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FACULDADE DE DEIREITO
Direito da família
Maria e Mário casaram, no dia 26 de Dezembro de 2016, sem prévia convenção antenupcial.
Antes da celebração do casamento Mário decidiu dar a sua noiva um Iphone 10 como
homenagem do seu longo tempo de namoro e Maria ofereceu ao seu noivo um kit de
escritório para a nova casa onde viveriam depois do casamento.
A partir de Janeiro de 2017, Mário apercebe-se que Maria fala frequentemente ao telemóvel e
troca mensagens escritas muito numerosas com o seu chefe. Desconfiado, Mário passa a
sujeitar Maria a interrogatórios diários, e lhe retira o telemóvel oferecido antes do casamento.
Em finais de Março, Maria cansada de desconfianças do marido, e revoltada por ser-lhe tirada
o telemóvel decide sair de casa carregando todos pratos, copos, panelas, e micro-ondas que
tinham sido oferecidos aos dois pelos vizinhos por ocasião do seu casamento e passou a viver
num apartamento que os seus pais lhe haviam doado como presente para casamento e que no
mesmo dia da doação Maria o arrendou ao seu amante.
Duas semanas depois do divórcio, Marcos irmão da Maria vai ao tribunal reivindicar parte do
imóvel doado pelo seu pai, pois ele também se considera dono do imóvel.
Quid júris
Maria e Mário casaram, no dia 26 de Dezembro de 2016, sem prévia convenção
antenupcial. Antes da celebração do casamento Mário decidiu dar a sua noiva um
Iphone 10 como homenagem do seu longo tempo de namoro e Maria ofereceu ao seu
noivo um kit de escritório para a nova casa onde viveriam depois do casamento.
O artigo 141 da lei de família da liberdade do casamento ser celebrado sem convenção
antenupcial, sendo assim o casamento pode ser celebrado sem convenção antenupcial e segue
o regime de comunhão de adquiridos.
Todavia Mário não pode retirar-lhe o celular que a ofereceu porque os bens
doados por um dos cônjuges ao outro são considerados próprios do donatário,
independentemente do regime do casamento.
R: Com base no art. 162 as doações para casamento podem ser feitas por um dos
esposados ao outro, pelos dois reciprocamente ou por terceiro a um ou ambos os esposados,
neste caso os bens móveis foram doados pelos terceiros a ambos os esposados, sendo estes
bens doados para ambos a Maria não pode sair de casa com todos esses bens sem antes fazer-
se uma meação sendo esses bens doados aos dois cônjuges a luz do artigo 192. E Maria não
pode ir viver com seu amante, porque estamos perante a violação de deveres conjugais só por
esta arrendar ao seu amante, nus termos do número 1 do art. 97, no que concerne a doação
feita a Maria perlo pai, importa referir que a Maria pode arrendar a casa para o seu amante e
para quem precisar uma vez que a casa foi doada pelo pai, visto que estes casaram com o
regime da comunhão de adquiridos, então esta casa pertence somente a Maria com base na
alínea a) nº 1 do art. 146.
Duas semanas depois do divórcio, Marcos irmão da Maria vai ao tribunal reivindicar
parte do imóvel doado pelo seu pai, pois ele também se considera dono do imóvel.