Goiânia
2015
Igor Lopes Mota
Goiânia
2015
Ficha catalográfica elaborada automaticamente
com os dados fornecidos pelo(a) autor(a), sob orientação do Sibi/UFG.
Aos professores Igor Kopcak e Antônio César Baleeiro Alves pela orientação,
incentivo, amizade e bons exemplos dedicados neste período.
Figura 2.1: Diagrama unifilar de proteção para conexão de Gerador Síncrono ao sistema de BT da
CELG................................................................................................................................................23
Figura 2.2: Diagrama unifilar de proteção para conexão de gerador síncrono em MT na CELG .........24
Figura 2.3: Diagrama unifilar de proteção para conexão de gerador síncrono em MT na CEMIG .......25
Figura 2.4: Diagrama unifilar de proteção para conexão de gerador síncrono em MT na COPEL.......25
Figura 2.5: Aumento da corrente de curto-circuito devido a presença de GD .....................................29
Figura 2.6: Perda de Coordenação e Seletividade na Distribuição devido a presença de GD -
Alimentadores ...................................................................................................................................30
Figura 2.7: Alimentador com a presença de GD ................................................................................34
Figura 2.8: Diferença de potencial entre a rede da concessionária e a GD em um pré-religamento ...34
Figura 2.9: Forma de onda da corrente do gerador após um religamento fora de fase .......................35
Figura 2.10: Conjugado eletromagnético no gerador após um religamento fora de fase .....................36
Figura 2.11: Zonas de Proteção de Distância da PCH Ilha da Luz no sistema Escelsa – Espírito Santo
.........................................................................................................................................................42
Figura 2.12: Perfil de tensão de uma GD durante o ilhamento da CGH Capitão Mor .........................43
Figura 2.13: Ligação dos TPs para medição da tensão 3V0 para o relé 59N .....................................44
Figura 2.14: Comportamento do relé de frequência ...........................................................................46
Figura 2.15: Circuito equivalente de um gerador síncrono em paralelo com a rede ............................49
Figura 2.16: Fasores de Tensão do Gerador: (a) antes do ilhamento; (b) após o ilhamento ...............49
Figura 2.17: Comportamento do relé de salto de vetor ajustado em 10° ............................................51
Figura 2.18: Característica da Proteção Direcional de Potência Reativa – ANSI 32Q.........................52
Figura 2.19: Proteção e seletividade auxiliada pela tecnologia IEC 61850 .........................................57
Figura 3.1: Bloco do gerador síncrono utilizado nas simulações – Synchronous Machine ..................61
Figura 3.2: Bloco do controle de excitação utilizado nas simulações – IEEE type DC1A do
SimPowerSystems ............................................................................................................................61
Figura 3.3: Bloco do transformador de potência utilizado nas simulações – Three-Phase Transformer
(Two Windings) do SimPowerSystems ..............................................................................................62
Figura 3.4: Bloco de carga estática utilizado nas simulações – Three-Phase Dynamic Load do
SimPowerSystems ............................................................................................................................63
Figura 3.5: Bloco da linha de distribuição utilizado nas simulações – Three-Phase Pi Section Line do
SimPowerSystems ............................................................................................................................64
Figura 3.6: Modelo do relé de salto de vetor – ANSI 78 .....................................................................65
Figura 3.7: Modelo do relé direcional de potência reativa – ANSI 32Q ...............................................66
Figura 3.8: Modelo do relé de sobre e sub frequência – ANSI 81 o/u .................................................66
Figura 3.9: Modelo do relé de taxa de variação de frequência – df/dt.................................................67
Figura 4.1: Caso 1 - GD de 2,25 MVA conectado em 13,8 kV............................................................70
Figura 4.2: Caso 1 - Sistema de Proteção da GD 2,25 MVA conectada em 13,8 kV ..........................71
Figura 4.3: Caso 1 - Tempo de atuação da proteção de sobrefrequência versus ΔP: carga tipo
impedância constante com excesso de geração (PG > PC) ................................................................73
Figura 4.4: Caso 1 - Tempo de atuação da proteção de sobrefrequência versus ΔP: carga tipo
impedância constante com déficit de geração (PG < PC) ....................................................................74
Figura 4.5: Comportamento da frequência em ilhamentos com excesso e déficit de geração para cargas
com fator de potência 0,92 indutivo e 1 .............................................................................................75
Figura 4.6: Caso 1 - Tempo de atuação da proteção ROCOF versus ΔP: carga tipo impedância
constante com excesso de geração (PG > PC)....................................................................................76
Figura 4.7: Caso 1 - Tempo de atuação da proteção ROCOF versus ΔP: carga tipo impedância
constante com déficit de geração (PG < PC) .......................................................................................77
Figura 4.8: Caso 1 - Tempo de atuação da proteção de salto de vetor versus ΔP: carga tipo impedância
constante com excesso de geração (PG > PC) ...................................................................................78
Figura 4.9: Caso 1 - Tempo de atuação da proteção de salto de vetor versus ΔP: carga tipo impedância
constante com déficit de geração (PG < PC) .......................................................................................78
Figura 4.10: Caso 1 - Tempo de atuação da proteção direcional de potência reativa versus ΔP: carga
tipo impedância constante e fator de potência 0,92 indutivo ..............................................................79
Figura 4.11: Caso 1 - Tempo de atuação do sistema de proteção considerando a sobreposição das
funções 81 o/u, ROCOF, 78 e 32Q versus ΔP: carga tipo impedância constante ..............................81
Figura 4.12: Caso 2 - GD de 9,125 MVA conectado em 34,5 kV ........................................................83
Figura 4.13: Caso 2 - Sistema de Proteção da GD 9,125 MVA conectada em 34,5kV........................85
Figura 4.14: Caso 2 - Tempo de atuação da proteção ANSI 81 o/u versus ΔP: carga tipo impedância
constante com excesso de geração (PG > PC) ...................................................................................87
Figura 4.15: Caso 2 - Tempo de atuação da proteção ANSI 81 o/u versus ΔP: carga tipo impedância
constante com déficit de geração (PG < PC) .......................................................................................88
Figura 4.16: Caso 2 - Tempo de atuação da proteção ROCOF versus ΔP: carga tipo impedância
constante com excesso de geração (PG > PC) ...................................................................................89
Figura 4.17: Caso 2 - Tempo de atuação da proteção ROCOF versus ΔP: carga tipo impedância
constante com déficit de geração (PG < PC) .......................................................................................89
Figura 4.18: Caso 2 - Tempo de atuação da proteção salto de vetor versus ΔP: carga tipo impedância
constante com excesso de geração (PG > PC) ...................................................................................90
Figura 4.19: Caso 2 - Tempo de atuação da proteção salto de vetor versus ΔP: carga tipo impedância
constante com déficit de geração (PG < PC) .......................................................................................91
Figura 4.20: Caso 2 - Tempo de atuação da proteção ANSI 32Q versus ΔP: carga tipo impedância
constante ..........................................................................................................................................92
Figura 4.21: Caso 2 - Tempo de atuação do sistema de proteção considerando a sobreposição das
funções 81 o/u, ROCOF, 78 e 32Q versus ΔP: carga tipo impedância constante ..............................94
Figura 4.22: Caso 3 - GD de 22,5 MVA conectado em 88 kV.............................................................96
Figura 4.23: Caso 3 - Sistema de Proteção da GD 22,5 MVA conectada em 88 kV ...........................97
Figura 4.24: Caso 3 - Tempo de atuação da proteção ANSI 81 o/u versus ΔP: carga tipo impedância
constante com excesso de geração (PG > PC) ...................................................................................99
Figura 4.25: Caso 3 - Tempo de atuação da proteção ANSI 81 o/u versus ΔP: carga tipo impedância
constante com déficit de geração (PG < PC) .......................................................................................99
Figura 4.26: Caso 3 - Tempo de atuação da proteção ROCOF versus ΔP: carga tipo impedância
constante com excesso de geração (PG > PC) .................................................................................100
