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TRIBUTÁRIO
D192 DANTAS, Felipe Dutra
Inclui bibliografia
Mensagem do professor.......................................................................................................5
Introdução ..............................................................................................................................6
Objetivos ................................................................................................................................7
Resumo...................................................................................................................................4 8
Resumo...................................................................................................................................6 9
Resumo...................................................................................................................................9 0
MÓDULO 4: REESTRUTURAÇÕES SOCIETÁRIAS...........................................................................9 2
Resumo.......................................................................................................................113
REFERÊNCIAS........................................................................................................................ 114
MENSAGEM DO PROFESSOR
Caro(a) aluno(a),
Bons estudos!
Embora a primeira parte desta disciplina seja dedicada a aspectos mais conceituais, todo o
conteúdo será apresentado de forma prática e objetiva, com o auxílio de exemplos reais e
recursos visuais. Nos exemplos apresentados, por questões de confidencialidade, não serão
fornecidos os nomes das empresas envolvidas. Essa é uma restrição muito comum na área de
planejamento tributário, já que esse instrumento é estratégico para as empresas. De qualquer
forma, as informações apresentadas serão suficientes para que você compreenda a técnica
utilizada e a aplique à sua realidade, integrando o conhecimento adquirido às suas necessida-
des profissionais.
OBJETIVOS
Esta disciplina visa fomentar o uso das técnicas de planejamento tributário de forma segura,
com foco na geração de valor agregado para as empresas, as pessoas e a sociedade. Após
concluir o estudo, você será capaz de:
Para que possamos alcançar esses dois objetivos, este material está dividido em quatro
módulos. No Módulo 1, estudaremos diversos conceitos relacionados ao planejamento tri-
butário, essenciais para a avaliação da viabilidade e dos riscos advindos de planejamentos
tributários propostos por consultores (externos ou internos). Em seguida, no Módulo 2, es-
tudaremos as fases do planejamento tributário, cuja compreensão lhe permitirá evitar riscos
inerentes ao processo de implantação. Com o auxílio do conteúdo desses dois primeiros
módulos, atingiremos nosso primeiro objetivo (avaliação de riscos). Posteriormente, nos Mó-
dulos 3 e 4, você será apresentado a diversas técnicas, com o objetivo de compreender como
as oportunidades de planejamento tributário podem ser identificadas na vida real. Nesses
módulos focaremos nossa atenção no segundo objetivo (identificação de oportunidades).
MÓDULO 1
CONCEITOS ESSENCIAIS
INTRODUÇÃO DO MÓDULO
Como você poderá observar durante a leitura deste módulo, o conteúdo apresentado nos
ajudará a compreender o que deve (e o que não deve) ser feito dentro da prática de plane-
jamento tributário. Somente após a compreensão dos objetivos, requisitos, limites e riscos
advindos do planejamento tributário, tornamo-nos aptos a utilizar de forma segura as téc-
nicas de reorganização operacional e reestruturação societária contidas nos Módulos 3 e 4.
Em outras palavras, a compreensão e o domínio do conteúdo deste módulo garantirá o uso
seguro das referidas técnicas.
OBJETIVOS
Ao completar este módulo de estudo, você estará apto a:
ESTRUTURA DO MÓDULO
Para melhor compreensão dos conceitos essenciais relacionados ao planejamento tributá-
rio, este módulo está dividido em:
UNIDADE 1
OBJETIVOS DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
■■ otimização tributária;
■■ otimização de riscos;
■■ otimização operacional;
■■ otimização financeira.
Otimização tributária
A redução da carga tributária apresenta-se como a principal motivação das empresas que
procuram o planejamento tributário. De acordo com as estatísticas, a carga tributária no
Brasil compromete 35% do PIB (MOREIRA, 2015). Se pararmos para refletir, observaremos
que, com exceção dos tributos, não existe nenhum custo ou despesa nas empresas que
absorva 35% da receita. Mesmo que consideremos os desembolsos relacionados à folha
de pagamento, em uma análise mais detalhada veremos que os gastos com pessoal são
elevados porque existem diversos custos tributários embutidos. Nesse contexto, possuir
um conhecimento que o capacite a reduzir a principal despesa da empresa faz com que o
planejador tributário seja visto como um investimento, e não como um custo.
12 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
VOCÊ SABIA?
Existem países que possuem uma carga tributária superior à suportada no Brasil. É o
caso da Noruega. Entretanto, a mera comparação da carga tributária não é um bom
indicador. Devemos considerar que tipo de serviço público o contribuinte recebe em
troca da carga tributária que suporta (LISTA..., 2016). Uma carga tributária elevada
é justificada quando a população recebe serviços públicos de qualidade. De acordo
com dados divulgados pelo IBPT, ao considerarmos os 30 países com as maiores
cargas tributárias do mundo, o Brasil se posiciona como o pior provedor de serviços
públicos de qualidade. O estudo utilizou dados da OCDE e do PNUD (MINKE, 2013).
NA PRÁTICA
Otimização de riscos
Muitas empresas sonegam. Esse quadro é especialmente agravado nas pequenas empre-
sas, que ainda contam com um controle menos rígido por parte do fisco. As empresas so-
negadoras apresentam uma carga tributária baixa, nem sempre sendo viável reduzir ainda
mais o montante pago de tributos. Entretanto, essa pequena carga é gerada de forma ilícita
(ex.: caixa dois, meia nota etc.). Nesse cenário, o objetivo do planejador tributário passa a ser
a redução de riscos. Em outras palavras, o planejador deve focar seus esforços na manuten-
ção de uma carga tributária baixa com uso de meios lícitos.
VOCÊ SABIA?
NA PRÁTICA
Para que possamos vivenciar o conteúdo abordado neste tópico, analisemos o exem-
plo de um pequeno empreendedor que sonega. Ao ter acesso a informações sobre
o regime do MEI (Microempreendedor Individual) ele percebe que poderia manter
uma carga tributária baixa de forma lícita, com a adoção do referido regime. Como
consequência, opta por se regularizar, profissionalizando o seu negócio. (PORTAL DO
EMPREENDEDOR, 2016)
Otimização operacional
Ao focarmos nossos esforços apenas na redução da carga tributária, limitamos nossas pos-
sibilidades de gerar oportunidades. O planejador tributário deve ter uma visão mais ampla,
preocupando-se em gerar resultados para a empresa, ainda que para isso seja necessário
aumentar a carga tributária. De que adianta a empresa ter uma carga tributária baixa, mas
perder o seu cliente por não conseguir entregar a mercadoria no prazo acordado? Nesse
caso, não seria preferível encontrar um equilíbrio entre a carga tributária e o prazo de entre-
ga? Da mesma forma, não seria oportuno aumentar a carga tributária para reduzir um custo
logístico? Sem dúvida.
Algumas empresas não compreendem a importância desta visão integrada e, como conse-
quência, focam as metas do departamento tributário exclusivamente na redução da carga
tributária. Estas empresas vinculam o bônus, os critérios de promoção, ou os honorários do
tributarista exclusivamente ao ganho tributário gerado. Como consequência, a equipe tribu-
tária passa a sugerir exclusivamente planejamentos que reduzam o montante de tributos
desembolsado pela empresa, negligenciando planejamentos que poderiam trazer benefí-
cios ainda maiores em outras áreas. A única maneira de evitar essa perda é integrando as
metas do planejador tributário com as metas da empresa.
15 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
VOCÊ SABIA?
NA PRÁTICA
Otimização financeira
Sempre que o efeito financeiro gerado pela postergação for mais vantajoso para empresa,
o planejamento irá priorizar a referida postergação. Em outras palavras, o planejador deve
considerar o comportamento do planejamento no tempo, para que não perca oportunida-
des de ganho que atuem favorecendo o fluxo de caixa da empresa.
VOCÊ SABIA?
