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Introdução

O presente trabalho investigativo, aborda sobre o desenvolvimento do psíquico e da


consciência humana, onde no mesmo ver-se-á o desenvolvimento pré-natal e as
descobertas de Piaget sobre o desenvolvimento mental e estabelece os quatros estágios
sobre o desenvolvimento mental humano. Também abordar sobre o Homem como
unidade bio-psico-sócio e cultural, fundamento biológico da conduta, a psicofisiologia
do sistema nervoso, o papel da hereditariedade e do meio na conduta, o
desenvolvimento filogenético do psíquico e suas teorias e ultimamente aborda sobre o
surgimento da consciência no processo da actividade humana.

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O DESENVOLVIMENTO DO PSIQUICO HUMANA

O desenvolvimento do psíquico é o conjunto de fases psicológicas, que o indivíduo


passa ao longo do seu ciclo de vida, por sua vez é um processo contínuo que tem início
desde a concepção, e tem continuidade após a fecundação do óvulo, percorrendo a partir
da subdivisão celular até que milhões de células sejam formadas. À medida que as
células assumem funções especializadas, dá-se início a formação dos sistemas que dão
base para a parte física do desenvolvimento. Porém, o desenvolvimento físico,
cognitivo, social, afectivo tem continuidade durante todas as fases da vida de um sujeito
e termina com a morte.

Desenvolvimento pré- natal

O desenvolvimento pré-natal (gestação) é o período compreendido entre a fecundação e


o parto. Este pode ser dividido em três períodos:

O zigoto forma-se após a fecundação e flutua livremente no fluido do útero, ao fim de


cerca de duas semanas, o zigoto (ovo) fixa-se na parede do útero recebendo oxigénio e
alimentação do corpo da mãe, dois ou três dias da sua implantação no útero o novo ser
passa a ser chamar-se embrião.

Embrião é o segundo estádio do desenvolvimento pré-natal, é estádio embrionário. Este


estádio começa cerca de duas semanas depois da fecundação, na altura em que o zigoto
se fixa na parede uterina.
O estádio embrionário dura cerca de oito semanas depois da concepção, as primeiras
fases de vida do embrião humano apresenta características semelhantes com os outros
mamíferos.

Feto
A partir da oitava semana ate ao nascimento o novo ser passa a chamar-se feto.
O feto é capaz de ouvir, movimentar os dedos, ponta pés, fazer punho, levar o polegar a
boca, escolher a posição de dormir e sentir sabor. O desenvolvimento do feto culmina
com o nascimento.
O nascimento

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É o conjunto de fenómenos físicos que tem como finalidade o feto para o exterior.
A primeira respiração imediatamente após o parto é difícil devido o oxigénio do
ambiente que a criança recebe, pois tem inicio a respiração pulmonar.
Se o pequeno cérebro não recebe oxigénio dentro de oito minutos pode contrariar
lesões, por regra a primeira respiração é acompanhada por grito, o grito converte-se em
breve numa forma de manifestação de dissabores ou transtornos (indisposição,
desconforto, mal estar alerta a mãe para acções de cuidados, isto é, um estimulo chave
da mãe).

Em cada dor do parto, a criança está exposta a uma pressão com cerca de 20 kg. Por isso
partos muitos prolongados ou complicados podem colocar a criança provavelmente
numa situação de indisposição intensiva. O acto de nascimento por se só é uma lesão
psíquica, o que seve de base para o medo original do Homem, segundo a psicanálise.

A psicologia do desenvolvimento traz uma compreensão sobre as transformações


psicológicas que ocorrem no decorrer do tempo, com auxílio de algumas teorias e
teóricos, bem como Jean Piaget, esses modelos se propõem em explicar como as
mudanças ocorrem na vida do sujeito e de que modos podem ser compreendidas e
descritas.

As Descobertas de Piaget sobre Desenvolvimento Mental

Jean Piaget foi o responsável pela introdução das fases sobre o desenvolvimento mental
do indivíduo. Ele acreditava que o desenvolvimento cognitivo do indivíduo poderia ser
subdividido em uma série de quatros estágios ordenados e descontínuos. Esse teórico
supõe que as crianças progridam através dessas fases.

