, a informação torna-se o principal elemento na


tomada de decisão. Sendo utilizada como auxilio em um sistema de informação, que prioriza
quesitos quanto ao conteúdo, forma e periodicidade. Contribuindo assim aos gestores uma vi-
são mais proveitosa na elaboração do planejamento e controle da organização (ZDANOWICZ,
2001).

Para Gitman (2010), o planejamento financeiro pode ser considerado como parte im-
portante do trabalho do administrador, através de planos e orçamentos financeiros que buscam
atingir os objetivos da empresa. Esses instrumentos oferecem uma estrutura para coordenar e
atuar nas diversas atividades como mecanismos de controle, estabelecendo um padrão de de-
sempenho contra o qual é possível avaliar os eventos reais.

O planejamento financeiro consiste no estabelecimento prévio dos planos e providên-


cias que deveram ser tomados nos casos em que ocorram imprevistos, que evitem surpresas. A
ausência de um planejamento financeiro eficaz em duradouro prazo, é uma das razões citadas
para a ocorrência de dificuldades financeiras e insucesso das empresas (ZDANOWICZ, 2009).

Portanto, o planejamento é o resultado de um processo contínuo de exercício mental


realizado pelos os dirigentes da empresa. Ele representa a necessidade de um processo decisó-
rio que ocorrerá antes, durante e depois de sua elaboração e implementação. Estes processos de
tomada de decisão, deve conter ao mesmo tempo, componentes individuais e organizacionais.
Deve-se destacar que o planejamento deve estar sempre em integração contínua, para que a
missão, no qual a empresa foi integrada, seja cumprida e sua continuidade mantida
(MONTEIRO, 2004).

O orçamento é o instrumento de planejamento e controle financeiro, que atua através


dos objetivos e metas propostos pela a empresa em um determinado período, visando otimizar
os recursos físico e monetário (ZDANOWICZ, 2001).

No orçamento empresarial, as decisões financeiras devem ser tomadas com base em


informações geradas por sistema de informações contábeis e financeiras adequadamente estru-
turadas. Conforme o autor, orçamento geral é um conjunto de orçamentos direcionados e inte-
grados a cada setor da empresa, e os chamados orçamentos específicos, são aqueles que estão
refletidos aos planos e políticas da organização em períodos futuros (HOJI, 2010).

2.3. Microempresas

2.3.1. O papel das micro e pequenas empresas quanto ao crescimento no Brasil

As micro e pequenas empresas são vistas como um fator chave para o processo de re-
generação econômica e um caminho para um renovado crescimento na formação de emprego.
Com isso, após a abertura e globalização do mercado mundial, as micro e pequenas empresas
para conseguirem a sua sobrevivência, necessitam ser competitivas quanto as empresas de
grande porte. Entretanto, por causa das dificuldades de acesso a recursos financeiros, e de
mão-de-obra qualificada, essas passaram a possuir dificuldades na sua sustentabilidade e no
seu desenvolvimento (OLIVEIRA, 2005).

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No brasil há cerca de cinco milhões de micro e pequenas empresas, que representa em
sua totalidade 99,2% das empresas existentes no setores de indústria, comércio e serviços. Em
2011, as MPE’S foram responsáveis por 44% dos empregos formais em serviços, e aproxi-
madamente 70% dos empregos gerados no comércio. Isso representa aproximadamente 52%
da massa salarial (SEBRAE, 2014).

As MPE’S já são as principais geradoras de riqueza no comércio brasileiro com uma


representatividade de 53,4% do Produto Interno Bruto – PIB produzido no país. No PIB da
indústria, sua participação retrata 22,5%, no setor de serviços, e 36,3% da produção nacional
tem origem nos pequenos negócios (SEBRAE, 2014).

2.3.2. Conceito de microempresas


Sabe-se que as microempresas são essenciais para promover o crescimento e desen-
volvimento econômico nas localidades nas quais estão inseridas, criando empregos e renda, e
consequentemente aumentando a qualidade de vida das populações que estão em suas proxi-
midades. Estas, por serem empresas, com características de gestão não muito formais e pou-
cos funcionários, com um grau de formalização reduzida no qual normalmente o responsável
é o proprietário e o mesmo tem responsabilidade sob vários setores da empresa, essas neces-
sitam de um planejamento financeiro, a qual é uma ferramenta que garante uma maior segu-
rança em análises futuras, orientando em um melhor funcionamento dos recursos utilizados.