De acordo com dados do Ministério da Fazenda, as dívidas dos 500 maiores devedo-
res inscritos na dívida ativa da União somadas representaram 392 bilhões de reais
em 2015. Deste total, 103,3 bilhões referiam-se a valores que foram parcelados pelo
governo. (FAZENDA..., 2015).
17 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
NA PRÁTICA
UNIDADE 2
REQUISITOS DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
Nesta unidade, estudaremos o que deve conter um planejamento tributário para que seja
aceito pelo fisco. Compreender estes requisitos é importante para que o planejamento reali-
zado gere ganhos seguros. Antes de iniciarmos nossas análises, cabe ressaltar que parte da
doutrina defende que alguns dos requisitos a seguir não são necessários para a realização
do planejamento tributário. Referidos doutrinadores, baseados majoritariamente no princí-
pio da livre iniciativa e na interpretação ampla do princípio da legalidade, defendem que o
contribuinte é livre para planejar as suas atividades da maneira que entender mais oportuna.
Embora as ideias expostas pelos mencionados autores devam ser respeitadas, o fato é que,
na prática, se realizarmos um planejamento tributário sem os requisitos elencados nesta
unidade, nosso planejamento poderá ser questionado pelo fisco. Certamente, um plane-
jamento tributário passível de questionamento deixa de ser uma ferramenta preventiva e
passa a ser um contencioso tributário. Por isso, se você pretende trazer segurança para os
cenários planejados, recomendamos que respeite estes requisitos:
Fato gerador é o fato que dá surgimento ao pagamento do tributo. Quando ele ocorre, o
contribuinte passa a estar obrigado a pagar o tributo. O fato gerador do Imposto sobre
Serviços (ISS) é a prestação de serviços. Logo, quando alguém presta um serviço, realiza o
fato gerador desse tributo e, como consequência, deve pagá-lo. Desta forma, se desejamos
realizar um planejamento tributário com o objetivo de evitar o pagamento do ISS, devemos
planejar antes do serviço ser prestado. Depois da prestação do serviço não será possível
evitar o ISS referente àquele serviço, pois o fato gerador já ocorreu.
Para um empresário, não é difícil compreender essa lógica, visto que ele já planeja as demais
áreas de sua empresa (ex.: marketing, recursos humanos, logística, financeiro) com alguma
antecedência. Cabe ao planejador tributário adotar a mesma lógica ao planejar os aspectos
tributários da empresa. Desse modo, ele deve olhar para o futuro e organizar os aspectos
tributários da empresa antes que os fatos ocorram1.
Elisão fiscal x evasão fiscal – diversos livros utilizam os conceitos de elisão e evasão fiscal para definir o mo-
1
mento ideal para a realização de um planejamento tributário. Alguns livros acrescentam, ainda, o conceito de
elisão fiscal, o que torna a definição deste momento mais complexa. Embora existam excelentes doutrinadores
que abordam esses conceitos, seus significados não serão discutidos nesta obra. O abandono desses conceitos
nesta análise decorre da multiplicidade de significados adotados pelos diferentes doutrinadores que escrevem
sobre o tema, portanto a utilização deles tornou-se complexa e arriscada. Não existe uniformidade na doutrina
tributária quanto ao significado e à amplitude dessas expressões. Mesmo entre os tributaristas, as dúvidas são
constantes. Por isso, no lugar desses conceitos foi adotado um critério mais seguro, aceito por todos, qual seja,
a realização do planejamento tributário antes do fato gerador e com substrato econômico.
20 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
Planejamento
Fato gerador Crime
tributário
VOCÊ SABIA?
NA PRÁTICA
Para viabilizar o uso das vantagens tributárias presentes no ordenamento jurídico, o plane-
jador realiza modificações nos negócios do contribuinte através das técnicas que estudare-
mos nos Módulos 3 e 4. A segurança do planejamento tributário escolhido depende da per-
feita adequação do contribuinte aos benefícios existentes. Compreender como a legislação
tributária deve ser interpretada é fundamental na realização de planejamentos tributários
baseados nas vantagens fiscais trazidas por essa legislação.
Ao interpretar uma regra que concede benefícios, é importante que o planejador seja con-
servador. O contribuinte só deve utilizar a regra no planejamento tributário se, mediante a
leitura do disposto na legislação, não existir qualquer dúvida de que a norma escolhida se
aplica ao seu cenário. Em outras palavras, havendo dúvidas com relação à adequação do
contribuinte ao benefício escolhido, o planejador deve abandonar o benefício ou formular
consulta formal ao fisco. Essa é uma posição conservadora que visa trazer segurança ao
planejamento tributário. Para que possamos compreender tal lógica, analisaremos a seguir
algumas normas de interpretação.
■■ outorga de isenção;
Como pode ser observado, as três matérias para as quais o artigo 111 exige interpretação
literal versam sobre situações em que a lei concede ao contribuinte uma vantagem. Em
outras palavras, sempre que o contribuinte for beneficiado pela legislação tributária, a inter-
pretação da regra deve ser literal.
*Art. 111, CTN. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:
II - outorga de insenção;
VOCÊ SABIA?
O contribuinte pode formular uma consulta formal direcionada ao fisco para escla-
recer suas dúvidas relacionadas à abrangência de determinada norma tributária.
Nenhum procedimento fiscal relativo ao objeto da consulta poderá ser instaurado
pelo fisco até que a dúvida apresentada pelo contribuinte seja esclarecida. Ademais,
a consulta formulada antes do vencimento do prazo legal de recolhimento do tributo
impede a aplicação de multa de mora e de juros de mora. (BRASIL, 2015).
NA PRÁTICA
Vejamos o seguinte caso. João tem dívidas junto ao fisco federal e deseja quitá-las
utilizando um benefício concedido pela União. De acordo com a nova lei, todos que
confessarem e parcelarem seus débitos até sábado estarão liberados dos juros e
da multa. Entretanto, no sábado a Receita Federal estará fechada. Seu amigo Pedro
acredita equivocadamente que o parcelamento pode ser feito até o primeiro dia útil
seguinte, ou seja, na segunda-feira. Entretanto, João, interpretando o benefício de
forma restritiva, decide parcelar seus débitos na sexta-feira, no intuito de evitar que
sua adesão ao benefício seja recusada por perda de prazo.
24 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
No tópico anterior, vimos o que fazer quando implantamos um planejamento baseado num
benefício fiscal. Neste tópico, analisaremos os planejamentos fundamentados na ausência
de regra. Embora os sistemas tributários existentes abranjam diversas hipóteses de tributa-
ção, as normas tributárias estabelecidas não tributam todas as situações possíveis. Quando
encontramos uma hipótese que não foi tributada, estamos diante de uma lacuna.
No Brasil essa proibição está expressa no artigo 108, parágrafo 1.º, do CTN, que impede a
tributação por analogia. Desse modo o fisco não pode tributar o contribuinte que realizou
algo parecido com o fato gerador do tributo. Por outro lado, de acordo com o 2.º parágrafo
do mesmo artigo, o contribuinte que realizou o fato gerador do tributo não poderá solicitar
a dispensa do pagamento do tributo devido baseado na equidade. Assim, se o planejador
identifica uma lacuna e nela encaixa o seu cliente, os concorrentes da empresa não con-
seguirão alcançar a mesma desoneração pleiteando justiça, mesmo que se encontrem em
situações parecidas. Em outras palavras, o contribuinte somente alcançará a desoneração
se conseguir se encaixar com perfeição na lacuna existente.
§1.º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.
VOCÊ SABIA?
De acordo com o antigo Secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, das 500
maiores empresas do Brasil, aproximadamente metade não paga imposto de ren-
da e, apesar disso, elas não são insolventes (GRECO, 2011). Esse cenário ocorre em
razão dos planejamentos realizados por essas sociedades.
NA PRÁTICA
Para que possamos exemplificar o conteúdo abordado neste tópico, vejamos a se-
guinte situação. A Empresa X vende projetores e, como consequência, acaba sendo
obrigada a pagar o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e
sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comu-
nicação (ICMS). Aproveitando-se de uma lacuna existente no ordenamento jurídico, a
Empresa X decide mudar sua atividade, passando a alugar projetores. Como consequ-
ência, a Empresa X consegue reduzir significativamente os valores gastos com ICMS.