Figura 4.27: Caso 3 - Tempo de atuação da proteção ROCOF versus ΔP: carga tipo impedância
constante com déficit de geração (PG < PC) .....................................................................................101
Figura 4.28: Caso 3 - Tempo de atuação da proteção salto de vetor versus ΔP: carga tipo impedância
constante com excesso de geração (PG > PC) .................................................................................102
Figura 4.29: Caso 3 - Tempo de atuação da proteção salto de vetor versus ΔP: carga tipo impedância
constante com déficit de geração (PG < PC) .....................................................................................102
Figura 4.30: Caso 3 - Tempo de atuação da proteção ANSI 32Q versus ΔP: carga tipo impedância
constante ........................................................................................................................................104
Figura 4.31: Caso 3 - Tempo de atuação do sistema de proteção completo versus ΔP: carga tipo
impedância constante e fator de potência 1 e 0,92 ..........................................................................106
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1: Requisitos mínimos de proteção em função da potência instalada previstos pelo Módulo 3
do PRODIST .....................................................................................................................................22
Tabela 2.2: Funções exigidas pela ANEEL (Módulo 3 - PRODIST), IEEE (IEEE Std 1547), CEMIG,
CELG e COPEL ................................................................................................................................26
Tabela 2.3: Recomendações de ajustes das proteções das concessionárias CELG, CEMIG e COPEL
.........................................................................................................................................................27
Tabela 4.1: Caso 1 - Dados do Gerador ............................................................................................70
Tabela 4.2: Caso 1 - Ajustes de Proteção.........................................................................................72
Tabela 4.3: Limites de desbalanços de potência para detecção de ilhamento em 500 ms pela proteção
de frequência ANSI 81 o/u ................................................................................................................72
Tabela 4.4: Caso 1 - Limites de desbalanços de potência para detecção de ilhamento em 500 ms pela
proteção df/dt ....................................................................................................................................75
Tabela 4.5: Caso 1 - Limites de desbalanços de potência para detecção de ilhamento em 500 ms pela
proteção de salto de vetor .................................................................................................................77
Tabela 4.6: Caso 1 – Ajustes de proteção finais ................................................................................80
Tabela 4.7: Caso 1: Limites de desbalanços de potência para detecção de ilhamento em 500 ms pelo
sistema de proteção ..........................................................................................................................81
Tabela 4.8: Caso 2 - Dados do Gerador de 9,125 MVA ....................................................................84
Tabela 4.9: Caso 2 - Ajustes de proteção definidos ...........................................................................86
Tabela 4.10: Caso 2 - Limites de desbalanços de potência para detecção de ilhamento em 500 ms pela
proteção de frequência ANSI 81 o/u ..................................................................................................87
Tabela 4.11: Limites de desbalanços de potência para detecção de ilhamento em 500 ms pela proteção
df/dt ..................................................................................................................................................88
Tabela 4.12: Caso 2 - Limites de desbalanços de potência para detecção de ilhamento em 500 ms pela
proteção salto de vetor ......................................................................................................................90
Tabela 4.13: Caso 2 - Ajustes de proteção definidos ........................................................................93
Tabela 4.14: Caso 2 - Limites de desbalanços de potência para detecção de ilhamento em 500 ms pelo
sistema de proteção completo...........................................................................................................93
Tabela 4.15: Caso 3 - Dados do Gerador de 22,5 MVA ....................................................................96
Tabela 4.16: Caso 3 - Ajustes de Proteção.......................................................................................98
Tabela 4.17: Caso 3 - Limites de desbalanços de potência para detecção de ilhamento em 500 ms pela
proteção de frequência ANSI 81 o/u ..................................................................................................98
Tabela 4.18: Caso 3 - Limites de desbalanços de potência para detecção de ilhamento em 500 ms pela
proteção df/dt ..................................................................................................................................100
Tabela 4.19: Caso 3 - Limites de desbalanços de potência para detecção de ilhamento em 500 ms pela
proteção salto de vetor ....................................................................................................................101
Tabela 4.20: Caso 3 - Limites de desbalanços de potência para detecção de ilhamento em 500 ms pela
proteção direcional de potência reativa com excesso de geração ....................................................103
Tabela 4.21: Caso 3 - Ajustes de proteção definidos ......................................................................105
Tabela 4.22: Caso 3 - Limites de desbalanços de potência para detecção de ilhamento em 500 ms pelo
sistema de proteção completo.........................................................................................................105
Capítulo 1 Introdução
detecção de ilhamentos por meio das técnicas locais e passivas, ainda há outras
alternativas para que se possa viabilizar a conexão da GD de forma confiável.
Esta dissertação de mestrado está organizada da seguinte maneira:
2.1. Introdução
Tabela 2.1: Requisitos mínimos de proteção em função da potência instalada previstos pelo Módulo 3
do PRODIST
Potência Instalada
Equipamento
Até 100 kW 101 kW a 500 kW >500 kW
Elemento de desconexão Sim Sim Sim
Elemento de interrupção Sim Sim Sim
Transformador de acoplamento Não Sim Sim
Proteção de sub e sobretensão Sim Sim Sim
Proteção de sub e sobrefrequência Sim Sim Sim
Proteção contra desequilíbrio de corrente Não Não Sim
Proteção contra desbalanço de tensão Não Não Sim
Sobrecorrente direcional Não Não Sim
Sobrecorrente com restrição de tensão Não Não Sim
Relé de sincronismo Sim Sim Sim
Anti-Ilhamento Sim Sim Sim
Estudo de curto-circuito Não Sim Sim
Medição Bidirecional 4 Quadrantes 4 Quadrantes
Ensaios Sim Sim Sim
Fonte: (ANEEL, 2012)
23
Figura 2.1: Diagrama unifilar de proteção para conexão de Gerador Síncrono ao sistema de BT da
CELG
Rede de Distribuição
Painel de Proteção
3xTC 50/ 50/
51 51N
81u 81o 27 59 78
3xTP
25
1xTP
Gerador
Síncro no
Figura 2.2: Diagrama unifilar de proteção para conexão de gerador síncrono em MT na CELG
Rede de Distribuição
Painel de Proteção
50/ 50/
3xTC 51 51N
81u 81o 27 59 78
3xTP
25
1xTP
Gerador
Síncro no
Fonte: (CELG, 2012)
Figura 2.3: Diagrama unifilar de proteção para conexão de gerador síncrono em MT na CEMIG
Rede de Distribuição
Painel de Proteção
50/ 50/
3xTC 51 51N
81u 81o 27 59
3xTP
25
1xTP
Gerador
Síncrono
Fonte: (CEMIG, 2013)
Figura 2.4: Diagrama unifilar de proteção para conexão de gerador síncrono em MT na COPEL
Rede de Distribuição
3xTP
Trafo de
Potência
50/ 50/
3xTC 51 51N 37 46 59N
81
81u 81o dfdt 27 59 78
3xTP
25
Gerador
Síncrono
Fonte: (COPEL, 2013)
26
Tabela 2.2: Funções exigidas pela ANEEL (Módulo 3 - PRODIST), IEEE (IEEE Std 1547), CEMIG,
CELG e COPEL
Normas
Funções de proteção exigidas Módulo 3
IEEE 1547 CEMIG CELG COPEL
PRODIST
Subtensão (27) x x x x x
Sobretensão (59) x x x x x
Sobretensão de neutro (59N) x x x
Frequência (81 o/u) x x x x x
Salto de Vetor (78) x x
ROCOF (df/dt) x
Sobrecorrente direcional (67) x x x* x*
Sobrecorrente direcional de neutro (67N) x x x* x*
Sobrecorrente (50/51) x x x x*
Sobrecorrente com restrição de tensão (51V) x x x*
Sincronismo (25) x x x x
Direcional potência reativa (32Q)
Direcional potência ativa (32P) x x*
Desbalanço de corrente de seq. negativa (46+37) x x x*
* Exigidas somente para conexão em média tensão
Estas normas ainda citam ajustes para as funções de proteção, para servir de
referência, como pode ser observado na Tabela 2.3, porém, alguns destes ajustes
podem não satisfazer a condição de isolar a GD antes do primeiro ciclo de religamento
do alimentador acessado, sob pena de provocar danos aos geradores, transitórios de
tensão e sobrecorrentes (Willinston e Finney, 2011). Como os ajustes da função de
religamento automático não são padronizados entre as concessionárias, é possível
afirmar que não se deve seguir ajustes típicos ou de referência e sim realizar
simulações e definir caso a caso o melhor ajuste.