Neste sentindo, cabe evidenciar o conceito de Microempresas, perante Lei Comple-


mentar Nº 123/2006, que define em seu Art.3º inciso I, na seguinte forma abaixo:

Consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária,


a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que
se refere o art. 966 da Lei no 10.406/2002 do CC, devidamente registrados no Registro de
Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que:
I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual
ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais)

Assim, é importante destacar-se em relação ao início das atividades, que se dá no


próprio ano-calendário, e o limite citado acima será proporcional ao número de meses em que
a Microempresa irá exercer as suas atividades. Onde segundo a Lei complementar nº
123/2006 em seu artigo 3º, § 2º, considera um valor respectivo à R$ 30.000,00 (trinta mil re-
ais) por mês ou à uma fração correspondente R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) por mês.

Em relação a conceituação na classificação de funcionários as MPE’s destaca-se nos


setores de comércio e serviços até nove pessoas, e nos setores de indústria até dezenove pes-
soas em sua totalidade colaborativa (IPEA, 2012).

2.3.3 Dificuldades das micro e pequenas empresas no planejamento financeiro

Uma das maiores dificuldades das MPE’s é manter as contas em dias, e a saúde finan-
ceira da empresa em boas condições, mas isso não é tão fácil quanto parece. Entretanto, Ka-
yasima (2013) “tomar medidas preventivas contra as dificuldades que podem prejudicar os
resultados e comprometer o lucro, não é tão complicado como parece. Mas, exige controle,
disciplina e uma visão geral do negócio e mercado”.

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Para não comprometer a saúde de financeira de seu empreendimento deve-se elencar
algumas instruções de uso: separar as contas pessoais das contas da empresa; cuide dos con-
troles gerenciais, analisando o planejado X real; analise o retorno sobre o investimento; pro-
cure inovar para melhor atender o cliente e reduzir gastos e avalie dívidas e investimentos
(KAYASIMA, 2013).

Outra dificuldade elencada consiste em conquistar crédito nas instituições financeiras,


já que muitas não conseguem um faturamento mensal estabilizado. Com isso, as MPE’s bus-
cam meios de créditos fáceis, porém com taxas de juros altos e com menores prazo. O crédito
é fundamental para a empresa manter-se e com possibilidades de crescimento. O leque de op-
ções passa, além do empréstimo bancário, por sistemas de financeiros subsidiados, como
BNDES, Finep e Fapesp. Porém, muitos dos gestores não conhecem esse leque de opções ou
não tem para aguarda a finalização da burocracia, o que os leva a recorrer a algo mais rápido,
o cheque especial juntamente com o cartão de crédito (CAETANO,2013).

3. metodologia
O método de pesquisa quanto aos objetivos classifica-se como exploratória, que busca
através do objetivo principal do estudo, a descoberta de respostas ou aprimoramento de ideias.
Este artigo também emprega o método descritivo com a finalidade de apresentar uma visão
geral acerca da importância da análise financeira e a sua aplicabilidade nas Microempresas,
descrevendo suas metodologias e conceitos.

Desta forma, a pesquisa descritiva tem como principal objetivo relatar as particulari-
dades de determinada população ou fenômeno ou a formação de relações entre varáveis
(FIGUEREDO,2008). Com a pesquisa exploratória busca-se uma maior proximidade do pes-
quisador com o conteúdo abordado, procurando por novos conhecimentos permanentemente,
para a produção de uma pesquisa futura mais especifica, apresentando conceitos variados e
hipóteses elaboradas (LAKATOS; MARCONI, 2010).

E quanto aos seus procedimentos técnicos, a pesquisa se classifica como Bibliográfica


e Multicaso Caso, onde assim poderá se obter um estudo detalhado permitindo-se a uma
compreensão mais ampla do problema, examinando obras e documentos relativos ao tema;
pesquisando por meio de artigos, livros, legislação e conteúdos publicados na internet.

Deste modo, a pesquisa Bibliográfica tem o propósito de permitir ao pesquisar um


contato mais próximo e direto com todo o conteúdo que tenha sido escrito, dito ou cinemato-
grafado acerca de um determinado assunto, assegurando a análise de um tema sobre uma nova
perspectiva, chegando a conclusões inovadoras (LAKATOS; MARCONI, 2003). Conforme
Gil (1996, p. 58) “o estudo de caso é caracterizado pelo o estudo profundo exaustivo de um ou
de poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento”.

