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Maura Campanili
Planeta Sustentável - 19/09/2007
A resposta, segundo seu autor, o economista José Eli da Veiga, é sim, num
primeiro momento. Da mesma maneira, se forem flexibilizadas as legislações
contra o trabalho infantil ou escravo, também será mais fácil crescer.
Com uma linguagem muito acessível e para ser lido quase de um fôlego só, a
publicação mostra, por exemplo, que o Brasil, com desempenho econômico a
passos de tartaruga, conseguiu progredir muito mais no Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH), da ONU, entre 1985 e 2003, do que países
que tiveram desempenho econômico superior, como China, Índia, Coréia ou
Chile.
No prefácio, Fernando Gabeira diz que "o livro de José Eli da Veiga vai
transformar nosso enfoque do crescimento econômico. Depois dele, as
grandes discussões sobre aumento do PIB serão relativizadas". Para o autor, o
PIB é um falso indicador de riqueza, pois "como o cálculo não inclui a
depreciação de importantes ativos, não existe maneira mais fácil de aumentar o
PIB do que abusar da depleção de recursos humanos e naturais.
Mas isso não quer dizer que o Brasil deva se conformar com o melancólico
aumento do PIB per capita do último quarto de século. Segundo Veiga, o maior
investimento brasileiro deve ser em Ciência e Tecnologia, para fazer frente aos
doze principais desafios ambientais do planeta: perda de hábitat, fontes
protéicas, biodiversidade e solos; falta de energia, água doce e capacidade
fotossintética; problemas gerados pelos químicos tóxicos, espécies exóticas e
gases de efeito estufa ou danosos à camada de ozônio; e o crescimento da
população e suas aspirações de consumo.