RELATORIO - TELEBRASIL.DOCX
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................... 3
Este relatório faz parte do estudo “O Desempenho Comparado das Telecomunicações do Brasil”, realizado pela
Teleco por solicitação da TELEBRASIL & FEBRATEL e tem como objetivo analisar a posição do Brasil no
Ranking de Competitividade Global do Fórum Econômico Mundial (WEF) edição 2017-2018.
A seção 2 apresenta à metodologia utilizada e a seção 3 a análise dos resultados do GCI para o Brasil,
realizada até o menor nível de cada modelo de mensuração, explicitando indicadores relevantes para as TICs,
inclusive a educação.
O "Global Competitiveness Index (GCI)" publicado anualmente pelo Fórum Econômico Mundial (WEF) no "Global
Competitiveness Report" tem por objetivo estimar o nível de produtividade e competitividade da economia de
cada país.
Os pilares do GCI são avaliados combinando-se 114 indicadores que têm relevância para a produtividade. Eles
têm como fonte bases de dados estatísticas e uma pesquisa de opinião entre executivos participantes do Fórum
Econômico Mundial.
A pontuação de cada pilar é calculada como a média da pontuação de cada indicador, normalizado para uma
escala de 1 (pior) a 7 (melhor).
Os doze pilares são agrupados em três subíndices relacionados ao estágio de desenvolvimento de cada país
No computo final do CGI, o peso de cada um dos subíndices varia com o estágio de desenvolvimento do país,
conforme a tabela 2.1.
O CGI em sua edição de 2017 avaliou 137 países do mundo, atribuindo uma pontuação a cada um destes
países em função da estrutura de indicadores apresentada na figura 2.1.
O Fórum Econômico Mundial define competitividade como o conjunto de instituições, políticas e fatores que
determinam o nível de produtividade de um país.
O Apêndice A do “Global Competitiviness Index 2017-2018” mostra que o GCI é uma boa estimativa do nível
de produtividade de um país. Mostra também a relação entre PIB per capita e produtividade. Segundo estudo
de Hall e Jones (1996) cerca de 89% da variação do PIB per capita ocorre devido ao nível de produtividade.
Existe, portanto, uma relação entre o PIB per capita e a pontuação no GCI obtida pelos países.
O Brasil possuía em 2017 o 62º PIB per capita entre estes 137 países. Desta forma poder-se-ia esperar
que ele ocupasse uma posição próxima a esta no ranking GCI. Note-se que o PIB per capita do Brasil
caiu de US$ 11,6 mil em 2014 para US$ 8,7 mil em 2016 (FMI). O Brasil possuía o 54º PIB per capita entre
estes 140 países em 2014.
Para facilitar a análise da posição do Brasil em relação a este ranking adotaremos os critérios de cores
apresentados na tabela 2.2 na representação do GCI e seus componentes nas seções seguintes.
Tabela 2.2: Critério de classificação da posição do Brasil no ranking GCI e seus componentes
POSIÇÃO NO RANKING COR COMENTÁRIO
Maior que 67 Vermelha Pior que o esperado
Entre 57 e 67 Amarela Dentro do esperado
Menor que 57 Verde Melhor que o esperado
Apresenta-se a seguir a análise dos resultados do "The Global Competitiveness Index (GCI)" publicado no "The
Global Competitiveness Report 2017 - 2018" para o Brasil conforme critérios de classificação definidos na seção
2.
O Fórum Econômico Mundial define competitividade como o conjunto de instituições, políticas e fatores que
determinam o nível de produtividade de um país.
A posição do Brasil no Ranking GCI foi, pelo segundo ano seguido, “Pior que o esperado” em 2015, 2016 e
2017. A pontuação caiu de 4,4 em 2012 para 4,3 em 2013 e 2014 e em 2015, 2016 e 2017 caiu para 4,1.
Analisando-se os três subíndices que compõe o GCI, a posição do Brasil é “pior que o esperado” em Requisitos
Básicos (104º) e em fatores de Inovação e sofisticação (65º) e “dentro do esperado” em aceleradores de
eficiência (60º).