Estágio sensório-motor (0 a 24 meses), baseia-se em uma inteligência que trabalha as


percepções e as acções através dos deslocamentos do próprio corpo. Neste período a
criança não possui representação mental, ou seja, para eles os objectos só existem se
estiverem em seu campo visual. A conduta social, neste período, é de isolamento e
indiferenciação, onde o mundo se volta inteiramente a própria criança (o mundo é ela).
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Estágio pré-operatório vai mais ou menos dos dois anos aos sete anos de idade. O
grande avanço cognitivo nesta fase do desenvolvimento é uma melhor capacidade de
representar, mentalmente, objectos que não estejam fisicamente presentes. Com
excepção desta evolução, Piaget caracteriza o estágio pré-operatório de acordo com
aquilo que a criança não consegue fazer. Por exemplo, ele acreditava que o pensamento
pré-operatório das crianças pequenas fosse marcado pelo egocentrismo, isto é a
incapacidade de ver as coisas pela perspectiva de outra pessoa.

Estágio de operações concretas (7 aos, 11anos a 12anos), a criança conhece e


organiza o mundo de forma lógica ou operatória. A conversação torna-se possível (já é
uma linguagem socializada), pois a fala egocêntrica desaparece devido o desejo de
trabalhar com os outros (idade escolar), sem que no entanto possam discutir diferentes
pontos de vista para que cheguem a uma conclusão comum.

Estágio operatório formal cobre o período que começa em torno dos 11 anos. Neste
estágio final do desenvolvimento cognitivo, o pensamento se torna abstracto. Os
adolescentes conseguem entender que sua realidade específica é apenas uma entre
várias imagináveis, e começam a questionar temas profundos relacionados a verdade,
justiça e existência.

Tradicionalmente, os primeiros estudos referentes à psicologia do desenvolvimento


faziam menção somente ao desenvolvimento da criança e do adolescente. Entretanto,
esse foco vem mudando ao longo dos anos, e hoje, tem-se uma ideia que o estudo sobre
o desenvolvimento humano deve abranger todo processo de ciclo vital.

Maturação é a dimensão fisiológica do desenvolvimento, refere-se ao grau de


prontidão funcional dos diversos sistemas do organismo, tal como:

Sistema nervoso, pelo qual se torna possível determinado padrão de comportamento.

Maturidade é o estádio de desenvolvimento do individuo indispensável para a


execução de determinada tarefa, actividade ou função.

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Estado etário é a fase de maturação e estruturação anatómica, fisiológica e psíquica,
correspondente da idade ou nível de desenvolvimento do individuo.

O DESENVOLVIMENTO DA CONSCIȆNCIA HUMANA

Os teóricos que antecederam Marx já levavam em consideração a função do cérebro


humano, que é pensar, extinguindo assim a visão sobrenatural da consciência humana,
no entanto, somente Marx foi capaz de perceber que a consciência humana vai muito
além das condições naturais ou biológicas. Assim, para compreender a natureza da
consciência humana é necessário levar em consideração o âmbito social, ou seja, a
consciência tem um carácter social.
Nas palavras de Spirkinne e Yakhot, os materialistas anteriores a Marx sabiam já que o
cérebro pensa, sabiam igualmente que a consciência apareceu como um processo
natural, que nada tinha de sobrenatural. Foi este o grande mérito do materialismo pré-
marxista. Mas o Marxismo foi bastante mais longe, falou que não se podia explicar a
origem nem a natureza da consciência humana somente pelas condições naturais,
biológicas.
Pela primeira vez na história da ciência, o marxismo demonstrou que não se podia
compreender a natureza da consciência se não se tivesse em conta o seu carácter social.
Assim, Spirkinne e Yakhot, consideram que, para Marx, a vida social dos homens tem
um papel fundamental na formação de sua consciência, ou seja, um indivíduo somente
será capaz de desenvolver sua consciência se estiver integrado a um meio social. Luria
também discorreu sobre o desenvolvimento da consciência humana. Assim como Marx,
ele acredita que a consciência do homem se desenvolve por meio do convívio social e
que ela nunca surgiu do nada, logo ela não se desenvolve de maneira biológica, mas sim
a partir da convivência com outros indivíduos. Ela surge em suas relações com o meio
circundante.
. A consciência se desenvolve a partir da realidade e não a realidade a partir da
consciência. O homem vivencia situações e integra as suas estruturas cognitivas, o que
resulta em seu desenvolvimento psíquico, bem como no de sua consciência. No decorrer
de sua história, o homem transforma a natureza, e, na medida em que faz isso ele
modifica as relações sociais com os outros indivíduos. Consequentemente, sua
consciência se modifica, visto que a mesma se desenvolve a partir das vivências do ser
humano.