O substrato econômico, também conhecido como propósito negocial (ou business purpose),
é um motivo econômico adicional, além da mera economia tributária, que justifica o planeja-
mento tributário (ex.: redução de custos com armazenagem, matéria-prima, logística). Para
que identifiquemos o substrato econômico da operação, basta perguntarmos: que outro mo-
tivo econômico (além da redução da carga tributária) justifica a realização do planejamento?
26 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
A exigência do substrato econômico é uma tendência mundial, o que faz com que a identi-
ficação desse motivo adicional seja essencial em qualquer cenário de planejamento tributá-
rio (nacional ou internacional). Se desejamos ganhos seguros, não devemos implementar o
planejamento até que esse motivo adicional seja identificado. Caso contrário, o fisco poderá
questionar a operação realizada com base nas teorias que abordaremos na próxima unidade.
Essa teoria busca a compreensão do significado econômico da norma, para que esta alcance
sua finalidade. Ela surgiu na Alemanha, positivada no artigo 4.º do código tributário alemão
de 1919, ganhou força no Brasil na década de 1960 e foi positivada em 1966, no artigo 109
do CTN. Até hoje, sua aplicação gera polêmica, com importantes doutrinadores que se po-
sicionam abertamente contra a sua utilização. Entretanto, o fato é que o fisco adota essa
teoria há diversas décadas e, cada vez mais, tem logrado êxito na sua aplicação.
De qualquer forma, sempre que um motivo econômico adicional justifique a operação que
gerou a economia tributária, o planejamento tributário estará protegido, mesmo diante da
teoria da interpretação econômica. Havendo substrato econômico, a economia tributária
será uma decorrência da operação realizada pelo empresário com o objetivo de obter ga-
nhos operacionais.
VOCÊ SABIA?
De acordo com o jornal “Valor Econômico”, nos últimos anos cresceram as autuações
contra planejamentos tributários. O setor financeiro foi um dos setores que mais
sentiu esse crescimento. Ao analisarmos as autuações realizadas, podemos perceber
que a maior parte dos autos de infração se refere a planejamentos adotados sem
substrato econômico. (VALOR ECONÔMICO, 2012).
NA PRÁTICA
De acordo com o antigo ministro da Fazenda, em 2015 o Brasil era “medalha de ouro”
em custo tributário. Se o próprio ministro reconhece que vivemos num ambiente que
é campeão na exigência de tributos, resta claro que qualquer empresa que deseje
sobreviver no Brasil precisa de um bom planejamento tributário. (MONTEIRO, 2015).
INFORMAÇÃO EXTRA
UNIDADE 3
LIMITES DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
Nesta unidade estudaremos alguns instrumentos adotados pelo fisco para combater con-
dutas abusivas e planejamentos sem substrato econômico, objetivando compreender os
limites do planejamento tributário. Estes instrumentos são adotados não só pelo Brasil, mas
também por diversos outros países, em maior ou menor grau. Por esse motivo, compreen-
dê-los se faz importante em qualquer cenário (nacional ou internacional).
Como será observado nos tópicos a seguir, esses instrumentos muitas vezes se sobrepõem,
pois são originados de sistemas, culturas e contextos históricos distintos. Por isso, visualiza-
mos situações que podem perfeitamente ser combatidas por mais de um instrumento. Em
última análise, essas teorias buscam alcançar justiça fiscal através de diferentes caminhos.
A teoria do abuso de forma condena o uso abusivo da forma jurídica. Essa teoria concede
ao fisco os poderes necessários para combater vantagens fiscais alcançadas pelo uso de for-
mas abusivas. Ela entrou no Brasil por influência alemã e atualmente encontra-se positivada
no artigo 50 do Código Civil. Muitos doutrinadores criticam seu uso no âmbito tributário, por
entenderem que o conceito de “forma abusiva” é abstrato.
Quando adotado de maneira ampla pelo fisco, este instrumento prejudica a inovação, pois
sempre que o contribuinte se vale de uma forma atípica em suas atividades acaba correndo
o risco de ser questionado por abuso de forma. A melhor maneira de evitar sua aplicação
é através da adoção de planejamentos tributários com substrato econômico. Ao encontrar-
mos uma justificativa econômica (além da mera economia de tributos) para a forma atípica
adotada, afastamos a aplicação desta teoria.
30 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
TOME NOTA
Art. 50, do Código Civil (CC). “Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracteriza-
do pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a re-
querimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no proces-
so, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos
aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.”
VOCÊ SABIA?
NA PRÁTICA
A teoria do abuso de direito combate o uso abusivo do direito. Por essa teoria o fisco ataca
planejamentos que utilizam de maneira abusiva vantagens trazidas pela legislação tributá-
ria. Ela surgiu no Brasil por influência francesa e, atualmente, encontra-se positivada no arti-
go 187, do CC. Sua aplicação também gera uma insegurança grande, em razão da subjetivi-
dade do conceito de “abuso de direito”. Na prática, encontrar o limite entre o uso permitido
e o uso abusivo de um direito pode ser complicado. Novamente, a melhor maneira de evitar
sua aplicação é através da adoção de planejamentos tributários com substrato econômico.
TOME NOTA
Art. 187, do CC. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela
boa-fé ou pelos bons costumes.
32 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
VOCÊ SABIA?
NA PRÁTICA
Normas antielisivas
Normas antielisivas são regras criadas pelo fisco para combater planejamentos tributários.
Este tipo de norma tem sido adotado por diversos países, no intuito de evitar que pessoas
que possuem capacidade de contribuir deixem de pagar os seus tributos. Embora essas
regras tenham êxito no combate aos planejamentos tributários que visem exclusivamente
33 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
Além das normas gerais de combate ao planejamento tributário, muitos países adotam
regras criadas para bloquear planejamentos tributários específicos. Embora tenham uma
abrangência limitada, elas são extremamente eficazes, pois são muito mais objetivas. As-
sim como nas teorias de abuso estudadas anteriormente, a melhor maneira de evitar a
aplicação de normas antielisivas é através da adoção de planejamentos tributários com
substrato econômico.
TOME NOTA
VOCÊ SABIA?
Como demonstra o professor Ricardo Lobo Torres, em parecer elaborado para a Ad-
vocacia Geral da União (AGU), além do Brasil, diversos outros países adotam normas
antielisivas. Essa é uma tendência mundial. Em razão das peculiaridades dos diversos
sistemas jurídicos existentes no mundo, cada uma das diferentes normas assume
características próprias. De qualquer forma, havendo substrato econômico na opera-
ção realizada, a aplicação da norma sempre será afastada. (TORRES, 2016).
34 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
NA PRÁTICA
Estudemos o seguinte cenário, que aborda de forma prática o conteúdo deste tó-
pico. A Empresa X possui débitos de ICMS. Ela é procurada por um consultor, que
lhe recomenda comprar a Empresa Y, que está sem atividade há alguns meses, mas
possui créditos de ICMS acumulados. O único objetivo da empresa X nessa aquisi-
ção é compensar os seus débitos com os créditos anteriores da Empresa Y. Através
da aplicação da norma antielisiva o fisco poderá desconsiderar essa operação, por
ausência de substrato econômico.
VOCÊ SABIA?
NA PRÁTICA
INFORMAÇÃO EXTRA
UNIDADE 4
RISCOS DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
Muitos riscos (que podem ser evitados) são ignorados pelo planejador e pelo empresário
e, como consequência, o planejamento tributário acaba trazendo prejuízos desnecessários
para os envolvidos (GRECO, 2011). Os riscos mais comuns são:
■■ divergências conceituais;
■■ fundamentação em teses;
■■ necessidade de tempo;
■■ exposição patrimonial;
■■ inflexibilidade de estrutura.