27
Tabela 2.3: Recomendações de ajustes das proteções das concessionárias CELG, CEMIG e COPEL
Ajustes das Funções de Proteção
Código CELG CEMIG COPEL
Descrição dos Relés
ANSI Ajuste Tempo Ajuste Tempo Ajuste Tempo
27 Subtensão 0,80 pu 5s 0,80 pu 5s 0,70 pu 2s
59 Sobretensão 1,10 pu 5s 1,10 pu 5s 1,10 pu 10 s
50 Sobrecorrente instantâneo
Conforme Seletividade
51 Sobrecorrente temporizado
81 o Sobrefrequência 60,5 Hz 5s 60,5 Hz 5s 62/66 Hz 30 s/Inst.
81 u Subfrequência 59,5 Hz 5s 59,5 Hz 5s 58,5/56,5 Hz 10 s/Inst.
Fonte: Adaptado de (CELG, 2012); (COPEL, 2013); (CEMIG, 2012); (CEMIG, 2013)
ALx
Subestação
IS IS IS+IGD
AL1 IGD
Elo 52-GD Elo
IS+IGD
Carga 1 GD Carga 2
Fonte: Próprio autor
ALx
Subestação
IS IGD
AL1 IGD
Elo 52-GD Elo
Carga 1 GD Carga 2
Fonte: Próprio autor
Para geração distribuída, cujo objetivo é gerar kWh por meio de novas fontes de
energia renovável, considerações a respeito de estabilidade transitória tendem a não
ter grande importância. Se ocorrer uma falta em algum ponto da rede de distribuição,
a proteção do alimentador isola a concessionária e a GD tende a uma sobrevelocidade
(aceleração da máquina e sobrefrequência) e um TRIP pode ser inevitável. Tudo que
se perde é um pequeno período de geração da GD, definido pelo tempo de
restabelecimento de energia por parte da concessionária local (Jenkins at al., 2000).
Na maioria dos casos, nas instalações de GD também existem cargas.
Dependendo da criticidade do processo que estas cargas estão inseridas, por
exemplo um sistema de vapor e caldeira, mais cuidado é necessário para tentar
assegurar que o gerador não dispare para faltas externas, em redes remotas. Porém,
como a inércia de geradores síncronos distribuídos é normalmente baixa (Jenkins at
al., 2000), pode não ser possível garantir a estabilidade para todas as faltas na rede
de distribuição, mesmo para os casos de cargas próprias da GD de alta criticidade
onde se almeje a manutenção do gerador em operação para suprimento das cargas
internas após a abertura de seu disjuntor.
Um incômodo para a estabilidade é o TRIP de relés ROCOF (Rate of Change of
Frequency), que são ajustados sensivelmente para detectar ilhamentos, mas, em um
evento de maior perturbação, como a perda de uma fonte importante do sistema a
montante, pode ter uma falsa operação. O efeito disso é a piora da frequência do
sistema que já havia sido impactada pela própria perturbação (Jenkins et al., 2000).
Religador
XEPS Xalimentador XDGTX XDG
1,8
1,6
1,4
1,2
|VBKR| (pu)
0,8
0,68 pu
0,6
0,4
0,2
40,3°
0
0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360
δ (°)
Figura 2.9: Forma de onda da corrente do gerador após um religamento fora de fase
acontece para uma defasagem de 120°, enquanto que para 180° ocorre a máxima
corrente de inrush (Willinston e Finney, 2011). Em Vieira (2006), os esforços torcionais
alcançaram valores superiores a 5 pu, conforme Figura 2.10, o que confirma que o
religamento fora de fase é extremamente danoso ao gerador podendo levar à ruptura
do eixo mecânico da máquina.
geração (Vieira, 2006). Em IEEE Std 1547 (2008) é sugerido um esquema de proteção
anti-ilhamento baseado em técnicas remotas, para os casos onde a carga mínima do
alimentador for menor que duas (2) vezes a potência da GD, em alguns casos, até um
terço desta potência. São exemplos de técnicas remotas as tecnológicas SCADA
(Supervisory Control and Data Acquisition), PLCC (Power Line Carrier
Communication) e redes de comunicação entre os dispositivos.
As técnicas de detecção de ilhamento locais utilizam medidas de tensão e
corrente no ponto de interconexão do gerador distribuído. Estas técnicas são divididas
em técnicas passivas e ativas. Vieira (2006) afirma que as técnicas passivas mais
difundidas são baseadas nas medições de frequência e tensão, em que, se houver
grandes variações nestas grandezas, um ilhamento pode ter ocorrido. A aplicação de
técnicas passivas é bastante atrativa, de uma maneira geral, visto que requerem baixo
investimento e são de fácil instalação. Como desvantagem, seu desempenho é
prejudicado quando houver pequenas diferenças entre a geração e a carga da ilha.
As técnicas ativas utilizam de injeção de sinais na rede elétrica que provocam
pequenos distúrbios no sistema elétrico, cujo comportamento se diferenciará quando
a operação estiver interligada e sincronizada com a concessionária de quando houver
um ilhamento.
Neste trabalho serão discutidas as várias formas de detecção de ilhamento pelas
técnicas locais passivas, destacando-se as funções baseadas nas medições de
tensão, frequência e potência reativa exportada pelo gerador distribuído. Os estudos
aqui desenvolvidos visam analisar a eficácia de cada uma destas proteções no
aspecto da detecção de ilhamento dentro de limites pré-estabelecidos junto a
concessionária de energia acessada. A combinação de várias funções de proteção na
mesma unidade GD é um dos objetivos deste trabalho, que visa o complemento da
eficácia de várias funções e na análise dos melhores ajustes, destacando-se que não
se objetiva desenvolver novos métodos de detecção de ilhamento, mas sim, analisar
a eficácia e a segurança que as técnicas disponíveis podem trazer para o
empreendimento.
