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Malki-çedheq Eletrônica Digital 22/03/2020

Famílias lógicas TTL e CMOS


As funções lógicas são realizadas por circuitos integrados (CI), que contêm
internamente transistores, diodos e resistores. Os transistores podem ser bipolares, ou de
efeito de campo, como MOSFETS (Metal Oxide Semiconductor Field Effect Transistor).
Dependendo de quais componentes são utilizados e da maneira como são interconectados,
foram desenvolvidas diversas famílias lógicas das quais veremos: TTL (Transistor-
Transistor Logic) com resistores e transistores; CMOS (Metal-Oxide-Semiconductor
Logic) com transistores de efeito de campo MOS canal N e canal P.
Notemos que os circuitos integrados digitais, foram inicialmente utilizados na
construção de computadores, entretanto hoje em dia são largamente utilizados em
diversas áreas como a digitalização de sinais analógicos de voz e vídeo, equipamentos
para automação de processos, dispositivos médicos, aparelhos de instrumentação
eletrônica, etc.
Cada família apresenta características próprias quanto à complexidade de
implementação, consumo de potência, velocidade de comutação (frequência de
operação), confiabilidade (margem de ruído), etc. Essas características influenciam no
custo final e no tipo da aplicação a qual se destina o CI.

Família Lógica CMOS


A família lógica CMOS revolucionou o projeto de circuitos digitais. Num
primeiro momento mostraram vantagens como baixo consumo e maior imunidade a ruído
elétrico, além disso operar com diversas tensões. Porém apresentavam limitação como a
menor velocidade de comutação em relação a tecnologia TTL. Entretanto com a evolução
da tecnologia e desenvolvimento das famílias CMOS de alta velocidade, essa limitação
foi superada.
A característica de baixo consumo contribuiu para a utilização desses CIs em
dispositivos portáteis alimentados por baterias. A maior imunidade a ruído elétrico
permitiu a utilização desses componentes em ambientes mais ruidosos, como o ambiente
industrial com diversas máquinas elétricas. A flexibilidade em relação a tensão de
operação na família CMOS permitiu alimentar esses circuitos diretamente por baterias
com as mais diversas tensões, eliminando a necessidade de utilizar fontes de alimentação.
Graças às suas características favoráveis, atualmente mais de 80% dos CIs utiliza
tecnologia CMOS através de transistores MOS em sua composição interna.
Um dos aspectos mais importantes a serem analisados nos componentes atuais é o
consumo de energia. Equipamentos portáteis e alimentados por baterias exigem um baixo
consumo para que possuam uma autonomia significativa. A figura abaixo ilustra a relação
de consumo de energia entre circuitos TTL e CMOS.
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Níveis de transição nas famílias CMOS


O nível de transição de tensão de entrada para um componente CMOS é 50% da
tensão de alimentação, uma vez que a corrente de entrada em circuitos CMOS é
praticamente desprezível, a queda de tensão na saída é muito pequena, fazendo com que
os níveis lógicos “0” seja praticamente 0 volts e nível lógico “1” praticamente 𝑉𝑑𝑑 (a
tensão de alimentação). Entretanto, na prática, especifica-se os níveis de tensão de saída
em nível lógico “1” (ALTO) na faixa de 0,99𝑉𝑑𝑑 a 𝑉𝑑𝑑 e o nível lógico “0” (BAIXO) na
faixa de 0V a 0,01𝑉𝑑𝑑 . Isso permite que a margem de ruído em um componente CMOS
seja de praticamente 50% de Vdd, muito superior a margem de ruído da família TTL.
Percebe-se que quanto maior a tensão de alimentação 𝑉𝑑𝑑 , maior será a margem de ruído.
Dessa forma, é muito comum utilizar tensões 𝑉𝑑𝑑 superiores em circuitos CMOS quando
aplicados em ambiente industrial nos dispositivos de interfaceamento, enquanto nos
dispositivos de processamento de dados utiliza-se tensões menores para que a dissipação
de potência em altas velocidades de comutação seja menor.
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Cuidados especiais com componentes CMOS


Os componentes CMOS são mais susceptíveis às cargas estáticas, apesar da
evolução tecnológicas, sendo assim há algumas recomendações para seu uso:
 Todas as entradas não utilizadas devem ser ligadas ao Vcc ou terra, evitando que
opere como uma antena e capte ruído.
 As correntes de entrada não devem ultrapassar 10mA (ver especificação nos
manuais do dispositivo).
 O equipamento de solda deve estar aterrado, ao soldar componentes CMOS.
 Deve-se evitar manipulação desnecessária nos terminais, evitar contato dos
terminais com plásticos e conservar os componentes em invólucros anti-estáticos.
 Para o caso de entrada de um sinal negativo ou valor superior a 𝑉𝑑𝑑 , ligar um
resistor de 1KΩ em série com a entrada.
 É desnecessária a utilização de capacitores de desacoplamento a circuitos CMOS.

Subfamílias CMOS
Com a evolução tecnológica, os CIs foram sendo melhoradas para oferecer
características superiores, principalmente a velocidade de comutação e o consumo
energético. A baixo segue-se a nomenclatura as principais características das subfamílias
CMOS:
 4xxxx – CD porta metálica, HE porta de silício.
 74Cxxx – características iguais a série 4xxxx e Pinagem igual a TTL.
 74HCxxx – pinagem equivalente a TTL, alta velocidade.
 74HCTxxx – idem ao 74HCxxx, porém níveis lógicos compatíveis com TTL.
 74ACxxx – CMOS alta velocidade, série avançada.
 74ACTxxx – idem ao 74ACTxxx, porém níveis lógicos compatíveis com TTL.
A tabela abaixo, mostra a faixa de alimentação das subfamílias CMOS bem como o
consumo estático.
Tensões de Alimentação
4000 74C 74HC 74HCT 74AC 74ACT
3 – 15V 3 – 15V 2 – 6V 4,5 – 5,5V 3 – 5,5V 4,5 – 5,5V
Consumo estático
4000 – 1nW 74HC/74AC – 2,5nW

A tabela abaixo apresenta os valores médios de tempo de propagação, frequência


de comutação e consumo entre algumas subfamílias CMOS.
Tempo propagação Potência dissipada Freq. Operação
Prefixo
(ns) (nW) (MHz)
4000HE 40 1 12
4000CD 95 1 4
74HC 8 2,5 55
74AC 3 2,5 150
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Referências

IDOETA e CAPUANO. Elementos de Eletrônica Digital. Editora Érica 42ªEd. 2019.

GARCIA e MARTINI. Eletrônica Digital Teoria e Laboratório. Editora Érica 2ªEd. 2010.

SZAJNBERG. Eletrônica Digital Teoria, Componentes e Aplicações. Editora LTC. 2014.

DIAGO e AMARAL. ELETRÔNICA VOL. 4 - ELETRÔNICA DIGITAL. São Paulo. 2011.

FLOYD. Sistema Digitais Fundamentos e Aplicações. Editora Bookman. 9ªEd. 2007.

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