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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 15ª VARA CRIMINAL DA

COMARCA DE BELO HORIZONTE-MG

Processo/inquérito nº: 33445-66.2014.005.66.0001

Acusado/indiciado: Carlos Manuel da Nóbrega

Carlos Manuel da Nóbrega, solteiro, CPF 34477585896, portador da cédula de identidade


n.:034056078-7 - SSPMG, residente na rua sem nome, por seu advogado abaixo assinado,
procuração anexa, vem à presença de Vossa Excelência, mui respeitosamente, requerer a
concessão de LIBERDADE PROVISÓRIA SEM FIANÇA, nos termos do art. 310, parágrafo
único, do Código de Processo Penal c/c art. 5º, inciso LXVI, da Constituição da República
Federativa do Brasil, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:

I DOS FATOS

 
Na madrugada do dia 5 de janeiro de 2016, após sair de um bar às 3 da madrugada o referido
acusado, embriagado, discute com sua namorada Angélica Pereira e insiste em assumir a
direção de seu veículo até a sua casa. Como o caminho do bar até a sua residência é curto,
ele não vê problemas em assumir o volante, alegando ser instrutor de autoescola e, portanto,
motorista extremamente qualificado. Durante o percurso, Angélica pede insistentemente para
que o acusado, reduzir a velocidade do automóvel, mas ele não a obedece, dizendo ser um
excelente “piloto”. Porém, ao passar por um determinado cruzamento, ignorando um farol que
se encontrava com pisca amarelo intermitente, o veículo conduzido pelo acusado atinge um
buraco e, em razão da alta velocidade, se desgoverna, vindo a subir em uma calçada próxima
à via, onde acaba atingindo um pedestre; Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros, que
comparecem ao local e constatam que a vítima teve morte instantânea. O acusado, MUITO
ASSUSTADO E ARREPENDIDO com o ocorrido, ao perceber a existência de uma Delegacia
de Polícia a duas quadras de distância do local do acidente, lá comparece imediatamente,
ONDE SE APRESENTA DE MANEIRA ESPONTÂNEA, confessando a autoria delitiva e
colocando-se inteiramente à disposição da autoridade policial, a fim de colaborar com as
investigações. Após tomar conhecimento dos fatos pelo relato do acusado, o delegado Ferraz
comparece ao local do acidente, que já se encontrava isolado pela Polícia Militar. Ao retornar
à Delegacia, mesmo estando em séria dúvida quanto à existência de dolo na conduta do
motorista, acaba decidindo prender Carlos em fragrante pela prática do crime previsto no art.
121, caput, c/c art. 18, I segunda parte, ambos do Código Penal, lavrando o respetivo auto.

Analisando os documentos que seguem anexos a esta petição, verifica-se com clareza solar
que o requerente é pessoa primária (como mostra anexo A) de bons antecedents (anexo B),
tem residência fixa nesta cidade e comarca (anexo C), bem como possui vínculos
empregatício e familiar, que permitem a conclusão no sentido de que não há risco para a
ordem pública ou inconveniente para a persecução penal com a soltura dele (anexo D). 
Verifica-se, também, que não há sequer a menor intenção de o requerente se furtar à
aplicação da lei penal, até porque o acusado encontra-se arrependido e frustrado com o
ocorrido e ja demonstrou ao procurer ele mesmo a delegacia mais próxima que esta disposto
a colaborar com a justiça, comprometendo-se a comparecer a todos os atos da instrução
criminal para os quais for previamente intimado.

II – FUNDAMENTOS

a- Do Flagrante delito

“Tais espécies estão previstas no artigo 302 do Código de Processo Penal: Art. 302.
Considera-se em flagrante delito quem:

I - está cometendo a infração penal;

II - acaba de cometê-la.”

b- Da Liberdade provisória

“A liberdade provisória está prevista no artigo 321 do CPP: Art. 321. Ausentes os
requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade
provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e
observados os critérios constantes do art. 282 deste Código.” 

Conforme narrado acima, aplicam-se ao presente caso os ditames do art. 310 ao 321, do
CPP, tendo em vista que não estão presentes os requisitos da prisão preventiva, fazendo jus
o requerente à concessão da liberdade provisória sem fiança.

Registre-se que “o princípio constitucional de inocência impede a prisão cautelar quando não
se encontrarem presentes os seus requisitos, fundados em fatores concretos”. 

III – DOS PEDIDOS

Isso posto, requer a Vossa Excelência, nos termos do art. 310, parágrafo único, do CPP a
concessão da liberdade provisória, depois de ouvido o representante do Ministério Público,
mediante termo de comparecimento a todos os atos do processo para os quais for intimado.

Requer, outrossim, a expedição do competente alvará de soltura para o cumprimento imediato


pela autoridade policial que mantém sua custódia.
 

Termos em que, Pede e espera deferimento.

Belo Horizonte, 06 de Janeiro de 2016.

(assinatura) 
Paulo João Adalberto Pinto

 
OAB-MG XXXX

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