Entre as funções existentes, serão analisadas a proteção de sub e
sobrefrequência (ANSI 81), taxa de variação de frequência (df/dt ou ROCOF), salto
de vetor (ANSI 78), direcional de potência reativa (ANSI 32Q). Estas funções de
proteção devem garantir a detecção de ilhamento, independente das condições do
39
Sendo:
t o tempo de operação do relé;
α e β as constantes que definem o tipo de curva;
DT o multiplicador de tempo ou dial;
I a corrente instantânea do sistema;
Ip a corrente de partida ou pickup da proteção.
De acordo com a norma IEC 60255-151 (IEC, 2009), as curvas disponíveis são:
Normal Inversa (NI – α = 0,14 e β = 0,02);
Muito Inversa (MI – α = 13,5 e β = 1);
Extremamente Inversa (EI – α = 80 e β = 2);
Tempo Longo Inversa (TLI – α = 120 e β = 1);
Tempo Definido (TD).
Figura 2.11: Zonas de Proteção de Distância da PCH Ilha da Luz no sistema Escelsa – Espírito Santo
mais fácil será a detecção do ilhamento. Para os casos onde houver um equilíbrio de
potências, a proteção de subtensão terá pouca utilidade (Mota et al., 2014).
Um exemplo real de aplicação da proteção de subtensão para a detecção do
ilhamento de uma GD é apresentado em Mota et al. (2014), que retrata o caso da
CGH Capitão Mor de 300 kVA conectada em 13,8 kV no sistema Elektro, estado de
São Paulo, cidade de Arapeí. Devido a potência do gerador (300 kVA) ser muito
inferior à carga mínima do alimentador (4 MVA), conforme mostram os gráficos da
Figura 2.12, quando ocorre um ilhamento no instante 1 s, a GD não consegue manter
a tensão do sistema próxima de 1 pu, ao contrário, a tensão sofre um colapso
afundando a níveis de 15% da tensão nominal.
Figura 2.12: Perfil de tensão de uma GD durante o ilhamento da CGH Capitão Mor
Figura 2.13: Ligação dos TPs para medição da tensão 3V0 para o relé 59N
Transformador Elevador
3V0 = Va + Vb + Vc Gerador
59N Síncrono
Relé de
Sobretensão de Neutro
A tensão 3V0, que é a grandeza que define a atuação desta proteção, se mantém
em valores próximos de zero em condições de carga, mesmo que a fonte seja delta.
Para o caso de uma falta a terra, enquanto o alimentador ainda está energizado pela
fonte da concessionária, a tensão da fase com defeito vai a zero (ou valor superior
dependendo da impedância de falta) e a tensão 3V0 nos terminais da GD conectada
em delta pode atingir 1 pu. Após a abertura da proteção do alimentador e o ilhamento
da GD conectada em delta, a tensão das fases sãs pode alcançar 1,732 vezes a
tensão nominal e a tensão 3V0 pode atingir 3 pu, conforme demonstrado em
Behnrendt (2002).
O valor da tensão 3V0 determina se existe ou não um ilhamento durante uma
falta para terra quando a GD é conectada em delta. Como alternativa de ajuste para
45
proteção contra falta a terra, define-se o pickup a proteção 59N em um valor inferior a
1 pu e com um tempo de atuação que deve respeitar a coordenação e a seletividade
do sistema. Para valores de 3V0 acima de 1 pu, onde se caracteriza o ilhamento,
ajusta-se a proteção 59N entre 1 e 3 pu com atuação instantânea, pois já se tem a
certeza que se trata de um ilhamento e nenhuma análise de seletividade precisa ser
realizada, somente o isolamento da GD (Behnrendt, 2002).
A solução apresentada em (Behnrendt, 2002) somente contempla a detecção de
ilhamento para os casos de falta permanente à terra. Para ilhamentos intencionais, ou
seja, sem a existência de falta, a proteção 59N não terá nenhuma utilidade, restando
para as proteções passivas derivadas da tensão e frequência a função de detectar o
ilhamento.
f . ∆P (2.3)
f = .t+f
2H
46
0,5 Hz / 100ms
900 1 Hz / 100ms
Tempo de Detecção de Ilhamento do relé 81 o/u (ms)
1,5 Hz / 100ms
2 Hz / 100 ms
800 3 Hz / 100 ms
Limite
700
600
500
400
300
200
Sendo:
ΔP o desbalanço de potência ativa em pu;
Pgerador a potência nominal do gerador em pu;
fo a frequência da rede;
H a constante de inércia do gerador em MWs/MVA;
2009). No Reino Unido, o ajuste típico para o relé ROCOF está entre 0,1 e 1 Hz/s com
tempo de operação de 0,2 a 0,5 s (Jenkins et al., 2000). Porém, para cada caso de
conexão de geração distribuída, devem ser analisadas e simuladas as condições
máximas e mínimas de desbalanços de potência ativa e tipo de cargas para obter as
taxas de variação de frequência reais.
Para reduzir as chances de ocorrência de falsa atuação, o relé ROCOF deverá
ser bloqueado para subtensões provocadas por curtos-circuitos. Para se determinar o
ajuste de tensão para bloqueio do relé ROCOF, simulações devem ser realizadas para
se obter os valores de subtensão devido a grandes déficits de geração e valores de
subtensão para curtos-circuitos no sistema, inclusive em alimentadores adjacentes.
Esta lógica de bloqueio aumenta a confiabilidade do relé ROCOF, evitando atuações
indevidas (Afonso et al., 2005).
ΔV=I1.jXd I1 I2
VSR SIS
Ef VT Carga Sistema
Local
Figura 2.16: Fasores de Tensão do Gerador: (a) antes do ilhamento; (b) após o ilhamento
ΔV
ΔV’
Ef VT Ef
VT’
Δδ
δ
(a) (b)
Fonte: Adaptado de (Jenkins et al., 2000); (Freitas, Huang e Xu, 2005)
Reino Unido, os ajustes típicos para o relé de salto de vetor situam-se entre de 8 a
12°.
Para evitar atuações indesejáveis do relé Salto de Vetor durante a partida da
máquina ou em curtos-circuitos no sistema, há um bloqueio de atuação do relé por
subtensão ajustável (Jenkins et al., 2000; Freitas, Huang e Xu, 2005).
Em Freitas, Huang e Xu (2005), foram propostos equacionamentos para que o
relé de salto de vetor pudesse ser analisado e ajustado analiticamente, o que pode
ser feito pelas equações mostradas a seguir. Conhecendo-se o desbalanço de
potência (ΔP em pu) e o tempo para atuação do relé (t em segundos), o ajuste do relé
(α em radianos) pode ser calculado por (2.6). Caso se conheça o desbalanço de
potência (ΔP em pu) e o ajuste do relé (α em radianos), o tempo de atuação do relé
pode ser calculado por (2.7). Caso se conheça o ajuste do relé (α em radianos) e o
tempo para atuação do relé (t em segundos), o desbalanço de potência (ΔP em pu)
pode ser calculado por (2.8).
K 2. π
α= . 2. t − (2.6)
2 K. t + w
−2. w . K. (α − π) − D
t= (2.7)
2. K . (α − 2π)
2. H −2. π + w . (α − π) − D
∆P = . (2.8)
w 2. t . (α − 2π )
Sendo:
w0 a frequência nominal da rede em radianos
w . ∆P
K= (2.9)
2. H
D = 2. w . K. (α − π) − 4. K . (α − 2π). (w . α + 2π . K) (2.10)
Neste exemplo da Figura 2.17, com o mesmo ajuste, o relé detectou ilhamentos em
tempos inferiores a 500 ms para desbalanços a partir de 6,3%.