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O HOMEM COMO UNIDADE BIO-PSICO-SÓCIO-CULTURAL

A interdependência funcional psíquica orgânica social consiste na Ciências Sociais e


Humana, de seu ponto de incidência no caso do ser humano individual. O ser humano é
hoje concebido como uma totalidade de determinações psíquicas, biológicas e sociais e
não uma simples abstracção do todo social.
O homem age como um sistema, no domínio psicológico, psíquico ou social. A saúde
ou a doença, o bem-estar ou mal-estar físico não depende de simples condições
orgânicas, o psíquico e o social podem interferir no domínio fisiológico. Do mesmo
modo, a predisposição mental a capacidade de atenção, as emoções presentes não são
questões de simples foro psíquico, mas fenómenos interdependentes do corpo e do meio
ambiente exterior, físico ou social.
O comportamento resulta de um jogo de interdependência entre a situação e a
personalidade, sendo esta, o sistema complexo no qual se integram as diferentes
componentes orgânicas, psíquicas, sociais de cada ser. Deste modo, o comportamento
não pode ser simplesmente contracções musculares ou secreções glandulares, como
defendiam os primeiros behavioristas.

Instrumentos biológicos de resposta ao meio

Os organismos vivos são sistemas abertos que estabelecem troca com o meio. Do meio
recebem a matéria e a energia necessária manutenção da sua estrutura e funcionamento
interno. Do meio recebem também informação sensorial significativa. Por sua vez o
organismo auto-regula-se, fazendo circular a informação e distribuindo a energia entre
os vários órgãos do sistema, de forma a regular o funcionamento e mobilizar recursos
necessários a resposta ou actuação sobre o meio ambiente.
As variações do meio activa o organismo e provocam uma resposta
chamada estímulo, à actuação do organismo em resposta aos estímulos do meio
chamamos de comportamento.

Qualquer comportamento implica três funções e a mobilização de três conjuntos


definidos de estruturas corporais com elas relacionadas:
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 Mecanismos de recepção são órgãos receptores.

Mecanismos de conexão as células nervosas.

Mecanismos de reacção são órgãos ejectores (músculos e glândulas).

Reflexo sensório motor (Reflexo)


O reflexo é um comportamento simples e automático através dos órgãos receptores. As
modificações produzidas nos receptores provocam a activação das fibras nervosas
adjacentes chamados neurónios aferentes, que produzem o influxo nervoso à medula
espinal e passa pelas fibras motoras ou neurónios eferentes, até a mecanismos de
reacção.
Os órgãos receptores são constituídos por células especializadas que transformam a
energia física ou química dos estímulos em energia electroquímica. Regulam a luz, ao
som, ao calor, à pressão, ao contacto, ao movimento muscular e a outros estímulos
dentro ou fora do organismo, dando origem às diversas sensações. Tem, pois, uma
função de recepção e codificação da informação relativa ao meio externo ou interno.

Classificação dos órgãos receptores segundo Sherrington:

Exteroceptivos: os órgãos de vista, ouvido, térmico, álgido externam, do tacto, paladar e


olfacto.
Interoceptivos: cinestésicos, álgido internam, etc.
Proprioceptivos: equilíbrio e orientação

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FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS DA CONDUTA

Hereditariedade e comportamento:

Tecnicamente, cada vida humana começa na concepção, quando um dentre centenas de


milhões de células espermáticas  do pai penetra em um dos óvulos da mãe. A união entre
um óvulo e um espermatozóide produz uma única célula, denominado zigoto (ovo). O
óvulo e o espermatozóide são formados por células reprodutivas, denominadas células
germinativas primordiais.
A informação genética em estrutura filo-formes, chamadas cromossomas. Os
cromossomas estão no núcleo da célula, uma região destinada e localizada no centro. As
células humanas possuem 23 pares de cromossomos (em um total de 46). Óvulo e
espermatozóide recebem, cada um, apenas um membro de cada par das células
germinativas. Consequentemente, quando se unem os zigotos passam a ter um conjunto
completo de 23 pares. Cada par tem formato e tamanhos diferentes.
Os primeiros 22º pares de cromossomos contem membros que se combinam. O 23º par,
cujos membros nem sempre se combinam, determinam o sexo da pessoa. As mulheres
possuem dois grandes cromossomos X. Os homens têm um cromossomo X e um Y, é
ele quem determina o sexo do bebé.