38 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
Nesta unidade, abordaremos individualmente esses riscos, para que você possa compreen-
dê-los e identificá-los. Antes de executar o planejamento tributário, sempre peça para que
os profissionais envolvidos no processo de implantação o ajudem a verificar se os referidos
riscos estão presentes no cenário. Caso encontre algum dos riscos listados, não execute o
planejamento até que seja eliminado.
VOCÊ SABIA?
NA PRÁTICA
Divergências conceituais
O planejamento tributário é um instrumento preventivo, que visa gerar ganhos com baixo
risco. Por isso, ao planejar devemos ser conservadores. Nem sempre o conceito adotado
pelo fisco é idêntico ao conceito utilizado por determinado setor. Nessa hipótese, atentos às
divergências, adotaremos o conceito estabelecido pela legislação tributária, utilizando este
conceito a nosso favor. A adoção de um conceito em desacordo com o entendimento da
autoridade fiscal gera risco para o cenário.
Algumas vezes, o conceito estabelecido pelo fisco em suas normas complementares extrapo-
la o conceito estabelecido pela lei tributária. Esta é uma ampliação indevida, que pode gerar
contencioso tributário. Entretanto, sob a ótica do planejamento tributário, torna-se preferível
compreender a ampliação implementada pelo fisco, utilizando-a a favor do contribuinte.
40 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
VOCÊ SABIA?
No Rio de Janeiro, para que a cerveja seja considerada artesanal e, como consequên-
cia, goze de benefício fiscal, deve possuir um percentual mínimo de cereais maltados
ou extrato de malte. Caso contrário, ainda que os especialistas do setor considerem
a bebida artesanal, o produto não poderá se beneficiar do incentivo fiscal de redução
do ICMS. (BECK, 2014).
NA PRÁTICA
Fundamentação em teses
Nossos tribunais superiores possuem não só uma função jurídica, mas também uma função
política. Muitos dos temas tributários debatidos nesses tribunais envolvem valores extrema-
mente relevantes para os entes públicos (união, estados, municípios) e, como consequência,
uma decisão desfavorável para o fisco pode gerar perdas significativas para os cofres públicos.
Nesse cenário, mesmo em demandas nas quais o contribuinte demonstra o seu direito de
maneira irrefutável, a possibilidade de perda encontra-se presente. Em outras palavras, o
contribuinte pode ter respeitado o ordenamento jurídico e, ainda assim, terá o seu pleito
negado. Como? Isso torna-se possível com o que se convencionou chamar de ponderação
de valores. Num processo judicial, diversos valores (ex.: justiça, segurança) estão presentes.
Esses valores podem entrar em conflito e, portanto, devem ser ponderados no caso concre-
to. Assim, em contraposição ao direito do contribuinte de ter restituídos valores cobrados
em desacordo com alguma norma, o fisco apresentará o interesse público da sociedade de
que o valor não seja restituído, sob pena de que as finanças públicas sejam abaladas.
Por isso, para que o planejamento tributário seja adotado de forma segura, é importante
que não dependa de teses para que seja economicamente viável. As teses judiciais podem
ser utilizadas pelo planejador para agregar valor ao cenário. Entretanto, o planejador não
pode fazer da tese um dos pilares do seu planejamento.
VOCÊ SABIA?
NA PRÁTICA
Ao iniciar um planejamento tributário você deve questionar: preciso fazer algo errado para
esse planejamento dar certo? Essa pergunta é importante, para que você reflita sobre a
licitude, regularidade e ética do planejamento que está realizando. Muitos contribuintes ava-
liam a licitude e a conformidade de seus planejamentos com a legislação. Entretanto, pou-
cos consideram as questões éticas relacionadas ao cenário adotado.
É importante que você imponha limites éticos ao planejamento. Sem ética, tudo é possível
dentro do planejamento tributário, pois aquilo que não é permitido pela legislação de um país
é aceito pela legislação de outro. Entretanto, nem tudo que é possível é moralmente aceitável.
Esse cuidado deve ser tomado em qualquer tipo de planejamento tributário, mas torna-se
ainda mais importante nos planejamentos relacionados a estruturas de proteção patrimo-
nial ou sucessão planejada, pois nessas situações as chances de terceiros serem lesados é
muito grande.
43 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
VOCÊ SABIA?
A rede Starbucks admitiu que os tributos pagos para o governo inglês nos últimos
anos não retribuem a colaboração que o mercado inglês representou para o seu
desenvolvimento na Europa e, buscando alinhar sua estratégia tributária com os seus
valores éticos, resolveu fazer voluntariamente pagamentos para os cofres públicos.
(HÁFEZ, 2013).
NA PRÁTICA
Necessidade de tempo
Muitos planejamentos tributários demandam tempo para serem adotados e gerarem fru-
tos. Isso ocorre não só devido à complexidade das operações e estruturas propostas, mas
também em razão da possível necessidade de tempo para que seja concretizado o substrato
econômico que justificará o novo cenário. Essa necessidade de tempo gera um risco: o de
44 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
que a legislação tributária que fundamenta o planejamento seja alterada antes da finaliza-
ção do processo de implantação. A mudança de outros fatores necessários ao planejamento
tributário (ex.: custo da matéria prima) também pode trazer risco, mas a possibilidade de
mudança legislativa é o risco mais difícil de ser contornado.
VOCÊ SABIA?
Mesmo após ter atendido a todas as condições exigidas pela lei, o contribuinte pode
perder o incentivo fiscal concedido pelo governo. Apenas nas hipóteses em que a
lei exige da empresa uma condição (ex.: gerar empregos, aumentar o faturamento,
mudar para determinada localidade) e fixa um prazo para a fruição do benefício (ex.:
cinco anos, dez anos), haverá segurança. De acordo com o artigo 178, do CTN, atendi-
da a condição pela empresa, o prazo deverá ser respeitado pelo governo.
45 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
NA PRÁTICA
Vejamos o seguinte caso, que aborda de forma prática o conteúdo deste tópico. Um
consultor recomenda que a Empresa X invista 10 milhões em máquinas nos próxi-
mos cinco anos, para aproveitar os incentivos fiscais trazidos pela legislação tributá-
ria a partir do sexto ano. A empresa decide não realizar os investimentos, pois sabe
que, caso a lei seja alterada, ela poderá não usufruir dos referidos incentivos e, como
consequência, não conseguirá recuperar o valor investido.
Exposição patrimonial
A implantação do planejamento tributário pode gerar alguma exposição patrimonial para o con-
tribuinte, o que deve ser corrigido. Não podemos sacrificar a estabilidade operacional da empre-
sa na busca pelo ganho tributário. Essas exposições ocorrem de diversas maneiras. A internacio-
nalização da empresa pode expor a atividade ao risco de uma variação cambial. A mudança de
localidade pode restringir o acesso à mão de obra qualificada. Verificando com antecedência o
risco de exposição, o planejador pode propor mecanismos que visem afastar tal risco.
VOCÊ SABIA?
NA PRÁTICA
Inflexibilidade de estrutura
VOCÊ SABIA?
NA PRÁTICA
Vejamos o seguinte caso. João decide investir no Banco Y. Ele opta por um investi-
mento com uma alíquota de IR de 10%. Entretanto, caso João precise retirar o dinhei-
ro do fundo antes de completado este período, o IR devido poderá chegar a 35%. Ele
decide investir 80% do seu dinheiro neste fundo e 20% num segundo fundo com uma
alíquota fixa de IR de 15%. Dessa forma, grande parte do seu investimento será tribu-
tada pela alíquota de 10% e, caso tenha uma emergência, poderá acessar os recursos
do segundo fundo (com a alíquota de 15%), evitando a alíquota de 35%.
De acordo com estudo publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU), a classe
mais pobre da população no Brasil financia parte importante dos programas sociais
destinados a essa mesma classe. Isso ocorre em razão das desigualdades criadas pelo
sistema tributário nacional: enquanto os pobres comprometem 46% da sua renda
com impostos indiretos, os ricos destinam apenas 16%. A reforma tributária é algo
essencial não só para o empresário, mas para toda a população.