Note-se que no subíndice de Requisitos Básicos em particular o Brasil caiu 1 posição em 2017. Os outros,
Aceleradores de Eficiência e Fatores de Inovação e Sofisticação melhoraram sua posição em 2017.
Requisitos Básicos é o subíndice em que o Brasil apresenta seu pior desempenho. Sua posição no ranking
havia melhorado em 2014, mas voltou a cair em 2015 e em 2016. Em 2017 voltou a subir. Sua pontuação subiu
de 3,5 em 2012 e 2013 para 4,4 em 2014, caiu para 4,1 em 2015 e para 4,0 em 2016 e em 2017 voltou para
4,1.
O subíndice Requisitos Básicos tem um peso maior no computo do CGI nos países mais pobres cuja economia
é baseada em uma força de trabalho sem qualificações e em recursos naturais.
O Subíndice de Requisitos Básicos é composto pelos quatro pilares apresentados na figura 3.1.1.
Figura 3.1.1: Posição do Brasil no ranking para os quatro pilares do subíndice Requisitos Básicos
O Brasil apresentou o seu pior desempenho no pilar de Ambiente Macroeconômico (124º) em 2017. O pilar
Instituições (109) melhorou em 11 posições em relação ao ano de 2016.
Tabela 3.1.1: Evolução da Pontuação do Brasil para os indicadores do subíndice Requisitos Básicos
O ambiente institucional é determinado pelo quadro legal administrativo dentro do qual cada indivíduo, empresa
e governos interagem para gerar riqueza.
A qualidade das instituições tem um impacto importante na competitividade e no crescimento. Ela influencia
decisões de investimentos e a organização da produção e tem papel na forma como sociedades distribuem
benefícios e suportam os custos de estratégias e políticas de desenvolvimento. Por exemplo, donos de terra,
de ações corporativas, ou de propriedade intelectual, são relutantes em investir na melhoria e na manutenção
de suas propriedades se seus direitos como proprietários não são protegidos.
O papel das instituições vai além do quadro legal. Atitudes governamentais em relação aos mercados e as
liberdades e a eficiência de suas operações são também muito importantes: burocracia excessiva, excesso de
regulamentação, corrupção, desonestidade no trato com contratos públicos, falta de transparência e
confiabilidade, incapacidade em prover serviços apropriados para o setor empresarial e a dependência política
do sistema judicial impõem custos econômicos significativos aos negócios e um vagaroso processo de
desenvolvimento econômico.
A transparência no setor privado é também indispensável para negócios. Ela pode ser criada através do uso
de normas bem como através de práticas de auditoria e contabilidade que assegurem acesso à informação em
tempo hábil.
A figura 3.1.1.1 apresenta a posição do Brasil no ranking de 2017 para os indicadores que compõem o pilar de
Instituições.
Figura 3.1.1.1: Posição do Brasil no Ranking para os indicadores do pilar Instituições (2017)
Como se pode observar, o Brasil só apresenta bom desempenho em dois indicadores: Força da proteção ao
investidor e Custo do terrorismo para os negócios.
Infraestrutura extensa e eficiente é crítica para assegurar o funcionamento efetivo da economia, como um fator
importante na determinação da localização da atividade econômica e os tipos de atividades ou setores que
podem ser desenvolvidos dentro do país. Infraestrutura bem desenvolvida reduz o efeito da distância entre
regiões, integrando o mercado nacional e o conectando a mercados de baixo custo em outros países e regiões.
Além disso, a qualidade e extensão das redes de infraestrutura impactam significativamente no crescimento
econômico e reduz as desigualdades de renda e a pobreza de variadas formas. Uma rede de infraestrutura de
transporte e comunicação bem desenvolvida é um pré-requisito para o acesso às comunidades menos
desenvolvidas a atividades econômicas e serviços fundamentais.