Genes e Proteínas.

Cada cromossomo conte 50.000 unidades chamadas de gene espalhado ao longo deles
em segmentos interrompidos. Gene é considerado a unidade básica da hereditariedade e
é composta por uma substância química, o ácido desoxirribonucleico  (DNA), os genes
são codificados para controlar a produção de substâncias químicas chamadas proteínas.

 As proteínas determinam a maneira pelo qual cada animal desenvolve;


 As proteínas estruturais formam a estrutura física da célula do sangue, músculo,
ossos e nervos;
 As enzimas um segundo tipo de proteínas, controla as reacções físicas e
químicas dentro do organismo, captam e armazenam energia, quebram o
alimento e controlam o processo de desenvolvimento. Os organismos não
herdam padrões completos de comportamento, mas sim são dotados de

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estruturas corporais e controle físico-químico que tornam mais ou menos
provável uma gama de respostas ao ambiente.

Gene e desenvolvimento

No inicio as células de um organismo são superficialmente idênticas, mais algumas


células humanas vão se desenvolvendo para formar o cérebro, outra a medula espinal,
outra o coração e outros órgão, em apenas oito semanas após da concepção cerca de
95% da estrutura e órgãos humanos estão concluídos embora com menos de três
centímetros de comprimento.

Os ácidos nucleicos são moléculas complexas produzidas pelas células, essenciais a


todos os organismos vivos. Estas moléculas governam o desenvolvimento do corpo e
suas características específicas, fornecendo a informação hereditária e dirigindo a
síntese de proteínas.

PSICOFISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO

I. Sistema nervoso central

 Sensores e efectores

Os sensores humanos estão em células denominadas receptores, por sua vez os


receptores respondem a som, luz, calor, toque, movimentos musculares e outros
estímulos dentro e fora do corpo. Tipicamente o organismo está sujeita a mudanças,
contrastes e movimentos, uma vez que nos avisam de eventos que possam requerer
ajustes.
Efectores são células isoladas ou a parte de células especializadas em responder ou dar
uma resposta. Os efectores encontram-se em músculos, articulações, glândulas e órgãos
que capacitam-nos a agir.

 Sistema Nervoso

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De todas as estruturas que herdamos, aquela que está estritamente associada com a
nossa identidade é o sistema nervoso, porque é ele que regula os 50 trilhões de células
que se estima existir no corpo humano. Como membro da espécie Homo sapiens, todos
nós recebemos um sistema nervoso, embora cada um seja dotado de um conjunto
próprio de idiossincrasias.
Para entender as funções do sistema nervoso no comportamento e na cognição, precisa-
se conhecer alguns elementos básicos da anatomia (estrutura) e da fisiologia (função).

II. Sistema Coordenador e Condutor

 Sistema circulatório

para além de transportar nutrientes e oxigénio, conduz sinais químicos, denominados


hormônios que por sua vez os hormônios têm influências nos processos
comportamentais lentos e prolongados e desempenham um papel importante na
maturação sexual.

 Sistema nervoso.

 É outro sistema coordenador e condutor. Quando a questão é velocidade e quando há


necessidades de acções isoladas, o S.N desempenham um papel predominante na
condução e conclusão
.
 Sistema nervoso central.

 É composto de cérebro e a medula espinal. Ao realizar as tarefas para as quais foi


projectado. (reconhecimento de padrões, raciocínio, abstracção, uso da língua).

Cérebro  é o principal órgão de processamento de informação e tomada de decisões do


corpo. Ao receber dos receptores, avalia os dados e faz os planos que guiam nossas
acções. Além de governar o que escolhemos fazer, o cérebro gerência muitas acções dos

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quais se tem pouquíssima consciência ou controle, integra funções vitais como
circulação e respiração, supervisiona o atendimento das necessidades do corpo
incluindo alimentação, sono e suprimento de energia.

Medula espinal  desempenha uma série de funções actuando como intermediaria, envia
informações ao cérebro e recebe mensagens do cérebro. Além disso, integra e coordena
dados sensoriais sob pressão, toque, temperatura e dor enviando ao cérebro. A medula
ajuda também a proteger o corpo contra ferimentos, servindo intermediária de muitos
reflexos.