48 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
INFORMAÇÃO EXTRA
Divergências conceituais
Fundamentação em teses
Necessidade de tempo
Exposição patrimonial
Inflexibilidade de estrutura
RESUMO
Neste primeiro módulo da disciplina você estudou os conceitos essenciais relacionados ao
tema. Na Unidade 1, você analisou os objetivos do planejamento tributário, para compreen-
der a real abrangência desse instrumento. Mais adiante, na Unidade 2, você teve acesso aos
requisitos do planejamento tributário, para entender o que um planejamento seguro deve
49 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
FASES DO PLANEJAMENTO
TRIBUTÁRIO
INTRODUÇÃO DO MÓDULO
Como você poderá observar com o conteúdo deste módulo, muitos problemas vivenciados
pelo contribuinte ao longo do processo de implantação do planejamento tributário surgem
como consequência da falta de experiência da equipe na gestão do projeto. Até mesmo ges-
tores experientes podem ter dificuldade nesse processo, se não tiverem vivenciado plane-
jamentos tributários ao longo de suas carreiras. A compreensão destas fases lhe permitirá
identificar e sanar as dificuldades mais comuns na adoção de planejamentos tributários. Em
outras palavras, o domínio destas etapas lhe permitirá antever e corrigir esses problemas,
antes que eles afetem o contribuinte.
OBJETIVOS
Ao completar este módulo de estudo, você estará apto a:
ESTRUTURA DO MÓDULO
Para melhor compreensão das fases de implantação do planejamento tributário, este mó-
dulo está dividido em:
UNIDADE 1
ANÁLISE E ESCOPO
Análise
Neste início do planejamento tributário focamos nossos esforços na análise de dois aspectos:
Estudo do setor
Neste estudo compreendemos as boas práticas adotadas pelo setor e as limitações trazidas
pela legislação que regula o mercado de atuação do contribuinte. Ele visa colocar o contri-
buinte em igualdade com os concorrentes, permitindo que usufrua das vantagens já utiliza-
das por outras empresas. Nesta etapa, algumas empresas contratam consultores, especia-
listas em determinados mercados, para terem acesso às boas práticas adotadas pelo setor.
Outras contratam profissionais egressos de concorrentes para se beneficiarem do know-how
adquirido por estes. E há aquelas que participam de associações, grupos de estudo, con-
gressos e seminários relacionados ao setor, também com a pretensão de compreender as
boas práticas tributárias.
Estudo da atividade
No estudo anterior, compreendemos o que já foi adotado pelo mercado. Neste estudo, ana-
lisamos o contribuinte e a respectiva atividade, para criar novas práticas. Apenas com o
domínio da atividade do contribuinte torna-se possível inovar. Para criar, precisamos com-
preender o cliente, a ponto de conseguirmos sugerir mudanças em sua atividade. Propor
alterações em produtos, serviços, processos, ou mesmo na política de benefícios dos em-
pregados de uma empresa não é uma tarefa simples, pois demanda a colaboração de suas
diversas áreas. Entretanto, os ganhos obtidos justificarão o esforço.
54 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
VOCÊ SABIA?
NA PRÁTICA
Escopo
seus esforços naquilo que é mais relevante para a empresa. Se os passivos tributários da
empresa são elevados, a otimização de riscos poderá ganhar maior importância. Se os em-
préstimos bancários sufocam o caixa do contribuinte, a otimização do caixa poderá ser uma
prioridade. Você deve compreender as necessidades do seu cliente, para que possa definir
um escopo de trabalho que atenda estas necessidades.
VOCÊ SABIA?
Anualmente, quase 10% das empresas inscritas no Simples se endividam junto ao fisco.
Esses contribuintes percebem que os acréscimos moratórios cobrados pelo fisco são in-
feriores aos juros cobrados pelos bancos. Por isso, decidem postergar seus pagamentos
tributários, para garantir a manutenção da atividade. Dentro do cenário de planejamen-
to tributário dessas empresas, a rápida regularização deste passivo tributário torna-se
uma prioridade, sob pena de serem excluídas do Simples. (MARTELLO, 2014).
NA PRÁTICA
Em ranking que mede 18 países da América Latina, elaborado pela publicação “La-
tin Business Chronicle’s”, o Brasil foi classificado como o pior sistema tributário da
região para as empresas. No estudo, foram considerados os tributos corporativos, o
percentual dos tributos incidentes sobre os lucros, o número de declarações fiscais e
o tempo gasto para preenchê-las. Ao analisarmos os dados publicados, um número
que chama atenção é a carga tributária de 34%, que é significativamente maior que
a do Chile, de 18,5%. Embora outros países da região (como a Argentina e Honduras)
possuam carga tributária de 35%, suas empresas gastam menos tempo para ficar
em dia com o fisco. Em Honduras, são necessárias 224 horas por ano, na Argentina,
415 horas. No Brasil, são necessárias 2.600 horas. Ou seja, uma empresa brasileira
não pode ter um único empregado responsável pela área tributária, pois ele levaria
325 jornadas de oito horas para cumprir toda a burocracia fiscal. Mesmo que esse
empregado folgasse apenas aos domingos, um ano não seria suficiente para ficar em
dia com o fisco. Os dados utilizados na pesquisa foram obtidos no Banco Mundial,
na KPMG e na Fundação Heritage. (KREPP, 2012).
INFORMAÇÃO EXTRA
UNIDADE 2
ELABORAÇÃO E PROJEÇÃO
Elaboração
Nesta fase você deve criar o planejamento tributário. Muitos profissionais com excelente
conhecimento da legislação tributária têm dificuldade para identificar as oportunidades
existentes no cenário do contribuinte, pois nesta etapa o conhecimento técnico deve contar
com a colaboração da criatividade. A boa notícia é que existem técnicas que ajudam nesse
processo de identificação. Essas técnicas serão estudas nos próximos Módulos 3 e 4 e, como
você poderá observar, facilitam muito o processo de criação do planejamento tributário.
VOCÊ SABIA?
Além das técnicas que serão abordadas nos Módulos 3 e 4, alguns planejadores
adotam técnicas utilizadas por outras áreas (ex.: publicidade, P&D) para explorar seu
potencial criativo. Uma de tais técnicas é o brainstorming. Nessa atividade, um grupo
se reúne e utiliza a diversidade de experiências dos seus componentes para gerar
soluções inovadoras. Ao longo da dinâmica, os participantes deverão sugerir qual-
quer pensamento ou ideia que vier à mente a respeito do objetivo planejado e reunir
o maior número possível de ideias. (BRAINSTORMING, 2016).
58 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
NA PRÁTICA
Projeção
Inicialmente, você projetará para trás (passado) o cenário proposto, de forma a calcular os
ganhos que o contribuinte teria obtido se tivesse adotado o planejamento. Utilizando os nú-
meros da empresa (ex.: contabilidade do ano anterior), você demonstrará as vantagens que
o contribuinte deixou de auferir.
Muitos dos dados utilizados na projeção para a frente são expectativas. Por isso, ao reali-
zar essa projeção, você deve considerar cenários prováveis e cenários possíveis. Em outras
palavras, você deve elaborar um planejamento para o cenário que acredita que irá ocorrer
(provável) e outro planejamento para o cenário que pode acontecer (possível). Dessa forma,
você terá um plano B, caso o cenário que espera não se concretize.
59 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
VOCÊ SABIA?
NA PRÁTICA
INFORMAÇÃO EXTRA
UNIDADE 3
TESTE E NEGOCIAÇÃO
Teste
Alguns planejamentos tributários não são finalizados em razão do desgaste que geram nos
setores da empresa. Esses desgastes são consequência das mudanças que o planejamento
demanda. Entretanto, muitos deles podem ser evitados. Para antecipar e resolver possíveis
atritos, nesta fase os setores afetados pelo planejamento são chamados para criticar o cená-
rio proposto. Estes setores analisarão o planejamento objetivando identificar se, de alguma
forma, são prejudicados pelo novo cenário.