Em relação a abordagem, essa pesquisa se enquadra como uma abordagem quantitati-


va, onde aplicará os resultados encontrados a partir das variáveis analisadas afim de evidenci-
ar os instrumentos de processo na gestão financeira. Foi utilizada para apurar a opinião dos
entrevistados. Aplicou-se um questionário com oito questões fechadas, e seus dados foram
usados para construção e análise da pesquisa. A pesquisa quantitativa, envolve a coleta sucin-
ta de informações numéricas, normalmente sob condições controle, além da análise dessas
informações, utilizando como procedimentos estatístico (FONSECA, 2002).

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Foi realizado um multicaso em um universo de microempresas localizadas na região
centro-sul do Estado, na cidade de Cedro-CE, em contato com os seus gestores. A qual conta
atualmente 13 microempresas que, atuam em variados segmentos como: comércio e serviço.

A análise dos dados coletados, foi obtido através dos resultados demonstrados nos
questionários para conseguir mensurar quais os resultados e dificuldades, encontrados na prá-
tica da aplicação da gestão financeira em microempresas da cidade de Cedro-CE. A pesquisa
foi aplicada no mês de abril de 2018 no ambiente corporativo das empresas pesquisadas.
Afirma-se, para os devidos fins, que a pesquisa segue o princípio legal da Lei 466/12 Termo
de Consentimento Livre Esclarecido(TCLE). Onde todas as questões aplicadas e consequen-
temente respondidas, foram assim feitas por livre e espontânea vontade dos entrevistados

4. Resultados
Os dados analisados e demonstrados no resultado final da pesquisa refere-se ao conhe-
cimento das principais dificuldades enfrentadas por empresários atuais de microempresas da
cidade de Cedro-CE. A pesquisa foi estruturada em forma de questionário, constituído por
oito questões fechadas e direcionadas ao tema principal. Das oito questões proposta, sete estão
relacionadas ao segmento da empresa e análise de seu cenário econômico, e uma ao nível de
escolaridade possuída pelos os entrevistados.

As análises sucederam em três dimensões, inicialmente pelo o perfil do entrevistados,


logo após, pelas as características da empresa e por fim, os resultados obtidos perante os
questionários. Sendo estes apresentado em forma de tabela, utilizando o programa Excel, ex-
pondo as informações abordadas no Referencial Teórico. Para análise dos dados foram com-
paradas as respostas dos entrevistados, procurando pontuar as falas registradas, agrupando-as
de acordo com o grau de semelhanças.

4.1. Perfil dos entrevistados


As análises sucederam em três dimensões, inicialmente pelo o perfil do entrevistados,
logo após, pelas as características da empresa e por fim, os resultados obtidos perante os
questionários. Sendo estes apresentado em forma de tabela, utilizando o programa Excel, ex-
pondo as informações abordadas no Referencial Teórico. Para análise dos dados foram com-
paradas as respostas dos entrevistados, procurando pontuar as falas registradas, agrupando-as
de acordo com o grau de semelhanças.

Tabela 1 – Escolaridade dos entrevistados

Escolaridade Respondentes Frequência %

Ensino fundamental completo 1 7,7

Ensino fundamental incompleto 1 7,7

Ensino médio completo 8 6,5

Ensino superior completo 3 23,1

Total 13 100%

Fonte: Autor

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Onde aproximadamente 8 dos entrevistados possuem escolaridade de nível médio
completo, o nível fundamento completo e incompleto cerca de 1 cada e 3 possuem ensino su-
perior, sendo nenhum desprovido de conhecimento. Observa-se em nível estatístico que os
entrevistados possuem conhecimentos básicos para constituição e formalização de um em-
preendimento. Mais, quando examinado esses dados em ações práticas e cotidianas, essas in-
formações demonstram preocupação para os gestores quando relacionados ao desenvolvi-
mento de atividades alicerçadas na segurança de suas informações. No tocante ao grau escola-
ridade, em questão de todo o conteúdo que engloba o sucesso empresarial, este é considerado
de grande importância. Pois agregando e associando o nível de escolaridade e os conheci-
mentos obtidos pelos gestores, em suas tomadas de decisões e em seus objetivos estratégicos,
os mesmos se destacaram no mercado e transformando-se em um diferencial para a sobrevi-
vência da empresa.