Reflexo é uma reposta intermediaria e involuntária a um estimulo em geral


potencialmente perigoso. A medula espinhal está também envolvida em movimentos
voluntários.

Sistema nervoso periférico

 pelo facto de os receptores e os efectores estarem geralmente localizados muito longe


do SNC, os seres humanos possui um sistema de comunicação, que é o sistema nervoso
periférico, o qual inclui uma rede de cabos condutores de informação, ou nervos, que
conectam os vários componentes. O sistema periférico contém todas as estruturas do
sistema nervoso que estão ao redor ou fora do cérebro e da medula espinhal.
o sistema periférico é dividido em duas partes principais:

Sistema nervoso somático  é composto principalmente pelos nervos que conectam o


SNC aos receptores, no lado do input, e aos músculos e articulações do esqueleto, no
lado do output. O sistema nervoso somático capacita o ser humano a realiza acções
voluntárias, a se movimentar e a se comportar segundo a sua escolha.

Sistema nervoso autónomo (SNA), conte nervos que transportam mensagens entre o
SNC e os chamados músculos involuntários. Os músculos involuntários incluem
aqueles que controlam as glândulas e os órgãos internos. O SNA
funciona autonomamente, ou sozinho, para manter nosso corpo na adequada ordem de
funcionamento e para regular o suprimento de combustível para que possamos agir de
acordo com as nossas necessidades

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O SNA é ainda subdividido em dois
componentes: simpático e parassimpático. Embora ambos estejam permanentemente
activos, em geral um deles predomina. A divisão simpática mobiliza recursos internos
para acção vigorosa sob circunstâncias especiais, particularmente durante uma crise. A
divisão parassimpática assume o comando das funções constantes, como circulação,
digestão e respira.

O PAPEL DA HEREDITARIEDADE E DO MEIO NA CONDUTA

A diferença entre o homem e animal, nota-se na atitude deste ser humano. O homem, ao
longo dos tempos, tem evoluído no sentido de uma maior produção do saber e uma
maior eficácia no domínio do fazer. A história da humanidade tem revelado um
progresso dialéctica, onde homem e natureza se condicionam na tentativa de uma
adaptação que se pretende que seja mais eficaz e onde o homem se pretende impor pelo
domínio da técnica do conhecimento.

De acordo com Robert Plomin, poderia ser o principal sobre a genética do


comportamento na última década, o que os cientista verificaram repetidas vezes, foi que
hereditariedade e experiencia influenciam conjuntamente muitos aspectos do
comportamento. Além disto seus efeitos são interactivos, elas inter-relacionam-se uma
com a outra.

 Hereditariedade e o meio ambiente. 

O organismo e o ambiente fazem parte de um todo no qual são inter-relacionados e em


constante interacção. Onde o meio mobiliza ou favorece disposições hereditárias, mas
por sua vez a acção do meio não é independente dessas disposições, por um lado,
qualquer factor hereditário opera de modo diferente quando as condições do meio
ambiente variam. Por outro lado, as condições do meio ambiente exercem diferentes
influências sobre as características hereditárias.
As disposições hereditárias traçam o marco do desenvolvimento e oferece-nos um plano
de construção de organismo. Os genes exercem um papel ou acção directiva nos que
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fenómenos do desenvolvimento embrionário e, especialmente, dos primeiros anos de
vida, isto é, não se transmitem qualidades já desenvolvidas, mas apenas disposições ou
possibilidades para configurar essas qualidades.
A herança e meio são factores que contribuem para a formação de novo ser e se
misturam de tal modo que é difícil distinguir o que corresponde a um e ao outro e não
podem ser considerados opostos ou antagónicos mas complementares.

 Os modos através dos quais a hereditariedade e o meio actuam em


conjunto.

I. Amplitude da relação é a amplitude de potências expressões de um traço


hereditário sob diferentes condições ambientais.

II. Correlação genótipo-ambiente, correm certas influências genéticas e


ambientais tendem a actuar na mesma direcção.

Tipos de correlação genético-ambiente

 Correlação passiva , frequentemente os pais transmitem os genes que


predispõem uma criança para um traço, também proporcionam um ambiente que
encorajam o desenvolvimento do traço. Ex: um músico pode proporcionar um
filho à ser músico.

