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UNIVERSIDADE CATOLICA DE MOCAMBIQUE

FACULDADE DE DEIREITO

Curso de Direito, 3° ano pos-Laboral

Discente: Alima Chucurulai Momade Ali

Direito da família

Segunda Resolução dos exercícios

Nampula, Abril 2020


Caso Prático II (Anexo)

Maria e Mário casaram, no dia 26 de Dezembro de 2016, sem prévia convenção antenupcial.
Antes da celebração do casamento Mário decidiu dar a sua noiva um Iphone 10 como
homenagem do seu longo tempo de namoro e Maria ofereceu ao seu noivo um kit de
escritório para a nova casa onde viveriam depois do casamento.

A partir de Janeiro de 2017, Mário apercebe-se que Maria fala frequentemente ao telemóvel e
troca mensagens escritas muito numerosas com o seu chefe. Desconfiado, Mário passa a
sujeitar Maria a interrogatórios diários, e lhe retira o telemóvel oferecido antes do casamento.

Em finais de Março, Maria cansada de desconfianças do marido, e revoltada por ser-lhe tirada
o telemóvel decide sair de casa carregando todos pratos, copos, panelas, e micro-ondas que
tinham sido oferecidos aos dois pelos vizinhos por ocasião do seu casamento e passou a viver
num apartamento que os seus pais lhe haviam doado como presente para casamento e que no
mesmo dia da doação Maria o arrendou ao seu amante.

Mário, inconformado com a atitude de Maria, procura-a no local de trabalho tentando


convence-la a voltar a casa, Maria não aceita voltar para casa e pede divórcio alegando que
não ama mais o Mário e vai passar a viver com o seu amante na casa que lhe fora
anteriormente doada pelos pais.

Duas semanas depois do divórcio, Marcos irmão da Maria vai ao tribunal reivindicar parte do
imóvel doado pelo seu pai, pois ele também se considera dono do imóvel.

Quid júris
Maria e Mário casaram, no dia 26 de Dezembro de 2016, sem prévia convenção
antenupcial. Antes da celebração do casamento Mário decidiu dar a sua noiva um
Iphone 10 como homenagem do seu longo tempo de namoro e Maria ofereceu ao seu
noivo um kit de escritório para a nova casa onde viveriam depois do casamento.

R: Maria e Mário ao casarem no dia 26 de Dezembro, estamos perante a um casamento


prevista no artigo 8 da lei da família que consiste n a união voluntaria e singular entre homem
e mulher.

O artigo 141 da lei de família da liberdade do casamento ser celebrado sem convenção
antenupcial, sendo assim o casamento pode ser celebrado sem convenção antenupcial e segue
o regime de comunhão de adquiridos.

Todavia Mário não pode retirar-lhe o celular que a ofereceu porque os bens
doados por um dos cônjuges ao outro são considerados próprios do donatário,
independentemente do regime do casamento.

R: Com base no art. 162 as doações para casamento podem ser feitas por um dos
esposados ao outro, pelos dois reciprocamente ou por terceiro a um ou ambos os esposados,
neste caso os bens móveis foram doados pelos terceiros a ambos os esposados, sendo estes
bens doados para ambos a Maria não pode sair de casa com todos esses bens sem antes fazer-
se uma meação sendo esses bens doados aos dois cônjuges a luz do artigo 192. E Maria não
pode ir viver com seu amante, porque estamos perante a violação de deveres conjugais só por
esta arrendar ao seu amante, nus termos do número 1 do art. 97, no que concerne a doação
feita a Maria perlo pai, importa referir que a Maria pode arrendar a casa para o seu amante e
para quem precisar uma vez que a casa foi doada pelo pai, visto que estes casaram com o
regime da comunhão de adquiridos, então esta casa pertence somente a Maria com base na
alínea a) nº 1 do art. 146.

Mário, inconformado com a atitude de Maria, procura-a no local de trabalho tentando


convence-la a voltar a casa, Maria não aceita voltar para casa e pede divórcio alegando
que não ama mais o Mário e vai passar a viver com o seu amante na casa que lhe fora
anteriormente doada pelos pais.

R: Maria não pode passar a viver no apartamento porque o apartamento em parte


pertence ao Mário, tendo em atenção a cima citado, com a presunção do divórcio, a doação
caduca conforme alínea b) do artigo 168 da lei da família
E o facto de Maria passar a viver com Amante constitui violação do dever de fidelidade
Conforme o numero 1 do artigo 97 in fine da lei da família .

Todavia em relação a conduta da Maria de pretender dissolver o casamento importa


realçar que no caso em concreto a Maria pretende dissolver o casamento por via ou pelo
divórcio nus termos do art. 198. Só de salientar a Maria tem Legitimidade para pedir
divórcio, uma vez que ela e o cônjuge lesado, nus terem do 176, todavia ela não tem
fundamentos para arguir a separação, uma vez que os fundamentos para arguir a separação
em princípio devem ser tipificados.

Duas semanas depois do divórcio, Marcos irmão da Maria vai ao tribunal reivindicar
parte do imóvel doado pelo seu pai, pois ele também se considera dono do imóvel.

R: Ora em relação a acção proposta pelo Marcos irmão da Maria de ir ao tribunal


reivindicar parte do imóvel doado pelo seu pai alegando que ele também se considera dono
do imóvel, importa referir que a reivindicação do Marcos não terá efeito, uma vez não tendo a
legitimidade que em principio o pai da Maria fez a doação como presente para casamento
apenas para Maria, logo independentemente de a Maria estar casada ou divorciada a casa
ainda e da Maria vai pertencer a Maria.

Tendo em conta os fundamentos trazidos pela alínea B do numero do artigo 972 do


cc, numa situação de suposição em que o apartamento esta na esfera jurídica da Maria, a
doação não será revogada por superveniente de filhos quando e feita para o casamento.

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