Modos eficazes de transporte – incluindo rodovias, ferrovias, porto e aeroportos de qualidade – permitem que
empreendedores levem seus produtos e serviços ao mercado de maneira segura e rápida e facilitam a
movimentação de trabalhadores para vagas de trabalho mais adequadas. Economias também dependem de
suprimentos de eletricidade que são livres de interrupções e escassez para que empresas e fábricas possam
operar sem impedimentos. Por fim, uma sólida e extensa rede de telecomunicações permite um fluxo rápido e
livre de informação, o qual aumenta a eficiência econômica global ao assegurar que negócios possam
comunicar e que decisões sejam tomadas por agentes econômicos, tendo em conta toda a informação relevante
disponível.
A figura 3.1.2.1 apresenta a posição do Brasil no ranking de 2017 para os indicadores que compõem o pilar de
Infraestrutura.
Figura 3.1.2.1: Posição do Brasil no Ranking para os indicadores do pilar Infraestrutura (2017)
O Brasil apresenta bom desempenho em dois indicadores: Linhas de telefone fixo e assento de avião disponível.
O indicador Assinaturas de telefone celular caiu 38 posições de 2015 a 2017.
O indicador Assinantes de telefone celular tem como fonte o UIT União Internacional de Telecomunicações. A
pesquisa de opinião com executivos do Fórum Econômico Mundial é a fonte dos demais indicadores.
Débitos fiscais limitam a capacidade futura do governo de reagir aos ciclos de negócios. Empresas não podem
operar de forma eficaz quando índices de inflação estão fora do controle. Em suma, a economia não pode
crescer de maneira sustentável a menos que o ambiente macro esteja estável.
A figura 3.1.3.1 apresenta a posição do Brasil no ranking de 2017 para os indicadores que compõem o pilar
ambiente macroeconômico.
Figura 3.1.3.1: Posição do Brasil no Ranking para os indicadores do pilar Ambiente Macroeconômico (2017)
Os indicadores de Poupança nacional bruta (% PIB) e Inflação (anual %) têm como fonte o FMI. A fonte para o
indicador de Taxa de crédito do país é de Investidores Internacionais e para os demais indicadores a pesquisa
de opinião com executivos do Fórum Econômico Mundial.
Tabela 3.1.3.1: Evolução da Pontuação do Brasil para os Indicadores do pilar Ambiente Macroeconômico
PONTUAÇÃO 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Tendência
Dívida governamental geral, % PIB 66,1 66,2 68,5 66,3 65,2 73,7 78,3
Poupança nacional bruta, % PIB 17 18,4 15,4 14,7 16,2 16,4 16,1
Inflação, anual % Alteração 5 6,6 5,4 6,2 6,3 9,0 8,7
Balanço orçamentário do governo,
-2,9 -2,6 -2,8 -3,3 -6,2 -10,3 -9,0
% PIB
Taxa de crédito do país, 0–100
68,5 70,9 68 67,7 64,5 - 55,5
(Melhor)
Ambiente Macroeconômico 4,2 4,4 4,6 4,5 4,0 3,5 3,4
Uma força de trabalho saudável é vital para a competitividade e produtividade do país. Funcionários que estão
doentes não podem trabalhar em seus potenciais e serão menos produtivos. Problemas de saúde levam a
custos significativos para os negócios, já que funcionários doentes faltam ou operaram em baixos níveis de
eficiência. Investimento na prestação de serviços de saúde é, portanto, crítico para uma clara economia, bem
como moral, considerações.
Além da saúde, este pilar considera a quantidade e qualidade da educação básica recebida pela população, a
qual é cada vez mais importante na economia de hoje. A educação básica aumenta a eficiência de cada
trabalhador em individual. Além disso, em geral trabalhadores que receberam pouca educação formal somente
conseguem realizar tarefas manuais simples e acham muito mais difícil se adaptar a processos e técnicas
avançados de produção e assim eles contribuem menos para conceber e executar inovações. Em outras
palavras, a falta de educação básica pode se tornar um constrangimento no desenvolvimento de negócios, com
empresas achando difícil subir na cadeia de valor da produção de produtos mais sofisticados ou de alto valor.
A figura 3.1.4.1 apresenta a posição do Brasil no ranking de 2017 para os indicadores que compõem o pilar
Saúde e Educação Primária.