1000
H = 0,5 s
H=1s
900 H = 1,5 s
H=2s
Limite
Tempo de Detecção de Ilhamento do relé 78 (ms)
800
700
600
500
400
300
200
17,5%
23,4%
11,3%
6,3%
100
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
ΔP (pu)
Portanto, o relé de salto de vetor pode ser uma alternativa importante para
detecção de ilhamento, pois possui alta sensibilidade e deve ser considerado em
sistemas de proteção de GD, seja qual for sua capacidade de geração e tipo de
conexão, desde que a operação ilhada não seja permitida.
mais de uma fonte de energia elétrica, onde há risco de fechamento fora de fase. Na
geração distribuída, este relé é aplicado tanto na conexão da GD quanto no
alimentador de distribuição.
Na conexão da GD, o relé de verificação de sincronismo identifica, por meio de
medições de tensão de ambos os terminais do dispositivo seccionador, se há
condições de manobra segura com as fontes em fase, ou seja, com pequenos desvios
de módulo, ângulo e frequência. Há a possibilidade de se permitir a manobra quando
há tensão em somente um terminal ou ausência de tensão em ambos. Os relés de
proteção de mercado geralmente nomeiam os terminais como sendo “Linha” e “Barra”.
No alimentador de distribuição, o relé de verificação de sincronismo pode se
tornar fundamental quando há riscos de não detecção de ilhamentos por parte da GD
conectada. O religamento automático do alimentador fica condicionado a permissão
de manobra do relé de verificação de sincronismo entre a tensão da barra da
subestação de distribuição (a montante) e a tensão do circuito suprido por este
alimentador (a jusante) que possui uma GD conectada.
A segurança operativa do circuito alimentador com a presença de GD é muito
maior quando há o relé de verificação de sincronismo pois este relé impede qualquer
possibilidade de manobra com os circuitos fora de fase. O ponto negativo da aplicação
deste relé é o aumento da possibilidade de insucesso na tentativa de religamento, o
que piora os índices de disponibilidade da concessionária de energia elétrica que tem
seus tempos de desligamento aumentados.
mensagem GOOSE para a proteção da barra indicando uma falta com direcionalidade
reversa ou sem indicação de falta. A proteção da barra identifica que a falta é no
barramento e envia um sinal de disparo para todos os disjuntores.
TC
I ED
GOOSE
TC
F2
TP
I ED I ED I ED I ED
TC TC TC TC
F1
Capítulo 3 Metodologia
Figura 3.1: Bloco do gerador síncrono utilizado nas simulações – Synchronous Machine
Figura 3.2: Bloco do controle de excitação utilizado nas simulações – IEEE type DC1A do
SimPowerSystems
3.1.4. Transformador
Figura 3.3: Bloco do transformador de potência utilizado nas simulações – Three-Phase Transformer
(Two Windings) do SimPowerSystems
Dynamic Load, que foi aplicado neste trabalho, conforme Figura 3.4, sendo A, B e C
as entradas das fases da fonte de alimentação e m a saída das variáveis internas da
carga.
Os parâmetros deste modelo são os expoentes np e nq, conforme (3.1) e (3.2),
em que np e nq iguais a 0, 1 ou 2, representam as características potência constante,
corrente constante e impedância constante, respectivamente.
V
P=P. (3.1)
V
V
Q=Q . (3.2)
V
Figura 3.4: Bloco de carga estática utilizado nas simulações – Three-Phase Dynamic Load do
SimPowerSystems
Figura 3.5: Bloco da linha de distribuição utilizado nas simulações – Three-Phase Pi Section Line do
SimPowerSystems
O modelo do relé de salto de vetor utilizado nas simulações deste trabalho foi
criado utilizando os blocos funcionais disponíveis na biblioteca do SimPowerSystems
do MATLAB. O salto vetorial é detectado através da verificação da diferença entre
períodos de ciclos consecutivos de fase de tensão para a rede elétrica. Quando houver
65
uma diferença angular (salto) nos vetores de tensão acima do valor especificado no
ajuste da função de proteção é gerado um sinal de TRIP. O valor da diferença angular
entre dois ciclos consecutivos é calculado convertendo o tempo medido em graus na
base de 60 Hz. O modelo simplificado do relé salto de vetor está apresentado na
Figura 3.6.
α Vab c TRIP SV
Ajuste do relé ANSI 78
|Δδ| >
em graus TRIP
E t Salto de
Vetor
VFASE >
tset
VM ÍN Temporização
Tensão de Mínima
de Operação
Fonte: Próprio autor
Para este trabalho foi criado o modelo do relé direcional de potência reativa.
Trata-se de um relé relativamente simples, onde a potência reativa é medida na saída
do gerador síncrono. Se a potência medida for superior ao limite ajustado em QEXPORT
e se a direcionalidade foi no sentido exportação, ou seja, gerador fornecendo reativo
ao sistema, um sinal de TRIP é enviado para abertura do disjuntor, conforme Figura
3.7.
A polarização do relé 32Q é definida pela comparação angular da corrente e
tensão de saída do gerador síncrono. A direcionalidade será “exportação”, ou seja,
gerador fornecendo reativo ou fator de potência indutivo, quando o ângulo entre a
tensão e corrente foi inferior a 90°, caso contrário, a direcionalidade será “importação”,
ou seja, gerador consumindo reativo ou fator de potência capacitivo.
66
Vabc
QEXPORT TRIP 32Q
Ajuste do relé Iabc
ANSI 32Q
QMEDIDO >
em kVAr TRIP
E t
32Q
Direcionalidade
Exportação
tset
Temporização
Fonte: Próprio autor
VMÍN
Vab c TRIP RF
Ajuste do relé
ANSI 81 df/dt
f d >
em Hz dt TRIP
E t
ROCOF
VFASE >
tset
Temporização
VM ÍN
Tensão de Mínima
de Operação
Fonte: Próprio autor
A avaliação das funções de proteção propostas neste trabalho foi realizada por
meio de estudos de casos com características elétricas distintas. O primeiro estudo
de caso proposto apresenta um gerador síncrono com fonte hidráulica de uma PCH
conectado em 13,8 kV com potência de 3,5 MVA. O segundo estudo de caso avalia
um gerador com fonte a biomassa de uma usina de álcool e açúcar com potência de
9,125 MVA conectado em 34,5 kV. Já o terceiro de caso apresenta um gerador com
fonte a vapor produzida da queima de resíduos da fabricação do coque calcinado de
petróleo, com potência de 22 MVA conectado em 88 kV.
68
3.3. Simulação
GD - PCH
2,25 MVA
4,16 kV
Fonte: Próprio autor
±80% à GD, que atende perfeitamente aos objetivos deste trabalho de analisar o
desempenho dos relés de proteção anti-ilhamento. O ilhamento foi provocado pela
abertura do disjuntor 52-S1 no instante 0,1 s de um total de 1 s de simulação. O
gerador foi simulado considerando potência ativa nominal e potência reativa nula.
