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A tiróide é uma glândula endócrina, localizada no pescoço abaixo da maça de Adão.

Produz hormonas tiroideias como a tiroxina, calcitonina e triiodotironina que regulam a


velocidade do metabolismo do corpo. A tiróide necessita de iodo, existente na
alimentação e água, para segregar as hormonas.

O hipertiroidismo é uma doença provocada pela hiperactividade da hormona da


tiróide, tendo como consequência a produção excessiva das hormonas. Se não for
diagnosticada e medicada, pode desencadear complicações graves em vários órgãos.

Origem

A principal causa é o bócio tóxico difuso ou doença de Graves. É uma doença auto-
imune, em que o sistema imunitário (de defesa) produz anti-corpos que vão estimular a
tiróide a produzir hormonas da tiróide excessivamente, sem que haja controle normal do
organismo.

Os nódulos na tiróide, passado alguns anos, podem causar hipertiroidismo ao alterar a


percepção dos mecanismos que controlam a produção das hormonas, fazendo com que
haja elevada produção. Estes nódulos chamam-se nódulos tóxicos (adenoma), mas se
for mais do que um denomina-se bócio tóxico multinodular ou doença de Plummer.
Esta doença surge geralmente em pessoas que já apresentam a glândula tiróide
aumentada (bócio).

Menos frequente é a tiroidite linfocítica (inflamação da tiróide) e pós-parto. Devido a


serem desencadeadas por uma inflamação, provocam dor e são transitórias. A tiroidite
pós-parto pode surgir semanas depois do parto e os sintomas permanecerem durante
alguns meses.

O tumor da hipófise é uma causa pouco frequente. Este tumor pode segregar em excesso
a hormona estimulante da tiróide, que vai estimular o aumento da produção das
hormonas tiroideias.

A ingestão em excesso da hormona tiroideia, também pode provocar hipertiroidismo.


Pessoas atingidas

Pode ocorrer em ambos os sexos, sendo mais frequente nas mulheres entre os 20 e 40
anos.

Sinais e sintomas

Os sinais e sintomas variam de pessoa para pessoa assim como a sua gravidade. O
hipertiroidismo afecta quase todo o organismo, pelo que os sinais e sintomas podem ser
distintos uns dos outros. O hipertiroidismo provoca aceleração nas actividades do nosso
corpo. Como por exemplo:

- Aumento a frequência cardíaca (taquicardia) e palpitações.

- Hipertensão arterial.

- Tremores, mais acentuados nas mãos.

- Sensação de frio.

- Rouquidão.

- Diminuição de peso a contrariar o aumento do apetite.

- Ansiedade, nervosismo e insónia.

- Depressão.

- Cansaço.

- Irritabilidade.

- Dejecções com maior frequência, podendo ser diarreia.

- Fraqueza.
- Sensibilidade exagerada às variações térmicas.

- Pele húmida e sudorese (transpiração).

- Cabelos finos.

- Unhas quebradiças.

- Olhos salientes (exoftalmia) e avermelhados.

- Movimento ocular diminuído, descoordenado e visão dupla - diplopia (doença de


Graves).

- Lacrimejo e sensibilidade ocular à luz.

- Bócio.

- Alterações menstruais.

- O aumento da glândula pode ser observável.

Diagnóstico

O médico depois de fazer o exame físico do doente, e de acordo com os sinais e


sintomas, a melhor forma de confirmar o diagnostico é através de exames laboratoriais,
dirigidos especificamente às hormonas tiroideias T3, T4 e TSH.

O médico pode pedir como complemento do diagnóstico, uma ecografia ou TAC.

Tratamento

As várias opções de tratamento, devem ser discutidas entre o médico especialista


(endocrinologista) e o doente, depois de devidamente informado. A escolha do
tratamento depende da idade da pessoa, gravidade da doença e antecedentes de alergias.
Geralmente, o médico recorre a medicamentos que bloqueiam ou diminuem o
funcionamento da tiróide e reduzem a produção da hormona da tiróide. Podem associar
um outro medicamento (beta-bloqueante) para reduzir a actuação da adrenalina, que está
aumentada no hipertiroidismo e provoca a taquicardia, palpitações e ansiedade.

No início do tratamento a dose é elevada mas vai haver reajustes de acordo com os
resultados analíticos (sangue) feitos especificamente às hormonas tiroideias.

Nos jovens, em pessoas com bócio muito grande, alérgicas ao medicamento ou com
efeitos secundários acentuados aos comprimidos, o médico pode optar pela extracção da
tiróide (tiroidectomia).

Outra forma de tratamento é com comprimidos de iodo radioactivo, cuja função é a


destruição parcial da tiróide, havendo assim redução da produção de hormonas para que
a tiróide recupere a produção normal. Se a redução for demasiada, a quantidade de
hormona segregada é insuficiente e pode surgir o quadro inverso – hipotiroidismo,
havendo necessidade de administrar diariamente a hormona tiroideia para o resto da
vida.

O iodo radioactivo não pode ser administrado a mulheres grávidas porque atravessa a
barreira placentária e destrói a tiróide do feto.

Nas tiroidites o tratamento é dirigido aos sintomas que a pessoa apresenta.

Evolução

Se o hipertiroidismo não for tratado, pode provocar alterações cardíacas e vasculares


graves, osteoporose, desenvolvimento da exoftalmia e até a morte.

Prognóstico
Se houver diagnóstico e tratamento precoce, as complicações são reduzidas. Caso
contrário, as complicações a nível cardíaco, ocular e até psicológicas podem ser
irreversíveis, mesmo com o tratamento.

O tratamento com iodo radioactivo e a tiroidectomia, têm elevada taxa de sucesso.

Esta doença não pode ser prevenida.

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