O Brasil apresenta bom desempenho em três indicadores, são eles: Impacto da tuberculose nos negócios,
Casos de Malária e Impacto da malária nos negócios. O indicador Matrículas na educação primária melhorou
em 8 pontos, passando da posição 102 em 2016 para a 94 em 2017. O pior indicador foi a Qualidade da
educação primária do Brasil.
O subíndice aceleradores de eficiência tem um peso maior no computo do CGI para países que não podem
mais basear sua competitividade em baixos salários e precisam aumentar sua eficiência para serem
competitivos.
O subíndice aceleradores de eficiência é composto pelos seis pilares apresentados na figura 3.2.1.
Figura 3.2.1: Posição do Brasil no ranking para os seis pilares do subíndice aceleradores de eficiência (2017)
Dos 5 pilares, quatro apresentaram melhora em 2017. Eficiência do Mercado de Produtos, subiu 6 posições,
passando de 128 em 2015 para 122 em 2017.
Tabela 3.2.1: Evolução da Pontuação do Brasil para os indicadores do subíndice aceleradores de eficiência
O pilar Educação superior e treinamento é crucial para as economias que querem subir na cadeia de valor além
de processos de produção e produtos simples. Em particular, a economia globalizada de hoje requer que os
países nutram trabalhadores bem-educados que sejam capazes de realizar tarefas complexas e se adaptar
rapidamente à mudança de ambiente e à evolução das necessidades do sistema de produção. Este pilar mede
as taxas de escolaridade média e superior bem como a qualidade da educação na avaliação de líderes
empresariais. A extensão do treinamento de pessoal também é levada em consideração devido a importância
da formação profissional contínua no treinamento do trabalho – o qual é negligenciado em várias economias –
por assegurar uma constante atualização das habilidades dos trabalhadores.
A figura 3.2.1.1 apresenta a posição do Brasil no ranking de 2017 para os indicadores que compõem o pilar de
Educação superior e treinamento.
O subíndice Educação superior e treinamento, possui dois pilares que estão “melhor que o esperado”, um como
“dentro do esperado” e o restante (5) está “pior do que esperado”. A pontuação do Brasil subiu de 4,2 em 2013
para 4,9 em 2014 e caiu para 3,8 em 2015 e voltou a subir em 2016 (4,1) e em 2017 (4,2). O subíndice
Matrículas na Educação Secundária (50) caiu 12 posições em 2017.
A fonte do indicador Matrículas na educação secundária (brutas%) é da Unesco e para os demais indicadores
a pesquisa de opinião com executivos do Fórum Econômico Mundial.
Tabela 3.2.1.1: Evolução da Pontuação do Brasil para os Indicadores do pilar Educação superior e treinamento
Países com mercados eficientes estão mais bem posicionados para produzir a combinação certa de produtos
e serviços dadas suas condições particulares de suprimento e demanda, bem como de assegurar que estes
produtos possam ser negociados mais eficazmente na economia. A competição saudável de mercado, tanto
doméstica como internacional, é importante para levar à eficiência de mercado, e assim a produtividade
empresarial, assegurando que as empresas mais eficientes, produzindo produtos demandados pelo mercado,
são aquelas que prosperam. O melhor ambiente possível para a troca de produtos exige mínima intervenção
governamental que impeça a atividade empresarial. Por exemplo, competitividade é prejudicada por impostos
distorcidos ou onerosos e por regras restritas e discriminatórias sobre investimento estrangeiro direto (FDI) – o
qual limita a propriedade estrangeira – bem como sobre transação internacional. A recente crise econômica
tem destacado o alto grau de interdependência das economias mundiais e o grau em que crescimento depende
de mercados abertos. Medidas protecionistas são contra produtivas já que elas reduzem a atividade econômica
agregada.
A eficiência do mercado também depende das condições de demanda como a orientação do consumidor e a
sofisticação do comprador. Por razões culturais ou históricas, consumidores podem ser mais exigentes em
alguns países que em outros. Isto pode criar uma importante vantagem competitiva, ao forçar companhias a
serem mais inovadoras e orientadas para o consumidor e assim impõe a disciplina necessária para que a
eficiência seja atingida no mercado.
A figura 3.2.2.1 apresenta a posição do Brasil no ranking de 2017 para os indicadores que compõem o pilar
Eficiência do mercado de produtos.