 Correlação reactiva ou evocativa é crianças com diferentes constituições


genéticas evocam diferentes respostas por parte dos adultos.

 Correlação activa é a medida que a criança cresce e tem a liberdade para


escolher as suas próprias actividades e ambientes, selecciona activamente
experiências consistentes com a sua tendência genética.

 Condições da família é o tratamento das famílias, doenças, acidentes e as


experiências fora do casal; e efeitos não partilhados.

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 Características influenciadas pela hereditariedade e pelo meio

Traços físicos e fisiológicos  (obesidade, peso excessivo para a idade, sexo, altura e tipo
de corpo), por vezes definido como possuindo um índice de massa, inteligência, a
hereditariedade parece exercer forte influência na inteligência geral e na capacidade
específica, mas a experiência também conta, personalidade, aspectos específicos da
personalidade parecem ser herdados.
Daí que o homem, fenómeno social comparado com outros animais, não possui
mecanismos e equipamentos suficientes para sobreviver e agir de acordo com o seu
potencial hereditário, ele possui a capacidade e as aptidões, quando vive entre os outros
homens, de criar condições e técnicas de ajustamento e adaptação ao meio.
A habilidade e a experiência do homem são uma conquista gradual que se inicia no
momento do nascimento e se desenvolve através do processo da aprendizagem. A
sociedade ensina a criança à experiência vivida e acumulada pelo grupo, acelerando o
seu processo de aprendizagem e evitando um esforço pessoal que decorreria de
experiências frustradas das iniciativas pessoais. É este processo de aprendizagem
gradual da vivência em sociedade e da interiorização dos valores que se denomina
socialização.

DESENVOLVIMETO FILOGENÉTICO DO PSĺQUICO E SUAS TEORIAS

De todas variedades que o meio ambiente tem, suscitou a diferenciação dos organismos
e entre toda multiplicidade de fenómenos terreste, existem suas mudanças cíclicas,
anuais, mudanças de temperatura e entre ouras, e todo organismo vivente adapta-se as
condições existentes. Caso houver uma modificação brusca do ambiente provoca no
animal uma alteração ou o seu desaparecimento, assim sedo, o meio é a existência do
organismo vivo, isto é, a existência do organismo vivo está condicionado causalmente
pelo meio ambiente, que é o factor mais importante para determinar a vida dos seres
viventes. Quanto mais alta é a capacidade do reflexo dentro de um determinado meio,
mais livre é a espécie do influxo do meio.

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Teorias do desenvolvimento do psíquico

A questão da abordagem do desenvolvimento do psíquico, é ainda polemica pela a


existência de varias teorias explicativas, que estão divididas em grupo.

 Teorias endogénicas

O desenvolvimento psíquico é feito dependentemente de factores biológicos que são :


Hereditariedade e as Predisposições inatas tornam o lugar do relevo onde o Homem
está programado e reformado pelas disposições. Segundo esta teoria, os factores do
meio ambiente são apenas um atributo subordinado, às adaptações e qualidades
psicológico da personalidade são reduzidas aos instintos inatos.

 Teorias exogénicas

O Homem seria do momento do nascimento uma tabua rasa, pelo adestramento e hábito
poder-se-ia fazer-se udo quando são aplicados os métodos respectivos. Segundo está
teoria acentua-se o meio ambiente em que decorre o desenvolvimento
comparativamente aos outros factores como fossem determinante do desenvolvimento
psíquico.
O desenvolvimento é mais ou menos directamente reduzido a educação e formação,
com tudo a criança e jovem são considerados como objectos positivo das influências
externas e deste modo expostos a métodos mecânicos de educação.

 Teorias de convergência

O desenvolvimento do psíquico é resultado de uma convergência de factores


hereditários e factores ambientais. Logo, o desenvolvimento do psíquico da criança é
resultado de forças desiguais da hereditariedade e do meio ambiente, significa que, o
desenvolvimento do psíquico é determinado pela cooperação de dois factores principais,
que são hereditariedade e meio ambiente.

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Estas teorias defendem que, no desenvolvimento do psíquico deve-se distinguir-se os
processo de maturidade e os processos de aprendizagens, onde os processos de
maturidade são biologicamente condicionados, enquanto que os factores de
aprendizagens estão sujeitos a regularidade socias.
Portanto os desenvolvimentos psíquicos seriam condicionados pelos factores biológicos
e da assimilação.