Todas as áreas devem ser ouvidas (ex.: recursos humanos, marketing, vendas, logística, fi-
nanceiro, produção), pois todas podem ser afetadas pela mudança. Nesse sentido, cabe
frisar que a equipe de contabilidade quase sempre é afetada, pois o planejamento tributário
gera aumento de trabalho (temporário ou definitivo) para essa área da empresa. Como con-
sequência, é importante que você proponha o redimensionamento dessa equipe, para que
o excesso de trabalho não seja um obstáculo ao planejamento. Ademais, os fornecedores e
clientes do contribuinte também devem ser ouvidos, pois sem que ambos aceitem o plane-
jamento tributário, a atividade da empresa será comprometida.
VOCÊ SABIA?
NA PRÁTICA
Negociação
Sempre que na fase de testes identificamos áreas afetadas pelo planejamento tributário,
devemos iniciar uma negociação, com o objetivo de conciliar o planejamento e os interesses
da respectiva área. Essa conciliação pode ocorrer de várias maneiras. Inicialmente, o plane-
jador pode tentar modificar o cenário proposto, a fim de evitar os prejuízos identificados
pelos envolvidos. Quando isso não é possível, o planejador pode utilizar os ganhos gerados
pelo novo cenário para compensar as áreas afetadas, promovendo melhorias sugeridas pe-
las equipes dessas áreas.
Assim como o planejamento pode trazer desvantagens para algumas áreas da empresa, ele
também pode trazer vantagens. Nesses casos, a negociação torna-se desnecessária, pois as
áreas estarão satisfeitas com o resultado gerado pelo cenário proposto. Neste sentido, cabe
frisar que as vantagens são mais comuns do que as desvantagens e, quase sempre, são uti-
lizadas como substrato econômico para justificar o novo cenário.
63 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
VOCÊ SABIA?
NA PRÁTICA
De acordo com uma pesquisa realizada pela empresa de recrutamento Michael Page,
a estagnação e o desestímulo no trabalho são responsáveis por mais de 30% dos
pedidos de demissão. Nesse sentido, os desafios e inovações criados pelo planeja-
mento tributário podem colaborar com as políticas de retenção de talentos, ao pro-
porcionarem um ambiente de trabalho dinâmico e estimulante para o profissional. E
você, gostaria de fazer parte de um planejamento tributário que trouxesse inovação
e benefícios para você e para a sua empresa? (SILVA, 2015).
INFORMAÇÃO EXTRA
Muitos são os motivos que podem levar um profissional a resistir às mudanças de-
correntes de um planejamento tributário. Entretanto, de acordo com os especialistas
em Gestão da Mudança, os três motivos mais comuns são: 1) dificuldade de abrir
mão de vantagens alcançadas; 2) falta de compreensão dos motivos que justificam
a mudança, 3) medo. Uma condução eficiente do processo de mudança garantirá a
superação dessa resistência inicial. (LUQUES, 2012).
65 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
UNIDADE 4
EXECUÇÃO E ACOMPANHAMENTO
Execução
VOCÊ SABIA?
Em diversos países (Estados Unidos, Reino Unido, Portugal, África do Sul, Canadá
e Irlanda), planejamentos tributários com determinadas características devem ser
apresentados ao fisco. Essa revelação informa ao governo e, ao mesmo tempo, traz
segurança para a empresa que revela a operação, pois garante o pagamento do
tributo sem punições, caso o planejamento não seja aceito pelo fisco. Essas normas
(conhecidas como Mandatory Disclosure Rules) também geram cautela na adoção
de novos planejamentos, pois o contribuinte sabe que deverá apresentar o planeja-
mento para o fisco. Embora o Beps Action Plan (plano de ação sobre erosão da base
tributária e transferência de lucros) da OCDE defenda a adoção de regras de revela-
ção obrigatória dos planejamentos tributários, até o momento o fisco não conseguiu
implementar com sucesso nenhuma norma dessa natureza no Brasil. (BRASIL, 2015).
66 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
NA PRÁTICA
Acompanhamento
Após a execução do planejamento tributário, é importante que o cenário adotado seja acom-
panhado, para que permaneça produzindo os resultados esperados. Duas espécies de fato-
res fazem com que o planejamento deixe de funcionar: internos e externos. Entre os fatores
internos podemos classificar mudanças que ocorrem no contribuinte e que afetam o cenário
(ex.: aumento da folha de pagamento, lançamento de um novo produto etc.). Entre os fato-
res externos podemos classificar mudanças alheias à vontade do contribuinte e que afetam
o cenário (ex.: perda de clientes, mudança legislativa, aumento do custo dos insumos). Esses
fatores devem ser acompanhados constantemente, pois poderão gerar a necessidade de
alteração do planejamento existente (ou demandar a criação de um novo planejamento).
67 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
VOCÊ SABIA?
NA PRÁTICA
INFORMAÇÃO EXTRA
RESUMO
REORGANIZAÇÕES
OPERACIONAIS
INTRODUÇÃO DO MÓDULO
Nas técnicas estudadas neste módulo exploraremos essas três variáveis, cujo objetivo é
gerar ganhos para o contribuinte. Embora a atividade planejada possa limitar o uso delas
todas (ex.: a empresa não pode mudar o local da atividade), desde que seja possível utilizar
uma das variáveis, a reorganização operacional também será possível. Antes de estudarmos
as técnicas, devemos compreender porque as referidas variáveis afetam o cenário tributário
da empresa.
Onde? – a escolha do local onde a atividade será executada é fundamental para qualquer
negócio. Fatores como custo da energia, mão de obra qualificada, proximidade do mercado
consumidor, entre outros, são decisivos na escolha deste local. O fator tributário também
deve ser considerado, pois as diferenças geradas pelas vantagens fiscais regionais são sig-
nificativas.
Na figura a seguir, podemos observar um sumário visual esquematizado do conteúdo da
introdução.
Como?
O quê? Onde?
VOCÊ SABIA?
ESTRUTURA DO MÓDULO
Para melhor compreensão das técnicas de reorganização operacional, este módulo está di-
vidido em:
UNIDADE 1
ESCOLHA O LOCAL
Ao iniciar uma atividade, ou expandir uma atividade existente, muitos empresários avaliam
vários fatores antes de determinar onde esse novo empreendimento será estabelecido (ex.:
proximidade do mercado consumidor, existência de mão de obra qualificada, acesso à ma-
téria-prima, custo da energia elétrica). Entretanto, algumas vezes o aspecto tributário é ne-
gligenciado, fazendo com que esses empresários percam boas oportunidades.
TOME NOTA
Artigo 178, do CTN. “A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de
determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo,
observado o disposto no inciso III do art. 104.”
Escolha o local
VOCÊ SABIA?
Diversos entes públicos criam equipes com o objetivo de atrair e reter empresas em
suas localidades. Essas equipes aproximam os empresários dos incentivos tributários
concedidos pelo ente que representam (união, estados, municípios). No passado, as
equipes eram focadas apenas nas grandes empresas. Empresas menores não tinham
possibilidade de negociar incentivos fiscais para a instalação de seus empreendi-
mentos e, por isso, se limitavam a utilizar os incentivos fiscais gerais trazidos pela lei.
Entretanto, os entes públicos perceberam que essas empresas geram empregos e
trazem boas possibilidades de desenvolvimento local e, por isso, passaram a dirigir
suas ações também para elas. Além dos incentivos tributários, diversas vantagens
são utilizadas para atrair e reter empresas (ex.: financiamentos com juros baixos,
doação ou venda subsidiada de terrenos). Esses outros incentivos muitas vezes são
concedidos por agências de fomento ou bancos que trabalham isoladamente ou em
parceria com os órgãos que concedem incentivos fiscais.