52-GD
81u 81o 27
3xTP
df/ 78 59N
dt
3xTC 32Q 59
GD - PCH
2,25 MVA
4160 V
Fonte: Próprio autor
Tabela 4.3: Limites de desbalanços de potência para detecção de ilhamento em 500 ms pela
proteção de frequência ANSI 81 o/u
Limites de desbalanço de potência para detecção de ilhamento
FP da Ajuste em ± 1 Hz Ajuste em ± 1,5 Hz Ajuste em ± 2 Hz
carga PG > PC PG < PC PG > PC PG < PC PG > PC PG < PC
0,92 12,35% 19,97% 19,2% 29% 26,44% 37,98%
1,00 16,47% 11,58% 22,88% 18,64% 29,36% 25,98%
Quando ocorre um ilhamento com excesso de geração (PG > PC), o fator de
potência mais indutivo das cargas provoca uma maior queda de tensão na rede de
distribuição, logo, a tensão na carga (V) vai ser menor do que a tensão pré-ilhamento
(V0), consequentemente, a potência absorvida pela carga (PC) vai ser menor do que a
potência pré-ilhamento (P0) numa proporção ao quadrado da variação da tensão (V),
conforme (3.1) e (3.2). Logo, o desbalanço de potência vai ser maior do que o nominal.
Portanto, à medida que o fator de potência das cargas se torna mais indutivo, o
desbalanço de potência e a aceleração da máquina aumentam, fazendo o relé de
73
frequência ter uma detecção mais eficiente para FP mais indutivo, como pode ser
observado na Figura 4.3.
Figura 4.3: Caso 1 - Tempo de atuação da proteção de sobrefrequência versus ΔP: carga tipo
impedância constante com excesso de geração (PG > PC)
Quando ocorre um ilhamento com déficit de geração (PG < PC), o desempenho
do relé de frequência é o contrário do caso com excesso de geração, piora à medida
que o fator de potência se torna mais indutivo. Isso ocorre porque a carga real (P) é
menor quando a tensão na rede (V) é menor, numa proporção ao quadrado da
variação da tensão (V), conforme (3.1) e (3.2). À medida que o fator de potência das
cargas diminui, o desbalanço de potência e a desaceleração (frenagem) da máquina
também diminuem, fazendo o relé de frequência ter uma detecção menos eficiente,
como pode ser observado na Figura 4.4.
74
Figura 4.4: Caso 1 - Tempo de atuação da proteção de sobrefrequência versus ΔP: carga tipo
impedância constante com déficit de geração (PG < PC)
Quando ocorre um ilhamento com déficit de geração (PG < PC), o desempenho
do relé de frequência é o contrário do caso com excesso de geração, piora à medida
que o fator de potência se torna mais indutivo. Isso ocorre porque a carga real (P) é
menor quando a tensão na rede (V) é menor, numa proporção ao quadrado da
variação da tensão (V), conforme (3.1) e (3.2). À medida que o fator de potência das
cargas diminui, o desbalanço de potência e a desaceleração (frenagem) da máquina
também diminuem, fazendo o relé de frequência ter uma detecção menos eficiente,
como pode ser observado na Figura 4.4.
Na Figura 4.5, este comportamento pode ser observado pelo perfil da frequência
para os casos de excesso e escassez de geração para cargas com fator de potência
0,92 indutivo e 1.
75
Figura 4.5: Comportamento da frequência em ilhamentos com excesso e déficit de geração para
cargas com fator de potência 0,92 indutivo e 1
Tabela 4.4: Caso 1 - Limites de desbalanços de potência para detecção de ilhamento em 500 ms pela
proteção df/dt
Limites de desbalanço de potência para detecção de ilhamento
FP da Ajuste em 1 Hz/s Ajuste em 2 Hz/s Ajuste em 3 Hz/s
carga PG > PC PG < PC PG > PC PG < PC PG > PC PG < PC
0,92 12,87% 27,59% 17,8% 27,59% 22,81% 27,59%
1,00 7,81% 1,77% 12,81% 7,81% 17,8% 12,77%
76
Figura 4.6: Caso 1 - Tempo de atuação da proteção ROCOF versus ΔP: carga tipo impedância
constante com excesso de geração (P G > PC)
Conforme pode ser observado por meio da equação (2.5), a taxa de variação de
frequência, que indica a tendência de variação da frequência do sistema, é uma
função diretamente proporcional ao ΔP. Desta forma, após um ilhamento, o ΔP muda
abruptamente, fazendo a taxa de df/dt também alterar da mesma forma e proporção.
Por esta característica que os resultados apresentados nas Figuras 4.6 e 4.7 mostram
um comportamento do tipo binário, ou seja, atuando ou não atuando, cuja curva se
assemelha ao ajuste de tempo definido.
Assim como o relé de frequência, o relé ROCOF é influenciado pelo fator de
potência da carga, visto que a potência real absorvida se altera, consequentemente,
o desbalanço de potência ativa (ΔP) também.
O relé de salto de vetor apresentou detecção de ilhamento dentro do limite
estabelecido para desbalanços de potência a partir de 9,28%, conforme Tabela 4.5.
Seu desempenho foi levemente melhor que o de relé de sobre e subfrequência. Isso
pode ser explicado pelo fato da tensão do gerador sofrer um deslocamento angular,
instantâneo, no momento do ilhamento, o que não ocorre para a frequência, além do
relé de frequência precisar de mais ciclos para confirmar a sua atuação. Após este
77
Figura 4.7: Caso 1 - Tempo de atuação da proteção ROCOF versus ΔP: carga tipo impedância
constante com déficit de geração (PG < PC)
Tabela 4.5: Caso 1 - Limites de desbalanços de potência para detecção de ilhamento em 500 ms
pela proteção de salto de vetor
Limites de desbalanço de potência para detecção de ilhamento
FP da Ajuste em 6° Ajuste em 8° Ajuste em 10°
carga PG > PC PG < PC PG > PC PG < PC PG > PC PG < PC
0,92 9,94% 18,12% 14,45% 22,7% 19,03% 27,39%
1,00 14,75% 9,28% 19,05% 13,34% 22,61% 16,99%
Figura 4.8: Caso 1 - Tempo de atuação da proteção de salto de vetor versus ΔP: carga tipo
impedância constante com excesso de geração (PG > PC)
Figura 4.9: Caso 1 - Tempo de atuação da proteção de salto de vetor versus ΔP: carga tipo
impedância constante com déficit de geração (PG < PC)
79
Figura 4.10: Caso 1 - Tempo de atuação da proteção direcional de potência reativa versus ΔP: carga
tipo impedância constante e fator de potência 0,92 indutivo
Conforme a Figura 4.10, quanto mais indutivo for o fator de potência da carga,
melhor será o desempenho do relé direcional de potência reativa. Na condição de
déficit de geração com cargas de fator de potência de 0,92, o relé 32Q atua para
qualquer desbalanço de potência ativa, deixando de atuar somente quando houver
excesso de geração superior a 44,5%, quando o relé for ajustado em 0,188 MVAr
(fator de potência do gerador de 0,98), ou 31,43%, quando ajustado em 0,149 MVAr
(fator de potência do gerador de 0,97). É possível observar que esta função de
proteção detectou ilhamentos justamente onde os relés anteriores não detectaram, na
faixa de pequenos desbalanços de potência.