A posição do Brasil está “pior que o esperado” em onze (11) dos dezesseis indicadores do pilar Eficiência do
mercado de produtos, “dentro do esperado” em um e “melhor que o esperado” em quatro: os indicadores
Eficácia das Políticas Anti-monopólio e Custos das políticas agrícolas subiram 18 e 17 posições
respectivamente em 2017. O indicador Prevalência de barreiras comerciais caiu da posição 119 para 130 em
2017.
O indicador número de dias para iniciar um negócio tem como fonte o relatório “Doing Business” do Banco
Mundial. Para os demais indicadores a fonte é a pesquisa de opinião com executivos do Fórum Econômico
Mundial.
Intensidade da competição local 5,2 5,1 5,0 5,3 5,4 5,3 5,3
Grau de orientação do consumidor 4,9 4,8 4,8 4,6 4,3 4,3 4,4
Prevalência de propriedade estrangeira 4,6 4,5 4,5 4,3 4,2 4,2 4,2
Custos das políticas agrícolas 4,5 4,6 4,4 4,1 3,9 4,0 4,2
Impacto empresarial das regras do FDI 4,6 4,6 4,3 3,7 3,9 4,1 4,0
Extensão do domínio do mercado 4,3 4,4 4,4 4,2 3,9 3,9 4,0
Prevalência de barreiras comerciais 4,0 3,9 3,9 4,0 3,9 3,7 3,9
Eficácia das políticas antimonopólio 4,6 4,6 4,5 4,3 3,7 3,6 3,5
Sofisticação do comprador 3,7 3,8 3,6 3,5 3,4 3,4 3,4
Peso dos procedimentos aduaneiros 3,1 3,1 3,0 2,7 2,9 3,0 3,0
Efeito da tributação sobre os incentivos a
2,1 2,1 2,5 2,4 2,0 1,8 1,8
investir
Eficiência do mercado de produtos 3,8 3,9 3,8 3,8 3,7 3,7 3,7
A eficiência e flexibilidade do mercado de trabalho são críticos para assegurar que trabalhadores sejam
alocados para uso mais eficaz na economia e recebam incentivos para dar o melhor em seus empregos.
Mercados de trabalho devem, portanto, ter flexibilidade para transferir trabalhadores de uma atividade
econômica para outra rapidamente e a baixo custo, e para permitir flutuações salariais sem muita
desorganização social.
A eficiência dos mercados de trabalho também deve assegurar incentivos fortes e claros para os empregados
e esforços para promover a meritocracia no local de trabalho, e deve proporcionar equidade dentro do ambiente
de trabalho entre mulheres e homens. Juntos, esses fatores têm um efeito positivo no desempenho do
trabalhador e na atratividade do país para talentos, dois aspectos que estão se tornando mais importantes
devido à escassez que surge no horizonte.
A figura 3.2.3.1 apresenta a posição do Brasil no ranking de 2017 para os indicadores que compõem o pilar
Eficiência do mercado de trabalho.
Pagamento e produtividade 89
Figura 3.2.3.1: Posição do Brasil no Ranking para os indicadores do pilar Eficiência do Mercado de Trabalho (2017)
O Brasil teve 7 indicadores do pilar Eficiência do mercado de Trabalho como “pior que o esperado”. O indicador
Cooperação nas relações trabalho-empregado melhorou 12 pontos, passando de 118 em 2016 para 106 pontos
em 2017. A tendência é de baixa na pontuação de quase todos os indicadores.
A crise econômica financeira tem destacado o papel central de um setor financeiro sólido de bom
funcionamento para as atividades econômicas. Um setor financeiro eficiente aloca os recursos poupados pelos
cidadãos de uma nação, bem como recursos que entram na economia vindo do exterior, para os usos mais
produtivos. Canaliza recursos para projetos empresariais e de investimento com as mais altas taxas esperadas
de retorno e não a projetos com conexão política. Uma avaliação completa e adequada de risco é, portanto, um
ingrediente chave da solidez do mercado financeiro.