NA PRÁTICA
NA PRÁTICA
INFORMAÇÃO EXTRA
De acordo com estudo elaborado pelo Senado, o governo federal gasta por ano de-
zenas de bilhões com as políticas regionais de incentivo, o que demonstra as grandes
vantagens tributárias que são concedidas às empresas que se instalam nas regiões
menos favorecidas do país (CIEAM, 2014). Em alguns setores, o não aproveitamento
desses benefícios pode inviabilizar a atividade do contribuinte, face às vantagens
obtidas pela concorrência.
UNIDADE 2
REPENSE A CADEIA
Analisar apenas o contribuinte que será alvo do planejamento limita suas possibilidades de
êxito. Você deve planejar toda a cadeia. A oportunidade que você procura pode não estar
no seu cliente. Por isso, você deve começar o planejamento no fornecedor do fornecedor,
estendendo suas análises até o cliente do cliente.
Muitas são as cadeias existentes numa atividade (ex.: cadeia produtiva, de serviços, de for-
necimento, de distribuição). A interação com essas cadeias e a proposição de mudanças no
desenho da operação trarão vantagens. Você provavelmente terá dificuldade de acesso às
informações dos participantes da cadeia. Ademais, nem sempre os interesses do seu cliente
serão similares aos interesses dos demais membros da cadeia. Entretanto, isso não significa
que você não possa propor modificações. Quase sempre o compartilhamento dos ganhos
obtidos com o planejamento tributário convence os envolvidos a aderirem ao planejamento
proposto.
81 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
Repense a cadeia
VOCÊ SABIA?
NA PRÁTICA
NA PRÁTICA
Estudemos o seguinte caso. A Empresa X deseja construir uma fábrica e, para tanto,
estuda contratar a Empreiteira Y pelo valor de $ 100. A Empreiteira Y não consegue
executar sozinha o objeto do contrato. Ela precisará subcontratar o Fornecedor Z por
$ 50 para realizar as fundações da obra. Em ambos os contratos incidirá ISS, o que
fará com que esse tributo seja calculado sobre uma base tributável de $ 150 ($ 100 da
empreitada + $ 50 das fundações). Para reduzir o ISS incidente sobre essa cadeia de
contratos, a equipe tributária recomenda que a Empresa X contrate o Fornecedor Z
diretamente, o que evitará que a Empreiteira Y seja obrigada a subcontratá-lo. Dessa
forma, a Empresa X poderá pagar $ 50 à Empreiteira Y e $ 50 ao Fornecedor Z, redu-
zindo a base tributável do ISS para $ 100 ($ 50 da empreitada + $ 50 das fundações).
INFORMAÇÃO EXTRA
UNIDADE 3
GERENCIE CONTRATOS
Como visto na unidade anterior, alterar a ordem da cadeia pode trazer ganhos. Entretanto,
isso nem sempre é viável. Fornecedores e clientes podem não estar dispostos a se relacionar
com outros elos da cadeia para alcançar a vantagem desejada. Nestas hipóteses, devemos
alterar nosso foco, passando a sugerir mudanças na relação jurídica estabelecida com eles.
Essas alterações são aceitas com mais facilidade, pois não exigem mudanças na estrutura
da cadeia. A ordem será mantida, e os fornecedores e clientes continuarão se relacionando
com as mesmas pessoas.
Em razão da complexidade dos sistemas tributários, pequenas mudanças numa relação ju-
rídico-econômica podem influenciar a tributação. Por isso, ao estabelecermos relações con-
tratuais com fornecedores e clientes todas as variáveis devem ser consideradas. Precisamos
explorar as possibilidades existentes nesta relação, no intuito de encontrar a hipótese mais
vantajosa. Provavelmente, o contribuinte realizará negócios com diversas pessoas, tornan-
do complexa a análise das múltiplas relações estabelecidas. Devemos priorizar aquelas que
causem maior impacto na atividade da empresa. Isso normalmente possibilitará a geração
de resultados maiores em menos tempo.
Gerencie contratos
VOCÊ SABIA?
NA PRÁTICA
NA PRÁTICA
INFORMAÇÃO EXTRA
UNIDADE 4
MUDE A ATIVIDADE
Este tipo de alteração requer uma participação intensa dos gestores da empresa. Para ser
bem-sucedido, o planejamento tributário precisará estar plenamente alinhado com a ges-
tão. Nestes cenários, as mudanças são tão intensas que comumente utilizamos técnicas de
gestão de mudança para que o modelo proposto seja bem aceito por todos os envolvidos.
88 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
Mude a atividade
Atividade atual
Atividade nova
VOCÊ SABIA?
NA PRÁTICA
A diversidade de regras criadas sem critério pelo fisco faz com que em diversos seto-
res sejam produzidas distorções que geram concorrência desleal. Esse foi o caso da
cachaça artesanal há alguns anos. Muitos produtores reduziram suas garrafas em 30
mL para fugir de um IPI até 55% maior, enquanto os que não se adaptaram à nova le-
gislação acabaram perdendo competitividade. Sua empresa acompanha a legislação
tributária regularmente, a fim de identificar oportunidades advindas das mudanças
legislativas? (FRANCO, 2011).
90 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
NA PRÁTICA
INFORMAÇÃO EXTRA
RESUMO
REESTRUTURAÇÕES
SOCIETÁRIAS
INTRODUÇÃO DO MÓDULO
Além das variáveis trabalhadas da reorganização operacional (como, o que, onde), outras
três variáveis são fundamentais neste processo. Precisamos ter essas variáveis sempre em
mente, ao trabalhar com reestruturações societárias (TORRES, 2013). São elas:
Ativos – a estrutura pode impedir a utilização de um ativo (ex.: créditos fiscais) ou contami-
nar os ativos existentes (ex.: responsabilidade por dívidas entre empresas do mesmo grupo
econômico). A reestruturação societária pode viabilizar o uso eficiente e a proteção dos ati-
vos do grupo.
Na figura seguinte podemos observar um sumário visual esquematizado do conteúdo da
introdução.
Benefícios Regimes de
fiscais tributação
Ativos
Operações societárias
OPERAÇÕES SOCIETÁRIAS
Fusão – operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade
nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações (art. 228, da Lei n.º 6.404/1976).
Cisão – operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou
mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia.
Incorporação – operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra,
que lhes sucede em todos os direitos e obrigações (art. 227, da Lei n.º 6.404/1976).
Operações societárias
Fusão Cisão
Transformação Incorporação
LTDA
S/A
VOCÊ SABIA?
De acordo com pesquisa divulgada pelo IBGE, mais de 50% das empresas abertas
no Brasil fecha após quatro anos. Entretanto, quando analisamos as empresas com
empregados, este número cai para menos de 25%. Embora o estudo não aponte os
motivos que levaram ao fechamento, podemos perceber que grande parte das em-
presas que encerraram suas atividades foram abertas exclusivamente para a obten-
ção de vantagens fiscais. Você acredita que essas estruturas societárias (sem empre-
gados) possuem substrato econômico? (FOLHAPRESS, 2015).
INFORMAÇÃO EXTRA
ESTRUTURA DO MÓDULO
Para melhor compreensão das técnicas de reestruturação societária, este módulo está divi-
dido em:
UNIDADE 1
DESCONSIDERE A ESTRUTURA
Ao repensar o organograma societário, nem sempre você chegará à conclusão de que de-
vem ser criadas novas sociedades. Muitas vezes o cenário demandará o enxugamento das
estruturas já existentes em busca de eficiência operacional e tributária. O importante é que,
ao final, a estrutura idealizada seja vantajosa para o contribuinte.
Atividades novas
É mais fácil demonstrar substrato econômico para incorporar uma atividade às estruturas já
existentes, do que encontrar substrato econômico para retirar uma atividade da estrutura
em que foi inserida, caso isso seja necessário. Por isso, num cenário ideal, novas atividades
devem ser isoladas em novas sociedades. Só assim poderemos analisar a atividade, antes de
decidir se ela deve ou não integrar as estruturas já existentes.