4.2. Características das empresas


Para a caracterizam das empresas pesquisadas foram usados abordagens acerca, ao
segmento da organização e a análise do cenário econômico/financeiro antes da abertura da
empresa. A tabela 2 apresenta o segmento das organizações;

Tabela 2 – Segmento das organizações

Segmento da empresa Respondentes Frequência %

Comércio/Serviço 3 23,1

Comércio 5 38,5

Serviço 5 38,5

Total 13 100%

Fonte: Autor
Sobre os segmentos das empresas, 5 estão ligadas ao setor de comércio e serviço cada.
E 3 representa os empreendimentos que ofertam os dois tipos de segmentos. Com isso, ob-
serva-se que as empresas entrevistadas na cidade de Cedro – CE prevalecem os segmentos de
comércio e serviço.

A tabela 3 representa a análise do cenário econômico/ financeiro obtidos pelas as em-


presas antes de suas aberturas.

Tabela 3 – Análise do cenário econômico/financeiro

Cenário economico/financeiro Respondentes Frequência %

Sim 6 46,2

Comércio 7 53,8

Total 13 100%

Fonte: Autor

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Quanto ao questionário feito em questão do universo econômico e financeiro antes da
aberturas das empresas, 6 responderam que efetuaram uma análise econômica ou financeira
antes mesmo de constituírem seus investimentos e 7 deixaram de realizar este tipo de análise.
Pode-se observa que muitos empresários entrevistados procuram estabilidade na composição
de suas empresas, buscando presumir os obstáculos contidos no mercado. Mas, também
grande parcela, não se preocupam com o desenvolvimento, com a lucratividade muitas das
vezes e a longevidade que seu empreendimento alcançará.

4.3. Comportamento financeiro das microempresas


Neste item, serão apresentados os resultados relacionados ao comportamento finan-
ceiro das empresas pesquisadas, tanto em relação as ferramentas da gestão financeira utiliza-
das em seu âmbito empresarial, como quem executa a gestão financeira. As práticas da gestão
financeira desempenhadas na organização, a regularidade das análises financeiras, as defici-
ências encontradas durante o processo financeiro e a análise de investimentos realizados pela
a empresa. A tabela 4 apresenta por quem são efetuadas as funções de gestão financeira nas
empresas;

Tabela 4 – Execução das funções da gestão financeira aplicadas na empresa

Gestão financeira que executa Respondentes Frequência %

Proprietário 10 76,92

Escritório de contabilidade 3 23,08

Funcionário 0 0

Outros 0 0

Não possuem gestão 0 0

Total 13 100%

Fonte: Autor
As funções da gestão financeira das empresas estudadas foram concretizados na se-
guinte forma: 10 dessas empresas são executadas por seus proprietários e apenas 3 por escri-
tórios de contabilidade. Por se tratarem de microempresas, grande maioria são geridas por
seus proprietários esse pode ser um dos fatos que as microempresas não conseguem chegar ao
crescimento mercado esperado, pois nem sempre os gestores/proprietários possui uma visão
correta do que se fazer e como se fazer ou muitos não conseguem executar a gestão financeira
de uma forma correta e eficaz.

A tabela 5 apresenta as práticas financeiras aplicadas pela a gestão das empresas.

Tabela 5 – Práticas financeiras aplicadas pela a gestão.

Praticas financeiras Respondentes Frequência %

Controle financeiro 5 38,46

Planejamento financeiro 4 30,77

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Tabela 5 (Continuação) – Práticas financeiras aplicadas pela a gestão.

Praticas financeiras Respondentes Frequencia

Orçamento financeiro 4 30,77

Fluxo de caixa 0 0

Nenhum

Total 13 100%

Fonte: Autor
Em análise aos dados respondidos nas empresas pesquisadas, observa-se que o con-
trole financeiro é efetuado por 5 dessas empresas, e o planejamento e orçamento financeiro
por 4 cada um. Compreende-se então, que das práticas financeiras aplicadas pelos os gestores,
apesar da imaturidade encontrada em grande parte das empresas pesquisadas por não encon-
trar-se em seu pleno estado de desenvolvimento, percebe-se que essas utilizam ferramentas
financeiras adequadas para o controle e desenvolvimento financeiro de sua organização, faci-
litando assim a análise com dados reais, proporcionando aos gestores estarem sempre à frente
de prováveis problemas financeiros que possam surgir de surpresa.

A tabela 6 apresenta a periodicidade aplicada pelas gestões para análise financeira.