Investimento também é crítico para a produtividade. Portanto, economias exigem mercados financeiros
sofisticados que possam fazer o capital disponível para o investimento do setor privado de recursos como
empréstimos de um sólido setor bancário, bolsa de valores bem regulado, capital de risco e outros produtos
financeiros. Para cumprir todas essas funções, o setor bancário precisa ser confiável e transparente, e – como
tem ficado claro recentemente – mercados financeiros necessitam de regulação apropriada para proteger
investidores e outros atores da economia em geral.
A figura 3.2.4.1 apresenta a posição do Brasil no ranking de 2017 para os indicadores que compõem o pilar
Desenvolvimento do mercado financeiro.
O pilar Desenvolvimento do Mercado Financeiro melhorou em quase todos os indicadores 2017, apesar de
possuir 6 indicadores como “pior que o esperado” e 2 como “melhor que o esperado” neste pilar. O indicador
Disponibilidade de capital de risco caiu 10 pontos, passando de 95 pontos em 2016 para 105 em 2017.
O pilar Desenvolvimento do mercado financeiro melhorou de 3,6 em 2016 para 3,7 em 2017.
O indicador Índice de direitos legais tem como fonte o relatório “Doing Business” do Banco Mundial e os demais
indicadores a pesquisa de opinião com executivos do Fórum Econômico Mundial.
Tabela 3.2.4.1: Evolução da Pontuação do Brasil para os Indicadores do pilar Desenvolvimento do mercado financeiro
O pilar da disponibilidade tecnológica mede a agilidade de uma economia em adotar tecnologias existentes
para melhorar a produtividade de suas indústrias, com ênfase específica em sua capacidade de alavancar
totalmente as tecnologias da comunicação (TICs) em atividades diárias e em processos de produção para
aumentar a eficiência e permitir inovação e competitividade. As tecnologias da informação e comunicação tem
evoluído dentro das “tecnologias de aplicação geral” de nossos tempos, dado seus efeitos críticos para outros
setores da economia e seu papel como facilitador de infraestrutura para toda a indústria. Portanto, o acesso e
uso da TIC são capacitores chave da disponibilidade global dos países.
Não é relevante para a capacidade do país de melhorar a produtividade se a tecnologia usada foi ou não
desenvolvida dentro das fronteiras nacionais. O ponto central é que as empresas que operam no país precisam
ter acesso a produtos e projetos avançados e a capacidade de absorve-los e usa-los. Entre as principais fontes
de tecnologia estrangeira, investimento estrangeiro direto tem muitas vezes um papel chave, especialmente
para países em um estágio tecnológico menos desenvolvido. É importante notar que, neste contexto, o nível
de tecnologia disponível para empresas em um país precisa ser distinto da habilidade do país em conduzir
pesquisa teórica e desenvolver novas tecnologias para inovação que ampliem as fronteiras do conhecimento.
A figura 3.2.5.1 apresenta a posição do Brasil no ranking de 2017 para os indicadores que compõem o pilar
disponibilidade tecnológica.
Figura 3.2.5.1: Posição do Brasil no Ranking para os indicadores do pilar disponibilidade tecnológica (2017)
A posição do Brasil está “pior que o esperado” no indicador Disponibilidade das tecnologias recentes e “melhor
que o esperado” nos indicadores FDI e transferência de tecnologia e assinantes de banda larga móvel.
O indicador Indivíduos usando internet (%), tem como fonte o UIT União Internacional de Telecomunicação.
Para os demais indicadores, a fonte é a pesquisa de opinião com executivos do Fórum Econômico Mundial.
O pilar do Tamanho do mercado afeta a produtividade já que mercados grandes permitem que as empresas
explorem a economia de escala. Tradicionalmente, os mercados disponíveis para empresas têm sido
restringidos pelas fronteiras do país. Na era da globalização, mercados internacionais têm se transformado em
um substituto para mercados domésticos, especialmente para países pequenos. Vasta evidência empírica
mostra que a abertura comercial está positivamente associada com crescimento. Mesmo que algumas
pesquisas recentes lancem dúvidas sobre a robustez dessa relação, há um sentimento geral que o comércio
tem um efeito positivo no crescimento, especialmente para países com mercados domésticos pequenos.