O SURGIMETO DA CONSCIÉNCIA NO PROCESSO DA ACTIVIDADE


HUMANA

Consciência

A psique como conjunto de reflexo da realidade no cérebro nos Homens caracteriza-se


por possuir diferentes níveis.

O nível mais alto da pisque, que é o próprio do Homem, forma consciência, isto é, a
consciência é a forma superior integrante da psique do Homem que se forma como
resultado da condições históricos sociais na actividade laboral e na que a consciência
em última instância um produto social, a consciência e existência consistem.

Diferença entre psique humana e psique animal

Existem uma imensa diferença qualitativa entre a psique humana e animal, pois, a
psique humana é altamente organizada em relação a psique animal. O pensamento
concreto ou prático dos animais é somente a sua impressa directa sobre a situação dada,
enquanto que homem tem a capacidade pensar abstractamente supera a dependência
directa da situação dada.

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Algumas características que diferenciam a psique humana da psique animal.

 O homem é capaz de enfrentar não somente as influências directa do meio, mas


também pode prever aquelas que podem suceder. O homem tem capacidade de
abstrair em correspondência com a necessidade conhecida, ou seja
conscientemente. Esta é primeira distinção entre a psique humana e psique
animal;

 O homem tem capacidade de criar e de conservar ferramentas. O animal cria


instrumentos ou ferramentas numa situação concreta.

 Os homens criam instrumentos de acordo com um plano previsto anteriormente,


utiliza estes instrumentos segundo o fim a que estão destinados, e lhes conserva,
e todo o homem adquire experiência com os ouros homens no uso destes
instrumentos;

 A transmissão das experiências sociais, caracteriza o homem o qual dispõe


duma experiências acumuladas pelas gerações anteriores e essas experiências
desenvolvem-se em grande parte na psique, desde a mais tenha idade a criança
apreende a dominar as formas de utilização dos instrumentos e as formas de
trata-los, e assim as funções psíquicas do Homem mudam qualitativamente
graças ao domínio de cada sujeito em particular sobre os instrumentos do
desenvolvimento cultural da humanidade. E no Homem se desenvolvem as
funções superiores propriamente humanas como a linguagem, memoria,
pensamento e atenção;

 Somente o Homem pode experimentar determinados sentimentos ao tomar


consciência de algum aspecto vital disto.

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Conclusão

Na abordagem do nosso trabalho cientifico, concluímos que, o desenvolvimento do


psíquico é um processo contínuo que tem início desde a concepção, e tem continuidade
após a fecundação do óvulo, e por sua vez a consciência humana não so se caracteriza
pelas condições naturais e biológica, mas também tem de se considerar o âmbito em
social, ou seja, a consciência tem um carácter social. A interdependência funcional
psíquica orgânica social consiste na Ciências Sociais e Humana, de seu ponto de
incidência no caso do ser humano individual. O ser humano é hoje concebido como
uma totalidade de determinações psíquicas, biológicas e sociais e não uma simples
abstracção do todo social. De todas as estruturas que herdamos, aquela que está
estritamente associada com a nossa identidade é o sistema nervoso, porque é ele que
regula os 50 trilhões de células que se estima existir no corpo humano. Como membro
da espécie Homo sapiens, todos nós recebemos um sistema nervoso, embora cada um
seja dotado de um conjunto próprio de idiossincrasias. O organismo e o ambiente fazem
parte de um todo no qual são inter-relacionados e em constante interacção. Onde o meio
mobiliza ou favorece disposições hereditárias, mas por sua vez a acção do meio não é
independente dessas disposições, meio é a existência do organismo vivo, isto é, a
existência do organismo vivo está condicionado causalmente pelo meio ambiente, que é
o factor mais importante para determinar a vida dos seres viventes. E em fim
entendemos que existe uma diferença entre os psicos nos animais (o Homem e o animal
irracional).

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Bibliografia
LURIA, 2006, p194, LEONTIEV 1978, p166, 1979 p22,36,37 desenvolvimento da
consciência humana.
21.02.2020ttps://www.revistas2.uepg.br/index.php/humanas/article/download/3125/286
8/, Pdf JOȂO JÚNIOR BONFIM JOIA PEREIRA
Belvio Bernardo, módulo de psicologia geral, o desenvolvimento do psíquico

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