80
Tabela 4.7: Caso 1: Limites de desbalanços de potência para detecção de ilhamento em 500 ms pelo
sistema de proteção
Limites de desbalanço de
potência para detecção de
ilhamento
FP da carga PG > PC PG < PC
0,92 0% 0%
1,00 7,81% 12,77%
Figura 4.11: Caso 1 - Tempo de atuação do sistema de proteção considerando a sobreposição das
funções 81 o/u, ROCOF, 78 e 32Q versus ΔP: carga tipo impedância constante
Carga
GD – Biomassa 2 a 7 MVA
9,125 MVA FP = 0,92 a 1
13,8 kV
Fonte: Próprio autor
52-GD
81u 81o 27
3xTP
df/ 78 59N
dt
3xTC 32Q 59
GD – Biomassa
9,125 MVA
13,8 kV
Fonte: Próprio autor
Tabela 4.10: Caso 2 - Limites de desbalanços de potência para detecção de ilhamento em 500 ms
pela proteção de frequência ANSI 81 o/u
Limites de desbalanço de potência para detecção de ilhamento
FP da Ajuste em ± 1 Hz Ajuste em ± 1,5 Hz Ajuste em ± 2 Hz
carga PG > PC PG < PC PG > PC PG < PC PG > PC PG < PC
0,92 8,03% 39,41% 18,03% 53,81% 28,03% 70,41%
1,00 16,95% 18,17% 24,53% 27,27% 32,61% 36,92%
Figura 4.14: Caso 2 - Tempo de atuação da proteção ANSI 81 o/u versus ΔP: carga tipo impedância
constante com excesso de geração (P G > PC)
Quando ocorre um ilhamento com déficit de geração (PG < PC), o desempenho
do relé de frequência é o contrário, piora à medida que o FP se torna mais indutivo.
Isso ocorre porque a carga real (PC) é menor quando a tensão na rede (V) é menor,
numa proporção ao quadrado da variação da tensão (V), conforme (3.1) e (3.2). A
medida que o FP das cargas diminui, o desbalanço de potência e a desaceleração
(frenagem) da máquina também diminuem, fazendo o relé de frequência ter uma
detecção menos eficiente para FP mais indutivo, como pode ser observado na Figura
4.15.
88
Figura 4.15: Caso 2 - Tempo de atuação da proteção ANSI 81 o/u versus ΔP: carga tipo impedância
constante com déficit de geração (PG < PC)
Tabela 4.11: Limites de desbalanços de potência para detecção de ilhamento em 500 ms pela
proteção df/dt
Limites de desbalanço de potência para detecção de ilhamento
FP da Ajuste em 1 Hz/s Ajuste em 2 Hz/s Ajuste em 3 Hz/s
carga PG > PC PG < PC PG > PC PG < PC PG > PC PG < PC
0,92 3% 18,55% 12,94% 47,71% 17,94% 72,59%
1,00 7,77% 7,84% 12,94% 17,77% 22,81% 22,98%
Figura 4.16: Caso 2 - Tempo de atuação da proteção ROCOF versus ΔP: carga tipo impedância
constante com excesso de geração (P G > PC)
Figura 4.17: Caso 2 - Tempo de atuação da proteção ROCOF versus ΔP: carga tipo impedância
constante com déficit de geração (PG < PC)
90
Tabela 4.12: Caso 2 - Limites de desbalanços de potência para detecção de ilhamento em 500 ms
pela proteção salto de vetor
Limites de desbalanço de potência para detecção de ilhamento
FP da Ajuste em 8° Ajuste em 10° Ajuste em 12°
carga PG > PC PG < PC PG > PC PG < PC PG > PC PG < PC
0,92 14,73% 45,41% 21,09% 53,99% 27,6% 62,45%
1,00 20,75% 24,43% 26,6% 29,48% 31,97% 35,76%
Figura 4.18: Caso 2 - Tempo de atuação da proteção salto de vetor versus ΔP: carga tipo impedância
constante com excesso de geração (P G > PC)
91
medida que o fator de potência da carga se torna mais indutivo, conforme Figura 4.18.
Já para a condição de déficit de geração, o desempenho piora à medida que o fator
de potência se torna mais indutivo, conforme Figura 4.19.
Figura 4.19: Caso 2 - Tempo de atuação da proteção salto de vetor versus ΔP: carga tipo impedância
constante com déficit de geração (PG < PC)
Figura 4.20: Caso 2 - Tempo de atuação da proteção ANSI 32Q versus ΔP: carga tipo impedância
constante
possuem uma inércia pequena, poderia tornar a operação da GD instável com uma
maior probabilidade de falsas atuações da proteção anti-ilhamento.
Tabela 4.14: Caso 2 - Limites de desbalanços de potência para detecção de ilhamento em 500 ms
pelo sistema de proteção completo
Limites de desbalanço de
potência para detecção de
ilhamento
FP da carga PG > PC PG < PC
0,92 0% 0%
1,00 12,81% 17,81%
94
Neste estudo de caso, observou-se que para cargas com fator de potência
elevado há riscos de não detecção de ilhamentos. Como já exposto, esta GD poderá
ser submetida a desbalanços de potência de -56,16% a +97,26%. Visto que o sistema
de proteção do caso 2 pode não detectar ilhamentos na ordem de 12,81% de
desbalanço de potência conforme Tabela 4.14, pode-se afirmar que problemas
poderão ocorrer e os riscos de um religamento automático fora de fase são reais.
Figura 4.21: Caso 2 - Tempo de atuação do sistema de proteção considerando a sobreposição das
funções 81 o/u, ROCOF, 78 e 32Q versus ΔP: carga tipo impedância constante
com a instalação de cabo OPGW. Esta segunda opção acarretará em aumento nos
custos de implantação.
Para evitar riscos de religamento fora de fase após uma interrupção por falta, a
solução sugerida é a instalação de um relé de verificação de sincronismo (ANSI 25)
para operar em conjunto com o religamento automático. O relé 25 deverá permitir o
religamento para a condição de barra viva – linha morta e barra viva – linha viva para
pequenos desvios de frequência (Δf ≤ 0,05 Hz), módulo (ΔV ≤ 10%) e ângulo da
tensão (Δθ ≤ 10°).
Outra alternativa para melhorar o desempenho da detecção de ilhamento é
aumentar o tempo morto do primeiro ciclo de religamento do alimentador de
distribuição da concessionária, o que fará com que as limitações dos relés de detecção
de ilhamento diminuam. Tal procedimento deve ser feito em conjunto com a
concessionária de energia, que é a proprietária e responsável pelo circuito de
distribuição. São conhecidos casos onde foi possível discutir os ajustes da
concessionária para facilitar a detecção de ilhamento e melhorar a segurança
operativa.
Embora seja possível, é improvável encontrar cargas em sistemas de
distribuição com fator de potência superiores a 0,92 indutivo. Logo, para o estudo de
caso 2, a associação das funções de proteção de frequência, ROCOF, salto de vetor
e direcional de potência reativa se apresenta como uma boa solução do ponto de vista
da detecção de ilhamentos de geradores síncronos distribuídos.
88 kV
Scc=1000 MVA Carga
X/R=5 1,25 a 20 MVA
FP = 0,92 52-GD
TR1
88/13,2kV
GD
22,5 MVA
13,2 kV
Fonte: Próprio autor
52-GD
81u 81o 27
3xTP
df/dt 78 59N
3xTC 67 21 32Q
GD
22,5 MVA
13,2 kV
Fonte: Próprio autor
Como critério de avaliação, foi considerado 500 ms como tempo limite para a
detecção do ilhamento. Este valor foi escolhido baseado no tempo usual das
concessionárias de energia no Brasil que utilizam 500 ms como o tempo morto para a
primeira tentativa de religamento do alimentador.
