18 BRUMÁRIO DE LUÍS BONPARTE

O método de compreensão da sociedade de Marx, o materialismo histórico (que

eu expliquei direitinho em outro post) tem sua aplicabilidade vista perfeitamente em o
18 brumário. Nesta obra, Marx mostra que o seu materialismo é uma soma de questões
históricas e principalmente de relações materiais de produção. A obra analisa a eleição
de Bonaparte em 1848 até o golpe de estado do mesmo, em 1851.
A França estava em uma monarquia absoluta, enfraquecida economicamente,
insatisfeitos, os burgueses questionam o regime e decidem por apoiar Bonaparte. A
burguesia buscava pelo poder politico, o poder econômico. E Marx apresenta com base
neste momento histórico, como o antagonismo e a luta de classes proporcionam a
compreensão do processo histórico e como a construção da historia é responsabilidade
das massas.
Vejamos nas palavras de Marx: Os homens fazem sua própria historia, mas não
a fazem como querem, não a fazem sob circunstancias das suas escolhas e sim sob
aquelas que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado.
Ponto importante que mostra Marx, é a manipulação das classes. Exemplifica
analisando a insurreição de junho, aonde a classe operaria em luta armada é aniquilada
politicamente junto com os pequenos burgueses; neste momento a alta burguesia
republicana, que ansiava pelo retorno da monarquia, detém o domínio do estado, até o
momento da eleição de Bonaparte. Mas a burguesia era heterogênea, e por isso
Bonaparte conseguiu enfraquecer o estado representativo e por meio de golpe de estado
dar inicio ao que conhecemos como Bonapartismo.
O Bonapartismo é caracterizado inicialmente, segundo Marx, como um império,
uma ditadura, onde está tudo centralizado nesta mesma pessoa. Ainda assim era o
governo em prol de uma classe, a burguesia financeira. Além disto, proporcionou o
crescimento da indústria e da burguesia, e criou um sentimento nacionalista ao qual
denominamos de chauvinismo, que posteriormente foi uma das razões do fim do
Bonapartismo.