Assim exportações podem ser pensadas como um substituto para a demanda interna para determinar o
tamanho do mercado para empresas de um país. Ao incluir ambos os mercados domésticos e externos em
nossa medida do tamanho do mercado, é dado crédito para economias orientadas para exportação e para
áreas geográficas (como a União Europeia) que são divididas em países, mas tem um único mercado comum
A figura 3.2.6.1 apresenta a posição do Brasil no ranking de 2017 para os indicadores que compõem o pilar de
Tamanho do Mercado.
O Brasil está “pior que o esperado” no indicador Exportações como porcentagem no PIB, mas possui ótima
posição com desempenho “melhor que o esperado” nos indicadores Índice de tamanho do mercado externo,
PIB e Índice de tamanho do mercado doméstico.
O indicador PIB (PPP$ bilhões), tem como fonte o FMI, as exportações como porcentagem no PIB têm como
fonte o OMC Organização Mundial do Comercio e para os demais indicadores a fonte é a pesquisa de opinião
com executivos do Fórum Econômico Mundial.
Tabela 3.2.6.1: Evolução da Pontuação do Brasil para os Indicadores do pilar Tamanho do Mercado
O subíndice fatores de Inovação e sofisticação tem um peso maior no computo do CGI para países mais
desenvolvidos que só conseguem manter os altos salários associados ao seu padrão de vida se seus negócios
são capazes de competir com produtos novos e únicos.
O subíndice fatores de Inovação e sofisticação é composto pelos dois pilares apresentados na figura 3.3.1.
100
90
85
80
70 Inovação
Sofisticação empresarial
60
56
50
40
30
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Figura 3.3.1: Posição do Brasil no Ranking para os dois pilares do subíndice sobre fatores de Inovação e sofisticação
(2017)
O pilar “Inovação” ficou com posição “pior que o esperado” no ranking mas melhorou 15 pontos em 2017 e o
pilar sofisticação empresarial “melhor que o esperado”.
Tabela 3.3.1: Evolução da Pontuação do Brasil para os indicadores do subíndice sobre fatores de Inovação e sofisticação
Não há dúvida de que práticas empresariais sofisticadas conduzem a uma mais alta eficiência na produção de
produtos e serviços.
Sofisticação empresarial abrange dois elementos que estão intrinsicamente ligados: a qualidade das redes
empresariais globais do país e a qualidade das operações e estratégias das empresas individuais. Estes fatores
são especialmente importantes para países em estágio avançado de desenvolvimento quando, em uma grande
extensão, as mais básicas fontes de melhoria da produção foram esgotadas.
A figura 3.3.1.1 apresenta a posição do Brasil no ranking de 2017 para os indicadores que compõem o pilar de
Sofisticação empresarial
Sofisticação empresarial
Natureza da vantagem competitiva 110
Extensão do marketing 39
Figura 3.3.1.1: Posição do Brasil no Ranking para os indicadores do pilar Sofisticação empresarial (2017)
O país apresenta posição “pior que o esperado” em dois indicadores e “melhor que o esperado” em cinco dos
nove indicadores.
O pilar quantidade de fornecedores locais subiu 14 pontos, passando de (54) em 2016 para (40) em 2017.
Avanços tecnológicos tem sido a base dos vários ganhos de produtividade que nossas economias têm
experimentado historicamente. Eles vão desde a revolução industrial no século 18, à invenção da máquina a
vapor e a geração de eletricidade até a revolução digital mais recente.
Inovação é particularmente importante para as economias na medida em que elas aproximam as fronteiras do
conhecimento, e a possibilidade de gerar mais valor ao meramente integrar e adaptar tecnologias exógenas
tende a desaparecer.