Para se analisar o desempenho das funções de proteção na detecção de
ilhamentos, diferentes ajustes foram simulados para que se pudesse observar o
impacto nos tempos de atuação dos relés. A proteção de frequência foi simulada para
atuar em variações de frequência na ordem de 1 a 2 Hz temporizado em 100 ms. O
relé ROCOF foi simulado com ajustes de 1 a 3 Hz/s temporizado em 100 ms. A
proteção de salto de vetor foi simulada seguindo recomendações de Jenkins et al.
(2000) que sugere ajuste de 6° para redes com fonte forte (alta potência de curto-
circuito). Já a proteção direcional de potência reativa foi simulada para atuar quando
o fator de potência de exportação da GD for inferior a 0,97 a 0,99 indutivo, o que
resulta em uma potência reativa de 1,058, 1,492 e 1,823 MVAr por fase, pois para
aplicação deste relé é necessário que o gerador opere com fator de potência unitário
permanentemente. Um resumo dos ajustes é apresentado na Tabela 4.16.
98
Tabela 4.17: Caso 3 - Limites de desbalanços de potência para detecção de ilhamento em 500 ms
pela proteção de frequência ANSI 81 o/u
Limites de desbalanço de potência para detecção de ilhamento
FP da Ajuste em ± 1 Hz Ajuste em ± 1,5 Hz Ajuste em ± 2 Hz
carga PG > PC PG < PC PG > PC PG < PC PG > PC PG < PC
0,92 10,7% 19,69% 17,73% 28,48% 24,14% 37,77%
1,00 16,25% 10,05% 22,03% 17,48% 27,41% 24,92%
Figura 4.24: Caso 3 - Tempo de atuação da proteção ANSI 81 o/u versus ΔP: carga tipo impedância
constante com excesso de geração (P G > PC)
Figura 4.25: Caso 3 - Tempo de atuação da proteção ANSI 81 o/u versus ΔP: carga tipo impedância
constante com déficit de geração (PG < PC)
100
Tabela 4.18: Caso 3 - Limites de desbalanços de potência para detecção de ilhamento em 500 ms
pela proteção df/dt
Limites de desbalanço de potência para detecção de ilhamento
FP da Ajuste em 1 Hz/s Ajuste em 2 Hz/s Ajuste em 3 Hz/s
carga PG > PC PG < PC PG > PC PG < PC PG > PC PG < PC
0,92 8,09% 12,32% 8,23% 27,32% 13,23% 32,32%
1,00 12,88% 7,55% 18% 7,59% 23,03% 12,66%
Figura 4.26: Caso 3 - Tempo de atuação da proteção ROCOF versus ΔP: carga tipo impedância
constante com excesso de geração (P G > PC)
101
Figura 4.27: Caso 3 - Tempo de atuação da proteção ROCOF versus ΔP: carga tipo impedância
constante com déficit de geração (PG < PC)
Tabela 4.19: Caso 3 - Limites de desbalanços de potência para detecção de ilhamento em 500 ms
pela proteção salto de vetor
Limites de desbalanço de potência para detecção de ilhamento
FP da Ajuste em 4° Ajuste em 6° Ajuste em 8°
carga PG > PC PG < PC PG > PC PG < PC PG > PC PG < PC
0,92 5,78% 14,18% 10,22 19,45% 15,14% 24,37%
1,00 12,17% 5,38% 15,8% 9,48% 19,76% 14,29%
102
Figura 4.28: Caso 3 - Tempo de atuação da proteção salto de vetor versus ΔP: carga tipo impedância
constante com excesso de geração (P G > PC)
Figura 4.29: Caso 3 - Tempo de atuação da proteção salto de vetor versus ΔP: carga tipo impedância
constante com déficit de geração (PG < PC)
103
maior constante de inércia e uma maior potência nominal. Para se alcançar este
desempenho, no estudo de caso 3, onde a potência de curto-circuito é 10 vezes maior
que a dos casos 1 e 2, os ajustes do relé tiveram que ser de 4, 6 e 8°. Logo, o estudo
de caso 3 comprovou esta afirmação.
O comportamento do relé de salto de vetor quanto ao fator de potência da carga
foi similar ao do relé de frequência. Para a condição de excesso de geração, o
desempenho do relé de salto de vetor melhora à medida que o fator de potência da
carga se torna mais indutivo, conforme Figura 4.28. Já para a condição de déficit de
geração, o desempenho piora à medida que o fator de potência se torna mais indutivo,
conforme Figura 4.29.
Conforme os casos 1 e 2, o relé direcional de potência reativa (ANSI 32Q) para
o caso 3 apresentou um desempenho muito favorável à detecção de ilhamento
somente para os casos onde a carga possui um fator de potência indutivo. Cargas
com fator de potência próximo do unitário fazem o relé 32Q não atuar independente
do desbalanço de potência ativa imposto pós-ilhamento. Na Figura 4.30 é apresentado
o seu desempenho para cargas com fator de potência 0,92 indutivo.
Tabela 4.20: Caso 3 - Limites de desbalanços de potência para detecção de ilhamento em 500 ms
pela proteção direcional de potência reativa com excesso de geração
Limites de desbalanço de potência para detecção de ilhamento
FP da Ajuste em 1,058 MVAr Ajuste em 1,492 MVAr Ajuste em 1,823 MVAr
carga
0,92 37,55% 22,57% 7,56%
Conforme a Figura 4.30, quanto mais indutivo for o fator de potência da carga,
melhor será o desempenho do relé direcional de potência reativa. Na condição de
déficit de geração e cargas com fator de potência de 0,92, o relé 32Q atua para
qualquer desbalanço de potência ativa, deixando de atuar somente quando houver
excesso de geração a partir de 7,46%. Os limites encontrados estão apresentados na
Tabela 4.20, onde são representados somente os limites com excesso de geração,
pois no relé 32 atua para qualquer desbalanço na situação de déficit de geração.
104
Figura 4.30: Caso 3 - Tempo de atuação da proteção ANSI 32Q versus ΔP: carga tipo impedância
constante
Tabela 4.22: Caso 3 - Limites de desbalanços de potência para detecção de ilhamento em 500 ms
pelo sistema de proteção completo
Limites de desbalanço de
potência para detecção de
ilhamento
FP da carga PG > PC PG < PC
0,92 0% 0%
1,00 11,56% 11,63%
106
Figura 4.31: Caso 3 - Tempo de atuação do sistema de proteção completo versus ΔP: carga tipo
impedância constante e fator de potência 1 e 0,92
plataforma, seria possível gerar as formas de onda para os casos mais extremos que
possa ocorrer na rede de distribuição, sendo avaliados tanto digitalmente (no
computador) quanto fisicamente (no relé de proteção).
Contribuiria também para o avanço das aplicações de GD uma melhor
modelagem das cargas, visto que os resultados encontrados nesta dissertação são
muito sensíveis ao tipo de carga. Uma escolha incoerente no tipo e fator de potência
das cargas pode resultar em simulações que não traduzem a realidade do alimentador
que vai ser acessado pela GD. Definir um método de avaliação para facilitar e
dinamizar a modelagem das cargas seria o objetivo para que, com dados básicos do
alimentador, pudesse ser estimada uma condição mais próxima da realidade.
112
Referências Bibliográficas
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Western Protective Relay Conference, 2002.
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