Tabela 6 – Periocidade aplicada pela gestão para análise financeira

Periocidade X analise financeira Respondentes Frequência %

Mensal 10 77

Trimestral 0 0

Bimestral 0 0

Semestral 2 15

Anual 1 8

Total 13 100%

Fonte: Autor
Em relação a periodicidade aplicada a gestão para análise financeira, 10 aplicam men-
salmente essas informações, 2 semestral e apenas 1 anualmente. No período bimestral e tri-
mestral nenhuma tipo análise é efetuado. Cada organização configura seus controles sejam
eles financeiros ou comerciais, de acordo a disponibilidade de seus dados.

A tabela 7 apresenta as principais limitações identificadas pelos entrevistados na apli-


cação dos processos da gestão financeira;

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Tabela 7– Principais limitações do processo de gestão

Limitações aos processos da Respondentes Frequência %


gestão

Falta de recursos financeiros 5 38

Planejamento financeiro 2 15

Barreiras internas 4 31

Falta de apoio 2 15

Outro, qual? 0 0

Total 13 100%

Fonte: Autor
Sobre as principais limitações que os gestores identificam durante o processo da ges-
tão financeira dentro da empresa, 5 assinalaram falta de recursos financeiros, 2 planejamento
financeiro, 4 barreiras internas, 2 falta de apoio da equipe/direção. Desta maneira, percebe-se
que apesar da grande maioria realizar a análise financeira em suas organizações, elas passam
por algumas limitações, como a falta de apoio entre equipe e direção onde este pode ser corri-
gido através de melhorias na comunicação empresarial.

A tabela 8 apresenta a avaliação de investimentos a serem realizados dentre das orga-


nizações em relação a disponibilidade de recurso, viabilidade, e ao custo x benefícios.

Tabela 8– Avaliação de investimentos a serem realizados (Recurso/ viabilidade/ custo x benefícios)

Investimentos a serem Respondentes Frequência %


realizados

Excelente 0 0

Bom 11 85

Ruim 2 15

Total 13 100%

Fonte: Autor
E nenhum respondeu que era excelente em relação ao recurso, viabilidade e ao custo X
benefícios. Apesar das dificuldades que as empresas encontram em decorrência das limitações
financeiras e pela falta de recursos financeiros, grande maioria avalia o seu próprio negócio
como um investimento de bom retorno. Analisa-se o comportamento financeiro das empresas
por meio da falta de ferramentas automatizadas como softwares, tornando difícil para a gestão
uma tomada de decisão mais rápida e eficiente

5. Conclusão
A gestão financeira é de fundamental importância para as empresas, principalmente
para aquelas que participam de um mercado globalizado, cuja concorrência determina as re-

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gras de sua gestão, transformando-se em um diferencial de competitividade e continuado
crescimento. É através deste contexto que se fez necessário um multiestudo na cidade de Ce-
dro - CE, por possuir uma concentração de microempresas na cidade. O comprometimento
financeiro mensal consome parte do ativo da empresa, às vezes, maior que o orçado, tornando
impossível se manter de portas abertas, sujeitando muitas empresas encerrarem as suas ativi-
dades.

Quase todos os dias surgem novas microempresas, atuando em variados segmentos,


querendo compor uma parte do atual mercado, trazendo ideias e soluções inovadoras. O em-
preendedor com a pressa de abrir o seu negócio muitas vezes procura o método mais rápido e
menos burocrático, e consequentemente menos seguro e eficiente, resultando em desperdício
de tempo e problemas administrativos e financeiros. Uma das características que se pode ex-
trair do perfil do gestor financeiro é que por não possuírem ou frequentarem um curso superi-
or, que lhes forneça maior nível de conhecimento acerca de finanças, esses não se sente obri-
gados a obter conhecimentos sobre esta área, uma vez que, grande parte são proprietários e
gestores de seus próprios investimentos.

Tendo em vista este estudo, enquanto acadêmica, esta pesquisa teve o propósito de
colaborar com a sociedade no sentido de informar e orientar as microempresas da importância
de uma gestão financeira na execução do planejamento e controle orçamentário nas empresas,
trazendo benefícios e segurança nos investimentos futuros, sejam eles em ativo imobilizado
ou dividendos.

Diante do exposto, se pretende realizar futuras pesquisas, estudar as microempresas


em seus períodos de englobamento, auxiliando no entendimento do processo de sua gestão
orçamentária. Enfatizando a sua importância na utilização de um planejamento futuro, com
redução de custos e maximização de lucros, com a obtenção de capital de giro disponível no
momento planejado.

6. Referências
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