Com o objetivo de obter pequenas economias operacionais, as empresas nem sempre criam
novas sociedades para acolher novos negócios. Isso limita o planejamento tributário. Em gran-
des grupos, frequentemente novas atividades são colocadas em novas sociedades, ao invés
de serem inseridas nas estruturas já existentes. Isso permite ao grupo analisar o comporta-
mento da atividade, antes de decidir se ela será (ou não) integrada as estruturas já existentes.
VOCÊ SABIA?
Os grupos Globo, Vale, Petrobras, Itaú Unibanco e Bradesco, entre outros, possuem
dezenas de sociedades em suas estruturas societárias. Esse número de sociedades,
além de colaborar nas questões operacionais, viabiliza o uso das técnicas de rees-
truturação societária. Da mesma forma, quando analisamos as fusões e aquisições
registradas nesses mesmos grupos, também percebemos que muitas são motivadas
não só por questões operacionais, mas também por quest ões tributárias (GUI-
MARÃES, 2015). Esse panorama demonstra a importância da reestruturação societá-
ria no mundo dos negócios.
NA PRÁTICA
Por ano são abertas mais de um milhão e oitocentas mil empresas no Brasil. Este nú-
mero demonstra a importância das estruturas societárias no ambiente de negócios.
Além das vantagens operacionais e financeiras que o registro de uma empresa pode
trazer, esse volume imenso de registros é motivado pela crescente busca por planeja-
mentos tributários baseados em reestruturações societárias. Sua empresa aproveita
as vantagens tributárias que a reestruturação societária oferece? (AUMENTA..., 2015).
NA PRÁTICA
INFORMAÇÃO EXTRA
De acordo com o IBGE, mais da metade das empresas encerra suas atividades nos
primeiros quatro anos. Essa quantidade reflete não só os insucessos operacionais
vividos pelo empresariado brasileiro, mas também os insucessos tributários. Muitos
encerramentos são motivados por ajustes na estrutura societária, visando melhorias
no planejamento tributário do contribuinte. (BÔAS, 2015).
UNIDADE 2
USE ESTRUTURAS-FILTRO
Cabe ao planejador inserir uma estrutura no cenário, ao perceber que a relação entre dois
contribuintes traz algum tipo de desvantagem, ou ainda, ao perceber que essa relação pode-
ria ser melhorada. Essa estrutura intermediária passa a ser o elo que permitirá que a relação
entre os dois contribuintes aconteça de forma mais vantajosa.
Use estruturas-filtro
VOCÊ SABIA?
Muitas das empresas sediadas em paraísos fiscais são utilizadas como sociedades
filtro. Elas são posicionadas ali com o objetivo de trazer para o cenário planejado as
vantagens concedidas pela legislação local destes territórios. (PARAÍSOS..., 2015).
NA PRÁTICA
NA PRÁTICA
Estudemos o seguinte caso. A Empresa X deseja instalar uma fábrica no Brasil para
montar o produto Z. Na fabricação do referido produto precisará utilizar diversas
peças importadas da China. Entretanto, ao verificar o imposto de importação (II) inci-
dente sobre as mencionadas peças, percebe que sua atividade será inviabilizada pelo
elevado custo tributário. Para solucionar o problema, a equipe tributária da Empresa
X recomenda a instalação da fábrica no Uruguai. Dessa forma, o II incidente sobre
a operação será reduzido, pois a importação das peças será realizada pela fábrica
Uruguai. Neste novo cenário, a empresa industrializará o produto no Uruguai, im-
portando para o Brasil o Produto Z acabado. Por ter sido fabricado no Uruguai (país
parceiro do Brasil no Mercosul), o II incidente sobre a importação do Produto Z para
o Brasil será menor, viabilizando a operação. A empresa uruguaia funcionará como
uma estrutura filtro, permitindo que na importação sejam utilizados os benefícios de
redução de II incidentes nas relações Brasil–Uruguai. O aumento dos custos logísti-
cos será justificado pela redução dos custos de fabricação e pela redução dos custos
tributários incidentes sobre a operação.
106 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
INFORMAÇÃO EXTRA
Para burlar leis antidumping, algumas empresas têm realizado operações de triangu-
lação. Nessas operações, também conhecidas como circunvenção, a empresa impor-
ta determinado produto por intermédio de um país que não esteja sujeito às referi-
das regras e, depois, reexporta o mesmo produto para o Brasil. Dessa forma, tenta
evitar a aplicação de sobretaxas pelo governo federal. Esse tipo de operação gera
risco para a empresa e pode levar à aplicação de multas. Como já visto, para que um
planejamento seja bem sucedido é necessário que haja substrato econômico. A utili-
zação desse terceiro país sem qualquer motivação operacional, com o único objetivo
de burlar as mencionadas sobretaxas, é nociva para a empresa. (TRIANGULAÇÃO...,
2010; MARTELLO, 2011; VERÍSSIMO, 2012).
UNIDADE 3
USE ESTRUTURAS-VEÍCULO
Use estruturas-veículo
Estrutura-veículo
Objeto do planejamento
VOCÊ SABIA?
NA PRÁTICA
NA PRÁTICA
INFORMAÇÃO EXTRA
Nos últimos anos diversos grupos que se utilizaram de empresas veículo (sem subs-
trato econômico) para a amortização de ágio foram autuados pela Receita Federal.
Esses casos reforçam a necessidade de um motivo econômico adicional para a reali-
zação da operação que gerará a economia tributária. (CARF..., 2014; IGNÁCIO, 2014).
110 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
UNIDADE 4
CONTAMINE COM ATIVOS
Assim como um passivo pode contaminar uma sociedade, um ativo também pode (ex.: uma
empresa com um benefício fiscal pode estender esse benefício para outra empresa ao incor-
porá-la). Por isso, ao realizar uma reestruturação societária, é importante que sejam identifi-
cados os ativos existentes. Dessa forma, as operações societárias poderão não só preservar
o ativo, mas também colaborar para a ampliação dele.
VOCÊ SABIA?
De acordo com estudo publicado pela BGI Incentives, o Brasil ainda precisa aperfei-
çoar diversos aspectos da sua política de incentivos fiscais à inovação. Quando com-
parados com os benefícios concedidos por outros países (Canadá, Estados Unidos,
Irlanda, Inglaterra, França), percebemos que diversas limitações trazidas pela legisla-
ção tributária brasileira precisam ser consideradas, antes que uma empresa decida
realizar seus investimentos no Brasil. (INVENTTA, 2015).
111 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
NA PRÁTICA
NA PRÁTICA
INFORMAÇÃO EXTRA
RESUMO
Neste quarto módulo da disciplina Planejamento Tributário você conheceu as técnicas de re-
estruturação societária. Na Unidade 1, estudou a importância da desconsideração da estru-
tura societária, para compreender como mudanças nessa estrutura podem colaborar com
o cenário tributário da empresa. Mais adiante, na Unidade 2, conheceu as empresas filtro,
para entender como o uso de sociedades pode modificar as regras que serão aplicadas no
cenário planejado. Posteriormente, na Unidade 3, estudou as empresas veículo, para iden-
tificar como sociedades podem colaborar em cenários que envolvem a transferência de ati-
vos. Finalmente, na Unidade 4, analisou a técnica de contaminação por ativos, para aprender
a importância da estrutura societária na otimização dos ativos tributários do contribuinte.
114 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
REFERÊNCIAS
‘SONEGÔMETRO’ mostra que calote aos cofres públicos é de quase R$ 420 bi. UOL Economia,
22 out. 2015. Disponível em: <http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2015/10/22/so-
negometro-mostra-que-calote-aos-cofres-publicos-e-de-quase-r-420-bi.htm>. Acesso em:
25 jan. 2016.
ADVANCE tax ruling. In: WIKIPEDIA: the free encyclopedia. Disponível em: <https://en.wikipe-
dia.org/wiki/Advance_tax_ruling>. Acesso em: 25 jan. 2016.
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