Embora países menos avançados possam ainda melhorar sua produtividade adotando tecnologias existentes
ou fazendo melhorias incrementais em outras áreas, para aqueles países que atingiram o estágio da inovação
de desenvolvimento isto não é mais suficiente para aumentar a produtividade. As empresas nestes países
devem projetar e desenvolver produtos e processos de ponta para manter uma vantagem competitiva e ir em
direção de atividades de valor adicionado ainda mais alto. Esta progressão requer um ambiente que seja
propício à atividade de inovação e seja apoiado por ambos os setores público e privado. Em particular, quer
dizer investimento suficiente em pesquisa e desenvolvimento (P&D), especialmente do setor privado. A
presença de instituições de pesquisa científica de alta qualidade que podem gerar o conhecimento básico
necessário para construir novas tecnologias; colaboração extensiva em pesquisa e desenvolvimento
tecnológico entre universidades e a indústria; e a proteção de propriedade intelectual, além dos altos níveis de
competição e acesso a capital de risco e financiamento os quais são analisados em outros pilares do índice.
A figura 3.3.2.1 apresenta a posição do Brasil no ranking de 2017 para os sete indicadores que compõe o pilar
de Inovação.
O Brasil está “pior que o esperado” em 5 indicadores e “dentro do esperado” no indicador patentes PCT. O
indicador Colaboração entre universidade e indústria em P&D melhorou 20 posições (da posição 90 para a 70)
em 2017.
O indicador Patentes, PCT, aplicações/milhões pop tem como fonte a OECD. Para os demais indicadores a
fonte é a pesquisa de opinião com executivos do Fórum Econômico Mundial.
As figuras 4.1 a 4.4 apresentam a posição do Brasil no ranking GCI e seus componentes classificados segundo
código de cores da Tabela 4.1 para os resultados obtidos de 2011 a 2017.
Tabela 4.1: Critério de classificação da posição do Brasil no ranking GCI e seus componentes
POSIÇÃO NO RANKING COR COMENTÁRIO
Maior que 67 Vermelha Pior que o esperado
Entre 57 e 67 Amarela Dentro do esperado
Menor que 57 Verde Melhor que o esperado
Os critérios de classificação da posição do Brasil foram estabelecidos tendo em vista existir uma relação entre o PIB
per capita e a pontuação no CGI obtida pelos países. O Brasil possui o 62º PIB per capita entre estes 137 países. Desta
forma, poderia ser esperado que o país ocupasse uma posição próxima a esta no ranking CGI.
A posição do Brasil no ranking CGI em 2017 foi “pior que o esperado”, assim como ocorreu nos últimos 2 anos (2015
e 2016).
O Brasil está “pior que o esperado” no subindice Requisitos Básicos, e “dentro do esperado” em Empresarial e
Acelerador de Eficiência e Fatores de Inovação e Sofisticação.
O Brasil apresenta suas piores posições no ranking nos pilares Ambiente Macroeconômico (124) de eficiência do
mercado de produtos (122), de Eficiência do mercado de trabalho (114).
Destacam-se os indicadores que tiveram queda em 2017: Matrículas na educação secundária (caiu 12 posições),
Assinaturas de telefone celular, Prevalência de barreiras comerciais e Disposição para delegar autoridade (queda
de 11 posições em relação a 2016).
O Brasil apresenta seus melhores resultados nos pilares de tamanho do mercado (10), disponibilidade tecnológica
(55) e sofisticação empresarial (56).
“In the context of negative terms of trade shocks and political turmoil, Brazil falls six positions to 81st.
This is driven mainly by deteriorating goods, labor, and financial markets. On the institutional side,
security has deteriorated and also the perception of the quality of public-sector administration. However,
Brazil has improved in areas such as protection of property rights and measures of undue influence,
and the country’s bounce back after a sharp drop last year probably reflects the fight against corruption
and for judicial independence. The political uncertainty and the government’s sinking finances are still
impediments to consolidating a pro-growth competitiveness agenda in the largest economy in Latin
America and the Caribbean. Brazil is currently going through a recession. The country’s growth rate has
decelerated steadily, from an average annual growth rate of 4.5 percent between 2006 and 2010 to 2.1
percent between 2011 and 2014, according to the World Bank, and negative growth is projected for
2015 and 2016. Addressing the macroeconomic imbalances facing the country, including large current
account and government deficits and increasing inflation, requires improving productivity, starting with
the macroeconomic environment and addressing the market distortions affecting how markets work.”